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A Cor da Percepo Visual
Introduo Desde os primeiros tempos do Homem que os elementos
visuais limitam a sua interaco com o mundo condicionando assim a
sua evoluo. Nesta nova era em que utilizamos ferramentas
informticas, tendo ao nosso dispor a possibilidade de criar
produtos multimdia onde a palavra de ordem a interdisciplinaridade,
fundamental perceber os pilares principais em que assenta a percepo
visual. Porque dela dependem todas as relaes e aplicaes que a
imagem pode ter. Neste trabalho focamos a base de toda a construo
visual. I. A Percepo Visual
1. O que a Percepo 2. Neurobiologia
II. Funcionamento da Percepo Visual
1. Tempo 2. Estrutura 3. Forma
III. Princpios Fundamentais da Percepo Visual
1. Relao Forma Fundo 2. Relao Forma - Campo 3. Peso Visual 4.
Leis da Organizao da Forma 5. Iluses pticas 6. A Luz 7. A Cor
V. Concluso
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I. A Percepo Visual 1. A Percepo Julgamos que a percepo cclica.
O indivduo ao percepcionar cria emoes e essas emoes
condicionam futuras percepes. atravs deste ciclo que o homem
constri a ideia do que e do mundo que o rodeia.
Ao contrrio, do que se pensava, o Homem no divisvel somente em
razo e emoo, estando a razo centrada na cabea e a emoo no corpo.
Chegou-se concluso de que razo e emoo intercepcionam-se numa regio
do crebro, responsvel pela gesto da ateno, memria e emoes. Esta
regio a causa do nosso pensamento. Por estas duas caractersticas
humanas serem indissociveis, tudo o que percepcionamos est
associado de emoo, muitas vezes at inconsciente. As emoes moldam e
condicionam a nossa forma de julgar e de agir. normal termos reaces
instintivas perante determinadas situaes, sem sabermos qual a
verdadeira emoo que nos est a dominar.
Percepcionamos porque temos sentidos, rgos que recebem estmulos.
Os sentidos que mais nos condicionam so a viso e a audio, isto
possivelmente porque so tambm os primeiros de que temos
conscincia.
E assim que a percepo se constitui, como um processo dominante
na espiral da experincia humana e em que a viso participa em quase
todas as aces do indivduo, no s como facilitadora do reconhecimento
do conjunto dos estmulos da situao, mas tambm, incluindo processos
de discriminao, seleco e identificao de estmulos. Somos um produto
das nossas prprias vivncias.
2. Neurobiologia Tudo o que conhecemos (sons, cheiros, sabores,
tacto e cores) fruto de frequncias de onda.
Sendo as cores a forma como alguns organismos percepcionam as
frequncias de onda da luz. Para percebermos o que a percepo visual,
optamos por espreitar levemente o campo da Neurologia e analisar o
processo de formao de imagens. A viso no um sentido isolado sobre
si mesmo. No desenvolvimento de um indivduo, a viso vista como
resultado da integrao dos seguintes processos sensrio-motores: o
processo antigravtico que engloba as aquisies motoras que vo
permitir superar a aco permanente da gravidade (a locomoo ou, o
andar); o processo de localizao corporal, compreendendo este, a
possibilidade de permitir a orientao e a explorao do espao
envolvente como resultado da referencializao prpria do nosso corpo
em relao com o meio; um outro processo o de identificao, que tem a
ver com a manipulao do real, isto , da aco sobre os objectos e os
outros, que ir conduzir ao conhecimento dos seus atributos,
propriedades e caractersticas (aqui, a viso assume o papel de um
rgo coordenador, regulador e controlador) com estreita correlao
neuro-sensorial entre a viso e a audio; o quarto processo o
auditivo-verbal que em conjunto com as relaes visuo-motoras da aco,
iro participar no desenvolvimento da linguagem; por ltimo, temos o
processo visual que a inter-relao e interaco entre os quatros
anteriores processos por intermdio da viso (englobando esta, os trs
tipos de linguagem: a corporal, a falada e a escrita. Conclu-se,
que toda a apreenso do que nos rodeia, construda atravs dos nossos
sentidos, formada e organizada por imagens de modalidades
sensoriais diversas (imagens perceptivas). At mesmo as recordaes
(sejam elas sons, formas, cheiros, temperatura, etc.) so
constitudas por imagens, que vo ocorrendo medida que as evocamos
(imagens evocadas). A natureza das imagens de algo que ainda no
aconteceu idntica s imagens que retemos do que j aconteceu. Assim
sendo, o processo de formao das imagens semelhante nos trs casos.
Os sinais so emitidos pelo sector do corpo em questo (olho e
retina, para as imagens evocadas e terminaes nervosas da articulao
do cotovelo, para as imagens que no aconteceram), so transportados
por neurnios, ao longo dos seus axnios e atravs de vrias sinapses
electroqumicas, para o crebro. Para os sinais vindos da retina,
a
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recepo acontecer nos crtices visuais iniciais, localizados na
parte superior do crebro, no lobo occipital Estas imagens no tm
origem num centro, mas so produto da actividade de um conjunto de
reas. Podemos concluir ento que as imagens no so armazenadas sob a
forma de fotografia. Uma lembrana no acontece num local nico do
crebro, encontrando-se por ele distribuda sob a forma de muitas
representaes disposicionais. So uma forma de disparo dormente que
ganha vida quando os neurnios disparam com um determinado padro, a
um determinado ritmo, num determinado intervalo de tempo e em
direco a um alvo particular, que outro conjunto de neurnios. Estas
disposies so o nosso depsito de conhecimento adquirido atravs da
experincia. II. Funcionamento da Percepo Visual A percepo que temos
do mundo afectada por elementos que advm do modo como o nosso
crebro processa a informao exterior. Podemos resumir estes
elementos em trs fundamentais: O tempo, que est inerente a tudo o
que existe porque temos memria; a estrutura, que impomos a tudo o
que nos rodeia, organizando os elementos observados num padro
coerente, sendo este padro sempre o mais simples possvel; e
finalmente a forma, que o resultado da organizao por comparao que o
crebro faz das diferenas de luminosidade, sendo este o mecanismo
que nos obriga a ver pelo menos duas dimenses.
1. Tempo Pode-se considerar que nada esttico. A prpria Cincia,
para estudar algum fenmeno,
compreend-lo e prev-lo, precisa de isol-lo. No entanto no
consegue is mais longe do que controlar os fenmenos (temporais e no
s) a ele associados. A dimenso do tempo est inerente a tudo o que
existe e a tudo o que somos. A uma esttua cuja pedra vai sendo
progressivamente corroda, a uma melodia que ouvimos, a um bailado
que assistimos, luz que reflectida por um objecto, ao tempo de
leitura de um quadro, ao acto de estarmos a escrever um trabalho e
simultaneamente posio que temos em relao ao Sol ou Lua. Todas estas
situaes no existem s por si, estticas e isoladas, enquadram-se num
contexto espao temporal. Este enquadramento um todo composto por
uma sequncia de instantes. Somos ns que impomos lgica a esses
instantes, atribuindo-lhes significado e percebendo assim o todo. O
tempo no existiria se no tivssemos memria. No momento em que
ouvimos o segundo tom de uma melodia, apesar de j no estarmos a
ouvir o primeiro, guardamos a sua percepo, afim de o inserirmos num
todo que a composio. Em termos visuais a mesma coisa. Conseguimos
percepcionar o decorrer do dia pela variao de luz, que guardamos na
memria, que vai sendo reflectida pelos objectos. Quando observamos
um quadro, impomos um tempo de leitura, que nos permite assimilar
as partes, guardando-as na memria, afim de ir construindo o
todo.
Assim sendo, todo o campo visual est sujeito ao tempo de leitura
do observador. Encontramos condicionamento do tempo da percepo
visual, por exemplo, no Cubismo (que junta vrios instantes de
percepo na mesma rea visual), na banda desenhada e no Design de
Comunicao. No exemplo grfico que se segue, podemos ver como com
poucos elementos, conseguimos induzir ou quebrar a sensao de
movimento:
Nesta sequncia de rectngulos, nota-se o movimento contnuo
descendente, da esquerda para a direita.
a b
a b
Nesta sequncia, apesar de ter-se tentado descrever o mesmo
movimento, os quadrados a e b parecem estar rgidos.
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2. Estrutura A observao relacional. Quando observamos,
estabelecemos comparaes com o que temos guardado na memria do que j
vimos. Ao tomarmos conhecimento de um objecto, tendemos a inseri-lo
num determinado enquadramento. Enquadramento fsico do que o rodeia
e enquadramento psicolgico do que ns somos. A configurao perceptiva
o resultado de uma interaco entre o objecto fsico, o meio de luz
agindo como transmissor de informao e as condies que prevalecem no
sistema nervoso do observador. Ver algo implica determinar-lhe um
lugar no todo, uma localizao no espao, uma posio na escala de
tamanho, claridade ou distncia. Podemos designar, estas
caractersticas comparativas inerentes a qualquer percepo, por
tenses. So elas que do expressividade ao que vemos. Num quadro, no
observamos somente a tinta mas todos os elementos que constituem a
obra. Nem sequer to pouco, conseguimo-nos alhear do enquadramento
que a obra tem na sua exposio. Ao observarmos um quadrado com um
circulo descentrado, detectamos de imediato sem quaisquer medies
que este no est centrado, mas animado de uma qualquer tenso.
Podemos ver com o exemplo que se segue, que na primeira figura, o
circulo no se apresenta em equilbrio ao contrrio da segunda.
Estas tenses, que esto inerentes a tudo o que vemos, tal como na
Fsica, tm um ponto de aplicao, uma direco e uma intensidade, e so
chamadas foras perceptivas. Estas foras so invisveis, no entanto
existem, sendo incutidas pelo observador, ao estmulo visual. Neste
exemplo que mencionmos, apesar do estmulo visual ser somente o
quadrado com um circulo nele inserido, percepcionamos bem mais do
que isso. Caso contrrio, as duas figuras dar-nos-iam a mesma
informao. O que entendemos o resultado da avaliao por comparao, do
estmulo visual com todas as foras perceptivas inerentes. O que
vemos sempre uma estrutura e no elementos grficos isolados. Ouvimos
uma melodia sempre em relao a uma determinada escala. Percebemos
quando uma refeio est salgada porque conhecemos a escala do tempero
do sal. Qualquer elemento grfico est sempre associado a um qualquer
dinamismo, imposto pelo observador. Mesmo que este dinamismo esteja
em equilbrio, no deixa de ter tenso. Percebemos o equilbrio por
comparao ao desequilbrio e vice-versa. Na experincia perceptiva
este padro associativo (estmulo visual fora perceptiva) cria um
todo a que chamamos de esqueleto estrutural. Podemos dizer que a
moldura de referncia que associamos a todos os elementos pictricos.
No exemplo do quadrado, o esqueleto estrutural define, como se v na
figura que se segue, as tenses que o observador impe ao
conjunto.
Concluindo: a estrutura, que uma parte integrante do campo
perceptivo, corresponde ao esqueleto mais simples em que se podem
apoiar as caractersticas espaciais da forma e da relao entre as
suas partes. No apenas a soma das partes, mas sim o conjunto de
elementos regidos por um princpio de
As reas delimitadas a tracejado correspondem a campos de
intensidade
visual
Figura 1
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ordenao de tal modo que uma mudana de uma parte altera a
estrutura do todo. No esquecer que as tenses impostas pelo
observador fazem tambm parte deste todo.
3. Forma
O mundo manifesta-se visualmente atravs de uma variao contnua da
intensidade luminosa na retina, sendo a realidade constituda por
uma justaposio de manchas coloridas, no de linhas. A primeira
tarefa da percepo visual consiste na organizao dessas manchas
instalando contornos precisos. O crebro humano acrescenta linhas,
as chamadas faixas de Mach, que aparecem sempre que h uma passagem
de luz para a obscuridade ou sempre que existe uma avaliao da
intensidade luminosa de regies adjacentes, tendo em conta o perfil
de intensidade da fronteira. graas a esta definio de linhas que o
nosso crebro faz, com que consigamos caracterizar os elementos
lineares que vemos, como formas. Designa-se a forma como configurao
visvel do contedo. Uma configurao nunca percebida apenas como a
forma de uma coisa em particular. A configurao um conceito que se
aplica. Quando observamos um copo, a primeira identificao que
fazemos a que tipo de objectos ele pertence, sendo neste caso
famlia dos copos. Estipulou-se assim que boa forma seria aquela que
mais facilmente se identifica num conjunto de formas. Como iremos
ver adiante, as formas que respeitam a boa forma so as mais simples
ou seja as regulares, simtricas e equilibradas; as que tm uma forte
unidade estrutural; as que esto mais prximas das formas geomtricas
bsicas. Diferentes orientaes da forma podem alterar a sua
interpretao.
III. Princpios Fundamentais da Percepo Visual
1. Relao Forma Fundo
No existe uma imagem bidimensional verdadeiramente plana.
Tendemos sempre a ver, pelo menos dois planos, a figura e o fundo.
Na relao figura (forma/fundo), temos os seguintes pressupostos:
Tendemos a considerar como forma as figuras situadas em primeiro
plano ou na parte inferior da rea.
Consideramos como forma as reas a negro se existir um fundo
branco e vice versa..
Pictogramas criados para os
WC
Temos tendncia a ver montanhas sob
um cu preto
Perante o branco da folha, vemos claramente um H, enquanto que
considerando o fundo preto, constatamos em relevo uma chave e
um parafuso.
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Um ponto a salientar, a ambivalncia que as imagens podem ter (ou
imagens duplas). Esta tcnica muito utilizada em jogos didcticos e
em Design de Comunicao.
A superfcie circundada tende a ser vista como forma e a
circundante como fundo.
As reas menores tendem a ser vistas como forma.
As reas convexas tendem a ser lidas como formas e as cncavas
como fundo.
2. Relao Forma Campo
O campo visual relaciona-se com a nossa prpria posio no espao
real, como a percepo do cu e da terra, de alto e baixo, de cheio e
vazio, leitura da esquerda para a direita ou vice versa, existncia
de fora gravtica, etc. Enfim, o campo visual relaciona-se com as
experincias da nossa cultura e dos nossos hbitos.
Sendo o campo perceptivo sempre associado de uma estrutura de
tenses invisvel, a posio da forma em relao ao campo, vai sempre
actuar como condicionante de peso visual e significado. As linhas
de estrutura bsica (relembra-se: a figura 1, que descreve o
esqueleto estrutural de um quadrado) orientam o nosso olhar para a
leitura da composio. Uma composio com significado e informativa uma
composio equilibrada, onde todos os factores como configurao,
direco e localizao esto organizados de tal modo, que todas as
partes que constituem o todo, todos elementos, so necessrios e
indispensveis. Por definio, equilbrio o estado de distribuio no
qual toda a aco chega a uma pausa.
de referenciar que no necessrio igualdade nem simetria para uma
situao de equilbrio. Basta que num enquadramento em que os
elementos sejam desiguais, se compensem de algum modo. O equilbrio
sempre o intuito, o que d objectividade, fugindo a um padro ambguo,
evitando que
Na primeira figura vemos imediatamente que as reas menores
esto em primeiro plano. No conseguimos facilmente v-las em
segundo plano, tendo para isso que
haver um plano por baixo dessas reas
Convexa Cncava
Esta imagem se for lida da esquerda para a direita apresenta
dvidas de
interpretao
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o observador caia em interpretaes subjectivas. Excepo a esta
regra quando a inteno objectivamente criar um estmulo com
desequilbrio.
3. Peso Visual As propriedades que influenciam no equilbrio so o
peso e a direco. Na fsica denomina-se por
peso a intensidade da fora gravtica para baixo. Podemos ainda,
acrescentar mais, que esta fora fsica uma fora de atraco, somente
para baixo porque a terra bem maior do que ns. Portanto, tal como
esta fora, o peso visual existe em todos os sentidos. Peso
diferente de tenso, um efeito dinmico, mas a tenso no
necessariamente orientada ao longo de uma direco dentro do plano
pictrico. Pode-se acrescentar ainda a definio de que o equilbrio o
resultado de uma coerente concentrao de tenses, de uma distribuio
aceitvel de diversos pesos visuais.
Em traos gerais, o peso varia com: A Localizao Qualquer elemento
colocado no esqueleto estrutural (fig. 1) sustenta mais peso do que
colocado
fora do mesmo. Em Fsica , o peso de um objecto numa alavanca
aumenta com a sua distncia ao centro. Podemos generalizar este
princpio tambm em termos visuais.
A Dimenso O peso tanto maior quanto for a dimenso da forma. As
formas espontneas so mais leves do
que as geomtricas.
Apesar de assimtrica, a figura A possui mais equilbrio do que a
figura B
Apesar da centralidade da figura C, a figura D apresenta mais
harmonia
A B C D
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O Isolamento As formas isoladas tendem a adquirir maior
destaque, acentuando o significado e poder da sua
presena.
A Direco As formas verticais parecem ser mais pesadas do que as
que se orientam segundo os eixos
oblquos.
O Interesse Intrnseco Numa composio, um objecto mesmo de escala
reduzida em relao aos restantes, pode despertar
a prioridade visual, pelo seu tema.
4. Leis da Organizao da Forma Lei da Simplicidade A associao dos
elementos visuais de tal modo padronizvel que se pode falar de Leis
da
Organizao da Forma. A percepo visual faz-se de uma forma
simplificada, reduzindo a forma ao essencial. O nosso crebro tem
tendncia a acrescentar a uma figura fragmentada, linhas subjectivas
que surgem da sua procura por um padro, ligando os fragmentos num
conjunto coerente. Este padro tende sempre a ser o mais simples
possvel.
Os neurnios do crtex visual detectam os contornos subjectivos
como se fossem reais. No analisamos os elementos visveis
individualmente mas procuramos um padro total incluindo a ausncia
de elementos visuais.
Ao observarmos quatro pontos tendemos a ver um quadrado como na
fig. A, no entanto dificilmente vemos a fig. B
O crebro tende a ler a estrutura mais simples em vez de ler os
elementos
constituintes individualmente
A B
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Para o nosso crebro, o circulo o padro total mais simples, sendo
seguido pelo quadrado e
depois o tringulo. O quadrado tem somente duas orientaes e
quatro ngulos iguais, enquanto que o tringulo tem trs orientaes e
trs ngulos diferentes. Por outro lado, o ngulo recto mais simples
porque apresenta uma subdiviso do espao baseada na repetio de um ou
mesmo ngulo.
Rotaes Ao contrrio das crianas que conseguem efectuar rotaes
mentais completas das figuras, para os
adultos a vertical definitivamente um eixo privilegiado. No
nosso dia-a-dia, de p ou sentados, temos a cabea para cima e os ps
para baixo e vemos os outros seres humanos na mesma posio. Tambm
factor importante o facto de termos os nossos msculos e o rgo de
equilbrio do ouvido interno condicionados pela fora da gravidade.
Quando confrontados com determinadas situaes, como por exemplo a de
observarmos uma fachada de um edifcio muito alto, no conseguimos
compensar a sensao de inclinao para trs. Por tudo isto, aceitamos
facilmente apenas certas deformaes e outras no.
Conclui-se ento, que a forma muda de aparncia quando
simplesmente: a rodamos. Contudo, se mantivermos a orientao da
forma e a observarmos rodando a cabea at horizontal, a percepo
mantm-se. Ou seja, -nos importante a orientao do objecto no
enquadramento do ambiente e no a orientao do objecto em relao ao
observador.
Outro tipo de rotao aquele que nos permite perceber mltiplas
configuraes distintas de um objecto fixo, rodando volta dele.
Exactamente o que fizeram na Antiguidade: os egpcios (ao juntarem
dois pontos de vista numa figura, de lado e de frente), ou no sculo
XX, os cubistas (ao juntarem vrias perspectivas no mesmo
quadro).
Existe assim uma geometria funcional no crebro. No plano,
compreendemos facilmente deslocaes como repeties e certos tipos de
rotaes:
- Simetrias em torno de um eixo - Simetrias por expanso - Rotaes
em torno de um centro - Rotaes em torno de vrios eixos
Preenchemos os espaos vazios a fim de percepcionar
o todo
Georges Braque (1882-1963)
Violin and Pitcher
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Exemplos:
Lei da Semelhana As formas de natureza semelhante tm tendncia a
associarem-se, segundo as suas
semelhanas (cor, tamanho, textura, orientao e forma) Lei da
proximidade relativa
A proximidade relativa actua como factor de coeso. S se verifica
se existir uma uniformidade dos elementos.
Lei da simetria A simetria d maior unidade ao conjunto
Nivelamento e Acentuao Relaes de Grandeza tendncia natural, aps
memorizarmos determinada figura (Fig. A), reduzir as suas
caractersticas nivelando-a (Fig.B) ou pelo contrrio, acentuando as
diferenas (Fig. C).
Escalas Para se observar alguma coisa, necessrio ter um
referencial. Os referenciais ou escalas so
sempre relativas, permitindo que os elementos se modifiquem e se
definam uns aos outros.
No pode existir o grande sem o pequeno, o escuro sem o claro nem
o alto sem o baixo.
Fractais exponenciais feitos por computador
Naum Gabo modelou o espao, criando
volumes atravs de fios que seguiam um movimento de rotao
matematicamente
programado
A A A Neste conjunto temos uma referncia da letra maior, que se
altera quando introduzimos a terceira letra.
Fig.A Fig.B Fig.C
A A
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Perspectiva O espao em que vivemos apresenta trs dimenses,
comprimento, largura e profundidade. Como
possumos dois olhos distanciados de cerca de 10 cm, o nosso
crebro fica encarregue de fundir as imagens recebidas por cada
olho. Cada olho tem um campo de viso especfico. O crebro, para
construir uma imagem tem de conjugar as duas imagens que recebe do
campo visual de cada olho, comparando-as e extraindo destes dois
pontos de vista uma imagem enriquecida pelas diferenas, conseguindo
assim, precisar os contornos de superfcie, inclinaes de linhas, de
profundidade e consequentemente os objectos em perspectiva. Este
tipo de viso designa-se por estereoscpica ou em relevo. Por os
elementos nos parecerem menores com a distncia, diz-se que vemos em
perspectiva, no entanto, na observao a curta distncia, recusamos a
perspectiva. Mantm-se constante a dimenso dos objectos num campo de
2 a 20 metros de raio. Para alm desta distncia, o primeiro a ser
afectado o gradiente do tamanho, seguido pelos gradientes de
claridade, saturao, nitidez, textura e cor. O relevo interpretado a
partir da variao mnima das inclinaes lineares lidas pelo crebro, em
cada ponto da forma observada. Basta apenas uma inclinao mnima para
que o crebro a identifique tridimensionalmente.
Iluses pticas A iluso por definio uma deformao da percepo, ela
existe sempre que h uma contradio
entre os dados objectivos e os dados percepcionados. Alguns
exemplos:
As linhas apresentadas em baixo tm todas o mesmo comprimento. No
entanto, a primeira parece mais pequena do que a
segunda
As trs linhas parecem ter arcos de curvatura diferentes, apesar
de serem iguais. Simplesmente esto cortados em pontos diferentes do
arco.
As linhas obliquas no parecem paralelas. S conseguimos
identificar o paralelismo se, as
considerarmos intervaladas, por exemplo, a) e c)
a c
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No decorrer da segunda metade do sc. XIX, alguns pioneiros da
psicologia experimental, como Delboeuf, Hering, Muller-Lyer,
descobriram uma grande variedade de iluso pticas. Um artista que se
destacou por ter introduzido estas iluses na sua arte foi Escher.
Deixamos aqui alguns exemplos:
5. A Luz a) Cor Prpria, Cor Reflectida e Intensidade de Luz Cor
prpria, a que se encontra nos objectos como eles existem na
natureza. Cor reflectida a
que, no sendo a natural, apresenta formas variveis em funo das
condies de luz ambiente, ou de outras cores. Cor atravs da
intensidade de luz a que se estabelece sob influncia de uma cor
dominante.
As linhas verticais embora induzam a uma ligeira curvatura, so
rectas e
paralelas
A cor prpria da mesa, neste caso o verde
A cor reflectida sobre a mesa o azul do cu
A intensidade de luz pode condicionar a predominncia de
determinada cor chegando ao ponto de alterar a percepo da forma
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7. A Cor
1. Realidade Sensorial da Cor
a) Definio de Cor. Percepo de Cor A cor uma realidade sensorial.
No propriedade intrnseca dos objectos, mas um produto da
interaco dos comprimentos de onda dos raios solares,
atravessando certas condies atmosfricas, reflectidos ou absorvidos
por determinadas superfcies.
Pensamos que a realidade sensorial do indivduo no unilateral. Ao
longo da sua vida, o ser humano tanto condiciona como condicionado
pela realidade que percepciona. Como tal, as cores constituem
estmulos psicolgicos para a sensibilidade humana, influenciando no
indivduo: para gostar ou no de algo, negar ou afirmar, abster-se ou
agir. Muitas preferncias em relao cor, baseiam-se em associaes e
experincias tidas no passado, mantendo-se imutveis. Estas percepes
so de tal modo decisivas na formao do indivduo, que a psicologia
dedicou-lhes um campo especfico de saber, a Ludoterapia, que atravs
do uso de brinquedos, no s tenta enquadrar crianas desajustadas
como tambm estuda o que poder ser o mais didctico instrumento. Este
consistir num brinquedo colorido, dentro de um equilbrio exacto,
cuja manipulao ir influenciar beneficamente no sistema nervoso (ou
psicomotor) da criana, propiciando-lhe uma liberdade interior.
Daqui, fcil concluir que a percepo que um indivduo tem de uma
determinada cor nunca isolada sobre ela, o indivduo percepciona a
cor sempre em relao a um enquadramento, sempre em funo de algo.
Resumindo, a reaco do indivduo cor, particular e subjectiva, porque
afinal de contas, cada um de ns tem vivncias e culturas diferentes
dos restantes. Apesar disso, temos todos em comum sermos seres
humanos (sendo uma caracterstica comum, a nossa individualidade)
como tal, reagimos de forma semelhante a determinados estmulos. A
psicologia da comunicao visual e o marketing e publicidade tentam
ordenar e sintetizar estmulos e o modo como estes condicionam o ser
humano, exactamente porque o mesmo estmulo pode ocasionar reaces
diferentes.
b) Organizao da Cor Se a cor um estmulo, ento temos que
considerar que associada sua percepo est sempre
inerente uma mensagem, intencional ou no. Como portadora de uma
mensagem, a cor representa uma linguagem com cdigos e regras. No
querendo dizer com isto, que a mensagem fica restrita a essas leis.
Assim como a comunicao verbal, a comunicao visual est sujeita
interpretao do receptor. No conseguimos contar uma histria sem
conhecermos as palavras e a gramtica, independentemente de quem a
vai ouvir, porque essa considerao, s vem depois de conhecermos a
fundo as regras para podermos ento quebr-las e adequ-las ao
receptor.
Como j foi referido, as cores so uma realidade sensorial, podem
nos dar sensaes de distncia, proximidade, movimento, peso,
equilbrio e espao. Como em qualquer linguagem, existe uma
classificao para cada cor ou conjunto de cores, relativamente
sugesto que esta(s) representam.
De grosso modo, podemos sintetizar toda a gama de cores que
encontramos na natureza numa escala de referncia, que a natureza
tambm nos oferece: o arco-ris. Encaixando esses tons num crculo,
obtemos o famoso crculo cromtico, de onde podemos obter quase todas
as restantes cores. Este crculo constitudo pelas trs cores primrias
(Magenta, Cian e Amarelo) e pelas secundrias, que so a mistura das
primeiras, par a par (Cor de Laranja, Violeta e Verde).
Classificou-se tambm de cores frias, a gama que vai desde o Verde,
passando pelo Cian at aoVioleta e de cores quentes, a gama que vai
desde o Magenta, passando pelo Cor de Laranja at ao Amarelo. As
cores frias parecem dar-nos a sensao de distncia, leveza,
transparncia e calma, em contraposio com as cores quentes, que nos
parecem prximas, densas, opacas e estimulantes.
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As cores secundrias no so conseguidas arbitrariamente pela
mistura de qualquer concentrao de duas primrias. Quando a
concentrao a ideal, diz-se que a secundria complementar da terceira
primria que no entrou na mistura. Atinge-se a concentrao ideal,
quando se mistura a secundria que queremos, com a terceira primria,
obtendo-se cinzento neutro. Exemplos:
Designa-se assim que a complementar do Cian a Cor de Laranja, a
do Magenta o Verde e a do
Amarelo o Violeta. Estes pares de cores so muito usadas em
publicidade por constiturem um grande contraste.
Agora que as cores primrias e secundrias ou complementares esto
apresentadas (e no esquecer que a mistura das trs primrias d origem
ao Preto), podemos passar para as propriedades constituintes da
cor. Duas propriedades que podem causar a sensao de proximidade ou
distncia: so a Luminosidade e Saturao. A luminosidade a escala que
vai do Branco ao Preto, muito usada em publicidade quando no se
pode gastar muito dinheiro. A Saturao a gradao da Luminosidade
aplicada s cores.
Magenta
Cor de Laranja
Magenta
Cian
Verde
Amarelo
Cores Frias
Cores Quentes
Cinzento
Cor de Laranja
Magenta
Cian
Cor de Laranja
Amarelo
Cinzento
Violeta
Cien
Amarelo
Violeta
Magenta Cien
Verde
Amarelo
Cinzento
Verde
Violeta
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Exemplos:
:
Julgamos que, as definies acima apresentadas, so as necessrias
para a compreenso do que se segue ou seja, do modo como o indivduo
condiciona a escolha da cor e como condicionado por ela.
2. O Indivduo e a Cor
a) Factores Sociolgicos A utilizao, a preferncia por
determinadas cores reflecte a cultura de um povo. Desde as
condies climatricas em que ele vive, passando pela hierarquia
social em que est inserido at aos valores morais e estticos. Todos
estes elementos tm tambm uma identificao com determinadas cores.
Pensamos que, as cores funcionam como um reconhecimento social,
porque afinal, tambm so comunicao. Este reconhecimento torna-se
inconsciente, porque deriva de hbitos sociais estabelecidos durante
muito tempo. curioso ver que a evoluo social de um povo pode ser
analisada pelo uso ou abandono de determinadas cores. A prpria
emancipao da mulher foi acompanhada por uma mudana de vesturio. O
homem deixou progressivamente de usar roupas escuras, fugindo a um
esteretipo conservador.
Ser com certeza mais fcil perceber este fenmeno com exemplos. Em
relao influncia que o clima exerce, dado adquirido que para se
sentir menos calor, nas regies mais quentes utiliza-se roupas de
tonalidades claras, que reflectem os raios solares. Pelo contrrio,
nas regies mais frias so usadas roupas escuras para absorver o
calor. O ser humano opta instintivamente pela cor que o clima lhe
impe. Excepo a isto, so os fenmenos impostos pela moda, que muitas
vezes vo em oposio ao que natural, mas que tambm reflectem o tipo
de socializao de uma cultura. Mas a influncia do clima no to obvia
como pode parecer. Esta tambm se reflecte na arte de um povo.
Pegando no exemplo do Brasil, o nordestino que vive sob a influncia
de um cromatismo intenso provocado por um clima quente, produz
obras de arte com tons luminosos e quentes, enquanto que o sulista,
sujeito a um clima mais frio, est mais voltado para as cores frias,
sendo a sua busca mais virada para a forma.
A influncia que as cores tm na organizao social tambm no difcil
de verificar. Basta pegar em exemplos como a Igreja Catlica,
Entidades Jurdicas (Tribunais) ou qualquer uma multinacional que
preste servios ao grande pblico (claro que, deve haver excepes).
Todas estas organizaes tm uma cor ou farda especfica para cada
estrato da hierarquia que a constitui. No seria socialmente
aceitvel que um funcionrio de um banco entrasse no servio, com um
facto amarelo.
Toda a utilizao que uma sociedade faz das cores, teve ou tem
origem em conotaes psicolgicas. At a linguagem corrente est
enraizada com sensaes visuais. Alguns exemplos:
a situao ficou preta ele estava roxo de raiva sorriso amarelo o
susto foi to grande que ela ficou branca estava vermelha de
vergonha
Escala de Luminosidade do Preto ao Branco
Escala de Saturao aplicada s trs cores
primrias
-
de extrema importncia perceber a influncia que a cor tem nas
vrias culturas, afim de compreender o indivduo que nela est
inserido, para podermos ento (isto, em especial no Design de
Comunicao) direccionar os produtos.
Esta compreenso do contexto cultural onde o indivduo est
inserido, permitiu a utilizao das cores com fins preventivos que se
apoiam na linguagem psicolgica das cores trazendo em si toda a
carga de um longo processo educacional, que inclina o indivduo a
reaces automticas e instantneas. Pode-se ver esta aplicao na
segurana do trabalho:
Azul - Controles de equipamentos elctricos. Laranja Partes mveis
e mais perigosas de mquinas e equipamentos, faces
externas de polias e engrenagens. Vermelho Equipamento de
proteco contra incndio ou combate de incndio. Verde Caixa de
socorros de urgncia, avisos, boletins, etc. Branco - Faixas
indicativas de sentido de circulao. Preto Colectores de resduos (
excepo, so as novas normas da reciclagem)
Resumindo, na preveno (inclusiv na rodoviria) foram estipuladas
as seguintes conotaes:
Vermelho Alarme, perigo Verde Segurana Amarelo Ateno Azul -
Informao
b) Factores Fisiolgicos
O ser humano, como j referimos, est sujeito a conotaes
psicolgicas que a cor lhe traz. Mas o condicionamento no termina na
parte psicolgica, estende-se tambm parte fsica. Pensa-se que este
condicionamento nada tenha a ver com essas conotaes ou experincias
passadas, por ter um carcter imediato, quase instantneo. Sabe-se,
por exemplo que quando as pessoas so obrigadas a olhar para uma
cor, durante determinado tempo, observa-se que h uma estimulao de
todo o sistema nervoso, havendo uma elevao da presso arterial,
alterando o ritmo cardaco. Isto acontece se a cor escolhida for o
vermelho puro, porque actua como estimulante. Pelo contrrio, se for
o azul, o ritmo cardaco e a respirao diminuem, actuando assim como
calmante. Pensa-se tambm que o excesso do amarelo pode produzir
indigestes, gastrites e lceras gstricas; certas variaes do verde,
doenas mentais e nervosas; variaes do vermelho, doenas do corao e
reflexos na presso arterial; o excesso de azul, a pneumonia,
tuberculose pulmonar e pleurisia. Outros cientistas afirmam que o
azul ajudaria contra doenas dos olhos, ouvidos, narizes e pulmes; o
vermelho para o estmago, fgado e bao; o verde para o sistema
nervoso e aparelho digestivo. Todos estes estudos validam o uso da
cor na terapia ou a importncia de no usar determinadas cores quando
se deseja evitar certos efeitos psquicos ou fisiolgicos. No
indicado pintar o tecto de branco, sabendo que o doente tenha de
permanecer no quarto durante muito tempo, tornando-se exaustiva a
reflexo da luz. Neste caso, seria indicado pint-lo de azul,
transmitindo uma sensao de calma e de bem estar. Para os nervosos
aconselhvel salas verdes e azuis, para os anmicos, salas pintadas
de vermelho e amarelo. Em termos fisiolgicos, ocorre tambm um
fenmeno que importante mencionar. Com o decorrer dos anos, o
cristalino do olho humano vai tornando-se amarelo, absorvendo uma
percentagem cada vez maior de luz azul. Assim, o azul na escala de
preferncia vai subindo proporcionalmente idade do indivduo. Uma
pesquisa que alia a idade preferncia da cor, mostrou os seguintes
resultados:
Vermelho (1 a 10 anos) Idade da efervescncia e da
espontaneidade; Laranja (10 a 20 anos) Idade da imaginao, excitao,
aventura; Amarelo (20 a 30 anos) Idade da fora, potncia,
arrogncia;
-
Verde (30 a 40 anos) Idade da diminuio do fogo juvenil; Azul (40
a 50 anos) Idade do pensamento e da inteligncia; Lils (50 a 60
anos) Idade do juzo, do misticismo, da lei; Roxo (para alm dos 60
anos) Idade do saber, da experincia e da benevolncia.
Mais uma vez, estes resultados so muito importantes para o campo
publicitrio, onde a quantidade de vendas condicionada de uma
maneira decisiva pelo estudo do pblico alvo e as respectivas cores
que por ele so elegidas.
d) Avaliao do Psicolgico pela Cor O estudo do significado
psicolgico das cores de tal modo importante, que utilizado na
psicologia, para avaliaes da personalidade do indivduo. Atravs
da experincia, chegou-se concluso que os indivduos mais alegres,
abertos a estmulos exteriores, propensos desorganizao e a oscilaes
emocionais, esto mais virados para a cor. Pelo contrrio, as
personalidades mais deprimidas, com temperamento frio, controlado e
introspectivo, optam pela forma. Segundo os psiclogos, este fenmeno
explicvel pela chamada aco que o indivduo sofre pelo objecto. Para
apreender uma forma, a mente tem que ter uma observao activa, tendo
que examinar o objecto, definir a sua estrutura e elaborar uma
resposta, caracterizando-se como activamente organizadora. A
escolha da cor pode tambm demonstrar se o indivduo est voltado para
o mundo exterior, para a aprendizagem ou, se pelo contrrio, est
centrado em si mesmo.
Nesta rea de estudo de referenciar o psiquiatra Hermann
Rorschach, que em 1921 criou o psicodiagonstico de Rorschach. Este
diagnstico consiste na avaliao das interpretaes que os pacientes
projectam de uma srie de 10 manchas sem qualquer estrutura
definida. Consoante, as suas respostas, pode-se concluir acerca da
memria, ateno, percepo, pensamento, emoo e comunicao do
indivduo.
1. Modo como a Cor condiciona o Indivduo
a) Fenmenos de Contraste Como j se referiu, qualquer forma que
observamos est sempre inserida num enquadramento.
Com a cor exactamente a mesma coisa. Qualquer cor que seja
percepcionada tem sempre outra de referncia. Esta relao entre a cor
principal e a cor de fundo denomina-se por contraste. este
contraste que faz com que o observador identifique, facilmente ou
no, objectos, formas ou letras. O estudo desta relao de contraste
muito usado no s em publicidade, como tambm na organizao das
cidades. Um bom exemplo a cor dos txis, que at h bem pouco tempo,
era amarela, contrastando assim com o cenrio de fundo da
cidade.
Sendo assim, este fenmeno do contraste no passa de uma combinao
de cores ou tons. Se uma s cor como j vimos, capaz de provocar
emoes, logicamente uma combinao de cores tambm o faz. Chama-se de
harmnica uma composio entre cores quando estas possuem uma parte
bsica da cor comum a todas. Denomina-se por contrastante, uma
combinao de cores totalmente diversas entre si. No entanto, de
notar que por vezes, o choque entre cores pode ter um resultado
mais harmnico do que propriamente uma composio com tons da mesma
cor, que pode passar despercebida, inspida e morta.
Pranchas do psicodiagonstico de Rorschach
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Contraste Branco/Preto Este contraste muito usado em publicidade
quando se precisa de suprimir as cores. Nestas
composies podemos usar os vrios tons que vo desde o branco at ao
preto.
Contraste Quente/Frio A percepo do quente/frio, relativo a cada
indivduo e consequentemente, sua cultura e experincias do seu
dia-a-dia. No obstante, a temperatura de uma cor est sujeita relao
desta com as outras cores.
Contraste de Complementares O contraste entre cores
complementares (uma primria e outra secundria), dos mais fortes
e
vibrantes, produzindo efeitos muito violentos. Este contraste
dificulta a legibilidade, no entanto, basta alterar ligeiramente o
tom das cores para ser eficaz.
Contraste Consecutivo O contraste consecutivo no mais do que a
percepo de outra cor, que o cinza nos d. Por
exemplo, se observarmos a primeira figura, o cinza parece ser
ligeiramente rosado. Por sua vez, na
Composio Harmnica de vrios tons de
amarelo
Composio contrastante entre azul e
amarelo. Apesar de ser
contrastante detm mais harmonia e chama mais
ateno do que a composio da esquerda
Composio Harmnica Composio Contrastante
Composio Contrastante com resultado Harmnico
O Cinza parece mais escuro sobre o fundo Preto
Podemos criar vrios planos recorrendo s ao uso de Preto e
Branco
-
segunda figura, o cinza j nos parece tendencialmente verde. Este
contraste acontece para todas as cores primrias e as suas
complementares.
Contraste de Superfcie
As cores produzem efeito quando so observadas, nomeadamente: o
ocupar um determinado espao devido sua expanso. Diz-se que as cores
quentes, por terem maior expansividade, requerem menos espao
enquanto que as frias, pelo contrario requerem mais espao, por nos
darem a impresso de ocuparem um lugar menor.
Contraste com Graus de Saturao
IV. Concluso
Podemos resumir, o comportamento da percepo visual nos seguintes
pressupostos, que so
aplicveis a tudo o que seja arte visual e as suas mltiplas
aplicaes interdisciplinares: 1. A percepo visual faz-se de uma
forma simplificada, reduzindo a forma ao essencial,
procurando sempre um padro, juntando os elementos num conjunto
coerente. Este padro tende sempre a ser o mais simples possvel.
Devido a esta permanente busca pela simplicidade, todas as criaes
desde design grfico, industrial, etc. tm que apresentar uma
coerncia entre o contedo e a forma. Um texto tem que ser facilmente
legvel e a densidade do contedo deve ser compensada pela leveza da
imagem. Um objecto, pela sua forma deve denunciar de imediato a sua
funo. J para nem falar na sua Ergonomia, porque no final de contas,
tudo criado tendo em conta a escala humana.
2. O crebro no processa apenas uma nica imagem, pois os olhos
fornecem dois pontos de vista aproximados, cuja desfasamento chama
de paralaxe - desvio aparente da posio de um objecto visualizado
contra um plano de fundo, quando a posio do observador se altera.
Essa diferena permite ao crtex visual realizar a passagem da
informao bidimensional em um registro coerente em trs dimenses que
rene dados sobre os lados, a perspectiva, as cores, a luz e a
sombra recebidos em paralelo. Deste modo, para onde quer que
olhemos, nunca percepcionamos s uma dimenso. Toda a forma tem um
fundo, um enquadramento. Pode ser ou no tridimensional, real ou
induzido.
-
3. A conscincia da percepo visual s existe, porque temos memria
e consequentemente noo de tempo. Se assim no fosse, a percepo no
passaria de instantes dissociados, sem qualquer correlao entre
eles. Esta noo de tempo da percepo um importante campo de estudo
porque dele dependem as relaes entre a imagem, som e movimento.
4. A cor caracterstica intrnseca de tudo o que nos rodeia. Como
tal afecta-nos a todos os nveis desde psicolgicos at fisiolgicos.
um elemento to fundamental para a existncia humana que se torna
decisiva no condicionamento da evoluo do indivduo.
Cremos que a evoluo s existe com a interdisciplinariedade. As
primeiras formas de interdisciplinariedade podem muito bem ter
ocorrido na pr histria, durante os primeiros rituais, onde se
associou cerimnia, o registo de elementos grficos, entoaes e
gestos. Da para a frente, assistimos criao de ideogramas ou sinais
primrios (para assinalar caminhos, avisar perigo ou recordar algo),
escrita pictogrfica, hieroglfica, cuneiforme, alfabeto, teatro,
cinema e, muito recentemente revoluo digital. Esta ltima,
permite-nos no conforto do nosso lar, sem necessitar de muita
matria prima, criar e materializar o que vai no nosso imaginrio. E
se a evoluo da humanidade segue em paralelo com a evoluo do
imaginrio da espcie humana, ento nesta nova era, em que temos
ferramentas virtuais em substituio da acstica das grutas ou, do
lascar uma pedra, em que sabemos que existe uma grande parte do
mundo que no vemos mas que material, podemos aguardar uma evoluo,
uma revoluo social e individual do ser humano. Possivelmente, at
numa escala virtual.
O homem pensa e raciocina por imagens (smbolos, etc.) Desde a
nascena o homem, apesar de se considerar um ser primordialmente
pensante, considera tudo (inclusive as pessoas) que o rodeia,
primordialmente como imagens.
O ser humano algum com sentimentos e emoes, com opinies e que
procura manifest-las aos outros. Que gosta de ser reconhecido e de
chamar a ateno e sobretudo quer ser conhecido. desta maneira que
encontramos o homem do sculo XXI. Vivemos numa poca em que a
realizao humana passa pela realizao do seu prprio individualismo,
do seu imaginrio. A sociedade d mltiplas opes. Cabe somente ao
homem escolher as que mais lhe convm. Andamos na rua com phones, na
televiso podemos escolher o canal que queremos ver. De futuro, com
a interactividade, possivelmente todos os nossos tempos livres
passaro a ser uma realidade virtual. A palavra de ordem : a
tolerncia. Dar a voz ao indivduo. neste contexto que o discurso
persuasivo existe atravs dos novos media que permitem a troca de
ideias de uma para outra parte do mundo.
As descobertas recentes no campo da neurologia deram a conhecer
que sob certas circunstncias, as emoes transformam e perturbam o
raciocnio. A sociedade, com os seus media, procura estabelecer um
discurso persuasivo principalmente atravs do uso de imagens, visto
que estas representam o principal estmulo para o indivduo, sendo um
campo de estudo por excelncia, a Internet. Por esta razo, talvez no
seja abusivo considerar que vivemos ainda numa ditadura muito mais
subtil, do que as existentes no sculo passado. A ditadura da
imagem, que serve fins lucrativos, condicionamento de massas e
estupidificao, dando ao homem uma falsa sensao de afirmao e de
enquadramento.
Assim, para todos os que querem trabalhar a imagem, fundamental
uma conscincia da real influncia que esta pode ter. Informao em vez
de desinformao. Educao em vez de condicionamento. Estmulo artstico
e reflectivo em vez de adio e estagnao e dependncia. A formao das
futuras geraes depende desta nova conscincia.
Gostaramos de terminar, salientando que apesar da existncia de
estudos e receitas definidas, S o cunho indivdual do criador
consegue impor expressividade. Pela sua experincia, pelos seus
erros e percurso, s ele que consegue adequar a mensagem ao
receptor. As regras so a base, sendo a coerncia dada pelo
indivduo.
-
FIM
Rosa Castela, Lisboa, Outubro de 2004 [email protected]