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Desindustrializao: commodities j representam 71% das exportaesDo
Valor Econmico - 29 de junho de 2011
As commodities representaram 71% do valor total exportado pelo
Brasil no acumulado de janeiro a maio desteano. No mesmo perodo do
ano passado a participao das commodities foi de 67%.
As vendas ao exterior desse tipo de produto avanaram em ritmo
mais acelerado do que as demanufaturados. Nos primeiros cinco meses
do ano, a exportao de commodities cresceu 39,1% em relaoa igual
perodo de 2010, enquanto os embarques de manufaturados subiram
15,1%.
O clculo da Associao de Comrcio Exterior do Brasil (AEB) e no
considera somente as commoditiesclassificadas pelo Ministrio do
Desenvolvimento (Mdic) entre os bsicos.
Ela leva em considerao tambm as commodities classificadas como
semimanufaturados e tambm as que,em razo de incorporarem alguma
industrializao, esto enquadrados nas estatsticas oficiais
comomanufaturados. Entre as commodities industrializadas esto acar
refinado, combustveis, caf solvel,alumnio em barras, entre
outros.
"Isso significa que temos 71% de nossas exportaes baseadas em
commodities. Ou seja, em produtos cujospreos no controlamos", diz
Jos Augusto de Castro, presidente em exerccio da Associao de
ComrcioExterior do Brasil (AEB).
Ele lembra que o avano dos produtos primrios na pauta de
exportao brasileira se intensificou desde 2009.Naquele ano, a fatia
das commodities nas vendas ao exterior era de 65,6%. No ano passado
todo, foi de 69%.
O aumento de participao do total das commodities foi
influenciado, principalmente, pelo avano dosprodutos mais bsicos,
cujas exportaes subiram 45,6% de janeiro a maio de 2011, na
comparao com omesmo perodo do ano passado.
As commodities beneficiadas e as industrializadas, classificadas
pelo Mdic entre os semimanufaturados emanufaturados tiveram,
respectivamente, crescimento de 30,9% e 20,5% - ainda um ritmo mais
acelerado queo dos produtos manufaturados de maior valor agregado,
que tiveram aumento de 15,1%.
Enquanto os produtos primrios avanam nos embarques brasileiros,
diz Rogrio Csar de Souza,economista do Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento da Indstria (Iedi), a balana comercial
demanufaturados no Brasil vem acumulando dficits cada vez
maiores.
De acordo com levantamento do Iedi, no primeiro trimestre do ano
passado a indstria brasileira demanufaturados teve dficit de US$
7,5 bilhes. O saldo negativo saltou para US$ 10 bilhes nos
primeiros trsmeses de 2011. No acumulado do ano passado, o dficit
chegou a US$ 35 bilhes. "Para este ano estimamos
que esse valor ultrapasse os US$ 50 bilhes."O que explica o
avano das commodities foi basicamente preo, diz Castro. No
acumulado de janeiro a maio,o valor exportado em minrio de ferro
cresceu 107,3% em relao aos primeiros cinco meses do anopassado. No
perodo, o volume exportado cresceu 4,49% enquanto o preo subiu
98,4%. A soja exportadaaumentou 22,7% em valores. De novo, foi o
preo quem comandou o crescimento, com alta de 30,7%,enquanto o
volume embarcado caiu 6,2%.
Os preos dos produtos primrios, lembra Souza, no seguem apenas o
movimento de oferta e demanda."Esses preos so pressionados tambm
pelo mercado secundrio, que pode buscar outros ativos maisrentveis
a qualquer momento", diz ele. Para castro, "h ainda uma grande
liquidez no mundo, embora ospreos das commodities nos ltimos meses
tenham mostrado que h uma certa saturao nesses mercados".
Em termos de demanda, lembra Castro, a exportao brasileira de
commodities est fortemente baseada nocrescimento econmico da China.
Se houver desacelerao do crescimento chins o impacto na demandaser
global e isso contribuir para reduzir mais rapidamente o valor das
exportaes brasileiras do que o dasimportaes, diz Souza. A
volatilidade de preos das commodities muito alta e tem efeitos
imediatos, explicao economista do Iedi.
J os preos dos manufaturados, que representam 80% da importao
brasileira, diz Castro, vo demorar asentir o recuo. "Os
manufaturados tm contratos fechados por prazos mais longos e h
maior fidelidade aofornecedor."
Castro lembra ainda que alguns mercados importantes de
manufaturados brasileiros, como os pases daAmrica do Sul, tm
economia atualmente impulsionada por um motor semelhante ao
brasileiro: a exportaode commodities. "Caindo a capacidade de
exportao desses pases, haver tambm menor demanda paraimportao, o
que afeta as vendas brasileiras de manufaturados ao exterior."
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O resultado para o Brasil pode ser uma reduo de supervit ou
gerao de dficit, com os efeitos resultantesnas contas fiscais e
eventualmente na inflao.
Castro acredita, porm, que o atual cenrio deve ser mantido pelo
menos at o fim de 2011. Importantesprodutos na pauta brasileira de
commodities, como a soja, por exemplo, diz, j foram vendidas.
"Os contratos foram fechados, com preos j definidos. O gro s no
foi entregue", diz. O minrio de ferro,outro item primrio
importante, j est com o preo para o terceiro trimestre definido. "O
quarto trimestre aindaest em aberto, mas deve manter patamar de
preo semelhante ao atual, a menos que haja alguma mudanarepentina
no mercado externo."
http://www.mst.org.br/node/12064
Sexta, 20 de Maio de 2011, s 16:17
A fora dos pases emergentes na economia mundialO potencial
econmico desses pases pode transform-los nas quatro economias
dominantes do
mundo, at 2050.
ComCincia/Labjor/Carolina Octaviano/DICYT
Em 2001, o economista Jim ONeil, chefe de pesquisa em economia
global do grupo financeiro GoldmanSachs, realizou o estudo Building
Better Global Economic Brics (Construindo uma melhor
economomia global Brics, em traduo livre), em que se destacaram
os pases que compem o bloco(Brasil, Rssia, ndia, China e, desde
meados de abril, tambm a frica do Sul), devido ao papel dedestaque
que apresentam no cenrio mundial, por conta do rpido
desenvolvimento de suas economias. Deacordo com a pesquisa, o
potencial econmico desses pases pode transform-los nas quatro
economiasdominantes do mundo, at 2050 (a avaliao foi feita antes do
ingresso da frica do Sul no bloco).
Entretanto, cada um deles apresenta uma trajetria distinta,
podendo ser agrupados somente pelo termoemergentes. De acordo com
Rubens Sawaya, professor do departamento de Economia da
PontifciaUniversidade Catlica (PUC) de So Paulo, o nico elemento
comum que so pases que conseguiramdesenvolver certa estrutura
industrial. Mesmo assim, essas estruturas so bastante distintas e
foramconstrudas em pocas diferentes. Em termos de polticas
econmicas, todos usaram as tradicionais
polticas econmicas: cmbio desvalorizado, poltica fiscal
expansionista e poltica de crdito abundante. Agrande diferena a
estratgia que cada um adotou em seu processo de industrializao,
afirma.
Alm de serem pases em desenvolvimento, importante notar que
todos eles possuem uma grandeextenso territorial, abundncia em
recursos minerais e mo de obra (por conta do tamanho de suas
populaes). Alm disso, todos tm o Estado como indutor e promotor
do desenvolvimento industrial demaneira bastante expressiva nos
ltimos cinquenta anos, apesar da China ser comunista, a Rssia j
tersido socialista e ndia e Brasil serem capitalistas. Outro ponto
em comum a abertura econmica
promovida por eles na dcada de 90. Nesse processo de emergncia,
cada um desses pases vai ocupandoum certo espao na diviso
internacional do trabalho, com a China e a ndia ocupando um espao
grandena economia mundial na produo de bens manufaturados e
servios, e o Brasil se especializando como
produtor de commodities minerais e agrcolas, corrobora Luis
Antonio Paulino, doutor em Cincias
Econmicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e
professor de economia da UniversidadeEstadual Paulista Jlio de
Mesquita Filho (Unesp), campus de Marlia.
A trajetria desses pases, com exceo da Rssia, que poca da Guerra
Fria j era uma grande potnciamilitar e industrial e que, com o fim
da Unio Sovitica retrocedeu em seu status internacional de
grande
potncia, os outros pases apresentam uma trajetria bastante
parecida de luta para superar osubdesenvolvimento e a pobreza
crnica por meio de polticas de industrializao com uma
participaomuita ativa do Estado, num modelo mais ou menos parecido
de nacional-desenvolvimentismo, apontaPaulino, que no v diferena
entre os termos emergente e em desenvolvimento para designar
osBrics. So apenas rtulos que no mudam o fato substancial de que so
todos pases em desenvolvimento,
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lutando para ocupar um lugar de maior destaque no cenrio poltico
e econmico mundial neste incio desculo XXI, confirma.
Brasil, Rssia, ndia e China apresentam grandes mercados internos
a serem explorados, pois a populaosomada dos Brics representa,
atualmente, 41% de todo planeta. Entretanto, na opinio de Sawaya,
estesegmento do mercado brasileiro j est consolidado, ao contrrio
do que acontece na China e na ndia. correto (afirmar que h um
grande mercado interno) no caso da China e da ndia, onde esto
entrando
bilhes de pessoas que estavam fora. No caso do Brasil, menos.
Nosso mercado j est ocupado. No Brasil,apenas polticas de
crescimento econmico, com distribuio de renda, poderiam ampliar a
ascenso dasclasses mais baixas. A China j est fazendo isso, agora
de forma mais acelerada por conta da criseinternacional,
compara.
Na China e na ndia tambm h misria e uma classe mdia emergente,
assim como no Brasil. Conformeafirma Paulino, o consumo interno
nesses pases tem um papel importante, pois d sustentao para
ocrescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil isso j uma
realidade, pois dois teros do PIB formado pelo consumo das famlias.
Na China, o consumo das famlias ainda baixo e o que sustenta
ocrescimento so o investimento e as exportaes, confirma. J para
Sawaya, visvel o investimento parao pas se tornar lder nos diversos
setores, principalmente naqueles de elevada tecnologia, enquanto a
ndiatenta ir alm do setor de servios para a tecnologia da informao,
e desenvolver melhor sua indstria emquinas para promover um
crescimento mais autnomo. A Rssia um caso diferente. Aps as
polticas
neoliberais que quase destruram por completo sua economia nos
ltimos anos, retomou em parte ocontrole de modo a promover uma
modernizao industrial, explica.
No caso do Brasil, busca-se o desenvolvimento exportando minrio
de ferro e soja. O pesquisador recordaainda que, para a China, o
Brasil exporta somente commodities e que esses produtos tm
adquirido espaoe importncia na pauta econmica do resto do mundo.
Para ele, a economia brasileira est sereprimarizando, por causa da
grande concorrncia com outro pas do Brics. Exportamos
hojemanufaturados para a Amrica Latina. J fomos grandes
exportadores de calados para o mundo (h dezanos), mas a China tomou
nosso mercado e muitas fbricas fecharam, e plos de produo de
caladosforam desativados. J tivemos 60% de nossa pauta de exportao
em produtos industrializados, reduzidahoje para 40%, por conta da
concorrncia com a China, confirma.
Segundo Sawaya, a recente insero da frica do Sul ao bloco no
deve trazer grandes mudanas para aeconomia do Brasil e para a
dinmica dos Brics, entretanto, pode ser interessante para ampliar a
exportaode manufaturados brasileiros para aquele pas. O resultado
depende de como a China ir se comportarcom relao frica do Sul. O
fato que est muito desigual a troca comercial entre os Brics por
conta do
peso da China em produtos industrializados, setor que ela vem
gradativamente dominado, relata.
O sistema fiscal e a inflao nos Brics
Outro ponto de divergncia entre os BRICs est na carga estrutura
fiscal de cada pas. A considerar asdiferenas na carga tributria de
se supor que a estrutura de gasto seja tambm bastante diferente,
apontaPaulino. A carga fiscal da Rssia, China e ndia, gira em torno
de 25% do PIB. No Brasil , esse ndice de36%. Em relao inflao, assim
como ela tem aumentado no mundo todo, no Bric este fenmeno
tambm ocorre. No Brasil, na China, na Rssia e na ndia, o ndice
inflacionrio est no limite de 6%, 5%,9,1% e 8,3%, respectivamente.
Enquanto no Brasil, o Banco Central usa os mecanismos tradicionais
de
poltica monetria para controlar a inflao, ou seja, taxa de
juros, na China eles controlam a capacidadedos bancos comerciais
criarem moeda por meio do aumento dos depsitos compulsrios sobre os
depsitos vista. Eles tambm esto subindo a taxa de juros, mas muito
menos que o Brasil, analisa Paulino.
China e Brasil se aproximam comercialmente
No ltimo dia 11 de abril, a presidente Dilma visitou Pequim, na
China, com o intuito de estreitar os laoscomerciais entre os dois
pases. Vale salientar que mesmo antes dessa visita, a China j era o
maior
parceiro comercial do Brasil, com intercmbio de US$ 56 bilhes em
2010, representando crescimento de
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52,7% em relao a 2009. O encontro foi marcado pelo anncio de que
os chineses abriro, pela primeiravez, seu mercado para a exportao
de carne suna brasileira, alm do investimento de US$ 300
milhes,
pela companhia de telefonia e internet Huawei a maior do pas ,
para construir um instituto de pesquisae tecnologia em Campinas
(SP).
Estamos nos tornando novamente dependentes de tecnologia e
produtos industrializados de alto valoragregado. Damos em troca
produtos primrios de baixo valor, que produzimos com tecnologia
avanadaimportada. Eles possuem uma estratgia de pas hegemnico. Se
ns fizermos acordos e negociaes semestratgia de longo prazo, como
eles fazem (de 15 anos), vamos trocar a dependncia que tivemos
dosEUA por outra, da China, alerta Sawaya. J Paulino enxerga a
visita de um modo mais positivo. A visitacertamente fortaleceu os
laos econmicos e polticos entre os dois pases. De imediato houve o
annciodo governo chins de comprar os avies da Embraer e abrir o
mercado chins para a carne suna do Brasil.
No longo prazo certamente os resultados sero positivos porque a
China um ator do comrciointernacional que veio para ficar.
http://www.dicyt.com/noticia/a-forca-dos-paises-emergentes-na-economia-mundial
A desindustrializao do BrasilPosted by Eduardo Guimares on
28/04/11
O sonho que o Brasil est sonhando quase
unanimemente de se tornar uma potncia industrializada,
um pas mais justo e sem misria, factvel. Essa quase
totalidade dos brasileiros tem razes para sonhar.
Todavia, h uma barreira que separa este povo de seu
sonho. invisvel para quase todos, mas est l. E uma
hora aparecer.
Por suas dimenses continentais, pelas massas humanas
que abriga em seu territrio imenso e rico em recursos
naturais como poucos, o Brasil precisa atingir um patamarde
desenvolvimento que, apesar de a maioria no saber,
vai ficando cada vez mais distante. Um pas como este
no pode almejar se tornar o que almeja se no se
industrializar.
Pode at se tornar um pas de qualidade de vida mdia aceitvel,
mas, se no se industrializar, continuar sendo
uma nao secundria. Com peso econmico, sim, porm sem condies de,
pelo seu gigantismo, ocupar a
posio que merece no concerto das naes.
A circunstncia da economia brasileira nica na histria. No lhe
falta dinheiro, recursos naturais, posio
estratgica no cenrio mundial, mas lhe falta uma estratgia de
desenvolvimento. E por falta dela que a indstria
brasileira est morrendo. O Brasil est se
desindustrializando.
O comrcio exterior denuncia a real posio brasileira no mundo.
Hoje, cerca de 70% do que o Brasil vende aoexterior so produtos
bsicos gros, minrios, petrleo. O resto so produtos manufaturados
e
semimanufaturados. Essa relao j foi de meio a meio. Nos ltimos
anos, foi se desequilibrando. E a situao s
tende a piorar.
A, algum dir que, apesar de o Brasil estar caminhando para se
tornar quase que exclusivamente um exportador
de commodities (produtos bsicos), fabrica de tudo e pode vender
internamente, em seu vastssimo mercado
interno, assim como fez durante a crise econmica internacional
de 2008/2009, quando o mundo parou.
No bem assim. A situao de nossa indstria manufatureira no
mercado internacional reflete a sua debilidade, a
sua incapacidade de competir com a produo dos outros pases
industrializados. E o que impede que a indstria
brasileira seja dizimada pela competio externa so barreiras
alfandegrias, pura e simplesmente.
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Para os leigos: o Brasil cobra exorbitantes impostos de importao
que encarecem os produtos industrializados
estrangeiros, muito mais baratos. Ou seja: como uma pessoa que s
conseguisse levar a sua vida normalmente
base de drogas. Todavia, essa droga alfandegria ir perdendo o
efeito.
Manter o mercado interno brasileiro protegido da importao de
produtos fabricados no exterior e que poderiam ser
vendidos por aqui, em certos casos, por um tero dos preos
praticados pela indstria nacional, uma medida que
no pode ser mantida indefinidamente.
A Organizao Mundial do Comrcio (OMC), a grosso modo, regula o
comrcio internacional e dirime divergncias
entre os pases por conta daquelas barreiras alfandegrias. E rege
os cronogramas de desonerao dasimportaes com os quais os pases se
comprometem.
certo que h muita importao de tecnologia manufatureira. Mquinas
e equipamentos entram sem parar no pas
de forma a modernizarem a indstria nacional. Contudo, nem toda a
modernizao possvel e imaginvel do parque
industrial brasileiro ser capaz prover condies de impedir o
desaparecimento de indstrias.
No haver mquinas e equipamentos modernos que podero dar conta de
superar uma moeda que se valoriza
como nenhuma outra e que vai fazendo dos produtos
industrializados brasileiros os mais caros do mundo. E a
valorizao do real deve prosseguir porque ajuda a combater um mal
que todos os governos julgam prioridade
combater.
Estamos vivendo um processo de recrudescimento da inflao. Porm,
ao contrrio do que dizem aqueles
brasileiros que torcem para o pas ir mal porque querem que os
conservadores voltem ao poder na esteira dadesgraa nacional, a
inflao temporria. O algoz da indstria verde-amarela tratar de
faz-la baixar. Quem
esse algoz? O cmbio.
Eis o problema do pas. Como o Brasil precisa exportar e no
consegue vender produtos industrializados ao
exterior, ampara-se nos produtos bsicos supramencionados. Dessa
exportao de matrias-primas decorre a
entrada massiva de dlares no pas. E, dela, a valorizao do
real.
Com o mercado interno encharcado de dlares, cai o preo da moeda
americana. Caindo, o produto manufaturado
brasileiro se torna mais caro. E, cedo ou tarde, o similar
estrangeiro ter que entrar ainda mais do que j vem
entrando. Ento, o problema no s o comrcio exterior.
Neste momento, devido s barreiras alfandegrias ainda possvel a
indstria brasileira se manter diante da
estrangeira. A economia superaquecida gera uma demanda por
produtos de tal ordem que cede espao para queprodutos caros
subsistam. Com o tempo, porm, essa vantagem deve desaparecer. O
mundo caminha para
derrubar as barreiras tarifrias.
Proximamente, com o pr-sal fazendo jorrar dlares esse petrleo
destinar-se- exclusivamente exportao,
pois o Brasil j produz tudo de que precisa , o percentual de
manufaturados na pauta de exportaes deve
diminuir ainda mais e o real cada vez mais valorizado continuar
encarecendo os industrializados brasileiros.
No comeo, sero as pequenas indstrias. Depois, as mdias. Por fim,
as grandes perdero o interesse em
produzir no Brasil. Muitas, sobretudo as pequenas, quebraro por
falta de mercado.
Um projeto de pas passa no s por impedir que a sua indstria se
torne meramente decorativa diminuta e
localizada em nichos , mas por industrializ-lo cada vez mais. O
que se pode perceber, porm, que nem
governo, nem oposio sabem como operar esse milagre.Tudo isso que
vai acima, Jos Serra disse durante a eleio do ano passado. Porm, no
apresentou solues.
Todos sabem qual o problema, mas ningum sabe como resolver. No
valeria a pena eleger algum to
incompetente que s sabe apontar problemas, mas desconhece
solues.
E ningum sabe o que fazer, porque cada medida mais efetiva ameaa
gerar um efeito colateral. a sndrome do
cobertor curto.
Desonerao drstica de impostos das exportaes seria considerada
subsdio pela OMC, prtica comercial
desleal; taxar a entrada de dlares especulativos do mercado
financeiro no est sendo suficiente porque a maior
entrada de dlares vem de exportaes e de investimentos.
Finalmente, dlar barato ajuda a combater a inflao.
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O governo, nas palavras do ministro Guido Mantega, acredita que
quando os pases ricos se recuperarem
economicamente iro aumentar juros e atividade econmica e, a,
voltaro a atrair o vagalho de dlares que
engolfa o Brasil. Ou seja, acredita que tudo se resolver
sozinho. Esquece que o petrleo exportvel compensar
tal efeito.
Essa a verdade. No se pode ignorar esses fatos e este blogueiro
no tem nem vontade, nem o direito de faz-lo.
http://www.blogdacidadania.com.br/2011/04/a-desindustrializacao-do-brasil/
Edio do dia 03/05/2013
03/05/2013 22h00 - Atualizado em 03/05/2013 22h00
Desequilbrio entre importaes e exportaes do Brasil preocupaO
desempenho fraco da indstria brasileira nas vendas para o exterior
foi um dos motivos de a balana comercial
brasileira ter fechado os quatro primeiros meses do ano no
vermelho.
O desempenho fraco da indstria brasileira nas vendaspara o
exterior foi um dos motivos de a balanacomercial brasileira ter
fechado os quatro primeirosmeses do ano no vermelho.
Est longe de ser o melhor comeo de ano, mas oscontratos
aumentaram. Reflexo da economiabrasileira, que apresenta sinais de
recuperao.
Uma indstria de So Paulo fabrica tornos, quasetodos para o
mercado interno. H dez anos, 30% iam
para exportao. Agora, nem 10%.
O cmbio teve uma grande influncia nisso. Hoje,com essa situao do
real, em relao ao dlar e em relao ao euro, recebemos muito poucos
reais paraexportao, isso dificulta as negociaes, explica o
industrial Andreas Meister.
O caso dessa indstria um bom exemplo para explicar o que
acontece com a balana comercial. De um
lado, a economia melhorou nos quatro primeiros meses de 2013 e
foi preciso importar mais peas ecomponentes para fabricar as
mquinas nacionais. Por outro lado, est mais difcil vender
equipamentospara clientes em outros pases. O resultado geral um
saldo negativo na balana.
No ano, a balana est no vermelho em US$ 6,1 bilhes, o maior
dficit j registrado nesse perodo. Dejaneiro a abril do ano passado,
houve supervit de US$ 3,3 bilhes.
Este ano, o Brasil j importou US$ 77 bilhes. Quase 9% mais do
que 2012. E exportou US$ 71 bilhes,uma queda de 4%.
Estamos vendendo menos, principalmente produtos
industrializados, para alguns dos nossos principaisparceiros, como
Estados Unidos, Unio Europia e Amrica Latina.
Parte do saldo negativo vem da compra de gasolina que a Petrobrs
fez 2012, mas que o governo decidiu s
contabilizar esse ano.Foram US$ 4,5 bilhes. Mesmo descontando
esse valor, a balana ainda estaria no vermelho. Analistas de
bancos e indstrias j revisam para baixo as projees para a balana
comercial deste ano. Mesmo sabendoque a partir desse ms, o campo
deve pesar para o lado positivo da balana.
Voc tem um escoamento de safra agrcola que vai ocorrer ao longo
dos prximos meses. O saldo negativovai se reverter ao longo dos
prximos meses e vai ficar positivo, avalia o economista Juan
Jensen.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/05/desequilibrio-entre-importacoes-e-exportacoes-do-brasil-preocupa.html