Cidades VITÓRIA, ES, SÁBADO, 15 DE FEVEREIRO DE 2014 ATRIBUNA 7 PROTESTOS “Manifestantes têm relação com partidos” Secretário da Segurança também recebeu denúncias de que pessoas foram pagas para estimular atos de violência nos protestos Keyla Cezini “A lguns manifestantes têm rel ação com partidos po- líti cos . Não dig o que fos- sem patrocinados oficialmente, mas com relação. Muita gente tem filiação”. Essa afi rmaç ão foi fei ta ontem pelo secretário d e Estado da Segurança Pública e Defesa So- cial, André Garcia, em entrev ista a uma rádio. Ele também disse que recebeu muitas denúncias de que pessoas eram pagas para participar das ma- nife staçõe s que aconteceram no Estado e m 2013 e que havi a quem estimulasse atos de violência. “É claro que existem pessoas que estimu lam es se tip o de com- portamento. Tivemos informa- ções de que algumas pessoas esta- vam sen do pagas. Mas, como não teve prov as, não le vamo s adian te. Seria uma leviandade”, afirmou. Estudantes que participaram dos protest os, a partir de junho do ano passado , negaramterem rece- bid o di nhe iro. “Só consigo rir quando ouço uma declaração dessas. A gente partici- pa das mani festa ções porqu e tem um ideal. N ão conheço nin guém que tenha rec ebido pra isso” , disse a estudante Naiara Abdalla, mem- bro do D iretório Cen tral dos Estu- dantes (DCE) da Universidade F e- deral do Espírito Santo (Ufes). A estudante Bianca Oliveira, 23 anos, também afirma que nunca ofereceu dinheiro. Mas conta que teve conhecimento de denúncias de que políticos estava m pagando para que pessoas praticassem van- dalismo. “As denúncias não diziam quem eram esse s polí ticos e não chegaram a ser confirmadas”, diz. RIO A Polícia Civil do Rio de Janeiro entregou ontem ao Ministério Pú- blico inquérito indician do Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, am- bos d e 22 a nos , por h omic ídi o do- loso com dolo eventual (quando se assume o risco de mata r) qualif i- cado (po r uso de art efato explos i- vo) e crime de explosão. Eles são os principais suspeitos de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade. Se condenados, podem pegar até 35 anos de prisão. O advogad o dos jov ens , Jonas Tadeu Nunes, disse que vai pedir a anulação do inquérito. Segundo ele, Caio teria sido pressionado por policiais a prestar depoimento, no qual negou que tenha acendido o rojão que matou Santiago. FERNANDO RIBEIRO - 01/03/2013 ANDRÉ GARCIA disse que houve denúncias de incentivo ao vandalismo Proposta para segurança na Copa O governo do Estado pediu e o gove rno fede ral parec e ter com- preendido, mas ain da não respon- deu se os investimentos e equipa- mentos destin ados inicialm ente às cidades-sede da Copa do Mundo para reforço na segurança serão redistribuídos também entre os es- tados que vão receber delegações. O pedido foi feito ontem pelo subsecretário de Gestão Estratégi- ca da Secretaria de Estad o d a Se- gurança Pública (Sesp), Gustavo Debortoli, em reunião realizada em Araca ju (SE) c om o mini stro da Justiça. “O governo federal ficou sensí- vel à redi str ibu içã o dos rec urso s e pensa em fazer a redistribuição , mas nada foi de fin ido n ess a reu- nião. O objetivo dela não era esse”. Gustav o Debortoli contou que, na reunião, diversos pontos da no- va propo sta de legi slaç ão relacio- nada a protesto s foram discuti dos. Entre eles, a criação do crime de terr oris mo e a proi biç ão do uso de m á s c a ras. “A reunião foi para recolher opi- niões para elaborar um projeto comp atív el com a real idad e de to- do o País”, disse. “A intenção é garantir segurança e dir eito de ma nif est ação. Fo i dito que é impo rtante combatero ano- nimato, mas isso é mais complexo que pro ibi r o uso de más caras e é necessário estudar a melhor forma de fazer isso”. AGÊNCIA ESTADO - 12/02/2014 CAIO DE SOUZA foi indiciado por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Advogado vai pedir anulação de inquérito J. JERRY TONONI é professor universitário, escri tor e consultor em comunicação e comportamento profissional. E AÍ, PROFES SOR? J. JERRY TONONI | jjerr [email protected] MOSTRA (DA) SUA LÍNGUA A gentileza S egundo o poeta e dramaturgo grego Sófocles (495- 406 a.C.), “gentileza gera gentileza”. Mais de dois mil anos depois, William Penn (1644-1718), líder religioso inglês e fundador do estado americano da Pensilvânia, disse: “Q ualquer bo a ação ou gen til eza que eu qu eir a dedicar aos meus irmãos deve ser feita agora.” Em todo dicionário, a palavra “gentileza” apresenta vários sig- nificados, todos ligados a pessoas que usam seus “poderes” pa ra o bem. Nesta coluna, ser gentil é “a grad ar pela del ica deza de sen- timento ou fineza de maneiras”. Provavelmente, neste universo da genti leza, ha verá uma evol u- ção gramatical e “humana”. A líng ua portugue sa agradec e- ria se ocorressem menos erros com a palavra “obrigado”, por exemplo. O mundo (do português ofici al) agrade ceria se as pe ssoas dissessem “obrigado” (e suas fle- xões) com mais frequência. A maioria dos itens abaixo é empregada diaria- mente. Em teoria, não se pode pensar em desvio da norma culta e formal da língua com vocábu- los tão “nobre s”. Na prática, quanto ao uso dele s, as dúvi- das persistem. A saudável (e eterna) briga acon- tece, por exemplo, quando se “enfren - ta” o uso do h ífen. Essa briga continua entre homens e mu- lheres , por c ausa de “términos”, como a(s) e o(s). Boa-noite Com hífen, esse substantivo composto nomeia o cumprimen- to que se dirige a alguém (Exe m- plos: 1. Eutanásio Boa Morte ain- da não me deu boa-noite. 2. Cumprimentou-o calorosamen- te com um bom-dia.). Já quan do s e cump rime nta al- guém, retira-se o hífen (Exem- plos: 1. Boa noite, Eutanásio Boa Morte. 2. Bom dia a todos.). O b ri gad o(a ) Atenção, leitoras! Uma mulher agradece de sta forma: Obrigada! Duas ou mais mulher es de vem exclamar: Obrigadas! Essa última regra (a do plural) vale também para o homem. Se um homem resp onde “o bri ga- do”, dois ou mais homens dizem “obrigados”. Faz-se essa concordância tam- bém com a gra dec ido : mul her (es ) – agradecida(s); homem(ns) – a g ra d ec i do ( s ) . B e m - v i n d o (a ) Com hífen, bem-vindo(a) cor- responde a “bem recebid o(a)”, “bem acolhido(a)”. Além da fle- xão de gêner o (bem-vindo, bem- vinda), admite-se flexão de nú- mero do t ermo “vin - do” (Exemplo: Se- jam todos bem-vin- dos.). Sem hífen, transformamos es- sas palavras em “no - mes próprios de pessoas” ( Exe m- plos: Benvindo e B e nv i n d a ) . Pe rg u n ta r V ale rev isar a dif e- ren ça ent re os ve r- bos “pe rgun tar ” e “questionar ”. Per- gunta-se quando se quer saber algo de alguém; questiona-se quando se duvida de algo dito por alguém. Pess oas gentis e/ou educadas não fazem estas pe rguntas: Qual sua idade? Quanto você ganha? Lem- br a-s e d e mim ? V ocê est á g rávida? Ainda não casou? Novo Acordo Ortográfico Quando convivemos com a gentileza, sentimo-nos mais feli- zes, com outro “a st ral”. Por esse motivo e por causa do Novo Acordo Ortográfico, lembramos algumas “palavras positivas” pa - ra que sejam empregadas com convicção: alto-astral, autocon- fiança, autoestima e bem-estar. Toque de letra JUDE U – Que n ão se confun- dam os adjeti vos “j udeu” e “ju - daico”. Os dois têm relação com a Judeia. O primeiro se refere a pessoas, enquanto o seg undo, a c o i s as. Curiosidade FAX – Essa reprodução é oriunda do latim “fac simile” (Tradução: Faze semelhante.). Lembre-se de que esse termo de- si gn a também o nom e do apa re- lho (Plural: os fax).