1 AULAS DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA PARALELA DE LÍNGUA PORTUGUESA 3º PERÍODO – 2011 05.09 a 25.11 6º ANO SETEMBRO SEMANA PROGRAMAÇÃO 5 a 9 AULA 1: ENTENDIMENTO DE TEXTO ―MUITOS, MUITOS ANOS ATRÁS‖ 12 a 16 AULA 2: PRODUÇÃO DE TEXTO 19 a 23 AULA 3: GRAMÁTICA SUBSTANTIVOS 26 a 30 AULA 4: PRODUÇÃO DE TEXTO ARTIGO DE OPINIÃO OUTUBRO SEMANA PROGRAMAÇÃO 3 a 7 AULA 5: ENTENDIMENTO DE TEXTO ―A ÁRVORE QUE FUGIU DO QUINTAL‖ 17 a 21 AULA 6: PRODUÇÃO DE TEXTO 24 a 28 AULA 7: GRAMÁTICA ARTIGO 31/10 a 4/11 AULA 8: ENTENDIMENTO DE TEXTO ―MEUS TEMPOS DE CRIANÇA‖ NOVEMBRO SEMANA PROGRAMAÇÃO 7 a 11 AULA 9: GRAMÁTICA NUMERAL 16 a 18 AULA 10: ENTENDIMENTO DE TEXTO ―O VERDE‖ 21 a 25 AULA 11: PRODUÇÃO DE TEXTO COLÉGIO VISCONDE DE PORTO SEGURO Unidade Valinhos COMPONENTE CURRICULAR LÍNGUA PORTUGUESA RECUPERAÇÃO CONTÍNUA
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AULAS DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA PARALELA DE LÍNGUA PORTUGUESA 3º PERÍODO – 2011
05.09 a 25.11 6º ANO
SETEMBRO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
5 a 9 AULA 1: ENTENDIMENTO DE TEXTO
―MUITOS, MUITOS ANOS ATRÁS‖
12 a 16 AULA 2: PRODUÇÃO DE TEXTO
19 a 23 AULA 3: GRAMÁTICA
SUBSTANTIVOS
26 a 30 AULA 4: PRODUÇÃO DE TEXTO
ARTIGO DE OPINIÃO
OUTUBRO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
3 a 7 AULA 5: ENTENDIMENTO DE TEXTO
―A ÁRVORE QUE FUGIU DO QUINTAL‖
17 a 21 AULA 6: PRODUÇÃO DE TEXTO
24 a 28 AULA 7: GRAMÁTICA
ARTIGO
31/10 a 4/11 AULA 8: ENTENDIMENTO DE TEXTO
―MEUS TEMPOS DE CRIANÇA‖
NOVEMBRO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
7 a 11 AULA 9: GRAMÁTICA
NUMERAL
16 a 18 AULA 10: ENTENDIMENTO DE TEXTO
―O VERDE‖
21 a 25 AULA 11: PRODUÇÃO DE TEXTO
COLÉGIO VISCONDE DE PORTO SEGURO
Unidade Valinhos
COMPONENTE CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA RECUPERAÇÃO
CONTÍNUA
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MUITOS, MUITOS ANOS ATRÁS
Às vezes, ouvimos episódios da história de nossa família e não compreendemos bem... Pessoas que nunca conhecemos fatos de uma época estranha e distante... Tudo parece adormecido no tempo, até que, um dia, vasculhando o porão de memórias, encontramos resposta à pergunta ―Quem sou eu?‖. Texto I
Minha história começa numa aldeia italiana, muitos e muitos anos atrás... E continua na cidade brasileira de São Paulo, muitos e muitos anos atrás... Atrás, onde?... Lá, no tempo e no espaço da minha memória.
Eu tinha dez anos quando, com meu irmão Caetaninho, cheguei ao porto de Santos para reunir-me à metade brasileira de minha família: minha mãe, meu padrasto e os meus irmãozinhos nascidos no Brasil.
O mar, aquele grande mar que apaga os rastros de todos os barcos, apagara as imagens de minha infância: Domenico Gallo, meu pai, vovô Leone, pai de meu pai, vovó Catarina, mãe de minha mãe, todos sepultados num pequeno cemitério de aldeia. Vivos, mas sepultados na minha lembrança, ficavam, como um aceno de saudade, padre Cherubino, irmão de meu pai, e vovô Vicenzo, pai de minha mãe.
Eu estava em São Paulo, eu estava em 1900. Um mundo novo, um novo século, uma nova idade. O futuro era agora. E a menina que tinha vindo ―fazer a América‖ ia crescer, deitar ramos, flores e frutos, como uma árvore da Saracena, desarraigada e replantada em terra alheia.
Vou contar... Texto II – É uma longa história. Uma triste história. Vou contar... [diz o padrasto] E contou. A voz mansa foi saindo pela janela, desceu a rua Tamandaré, seguiu pela rua
Glicério, encontrou o caminho do mar e mergulhou nas ondas de um passado naufragado, que agora voltava à tona.
– Eu me casei, lá na Saracena, com uma moça muito boa e trabalhadeira. Éramos camponeses pobres e lavrávamos a terra de outros. Então resolvemos tentar a sorte aqui na América, onde já estava meu irmão mais velho. Juntamos nossas economias e partimos, minha mulher e mais um filhinho de poucos meses. Embarcamos no porto de Gênova, onde a passagem para os imigrantes era mais barata.
– De terceira classe? – perguntei, lembrando-me da minha viagem. – A classe dos imigrantes. Naqueles primeiros tempos era pior do que agora que você e
Caetano vieram. Muito mais gente embarcava para a América, era difícil alimentar direito todo mundo e manter as condições de limpeza no navio. E aconteceu a desgraça.
– Desgraça? – repeti ansiosa. Vicenzo Laurito pegou um grande lenço do bolso, igual àquele com que enrolava moedas,
passou-o pelo nariz. E continuou: – Sim, desgraça. Uma epidemia de cólera. Doença muito grave, você conhece? Enquanto eu lhe dizia que, de doença grave, só conhecia o sarampo que me atacara na
Saracena, ele explicava: – É um mal terrível e pode matar em pouco tempo. E foi isso o que aconteceu. As pessoas
vomitavam, ficavam amarelas, enfraqueciam, acabavam morrendo. E, como não havia outro jeito, os corpos eram jogados no mar. Foi assim que eu perdi minha mulher e meu filhinho.
Soltei um grito sincero de horror, enquanto ele levava novamente o lenço ao nariz. – Uma desgraça, Fortunata. Uma desgraça. O navio chegou ao Rio de Janeiro, mas eu não
pude desembarcar. Fiquei de quarentena na Ilha das Flores, depois o Serviço de Imigração me mandou de volta para a Itália. Cheguei à Calábria muito mais pobre do que quando tinha partido, porque já não tinha nem mais família.
Ouvindo Vicenzo Laurito narrar a história de sua primeira e trágica aventura de imigração, eu contava notas e moedas, pensando que aquele dinheiro não tinha o peso do ouro, não. Tinha o peso da vida.
– E depois? – perguntei, disfarçando a emoção. Meu padrasto assou definitivamente o nariz, guardou o lenço no bolso como se, com ele,
também guardasse o antigo sofrimento. – Depois, eu voltei viúvo para Saracena. E aí as comadres da aldeia me falaram de sua mãe,
que também era viúva e moça como eu. Daí nós nos casamos, e eu decidi tentar novamente a vida na América com ela. Só que, dessa vez, achei que era mais seguro deixar as crianças na Itália...
Parei de contar as notas. Fiquei olhando aquele homem que, debruçado sobre a mesa, conferia o total das somas que eu fizera. E entendi por que minha mãe dizia, enquanto preparávamos o almoço dos domingos, que ele não era nem um pouco enjoado para comer. Comia de tudo. Menos peixe.
Também entendi por que eu e Caetaninho tínhamos ficado para trás na Saracena. E porque entendi, olhei-o com uma familiaridade nova: ali estava ele, Vicenzo Laurito – o mesmo olhar bondoso, as mesmas mãos rudes e cálidas, os mesmos gestos mansos e até o mesmo nome do meu querido avô Vicenzo Ventimiglia. E descobri que, daí por diante, ia ser muito fácil chamar esse homem de pai.
(A menina que descobriu o Brasil. São Paulo: FTD, 1999, p.5-6; 33-5.) Vocabulário Cálidas: quentes, ardentes. Desarraigar: arrancar pela raiz; fazer sair. Saracena: cidade italiana de onde veio a narradora-protagonista da história. Procure no dicionário outras palavras que você desconheça.
Com base nos textos I e II, responda ao que se pede:
1- Nos textos, a narradora relata fatos que viveu há muitos anos, quando era menina.
a) Quantos anos tinha Fortunata quando esses fatos aconteceram?
1- Leia, com atenção, o poema de Carlos Drummond de Andrade. Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vau devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. (Carlos Drummond de Andrade. In Alguma poesia.)
a) As palavras bananeiras e laranjeiras são dois substantivos formados de outras palavras. Que palavras são essas?
b) Que nome essas palavras que você indicou no item a recebem quanto à
formação dos substantivos? __________________________________________________________________ c) Como são classificadas as palavras bananeiras e laranjeiras? __________________________________________________________________
d) Há no poema dois substantivos abstratos. Transcreva-os. __________________________________________________________________
2- Identifique, grifando, os substantivos presentes nas frases.
a) Os cabelos soltos caíam-lhe sobre a testa. b) João agradeceu o convite. c) Cada dia eu ficava mais alegre. d) A festa na casa de Rodrigo foi barulhenta.
3- Classifique os substantivos destacados em concretos ou abstratos.
a) Foi feita uma boa limpeza no jardim.
b) A saudade dos pais era revelada pelas lágrimas.
c) O fogo alastrou-se pela mata.
4- Classifique os substantivos abaixo em: comum ou próprio, concreto ou abstrato, primitivo ou derivado, simples ou composto. Carta:________________________________________________________________ Floreta:_______________________________________________________________ Amor:________________________________________________________________ Felicidade:____________________________________________________________
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Artigo de Opinião Leia abaixo as seguintes orientações sobre o gênero textual: Artigo de Opinião É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. É importante estar preparado para produzir esse tipo de texto, pois em algum momento poderão surgir oportunidades ou necessidades de expor ideias pessoais através da escrita. Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. Proposta de Produção de Texto
Eu quero. Eu quero um Nike Shox e um Ipod. Uma camisa da Puma e outra da Cavalera. Uma
calça Vide Bula e um relógio Tissot. Um celular Motorola e uma TV de plasma da Philips. Quero
estacionar meu Audi A3 e comprar um Big Mac. Quero mais um sapato pra se juntar aos outros
trinta pares. Quero uns óculos daqueles bem caros, porque se for barato não tem graça. Quero um
sonzão no meu carro, daqueles que fazem estourar os tímpanos, porque essa é a única forma que
tenho para que as pessoas reparem em mim. Eu quero a roupa da moda, porque esse é o único jeito
Fugi para a montanha, de onde via a cidade toda. Lá de cima, vi a cena mais triste. A terra
coberta de asfalto e cimento. Os passarinhos, alguns trazendo no bico os ninhos e filhotes incapazes de voar, fugiam com as borboletas. Um deles pousou em um dos meus galhos e me disse desesperado:
— Não há como viver lá embaixo. Em breve, não haverá como viver aqui, nem em lugar algum deste triste planeta Terra, que começam a chamar de planeta Cimento.
O passarinho tinha toda razão. Tive de fugir novamente à procura de um lugar onde os homens ainda fossem bons e as
pessoas ainda vivessem em paz. Procurei... procurei... andei quase até o final do planeta... e nada. Cimento, postes e fumaça em todos os lugares. Ia desistir. Entregar os pontos. Desmaiar de
cansaço. Foi quando comecei a sentir um cheiro gostoso de mato. Andei mais um pouco ... De
repente avistei linda paisagem. Apesar da noite, a lua me mostrava um campo enorme, repleto de árvores grandes e sadias. Lá no fundo, perto do barulhar das águas de um rio, vi a silhueta de uma casa...
E nasceu em mim enorme esperança de ali encontrar crianças. Enterrei minhas raízes bem devagarzinho para não acordar as outras árvores e, aliviada,
satisfeita, feliz da vida, dormi até o sol nascer. Acordei assustada, com uma dor terrível. Tentei fugir, não havia tempo. Quatro homens me desferiam machadadas, por todo lado.
Uma atrás da outra, cada vez mais fortes. Tudo começou a rodar em minha volta. Minhas folhas e frutos no chão. Meu tronco tombava
... tombava... Em meio à tonteira, um grito de homem, o berro da vitória: ―Madeeeeeiiiiraaaa!‖ No centro de mim, o grito de dor de quem deixa a vida. Não sei onde estava com meus galhos. Tinha de ter desconfiado. Aquela casa era uma serraria.
Álvaro Ottoni de Menezes
Vocabulário
Barulhar: fazer barulho. Desferiam: davam. Sadias: com saúde. Serraria: lugar onde se serra madeira. Silhueta: sombra. Tombava: caía.
3- A árvore fugia, os passarinhos fugiam. Essas ações, nesse texto, indicam que as
personagens eram covardes ou totalmente desprotegidas? Justifique. ______________________________________________________________________________________
8- O texto II pertence a qual gênero textual? Cite duas características que comprovem sua resposta. ________________________________________________________________________________
9- Os textos I e II tratam do mesmo assunto. Que assunto é esse? _________________________________________________________________________________________
OLHA QUE DRIBLE! ESSE RAPAZ PROMETE SER UM ROMÁRIO OU
UM RONALDINHO.
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Meus tempos de criança Rostand Paraíso
Pulávamos os muros e ganhávamos os quintais das casas vizinhas, enormes e cheias de
fruteiras e de toda a sorte de animais, gatos, cachorros, galinhas, patos, marrecos e outros mais. Chupando mangas, gostosas mangas, mangas-espada, mangas--rosa e manguitos, esses quase sempre os mais saborosos, dividíamos os times e organizávamos as peladas de fundo de quintal que exigiam grande malabarismo de nossa parte, com as frondosas árvores para driblar e grandes irregularidades no terreno para contornar.
Usávamos "bolas de meias", preparadas por nós mesmos com papel de jornal compactado e colocado dentro de uma meia de mulher, mas já começávamos a usar bolas de borrachas e as "bolas-de-pito", que eram bolas de couro, com pito para fora e que tínhamos o cuidado de envergar para dentro, para evitar arranhaduras.
Gostosas, memoráveis tardes que se prolongavam até a noitinha, parando-se apenas quando não havia mais sol e quando não podíamos mais ignorar os gritos que vinham de nossa casa, para tomar banho, mudar de roupa e ir jantar.
As mesmas misteriosas ordens faziam-nos começar a desengavetar nossos times de botão para a temporada que iria se iniciar. Os botões eram polidos e engraxados.
Descobríamos, nos botões das capas e dos jaquetões e, também, nas tampas de remédios, promissores craques. Nossos pais começavam a estranhar, sem encontrar qualquer explicação para o fato, o desaparecimento das tampas dos xaropes e dos botões das roupas. Esses craques em potencial, novos valores que surgiam, eram devidamente preparados e passávamos dias a lixá-los e, para lhes dar mais peso e maior aderência à mesa, a enchê-los com parafina derretida. Trabalho que levava às vezes algumas semanas, os novos craques sendo testados exaustivamente até que nos déssemos por satisfeitos e os considerássemos prontos e aprovados para as grandes competições pela frente.
Os botões de chifre, preparados pelos presos da Casa de Detenção, onde íamos comprá-los, começavam, pela sua robustez e pela potência de seus chutes, a ganhar nossa preferência. Não gostávamos, porém, daqueles botões que vinham do Sul, de plástico, todos iguais, diferençando-se uns dos outros apenas pelas "camisas" que traziam coladas sobre si, com as cores dos clubes cariocas. Preferíamos, nós mesmos, pregar as cores do nosso time preferido, no meu caso o Santa Cruz.
Cada botão ganhava seu nome, Perácio, Leônidas, Patesko, Pitota, Sidinho, Siduca... botões que já não tenho mais, desaparecidos misteriosamente ao longo do tempo. Meu ponta-esquerda, Tarzan, que tantas alegrias me deu, com suas arrancadas para o campo adversário e com seus mirabolantes gols, que fim terá levado?
Preferíamos usar as bolas de farinha, arredondadas cuidadosamente na palma da mão e que permitiam um bom controle, correndo menos que as de miolo de pão e não tanto quanto as de borracha.
Dentro daquelas regras que adotávamos e que permitiam que continuássemos a jogar enquanto não perdêssemos o controle da bola, éramos obrigados, quando nos sentíamos em condições de tentar o chute a gol, a avisar o adversário: "Defenda-se!" ou "Prepare-se!", dando
tempo a que ele posicionasse melhor o seu goleiro e puxasse, para junto dele, os beques, geralmente bem altos, com a finalidade de dificultar o chute rasteiro.
As partidas eram irradiadas por um de nós, ao estilo de José Renato, o famoso locutor esportivo da PRA-8, e os gols, quando convertidos, eram gritados histericamente, incomodando toda a vizinhança. Rostand Paraíso. Antes o tempo apague... 2ª ed. Recife, Comunicarte, 1996, pp. 131-132
1- Leia o trecho a seguir para responder ao que se pede: “Cada botão ganhava seu nome, Perácio, Leônidas, Patesko, Pitota, Sidinho, Siduca... botões que já não tenho mais, desaparecidos misteriosamente ao longo do tempo.” a)Conforme esse trecho, pode-se afirmar que os fatos narrados são imaginados pelo autor ou são extraídos de sua memória?
b) Por esse trecho, pode-se saber a que gênero textual pertence o texto? Se sim, qual é ele?
2- Após pular o muro, o narrador ganha um novo mundo. Como ele descreve esse novo espaço? ________________________________________________________________________________
3- No terceiro parágrafo, que sentimento é percebido quando o narrador emprega a expressão memoráveis tardes? Justifique. ________________________________________________________________________________
4- No quarto parágrafo, há referência de craques em potencial. Que significa essa expressão dentro do contexto em que foi produzida? ________________________________________________________________________________
5- Dentre todos os craques descritos pelo narrador, quais deles eram os preferidos? Por quê? ________________________________________________________________________________
6- Levante uma hipótese: De quem seriam os gritos que vinham de dentro das casas quando anoitecia? Justifique. ________________________________________________________________________________
7- Pelo campo lexical (a seleção de palavras expostas no texto), qual seria a brincadeira predileta do narrador-personagem? Justifique com um trecho do texto. ________________________________________________________________________________
8- Nos relatos, é comum empregar-se a descrição para caracterizar as pessoas, os lugares, os objetos, as cenas etc. No quinto parágrafo do texto, qual a importância da descrição do trabalho exercido pelos presos da Casa de Detenção? ________________________________________________________________________________
9- Leia o trecho para responder ao que se pede: ―Meu ponta-esquerda, Tarzan, que tantas alegrias me deu, com suas arrancadas para o campo adversário e com seus mirabolantes gols, que fim terá levado?” a) Ao se lembrar de Tarzan, que expressão demonstra a saudade sentida pelo narrador?
1 Caraíbas têm cabeça oca. Deviam ter aprendido muitas lições com o povo filho da terra e
não souberam enxergar, nem ouvir, nem sentir. E sofrerão por isso.
2 Dia virá em que ficarão com sede, muita sede, e não terão água para beber: os rios e
lagoas e valos e regatos e até a água da chuva estarão sujos e pobres. E chorarão. E continuarão
com sede porque a água do choro é salgada e amarga...
3 O tempo da fome também virá. E a terra estará seca, o chão duro. As sementes do milho
e a mandioca não mais nascerão verdes, alimentando a esperança de quarups ao redor do fogo com
muita comida e bebida. A caça e peixe também terão fugido ou morrido. E a fome apertará o
estômago do caraíba e ele não poderá comer nem sua riqueza, nem sua terra nua e estéril.
4 Os dias serão sempre mais quentes. E quando o caraíba procurar uma sombra como
abrigo, descobrirá que a terra não tem árvores.
5 As noites serão escuras e frias. Sem lua, sem estrelas. E sem fogueiras quentes.
6 E o caraíba, o homem-branco, chorará. E quando acordar de sua imensa estupidez, será
tarde, muito tarde.
7 Eu, Tamãi, o velho pajé, falei.
(ZOTZ, Werner. Apenas um curumim. 1995)
Vocabulário
Quarup: cerimônia religiosa que celebra Mavotsinin, herói cultural das tribos do alto Xingu. Mavotsinin: herói cultural das tribos do alto Xingu, autor da mãe do Sol e da Lua. Estéril: que não produz, árido, improdutivo, infrutífero. Valo: rego, canal, fosso. Regato: arroio, córrego, riacho.
2- Transcreva do texto II: a) um pronome demonstrativo: _______________________________________________ b) um pronome possessivo: _________________________________________________
3- Preencha o quadro transcrevendo do texto I um exemplo de:
Pronome Classificação
Pessoal do caso reto
Possessivo
4- Leia a tira:
34
Na tira, uma das personagens emprega um pronome pessoal de forma inadequada ao padrão culto
da língua na frase: “Vamos tirar eles daí!” Corrija-a.
Fugi para a montanha, de onde via a cidade toda. Lá de cima, vi a cena mais triste. A terra coberta de asfalto e cimento. Os passarinhos, alguns trazendo no bico os ninhos e filhotes incapazes de voar, fugiam com as borboletas. Um deles pousou em um dos meus galhos e me disse desesperado:
— Não há como viver lá embaixo. Em breve, não haverá como viver aqui, nem em lugar algum deste triste planeta Terra, que começam a chamar de planeta Cimento.
O passarinho tinha toda razão. Tive de fugir novamente à procura de um lugar onde os homens ainda fossem bons e as
pessoas ainda vivessem em paz. Procurei... procurei... andei quase até o final do planeta... e nada. Cimento, postes e fumaça em todos os lugares. Ia desistir. Entregar os pontos. Desmaiar de
cansaço. Foi quando comecei a sentir um cheiro gostoso de mato. Andei mais um pouco... De repente
avistei linda paisagem. Apesar da noite, a lua me mostrava um campo enorme, repleto de árvores grandes e sadias. Lá no fundo, perto do barulhar das águas de um rio, vi a silhueta de uma casa...
E nasceu em mim enorme esperança de ali encontrar crianças. Enterrei minhas raízes bem devagarinho para não acordar as outras árvores e, aliviada,
satisfeita, feliz da vida, dormi até o sol nascer. Acordei assustada, com uma dor terrível. Tentei fugir, não havia tempo. Quatro homens me desferiam machadadas, por todo lado.
Uma atrás da outra, cada vez mais fortes. Tudo começou a rodar em minha volta. Minhas folhas e frutos no chão. Meu tronco
tombava... tombava ... Em meio à tonteira, um grito de homem, o berro da vitória: ―Madeeeeeiiiiraaaa!‖ No centro de mim, o grito de dor de quem deixa a vida. Não sei onde estava com meus galhos. Tinha de ter desconfiado. Aquela casa era uma serraria.
Álvaro Ottoni de Menezes
Vocabulário Barulhar: fazer barulho. Desferiam: davam. Sadias: com saúde. Serraria: lugar onde se serra madeira. Silhueta: sombra. Tombava: caía.
a) um pronome pessoal: ___________________________________________
b) um pronome demonstrativo: ______________________________________
c) dois pronomes possessivos: ______________________________________
2- Preencha o quadro retirando um exemplo do texto I de:
Pronome Classificação
Indefinido
Possessivo
41
Pessoal do caso oblíquo
Demonstrativo
3- Releia o 1º parágrafo do texto I: ―Fugi para a montanha, de onde via a cidade toda. Lá de cima, vi a cena mais triste. A terra coberta de asfalto e cimento. Os passarinhos, alguns trazendo no bico os ninhos e filhotes incapazes de voar, fugiam com as borboletas. Um deles pousou em um dos meus galhos e me disse desesperado [...]‖ a) Circule no trecho acima os artigos.
b) ―Um deles pousou em um dos meus galhos e me disse desesperado:” Nesse trecho a palavra um é artigo ou numeral? Justifique. _________________________________________________________________________________________
4- Observe o trecho abaixo e responda: ―Em meio à tonteira, um grito de homem, o berro da vitória: ―Madeeeeeiiiiraaaa!‖ No centro de mim, o grito de dor de quem deixa a vida.‖
a) Por que o autor usou UM na primeira frase e O na outra?
7- Escreva por extenso os numerais indicados por algarismos:
a) Mais de 60 passarinhos ficaram sem ninhos. ______________________________________________________________________________________
b) Apareceram 16 ou 17 meninos dispostos a ajudar a plantar árvores. ______________________________________________________________________________________
c) Foram doadas 600 mudas de árvores para o reflorestamento daquela região. ______________________________________________________________________________________
d) Ontem foram presos 50 homens desmatando a floresta Amazônica. ______________________________________________________________________________________
43
REUNIÕES
Sempre que podíamos, nos reuníamos em casa de meus avós maternos, em Vitória, para o Natal –– que nunca, em hipótese alguma, dispensava entre os presentes alguns livros e o Almanaque do Tico-Tico, com as aventuras de Chiquinho, Benjamin e Jagunço ou do Zé Macaco e Faustina, além dos meus preferidos, Reco-Reco, Bolão e Azeitona. E, logo depois (com sorte, até mesmo antes do Natal), nós todos íamos para Manguinhos, uma praia selvagem e quase deserta num povoado de pescadores, a 30 quilômetros ao norte da capital. Nós éramos os filhos deles e as respectivas famílias. Os filhos de meus avós eram sete. Os netos, inúmeros. Minha mãe teve nove filhos. O irmão dela, que foi morar em Governador Valadares, teve quatorze. Outro, que casou com uma gaúcha e se mudou para o Rio Grande do Sul, teve sete. E assim por diante. No verão, quem podia, vinha. Primeiro, a Vitória, para a casa onde moravam meus avós. Depois, um belo dia, aparecia um caminhão fretado para nos buscar, que ninguém tinha carro... Na boléia, ao lado do Geraldo, o motorista, iam vovó Ritinha e as grávidas daquele ano, com os caçulas no colo. Na carroceria, em cima de colchões, trouxas, malas, móveis, sacos de mantimentos, caixotes de livros e capoeiras cheias de galinhas e patos, encarapitavam-se os homens e as crianças. Lá ficávamos dois meses, amontoados numa casa de quatro quartos e ampla varanda, com crianças se espalhando para dormir em esteiras e redes por todo canto. Tinha mar na porta, árvores no quintal, mata nos fundos, riozinho para pescar, carroça, animais, frutas. E um monte de livros, que ninguém dispensava levar uma boa provisão e era um troca-troca de dar gosto... Só não tinha luz elétrica. Jantávamos cedo, à luz do dia. Depois, em volta de uma fogueirinha, ouvíamos e contávamos histórias. Em noite de luar, saíamos para caminhar na praia e fazíamos concursos de quem contava a história mais bonita. Cada adulto tinha sua especialidade. Vovô Ceciliano contava casos de verdade, lembranças riquíssimas de uma vida muito interessante e variada, das experiências em sala de aula, dos políticos que conheceu (foi prefeito de Vitória duas vezes), dos tempos em que abria estrada de ferro pelo meio da mata, conhecia índios, participava de caçadas... Vovó Ritinha contava maravilhosas histórias do folclore, recheadas de jabutis e macacos, de vigários, juízes e almas do outro mundo, povoadas por Pedros Malasartes e Joões Bobos. [...] Quanto a meus pais, ancoravam em leituras suas histórias –– que constituíam um ritual noturno quotidiano e não apenas no verão em Manguinhos. Mamãe tinha toda a coleção de contos de fadas de Andersen, Grimm e Perrault, tanto nos livrinhos da Biblioteca Infantil Melhoramentos (as ilustrações coloridas de O patinho feio e Branca de Neve, por exemplo, são nítidas em minha
memória até hoje) como nos Contos do Arco-da-Velha, da Carochinha, da Baratinha e outros coligidos por Frederico Pimentel para a Editora Quaresma. Acho que ela preparava de dia a lição, lendo os livros, porque de noite sempre lembrava tantos detalhes para contar nas histórias, eram tão variadas... E, às vezes, quando pedíamos para repetir uma favorita, deixava para o dia seguinte. Entre as minhas prediletas, lembro A bela e a fera, As quatro penas brancas, Pele de asno, A moura torta... E umas maravilhosas, de bichinhos, que ela contava como ninguém, desde que eu era bem pequenina –– Dona Baratinha, A galinha ruiva, A galinha que criou um ratinho, Os três porquinhos, Os gatinhos levados... Papai também contava alguns desses contos tradicionais quando estava em Manguinhos –– lembro perfeitamente de alguns que eram sempre contados por ele: O gato de botas, O soldadinho de chumbo, Os seis companheiros, As roupas novas do rei... Mas no Rio, seu repertório era diferente e fascinante –– com suas próprias palavras, mas mostrando as gravuras dos livros, ia me apresentando os clássicos: As 1001 noites (principalmente Ali Babá e os 40 ladrões, Simbad, o marujo, Aladim e a lâmpada maravilhosa), Gulliver em Liliput, Dom Quixote, Robinson Crusoé... Em cima de sua mesa de trabalho, uma estatueta de bronze (que hoje mora no escritório do meu irmão) nos encantava, com Dom Quixote montado em Rocinante, seguido por Sancho, no burrico. Tudo o que eu queria era aprender logo a ler, para entrar naquele mundo. Acabei aprendendo muito cedo, com menos de cinco anos, mas não me lembro como foi.
(Ana Maria Machado. Esta força estranha – Trajetória de uma autora.
São Paulo: Atual, 1996. P. 14-7.) Ancorar: fundamentar. Boléia: a cabina do caminhão, na qual fica o motorista. Provisão: abundância de coisas necessárias ou úteis Capoeira: gaiola grande ou cesto onde se transportam aves domésticas. Coligir: reunir em coleção; ajuntar. Encarapitar: pôr-se no alto, instalando-se comodamente. Rio: a cidade do Rio de Janeiro Vigário: padre, pároco.
1) Complete as frases a seguir de acordo com as informações do primeiro parágrafo do texto.
a) Meus avós tiveram sete _____________ .
b) Minha mãe teve _____________ filhos.
c) O irmão de minha ___________ teve catorze filhos.
d) O outro ___________ de minha mãe teve sete filhos.
2) É correto dizer que toda a família morava em Manguinhos? Justifique sua resposta de acordo com
1- Observe duas falas da mulher. Identifique a fala que indica causa e a que indica consequência:
a.― Matei mesmo essa maldita árvore.‖ _____________________________________
b.―... na época da flor ela sujava minha calçada...‖ _____________________________
2- Preencha o quadro retirando um exemplo do texto I:
Pronome Classificação
Indefinido
Pessoal do caso reto
Possessivo
Pessoal do caso oblíquo
Demonstrativo
3- Leia a tira:
Na tira, uma das personagens emprega um pronome pessoal de forma inadequada ao padrão culto da língua na frase. Corrija-a. “Eles já não fabricam ela mais tão fedida e repulsiva.”
Você identificou as personagens acima dos famosos filmes de animação. Sua tarefa será criar uma história em quadrinho envolvendo uma ou mais personagens. Para isso, construa uma situação em que deverá:
Utilizar balões de fala.
O narrador.
Crie um título.
Desenhe outras imagens para construir o cenário da história.