Conceitos Básicos em Conceitos Básicos em Gerontologia Gerontologia Profa. Célia Pereira Profa. Célia Pereira Caldas Caldas
Conceitos Básicos em Conceitos Básicos em GerontologiaGerontologia
Profa. Célia Pereira CaldasProfa. Célia Pereira Caldas
Envelhecimento
Um processo multidimensional
GERONTOLOGIA
Campo interdisciplinar que visa o estudo das mudanças típicas do processo do envelhecimento e de seus determinantes biológicos, psicológicos e socioculturais.
É um campo multiprofissional e multidisciplinar.
O NÚCLEO DA GERONTOLOGIA
Embora a Gerontologia seja um campo que envolve muitas disciplinas, a pesquisa repousa sobre um eixo formado pela biologia, pela psicologia e pelas ciências sociais.
GERIATRIA
É o estudo clínico da velhice. Compreende a prevenção e o manejo das doenças associadas ao processo do envelhecimento. É uma especialidade em Medicina e também em Enfermagem, Odontologia e Fisioterapia.
As dimensões do Envelhecimento
BiológicaPsicológicaSocialEspiritualCronológicaFuncional
ENVELHECIMENTO
“Um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte” (OPAS: Guia Clínica para atención primaria a las personas mayores.3a. ed. 2003)
No entanto, o envelhecimento e o desenvolvimento são processos que coexistem ao longo do ciclo vital.
Dimensão biológicaDimensão biológica
Em termos biológicos compreende os processos de transformação do organismo que ocorrem após a maturação sexual e que implicam a diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência.
Mudanças relacionadas com a idade = senescência
Reduzem a funcionalidade;São progressivas;Não resultam de um componente ambiental modificável;São universais para todos os membros da espécie.
Senilidade= estágio final da senescência
Quais são as conseqüências do envelhecimento
biológico?
Alterações estruturais
Modelo geral de conseqüências funcionais do envelhecimento
AcuráciaVelocidadeResistênciaCoordenaçãoEstabilidadeForçacompetência
Modelo geral de mudanças estruturais no envelhecimento
AtrofiaDistrofiaEdemaElasticidadeDesmielinizaçãoNeoplasiasmutações
Definição de envelhecimento biológico de acordo com uma abordagem teórica multifatorialO envelhecimento é um processo
biológico complexo. Mudanças em níveis molecular, celular e orgânico resultam em um progressivo, inevitável e inexorável declínio na capacidade do organismo responder adequadamente a estressores internos e/ou externos.
Dimensão socialDimensão social
Capacidade de adequação ao desempenho de papéis e comportamentos esperados para a idadevaria dependendo de circunstâncias econômicasaposentadoriao “ninho vazio”a importância de um projeto de vida
Dimensão psicológicaDimensão psicológica
Aspectos emocionaisAspectos cognitivos
ENVELHECIMENTO: ALGUMAS CARACTERÍSTICAS BIOPSICOSOCIAIS
PerdasPerdas
Declínio físicoDeclínio físico
Reflexões sobre a vidaReflexões sobre a vida
Diminuição de perspectiva Diminuição de perspectiva de futurode futuro
ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDO (Rowe e Kahn, 1997)
Baixo risco de doenças e de incapacidades;funcionamento físico e mental excelentes;envolvimento ativo com a vida:Depende da capacidade de adaptação às mudanças físicas, emocionais e sociais;Esta capacidade é o resultado da estrutura psicológica e condições sociais, construídas ao longo da vida.
ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDOENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDO
Substituição simbólica das Substituição simbólica das perdas pelos ganhos em outras perdas pelos ganhos em outras dimensões;dimensões;
Atendimento às necessidades Atendimento às necessidades sociais: boas condições de vida sociais: boas condições de vida e oportunidades sócio-culturais;e oportunidades sócio-culturais;
A renovação dos projetos de A renovação dos projetos de vida.vida.
ENVELHECIMENTO MAL SUCEDIDOENVELHECIMENTO MAL SUCEDIDO
Perdas dos projetos de vidaFalta de reconhecimentoDificuldade de satisfazer necessidadesSentimentos de fragilidade, incapacidade, baixa estima, dependência, desamparo, solidão, desesperança;Ansiedade, depressão, hipocondria, fobias.
ENVELHECIMENTO MAL SUCEDIDO ENVELHECIMENTO MAL SUCEDIDO RISCOsRISCOs
Doenças que coloquem a vida Doenças que coloquem a vida em risco;em risco;
Morte de pessoa próxima;Morte de pessoa próxima;
Saída dos filhos;Saída dos filhos;
Mudanças de residência;Mudanças de residência;
Perda da autonomia;Perda da autonomia;
Perdas materiais.Perdas materiais.
Qualidade de vida- Qualidade de vida- definiçãodefinição
““É a percepção do indivíduo de sua É a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da posição na vida no contexto da cultura e do sistema de valores cultura e do sistema de valores nos quais ele vive e em relação nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”padrões e preocupações.”
WHO. Health Promotion Glossary. Word Health Organization, Geneva, 1998
indicadores de QUALIDADE DE
VIDA na velhice• Longevidade• saúde física• saúde mental• satisfação com a vida• controle cognitivo• competência social• produtividade• atividade
•status social•renda•cont. de papéis familiares•condições ambientais•qualidade de vida percebida
Dimensão funcionalDimensão funcional
Desempenho físico-motorDesempenho físico-motor
Capacidade cognitivaCapacidade cognitiva
Capacidade funcional:
Tem a ver com as condições que um indivíduo tem para se adaptar aos problemas cotidianos, ou seja, àquelas atividades que lhe são requeridas pelo ambiente em que vive.
Capacidade cognitiva:
É definida como a capacidade para registrar, armazenar, usar e dotar de sentido os dados da realidade - semelhante à capacidade de aquisição de conhecimento ou percepção.
AVALI AÇÃO FUNCI ONALAVALI AÇÃO FUNCI ONAL
Visão Audição Controle das
eliminações Atividades de vida
diária (autocuidado e instrumentais)
mobilidade de membros superiores
mobilidade demembros inferiores
estado nutricional cognição depressão ambiente no domicílio apoio social Condições crônicas
Atividades da Vida Diária
Autocuidado
BANHAR-SEVESTIR-SEALIMENTAR-SEUSAR TOILETETRANSFERIR-SEMEDICAÇÕES
ATIVIDADES INSTRUMENTAISFAZER COMPRASCOZINHARATIV.DOMÉSTICASUSAR TELEFONEMANUSEAR DINHEIROUSAR TRANSPORTE
Hierarquia das Atividades Diárias
Uma pessoa está envelhecendo mal, quando ela não consegue mais sozinha...
Faze
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pra
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Peg
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rian
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Andar
Vestir-seTomar
banhoAlimentar-se
Cuidar da aparência
Ir aobanheiro
Sair da
cama
AUTONOMIA
INDEPENDÊNCIA
Cognição: áreas de teste
AtençãoPercepçãoOrientaçãoCapacidade de cálculoMemóriaRaciocínioJuízoCapacidade de abstraçãolinguagem
A capacidade funcional e a capacidade cognitiva interferem diretamente no nosso grau de autonomia e independência.
O conceito de autonomia:
Diz respeito ao exercício do autogoverno. É ser responsável por si mesmo, ter a liberdade de tomar decisões e ter a sua privacidade respeitada. Este conceito também inclui o exercício da liberdade individual, da privacidade, de fazer escolhas livremente.
O conceito de independência:
É poder realizar nosso autocuidado e administrar nosso dia-a-dia sem ajuda.
O conceito de fragilidade:
A fragilidade é definida como uma vulnerabilidade que o indivíduo apresenta aos desafios do próprio ambiente. Esta condição é observada em pessoas que apresentam uma combinação de doenças ou limitações que reduzam sua capacidade de se adaptar a doenças ou situações de risco.
Fatores que predispõem a pessoa a uma situação de fragilidade:
Idade elevada (+80 anos)SolidãoMúltiplas doençasSituações que se manifestam de forma obscuraVulnerabilidade a efeitos adversos
•Vulnerabilidade a doenças•Problemas funcionais, cognitivos ou afetivos•Dificuldade de locomoção•Incapacidade recentemente adquira•Quedas freqüentes•Incontinência
A fragilidade pode levar à dependência
A dependência se traduz por uma ajuda indispensável para a realização dos atos elementares da vida.Não é apenas a incapacidade que cria a dependência, mas sim o somatório da incapacidade com a necessidade.Por outro lado, a dependência não é um estado permanente. É um processo dinâmico cuja evolução pode se modificar e até ser prevenida ou reduzida se houver um ambiente e assistência adequados.
Como prevenir a dependência?
Ao longo da vida construímos uma reserva que na velhice, será necessária para a manutenção da saúde. As pessoas que tenham desenvolvido um estilo de vida saudável durante o seu processo de desenvolvimento, possuem uma reserva maior dos elementos necessários a uma vida normal na velhice.
Um estilo de vida saudável
Atividade físicaAlimentação Saúde bucalUso adequado de medicamentos e outras substâncias químicasControle de pesoPrevenção de quedasA otimização da capacidade mentalVacinaçãoCuidados com a peleDormir bem
As Síndromes Geriátricas
IncontinênciaImobilidadeInsuficiência cognitivaInsuficiência SensorialInstabilidade posturalInsôniaIatrogenia
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Qual é o perfil profissional de Qual é o perfil profissional de um gerontólogo? um gerontólogo? Martins Sá (2002)
Profissional apto a apreender, histórica e criticamente, o processo do envelhecimento em seu conjunto;compreender o significado social da ação gerontológica;situar o desenvolvimento da gerontologia no contexto sócio-histórico; atuar nas expressões da questão da velhice e do envelhecimento, formulando e implementando propostas para o enfrentamento;
realizar pesquisas que subsidiem a formulação de ações gerontológicas; compreender a natureza interdisciplinar da gerontologia, buscando ações compatíveis no ensino, pesquisa e assistência; zelar por uma postura ética e solidária no desempenho de suas funções; orientar a população idosa na identificação de recursos para o atendimento às necessidades básicas e de defesa de seus direitos.
BibliografiaBibliografia
Neri, A L. Palavras-chave em Gerontologia. Alínea Editora: Campinas, São Paulo, 2001.Rowe, J W. & kahn, R L. Successful Aging. Dell Trade Paperback: New York, U.S.A, 1999.Moragas, R.M. Gerontologia social: envelhecimento e qualidade de vida. Ed. Paulinas: São Paulo, 1997.MARTINS DE SÁ, J.L .In: FREITAS, E.V. et al. (Ed.) Tratado de Geriatria e Gerontologia. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.