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www.computerworld.com.br | outubro de 2012 | ANo XVIII | N o 551 | r$ 14,95 o portA-Voz do mercAdo de tecNologIA dA INformAção e comuNIcAção INCLUI negócios • tecnologia • liderança STARTUPS Integrar empresas iniciantes à estratégia pode impulsionar a inovação, mas também culminar em fracasso. Saiba como obter sucesso CARREIRA Conheça 8 dicas para aumentar a retenção de talentos na empresa iaas: N egóc I os N o merc A do NA c I o NA l de V em mo VI me N t A t t r m AI s de us $ 90 m I lhões este AN o p Á p p g . : 8 até quando ela aguenta?
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Computerworld 551

Mar 20, 2016

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Brasil amplia redes de telecom para atender à demanda crescente. Setores privado e público unem-se para reduzir gargalos da infraestrutura que sustenta o novo cenário, conectado e móvel.
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www.computerworld.com.br | outubro de 2012 | ANo XVIII | No 551 | r$ 14,95

o portA-Voz do mercAdo de tecNologIA dA INformAção e comuNIcAção

inclui

negócios • tecnologia • liderança

STARTUPSIntegrar empresas iniciantes à estratégia pode impulsionar a inovação, mas também culminar em fracasso. Saiba como obter sucesso

CARREIRAConheça 8 dicas para aumentar a retenção de talentos na empresa

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outubro de 2012FIQue At At A uALIZAdo ACeSSANdo o SIte: www.ComputerworLd.Com.br

MERCADO8 OpORtuniDADEs E DEsAfiOs

Segurança e falta de regulamentações são barreiras do IaaS, modelo de cloud que em 2012 deve movimentar Us$ 90,8 milhões em todo o mundo, segundo a consultoria IDC

Por que integrar startuPs à estratégia?Estabelecer alianças com empresas iniciantes pode estimular a inovação, mas é preciso tomar alguns cuidados. Veja como os CIOs estão se saindo

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Brasil amplia redes de telecom para atender à demanda crescente. Setores privado e público

unem-se para reduzir gargalos da infraestrutura que sustenta o novo cenário, conectado e móvel

12 CApAê ndiceCOMO AnDA O AliCERCE

DE MObiliDADE E ExplOsãO DE DADOs?

CAsEs19 nA pRátiCA

Brasilcap e PepsiCo Brasilcap e PepsiCo encontraram na infraestrutura como serviço o caminho para garantir agilidade na adoção e flexibilidade do ambiente de TI, em linha com os negócios

inDÚstRiA22 AlinhAMEntO COM A DEMAnDA

Indústria movimenta-se para saciar a necessidade cada vez maior por infraestrutura elástica e atraente que não abale o orçamento da empresa

tECnOlOGiA32 ClOuD COMputinG

Gartner avalia que termo tornou-se confuso para o mercado diante da postura “cloudwashing” de vendedores, que se aproveitam da oportunidade para vender o conceito

Estabelecer alianças com empresas iniciantes pode estimular a inovação, mas é preciso tomar alguns

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PRESIDENTESilvia Bassi

VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVOAdemar de Abreu

www.COmPUTERwUTERwUTER ORlD.COm.bR

REDAÇÃOPUBLISHERSilvia Bassi

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Cristina De Luca [email protected]

EdItoRa-ExEcUtIvavavSolange Calvo

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Déborah Oliveira [email protected]

Edileuza Soares [email protected]

aRtERicardo Alves de Souza (editor) e

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COmERCIAlImPRESSoS

ExEcUtIvo dE nEGÓcIoSWilson Trindade

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Wagner KojoWagner [email protected]

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[email protected] Gonçalves

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ExEcUtIvavav dE nEGÓcIoSSara Noronha

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AUDIêNCIASUPERvISoRaPaula Campelo

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ImPRESSÃONeoBand

DISTRIbUIÇÃODoor To Door

n Solange Calvo é [email protected]

A sensação atual é que o Brasil está “Em obras”. Com a proximidade dos megaeventos esportivos, as cidades-sede movimentam-se, escavam, edificam e levantam a

poeira da TI para poder atender a toda uma demanda crescente que a Copa do Mundo e as Olimpíadas vão impulsionar.

editorial | Solange Calvo

Afinal, durante os Jogos Olímpicos de Londres, neste ano, nada menos do que 60 GB de informações por segundo foram gerados em toda a rede britânica de telecomunicações – o que equivale a todo o conteúdo do Wikipédia a cada 5 segundos. Precisamos estar preparados por aqui.

Mas não são somente governos e prefeituras que vão pendurar a placa “Em obras” em suas estratégias. TI também está em franca construção. Cloud computing impactou e mudou para sempre o cenário corporativo. A nuvem possibilitou e coroou a mobilidade, transformando a forma de gerir, trabalhar, entregar e fazer negócios.

A atraente libertação provocada por ela causou a explosão de dispositivos móveis que saltaram da lista de objetos de desejos pessoais para protagonizar ideais corporativos em arquiteturas mais modernas e sofisticadas. Ganhou contornos em um mundo móvel e inteiramente conectado.

Estudo recente aponta que o Brasil terá mais de 600 aparelhos sem fio acessando as redes neste ano, quase o dobro dos mais de 300 milhões registrados no ano passado. O usuário médio vai gerar nada menos do que acima de 500 Megabytes de dados. O que significa que o brasileiro está consumindo mais dados e congestionando as vias digitais. (Veja mais informações neste especial).

Nesse rascunho de futuro (já presente),

os profissionais de TI também estão “Em obras”. Voltam-se para as novas habilidades. Correm para espanar o pó acumulado nos currículos e o enriquecem com especializações em virtualização, desenvolvimento de aplicativos móveis, SaaS, PaaS, IaaS etc.

E eles estão cada vez mais distribuídos pelo globo, demandando colaboração por meio de uma única interface digital, a nuvem. Esta que não nasceu para ser autista e sim para promover compartilhamento de conhecimento e criação.

Esses profissionais mutantes, transformados pela ação da cloud, contarão com ambientes mais ágeis, principal efeito da computação em nuvem. Agora, direcionam seus esforços para a inovação, que fará toda a diferença para suas empresas e para o País.

O novo cenário, no entanto, necessita de infraestrutura de TI e de telecomunicações. Esta que é o pulmão da cloud. A velocidade das mudanças foi tamanha, que tudo parece acontecer de forma desordenada. Há carência de recursos para suportar o crescimento e muito a fazer. É o que abordamos neste especial, realizado com cerca de 30 fontes do mercado, entre consultores, indústria e usuários. Saiba o que está acontecendo em Como anda o alicerce de mobilidade e explosão de dados? Porque, realmente, estamos “Em obras”! Boa leitura.INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

Em obras

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Abertura de empresaMas cuidado. Não é porque ficará mais fácil abrir uma empresa, que haverá menos responsabilidades, taxas, multas, exigências, impostos, contadores, água, eletricidade, vigilância sanitária, bombeiros e infinitos sindicatos...

Leitor: Ricardo Botura NovarquiReportagem: Governo simplifica abertura de empresa com registro pela internet

Fabricação local de chipsIsso é muito bom porque nosso país tem de ser independente ou pelo menos não depender totalmente de insumos importados. Em uma empresa que trabalhei com nobreak, sofríamos por sermos dependentes de componentes importados, ficávamos à mercê da boa vontade da alfândega, do dólar, do importador.... enfim, para crescer, o País tem de ganhar “fôlego” próprio.

Leitor: Tiago Alexandre GaleraReportagem: Brasil começa a fabricar chips para smart card ainda em 2010

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e consistente. Além disso, as faculdades de direito têm formado mais profissionais do direito, visando atuar no contencioso e não no consultivo, o que acaba expondo as empresas a riscos empresariais desnecessários, tanto na parte tributária, cível, contratual, consumidor, ambiental, trabalhista, entre outros.

Leitor: Andre Sussumu IizukaReportagem: CIO precisa se aproximar mais do jurídico para afinar a segurança

Banda LargaPode ser, mais ainda tem muita coisa a melhorar, a banda larga é muito distante da “população”. Em São Paulo, por exemplo, há apenas uma empresa que eu estou vendo investir na fibra, as outras investem só em bairros “ricos” e onde tem muita concentração comercial de alto nível. Espero que o Brasil tome o seu rumo.

Leitor: Daniel RamosReportagem: Brasil ganhou uma conexão banda larga por segundo nos últimos 12 meses

Infraestutura de segurançaApesar da crise, muitas empresas aqui no Brasil não deixaram de investir em pesquisas e também no aprimoramento da qualidade de atendimento. Por isso, vamos observar esse crescimento.

Leitor: Carlos GonçalvesReportagem: Mercado global de infraestrutura de segurança crescerá 8,4%, prevê Gartner

CEO do YahooGostei dessa chefe...é assim que se dirige uma empresa, com personalidade, não pelos “mimos”, mais sim pela atitude dela...gostei.

Leitor: Daniel RamosReportagem: Nova CEO do Yahoo fortalece BYOD com opções de escolha de smartphones

CIO próximo do jurídicoCompartilho dessa visão, mas o mercado está bem carente de advogados que têm a visão tecnológica e consigam aliar a parte legal de uma forma segura

envie SeU e-mail para [email protected]@O ponto de encontro dos leitores da COMPUTERwORLD

FEEDBACK

O qUe vOCê Só enCOnTra nO SiTe Da COmpUTerWOrlD

Carros brasileiros serão identificados por RFID a partir de janeiro

Seis anos depois da criação do Sistema Nacional de Identificação Automática

de Veículos (Siniav) por uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a iniciativa deve entrar em funcionamento em janeiro do ano que vem. Esta é a data prevista pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para iniciar a instalação, em toda a frota rodoviária do País, de um chip de RFID (Identificação por radiofrequência) para armazenar nos carros.

O objetivo é facilitar o controle e a fiscalização do tráfego no território brasileiro por meio de monitoramento em tempo real. A implementação do sistema deve ser concluída até 30 de junho de 2014. O chip foi desenvolvido pelo Ceitec S/A, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que está investindo aproximadamente 5 milhões de reais na tecnologia nacional.

Segundo o coordenador de Microinformática do MCTI, Henrique Miguel,

o mecanismo funciona a partir de um sistema de radiofrequência, que prevê a emissão de sinais por antenas espalhadas pelas cidades e rodovias.

Os sinais são captados por um pequeno chip que integra a placa eletrônica a ser instalada no para-brisa dos veículos de passeio e em outros locais específicos, no caso de motocicletas e carretas.

“É uma espécie de tag eletrônica, que vai permitir o controle do tráfego em tempo real. Ao ser acionado, o chip enviará dados do veículo às antenas que, por sua vez, enviarão as informações para as centrais de processamento, que verificarão a situação do veículo analisado. A tecnologia desenvolvida é bastante complexa e representa uma solução segura e barata, que pode ser reproduzida”, disse.

Entre as aplicações do sistema, Miguel destaca a possibilidade de localizar um carro furtado e associá-lo ao proprietário, facilitando a recuperação do veículo e evitando a clonagem. Além disso, será possível fiscalizar a velocidade média dos automóveis e a circulação em locais e horários em que ela for proibida.

O Siniav também facilitará o serviço de cruzamento de dados relativos aos veículos e às obrigações do proprietário, como o licenciamento anual e o pagamento de impostos e de multas. Com o projeto, espera-se aumentar a segurança no envio de cargas e diminuir filas em pedágios, com a possibilidade de abertura automática de cancelas por meio da leitura do chip.

Miguel disse que, por se tratar de tecnologia inédita, o Denatran pôde formalizar o registro de patente no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.

As informações obrigatórias que ficarão armazenadas no dispositivo são: número de série do chip, identificação da placa, categoria e tipo do veículo.

De acordo com Miguel, o serviço prevê a confidencialidade das informações relacionadas ao proprietário e o protocolo de segurança utilizado é confiável, baseado em chaves de proteção “extremamente modernas”.

*Com informações da Agência Brasil

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mercado

companhias avaliam infraestrutura na nuvem, mas questões de segurança e falta de regulamentação ainda são barreira para o modelo

C ada vez mais estratégica para os negócios, a área de TI é pressionada a dar respostas rápidas. Os projetos precisam ser implementados em menor espaço de tempo e com redução de custos para que

as organizações sejam mais competitivas. Muitas avaliam a migração da infraestrutura de tecnologia para a nuvem para que o CIO se liberte das preocupações operacionais e passe a focar mais no business da companhia.

Nesse modelo, infraestrutura como serviço (IaaS) tem sido atraente para variadas companhias que desejam mais flexibilidade em seus ambientes, alinhada à demanda do negócio. “As companhias já estão entendendo os benefícios da nuvem e o cenário promete ser bastante positivo para 2013”, afirma Anderson Figueiredo, gerente de Pesquisas da consultoria IDC Brasil.

Ele acredita que IaaS será a porta de entrada de muitas companhias na nuvem por ser mais fácil avaliar o retorno dos investimentos. Ele observa que o País conta com uma boa infraestrutura de data center para prover esse serviço. “É imaginável um boom de cloud computing em 2013 porque os provedores mudaram a forma de apresentar as ofertas, que antes eram muito complicadas”, constata.

O consultor da IDC menciona como exemplo a dificuldade que os prestadores de serviços tinham para apresentar ao mercado as modalidades de cloud privada e pública. “Agora, eles conseguem explicar os serviços aos clientes e existe muita oferta no mercado local”, relata Figueiredo. As opções devem aumentar mais ainda com o esforço das operadoras de telecomunicações para explorar esse segmento (Veja mais informações na página 28).

Para Renato Pasquini, analista da Frost & Sullivan, a pressão que as companhias estão sofrendo para gerenciar Big Data e a chamada consumerização vão empurrá-las para a nuvem. “Hoje, as empresas processam um grande volume de dados e a infraestrutura precisa estar preparada para não entrar

Oportunidades e desafios para IaaS

Alguns fatores que inibem a adoção da nuvem são a segurança e a falta de legislação

Frank Meylan, sócio da KPMG

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mercado

participantes da pesquisa.Relatório do instituto de pesquisas

Gartner estima que os serviços de nuvem, somando todas as categorias, vão movimentar globalmente 109 bilhões de dólares em 2012. Desse total, 77% da receita virá de Business Process Services (BPaaS). Entretanto, IaaS vem apresentando leve crescimento.

De acordo com a consultoria, os negócios globais com IaaS deverão gerar faturamento de 6,2 bilhões de dólares este ano, ante 4,3 bilhões de dólares em 2011. Em 2010, essa categoria representava menos que um terço de software como serviço (SaaS).

Para 2016, as previsões do Gartner são de que IaaS crescerá quase na mesma proporção de SaaS, estimulada principalmente pelas pequenas e

salto da nuvem no Brasil deverá acontecer mesmo quando o País tiver regulamentações que reduzam o risco dessa modalidade. Ele observa que no modelo tradicional de outsourcing de TI as empresas sabem onde está o data center e sentem-se mais confortáveis na hora de se livrar da infraestutura. Já a cloud gera insegurança.

“Alguns fatores que inibem a adoção da nuvem são a segurança e a falta de legislação”, acredita Meylan. Ele menciona a dificuldade que o CIO tem hoje para contratar soluções globais. Há restrição para processamento de algumas aplicações além fronteira. O consultor aponta ainda como barreira a legislação tributária do País que muda quase que diariamente, desanimando as empresas que querem abraçar IaaS. (E.S.) n

IaaS será a porta de entrada de muitas companhias na nuvem por ser mais fácil de avaliar o retorno dos investimentos

Anderson Figueiredo, analista da IDC Brasil

em colapso”, assinala o consultor, prevendo que 2013 será o ano em que cloud computing levanta voo no Brasil, com aumento da demanda por IaaS.

Um estudo global realizado pela KPMG em parceria com a revista Forbes com cerca de 900 empresas revelou que 35% planejam investimentos em IaaS. Elas pretendem deixar de comprar servidores, storage, banco de dados e outros recursos de hardware para aderir ao modelo de computação na nuvem.

Questionadas sobre as razões da

migração, 50% apontaram redução dos custos. Outras 39% disseram que a adoção desse ambiente aumenta a interação com clientes e fornecedores, enquanto 35% acreditam que essa prática acelera o time to market.

O estudo da KPMG mostra que as redes privadas são as preferidas por 45% dos entrevistados de aplicações críticas. Embora os executivos acreditem que nuvem ajuda a transformar negócios e modelos de operação, 44% dos entrevistados demonstraram receio em relação às questões de segurança e disseram que esse fator é o que mais gera preocupação na decisão de migração para o novo ambiente. Os riscos com queda de performance foram mencionados por 29%. Já as dificuldades para integração com os sistemas legados foram destacadas por 20% dos

médias empresas (PMEs) que não têm muitos recursos para investir na compra de equipamentos pelo modelo tradicional para sustentar a expansão dos seus negócios.

Com a chegada das PMEs à nuvem, o Gartner estima que IaaS em redes públicas registrará crescimento de 45,4% em 2012. Estudos da IDC sobre o mercado brasileiro apontam que em 2010 IaaS em ambiente compartilhado movimentou 35,8 milhões de dólares, com representação de 50,3% do setor de cloud computing. Para 2012, a IDC prevê que os negócios na área deverão somar 90,8 milhões de dólares, com expansão de 64%. Figueiredo constata que essa categoria vem registrando incremento superior ao de SaaS.

Na avaliação de Frank Meylan, sócio da consultoria KPMG, o grande

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Brasil alarga redes de telecom para atender à demanda crescente. Setores privado e público unem esforços para reduzir gargalos da infraestrutura que sustenta o novo cenário, conectado e móvel

explosão de dados

Como anda o alicercede mobilidade e ?EdilEuza SoarES

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OBrasil tem pressa para desatar os nós existentes das redes de telecomunicações e alargar as estradas digitais. A urgência das

operadoras para diminuir os gargalos da planta atual não é apenas para atender aos cronogramas da Copa do Mundo, que exige que os serviços de 4G estejam em operação no País até abril de 2013.

Independentemente dos megaeventos esportivos que serão sediados aqui, o País precisa expandir sua infrastrutura de comunicação para suportar a grande demanda de tráfego de dados, que aumentará no mercado local cerca de oito vezes até 2016, puxado pelos setores corporativo e de consumo.

Esse crescimento será estimulado por vários motivos, sendo que um deles é o grande acesso às aplicações hospedadas na nuvem. As estimativas dos analistas são de que em quatro anos essa modalidade de serviço dará um salto no Brasil. IDC, Gartner, Frost &Sullivan, KPMG e outras consultorias sinalizam que muitas companhias vão contratar infraestrutura como serviço (IaaS) dos data centers, que estão em franca expansão no País.

Além do IaaS, as modalidades de software como serviço (SaaS) e plataforma como serviço (PaaS) vão demandar muita conectividade, um dos principais insumos de cloud para que as aplicações possam ser acessadas pela internet, sejam por meio de redes públicas ou privadas. E elas precisam ser sustentadas pela infraestrutura de telecom. Sem ela, não existe nuvem.

Em quatro anos, o mundo entrará na era do Zettabyte. O tráfego global de dados IP deverá alcançar um ritmo anual de 1,3 zettabyte, o equivalente a transmissão de 38 milhões de DVDs por hora durante um ano. O volume é dez vezes mais que os 121 Exabytes transmitidos em 2008, segundo o estudo Cisco Visual Network Index (VNI) 2011-2016Index (VNI) 2011-2016 – Adoção de serviços – Adoção de serviços Index (VNI) 2011-2016 – Adoção de serviços Index (VNI) 2011-2016Index (VNI) 2011-2016 – Adoção de serviços Index (VNI) 2011-2016e crescimento do tráfego IP.

O Brasil acompanha essa tendência. De acordo com a pesquisa da Cisco, o volume mensal de tráfego IP pelas redes do País vai alcançar 3,5 Exabytes em 2016, ante 420 Petabytes em 2011. Os principais fatores para esse incremento são aumento dos dispositivos móveis, expansão dos planos de banda e ampliação da oferta de serviços.

A nuvem está entre os novos serviços que vão exigir mais largura de banda da infraestrutura de telecom. Hoje, todos os data centers do País compõem ofertas para atender ao mercado corporativo. Uma das grandes apostas é a modalidade de IaaS, que desperta interesse tanto dos prestadores de serviços quanto das operadoras de telecomunicações. Oi, Telefônica|Vivo, Embratel e TIM/Intelig já anunciaram suas estratégias para explorar esse mercado (Veja mais informações na página 28).

“O data center é o pulmão de

cloud computing. Por isso, existe um movimento frenético no Brasil de empresas desenvolvendo projetos nessa área”, conta João Moura, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), entidade que representa mais de 50 empresas prestadoras de serviços de telecomunicações.

Esse movimento, segundo Moura, abriu muitas oportunidades para a construção de novas redes de comunicação. De um lado estão as operadoras de telefonia, ampliando suas infraestruturas para atender a sua demanda interna e também a dos parceiros de data centers. Na outra, há os pequenos fornecedores de rede e os que estão chegando agora ao mercado.

Moura afirma que esse ecossistema de negócios movimenta-se em direção à nuvem. “Cloud gera uma imensa

O data center Ž o O data center Ž o pulm‹ o de cloud pulm‹ o de cloud

computing. Por computing. Por isso, existe um isso, existe um isso, existe um isso, existe um

movimento frenŽ tico movimento frenŽ tico no Brasil de empresas no Brasil de empresas no Brasil de empresas no Brasil de empresas

desenvolvendo desenvolvendo projetos nessa ‡ reaprojetos nessa ‡ rea

João Moura,presidente da TelComp

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oportunidade de negócios, mas está amarrada no chão”, conta o executivo. Os serviços ficam hospedados em algum lugar físico, que são os sofisticados data centers, equipados com sistemas de segurança, abastecimento de energia e conectividade.

O presidente da TelComp observa que hoje o Brasil tem um gargalo de infraestrutura de telecomunicações para suprir serviços de nuvem. A maioria dos data centers do País está concentrada numa única região, em Barueri, na Grande São Paulo, que apresenta boa cobertura das redes de comunicação.

Anderson Figueiredo, gerente de Pesquisas da consultoria IDC, acredita que a descentralização dos data centers é importante porque os clientes na hora de comprar serviços de nuvem vão dar preferência aos prestadores de serviços preferência aos prestadores de serviços que tenham sites por perto.

“A migração para cloud aumenta a dependência do link de internet”, afirma Frank Meylan, sócio da KPMG. Ele considera que o grande calcanhar de aquiles para que os serviços de nuvem levantem voo no Brasil é a infraestrutura de telecom. Segundo ele, as empresas só vão abraçar IaaS se tiverem bons serviços de telecom.

Meylan ressalta que para ter IaaS é necessário fazer contingência com contratação de pelo menos dois fornecedores, sejam eles de redes móveis ou de fibra óptica. “Na região Sudeste, as empresas têm contingência para mitigar o risco quando vão para a nuvem, mas em outras partes do Brasil, telecom ainda é um desafio”, afirma o consultor.

Mudanças de cenárioAlguns dos atuais ruídos do setor Alguns dos atuais ruídos do setor deverão ser eliminados com as

regulamentações e propostas do governo que incentivam práticas competitivas saudáveis e isenção de impostos para a construção de redes de telecomunicações para outras regiões do País. A pressão para aceleração desses projetos virá tanto da necessidade das prestadoras de serviços de explorar novos negócios [como serviços de nuvem], quanto de atender às demandas de consumo.

O interesse das operadoras para explorar nuvem na ponta é em razão do crescimento do número de internautas com dispositivos móveis nas mãos. Estudo da Cisco aponta aumento do volume de conexões à web por meio de dispositivos móveis. No ano passado, esses aparelhos representaram 6% dos acessos à rede e esse índice aumentará para 21% nos próximos quatro anos.

A pesquisa da Cisco prevê ainda que o País terá 617 milhões de aparelhos sem fio acessando as redes em 2012, quase o dobro dos 332 milhões que havia no ano passado. Até lá, cada brasileiro terá pelo menos três dispositivos móveis conectados à internet. Em 2011, essa média era de 1,7 aparelho. O usuário médio de smartphone vai gerar aproximadamente 533 Megabytes de dados, ante 38 Megabytes no ano passado.

Os brasileiros estão consumindo mais dados e congestionando as infovias digitais por vários fatores. Um deles é o aquecimento da economia que aumentou o poder de consumo, estimulando as vendas de celulares e de computadores.

A diretora de Regulamentação Econômica da consultoria LCA, Claudia Viegas, constata que o crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) tem gerado muitas oportunidades de negócios para telecomunicações. Ela menciona que as classes C e D já representam 58% do consumo brasileiro. Em 2020, esse índice subirá para 78%. Em 2020, esse índice subirá para 78%. O reflexo disso é que essa camada vai

O que nos O que nos O que nos O que nos preocupa mais Ž preocupa mais Ž a capacidade de a capacidade de a capacidade de a capacidade de a capacidade de a capacidade de infraestrutura para infraestrutura para infraestrutura para infraestrutura para infraestrutura para infraestrutura para implementa• ‹ o de implementa• ‹ o de implementa• ‹ o de implementa• ‹ o de implementa• ‹ o de implementa• ‹ o de 4G no Pa’ s4G no Pa’ sFrancisco Valim, presidente da Oi

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Medidas do governoO Brasil traça no momento um plano para impulsionar cloud computing no país, envolvendo ações para os setores público e privado. aís, envolvendo ações para os setores público e privado. aí algumas das medidas foram contempladas no programa “TI Maior”, estratégia nacional de software, lançada em agosto último pelo ministro da ciência, Tecnologia e Inovação (McTI), Marco antonio Raupp.

O programa TI Maior tem o objetivo de aumentar a competição do software brasileiro frente aos importados e reduzir os índices de pirataria. a iniciativa prevê ações para fomentar a venda de aplicativos da indústria nacional, principalmente das micro e pequenas empresas pelo modelo de software como serviço (SaaS).

a estratégia foi desenhada pelo governo federal com base em um diagnóstico que avaliou dez países com experiências bem-sucedidas. “percebemos que a computação em nuvem é um assunto quente e estruturamos um conjunto de medidas para focar esses serviços e apoiar o setor”, informa Rafael Moreira, coordenador de software e serviços do McTI.

O técnico do McTI destaca a necessidade de um alinhamento entre os setores privado e público para incentivar a cadeia de cloud computing no Brasil, que é um modelo novo que gera tanto oportunidades quanto ameaças. Ele observa que o mercado nacional de Tecnologia da Informação e comunicação (TIc) vem ganhando importância nas discussões do governo federal pelo seu tamanho. Segundo a consultoria IDc, o setor de TIc movimentou 197 bilhões de dólares em 2011 e respondeu por 4,4% do produto Interno Bruto (pIp) do Brasil.

Moreira acredita ser possível criar uma cadeia para explorar serviços na nuvem, com modelos envolvendo os setores privado e público. Entre as iniciativas para impulsionar cloud computing no Brasil, ele anunciou que somente o McTI deverá destinar 50 milhões de reais nos próximos dois anos. Os recursos serão aplicados em programas para apoio a empresas que vão explorar esse mercado.

como parte desse esforço, a Financiadora de projetos Especiais (Finep) apresentará ainda neste ano uma linha de crédito para projetos de inovação em nuvem. Os recursos serão liberados por meio de subvenção econômica do órgão de fomento do McTI.

O plano estratégico avalia também a adequação de infraestrutura para processamento das aplicações em nuvem. O técnico do McTI observa que o Brasil é o mercado da américa Latina com maior oferta de data centers e com espaço para crescer. porém, tem o gargalo das telecomunicações, que é uma das barreiras para contratação dos serviços devido aos altos custos da conectividade.

Moreira compara que os gastos para operar um data center em Miami (EUa) são mais baixos do que no Brasil. Sua expectativa é que a rede de telecomunicações que a Telebrás está construindo consiga reverter esse quadro para incentivar a adoção do modelo de cloud computing.

IaaS em órgão públicos – O governo federal desenvolve também o

seu modelo de adoção de cloud computing. Um projeto foi criado pelo McTI em parceria com a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do planejamento, Orçamento e Gestão, estabelecendo regras da administração federal para entrar na nuvem.

Um comitê Interministerial foi formado pelos dois órgãos com participação de companhias estatais para definição da plataforma padrão que será usada para processar aplicações do setor público na nuvem. Já estão rodando cerca de seis pilotos envolvendo a Empresa de Tecnologia e Informações da previdência Social (Dataprev), o Serviço Federal de processamento de Dados (Serpro) e o Laboratório Nacional de computação científica (LNcc)c)c .

Durante a execução desses testes, o grupo buscará padrões para que a plataforma de serviços de cloud seja compatível com os sistemas de TI de outros órgãos e do mercado. Esse trabalho deverá contar também com a participação do setor privado.

além da busca de padrões, o governo federal está definindo questões regulatórias. Uma delas é a criação da lei de proteção para dados pessoais para garantir a segurança das aplicações que vão trafegar pela nuvem. Um projeto de lei está em fase final de elaboração pelo Ministério da Justiça para ser enviado ao congresso Nacional. Moreira lembra que o Brasil é o único mercado do Mercosul que não tem regulamentação nessa área.

Brasil a caminho da copa do Mundo – O Brasil se aquece para tentar colocar 4G em campo em tempo da copa do Mundo. pelos termos do edital, as operadoras que compraram as novas faixas são obrigadas a colocar as redes 4G em operação até 30 de abril do próximo ano nas cidades-sede da copa das confederações, que será realizada um ano antes da copa do Mundo. Já a cobertura dos serviços nas cidades-sede e subsedes do mundial de futebol tem de estar disponível até 31 de dezembro de 2013.

como faltam apenas seis meses para que as operadoras atendam ao primeiro prazo, há questionamentos no mercado se há tempo hábil para que as companhias consigam cumprir a meta. Entretanto, o governo garante que as empresas se comprometeram com as datas quando participaram do leilão e que as novas redes ficam prontas sim um ano antes da copa.

a anatel já assinou o contrato com as companhias autorizando o lançamento comercial dos serviços comercialmente. para João Rezende, presidente da anatel, a agência está obedecendo aos cronogramas previstos e que não há atraso por parte do órgão regulador.

O ministro das comunicações paulo Bernardo confirma que o Brasil terá 4G bem antes do mundial de futebol. “O governo está trabalhando para resolver os problemas com antecedência, pois há mais de dois anos até a copa”.

para o presidente da Oi, Francisco Valim, os cronogramas da construção das redes 4G não são o que mais gera ansiedade. “O que nos preocupa mais é a capacidade de infraestrutura”, afirmou destacando a dificuldade para instalação das antenas para prestação do novo serviço nas cidades.

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comparar mais serviços e incrementar a cesta de produtos de comunicação.

A classe C será o grande alvo do segmento. “Hoje, os três sonhos de consumo dessas pessoas são smartphone, notebook e iPad”, conta a executiva. Resultado disso é a explosão no Brasil de celulares, que faz do País o quinto maior mercado do mundo dessa tecnologia, atrás da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. O País encerrou setembro com 258,9 milhões de linhas móveis ativas, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O Brasil avança também no consumo de smartphones e já ocupa o 10o lugar no ranking global, devendo encerrar 2012 com a venda de 15,4 milhões de terminais dessa categoria. O número está quase próximo da comercialização de PCs, com previsões para terminar o ano com a entrega de 17,6 milhões de unidades, o que faz do Brasil o terceiro maior do mundo no mercado de computadores.

Investimentos do setor Com o grande número de equipamentos conectados à internet, as redes de telecomunicações terão de estar preparadas para suportar a grande explosão de tráfego de dados. Os estudos de mercado apontam para o aumento da transmissão de vídeo, que são aplicações que consomem mais banda.

A associação GSMA, que congrega operadoras de celular, prevê que a Copa do Mundo, por exemplo, deverá trazer mais de 1 milhão de conexões em roaming, gerando 300% do tráfego de dados normal por um período de oito semanas. Os analistas estimam que, durante os Jogos de Londres de 2012, foram transmitidos 60 GB de dados na rede no Parque Olímpico a cada segundo, e que esse número tende a crescer bastante nos próximos quatro anos.

Preparar a infraestrutura para dar Preparar a infraestrutura para dar vazão às novas aplicações é o grande

4G chega antes 4G chega antes 4G chega antes 4G chega antes do mundial

de futebol. O governo est‡ governo est‡ governo est‡ governo est‡ trabalhando trabalhando

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anteced• nciaanteced• nciaPaulo Bernardo,

Ministro das Comunicações

desafio do setor de telecom, considerado importante para o desenvolvimento econômico e social do País. Essa é uma indústria de capital intensivo. Nos últimos 14 anos, após a privatização em 1998, o segmento investiu 260 bilhões de reais, que atualizados chegam a 390 bilhões de reais, segundo dados da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).

Para 2012, a previsão de desembolso de capital do setor para novos projetos (Capex) é de 24,5 bilhões de reais, montante próximo aos patamares de 2001, quando as concessionárias de telefonia fixa anteciparam investimentos para poder iniciar a oferta de novos serviços.

Como resultado desse aporte, a infraestrutura de telecomunicações cresceu e conta hoje com mais de 240 mil quilômetros de cabos com multifibras ópticas, que já alcançam 331 milhões de clientes, segundo levantamento da Telebrasil. A telefonia levantamento da Telebrasil. A telefonia móvel chegou a 5.564 municípios, onde

moram 99,9% da população. Entre essas cidades, 3.066 possuem redes 3G, com cobertura de 86,7% dos moradores.

Até setembro, o País somava 330 milhões de assinantes de telecomunicações, incluindo TV paga, banda larga e telefonias fixa e móvel. São consumidores ávidos por tecnologia que gostariam que as redes oferecessem serviços de qualidade e internet com alta velocidade para acesso em qualquer lugar por meio dos mais variados dispositivos.

Nem sempre esses anseios são atendidos. Em julho, o setor levou um puxão de orelha da Anatel com a suspensão de vendas de chips de celulares pela precariedade dos serviços. A forma que o órgão regulador encontrou para evitar que essa situação volte a acontecer é com o monitoramento dos serviços, que começa com a medição da qualidade da banda larga fixa a partir de novembro. Os controles vão-se estender novembro. Os controles vão-se estender também para a internet móvel. n

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CARREIRA 8 dicas para reter talentos na empresa

EXECUTIVE COACH É hora de atrair os estudantes para a TI

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GESTÃO Como criar valor com habilidades de liderança 3

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negócios • tecnologia • liderançanegócios • tecnologia • liderança

Trabalhar Com empresas InICIanTes pode esTImular a Inovação. ConTudo, são neCessárIos CuIdados para que a deCIsão não gere prejuízos

ao negóCIo. veja Como os CIos esTãTãT o se saIndo

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K athleen healy-Coll ier*

*Kathleen Healy-Collier é diretora administrativa do Hospital Infantil Le Bonheur e membro do Conselho Executivo de CIOs.

não vim da área de tecnologia, mas sempre estive ligada a ela e, finalmente, reconheci que a TI oferece uma riqueza de oportunidades para o futuro dos

cuidados de saúde. Hoje, isso é mais claro do que nunca.A informação é fundamental na saúde, mas é muitas

vezes fragmentada em todo o sistema. Para criar soluções no Hospital Infantil Le Bonheur, no nosso Centro de Conhecimento em Informática e Suporte à Decisão (KIDS – Center for Knowledge Informatics and Decision Support), minha equipe de TI foi além da aplicação de inteligência de negócios. Teve de compreender o cotidiano de analistas de todo o sistema hospitalar para ajudar todos os nossos líderes na tomada de importantes decisões estratégicas, clínicas e administrativas.

Somos um dos poucos hospitais nos Estados Unidos com a iMRI, ferramenta que permite aos médicos coletar imagens de alta resolução, antes, durante e depois de uma operação. A tecnologia também permite que neurorradiologistas leiam essas imagens enquanto a operação está em andamento, e ainda realizar consulta com os médicos em tempo real, reduzindo – ou até mesmo eliminando – a necessidade de visitas de acompanhamento ou cirurgias. Isso, obviamente, alivia a carga de recursos no hospital, mas o importante é que ele significa menos desgaste físico e emocional do paciente e da família. Esse é o tipo de impacto que é possível.

Essa compreensão sobre os benefícios do grande alcance da tecnologia na saúde é um esforço contínuo. Eu sempre tive grande apoio de pessoas acima de mim. Algumas têm servido como mentores pessoais, enquanto outras têm fornecido apoio e orientação profissional que me permitiu aprimorar e expandir meu trabalho.

O doutorado em administração de saúde leva-me a um passo adiante, dando-me as ferramentas para ampliar minha visão e expandir o conhecimento, começando com a legislação do setor, e se estendendo até as necessidades dos contribuintes e pacientes. Francamente, isso me permite pensar mais como um CEO.

Se eu quiser tirar o máximo proveito das oportunidades que estão lá fora, sei que preciso fortalecer minhas habilidades como líder. A tecnologia é fundamental para o futuro dos cuidados de saúde, e tomando a responsabilidade para o meu crescimento, posso traduzir a minha experiência em maior valor para mim e para os outros. CIO

o Cio deve usar as habilidades de liderança de negócios para criar mais valor

opinião

além da tecnologia

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Contratar os melhores profissionais de TI é apenas uma das funções do gerente da área. Manter os funcionários de destaque pode ser uma tarefa ainda mais difícil

Rich hein, ciO/eUA Rotatividade de funcionários é um assunto caro para os empregadores. O tempo consumido para procurar,

contratar e treinar pessoas é algo crítico para os negócios e, naturalmente, a empresa quer proteger seu investimento. Então, o que você pode fazer para aumentar a retenção na companhia?

“O mais importante na atração e retenção de funcionários é a cultura da empresa”, opina Matt Chasen, CEO da uShip, no Texas (EUA), que oferece frete, bens domésticos duráveis e serviços de transporte de veículos. “Tudo começa com o processo de entrevistas, fase fundamental para os candidatos que vão até o nosso escritório”, completa.

De acordo com Chasen, uma vez lá, o objetivo é levá-los para conhecer o máximo de funcionários possível para que possam ter a sensação de como é trabalhar na uShip e para que o empregador veja como os candidatos se encaixam na cultura da companhia. “O que temos feito bem é criar uma grande cultura. Essa foi a estratégia que desenhei para ser mais eficaz em reter e atrair talentos.” Os resultados estão na baixa taxa de rotatividade

da uShip, que em julho era de 1,5%. O que é preciso, então, para construir uma

grande cultura e manter colaboradores atuais e atrair novos? Aqui estão oito ações que você pode colocar em prática para impedir que seus funcionários abandonem o barco.

1 Expresse claramente as expectativas

Isso pode parecer algo simples, mas não é. Você, provavelmente, em algum momento da sua carreira, teve um chefe que desejava ser mais claro ao distribuir tarefas, responsabilidades e projetos. Hoje, os funcionários de TI são inundados com tarefas e responsabilidades. Se você não deixa claro seu trabalho, como é possível avaliar seu desempenho? Expectativas claras tornam a vida de todos mais fácil.

2 Fomente linhas de comunicação abertas

Na uShip, a cada semana, diz Chasen, as equipes se encontram e todos os temas de discussão são abertos. Do mais novo ao mais antigo funcionário, todos são incentivados

carreiradicas para aumentar a retenção de talentos8

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a compartilhar suas ideias com o grupo. Ter uma política de portas abertas também contribui para a adoção da comunicação aberta. Profissionais que se comunicam mais terão um efeito positivo sobre a moral e são como um espelho para os colegas.

3 Ajude seus funcionários a crescer

Esse item pode ser colocado em prática de muitas formas, incluindo treinamento interno ou reembolso para os externos. “Você perde as estrelas se não oferecer um caminho para o progresso”, avalia Chasen. Mostre uma direção clara para o avanço da carreira e faça o que puder para ajudar seus funcionários a alcançar objetivos.

4 Valorize e promova os profissionais

Quando as pessoas observam como um funcionário ganha mais responsabilidade e credibilidade, e progride rapidamente, ele contamina os demais.

Se um colaborador sente-se em um beco sem saída e não há espaço para o avanço, ele estará mais propenso a procurar um novo emprego. Clareza sobre o caminho para a evolução pode oferecer paz de espírito e ajudar a afastar a ideia de encontrar outro emprego.

“Temos programas de mentoring e educação e quando as pessoas observam como alguém cresceu rapidamente na carreira elas também desejam aquilo”, ensina Chasen.

5 Ofereça prêmios Fornecer prêmios em dinheiro é uma

alternativa sólida para promover a fidelidade e garantir que os empregados cumpram ou superem as expectativas. Mas lembre-se de recompensar os funcionários que estão no topo de acordo com o mérito.

6 Forneça benefíciosA uShip emprega um chef em tempo

integral que faz o almoço todos os dias para os funcionários e café da manhã às sextas-feiras. “Quando eles saem para o almoço, estão desconectados”, observa Chasen. “Preparar almoços em casa incentiva os profissionais a comerem juntos”, justifica.

Chasen também diz que o investimento para

contar com um chef em tempo integral e outras regalias é menor do que encontrar e trazer alguém novo para a empresa com a velocidade que os negócios demandam. Pequenas ações podem contribuir para manter seus empregados animados para ir ao trabalho.

7 Conheça seus funcionáriosA maioria das empresas realiza uma

entrevista quando o colaborador está de saída. Mas essa atividade não produz informação suficiente ou necessária para manter os demais. A melhor pergunta a fazer é: por que os funcionários decidem ficar?

“Entrevistas desse tipo exigem confiança e essa pode ser uma ferramenta mais eficaz para as empresas”, disse Susan Torroella, presidente e CEO da Columbia Medcom, em artigo recente na revista Forbes. Essa é uma ótima maneira de saber o que é necessário para manter o pessoal interno feliz.

8 Forneça bons benefíciosBenefícios para a saúde são vitais na

remuneração de um empregado. Geralmente incluem planos médicos, odontológicos e seguro de vida. Outros permitem que funcionários trabalhem remotamente, tenham horários flexíveis e contem com creches para os filhos. Fornecer bons benefícios pode fazer com que eles pensem duas vezes antes de procurar outro lugar para trabalhar.

Crie uma cultura corporativa positivaQuando saírmos da recessão econômica e mais empregos de TI tornarem-se disponíveis, os empregadores precisam estar em sintonia com as necessidades e desejos de seus colaboradores. Se não fizerem isso, correm o risco de sofrer uma fuga em massa de talentos.

Em tempos altamente competitivos, oferecer mais dinheiro nem sempre é a resposta. “Você tem de acenar mais do que com o salário para atrair e reter pessoas”, diz Chasen. Criar uma cultura positiva e manter uma declaração clara da missão é um ótimo começo. O exercício de atrair pessoal nunca acaba e de tempos em tempos você precisa se perguntar: “O que mais posso fazer para manter meus profissionais satisfeitos?”. CIO

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gestão

Startupsestratégia de risco?

CIOs dizem que parceria com empresas iniciantes pode impulsionar a inovação. Por outro lado, pode ser um completo fracasso. Saiba como gerenciar o relacionamento e obter sucesso

Stephanie Overby,CiO/eUa

gestão

Startups?Trabalhar comStartupsTrabalhar comStartups

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Há alguns anos, Rob Duchscher teve a chance de assinar um contrato com uma startup de automação de

teste de software. Duchscher, agora CIO da Starkey Industries, maior fabricante de aparelhos auditivos nos Estados Unidos, fez sua diligência. As finanças estavam em ordem, os líderes da empresa tinham um histórico de sucesso, e a tecnologia da startup apresentava diferenciais competitivos importantes.

Entretanto, depois de algum tempo, a startup fechou as portas e Duchscher teve de arcar com as consequências. “Estava perdido”, lembra o executivo. Essa não foi a primeira vez que Duchscher apostou em uma empresa nova e não foi bem-sucedido. Algumas parcerias não sobreviveram porque os negócios foram comprados ou faliram.

Provavelmente, essa não será a última vez que Duchscher se depara com a situação. Ao contrário de alguns líderes de TI, Duchscher não seleciona fornecedores com base em seus nomes, ou presença no mercado. “Muitos dos meus colegas são avessos ao risco. Eles querem fazer a escolha mais segura”, diz o CIO, que antes de assumir a TI da Starkey Industries foi vice-presidente de Engenharia de Software e gerente de Programa de Pesquisa e Desenvolvimento. “Escolhas seguras levam a uma cultura de status quo, que, hoje, pode tornar difícil a sobrevivência ou a rentabilidade”, afirma.

Cada vez mais os líderes de TI, frustrados com fornecedores tradicionais, estão vendo o apelo de parcerias com startups. “O desejo de menor risco afundou CIOs e os fez investir mais em pesquisa e desenvolvimento”, observa Christine Ferrusi Ross, diretora de Pesquisas da Forrester. “Eles trocaram o risco de um pequeno fornecedor para tornaram-se reféns de outro com quem eles não têm nenhuma influência”, completa.

Não é apenas a influência que direciona a atenção de líderes para fornecedores iniciantes de TI. Startups são mais flexíveis com condições de preço e características do produto. Seus contratos levam semanas para serem negociados em vez de meses e implementações tornaram-se muito mais rápidas.

“Novos negócios são os principais impulsionadores da inovação na indústria de TI”, avalia Mark Settle, CIO da BMC

Software. “Uma série de startups não apenas está contribuindo para resolver problemas, como também os solucionando de forma mais rápida”, acrescenta Ben Haines, CIO da Pabst Brewing, fabricante de cervejas.

Mas trabalhar com startups também tem seus desafios. Elas não têm processos e estruturas de suporte ao cliente e seus lançamentos e atualizações exigem supervisão adicional. Assim, CIOs terão sempre de andar de mãos dadas com empresas do tipo durante o relacionamento.

“São necessários tempo e envolvimento direto. Mas se você está realmente recebendo uma proposta de valor única que não pode conseguir em outro lugar, tem de estar disposto a investir nessa aliança”, ensina Tracey Rothenberger, CIO da Ricoh, fabricante de copiadoras, suprimentos e gestão de documentos de tecnologia. “Não trabalhamos com startups em algumas partes do negócio. Estamos fazendo isso com os vendedores que terão a capacidade de ser verdadeiramente transformadores para nós.”

O outro lado “Startups são uma boa maneira de experimentar o limite de suas prioridades e posicionar sua empresa como inovadora”, diz William Hsu, cofundador da aceleradora de startups MuckerLabs.

Mas uma seleção cuidadosa da startup pode causar um impacto extremamente positivo para os negócios. Foi o que descobriu Rothenberger. “Estamos tentando obter uma vantagem para o nosso negócio, migrando para um modelo de tecnologia progressiva muito mais rapidamente”, comenta.

Há nove anos, Rothenberger precisava de uma solução para o serviço móvel da Ricoh, atendendo à equipe que ficava em campo. A demanda era por algo que permitisse acesso ao estoque de peças e chamadas de despachados em campo. Na época, o mercado era pouco maduro e apenas alguns fornecedores se aventuravam nesse universo. Rothenberger decidiu, então, estabelecer parceria com um novo fornecedor. “Eles tinham uma tecnologia incrivelmente boa, e isso nos possibilitou grande vantagem competitiva”, explica. “Adotamos essa estratégia porque era fundamental para o nosso negócio.”

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O aumento da resposta [e da influência sobre design de produtos] está entre as design de produtos] está entre as designvantagens que outra empresa conquistou ao seguir a mesma ideia de Rothenberger. O CIO da Clorox, Ralph Loura, recorre a startups quando está em busca do que ele chama de “sistemas de combate”, que são ferramentas que permitem nova abordagem para o desenvolvimento social dos negócios.

Empresas novas são visivelmente mais rápidas e ágeis para atender às necessidades dos clientes. Quando Loura solicitou a um parceiro apoio na integração de um sistema legado, a empresa começou a trabalhar imediatamente. “Um fornecedor tradicional pode consumir de 18 a 24 meses para colocar em prática a demanda”, diz. “A startup que trabalhamos efetuou o trabalho em menos de quatro meses. Ela focou na agilidade e não na gestão do ciclo de vida do produto”, observa.

Duchscher gosta da atenção. “Ao trabalhar com gigantes, você pode obter uma visita trimestral ou alguém perguntando ao final do ano fiscal o que eles podem fazer por você. Isso me deixa louco”, comenta. “Com uma startup, há mais interação. Você sabe quem

são os engenheiros e os proprietários, e eles estão ativamente envolvidos no projeto e no seu andamento”, diz.

Onde elas estão?Os CIOs podem encontrar empresas iniciantes em todos os lugares. Por meio de networking, fóruns, relatórios de analistas ou pesquisas no Google. “Qualquer CIO que está tentando conquistar vantagem competitiva por meio do uso da TI realmente precisa de um mecanismo para continuamente avaliar o cenário de empresas de tecnologia de fase inicial”, diz Settle, da BMC.

Um dos melhores caminhos para encontrar empresas novas, de nicho, é localizar companhias de capital de risco. Muitas se especializam em um tipo de tecnologia - cloud, mobilidade, colaboração - e assim fica mais fácil de identificar potenciais parceiros. Mais importante do que descobrir o mais novo fornecedor no mercado, no entanto, é encontrar o certo.

A Compellent Technologies estabeleceu parceria com a Duchscher, que precisava de produtos para matriz de disco. A Duchscher

1 Qual é a sua fonte de capital operacional, e quanto ual é a sua fonte de capital operacional, e quanto tempo você pode operar a receita nos níveis atuais?tempo você pode operar a receita nos níveis atuais?

2 Quem são os seus assessores?uem são os seus assessores?

3 Você tem um produto em produção?ocê tem um produto em produção?Você tem um produto em produção?V

4 Quem são os seus funcionários-chave, e como você vai mantê-los?Quem são os seus funcionários-chave, e como você vai mantê-los?

5 Qual característica do seu produto pode ser facilmente ual característica do seu produto pode ser facilmente reproduzida pelos concorrentes?reproduzida pelos concorrentes?

6 Qual porcentagem de seus usuários são clientes pagantes?ual porcentagem de seus usuários são clientes pagantes?

7 Qual é o road maproad map do seu produto, e quantas vezes ele mudou?road map do seu produto, e quantas vezes ele mudou?road map

8 Quanto você está gastando em segurança e conformidade?uanto você está gastando em segurança e conformidade?

9 Quantos contratos recorrentes existem? Quantos contratos recorrentes existem?

10 Qual é a sua estratégia de saída?ual é a sua estratégia de saída?

dez perguntasperguntas a fazer antesde usar umauma startup

Usar uma empresa de tecnologia pouco conhecida pode trazer grandes

benefícios, mas requer alguns cuidados

Transforme seus eventos emuma experiência inesquecível.

Seja qual for o tamanho do seuevento e da sua verba, nós temos uma

solução criativa para sua empresa.

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Transforme seus eventos emuma experiência inesquecível.

Seja qual for o tamanho do seuevento e da sua verba, nós temos uma

solução criativa para sua empresa.

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buscava fabricantes tradicionais como IBM e EMC, mas viu uma oportunidade com a Compellent. “Eles eram uma pequena loja”, lembra Duchscher. Então, a Duchscher fez o que sempre pregou: conhecer a companhia.

“Eu gosto de ir ao fabricante da tecnologia e realmente conhecê-los”, revela. Eles tinham uma matriz de disco inteligente, um diferencial que não havia sido apresentado pelas outras do mercado. Os líderes tinham fortes antecedentes e a solução era 25% mais barata do que as opções avaliadas.

Viabilidade financeira é sempre importante no momento da escolha, lembra Ross, da Forrester. Mas se você julgar startups por meio do quesito rentabilidade, excluirá 90% delas da lista de possíveis parceiros, completa.

“Mais do que escolher a solução de um ou outro fabricante, é preciso lembrar que a empresa tem uma necessidade. Identificamos cinco ou seis soluções e chegamos à escolha final”, ensina Loura, da Clorox. “Essa lógica precisa ser invertida na avalição de startups. A questão não deve ser filtrá-las e sim entender como a empresa pode ajudar a fechar lacunas”, aconselha.

Muitas vezes, os CIOs têm métricas ou diretrizes para avaliação da viabilidade financeira. Geralmente, eles avaliam quem financia a startup, quantos contratos eles têm atualmente e como é o fluxo de caixa. “Eu não posso fechar negócio com uma empresa sem dinheiro, comandada por dois profissionais que improvisaram um escritório na garagem”, diz Rothenberger.

Quando Haines procurava por uma ferramenta de compartilhamento de arquivos na sua função anterior como diretor de arquitetura da Red Bull América do Norte, ele considerou o uso do Dropbox, mas voltou atrás quando se deu conta de que não haveria suporte empresarial. Então ele encontrou a Box. “Eu os contratei na Red Bull e implementei a tecnologia também na Pabst”, relata.

Em vez de olhar a parte financeira, Rothenberger, por sua vez, consome mais tempo na avaliação da tecnologia. “Você pode achar que tem um conceito fantástico, mas não é maduro o suficiente para a sua organização”, avalia. Alertas vermelhos incluem um sistema beta perpétuo ou um road map que muda a todo o momento.

Loura observa a portabilidade. “Se uma solução exige integração substancial ou desenvolvimento, e é difícil de ser implementada, penso que então teríamos uma preocupação maior”, afirma. Ferramentas de Business Intelligence (BI) e análises geralmente são mais difíceis de serem vendidas, por exemplo. “O investimento em treinamento ao usuário final, banco de dados e integração seria significativo e não é fácil migrar para outra plataforma”, avalia Loura.

Já Gaunt, do NHS, olha para os veteranos empreendedores com histórico de sucesso comercial. “Estávamos pensando em contratar uma empresa na qual o tecnólogo-chefe era incrivelmente brilhante. Mas ele não era tão bom em negócios”, diz Rothenberger, que optou por não trabalhar com a companhia. “Eles tinham o melhor produto, mas tive de tomar essa decisão”, assinala.

Quando a tinta secaUm dos maiores problemas para os líderes de TI que escolhem fornecedores de TI de nicho é a integração. “É difícil”, admite Haines. “Você tem de se certificar de que o pessoal é treinado em todas as APIs e plataformas diferentes disponíveis no mercado”, completa.

Dores de cabeça com o gerenciamento de fornecedores também aumentam. “A maioria não tem excelência na gestão de seus parceiros tecnológicos. Então, a governança torna-se um grande problema”, diz Ross, da Forrester. “É preciso dividir a responsabilidade com outra pessoa que trabalhe em estreita colaboração com o fornecedor de nicho, mas também é necessário certificar-se de que toda a equipe sabe administrar fornecedores.”

Outro desafio pode ser o atendimento ao cliente. “Muitas startups não têm processos bem-estruturados e não trabalharam com mil clientes”, observa Hsu, da MuckerLabs, que construiu a BuildPoint, sistema de licitação para construção. “Suporte e resolução de problemas pós-venda são pontos que você tem de trabalhar antes da assinatura dos contratos.”

Funcionários de empresas iniciantes têm, muitas vezes, múltiplas funções. Eles atuam no desenvolvimento de produtos, implementação de projetos e suporte ao cliente. “O lado positivo é que esse tipo de companhia é menos burocrático”, aponta Settle, da BMC. “Já o

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O Ministério de Ciências, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou no Diário Oficial da União portaria que institui o Programa de Aceleração de Empresas de Software e Serviços de Tecnologias da Informação (Start-Up Brasil). A iniciativa faz parte da estratégia do TI Maior, lançada em agosto deste ano, para aumentar a competi-ção desse setor no mercado local e externo. A meta do governo federal é investir 40 milhões de reais para acelerar 150 empresas startups de software e serviços de TI até 2014, sendo que 25% delas serão companhias internacionais localizadas no País.

Para fortalecer esse setor, o programa Start-Up Brasil traz uma série de medidas de estímulo ao empreendedorismo. Entre as quais a criação de ecossistemas digitais e aceleradoras para apoiar esses negócios. De acordo com a portaria do MCTI, rece-berão apoio empresas recém-estabelecidas que desenvolvam produtos, processos ou serviços com características inovadoras, garantidas por atividades de pesquisa e desenvolvimento, com objetivo de inserção no mercado.

O fortalecimento dessas startups será por meio de aceleradoras, que são empresas especializadas em alavancar projetos inovadores. O governo vai lançar até novem-bro um edital para selecionar aceleradoras que vão estimular o empreendedorismo em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Segundo Rafael Rodrigues Moreira, diretor de Software e Serviços de TI do MCTI, serão escolhidas inicialmente entre quatro e seis aceleradoras, que terão a meta de estimular 40 startups.

As aceleradoras vão abraçar startups que tenham projetos que podem se tornar competitivos no mercado local e internacional. O papel delas é oferecer aos em-presários acompanhamento e aconselhamento por tempo indeterminado nos as-pectos técnicos, jurídicos e mercadológicos. Elas também se encarregarão de apro-ximar as startups dos empreendedores e empresas nascentes a potenciais clientes e investidores.

ecossistemas digitais – O programa de aceleração de startups contará com o apoio também de ecossistemas digitais, formados por um conjunto de atores, processos e modelos de negócio relacionados às cadeias produtivas de diferentes setores da economia, intensivas em TIC. O Programa Start-Up Brasil será coordenado pela Secretaria de Política de Informática (Sepin), do MCTI, e contará com o suporte de outros órgãos do governo e entidades de classe como Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) e Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex).

no Brasil

lado negativo inclui o fato de que os mesmos recursos técnicos apoiam outros projetos de outros clientes”, detalha.

Se sua empresa faz parte da Fortune 500, que trabalha com grandes fornecedores de TI, provavelmente você está acostumado a contar com uma gestão forte por parte do vendedor. “Negócios menores concentram-se em produtos em desenvolvimento ou que ainda nem saíram do papel”, comenta Ross. “Não há pessoas para gestão de relacionamento.” O cliente tem de tomar as rédeas e definir as expectativas para a comunicação.

Enquanto a velocidade de lançamentos e atualizações de startups é um grande diferencial, elas também exigem uma supervisão mais técnica. “Consumimos

mais tempo para realizar testes antes de lançamentos”, diz Rothenberger. “Os fornecedores menores têm menos controle, então os problemas podem aparecer mais rapidamente.”

Também pode haver resistência interna da TI para estabelecer parceria com negócios iniciantes. “O paradoxo na maioria dos departamentos de TI é que a equipe se queixa de que eles passam o tempo todo tentando manter tecnologias legadas e que não há nenhuma inovação em curso”, indica Settle, da BMC. “Mas quando os esforços são feitos para avaliar protótipos de novos produtos de startups, todo mundo reclama que eles já têm muito trabalho a fazer.”

CIOs sempre falam que a relação com os

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gest

ão

tenha comprado uma única peça de software diretamente deles. Essa empresa de ERP adquiriu companhias menores, entre elas a startup com a qual tinha negócios.

“Às vezes é um negócio comum, mas em outras, a empresa que compra a startup faz muitas alterações na estratégia e muda os rumos”, relata.

Na Pabst, Haines está esperando para ver como a aquisição da Yammer pela Microsoft irá se desenrolar no longo prazo. “Estou um pouco nervoso”, admite Haines. “Eu falei com eles, e eles têm sido abertos sobre a Yammer, que deverá permanecer independente, o que é bom.”

Hoje, Duchscher, da Starkey, está lidando com as consequências da venda da Compellent para a Dell. “Nós não estamos observando o nível de resposta que vimos quando era apenas a startup Compellent” , destaca. “Estou feliz pela Compellent, mas não foi a melhor jogada para a Starkey. Quando eu tinha um problema, antes, eu poderia pegar o telefone e ligar para o presidente para a ação imediata. Agora, eu não tenho o número do presidente da Dell.”

“Essas startups podem não necessariamente se tornar gigantes, mas realmente podem ter seu espaço”, diz Ross, da Forrester. “E os fornecedores podem começar a assumir as características [que os CIOs] estavam tentando evitar.”

Trabalhar com startups não é para todos. Joe Fuller abriu uma empresa de software de ponto de venda para lojas especializadas. Seu empregador, a Dominion Enterprises, investiu em um programa acelerador de startups chamado Hatch. No entanto, como CIO da Dominion Enterprises, ele não compra produtos ou serviços de startups.

“Estamos lidando com grandes fornecedores de produtos e serviços caros, como armazenamento em disco e conexão à internet”, explica Fuller. “São negócios de forte capital, com os quais as startups realmente não podem competir.”

Fuller não descarta as startups totalmente. Mas declara: “A maioria delas está subcapitalizada... e elas não podem sobreviver a qualquer contratempo. Como CIO, eu não posso me dar ao luxo de fazer negócio com uma empresa inovadora que oferece um produto único por um preço ótimo se eu estiver com medo de que eles saiam do mercado.” CIO

fornecedores deve ser de parceria, mas que muitas vezes esse discurso acontece apenas da boca para fora. Ao trabalhar com uma startup, estabelecer uma verdadeira aliança é vital.

“Você não pode simplesmente efetuar a compra da tecnologia e ir embora. Não é como trabalhar com a Microsoft ou a Oracle”, afirma Duchscher. Com startups, “as ações são fluidas, as decisões são tomadas de forma rápida, e você precisa ficar em cima disso.”

Na Pabst, Haines trabalha com alguns negócios extremamente novos. “Essa configuração torna cada startup um minigrupo de pesquisa e desenvolvimento externo”, explica Haines. “Eles estão nos ajudando muito e contribuímos para a construção de produtos”, completa.

Rothenberger, da Ricoh, buscou empresas de venture capital para encontrar três de seus parceiros. “É uma maneira mais íntima de se engajar. Assim, pude entender qual caminho as startups estão seguindo nas próximas rodadas de financiamento, seus últimos seis meses de finanças e estratégias para tornar a empresa

pública ou vendê-la”, diz. “Inicialmente, você está apenas comprando a tecnologia. Mas como a relação evolui, você quer ver a companhia obter sucesso.”

Muita personalização pode dificultar o relacionamento com uma startup. “Meu papel não é impulsioná-los. Minha função é atuar como mentor”, pondera Rothenberger. “Estou contratando essas companhias porque seus produtos são únicos. Se eu soubesse como construí-lo melhor do que eles, teria feito dentro de casa.”

O fim do jogoStartups não são startups para sempre. Loura, CIO da Clorox, diz que um de seus projetos agora está sendo executado por um grande fornecedor de ERP, embora ele não

Rob Duchscher, CIO da Starkey

“Trabalhar com startups exige um gerenciamento maior, não é possível simplesmente efetuar a compra e ir embora. Não é como trabalhar com Microsoft ou Oracle”

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STARTUPS INVESTIDORES

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Pela primeira vez no Brasil, o mais importante evento mundial do IDG com foco em inovação e empreendedorismo

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executiveMartha heller*

* Martha Heller é autora do livro The CIO Paradox, presidente da Heller Pesquisa Associates, e CIO de uma empresa de recrutamento de executivos.

eis um paradoxo: a necessidade de contratar grandes tecnólogos é a maior de todos os tempos, mas a oferta de talentos está encolhendo. Matrículas em Ciência da

Computação estão em baixa, os jovens não têm interesse em TI, e “arquiteto experiente de aplicativos móveis” é uma incoerência.

As chaves tradicionais para o paradoxo de talentos de TI - recrutamento e retenção - serão ineficazes enquanto a indústria de produtos de tecnologia continua crescendo. Por que um técnico inteligente trabalharia em sua empresa de seguros, quando poderia conseguir um emprego na Google?

Agora é hora de todos os CIOs ajudarem seus setores. Sair dos escritórios e visitar escolas e faculdades. Falar aos jovens sobre a parte boa da TI, sua importância, e o lucro que ela pode proporcionar. (Definitivamente não esquecer das vantagens financeiras).

Michael Gabriel, CIO da HBO, está fazendo sua parte. Em conjunto com a controladora Time Warner, a HBO produziu “IT is It !”, um vídeo com jovens que exaltam a emoção de uma carreira em TI.

“A maioria dos jovens não tem ideia do que realmente são os empregos de TI”, diz Gabriel. “Há programas de TV sobre carreiras em direito e medicina, mas não em tecnologia.”

Para mudar essa percepção, Gabriel aproximou-se do CIO Executive Council, que sugeriu a produção do vídeo (http://council.cio.com/youth). A iniciativa é uma maneira de atrair os jovens para a indústria de TI, mas também é bom para a Time Warner.

“Os jovens nos conhecem por causa da Time, HBO, CNN e Warner Bros. Agora, eles também nos veem como uma empresa tecnologicamente avançada, por meio de dispositivos móveis e TVs conectadas à internet”, diz Gabriel.

Bill Blausey, CIO da Eaton, usou o vídeo da Warner para promover os esforços em andamento. “Nós o colocamos

no nosso website Regional TI Engagement [RITE]”, diz ele. “Precisamos falar para as crianças que TI pode ser emocionante em outras empresas diferentes da Oracle e da Apple.”

Blausey e líderes empresariais e de ensino superior, a pedido do Conselho de Gestores de Ohio, uniram-se para discutir e responder à preocupação sobre a crise de talentos de TI. O objetivo é envolver a população estudantil local. “Abordamos a nossa missão como faríamos com qualquer iniciativa de marketing: escolhemos nossos alvos, criamos nossa mensagem, e iremos atrás deles.”

Membros do RITE também vão trabalhar com faculdades locais para realizar oficinas à noite, com o objetivo de educar estudantes do ensino médio e seus pais sobre o tema.

Manter o talento local é um problema nos Estados Unidos. “Os alunos de graduação da Universidade do Texas, em Austin, querem migrar para o Vale do Silício”, diz Eric Hungate, CIO da Associação dos Conselhos Escolares do Texas. “Mas há toneladas de postos de trabalho em Austin.” Para envolver os alunos, Hungate ajuda as empresas a construir programas de estágio

e gerencia o InternInAustin, um evento na cidade, que visa reter e atrair talentos para a região central do Texas.

Se não há nada como o InternInAustin na sua região, você pode ter de ser mais inovador. “Ir até à câmara de comércio local e ver o que eles estão fazendo para reter talentos”, sugere Hungate. “Junte-se com profissionais de associações locais de TI; faça uma lista de CIOs e visite escolas, faculdades comunitárias e universidades”, diz ele.

“Quando você fala para os alunos, acene com empregos”, ensina. “Diga-lhes logo de cara que pode fazer um monte de dinheiro com isso. E fomente a paixão.” CIO

Para atrair os melhores estudantes de tecnologia

para a empresa, os CIOs devem vender a ideia de que o Vale do

Silício não é o único lugar onde TI é diversão

coach

A hora de recrutar talentos de TI é agora

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NetGlobe

“Tinhamos o desa�o

de aprimorar a integração entre

nossas equipes e aumentar a produtividade dos

processos de forma inovadora. Para alcançá-los

contamos com o apoio da NetGlobe, um parceiro

altamente especializado nas soluções de videoconferência,

que nos ofereceu suporte total superando todos os

resultados e expectativas.”

A NetGlobe, uma empresa do Grupo NVT, é especialista em Gestão de Ambientes de Videoconferência e Telepresença. A NetGlobe vem facilitando a adoção da tecnologia, com serviços corporativos em nuvem, através de uma central de operações 24x7 com atendimento de classe mundial em Português, Inglês e Espanhol.

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Uma empresa do grupo

Marcio NasserCIO - Tecnologia da Informação

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cases

Brasilcap e Pepsico encontraram no Iaas uma forma de garantir rapidez na adoção e flexibilidade do ambiente de TI alinhada ao negócio A Brasilcap, empresa atuante Brasilcap, empresa atuante

no mercado de capitalização, no mercado de capitalização, migrou quase toda sua migrou quase toda sua infraestrutura de TI para infraestrutura de TI para

a solução de computação a solução de computação em nuvem convergente em nuvem convergente da HP, a CloudSystem da HP, a CloudSystem Matrix. O processo de Matrix. O processo de modernização, que teve modernização, que teve início em 2005 e conta início em 2005 e conta com várias etapas com várias etapas de modernização, de modernização, já trouxe melhorias já trouxe melhorias de negócios para a de negócios para a empresa e agilidade, empresa e agilidade, além de padronizar além de padronizar todo ambiente de TI. todo ambiente de TI.

Com mais de 165 Com mais de 165 mil títulos ativos e uma mil títulos ativos e uma carteira que abriga perto carteira que abriga perto de 2 milhões de clientes, a de 2 milhões de clientes, a companhia depende de uma companhia depende de uma estrutura de TI robusta, flexível estrutura de TI robusta, flexível e confiável para gerenciar todo esse e confiável para gerenciar todo esse universo. E encontrou a solução nos universo. E encontrou a solução nos serviços de IaaS da HP.serviços de IaaS da HP.

De acordo com Felipe Ávila Carneiro, De acordo com Felipe Ávila Carneiro, gerente de TI da Brasilcap, a criação de gerente de TI da Brasilcap, a criação de uma nuvem privada para hospedagem uma nuvem privada para hospedagem do sistema de missão crítica foi o ponto do sistema de missão crítica foi o ponto principal do projeto. “Apostamos na principal do projeto. “Apostamos na tecnologia blade e mudamos a forma tecnologia blade e mudamos a forma de contratação, passando a operar no de contratação, passando a operar no modelo de leasing”, lembra.modelo de leasing”, lembra.

No momento em que a empresa avaliava a cloud, prossegue Ávila, a companhia decidiu implementar o SAP All in One. “Já tínhamos a nuvem. Utilizando as informações vindas da SAP, a HP fez o ‘sizing’ de

Na prática

33 servidores para o projeto. Com o serviço, fizemos tudo em apenas seis servidores”, revela.

A Brasilcap consolidou quase 200 máquinas virtuais em apenas quatro servidores, conseguindo ter visibilidade no uso dos recursos e assim realizando no uso dos recursos e assim realizando ajustes contínuos a fim de obter melhor desempenho e utilização dos recursos de hardware de cada máquina.

A maior dificuldade para a migração foi convencer as diversas áreas da empresa que a estrutura em nuvem

privada era ideal e a melhor privada era ideal e a melhor opção para o projeto e suas opção para o projeto e suas características. “Tivemos características. “Tivemos de estudar muito a de estudar muito a tecnologia em parceria tecnologia em parceria com a HP. Fizemos isso com a HP. Fizemos isso em conjunto porque em conjunto porque apostamos em uma apostamos em uma tecnologia nova no tecnologia nova no Brasil”, ressalta o Brasil”, ressalta o

gerente de TI da Brasilcap, gerente de TI da Brasilcap, que obteve a aceitação que obteve a aceitação

do projeto.De acordo com Ávila, antes, De acordo com Ávila, antes,

a equipe de TI levava duas a equipe de TI levava duas semanas para instalar um servidor semanas para instalar um servidor

Windows e quatro para servidores Windows e quatro para servidores Unix. Atualmente, ele afirma, a Unix. Atualmente, ele afirma, a entrega é feita em 20 minutos e 40 entrega é feita em 20 minutos e 40 minutos respectivamente. “Nossa minutos respectivamente. “Nossa área foi premiada internamente área foi premiada internamente pela rapidez com que o projeto foi pela rapidez com que o projeto foi concluído”, completa.

Antonio Couto, estrategista de cloud Antonio Couto, estrategista de cloud computing da HP Brasil, afirma que, no computing da HP Brasil, afirma que, no projeto de implementação do SAP, se a projeto de implementação do SAP, se a Brasilcap não houvesse optado por um Brasilcap não houvesse optado por um ambiente na nuvem, seria necessário ambiente na nuvem, seria necessário um prazo de 45 dias para receber novos equipamentos físicos somado ao tempo de configuração e instalação inicial das máquinas, o que impactaria diretamente o negócio, além disso, com a implementação da cloud privada, a

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“Isso é importante porque consigo mostrar ao negócio quanto do meu orçamento é gasto com projetos de outras áreas”, ressalta Ávila.

PepsiCoA multinacional PepsiCo, que detém marcas conhecidas como Elma Chips, Toddy e Gatorade, deparou-se com um desafio tecnológico para criar uma campanha de marketing cujo foco é o “Cheebay”, um site de leilões online, em pelo menos 17 países da Europa, Ásia e América Latina. A estimativa da empresa é gerar cerca de 20 milhões de cupons e o público esperado é da ordem de 100 mil consumidores cadastrados.

De acordo com a PepsiCo, com o grande número de usuários e a quantidade de acessos, o sistema de leilões online deveria ser altamente escalável e performático. Além disso, confiável e estável, pois, qualquer falha durante a operação comprometeria o resultado e a marca da empresa.

Para atender à demanda de acessos concentrados, o modelo tradicional de infraestrutura exigiria grande investimento inicial, já que a infraestrutura teria de ser dimensionada para suportar o pico de utilização, inviabilizando o plano de negócios da campanha. Sem contar que, na maior parte do tempo, a carga seria bastante baixa e a infraestrutura ficaria ociosa, gerando grande desperdício de investimento.

A integradora brasileira Dextra propôs a utilização dos serviços de cloud computing da Amazon Web Services (AWS) por suas características de elasticidade e por ser um provedor de infraestrutura como serviço (IaaS) que possibilita a flexibilidade na escolha das tecnologias que fazem parte da solução.

Inicialmente, a integradora executou planejamento de capacidade da infraestrutura necessária (capacity planning). E, depois, projetou e implementou a arquitetura da

infraestrutura na nuvem necessária para suportar a demanda de acessos, sendo responsável por sua operação ao longo de todas as campanhas.

O software de leilões foi projetado e construído como cloud-ready desde o início, tornando-o apto a usufruir das características de escalabilidade horizontal e grande flexibilidade da computação em nuvem.

De acordo com a Dextra, para a execução do projeto, foi aplicada a metodologia Scrum, somada a ferramentas de comunicação e colaboração online, que possibilitou ao cliente acompanhar da Inglaterra a execução dos serviços no Brasil.

O sistema, utilizado para a gestão de conteúdo e de usuários dos leilões, gestão de segurança de usuários, configuração e acompanhamento das campanhas, foi desenvolvido em Ruby on Rails. O CMS também gerencia o site da campanha, com registro de usuários, login, troca de pontos, salas de leilão, lista de prêmios etc.

O mecanismo de leilão encarrega-se de receber e classificar os lances e determinar o vencedor ao final do leilão. Sua arquitetura em duas camadas desacopladas por uma fila de mensagens visa dar grande escalabilidade à solução. Foi desenvolvido em Java EE no servidor de aplicação JBoss pela robustez e os serviços utilizados, como o JBossMessaging Cluster.

O AWS atende ao requisito de escalabilidade sob demanda, segundo a Dextra, e traz o menor custo para o cliente, uma vez que os servidores relacionados ao mecanismo do leilão são ligados somente durante o período dos leilões. Foram utilizados serviços da AWS como o EC2 (Elastic Compute Cloud), para executar as instâncias do JBoss do Auction Engine e as instâncias de Apache/Mongrel para o CMS; o Elastic Block Store (EBS), usado como storage; o Simple Storage Service (S3), para armazenar imagens; e o Elastic Load Balancing, que distribui a carga de acesso entre as instâncias de servidores JBoss e também Apache. n

empresa economizou 1,4 milhão de reais em infraestrutura do projeto SAP.

Vencidos os desafios e implementada a solução, a área de TI da Brasilcap hoje colhe os benefícios da aposta. Do lado de gerenciamento de TI, a área consegue migrar máquinas mais rapidamente, fazer planos de migração de forma automatizada e mapear os servidores, identificando se são físicos ou virtuais. Do lado do negócio, a área hoje consegue tarifar cada serviço de TI, identificando o quanto cada departamento consome de tecnologia.

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indústria

déborah oliveira e solange Calvo

A ordem na indústria é entregar o mais rapidamente possível infraestutura, sob medida para o negócio, e que possa expandir ou

encolher de acordo com a estratégia traçada. O quadro se agrava com a efervescência da modalidade que acumula montanhas de dispositivos móveis integrados à base. Envergada com o peso da demanda, a saída é infraestrutura como serviço (IaaS).

Veterana em IaaS, a Amazon Web Services (AWS) foi uma das pioneiras no modelo ao anunciar sua estratégia em 2006. De lá para cá, adicionou ofertas de armazenamento em nuvem e entrou também no mercado de PaaS. A experiência de longa data a ajudou a ampliar sua força. Levantamento do instituto de pesquisa The 451 Group indica que a Amazon é responsável por 59% do setor de IaaS em todo o mundo. As demais empresas têm, juntas, participação de 41%.

“Temos atuação destacada no mercado por uma série de razões, mas especialmente pela forma como lidamos com o cliente e ainda pela inovação. Todo mês lançamos dezenas de funcionalidades”, assinala José Papo, evangelista da AWS. Ele inclui na lista a performance das soluções e a possibilidade

indústria movimenta-se para saciar a necessidade cada vez maior por infraestrutura elástica e atraente ao orçamento

demandaem linha com a

de construir uma nuvem privada dentro da cloud pública da Amazon.

No ano passado, com a chegada da AWS na América do Sul a partir da operação no Brasil, Papo observa que houve crescimento exponencial dos negócios, embora não cite números, atendendo das pequenas às grandes. “Temos startups e também grandes clientes como Portal Terra e Grupo Pão de Açúcar”, exemplifica. “A infraestrutura tradicional é cara e complexa. Nossa missão é prover de forma rápida e ágil solução para todo o tipo de empresa, permitindo ainda redução de custos”, completa.

O executivo acredita que o modelo possibilita não só a entrada de negócios menores no mercado, como também a expansão para outros países. “Se uma PME quiser partir para a internacionalização, pode rodar o ambiente em qualquer lugar”, destaca.

Ainda que a natureza do IaaS demande muito da infraestrutura de telecom, Papo acredita que esse não é um desafio para a Amazon. “Nossas equipes efetuam constantes análises para identificar se a estrutura atende à necessidade. Colocamos no ar milhares de servidores por dia e esse

cenário requer mais da infraestrutura de rede, por isso a preocupação constante”, diz.

A Ativas também nasceu em meio a um conceito de ruptura tecnológica (a nuvem), descreve Antonio Phelipe, diretor de Tecnologia da empresa, para quem essa característica constitui-se em forte diferencial no mercado.

Muito além de entregar na modalidade IaaS toda a parte de processamento, virtualização na camada de rede e de aplicações e storage, Phelipe adianta que a empresa vai oferecer um novo produto em parceria com a VMware. “É a prestação de software embarcado na infraestrutura”, adianta o executivo que também revela negociar mais novidades com a Oracle e a Microsoft.

Em 2010, quando a Ativas entrou em operação, segundo Phelipe, o mercado não estava amadurecido como hoje e então no bolo de negócios, IaaS representava 30% e o restante era de estrutura dedicada, tradicional. “Agora, certamente essas posições inverteram-se”, diz.

Para estar preparado nesse mercado é fundamental realizar parcerias de peso, na visão do diretor de Tecnologia da Ativas. “Por isso, estamos com os melhores”,

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ressalta, acrescentando que outro ponto decisivo é proporcionar disponibilidade ao cliente. “Quem está na nuvem quer ter a certeza de que pode contar com a sua infraestrutura a qualquer momento. Para tanto, contamos em nosso data center com backbone em fibra redundante e contratos com todas as operadoras do País.”

Assim como na Ativas, a nuvem também é velha conhecida da Microsoft. Em 2008, a empresa assumiu um compromisso em relação ao conceito e desde então vem expandindo a oferta pelas três modalidades: software como serviço (SaaS), plataforma como serviço (PaaS) e infraestrutura como serviço (IaaS).

Esse pacto reflete-se em números. Segundo Paula Bellizia, diretora de Marketing da Microsoft no Brasil, 90% dos desenvolvedores da companhia, que hoje somam 40 mil em todo o mundo, estão direcionados de alguma forma para cloud.

“Mas não nos colocamos de maneira focada em cloud privada ou pública, como a maioria de nossos concorrentes”, sinaliza Paula.” Isso porque, segundo ela, uma única campanha pode ter necessidades específicas para cada uma dessas modalidades. O cliente muitas vezes vai necessitar de um mix [nuvem híbrida]. “Para isso, nossa plataforma pode cobrir qualquer cenário”, explica.

“Oferecemos pilares em nossa solução como o Windows Server 2012 [em nuvem privada] e Windows Azure [em nuvem pública]. Uma combinação poderosa que ainda conta com o System Center 2012 para todo o gerenciamento”, destaca Luciano Condé, gerente de Produtos Azure da Microsoft. Além disso, prossegue, o Windows Server nasceu na nuvem, o que proporciona mais segurança e confiabilidade ao modelo.

“Hoje, os clientes não querem falar de cloud e sim de modalidades e aqui ele pode ter as três integradas e endereçadas de acordo com a necessidade de cada negócio”, garante Paula.

IaaS também é figurinha marcada no UOL Diveo. Há cerca de quatro anos, a modalidade consta do cardápio da empresa. Mas a febre da mobilidade e suas consequências [como consumerização e Bring Your Own Device - BYOD], aumentaram sobremaneira o acesso à web e o volume de compras online, gerando um gargalo na infraestrutura, na avaliação de Thiago Charnet, diretor de Arquitetura de Soluções e Produtos do UOL Diveo.

Para ele, IaaS torna-se muito atraente nesse cenário. “Até porque fica mais fácil dominar os períodos de pico do negócio”, afirma. Mas, o executivo alerta para o momento crítico, considerando que o Brasil vive uma situação próxima do que ele chama de “apagão de telecom”.

Na sua análise, muitas empresas estão precisando expandir seus negócios, criando

centros de distribuição em variadas partes do Brasil, fora do eixo Rio-São Paulo, para melhor suprir a demanda frenética das compras online. Sendo assim, prossegue, elas estão encontrando dificuldades para contratar links em inúmeras localidades. “Isso estanca a evolução das companhias. Como vão interligar esses centros? Muitas vezes elas têm de aguardar seis meses para serem atendidas”, revela.

Charnet acredita que com a forte atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que recentemente puniu operadoras por maus serviços, finalmente haverá mais investimentos em melhorias e consequentemente ampliação da qualidade dos serviços. “Mas ainda tem muito chão. Hoje, paga-se caro por pouca qualidade”, lamenta.

“Nossa expectativa para 2013 é que IaaS cresça bastante. Nossa nuvem é de qualidade tanto na modalidade privada quanto na pública, na qual ingressamos por meio do UOL Host, e então estamos prontos para cobrir toda a demanda.”

Uma modalidade que caiu como uma luva para as atuais exigências do mercado. Esta Antonio Phelipe, diretor de Tecnologia da Ativas

Quem está na nuvem quer ter a certeza de que pode contar com a sua infraestrutura a qualquer momento

José Papo, evangelista da Amazon

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é a avaliação de Fabiano Droguetti, diretor de Soluções da Tivit para IaaS. Segundo ele, a flexibilidade e a possibilidade de usar com muito mais eficiência os recursos de infraestrutura são fatores altamente estratégicos para o negócio.

Droguetti diz que hoje 80% de seus clientes [grandes corporações] usam cloud em diferentes proporções. “Na produção, e não somente em provas de conceito”, ressalta. O executivo destaca como diferencial o fato de suas soluções de IaaS integrarem-se com facilidade à infraestrutura tradicional dos clientes. “Dessa forma, sentem-se confortáveis.”

Outro ponto que tranquiliza muito os clientes, na avaliação de Droguetti, é a garantia de disponibilidade. “Afinal, eles não têm mais o controle que tinham, quando a estrutura estava dentro de casa. Agora, entendem que estão em um condomínio”, compara e acrescenta que a segurança também é vital nesse negócio.

O executivo acredita que muito das incertezas em relação à IaaS tem origem nas primeiras ofertas, mais simples, quando o mercado ainda não era amadurecido e também não tão complexo. “Isso acabou gerando ceticismo e contaminando a percepção. Tornou o cliente desconfiado”, constata. “Por isso, nossa preocupação com contingência. Temos um data center

redundante a 400 quilômetros um do outro para proporcionar essa tranquilidade.”

Droguetti concorda com o posicionamento da Anatel, que “levantou a bandeira amarela” e conduziu a situação para um desfecho de melhorias em que todos sairão ganhando, usuários e fornecedores. “Precisamos evoluir e o governo tem incentivado o crescimento no setor.”

“Posicionamento em cloud aqui é regra”, afirma Carlos Werner, gerente de Desenvolvimento de Negócios para Data Center da Cisco Brasil. Há três anos, segundo

ele, a empresa oferece soluções no conceito.Atenta à necessidade atual, a Cisco

oferece na modalidade toda a infraestrutura capaz de gerenciar a consumerização. “Conectividade com telefonia IP cai como uma luva em IaaS e é o que também oferecemos. Nos preocupamos em antever as mudanças e estudar o comportamento dos nossos clientes para melhor atender às suas necessidades”, garante Werner.

José Luis Spagnuolo, diretor de Cloud Computing da IBM no Brasil, fortalece o coro de que a nuvem é uma plataforma perfeita para sustentar o crescimento do Brasil e iniciativas corporativas. “Não por acaso, há dois anos, a IBM criou área específica para o segmento”, diz, ressaltando que para aprimorar a atuação em cloud, a companhia investiu mais de 40 milhões de reais na construção de data center em solo nacional.

O modelo de negócios da IBM acontece por meio da rede de parceiros e atende a todos os portes de empresas. “A Totvs, por exemplo, colocou todo o ERP dela com a gente e já totaliza 26 mil clientes. É uma solução de SaaS, que também integra o consumo de IaaS e PaaS”, relata.

No momento, segundo Spagnuolo, a IBM aposta em um novo teste da modalidade em nuvem pública. “Qualquer cliente nosso pode se cadastrar e usar nossa cloud pública inteiramente grátis”, avisa.

Paula Bellizia, diretora de Marketing da Microsoft

Total de 90% dos desenvolvedores da

companhia, que hoje somam 40 mil em

todo o mundo, está direcionado

de alguma forma para cloud

Thiago Charnet, diretor de Arquitetura de Soluções e Produtos do UOL Diveo

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“Nossa expectativa é de crescimento em 2013 nesse modelo.”

A HP anunciou a estratégia em IaaS recentemente, no início deste ano nos Estados Unidos. Por aqui, deve desembarcar no início de 2013 e a fabricante já conta com alguns projetos-piloto em andamento.

“Estamos expandindo nossos centros de dados atuais, localizados em Alphaville e São Bernardo do Campo, em São Paulo. O primeiro foi totalmente reformado para suportar a operação”, explica Joaquim Silveira, diretor de Vendas da HP Enterprise Services no Brasil.

Silveira completa dizendo que a oferta de IaaS da HP segue o conceito de Converged Cloud, que segundo a empresa é baseada em uma arquitetura comum, com nuvens privadas, gerenciadas e públicas, bem como as soluções de TI tradicionais. “Escolha, confiança e consistência são os pilares do nosso modelo”, pontua.

Quando essa nova modalidade de IaaS da HP chegar por aqui, Alexandre Kazuki, diretor de Marketing do HP Enterprise Group no Brasil, acredita que a infraestrutura de telecom não será um grande problema. Ele aponta que em comparação com os Estados Unidos, o Brasil não está no mesmo nível no quesito. “Mas isso está relacionado à maturidade do

“Infraestrutura como serviço responde por 20% do nosso faturamento total de cloud”, contabiliza Ivan Roberto Semkovski, COO da Globalweb Outsourcing.

“Cloud corresponde a 80% do foco de crescimento da empresa. Nosso diferencial está na garantia de serviços de qualidade, com SLAs robustos, inovação e gestão contínua do ambiente”, afirma o executivo.

Para suportar a oferta de Iaas, a organização conta com um data center em Miami, em parceria com a CoreSite, outro em São Paulo, fruto da aliança com a Terremark, e é responsável pela operação do data center da Oi. Também foi criada uma estrutura com cerca de 50 profissionais para geração de serviços, além dos 450 estão alocados nos data centers. Outra estratégia para fortalecer o serviço foi o estabelecimento de parcerias com fabricantes como CA, EMC e Microsoft.

Victor Arnaud, diretor de Marketing, Processos, Tecnologia e RH da Alog Data Centers do Brasil, acredita que IaaS veio pra ficar. “Empresas vão consumir o modelo em busca de simplificação da infraestrutura”, completa. Hoje, ao

Alexandre Kazuki, diertor de Marketing do HP Enterprise Group no Brasil

Oferta de IaaS da HP segue o conceito de Converged Cloud, com nuvens privadas, gerenciadas e públicas

José Luis Spagnuolo, diretor de Cloud Computing da IBM no Brasil

setor. Estamos em fase inicial.”Como provedora de soluções de telecom,

a Ericsson observa grandes oportunidades de crescimento, pegando carona no sucesso de data centers e empresas que estão desenhando estratégias de IaaS. “Observamos expansão em tamanho e importância”, avalia Mats Palving, diretor de Soluções Business Support Systems/Operations Support Systems (BSS/OSS) da Ericsson para América Latina e Caribe.

Palving explica que a Ericsson modernizou ao longo dos anos seus produtos para possibilitar maior compartilhamento e centralização, cenário que facilita provedores de infraestrutura no modelo IaaS. “Também temos parcerias com fornecedores de hardware e software para facilitar o compartilhamento e a virtualização”, afirma.

O executivo indica que, atualmente, a infraestrutura de TI de muitas empresas e provedores não é moderna. Outro desafio é a complexidade do ambiente que está saltando, já que provedores de serviços absorve cada vez mais usuários. “O que queremos é conquistar esse setor. Estamos estabelecendo forte consultoria para contribuir na atualização e simplificação do ambiente”, comenta Palving.

A Globalweb, fornecedora de TI com foco em cloud e outsourcing, oferece IaaS há quase de dois anos. Hoje, a companhia tem cerca de 45 clientes ativos na modalidade e a meta é ampliar a marca para 150 nos próximos dois anos.

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menos 40% dos clientes da Alog apostam em IaaS, segundo ele.

Para Arnaud, a expansão da modalidade acontecerá em duas frentes: clientes em busca da plataforma Alog e provedores de serviços procurando um pedaço do nosso “céu”. “A formação desse ecossistema oferece benefícios para clientes, agregando valor porque dá poder de escolha.”

Preparando-se para a demanda crescente, a Alog deu início às obras da segunda fase de expansão do data center de Tamboré (SP), que receberá investimento de 30 milhões de reais. O espaço atual conta com 70% de ocupação e cerca de 1,4 mil clientes e terá capacidade para 750 racks [atualmente são 300].

A companhia também vai direcionar 40 milhões de reais para a primeira fase do data center no Rio de Janeiro, que totalizará 17 mil metros quadrados, com capacidade de cerca de 1.170 racks. A expectativa da Alog é que o projeto seja finalizado até março de 2013 e inaugurado em junho.

O IaaS da Alog foi reestruturado há dois anos e ganhou um diferencial, segundo Arnoud. Trata-se de um portal para apontar onde está o servidor do cliente e quais informações rodam nele.

A Enterasys Networks no momento aquece a estratégia para entrar no universo

de IaaS. Prepara para o próximo ano uma oferta específica, em linha com a ebulição da mobilidade. É um serviço de Wi-Fi na nuvem para o cliente corporativo.

“A solução é ideal para quem quer ter esse ambiente na empresa, sem ter de investir em infraestrutura. Pode ser adquirida sob demanda por meio de serviço. O pagamento é por usuário”, informa Reinaldo Opice, presidente para o Brasil e América Latina da Enterasys Networks. “Vamos trabalhar por meio de parceiros”, sinaliza.

Em junho deste ano, foi a vez da gigante de buscas Google com o Google Compute Engine que roda máquinas virtuais Linux sobre a mesma infraestrutura da própria empresa.

Em um post publicado no blog oficial da organização, Craig McLuckie, gerente de Produto de Engenharia da Computação da Google, afirma que o sistema foi construído para oferecer desempenho consistente a um

custo custo/benefício 50% mais atraente ao de outros provedores de cloud computing. Por enquanto, a empresa não comenta a oferta no Brasil.

A Oracle também ingressou no modelo IaaS, completando o cardápio de nuvem que já conta com SaaS e PaaS. “IaaS ainda está engatinhado, mas acredito que sua expansão será rápida. Em seis meses, a busca vai explodir”, projeta Cyro Diehl, presidente da Oracle do Brasil.

Larry Ellison, presidente da empresa, afirmou durante evento em setembro nos Estados Unidos que o principal concorrente da Oracle, hoje, é a AWS, embora as companhias tenham parceria em solo nacional para oferta de ERP na nuvem. O CEO da Oracle não detalhou, no entanto, qual será a diferença de preço em comparação com a AWS e a partir de quando o Oracle Cloud Infrastructure estará disponível por aqui.

É uma disputa acirrada pelo cliente, cada vez mais exigente e complexo, que demanda infraestrutura capaz de absorver todas as necessidades por altos volumes de dados, mobilidade, consumerização, BYOD... E a indústria movimenta-se para atendê-lo. n

Mats Palving, diretor de BSS/OSS da Ericsson para América Latina e Caribe

Queremos conquistar esse setor. Estamos estabelecendo

forte consultoria para contribuir

na atualização e simplificação do

ambiente

Reinaldo Opice, presidente para o Brasil e América Latina da Enterasys Networks

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indústria

Elas têm o domínio da conectividade, trazem como herança genética o modelo de cobrança por uso e prometem tornar a disputa na nuvem ainda mais aquecida

O avanço das teles

Com DNA puramente em telecom, operadoras não querem ficar para trás e preparam-se para entrar nessa seara. Na avaliação

de consultores, elas podem incomodar porque dominam a conectividade e detêm muita experiência em cobrança por uso.

A Oi investiu 30 milhões de reais para ingressar em cloud e possui data centers para oferta de IaaS em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. Outra movimentação foi o reforço na estrutura de vendas, que passou a contar com profissionais focados no setor.

O Oi Smart Cloud é voltado para o corporativo, oferecendo infraestrutura para processamento e armazenamento de informações. O público-alvo são 15 mil empresas de grande porte, que fazem parte da base de clientes da operadora. Estão ainda na mira as pequenas e médias empresas.

Também está no pacote de IaaS um portal, o www.oismartcloud.com.br, que funciona como loja virtual para contratar o modelo de nuvem. Além de aumentar ou liberar recursos dos servidores, os usuários podem ser avisados da necessidade de provisionamento de mais recursos evitando queda indesejada e paralisação dos negócios.

“Os institutos de pesquisa apontam as grandes operadoras do mundo como possíveis líderes desse setor, porque escalabilidade e flexibilidade da rede precisam acompanhar TI e estão em nosso sangue”, afirma Alexandre

Calixto, gerente de Data Center da Oi. O executivo completa que a operadora está cada vez mais investindo em melhorias em telecom para garantir constante estabilidade da rede. “Fomos a primeira tele a apresentar uma plataforma de nuvem ao mercado”, destaca.

Ele diz que como os data centers da empresa estão todos no Brasil, é possível atrair bancos, que geralmente têm restrições legais não podendo enviar dados para fora do País. O executivo não revelou o número de clientes em IaaS, mas disse que mais de 120 testes foram feitos e vários deles tornaram-se contratos. “É muito difícil para uma organização querer cloud e não experimentar. Esse é um passo

importante”, indica Calixto.O IaaS da Oi também é voltado

para qualquer tamanho de empresa. “Porém, acredito que o grande filão de IaaS vai para as médias e grandes empresas porque é necessário mínimo conhecimento para operar o servidor na cloud. Empresas menores optam por solução de software”, opina.

A Telefônica|Vivo também está na disputa com o Vivo Cloud Plus. A companhia afirma que não só busca fortalecer a oferta de cloud, como também de telecom, incluindo a infraestrutura móvel, que com a febre da mobilidade e 4G prestes a ganhar fôlego, será mais usada para acesso aos dados.

A organização adquiriu, por 1,05 bilhão de

Paulo Scrideli, diretor de Pré-vendas, Parcerias e responsável pela vertical de TI do

Segmento Corporativo da Telefônica|Vivo

Esperamos que um terço

dos novos contratos da

área de TI esteja relacionado

à IaaS

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indústria

reais, o lote 4G mais disputado do leilão de 2,5 GHz promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com abrangência para todo o País e que funcionará na radiofrequência de 20 + 20 MHz na faixa de 2,5 GHz. A licença inclui também a faixa de 450 MHz para uso em áreas rurais do Estado de Minas Gerais, interior do Estado de São Paulo e região Nordeste, com exceção de Bahia e Maranhão.

“Acreditamos que atingimos nossos objetivos, pois poderemos continuar oferecendo as mais modernas e eficientes soluções de serviços de telecomunicações, especialmente de dados, em todo o Brasil”, observa Paulo Scrideli, diretor de Pré-vendas e Parcerias, e responsável pela vertical de TI do Segmento Corporativo da Telefônica|Vivo.

Scrideli indica que IaaS foi uma evolução natural para a tele, que conta com dois data centers, um em Tamboré (SP) e outro, recém-inaugurado, em Santana do Parnaíba (SP). Inicialmente, esse último atenderá à infraestruturaa de TI interna das operações fixa e móvel, consolidando o processo de integração das duas companhias, após a fusão. Em um segundo momento, suportará IaaS para o público externo.

Há ainda data centers na Argentina, Chile, Colômbia e Peru para apoiar a operação. Segundo o executivo, existe a intenção de abrir outro centro de dados em 2015 em solo nacional.

Para o executivo, o diferencial da Telefônica|Vivo em IaaS é o fato de ser uma operadora e poder contar com estrutura robusta de telecom e conectividade, vital para a cloud. “Nesse modelo, além de ter um processamento adequado, é preciso garantir acesso remoto de qualidade. Atuamos fim a fim”, destaca. “Também temos a oportunidade de realizar vendas casadas, o que amplia nosso potencial.”

Ainda de acordo com ele, o preço dos links de comunicação têm caído, favorecendo a modalidade. Nos últimos cinco anos, ele estima que houve redução de cerca de 15% ao ano no valor. “Isso está viabilizando o crescimento da computação em nuvem e de IaaS”, observa.

Com os bons ventos soprando em favor de IaaS, Scrideli espera que um terço dos novos contratos da área de TI da operadora esteja relacionado à modalidade. “Sempre evoluímos o modelo na Telefônica|Vivo para permitir que empresas reduzam tempo de provisionamento e eliminem a ociosidade de capacidade não utilizada”, diz.

Scrideli não esquece, no entanto, de alguns desafios a serem superados. Para ele, hoje, do ponto de vista tecnológico, a oferta está bastante madura desde as pequenas até as grandes empresas, mas a curva de adoção ainda não é uniforme.

A TIM/Intelig também está oferecendo serviços de IaaS desde março deste ano, com estratégia silenciosa. Diferentemente das outras teles, o braço corporativo da operadora do grupo italiano optou, num primeiro momento, por lançar-se na nuvem com a ajuda de dois parceiros de data centers: Dualtec e Ativas.

Marcos Senna, gerente-executivo de Novos Negócios da TIM/Intelig, explica, no entanto, que a operadora está revisando seu posicionamento para saber se continuará prestando serviços na nuvem com data center de terceiros ou se terá infraestrutura própria.

Em setembro, também foi a vez da Embratel, controlada pelo grupo mexicano América Móvil, aterrissar na nuvem. A oferta foi apresentada ao mercado durante a inauguração do seu moderno data center, localizado na cidade de São Paulo. O centro é dedicado inteiramente à oferta de serviços a clientes corporativos (públicos e privados).

O empreendimento recebeu investimento de 100 milhões de reais e foi erguido para funcionar conectado com a plataforma de cloud computing da companhia já em operação em outros três países: Colômbia, Argentina e México. Na ocasião, José Formoso, presidente da Embratel, informou que o público-alvo são as pequenas e médias empresas. O novo data center ocupa área total de 7 mil metros quadrados e tem capacidade para 150 mil servidores virtuais.

Para quem está em busca de uma infraestrutura flexível, elástica e a custos competitivos, o cardápio de IaaS está cada vez mais vasto, o que deverá levar ao rápido amadurecimento desse mercado, de acordo com a avaliação de analistas de TI e Telecom. Basta, então, escolher a opção desejada e desfrutá-la. n

José Formoso, presidente da Embratel

Marcos Senna, gerente-executivo

de Novos Negócios da TIM/Intelig

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tecnologia

gartner avalia que cloud computing tornou-se confuso para o mercado diante da postura “cloudwashing” de vendedores

Brandon Butler, networkworld

O hype em torno da computação em nuvem e o mau uso do termo por alguns provedores criam confusão no mercado e se isso continuar,

pode prejudicar muitos benefícios do modelo, diz o Gartner. Em seu relatório anual Hype Cycle, o instituto de pesquisas afirma que o termo tornou-se confuso para o mercado à medida que os vendedores adotam a postura “cloudwashing”, intitulando-se como fornecedores de nuvem quando na verdade não são. Essa falta de comunicação pode, em última instância, prejudicar os usuários finais e ofuscar as bandeiras da cloud.

“A confusão continua a ser a norma do mercado”, afirma relatório do Gartner sobre a indústria. “Muitos equívocos existem em torno de potenciais benefícios, armadilhas e, claro, redução de custos. Cloud é, muitas vezes, parte da discussão de corte de custos, apesar de essa capacidade não ser a principal”, observa o estudo.

“Há também muitas razões para falar sobre os recursos ativados pela computação em nuvem: velocidade, agilidade e inovação. Esses são os benefícios potenciais que podem ser

É preciso deixar claro oconceitonegligenciados quando tratam o tema com exagero”, ensina.

A cada ano, o Gartner avalia o hype que cerca várias tecnologias e diz que, em geral, o burburinho em torno da computação em nuvem está realmente nivelado em relação aos anos anteriores.

As empresas estão adotando a nuvem com variados graus de sucesso. Mas o modelo é um termo amplo que inclui várias tecnologias, e algumas estão apenas alcançando o pico das expectativas infladas. Entre elas, Big Data, plataforma como serviço (PaaS), infraestrutura como serviço (IaaS) e computação em nuvem privada.

Formas mais tradicionais de computação em nuvem já estão sendo experimentadas pelo mercado e tornaram-se convencionais, como software como serviço (SaaS) e virtualização.

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John Howie, COO da Cloud Security Alliance, entidade que trabalha para adotar os padrões na indústria em nuvem, afirma que cloud é muito mais do que um chavão. Segundo ele, é uma ferramenta poderosa para as empresas explorarem o que pode ser, em muitas circunstâncias, um método de computação mais eficiente.

“Entre os consumidores, a expectativa sobre o que a nuvem pode proporcionar é exagerada”, admite. “Mas os provedores tornaram-se muito mais realistas e acho que tem feito o seu melhor para definir as expectativas

apropriadas. As pessoas que estão realmente tomando decisões sobre a implementação de nuvem na empresa têm alto nível de compreensão do que o modelo pode possibilitar”, completa.

Para Howie, é de interesse dos fornecedores de cloud retratar com precisão seus serviços de nuvem, especialmente para os grandes como Amazon Web Services, Google e Microsoft. “Eles não querem perder a credibilidade de seus clientes”, indica.

Em razão do interesse na indústria haverá “fornecedores fly-by-night”, ou o que o Gartner descreve como “cloudwashing”, aqueles que se aproveitam da oportunidade. O Gartner define essas companhias como aquelas que, por exemplo, oferecem computação

pay-per-use, [pago pelo uso], mas não têm a capacidade de escalar

recursos de forma dinâmica. Howie diz que há definições

explícitas apresentadas pelo National Institute for Standards in Technology (Instituto Nacional de Padrões em Tecnologia) para a computação em nuvem que, segundo ele, são geralmente aceitas na indústria para definir o modelo.

O executivo não se preocupa com

a confusão de mercado levando ao exagero do tema. Em vez

disso, ele diz que o maior problema com a computação em nuvem é que muitos usuários pensam que o modelo

irá automaticamente contribuir para redução de custos. Claro que o modelo pode

contribuir, diz, mas tem de ser implementado corretamente e pelas razões certas. Esse equívoco sobre os benefícios monetários da nuvem não

é culpa dos fornecedores, acrescenta, e está relacionado ao planejamento e à implementação de computação em nuvem na organização.

Equívocos sobre nuvem privadaO Gartner também observou erros que empresas cometem ao definir o modelo. Virtualização é um deles. O debate em curso em torno da computação em nuvem privada tem criado percepções erradas sobre cloud privada, na visão do instituto de pesquisas.

“O crescimento da computação em nuvem privada está sendo impulsionado pela rápida penetração da virtualização e seu gerenciamento, salto de ofertas de cloud e pressão para entregar projetos mais baratos e mais rapidamente”, avalia Tom Bittman, vice-presidente e analista do Gartner.

“No entanto, na pressa para responder a essas pressões, a TI precisa ter cuidado para evitar o hype, e, em vez disso, deve concentrar esforços no modelo que mais faz sentido aos negócios.” A seguir, o Gartner lista os cinco equívocos mais comuns sobre a nuvem privada.

1 Cloud privada não é virtualização: virtualização de servidores e infraestrutura são base importante

para a computação em nuvem privada. No entanto, virtualização e gerenciamento de virtualização não são, por si só, nuvem privada. Virtualização torna mais fácil realocar recursos de infraestrutura e pode ser ativada de várias maneiras, incluindo máquinas virtuais, sistemas operacionais (OS) ou middleware. Cloud privada, portanto, utiliza alguma forma de virtualização para criar um serviço de computação em nuvem.

2 Nuvem privada não busca apenas redução de custos: uma empresa pode reduzir custos operacionais por meio de uma nuvem

privada, eliminando tarefas repetitivas comuns. Uma nuvem privada pode realocar recursos de forma mais eficiente para atender às necessidades da empresa.

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tecnologia

nuvem privada irá evoluir para permitir a cloud híbrida, ampliando a capacidade efetiva de uma nuvem privada para alavancar os serviços públicos de nuvem e recursos de terceiros.

Futuro híbridoUm estudo global revela ainda que 43% das empresas entrevistadas devem investir entre 500 mil dólares e 1 milhão de dólares por ano em cloud computing até 2020. A pesquisa foi realizada pela Coleman Parkes Research, a pedido da HP, e mostra a necessidade de as organizações implementarem uma estratégia híbrida de entrega de tecnologia para acelerar a inovação, aumentar a agilidade e melhorar o seu gerenciamento financeiro durante a migração para a computação em nuvem.

Resultado de entrevistas com 550 executivos de negócios e executivos de tecnologia de empresas de grande e médio portes, em fevereiro de 2012, o levantamento contou com Brasil e México representando a América Latina.

Entre os registros interessantes está o posicionamento de mais de 80% dos executivos de negócios e tecnologia em acreditar que cloud computing será pelo menos tão impactante para o cenário da tecnologia como foram a virtualização e a internet.

Isso porque, apesar da perspectiva de crescimento na adoção de serviços

de nuvem pública e privada até 2020, a tecnologia tradicional continuará fazendo parte das companhias.

A pesquisa apresenta ainda que, atualmente, apenas 24% dos modelos de delivery corporativos são baseados em nuvem. Até 2020, a expectativa dos principais executivos de negócios e tecnologia é que os modelos de fornecimento de nuvem pública e privada praticamente dupliquem. Cerca de um em cada dois CEOs e diretores financeiros estão elaborando estratégias de nuvem para suas empresas.

Além disso, as organizações estão priorizando investimentos em nuvem, sendo que a expectativa é que 43% das empresas invistam entre 500 mil dólares a 1 milhão de dólares por ano em cloud computing de hoje até 2020, e quase 10% planejam gastar mais de 1 milhão de dólares por ano.

Os participantes da pesquisa listaram as três principais barreiras para a adoção em massa de serviços de nuvem: preocupação com segurança (35%), com a transformação do seu ambiente de TI (33%) e com conformidade e governança (17%).

De acordo com as empresas e os executivos ouvidos, com a aceleração na adoção de serviços de nuvem, também cresce a necessidade por estratégias ‘holísticas’ de conformidade e governança a serem aplicadas em toda a empresa para controlar e gerenciar ambientes de TI. Quase 50% dos entrevistados admitiram que suas companhias usam soluções de nuvem que não são autorizadas pelo departamento de TI, enquanto 18% não tinham uma perspectiva clara sobre as soluções de computação em nuvem que “rodam” sem autorização da área de TI.

A expectativa é que esse problema continue aumentando e isso pode ser observado pelas respostas de 69% dos principais executivos de negócios e de 54% dos executivos de tecnologia, que estimam que o uso de soluções de cloud não homologadas pela TI chegue à casa dos 50% até 2020. n

Empresas devem investir entre 500 mil dólares e 1 milhão de dólares por ano em cloud computing até 2020

Nuvens privadas exigem investimento em software de automação, e as economias por si só não podem justificar o investimento. Por isso, redução de custos não é o principal benefício da computação em nuvem privada.

3 Nuvem privada não é necessariamente on premise: cloud privada é definida por privacidade, não propriedade,

localização ou responsabilidade de gestão. Enquanto a maioria das nuvens privadas é baseada na infraestrutura local, uma parte crescente de nuvens privadas será contratada também fora da empresa.

Nuvens de terceiros podem compartilhar instalações do data center com outros, e ainda equipamentos ao longo do tempo e recursos, mas mantendo uma rede privada virtual (VPN) isolada, por exemplo.

4 Nuvem privada não é somente infraestrutura como serviço (IaaS): virtualização de servidores é uma grande tendência

e, portanto, um elemento importante para a nuvem privada. No entanto, o modelo não se limita de modo algum à IaaS. Pode, por exemplo, incluir ofertas de desenvolvimento e teste, permitindo uso de plataforma como serviço (PaaS).

Hoje, o segmento de crescimento mais rápido da computação em nuvem é IaaS. Mas ele fornece apenas um dos níveis de recursos do data center. Desenvolvedores usarão PaaS para criar aplicativos projetados para serem compatíveis com a nuvem, produzindo serviços diferentes em comparação com aplicações antigas.

5 Nuvem privada nem sempre será privada: os analistas do Gartner apontam que a nuvem privada é paliativa.

Com o tempo, nuvens públicas vão amadurecer, melhorando os níveis de serviço, segurança e gerenciamento de conformidade. Novos serviços de nuvem pública surgirão. Algumas nuvens privadas vão mover-se totalmente para a nuvem pública.

No entanto, a maioria dos serviços de

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