CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS - UniEVANGÉLICA CURSO DE MEDICINA CÂNCER COLORRETAL NO BRASIL: ASPECTOS TOPOGRÁFICOS E EPIDEMIOLÓGICOS (2000-2011) EVELLYN DE ANDRADE PULLIG GABRIEL GARCIA CUNHA LOPES GERALDO PORTO MAGALHÃES NETTO JULIANA MOREIRA RIBEIRO LARISSA AMORIM SILVA NATHÁLIA LIMA DE MORAES MORUÉ Anápolis - Goiás 2019
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS - UniEVANGÉLICA
CURSO DE MEDICINA
CÂNCER COLORRETAL NO BRASIL: ASPECTOS
TOPOGRÁFICOS E EPIDEMIOLÓGICOS (2000-2011)
EVELLYN DE ANDRADE PULLIG
GABRIEL GARCIA CUNHA LOPES
GERALDO PORTO MAGALHÃES NETTO
JULIANA MOREIRA RIBEIRO
LARISSA AMORIM SILVA
NATHÁLIA LIMA DE MORAES MORUÉ
Anápolis - Goiás
2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS - UniEVANGÉLICA
CURSO DE MEDICINA
CÂNCER COLORRETAL NO BRASIL: ANÁLISE
TOPOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA (2000-2011)
EVELLYN DE ANDRADE PULLIG
GABRIEL GARCIA CUNHA LOPES
GERALDO PORTO MAGALHÃES NETTO
JULIANA MOREIRA RIBEIRO
LARISSA AMORIM SILVA
NATHÁLIA LIMA DE MORAES MORUÉ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
disciplina de Iniciação Científica do Curso de
Medicina do Centro Universitário de Anápolis
UniEVANGÉLICA, sob a orientação do Prof.
Esp. Tiago Arantes Pereira.
Anápolis – Goiás
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
RESUMO
O câncer colorretal (CCR) é uma neoplasia maligna que acomete a porção distal do trato
gastrointestinal, seja o intestino grosso, reto ou ânus. Clinicamente é usualmente classificado
em câncer de cólon direito (CCD), câncer de cólon esquerdo (CCE) e câncer retal (CR), a
depender da localização primária do tumor. O CCR é responsável por cerca de 700.000
óbitos/ano, sendo o quarto câncer de maior mortalidade no mundo, representando a terceira
neoplasia mais prevalente nas mulheres e quarta mais incidente nos homens no Brasil. CCD,
CCE e CR distinguem-se quanto ao quadro clínico, fisiopatogenia, meios diagnósticos,
tratamento e prognóstico. Diante da importância epidemiológica do CCR e das implicações
clínicas de sua localização primária no trato gastrointestinal, o estudo em questão tem como
objetivo analisar o perfil topográfico e epidemiológico do CCR no Brasil durante o período de
2000-2011 considerando topografia, ano de notificação, sexo, faixa etária e etnia. Trata-se de
uma pesquisa epidemiológica, descritiva, retrospectiva, observacional e quantitativa, cujos
dados foram obtidos por meio de consulta à base de dados do Registro de Câncer de Base
Populacional (RCBP) disponibilizada pelo Instituto Nacional do Câncer. As ocorrências
analisadas no período contemplado pelo estudo totalizaram 36.296, sendo que 14,2%
corresponderam ao CCD, 40,6% ao CCE e 45,2% ao CR. Apesar da subnotificação dos
RCBP, observou-se que os indivíduos mais acometidos eram brancos (42%), do sexo
feminino (52,5%) e com faixa etária de 65-74 anos (40,8%). Ainda, observou-se uma
tendência a aumento do número de caso. Os resultados obtidos encontram-se em consonância
com os estudos epidemiológicos na área do CCR. Além do esperado, pôde-se concluir que, no
Brasil, está havendo um crescimento dos índices do CCD e ainda que não seja o principal tipo
de CCR, sua ocorrência tem apresentado importância crescente com o decorrer dos anos.
Nesse contexto, esse achado deve fomentar a realização de novos estudos com o objetivo de
entender os fatores relacionados com o crescimento dos índices do CCD no país, bem como
Tabela 1: Distribuição dos casos de CCDa, CCEb e CRc na região COd considerando faixa
etária.
ANOS
2000-2002
n (%)
2003-2005
n (%)
2006-2008
n (%)
2009-2011
n (%)
Total
CCDa
45-54
9 (3,9)
2 (0,9)
4 (1,7)
7 (3,2)
22 (9,7)
55-64
19 (8,3)
11(4,8)
41 (17,9)
38 (16,6)
109 (47,6)
65-74
17 (7,4)
14 (6,1)
26 (11,3)
41 (17,9)
98 (42,7)
Total:
45 (19,6)
27 (11,8)
71 (30,9)
86 (37,7)
229 (100,0)
CCEb
45-54
35 (4,7)
40 (5,4)
43 (5,8)
82 (11,0)
200 (26,9)
55-64
32 (4,3)
37 (5,0)
99 (13,3)
99 (13,3)
267 (35,9)
65-74
52 (7,0)
50 (6,7)
74 (10,0)
100 (13,5)
276 (37,2)
Total:
119 (16,0)
127 (17,1)
216 (29,1)
281 (37,8)
743 (100,0)
CRc
45-54
43 (5,3)
52 (6,4)
56 (6,9)
87 (10,7)
238 (29,4)
55-64
40 (5,0)
53 (6,5)
58 (7,2)
123 (15,2)
274 (33,8)
65-74
46 (5,7)
59 (7,3)
64 (7,9)
129 (15,9)
298 (36,8)
Total:
129 (16,0)
164 (20,2)
178 (22,0)
339 (41,8)
810 (100,0)
Legenda: aCCD: câncer de cólon direito; bCCE: câncer de cólon esquerda; cCR: câncer retal; dCO: centro-oeste. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional.
MS/INCA/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
5.1.3 Etnia
30
Observou-se que os dados sem informação foram os mais exuberantes, principalmente
entre os anos de 2004 a 2007, em que nenhum caso dentre as variáveis de maior valor –
branca e parda – fora computado. Em números absolutos, o padrão de acometimento
apresentou inversão de maior ocorrência em brancos para pardos.
5.2 Região Norte
A Região N registrou 1267 casos de CCR entre 2000 e 2011. Dado este que expressa
3,5% do total de casos notificados no país.
Os dados analisados demonstraram que o CR apresentou a maior taxa de aumento ao
longo do referente período (328,6%). Conforme evidenciado no gráfico 4, os casos
notificados saltaram de 21 no ano 2000 para 90 em 2011. Já o CCD apresentou uma variação
menos expressiva no mesmo período, com aumento de 18,7%.
O CCE demonstrou menor aumento quando comparado ao CR embora igualmente
significativo. No ano 2000 foram notificados 13 casos enquanto em 2011 este número saltou
para 47, representando assim, um aumento percentual de 261,5% no período relatado. Vale
ressaltar que os números de casos notificados de CCE e CR se mantiveram praticamente
iguais nos anos 2004 e 2010, como demonstrado no gráfico 4.
31
Gráfico 4: número de casos de CCR notificados na Região N (2000-2011).
Legenda: CCR: câncer colorretal; CCD: câncer de cólon direito; CCE: câncer de cólon
esquerdo; CR: câncer retal. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional.
MS/INCA/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
5.2.1 Sexo
A semelhança da região CO, na região N o sexo feminino apresentou maiores índices
de CCD, contribuindo com 59,8% dos casos (n=113). A média das taxas de variação por ano
foi maior do sexo feminino (29,3%/ano) que no masculino (19,2%/ano).
No tocante ao CCE, o sexo feminino contribuiu com 54,5% dos casos (n=139) e o
masculino com 45,5% deles (n=116). Nos anos de 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2009 e 2011
o sexo feminino demonstrou predomínio de registro, sendo que em 2010 não houve diferença
entre os sexos. A média da taxa de variação anual do sexo masculino foi de 22,9%/ano, e do
sexo feminino de 61,4%/ano.
Quanto ao CR, 53,7% dos casos foram de indivíduos do sexo feminino (n=449) e
46,3% do sexo masculino (n=386). Nos anos de 2001 e 2002, apenas, o número de registros
do sexo masculino superou o feminino. A média da taxa de variação anual foi maior no sexo
feminino (24,4%/ano) que no sexo masculino (19,2%/ano).
Nos gráficos 5 e 6 os resultados estão apresentados em números absolutos
considerando os anos do estudo e a topografia do CCR no sexo masculino e feminino,
Legenda: aCCD: câncer de cólon direito; bCCE: câncer de cólon esquerda; cCR: câncer retal; dN: Norte. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional. MS/INCA/
Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
35
5.2.3 Etnia
No tocante a ocorrência de CCD, observou-se maior ocorrência de novos casos no
grupo de pardos e nos dados sem informações. Estes, nas demais topografias apresentou
aumento pronunciado, sendo 11,1% e 4,8% em CCE e CR, respectivamente. Nota-se que
houve manutenção do padrão de acometimento étnico e topográfico, sendo o CR em pardos o
conjunto de características mais presente.
5.3 Região Nordeste
A Região NE apresentou o menor número de casos notificados ao longo dos anos
analisados (n=837), representando apenas 2,31% do número total de casos de CCR no Brasil.
O CCD apresentou a menor variação percentual neste período, com aumento de
57,14%. Entretanto, em 2007 ocorreu um decréscimo de aproximadamente 71% em relação
aos anos consecutivos. O número de casos passou de 7 em 2006 para 2 em 2007, retornando
para 8 casos em 2008. Já o CCE expressou um aumento de 75% no período analisado,
variando de 20 casos em 2000 para 35 em 2011, como mostra o gráfico 7.
O CR demonstrou o maior aumento percentual da Região, 136,8%. Apesar disso, no
último intervalo analisado, houve decréscimo no número de casos notificados (11,7%) que
passaram de 51 em 2010 para 45 em 2011.
36
Gráfico 7: número de casos de CCR notificados na região NE (2000-2011).
Legenda: CCR: câncer colorretal; CCD: câncer de cólon direito; câncer de cólon esquerdo;
CR: câncer retal. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional. MS/INCA/
Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
5.3.1 Sexo
A região NE apresentou uma diferença porcentual significativa quanto ao número
absoluto de casos de CCD entre os sexos em relação as demais regiões brasileiras. O sexo
feminino predominou com 62,1% (n=100), sendo superior no número de casos em quase
todos os anos analisados, com exceção de 2006 e 2007. A média das taxas de variação por ano
dos casos foi de 45,4%/ano no sexo masculino e 72,9%/ano no feminino.
A respeito do CCE, houve também contribuição maior do sexo feminino (60,7%;
n=359) em relação ao masculino (39,3%; n=232). A média das taxas de variação por ano foi
de 10,2%/ano no sexo masculino e 16,5%/ano no sexo feminino.
Quanto ao CR, 485 deles foram do sexo feminino representou 60,6% dos casos
(n=485) e o sexo masculino 39,3% (n=315). No ano de 2011, exclusivamente, o número de
casos do sexo masculino superou o do sexo feminino com 51,32% dos casos. A média da taxa
de variação anual foi maior no sexo masculino (14,9%/ano) do que no feminino (1,7%/ano).
Os gráficos 8 e 9 representam os casos absolutos notificados no sexo masculino e feminino,
A região NE apresentou menor número de notificações. Destes, 29,7% (n=104) se
encontram entre 45-54 anos, 30,5% (n=107) entre 55-64 anos e 39,7% (n=139) na faixa de
65-74 anos, a faixa etária de maior ocorrência.
Em relação ao CCD, o crescimento foi progressivo ao longo do período analisado,
com um aumento no número de casos de 500% na faixa de 45-54 anos, 300% entre 55-65
anos e 200% entre 65-74 anos. O crescimento percentual dos casos de CCD entre os anos
analisados foi de 300%, passando de 5 casos em 2000 para 15 casos em 2011, com maior
número total de casos em 2010 (200%; n=21).
O CCE é o mais frequente na região NE, detendo 39,1% (n=137 casos). Ao comparar
as faixas etárias os números foram homogêneos, com maior numero de casos na faixa etária
de 45-54 anos, 34,3% (n=47 casos), seguido das faixas de 55-64 e 65-64 anos, ambas com
32,8% (n=45). A faixa etária de 55-64 anos deteve o maior crescimento, passando de 2 casos
em 2000 para 7 casos em 2011 (350%), seguida da faixa etária de 45-54 anos, com um
aumento de 200% e 65-74 anos com crescimento de 25%.
Quanto ao CR, foi responsável por 30,8% dos CCR (n=108). Seus números seguem o
padrão do CCE, com maior incidência nos últimos anos analisados, com um crescimento de
300% na faixa de 45-54, 400% na faixa de 55-64 e 250% na faixa de 65-74 anos entre 2000-
2011. A faixa etária com maior número de casos foi a de 65-74 anos, com 45,4% (n=49) dos
casos de CR, seguida por 45-54 anos, com 31,5% (n=34) e 55-64 anos, com 23,1% (n= 25).
A tabela 3 apresenta a distribuição dos casos de CCR na região NE, considerando a faixa
etária.
39
Tabela 3: Distribuição dos casos de CCDa, CCEb e CRc na região NEd considerando faixa
etária.
ANOS
2000-2002
n (%)
2003-2005
n (%)
2006-2008
n (%)
2009-2011
n (%)
Total
CCDa
45-54
3 (2,9)
5 (4,8)
6 (5,7)
9 (8,5)
23 (21,9)
55-64
5 (4,8)
6 (5,7)
5 (4,8)
21 (20,0)
37 (35,2)
65-74
9 (8,5)
9 (8,5)
5 (4,8)
22 (21,0)
45 (42.9)
Total:
17 (16,2)
20 (19,0)
16 (15,3)
52 (49,5)
105 (100,0)
CCEb
45-54
8 (5,8)
6 (4,4)
16 (11,7)
17 (12,4)
47 (34,3)
55-64
7 (5,1)
8 (5,8)
10 (7,4)
20 (14,6)
45 (32,8)
65-74
11 (8,0)
9 (6,6)
14 (10,2)
11 (8,0)
45 (32,8)
Total:
26 (18,9)
23 (16,8)
40 (29,3)
48 (35,0)
137 (100,0)
CRc
45-54
4 (3,7)
11 (10,2)
11 (10,2)
8 (7,4)
34 (31,5)
55-64
4 (3,7)
2 (1,8)
3 (2,8)
16 (14,8)
25 (23,1)
65-74
10 (9,3)
8 (7,4)
9 (8,3)
22 (20,4)
49 (45,4)
Total:
18 (16,7)
21 (19,4)
23 (21,3)
46 (42,6)
108 (100,0)
Legenda: aCCD: câncer de cólon direito; bCCE: câncer de cólon esquerda; cCR: câncer retal; dNE: Nordeste. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional. MS/INCA/
Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
40
5.3.3 Etnia
No CCD, os números absolutos de novos casos foram mais pronunciados entre
brancos e pardos, sendo 35,4% e 33,5% do total de casos, respectivamente. No entanto, houve
maior aumento na média de ocorrência anual de CCD em pardos de 1,8% nos seis primeiros
anos avaliados para 7,1% nos últimos seis anos avaliados. Em relação a CCE, há 390 casos a
mais que CCD notificados e com maior ocorrência entre pardos (37,9%). O CR, a topografia
de maior ocorrência nesta região, apresentou 44% dos novos casos entre pardos e 25,8% entre
brancos. As demais etnias não expressaram valores substanciais.
5.4 Região Sudeste
A Região SE apresentou o maior número de casos notificados quando comparado as
demais regiões (n=26.026), representando aproximadamente 72% do total de casos
registrados no Brasil.
O CCE demonstrou o maior aumento percentual da Região (71,5%). O número de
casos notificados passou de 601 em 2000 para 1031 em 2011, como pode-se observar no
gráfico 10. Apesar disso, desde 2009 (n=1220) apresentou decréscimo de 15,5% nestes dados.
O CR, embora tenha apresentado aumento no número de casos notificados,
demonstrou aumento percentual bem menos significativo quando comparado ao CCE, sendo
ele de 22,5%. Já o CCD apresentou um crescimento intermediário, com aumento percentual
de 38,4% no número de casos registrados. Entretanto, também demonstrou queda nos dados
entre 2010 (n=411) e 2011 (n=335), com redução de 18,5%.
41
Gráfico 10: número de casos de CCR notificados na Região SE (2000-2011).
Legenda: CCR: câncer colorretal; CCD: câncer de cólon direito; CCE: câncer de cólon
esquerdo; CR: câncer retal; SE: sudeste. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base
Populacional. MS/INCA/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
5.4.1 Sexo
57% dos casos de CCD foram representados pelo sexo feminino (n=2.121) e 43% pelo
sexo masculino (n=1600). Em todos os 12 anos contemplados para análise, o número de casos
femininos por ano foi superior ou igual aos masculinos (gráficos 11 e 12). A média das taxas
de variação anual também foram maiores no sexo feminino (4,9%/ano) que no masculino
(4,5%/ano), ainda que discretas e revelando crescimento em ritmo estável quando comparado
as demais regiões.
O sexo feminino contribuiu com 52,3% (n=5.613) e o sexo masculino com 47,7%
(n=5.110) dos casos de CCE. Também num ritmo mais harmônico, a média das taxas de
variação anual foram de 5,8%/ano no sexo masculino e 6,3%/ano no sexo feminino.
50,7% dos casos de CR foram representados pelo sexo feminino (n=5.882). Nessa
topografia neoplásica a média da taxa de variação por ano foi maior no sexo masculino
(2,9%/ano) que no feminino (1,6%/ano), ainda que ambas revelam uma taxa de variação
A maior parte dos casos do país se encontra na Região SE, que detém 14.955 casos.
Destes, 26,5% (n=3.968) encontram-se entre 45-54 anos, 31,9% (n=4.775) entre 55-64 anos e
41,6% (n=6.216) na faixa de 65-74 anos, a faixa etária de maior ocorrência.
Em relação ao CCD, o crescimento foi constante ao longo do período analisado, com
um aumento no número de casos de 95,8% na faixa de 45-54 anos; 4,6% entre 55-65 anos e
11,1% entre 65-74 anos. Percebe-se uma variação no número de casos com tendência a
aumento em quase todos os anos. Assim, o crescimento percentual dos casos de CCD entre os
anos analisados foi de 21,1%.
O maior número de casos de CCE se encontra na faixa etária de 65-74 anos, com
46,4% (n=2.636), seguido das faixas de 45-54, com 29,1% (n=1.659) e 65-64 anos, com
24,5% (n=1.399). Houve um aumento expressivo do número total de CCE entre os anos
analisados, passando de 332 casos em 2000 para 616 casos em 2011, um aumento de 85,5%.
A faixa etária de 55-64 anos deteve o maior crescimento, passando de 70 casos em 2000 para
171 casos em 2011 (144,2%), seguida da faixa etária de 45-54 anos, com um aumento de
96,9% e 65-74 anos com crescimento de 54,2%.
Do número total de casos, o CR é o mais ocorrente, detendo 47,7% dos casos
(n=7.140). Seus números seguem o padrão do CCE, com maior incidência nos últimos anos
analisados e um aumento progressivo diretamente proporcional ao aumento da faixa etária. A
faixa etária com maior número de casos foi a de 65-74 anos, com 37,2% dos casos de CR.
Em todos os anos, independentemente da topografia, a faixa etária de 65-74 anos
apresentou o maior número total de casos (tabela 4).
44
Tabela 4: Distribuição dos casos de CCDa, CCEb e CRc na região SEd considerando faixa
etária.
ANOS
2000-2002
n (%)
2003-2005
n (%)
2006-2008
n (%)
2009-2011
n (%)
Total
CCDa
45-54
92 (4,3)
112 (5,3)
128 (6,0)
137 (6,4)
469 (22,0)
55-64
144 (6,8)
167 (7,8)
182 (8,6)
239 (11,2)
732 (34,4)
65-74
210 (9,9)
215 (10,1)
250 (11,7)
252 (11,9)
927 (43,6)
Total:
446 (21,0)
494 (23,2)
560 (26,3)
628 (29,5)
2.128 (100,0)
CCEb
45-54
282 (5,0)
316 (5,5)
464 (8,1)
597 (10,5)
1.650 (29,1)
55-64
193 (3,4)
299 (5,2)
382 (6,7)
525 (9,2)
1.399 (24,5)
65-74
492 (8,7)
596 (10,5)
702 (12,3)
846 (14,9)
2.636 (46,4)
Total:
967 (18,9)
1.211 (16,8)
1.548 (29,3)
1.968 (35,0)
5.694 (100,0)
CRc
45-54
398 (5,6)
454 (6,4)
465 (6,5)
523 (7,3)
1.840 (25,8)
55-64
607 (8,5)
609 (8,5)
635 (8,9)
793 (11,1)
2.644 (37,0)
65-74
610 (8,5)
612 (8,6)
638 (9,0)
796 (11,1)
2.656 (37,2)
Total:
1.615 (22,6)
1.675 (23,5)
1.738 (24,4)
2.112 (29,5)
7.140 (100,0)
Legenda: aCCD: câncer de cólon direito; bCCE: câncer de cólon esquerda; cCR: câncer retal; dSE: Sudeste. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional. MS/INCA/
Divisão de Vigilância e Análise de Situação
45
5.4.3 Etnia
Quanto ao CCD na região SE, em relação a dados absolutos, percebe-se predomínio
em brancos com porcentagem estimada podendo alcançar 75% dos casos quando não se
contabiliza os dados sem informação de etnia. Outrossim e subsequente, tem-se as etnias
parda, preta e amarela, respectivamente. Além disso, os casos de CCR em indígenas, no geral,
foram escassos e, assim sendo, no SE não houve casos de notificados de diagnóstico de CCD
nesta etnia.
No início da década de 2000, o CCE apresentava maior ocorrência na etnia branca
com 46,6% dos casos anuais seguidos por 39,4% de casos não notificados nesta variável. A
partir de 2005, os dados anuais de CCE em brancos reduziram significativamente, enquanto
que os sem classificação étnica superaram aos valores notificados em brancos. Estes, em
2011, atingiram 26,5% da ocorrência anual ao passo que os novos casos subnotificados
atingiram 62,5% o que, dessa forma, impede a avaliação precisa no padrão étnico – ou se
houve mudança no padrão – de acometimento de CCE.
O mesmo padrão pôde ser observado nos casos de CR os quais apresentavam
superioridade de acometimento em brancos (52,1%) em detrimento aos dados subnotificados
(31,8%), não obstante em 2011 houve inversão nesses valores com subnotificação da variável
étnica atingindo 62,4%. Ademais, os valores encontrados de novos casos anuais em CCE e
CR nas outras etnias não foram expressivos, sendo apenas a etnia parda de maior relevância
apresentando média de acometimento anual de 7,6% e 6,8%, respectivamente.
5.5 Região Sul
A Região Sul registrou 5.398 casos de CCR entre 2000 e 2011, representando 14,87%
do número total de casos notificados no Brasil.
De acordo com o gráfico 13, o CCD apresentou o maior aumento da Região, saltando
de 45 casos em 2000 para 69 em 2011, o que representa um aumento percentual de 53,3%.
Já o CCE demonstrou uma variação aparentemente insignificante de 2,42% para mais
ao longo do mesmo período. Entretanto, no decorrer dos anos, apresentou um crescimento de
41,21% no número de casos notificados até o ano 2004 (n=233) e, desde então, estes dados
vem reduzindo gradativamente, como também pode ser observado no gráfico 13.
46
O número de casos notificados de CR saltou de 170 em 2000 para 216 em 2011,
demonstrando um aumento de 27,06% neste período. A variação mais significante se deu
entre 2009 e 2010.
Gráfico 13: número de casos de CCR notificados na Região S (2000-2011).
Legenda: CCR: câncer colorretal; CCD: câncer de cólon direito; CCE: cólon de cólon
esquerdo; CR: câncer retal; S: sul. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base
Populacional. MS/INCA/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
5.5.1 Sexo
Em relação ao CCD, o sexo feminino contribuiu com 55,1% dos casos (n=400).
12,7%/ano foi a média da taxa de variação anual de casos no sexo masculino, sendo 6,8%/ano
no sexo oposto.
Quanto ao CCE, a contribuição foi também maior (51,3%; n=1.181) que a masculina
(48,7%; n=1.119). Aqui, a média das taxas de variação por ano foi maior no sexo feminino
(3,2%) que no sexo masculino (1,6%), revelando taxa de crescimento mais estável que no
CCD.
O sexo masculino superou discretamente o sexo feminino na contribuição nos
números de CR, com 50,7% dos casos (n=1.204). Com um ritmo de variação também com
tendência à estabilidade, o sexo masculino revelou média da variação anual de 5,2%/ano e o
sexo feminino de 3,7%/ano. Os gráficos 14 e 15 representam os casos notificados no sexo
A maioria dos casos da Região S encontram-se entre 55-64 anos e 65-74 anos, com
essas faixas etárias correspondendo juntas a 75,3% do total de casos (n=3.574), sendo o CR
mais incidente, com 1.583 casos (44,3%). As faixas etárias de 45-54, 55-64 e 65-74 anos
representaram, respectivamente, 24,7% (n=884), 36,2% (n=1.292) e 39,1% (n=1.398) dos
casos.
Em relação ao CCD, notou-se uma curva em que os extremos possuem menor valor
em relação ao centro em todas as faixas etárias. A maior frequência ainda é na faixa de 65-74
anos com 47,2% dos casos, seguida pela faixa etária de 55-64 (31,8%) e 45-54 (21,0%) como
evidenciado na tabela 5.
Em relação ao CCE, segue-se o padrão encontrado no CCD, com o maior número de
casos encontrados na faixa etária de 65-74 anos, com 579 casos de um total de 1.519 (38,1%).
As faixas de 45-54 e 65-64 apresentaram respectivamente 382 (25,3%) e 558 (36,6%) casos.
A maior quantidade de casos se encontra no ano de 2004 (n=162), contando com 10,6% do
total de casos. O número total de casos caiu em 5,2% entre os anos 2000-2011, passando de
115 para 109 casos no total.
O CR apresentou o maior número total de casos, com 44,3% do total de casos na
região Sul. Seus números seguem o padrão do CCD e do CCE, com a incidência aumentando
conforme se aumenta a faixa etária, contando com 403 (25,5%), 584 (36,9%) e 596 (37,7%)
casos as faixas etárias de 45-54, 55-64 e 65-74 anos, respectivamente. A faixa etária com
maior número de casos foi a de 65-74 anos, com 37,7% do total de casos de CR (n=1.583). O
número total de casos cresceu de 124 casos em 2000 para 152 casos em 2011, um aumento de
22,6%.
49
Tabela 5: Distribuição dos casos de CCDa, CCEb e CRc na região Sd considerando faixa
etária.
ANOS
2000-2002
n (%)
2003-2005
n (%)
2006-2008
n (%)
2009-2011
n (%)
Total
CCDa
45-54
25 (5,3)
27 (5,7)
24 (5,1)
23 (4,9)
99 (21,0)
55-64
31 (6,6)
42 (8,9)
30 (6,3)
47 (10,0)
150 (31,8)
65-74
49 (10,4)
69 (14,6)
63 (13,3)
42 (8,9)
223 (47,2)
Total:
105 (22,3)
138 (29,2)
117 (24,7)
112 (23,8)
472 (100,0)
CCEb
45-54
77 (5,1)
118 (7,8)
97 (6,4)
90 (6,0)
382 (25,3)
55-64
120 (7,9)
139 (9,1)
160 (10,5)
139 (9,1)
558 (36,6)
65-74
141 (9,3)
184 (12,1)
132 (8,7)
122 (8,0)
579 (38,1)
Total:
338 (22,3)
441 (29,0)
389 (25,6)
351 (23,1)
1519 (100,0)
CRc
45-54
100 (6,3)
102 (6,4)
97 (6,1)
104 (6,6)
403 (25,4)
55-64
135 (8,6)
135 (8,6)
138 (8,7)
176 (11,1)
584 (37,0)
65-74
138 (8,7)
138 (8,7)
141 (8,9)
179 (11,3)
596 (37,6)
Total:
373 (23,6)
375 (23,7)
376 (23,7)
459 (29,0)
1583 (100,0)
Legenda: aCCD: câncer de cólon direito; bCCE: câncer de cólon esquerda; cCR: câncer retal; dS: Sul. Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional. MS/INCA/ Divisão
de Vigilância e Análise de Situação.
50
5.5.3 Etnia
Na região Sul observou-se que entre os 5.142 indivíduos diagnosticados com CCR,
61,6% (n=3.170) eram brancos. Dentre esses, apenas 17,4% configuravam, quanto à
localização anatômica, CCD enquanto que se observou maior predomínio similar das outras
localidades de acometimento havendo superioridade do CR (42,7%) sobre o CCE (41,2%),
como pode ser observado na tabela 6.
Tabela 6: Ocorrência e porcentagem de brancos diagnosticados com CCR durante o período
de 2000-2011 nas regiões S e SE de acordo com a topografia.
CCRa EM BRANCOS
TOPOGRAFIA
CCDb
n (%)
CCEc
n (%)
CRd
n (%)
REGIÕES
Se
552 (17,4)
1.654 (52,2%)
964 (30,4%)
SEf
1.591 (16,1%)
4.059 (41,2%)
4.211 (42,7%)
Legenda: aCCR: câncer colorretal; bCCD: câncer de cólon direito; cCCE: câncer de cólon
esquerdo; dCR: câncer retal; eS: sul; fSE: sudeste. Fonte: Informações do Registro de Câncer
de Base Populacional. MS/INCA/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação
No que concerne ao CCE na região sul, verificou-se aumento de 18,1%, 8,9% e 9,8%
em brancos, pardos e nos dados sem informações, respectivamente. Já em CR, os dados mais
preeminentes foram em relação à etnia branca com aumento de 23,4% no ano de 2010 em
relação ao ano 2000.
5.6 Estatística Inferencial do CCR
O CR foi o mais incidente em todas as regiões, com maior índice na região SE
(19,2/100 mil habitantes). Essa região, apresentou as maiores taxas de incidência em todas as
topografias do CCR. O câncer menos incidente foi o CCD com 5,0/100 mil habitantes;
51
1,9/100 mil habitantes; 0,9/100 mil habitantes; 3,4/ 100 mil habitantes e 6,1/100 mil
habitantes nas regiões CO, N, NE, S e SE, respectivamente (Tabela 7).
Na tabela 8 evidencia-se, mais uma vez, o impacto dos dados provenientes da região
SE no presente estudo. Os valores mínimos de CCD, CCE e CR na região SE são superiores,
de forma significativa, aos valores máximos encontrados nas demais regiões. A região NE
apresentou menor média, nas três topografias, no período analisado. Ademais, a região CO
mostrou superioridade, em todas as análises, quando comparada às regiões N e NE.
Nas regiões CO, NE, S e SE a comparação entre CCD e CCE mostrou-se
estaticamente significativa (p=0,014; p=0,003; p<0,001 e p< 0,001, respectivamente). Essas,
também apresentaram diferença estatística entre CCD e CR, todas com p<0,001.
Ao avaliar o CCD entre as regiões brasileiras, obteve-se diferença significativa entre
as regiões CO e NE (p=0,016); CO e SE (p=0,008); N e S (p=0,017); N e SE (p<0,001); NE e
S (p<0,001) e entre NE e SE (p<0,01).
À análise do CCE, evidencia-se significância estatística na comparação entre as
regiões CO e NE (p=0,027); CO e SD (p=0,007); N e S (p=0,003); N e SE (p<0,001); NE e S
(p<0,001); NE e SE (p<0,001).
Por fim, o CR apresentou diferença significativa entre as regiões CO e NE (p=0,039);
CO e SD (p=0,006); NE e S (p<0,005); NE e SE (p<0,005); N e S (p=0,002); N e SE
(p<0,001).
52
Tabela 7: Incidência do CCR considerando topografia e regiões brasileiras nos 12 anos de
estudo.
INCIDÊNCIAi
TOPOGRAFIA
CCDa
CCEb
CRc
REGIÃO
COd
5,0
12,8
14,9
Ne
1,9
5,2
7,0
NEf
0,9
2,6
4,1
Sg
3,4
10,9
11,2
SEh
6,1
17,4
19,2
Legenda: aCCD: câncer de cólon direito; bCCE: câncer de cólon esquerdo; cCR: câncer retal; dCO: centro-oeste; eN: norte; fNE: nordeste; gS: sul; hSE: sudeste. iIncidência a cada 100 mil
habitantes (Censo 2010). Fonte: Informações do Registro de Câncer de Base Populacional.
MS/INCA/ Divisão de Vigilância e Análise de Situação.
53
Tabela 8: Análise estatística do CCRa considerando topografia e regiões brasileiras.