Coluna vertebral esterno e costelas As vértebras cervicais são sete nos mamíferos (salvo raras excepções) e constituem a base óssea do pescoço. Características comuns A região cervical forma juntamente com a cabeça um sistema de equilíbrio (equilíbrio cervico-cefálico) adaptado a cada tipo de locomoção e hábitos das variadas espécies. Também as vértebras cervicais, consideradas como um todo, são geralmente longas e fortes nos mamíferos corredores (caso da maioria dos mamíferos domésticos). Estas são, pelo contrário, delgadas e curtas no homem, cuja cabeça assenta sobre as mesmas. Mantendo as suas funções, as vértebras cervicais tornam-se também muito curtas em espécies que utilizam a cabeça para remexer a terra, como o caso dos suínos, para o transporte, o que se verifica no elefante, e ainda em mamíferos marinhos. Apesar destas diferenças, as vértebras cervicais apresentam características que as distinguem claramente de todas as outras. Para além disso, o atlas e o áxis merecem ainda uma descrição com uma maior profundidade. O corpo da vértebra cervical apresenta uma crista ventral bem desenvolvida, que aumenta de comprimento caudalmente, onde termina num tubérculo. Este é sobretudo mais evidente nos mamíferos que possuem o pescoço plano de um lado ao outro (dorsalmente). Logo, como no caso do Homem o pescoço é largo transversalmente, as vértebras cervicais são mais largas e o tubérculo médio ventral dos seus corpos é menos desenvolvido, sendo os processos espinhosos bem mais evidentes, e verifica-se o esbatimento da crista na última e penúltima vértebra. A cabeça da vértebra é bem desenvolvida e convexa. A fossa vertebral é profunda, maior do que a da cabeça da vértebra que recebe, o que implica um grande desenvolvimento dos discos intervertebrais.
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Coluna vertebral esterno e costelas
As vértebras cervicais são sete nos mamíferos (salvo raras excepções) e constituem a
base óssea do pescoço.
Características comuns
A região cervical forma juntamente com a cabeça um sistema de equilíbrio (equilíbrio
cervico-cefálico) adaptado a cada tipo de locomoção e hábitos das variadas espécies.
Também as vértebras cervicais, consideradas como um todo, são geralmente longas e
fortes nos mamíferos corredores (caso da maioria dos mamíferos domésticos). Estas
são, pelo contrário, delgadas e curtas no homem, cuja cabeça assenta sobre as
mesmas.
Mantendo as suas funções, as vértebras cervicais tornam-se também muito curtas em
espécies que utilizam a cabeça para remexer a terra, como o caso dos suínos, para o
transporte, o que se verifica no elefante, e ainda em mamíferos marinhos. Apesar
destas diferenças, as vértebras cervicais apresentam características que as distinguem
claramente de todas as outras. Para além disso, o atlas e o áxis merecem ainda uma
descrição com uma maior profundidade.
O corpo da vértebra cervical apresenta uma crista ventral bem desenvolvida, que
aumenta de comprimento caudalmente, onde termina num tubérculo. Este é
sobretudo mais evidente nos mamíferos que possuem o pescoço plano de um lado ao
outro (dorsalmente). Logo, como no caso do Homem o pescoço é largo
transversalmente, as vértebras cervicais são mais largas e o tubérculo médio ventral
dos seus corpos é menos desenvolvido, sendo os processos espinhosos bem mais
evidentes, e verifica-se o esbatimento da crista na última e penúltima vértebra. A
cabeça da vértebra é bem desenvolvida e convexa. A fossa vertebral é profunda, maior
do que a da cabeça da vértebra que recebe, o que implica um grande desenvolvimento
dos discos intervertebrais.
O arco delimita o foramen vertebral dorsalmente. Os processos espinhosos são pouco
desenvolvidos, geralmente em forma de tubérculo ou crista pouco evidente. No
entanto, tornam-se mais desenvolvidos nas últimas vértebras da região cervical.
Os processos transversos, inseridos nos limites do corpo, são desenvolvidos na
direcção lateral e subdividem-se em duas grandes cúspides: uma dorso-caudal, que é o
tubérculo dorsal e outra crânio-ventral, o tubérculo ventral.
Cada processo transverso é atravessado na sua base, no sentido crânio-caudal, por um
orifício vásculo-nervoso, o foramen transversal, que não existe na sétima vértebra
cervical e, por vezes, no áxis. Os processos articulares são grandes e planos,
permitindo os movimentos de lateralidade do pescoço (superfícies articulares são
planiformes). De cada lado da vértebra, em relação ao plano mediano, os processos
craniais e caudais são frequentemente ligados por uma crista ou uma fina lâmina
óssea. As incisuras craniais e caudais são largas e profundas e contribuem para a
formação de orifícios intervertebrais.
A primeira, o atlas, articula-se com o osso occipital de maneira a suportar a cabeça.
Apresenta características particulares, articulando caudalmente com o áxis, a segunda
vértebra cervical.
O Atlas é a primeira vértebra cervical e articula-se com o osso occipital e
também com a vértebra áxis. A sua função especial é ser o suporte da cabeça.
Atlas de Cavalo; Vista Dorsal
As especificidades do Atlas fazem dele uma vértebra diferente de todas as outras
vértebras. Na realidade, o Atlas:
1. Aparenta ausência de corpo, substituído por um arco ventral.
2. Apresenta uma largura considerável, principalmente devido ao
desenvolvimento dos seus processos transversais, que se apresentam com uma forma de
asa.
3. Tem duas cavidades articulares na face cranial para a conexão com os
côndilos occipitais.
4. O foramen vertebral é muito amplo.
Características do Atlas
O arco ventral é um grande ponto ósseo convexo ventralmente, no qual se
consegue reconhecer uma face dorsal e uma face ventral. A face dorsal, fosso, forma o
“chão” do foramen vertebral e é maioritariamente revestido por uma superfície côncava
e lisa, revestida por cartilagem, de maneira a alojar o dente do áxis: é a “fovea dentis”.
O arco ventral apresenta na face ventral uma forma convexa e apresenta um tubérculo
ventral.
O arco dorsal apresenta uma face ventral côncava e lisa, que forma o tecto do
foramen vertebral e apresenta uma tuberosidade, o tubérculo dorsal, que é um vestígio
de uma apófise espinhosa.
Cada lado do arco dorsal é perfurado na sua extremidade cranial e esse furo
permite o acesso ao foramen vertebral e representa o equivalente do foramen vertebral
lateral nas outras vértebras.
Na massa lateral, podemos encontrar uma apófise transversa designada de asa do
atlas. Podemos também encontrar um foramen alar, em cada asa, que perfura a asa do
atlas cranialmente, sendo que este orifício serve de ponto de passagem para a artéria
occipital. Os orifícios transversos (foramen transversos) podem ser encontrados um em
cada asa do atlas e servem para a passagem de vasos e nervos vertebrais.
Articulações entre o Crânio e o Atlas
As articulações entre Atlas e Crânio são as articulações entre C1 e os côndilos
occipitais que permitem movimento de flexão e extensão do pescoço. São revestidas por
cápsulas articulares. O Crânio e a C1(Atlas) contactam-se também através das
membranas atlantooccipitais anteriores e posteriores. Essas membranas evitam
hiperflexão ou hiperextensão do pescoço.
Articulações entre o Atlas e o Áxis
Existem 3 articulações entre o Atlas e o Áxis (entre C1 e C2) sendo duas laterais
e uma mediana. Permitem movimentos de rotação. Durante esse movimento o dente de
C2(dente do áxis) é mantido num anel formado pelo arco anterior do atlas e o ligamento
transverso.
Anatomia Comparada
Carnívoros
O atlas é muito largo e apresenta uma incisura alar em vez de um
foramen alar.
Cão:
o O arco ventral apresenta uma “fovea dentis” vasta e um tubérculo ventral
forte e saliente.
o As superfícies articulares caudais são bastante grandes, ligeiramente
côncavas e muito oblíquas caudo-lateralmente.
Ruminantes
O atlas não possui foramen transverso.
A tuberosidade dorsal é bastante volumosa.
Vaca:
o Tubérculo ventral grande mas pouco saliente.
o As superfícies articulares caudais são ligeiramente côncavas.
Cavalo
O atlas possui foramen transverso.
O arco ventral é relativamente fino.
O tubérculo ventral é bastante saliente.
Suíno
O arco ventral é bastante maior que o arco dorsal.
A fovea dentis é relativamente pequena mas bastante profunda.
Homem
O atlas do ser humano é breve, bastante achatado.
Não possui foramen lateral nem foramen transversal.
O tubérculo dorsal é bastante saliente.
Cavalo
Vaca
Cão
Suíno
Raposa Vermelha
Lobo
Gato
Comparação entre um atlas de um gato e o atlas de um bovino.
AXIS
O Àxis é a segunda vértebra cervical, serve de eixo para a rotação do Atlas com a
cabeça. É atípica devido a presença de um processo articular característico ou dente
(processo Odontóide) que se vai articular cranialmente com o tubérculo anterior do
Atlas na Fóvea Dentis.
Vista Cranial Observa-se:
Processo Espinhoso;
Processos articulares caudais;
Foramen vertebral;
Processos articulares craniais;
Vista Caudal observa-se:
Processos transversos;
Processos articulares caudais;
Foramen vertebral;
Fossa da Vértebra;
Vista Lateral observa-se:
Processo Espinhoso;
Processo Articular Caudal;
Processo transverso;
Dente do Àxis;
Foramen Vertebral Lateral;
Foramen Transversal;
CONFORMAÇÃO
Como todas as outras vértebras apresenta um corpo e um arco embora estas duas
formações estejam modificadas na sua parte cranial.
O corpo vertebral é muito desenvolvido e estrangulado no meio, alargado nas suas
extremidades e dotado na sua face ventral de uma forte Crista (crista ventral),
terminada caudalmente por um tubérculo (tubérculo ventral da apófise transversa).
A superficie articular cranial é constituída por um forte dente (DENS AXIS)
antigamente chamado apófise odontóide, que se articula de forma móvel com a fóvea
dentis do atlas.
A face ventral do seu processo é convexa de um lado ao outro, lisa, revestida por
cartilagem articular (Facies articulares ventralis) para se articular à fovea dentis. Esta
superfície é completada de cada lado da base do dente, sobre a extremidade cranial do
corpo por uma expansão articular planiforme destinada a articular à superfície articular
caudal do atlas. Esta expansão equivale ao processo articular cranial das outras
vértebras.
A face dorsal do dente é conciliada de forma variável consoante as espécies. Nos
equinos e ruminantes esta face é deprimida e rugosa para as inserções ligamentosas.
Nos Suínos, carnívoros, coelho e homem é convexa e revestida por cartilagem (facies
articulares dorsalis) para corresponder a um ligamento transverso. O dente está
estrangulado na sua base e é sustentado por um verdadeiro colo.
Extremidade caudal do corpo é provida de uma fossa vertebral vasta e profunda.
O arco é saliente, vertical e largo. É caracterizado por um processo espinhoso muito
forte, alongado no sentido crânio-caudal, sempre erguido.
Os processos transversos são simples e não bicúspides, alargados caudalmente e
perfurados na sua base no foramen transverso.
Incisuras vertebrais craniais são vastas, convertidas em orifícios (Foramens vertebrais
laterais) nos ungulados (animais com casco). A sua importância varia com as espécies.
O arco não possui o processo articular cranial (estes são substituídos pelas expansões
articulares laterais providas pela extremidade cranial do corpo)
Processos articulares caudais bastante desenvolvidos e estão dispostos como nas
outras vértebras cervicais.
ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO
O Àxis contém muito tecido esponjoso. Esta vértebra desenvolve-se por quatro centros
primários de ossificação aos quais se adicionam dois centros secundários. Um centro
primitivo forma o corpo e duas outras lâminas. O último, que forma o dente, representa
na realidade o equivalente ao centrum (corpo) do atlas. Todos estes centros de
ossificação aparecem desde da primeira metade da gestação. Estes dois centros
secundários, um forma a fossa vertebral, como nas outras vértebras e o outro encaixa
entre a base do dente e o corpo, corresponde ao intercentrum e sua presença demonstra
bem que o dente está na origem de uma parte estrangeira ao Àxis.
Fig. Centrum de uma vértebra da coluna
vertebral
PARTICULARIDADES ESPECIFICAS
Cavalo
O corpo do Àxis é particularmente longo, provido de uma crista ventral afiada, acabada
caudalemente por um forte tubérculo.
O dente é hemitroncônico e a goteira da sua face dorsal é cavada e rugosa.
Superfície articular ventral está em continuidade com duas expansões laterais pouco
convexas, limitadas de fora por um rebordo saliente e bem separado um do outro por
debaixo dela.
Processo espinhoso está erguido, com um rebordo dorsal espesso, rugoso e curvo,
convexo da frente para trás. Este rebordo bifurca-se caudalmente e prolonga-se por uma
forte crista rugosa sobre cada processo articular caudal.
Processos transversos esguios, relativamente estendidos caudalemente e quase
pontiagudos.
Incisura cranial está habitualmente convertida num orificio (Foramen vertebral lateral)
por uma estreita trave óssea.
Fig: Vista Cranial e Lateral de Àxis de Equino
Boi
O corpo do Àxis é espesso e relativamente curto.
O dente é hemicilíndrico, ligeiramente relevado em relação ao eixo vertebral e a goteira
da sua face dorsal é profunda.
As expansões articulares laterais estão planiformes estendidas aproximadamente no
mesmo plano transversal e reúnem-se largamente debaixo do dente. Simples
caudalmente, ou acaba por um forte tubérculo em inclinação brusca, sem se aproximar
ao processo articular caudal.
Foramen tranversal é estreito, muitas das vezes ausente. A incisura cranial é
convertida num orifício (foramen vertebral lateral) por uma trave óssea sempre larga.
Fig: Vista Caudal Àxis Bovino
Fig: Vista Lateral Àxis Bovino
Fig: Vista Cranial Àxis Bovino
Ovelha e cabra
Expansões articulares craniais que rodeiam o dente são côncavas nas proximidades do
seu processo e convexas na sua periferia.
Fossa vertebral é proporcionalmente mais larga e menos profunda que no Boi.
Processo espinhoso forma apenas um fraco tubérculo na sua extremidade caudal, na
cabra está mais estendido que na ovelha e projecta-se rostralmente por cima do foramen
vertebral.
Porco
O Àxis apresenta um dente espesso, curto e cónico pendiculado por um colo bem
marcado e provido de uma superfície articular dorsal convexa e bem delineada.
As superfícies articulares craniais são convexas e fortemente obliquas em direcção
latero-caudal. É através do processo espinhoso que se reconhece esta vértebra à primeira
vista. Este último é de facto muito elevado, com uma ponta arredondada ligeiramente
projectada caudalmente e uma base que se inclina cranialmente para o foramen
vertebral.
O processo transverso é curto dividido na sua base por um foramen tranversal largo
por vezes incompleto, próximo do qual se encontra reportado o foramen vertebral
lateral, que substitui a incisura cranial.
Cão
É muito longo, provido de uma crista ventral afiada. O dente longo e cilindróide,
provido de uma superfície articular dorsal estendida, é um pouco estrangulada na base.
As superfícies que a rodeiam lateralmente são muito oblíquas e convexas.
Processo espinhoso é estreito, pouco elevado mas muito longo, prolonga-se
rostralmente para uma forte saliência que se inclina para o foramen vertebral e chega
ligeiramente ao mesmo nível que o cumo do dente, caudalemente finaliza-se por um
tubérculo bilobado ou duplo.
Incisura cranial é larga e nunca é convertida num buraco. Os processos transversos são
longos, pontiagudos, fortemente divergentes e ultrapassam nitidamente o nível da fossa
vertebral.
Gato
O Àxis é em proporção mais curto do que nos cães.
A crista ventral bifurca-se apagando-se caudalmente.
Processo espinhoso é semelhante ao do cão, mas acaba caudalmente por um tubérculo
simples.
Os processos transversos são curtos.
Processo Espinhoso
Foramen Vertebral
Dente do Àxis
Expansão
Articular Cranial
Fig. Vista Cranio-Lateral de Àxis de Cão Fig. Vista Cranio-Lateral de Àxis de Gato
Coelho
O dente é provido de um colo pronunciado e numa superfície articular dorsal
igualmente nítida.
Processo espinhoso muito elevado na sua parte cranial, é bífido caudalmente e os
tubérculos que o finalizam são bem separados dos processos articulares.
Comparação com o homem
O Àxis participa na sua brevidade geral das vértebras cervicais. O seu corpo, largo e
deprimido dorso ventralmente, possui um dente forte nitidamente pendiculado provido
de uma superfície articular dorsal e de uma superfície ventral bem distinta. Esta última
está separada das superfícies articulares laterais da extremidade correspondente do
corpo.
O processo espinhoso é forte, tuberoso, bifurcado na ponta em dois tubérculos.
O processo transverso é curto, dividido na sua base por um foramen transversal largo.
Vértebras Cervicais III, IV E V
Em todas as espécies, estas três vértebras são muito semelhantes e as suas
características correspondem exactamente àquelas que definem as vértebras cervicais.
O corpo possui uma crista ventral mais ou menos desenvolvida, habitualmente
terminando com um tubérculo. A cabeça é bastante saliente e convexa e a fossa
vertebral é profunda e oblíqua ventro-caudalmente.
O arco possui processos espinhosos pouco desenvolvidos. Os processos transversos
são divididos em dois tubérculos, dorsal e ventral, geralmente unidos por uma crista
mais ou menos densa.
O comprimento dos corpos das vértebras diminui regularmente da terceira à quinta
vértebra cervical e a largura aumenta no mesmo sentido. Na maior parte das espécies,
os processos espinhosos tornam-se mais salientes também da terceira à quinta
vértebra.
Vértebra Cervical VI
Apesar desta vértebra cervical ainda se assemelhar às anteriores, começam a notar-se
certas modificações: o encurtamento dos corpos, a acentuação dos processos
espinhosos e a diminuição dos processos transversos. Apresenta, contudo,
particularidades que permitem a sua distinção.
A crista ventral é muito pouco desenvolvida ou mesmo ausente e verifica-se a redução
do tubérculo ventral. Os processos espinhosos são bastante salientes, sobretudo nos
ruminantes, no porco e nos carnívoros, sendo estes menos desenvolvidos nos
equídeos, onde os mesmos têm uma forma pontiaguda dirigida cranialmente.
O tubérculo ventral do processo transverso dá lugar a uma lâmina – a lâmina ventral –
que se dobra ventralmente.
Esta lâmina é bastante alongada nos equídeos, nos quais esta se tende a dividir em
duas cúspides, uma cranial e outra caudal, e é por esta razão que a sexta vértebra
cervical é muitas vezes denominada de tricúspide nestes animais.
Nos ruminantes, esta lâmina não se divide, mas é mais larga e desenvolvida,
arredondada e dobrada ventralmente. Este facto é mais evidente no porco, onde a
lâmina ventral é mais estreita junto à base e orientada de maneira a ser um pouco
sobreposta pela lâmina da vértebra que a precede.
Uma disposição comparável encontra-se nos carnívoros, onde a lâmina ventral é,
contudo, menos saliente, mas por ser recortada dá ao processo transverso um aspecto
tricúspide. Tal recorte não existe no coelho, sendo a sua lâmina ventral mais esticada
no plano longitudinal.
Vértebra cervical VII
Esta vértebra é em geral fácil de reconhecer. O seu corpo é mais curto do que aqueles
de todas as vértebras antecedentes. A crista ventral é delineada por uma saliência
rugosa. Na borda da fossa vertebral observa-se uma superfície articular ou fóvea costal
(fovea costalis caudalis) a qual articula com a cabeça da primeira vértebra torácica
(encaixe da primeira costela).
O arco é caracterizado pela acentuada saliência do processo espinhoso, o qual se
inclina caudalmente. Esta projecção é mais evidente na vaca e ainda mais no porco.
Nestas espécies, os processos espinhosos quase alcançam o topo da cernelha. É menos
desenvolvida nos equídeos, e é também menos evidente no coelho do que nos
carnívoros.
Os processos transversos são claramente menos desenvolvidos do que nas outras
vértebras anteriores, e não se verifica a sua divisão em tubérculos. Geralmente, a sua
base não é perfurada pelo orifício transverso, existindo, contudo, um pequeno orifício
no porco (e no Homem).
Os processos articulares caudais tendem a aproximar-se um do outro sobre o orifício
vertebral, algo que já se nota na sexta vértebra cervical e que se acentua ao longo das
vértebras torácicas. Por fim, as incisuras são largas e o foramen vertebral é espaçoso.
Anatomia Comparada
O atlas do cavalo possui um orifício transverso e o áxis é bifurcado caudalmente. As
vértebras cervicais são fortes e longas. A crista ventral é laminada, terminando num
tubérculo que se torna mais volumoso da terceira à quinta vértebra. A cabeça da
vértebra é estreita ventralmente, dando-lhe um aspecto triangular quando observada
cranialmente. Os processos espinhosos são curtos, reduzidos a uma pequena crista
longitudinal mais ou menos laminada. O orifício transverso torna-se maior da terceira
à quinta vértebra. Os processos articulares de um mesmo lado do plano mediano são
bem separados na terceira vértebra cervical, sendo na quarta unidos por uma crista,
por vezes incompleta, e na quinta esta crista torna-se bem desenvolvida e tuberosa. A
projecção da cabeça e a profundidade da fossa vertebral diminuem da terceira para a
quinta vértebra. Quando a terceira vértebra cervical é pousada sobre um plano
horizontal pela sua face cranial, vai tocar nesse plano em cinco pontos: os dois
processos articulares craniais, os dois tubérculos ventrais e a cabeça. Nas outras
vértebras, a cabeça fica um pouco mais distanciada desse plano de apoio.
Nos ruminantes, o atlas não possui orifício transverso e a tuberosidade dorsal é
volumosa. O áxis apresenta uma apófise odontóide semicilíndrica e curta, e não há
divisão da apófise espinhosa. A sexta vértebra cervical não apresenta crista ventral,
mas sim uma lâmina ventral muito desenvolvida.
Na vaca, estas vértebras são relativamente curtas. A sua crista ventral é menos
saliente e mais larga do que nos equídeos. O processo espinhoso é liso e bífido
no final da terceira vértebra cervical, e cada vez maior nas seguintes. O
tubérculo ventral dos processos transversos é mais saliente cranialmente na
terceira e torna-se cada vez mais ventral na quarta e na quinta vértebra. Os
processos articulares de um mesmo lado são sempre unidos por uma crista.
Nos carnívoros, o atlas é muito largo e apresenta uma incisura alar em vez de um
orifício alar, e o áxis tem uma apófise odontóide comprida e cilíndrica que se projecta
para o atlas e ainda uma apófise espinhosa que se alonga cranialmente, em direcção
ao tubérculo dorsal do atlas.
No cão, os processos espinhosos formam uma crista pouco desenvolvida na
terceira vértebra e tornam-se mais lisos e salientes nas seguintes. Os dois
tubérculos de cada processo transverso são alinhados no sentido crânio-caudal.
O tubérculo dorsal é cada vez maior da terceira à quinta vértebra e é
frequentemente bilobado nesta última.
No porco, as vértebras cervicais são notavelmente curtas, mais largas, densas e
tuberosas. Os corpos são volumosos, com uma cabeça e uma fossa vertebral elípticas
em relação ao eixo transversal, com uma curvatura relativamente pouco pronunciada.
Os processos espinhosos são salientes, inclinados cranialmente. O arco é estreitado de
tal forma que cada espaço interarcoal forma um grande orifício triangular que dá
acesso ao canal vertebral. Os processos transversos possuem dois tubérculos distintos:
o dorsal, volumoso, perfurado pelo foramen transverso na sua base, que é largo, e o
ventral, que se localiza sob o da vértebra anterior e transforma-se numa espécie de
lâmina que encaixa a face ventral do corpo seguinte. O volume desta tende a
aumentar regularmente da terceira à quinta vértebra.
Fig.1: Atlas do cavalo
Vista cranial
1- Tubérculo Dorsal
2- Cavidade articular para o côndilo occipital
3- Fundo da cavidade articular
4- Asa do atlas
5- Aresta rugosa da asa
6- Fossa atlóide
7- Arco ventral
8- Tubérculo ventral
9- Incisura interarticular
10- Foramen vertebral
11- Foramen transverso
12- Massa lateral
13- Tubérculo cranial
14- Arco dorsal
Vista dorsal
1- Incisura cranial do arco dorsal
2- Foramen vertebral lateral
3- Foramen alar
4- Aresta rugosa da asa
5- Foramen transverso
6- Superfície articular caudal
7- Incisura interarticular
8- Fovea dentis
9- Tubérculo caudal da asa
10- Superfície articular (com o áxis)
11- Foramen vertebral
12- Asa do atlas
13- Tubérculo cranial da asa
Fig.2: Áxis do Cavalo
V.Cranio L.E.
1-Processo espinhoso
2- Face lateral (marcas musculares)
3- Foramen vertebral lateral
4- Foramen vertebral
5- Dente do Áxis
6- Expansões laterais das superfícies articulares craniais
7- Processo articular caudal
8- Incisura vertebral caudal
9- Foramen transverso
10- Processo transverso
11- Aresta da fossa da vértebra
12- Tubérculo da crista ventral
13- Crista ventral do corpo da vértebra
V.Caudo L.E.
1-Processo espinhoso
2- Face lateral
3- Foramen vertebral lateral
4- Dente do Áxis
5- Crista limite da superfície articular cranial
6- Foramen transverso
7- Processo transverso
8- Crista ventral
9- Tubérculo da crista ventral
10- Fossa da vértebra
11- Processo transverso
12- Incisura vertebral caudal
13- Foramen Vertebral
Fig.3: Vértebras Cervicais do Cavalo (vista lateral esquerda)
1- Foramen Intervertebral 18,25,28- Processo transverso (bicúspide)
2- Foramen transverso 19- Face lateral do corpo da vértebra
3- Superfície articular caudal 20- Tubérculo caudal da crista ventral
4- Tubérculo ventral 21- Proc. art. cranial da 4ª vértebra
5- Aresta da asa 22- Base do processo transverso
6- Processo articular cranial 23- Foramen transverso
9- Processo espinhoso do áxis 27- Foramen transverso
10- Foramen transverso 29- Processo Espinhoso
11- Processo transverso do áxis 30- Foramen transverso
12- Processo articular caudal 31- Processo articular caudal
13- Crista ventral 32- Processo transverso (tricúspide)
14- Processo articular cranial 33- Processo transverso (unicúspide)
15- Processo espinhoso da 3ª vértebra 34- Superfície articular cranial
16- Foramen transverso 35- Foramen alar do atlas
17- Processo articular caudal
Fig.4: Vértebras Cervicais do Cão (vista lateral esquerda e vista ventral e dorsal)
V.L.E. 1- Foramen vertebral lateral 2- Processo espinhoso do áxis 3- Foramen transverso 4- Processo articular cranial 5- Processo transverso 6- Processo articular caudal 7- Processo espinhoso
V.D. 1- Processo espinhoso do áxis 2- Foramen vertebral lateral 3- Incisura alar 4- Asa do atlas 5- Foramen transverso 6- Abertura cranial do foramen transverso 7- Processo espinhoso do áxis 8- Processo articular caudal 9- Processo espinhoso 10- Processo articular cranial 11- Processo transverso 12- Processo espinhoso 13- Processo articular caudal 14- Processo transverso 15- Fossa vertebral V.V. 1- Superfície articular cranial 2- Tubérculo ventral 3- Fossa atlóide 4- Foramen transverso 5- Crista ventral do corpo 6- Tubérculo caudal da crista ventral 7- Cabeça da vértebra 8- Processo transverso 9- Tubérculo caudal da crista ventral 10- Lâmina ventral do sexto processo transverso 11- Processo transverso
Fig.5: Vértebras cervicais do porco
V.L.E.
1- Foramen vertebral lateral 2- Tubérculo dorsal 3- Asa do atlas 4- Fossa atlóide 5- Tubérculo ventral do atlas 6- Processo espinhoso do áxis 7- Foramen transverso 8- Processo transverso 9- Processo espinhoso
Vista dorsal e ventral
1- Massa lateral 2- Asa do atlas 3- Foramen vertebral lateral 4- Foramen alar 5- Superfície articular cranial 6- Foramen alar 7- Tubérculo ventral do atlas 8- Processo espinhoso do áxis 9- Processo articular cranial 10- Processo articular caudal 11- Processos transversos 12- Processo espinhoso 13- Fossa vertebral
Fig.6: Vértebras Cervicais da Vaca (vista lateral esquerda)
1- Foramen alar 14- processo espinhoso
2- Foramen vertebral lateral 15- processo transverso
3- Tubérculo dorsal 16- face articular para a primeira costela (fovea costalis)
4- Asa do atlas
5- Tubérculo ventral
6- Foramen vertebral lateral
7- Processo espinhoso
8- Processo articular cranial
9- Processo articular caudal
10- Processo transverso
11- Foramen transverso
12- Foramen intervertebral
13- Corpo da vértebra
Fig.7: Vértebras Cervicais III, IV e V do Cavalo (vista lateral esquerda)
III
1- Processo espinhoso
2- Incisura vertebral cranial
3- Processo articular cranial
4- Foramen transverso
5- Cabeça da vértebra
6- Tubérculo ventral
7- Tubérculo da crista ventral
8- Aresta da fossa vertebral
9- Tubérculo dorsal
10- Incisura vertebral caudal
11- Processo articular caudal
IV
1- Processo articular cranial
2- Incisura vertebral cranial
3- Foramen transverso
4- Cabeça da vértebra
5- Tubérculo ventral
6- Processo articular caudal
7- Incisura vertebral caudal
8- Tubérculo dorsal
9- Aresta da fossa vertebral
10- Tubérculo da crista ventral
V
8- Aresta da fossa vertebral
9- Tubérculo dorsal do processo transverso
Fig.8: Vértebras Cervicais III, IV e V da Vaca (vista lateral esquerda)
III
1-Processo espinhoso
2- Processo articular cranial
3- Cabeça da vértebra
4- Tubérculo ventral
5-Processo articular caudal
6- Foramen transverso
7- Tubérculo dorsal
8-Aresta da fossa vertebral
IV, V
1-Processo espinhoso
2- Processo articular cranial
3- Incisura vertebral cranial
4- Cabeça da vértebra
5- Tubérculo ventral
6- Processo articular caudal
7- Foramen transverso
8- Tubérculo dorsal
9- Aresta da fossa vertebral
10- Tubérculo da crista ventral
Fig.9: Vértebra Cervical IV do porco, cão, gato e coelho (vista lateral e cranial)
Fig.10: Vértebras Cervicais VI e VII do cavalo (vista lateral esquerda)
VI
1-Processo espinhoso
2-Processo articular cranial
3- Incisura vertebral cranial
4-Cabeça da vértebra
5- Tubérculo dorsal
6- Lâmina ventral (cúspide cranial)
7- Processo articular caudal
8- Incisura vertebral caudal
9- Foramen transverso
10- Fossa da vértebra
11- Lâmina ventral (cúspide caudal)
VII
1-Processo espinhoso
2- Processo Articular Cranial
3-Incisura vertebral cranial
4- Cabeça da vértebra
5- Processo transverso
6- Processo articular caudal
7- Incisura vertebral caudal
8- Fossa da vértebra
9- Fovea costalis
Fig.11: Vértebras Cervicais VI e VII da vaca (vista lateral esquerda)
VI
1- Processo articular cranial
2- Incisura vertebral cranial
3- Cúspide dorsal do processo transverso
4- Cabeça da vértebra
5- Lâmina ventral do processo transverso (cúspide cranial)
6- Processo espinhoso
7- Processo articular caudal
8- Incisura vertebral caudal
9- Foramen transverso
10- Lâmina ventral (cúspide caudal) VII
1-Processo espinhoso
2- Processo articular cranial
3- Incisura vertebral cranial
4- Cabeça da vértebra
5- Processo articular caudal
6- Processo transverso
7- Fovea costalis
Vértebras torácicas
As vértebras torácicas são em número muito variável consoante as espécies.
As vértebras torácicas formam um eixo com a parede dorsal do tórax, e são
caracterizadas pelas suas ligações com as costelas, a cada vértebra ligam-se duas
costelas.
Todas as costelas, articulam o seu tubérculo com o processo transverso da vértebra e
articulam ainda a sua cabeça entre o corpo da vértebra á qual pertencem e a vértebra
seguinte.
Características gerais das vértebras
O corpo das vértebras torácicas é relativamente curto, sobretudo nas espécies em que
estas vértebras são pouco numerosas. Quando comparados os corpos das vértebras
torácicas e lombares, os das torácicas são claramente mais curtos. Se os compararmos
aos das vértebras cervicais temos que fazer duas distinções, comparamos cervicais
com as torácicas dos equinos e dos ruminantes e aqui o corpo vertebral das vértebras
torácicas é claramente mais curto ao passo que, nas outras espécies, e em particular
no Homem e no porco são bem mais longos.
O corpo vertebral tem uma forma cilíndrica mais evidente nas partes ventro-laterais. A
cabeça da vértebra é menos convexa e a fossa vertebral menos concava que nas
vértebras cervicais. O achatamento destas superfícies traduz-se num maior
empilhamento ósseo e menor mobilidade.
A crista ventral é muito pequena e pouco resistente sendo substituída por uma simples
rugosidade que por vezes esta ausente.
O corpo da vértebra possui umas fossas ou foveas costais, teoricamente, existem 2
foveas por costela, uma fovea cranial e uma costal. Se fizermos cortes nas suas
vizinhanças da inserção do arco ao longo da cabeça e da fossa da vértebra, verificamos
que, estas superfícies articulares se completam de uma vértebra a outra para formar
cúpulas costais que permite a adaptação das vértebras às costelas. A fovea costal é
sempre mais larga e funda que a fovea caudal, é de assinalar que a fovea caudal
geralmente costuma faltar na última vértebra e em certas espécies nas 2 ou 3 ultimas
vértebras torácicas.
O arco que delimita o foramen vertebral é relativamente estreito, em especial no
interior da vértebra. O processo espinhoso é saliente e muito comprido sobretudo nas
primeiras vértebras torácicas. Os processos transversos são curtos e estão inseridos
dorsalmente ao pedículo vertebral. Cada um deles possui uma característica particular,
a fovea costal do processo transverso que corresponde á face semelhante de um
tubérculo costal. Dorsalmente, na base dos processos transversos, desenvolvem-se nas
vértebras mais caudais relevos que anunciam as disposições nas regiões.
Na direcção crânio-dorsal detecta-se um processo mamilar mais ou menos
arredondado. No final do processo articular caudal pode aparecer um processo
acessório mais fraco e menos resistente.
Os processos articulares aproximam-se do plano mediano dorsalmente ao foramen
vertebral e são pouco salientes.
As incisuras vertebrais craniais são pouco marcadas. As incisuras caudais são mais
profundas convertendo-se em otificios vertebrais laterais.
Características específicas.
É difícil precisar o número de uma vértebra torácica isolada, apenas a primeira e a
ultima apresentam características que permitem a sua distinção.
Os corpos vertebrais alargam-se de forma progressiva. As espécies que possuem
vértebras cervicais evidenciadas, as suas primeiras vértebras torácicas encontram-se
largas e o calibre diminui nas primeiras antes de aumentar de novo.
As cabeças e as fossas vertebrais são menos côncavas ao longo da região lombar.
As foveas costais são claramente côncavas nas primeiras vértebras torácicas,
tornando-se mais planas e a sua extensão diminui. Esta redução é muito importante
para as foveas caudais, que podem mesmo em certas espécies desaparecer em
algumas das últimas vértebras.
Nos arcos, os processos espinhosos aumentam rapidamente a sua altura nas primeiras
vértebras torácicas diminuindo gradualmente nas últimas: as mais altas de toda a
coluna aparecem na região interescapular. Encontramos ainda uma vértebra diferente,
é a vértebra anticlinal, esta é a primeira vértebra da região torácica caudal ou na
região lombar e possui um processo espinhoso perpendicular ao corpo da vértebra.
Quanto á largura dos processos espinhosos, eles são em geral muito grandes nas
primeiras vértebras torácicas, sobretudo em grandes ruminantes e porcos onde esta
característica é impressionante, o processo espinhoso é menos largo nos carnívoros
onde vai aumentando ao contrário dos outros processos.
Os processos transversos diminuem regularmente o seu volume próximo da região
cervical, os últimos são muito reduzidos e podem mesmo faltar como no gato. Na sua
base desenvolvem-se os processos mamilares e acessórios que ausentes nas primeiras
vértebras, tornando-se fortes nas últimas vértebras.
A fovea costal transversal reduz nas últimas vértebras e aproxima-se da fossa cranial o
corpo da vértebra o que acaba por levar a uma fusão.
Os processos articulares encontram-se largos e espaçados na primeira vértebra
torácica, aproximando-se rapidamente e a superfície das fossas diminui regularmente.
Normalmente, as últimas tornam-se mais fortes e as suas faces menos planas.
As incisuras caudais dos pedículos vertebrais são muito profundas e frequentemente
convertidas em buracos.
Neste ultimo caso, a incisura caudal parece muito fraca, mas existe sobre o pedículo
um foramen vertebral lateral equivalente a um foramen intervertebral.
A primeira vértebra torácica é inconfundível pelas suas características de transição da
região cervical. A sua cabeça e a sua fossa vertebral encontram-se bem pronunciadas.
Os dois pares de foveas costais do corpo são largas e muito concavas, o processo
espinhoso é mais comprido que nas outras, o processo transverso é dirigido
lateralmente e tem uma fovea costal grande e côncava. Os processos articulares
craniais encontram-se fortes e espaçados, ao passo que os caudais são mais fraquinhos
e próximos. As incisuras craniais são fortes e as caudais são profundas, menos no boi e
no porco, nunca são convertidas em buracos. A última vértebra torácica possui um
corpo largo e forte, um pouco como as vértebras lombares. Os seus processos
espinhosos não são muito salientes. Sobretudo os corpos são sempre desprovidos de
fovea costal caudal e a fovea costal transversal está ausente ou conflui com a fovea
costal caudal.
Anatomia comparada
Nos bovinos a incisura vertebral caudal transformou-se em orifício vertebral lateral, o
corpo vertebral é mais comprido que o das vértebras torácicas do cavalo e a apófise
espinhosa é muito larga e aplanada lateralmente.
Nos carnívoros os processos articulares são quase imperceptíveis, reduzidos a meras
facetas articulares, as incisuras vertebrais nunca se convertem em orifícios.
Por fim nos cavalos, o corpo vertebral é curto, a apófise espinhosa é relativamente
estreita e alta, e as incisuras vertebrais caudais por vezes encontram-se convertidas
em orifícios a partir da 4ª e 5ª vértebra.
Vértebra torácica de Bovino
Vértebra torácica de bovino
Vértebra torácica de bovino
Vértebra torácica de bovino
Vertebras Lombares
Características gerais
a) Corpo vertebral: semelhante ao das vértebras torácicas, mas maior e mais
longo; tornam-se maiores e mais achatados dorso-ventralmente da 1ª à última
vértebra
b) Crista ventral: espessa e mais ou menos saliente consoante a espécie; deixa de
existir nas últimas vértebras
c) Face ventral: aprofundada de cada um dos lados da crista ventral; quando a
crista desaparece, a face ventral tende a achatar-se
d) Foramen vertebral: vasto, dilatado e tende a aumentar quando a crista ventral
desaparece
e) Processo espinhoso: plano e relativamente alto (nunca mais alto do que o das
ultimas vértebras torácicas); é mais ou menos inclinado na direcção cranial; a
extremidade forma um “lábio” rugoso e termina com um tubérculo ou uma
ponta no lado cranial. Os últimos aparecem menos espaçados entre si.
f) Processos transversos ou costiformes (semelhantes ás costelas): fortes,
muito desenvolvidos, achatados dorso-ventralmente
g) Processos articulares: mais salientes do que os das vértebras torácicas;
encaixam uns nos outros, sendo que a sua superfície é mais côncava nos
craniais e mais convexas para os caudais
h) Processos mamilares: situam-se entre os processos transversos e os processos
articulares craniais; são altos e destacam-se na direcção crânio-dorsal.
Diminuem de volume á medida que se aproximam do sacro.
Características específicas
Equinos
Cavalo (6 vértebras lombares)
Corpo vertebral: curto (existe uma crista ventral afiada na 1ª vértebra que
não existe na última)
Processos espinhosos: tornam-se mais estreitos e afiados á medida que
avançamos caudalmente
Processos transversos:
O seu comprimento aumenta da 1ª até á 3ª e diminui da 4ª á 6ª vértebra
A sua largura aumenta ligeiramente da 1ª até á última vértebra
As duas primeiras vértebras têm direcção caudal; as duas últimas têm
direcção cranial
As duas últimas vértebras possuem articulações intratransversais
6ª Vértebra:
Processos transversos curtos e ligeiramente dirigidos cranialmente
Cada processo transverso possui 2 superfícies articulares planiformes:
a) Uma cranial, oval, que liga a uma superfície semelhante da 5ºa
vértebra, formando a articulação intertransversal
b) Uma caudal, ligeiramente côncava e alongada transversalmente,
contígua é superfície articular do corpo vertebral e destinada a
ligar-se á base do sacro, formando uma articulação sacro-
transversal.
Bovinos (6 vértebras lombares)
Corpo vertebral: longo, espesso e um pouco escavado lateralmente
Processo espinhoso:
grande mas baixo;
a sua altura diminui da 1ª para a última vértebra
a sua largura aumenta da 1ª á 3ª vértebra e diminui da 4ª á 6ª
vértebra (têm tanto de largura como de altura)
Processos transversos:
particularmente longos, com bordos cortantes e irregulares
ligeiramente encurvados ventralmente
o comprimento aumenta da 1ª á 5ª vértebra; a 6ª tem o mesmo
comprimento da 3ª
os das 3 primeiras vértebras são mais grossos e terminam em
forma arredondada; os das 3 últimas terminam em forma
pontiaguda
os da 6ª vértebra são encurvados na direcção cranial
não possuem articulação intertransversal entre a 5ª e a 6ª, nem
articulação sacro-transversal
Ruminantes
Processo espinhoso
Ovelha (6 / 7 vértebras lombares):
Corpo vertebral: muito desenvolvidos, achatados dorso-
ventralmente e mais destacados no lado ventral
Processo espinhoso: muito grandes e pouco espaçados
Processos transversos:
Todos dirigidos na direcção cranial
Extremidades alargadas e terminam com uma espécie de
gancho
Cabra (6 vértebras lombares, raramente 7)
São semelhantes ás da ovelha, no entanto têm determinadas
particularidades:
Corpo vertebral: mais longos e estreitos que os da ovelha