CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen Sociologia
CLÁSSICOS DA
SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen
Sociologia
Ao problematizar a relação entre indivíduo esociedade, no final do século XIX a sociologiadeu três matrizes de respostas a essa questão:
I-A sociedade determina os indivíduos
II-Os indivíduos determinam a sociedade
III-As sociedades e os indivíduos determinam-sereciprocamente, de acordo com os limites dascondições materiais de existência em um dadoperíodo histórico
O reconhecimento do indivíduo comoelemento distinto da sociedade é umfenômeno moderno. Exemplos:
Filosofia política moderna século XVIII(Hobbes, Locke, Rousseau)
Declaração dos Direitos do Homem e doCidadão (1789)
Declaração Universal dos DireitosHumanos (1948)
Contexto Histórico
Iluminismo
Revolução Francesa
Revolução Industrial
“Modernidade” (Século XVIII)
Período marcado pela ideia de“progresso” que ocupou um lugar dedestaque com o advento do iluminismo
Esta visão permeou o pensamento demuitos autores nas ciências sociais
O positivismo foi o nome que se deu aoconjunto de doutrinas, a uma escolafilosófica, sociológica e política nosséculos XVIII e XIX que congregavadiferentes pensadores como AugustoComte (1789-1857), Saint Simon(1760-1825), John S. Mill (1806-1873)
Esse tal de positivismo
Esse tal de positivismo
Esse tal de positivismo
O positivismo:
Ideia de neutralidade científica, ciêncialivre de julgamentos de valor
Descobrir “leis” do funcionamento dasociedade
Explicação causal dos fenômenos
Esse tal de positivismo
Visão evolucionista da história:
Progresso econômico
Ordem social levaria ao fim dos conflitos
Sociedade harmônica
Esse tal de positivismo
Os positivistas eram:
Críticos do absolutismo
Críticos do obscurantismo religioso
Comte, que usou a palavra “sociologia”pela primeira vez projetava que umasociedade superior deveria ser dirigidacom base em notáveis, emesclarecidos. Quem seriam eles?
Esse tal de positivismo
Os notáveis:
Industriais
Elite científica e intelectual
leis do “bom funcionamento” e da“harmonia social”
Visão elitista, burguesa
Sociologia como ciência
Observar regularidades dosfenômenos sociais
Desenvolver n procedimentosmetodológicos de pesquisa social
Como os clássicos da sociologia analisaram essa relação indivíduo-sociedade?
Durkheim analisa a preponderância dasociedade sobre os indivíduos comoângulo de análise.
O termo "consciência coletiva" designaa formação ou maneiras de ser, pensar eagir que são externas, coletivas ecoercitivas as vontades individuais.
"consciência coletiva“
maneiras de ser, pensar eagir
externas, coletivas ecoercitivas
A consciência coletiva está difusa portoda a sociedade, por isso é externa aoindivíduo (não é o que o indivíduo pensa,mas é o que a sociedade pensa). Por issoa consciência coletiva age sobre oindivíduo de forma coercitiva (uma forçaimpositiva sobre o indivíduo).
O todo (a sociedade) é mais complexo queas partes (os indivíduos).
Os fatos sociais (fenômenos sociais) nãosão explicados pela vontade dos indivíduos,nem biologicamente, nem psiquicamente. Aconsciência coletiva expressa-se de váriasmaneiras, através de mecanismos deidentificação comum (ideias, símbolos,sentimentos, vestimentas, linguagem verbalou corporal).
Um determinado grupo social representa acriação desses mecanismos de consciênciacoletiva. Por exemplo: torcidas organizadasde futebol, integrantes de grupos religiosos,militante de partido político, skinheads,integrantes de grupos de hip hop, etc.
A “ordem social” para Durkheim estáligada as funções sociais que garantam acoesão social (ou solidariedade social)
Quando há interrupção dessa“solidariedade social” entramos em umprocesso de anomia (doença, sintoma decrise), tornando-se patológico
Sociedades simples
menor divisão social do trabalho
consciência coletiva (valores, regras)é mais coesa (solidariedadeorgânica)
Sociedades complexas
maior divisão social do trabalho
consciência coletiva (valores,regras) é menor, com menorprobabilidade de coesão social
Especialização de funções
interdependência
vínculos morais
A sociedade deve ser vista como umcorpo, com seus vários órgãos emfuncionamento (noção positivista deordem social)
Para Max Weber, a sociedade não é algoexterno ou superior aos indivíduos que a compõemas é fruto da interação ou conexões de nmotivações recíprocas.
A sociedade deve ser compreendida peloconjunto das ações individuais recíprocas(valores compartilhados por indivíduos e gruposde indivíduos).
Devemos compreender o sentido dasações sociais: os indivíduos agem a partirde valores, motivações, interesses, códigosde honra, noções de justiça e expectativas(subjetividade)
Ações sociais são orientadas por motivaçõestradicionais, afetivas-emocionais ouracionais (com relação a meio ou fins)
Exemplos: intenção de voto, religião, afeto,expectativas de ascensão profissional,expectativas de enriquecimento, etc.
Por “ação social” entende-se as ações que“quanto ao seu sentido visado pelo agente, serefere ao comportamento dos outros,orientando-se por este em seu curso”. (WEBER,Max. Economia e Sociedade. Vol. 1. Brasília.UNB. 2000. p. 3).
Exemplo hipotético: durante as manifestaçõesde massa no Brasil em junho de 2013 muitosindivíduos não se somaram à manifestação poisnão se sentiram motivados a participaremmesmo que a manifestação tenha passadohipoteticamente em frente de sua residência.Outros indivíduos por outro lado, mesmo sem seconhecerem, sentiram-se motivados a participar,estabelecendo conexões motivacionais.
Tipologias de ações sociais
Tradicionais (costume)
Afetivas-emocionais (paixão aalgo)
Racionais a meios (agir refletindosobre consequências)
Racionais a fins (agir sem seimportar com consequências)
Para Karl Marx o olhar deve estardirecionado para as condições materiaisde existência, para as relações deprodução material que condicionam asuperestrutura (ideológica, leis,concepções de mundo)
Marx e o fetiche da mercadoria:
“A riqueza das sociedades em que domina omodo de produção capitalista apresenta-se comouma “imensa acumulação de mercadorias”. [...] Amercadoria é, antes de tudo, um objeto exterior,uma coisa que, pelas suas propriedades, satisfaznecessidades humanas de qualquer espécie. Queessas necessidades tenham a sua origem noestômago ou na fantasia, a sua natureza emnada altera a questão. [...]”.
Fonte: MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Capítulo I. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro: 1980.
O fetiche da mercadoria é o desejo deconsumo de mercadorias por suasqualidades aparentes mas que ocultamque o valor de uma mercadoria de fato éfruto de trabalho social contido nela.
As relações de trabalho, produção eapropriação da riqueza material são abase da análise sociológica em Marx
Quem produz a riqueza e quem seapropria dela?
As classes sociais são:
fenômenos históricos
surgem com a propriedade privada dos meios de produção
com a apropriação da riqueza produzida por uma classe social que explora outra
Uma estrutura social condicionacomportamentos independentemente daconsciência que temos dela (Durkheim eMarx)
A ação social só pode ser analisada pelacompreensão das conexões motivacionaisdos indivíduos