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1 CÍRCULO DE DIÁLOGO: OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO (ODM) E A QUESTÃO DE GÊNERO Rosane Fontoura Durante muito tempo as mulheres foram consideradas seres inferiores, física e intelectualmente, sendo submetidas a condições de subserviência. Para elas, eram reservados os papéis de esposas e mães, não possuíam o direito de estudar ou trabalhar, não podiam votar ou debater temas como violência e sexualidade. Este diálogo se propõe a algumas reflexões sobre a mudança do papel da mulher através de muitos MITOS (mentirinhas) existentes em torno do gênero feminino visando o empoderamento das mesmas para a realização de ações em prol do desenvolvimento local. Segundo a Rio 92 - Principio n°.20, - as mulheres têm papel vital no gerenciamento e desenvolvimento, sua participação integral é essencial para se atingir o desenvolvimento sustentável. Abordagem metodológica Para orientar o Diálogo utilizamos a metodologia de apresentar alguns Mitos e Realidades sobre o Gênero Feminino, sendo que MITO é representação falsa, mentirosa e simplista, mas geralmente admitida por muitos membros de um grupo. A proposta não consiste em depreciar a posição do homem na sociedade, mas trazer para o debate a importância da mulher para o alcance dos ODM, como na redução da pobreza (ODM1); na melhora da educação (ODM2); na melhora de sua própria condição (ODM3); nos objetivos que tratam da saúde como a mortalidade infantil, a saúde das gestantes e o combate a doenças (ODM 4, 5, 6); a sua importância em relação ao meio ambiente (ODM7); e o desenvolvimento para todos (ODM8). A realidade é apresentada por conteúdos teóricos constantes na sua maioria no Plano Nacional de Politicas para as Mulheres (PNM) que tem 10 eixos: - Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho, com inclusão social; – Educação inclusiva, não-sexista, não-racista, não-homofóbica; - Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos;
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Círculo de Diálogo - Valorização da Mulher e Equidade de Gênero- ODM3

Feb 09, 2023

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CÍRCULO DE DIÁLOGO:

OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO (ODM) E A QUESTÃO DE GÊNERO

Rosane Fontoura

Durante muito tempo as mulheres foram consideradas seres inferiores, física e

intelectualmente, sendo submetidas a condições de subserviência. Para elas, eram reservados

os papéis de esposas e mães, não possuíam o direito de estudar ou trabalhar, não podiam

votar ou debater temas como violência e sexualidade. Este diálogo se propõe a algumas

reflexões sobre a mudança do papel da mulher através de muitos MITOS (mentirinhas)

existentes em torno do gênero feminino visando o empoderamento das mesmas para a

realização de ações em prol do desenvolvimento local.

Segundo a Rio 92 - Principio n°.20, - as mulheres têm papel vital no gerenciamento e

desenvolvimento, sua participação integral é essencial para se atingir o desenvolvimento

sustentável.

Abordagem metodológica

Para orientar o Diálogo utilizamos a metodologia de apresentar alguns Mitos e Realidades

sobre o Gênero Feminino, sendo que MITO é representação falsa, mentirosa e simplista, mas

geralmente admitida por muitos membros de um grupo.

A proposta não consiste em depreciar a posição do homem na sociedade, mas trazer para o

debate a importância da mulher para o alcance dos ODM, como na redução da pobreza

(ODM1); na melhora da educação (ODM2); na melhora de sua própria condição (ODM3); nos

objetivos que tratam da saúde como a mortalidade infantil, a saúde das gestantes e o combate

a doenças (ODM 4, 5, 6); a sua importância em relação ao meio ambiente (ODM7); e o

desenvolvimento para todos (ODM8).

A realidade é apresentada por conteúdos teóricos constantes na sua maioria no Plano

Nacional de Politicas para as Mulheres (PNM) que tem 10 eixos:

- Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho, com inclusão social;

– Educação inclusiva, não-sexista, não-racista, não-homofóbica;

- Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos;

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- Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres;

- Participação das mulheres nos espaços de poder e decisão;

- Desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça

ambiental, soberania e segurança alimentar

- Direito a terra, moradia digna e infraestrutura social nos meios rural e urbano, considerando

as comunidades tradicionais;

- Cultura, Comunicação e Mídia igualitárias, democráticas e não discriminatórias;

- Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia;

- Enfrentamento das desigualdades geracionais que atingem as mulheres, com especial

atenção às jovens e idosas.

Indiretamente, esta apresentação também foca os princípios do empoderamento da mulher

do Pacto Global proposto pela Organização das Nações Unidas: 1) Estabilizar um alto nível de

liderança corporativa para igualdade de gênero; 2) Garantir a segurança, saúde e bem-estar de

todos os homens e mulheres; 3) Promover a educação, formação e desenvolvimento

profissional das mulheres; 4) Implementar o desenvolvimento empresarial, cadeia de

suprimentos e práticas de marketing que capacitem e empoderem as mulheres; 5) Demonstrar

o compromisso da empresa com a igualdade de gênero e promover a liderança de mulheres na

comunidade; 6) Medir e relatar publicamente o progresso para estimular a igualdade de

gênero; e 7) Tratar todos os homens e mulheres de forma justa – respeito e apoio aos direitos

humanos e não-discriminação.

Para ter uma referência pictórica, adotamos a personagem Marge, do seriado americano Simpsons, pois necessitávamos de uma imagem e uma identificação externa. Trata-se de uma mulher na faixa de 37 anos, com três filhos e traz um arquétipo de milhares de mulheres no mundo afora. A maioria dos participantes deste diálogo são mulheres que integram o Programa Bolsa Família e após conhecer um pouco da realidade local, os indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, as mulheres propõe ações diversas em prol da melhoria da qualidade de vida e do alcance dos objetivos de desenvolvimento do milênio.

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Mito e realidade em relação ao gênero feminino

Por trás de um grande homem há uma grande mulher

Mito: Uma forma antiga de reconhecer a grande influência que as mulheres exerceram na vida de seus maridos famosos. Cada mulher pode estar à frente ou ao lado em qualquer área de conhecimento e ou posição.

Mulheres sempre foram iguais

Mito: Em cada momento histórico a mulher teve uma forma de se expressar.

Mulheres são iguais em todos os lugares

Mito: Em cada país há uma cultura própria.

A mulher tem o cérebro menor que do homem!

Realidade: Por questões anatômicas, hormonais e culturais, o cérebro feminino é um pouco menor e mais leve. No entanto, é superior em atividades criativas, intuição, sensibilidade, linguagem e senso de preservação. Tamanho não é o mais importante, mas sim as sinapses.

Gênero e a relação ao ODM 1

A Bolsa Família, em particular, possui um componente importante de gênero, pois é concedida preferencialmente às mulheres. Essa concessão preferencial se assenta em concepções tradicionais e culturalmente dadas sobre o papel social das mulheres e, mais especialmente, das mães. Uma avaliação sobre esta política foi realizada para o Ministério do Desenvolvimento Social (SUÁREZ; LIBARDONI, 2007) sobre o impacto do Bolsa Família sobre as mulheres em 10 municípios atendidos e destacou pelo menos três impactos importantes: 1) A “visibilização” como consumidoras, pois passaram a ter uma renda fixa e estável, podendo se relacionar com a rede de comércio local; 2) O fortalecimento no âmbito das relações familiares, nas quais passa a ter seu poder de decisão e voz aumentados, em diferentes graus; 3) Em nível mais simbólico, a percepção da cidadania, em especial quando essas mulheres são obrigadas a tirar documentos para obter o benefício e se dão conta de fazer parte de um “espaço social mais amplo” (SUÁREZ; LIBARDONI, 2007, p.147).

Há relação entre o gênero feminino e a pobreza

Realidade: Quase 36% dos lares brasileiros têm a mulher como chefe e muitas criam seus filhos sozinhas. Em todo o

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Brasil, a maior porcentagem de separações não consensuais é requerida por mulheres (71,7% do total em 2008).

Homem trabalha mais que o Mulher!

Mito: A ONU tem uma estatística mostrando que a mulher trabalha mais que o homem, porque atua em várias frentes: no lar, na rua, na empresa, enfim, estão ativas em grande quantidade de tempo por dia. Ainda não foi contabilizada a geração econômica de todos os trabalhos da dona de casa.

Lugar de mulher é na cozinha pilotando o fogão!

Mito: Muitas mulheres deixaram de pilotar o fogão desde que saíram para trabalhar, elas estão ocupando as mais diversas posições no mercado de trabalho.

Mulheres são compulsivas em gastar dinheiro

Verdade: Muitas mulheres são responsáveis pelo planejamento familiar e administram a renda familiar, dando prioridade as necessidades da família, recebem o bolsa família e títulos de posse de terra.

A independência econômica da mulher é uma conquista recente

Realidade: Segundo as Nações Unidas, em 2008, as mulheres eram 70% da população mundial, possuíam 10% da renda mundial, e 1% dos meios de produção, ainda que contribuíssem com dois terços das horas trabalhadas. A partir do Século 20, elas têm entrado maciçamente no mundo do trabalho, têm tido acesso a seus próprios recursos com seu salário, contudo ganham aproximadamente 30% menos que os homens realizando as mesmas tarefas, têm menos oportunidades que os homens de ascender e de receber capacitações dentro do seu local de trabalho

O artesanato, a produção de alimentos são boas alternativas para a geração de renda !

Realidade: O governo federal já reconheceu a arte como fonte principal de ocupação no país. Por isso, criou o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), em 1995. Em todo o País, cerca de 8,5 milhões de brasileiros fazem do artesanato o seu pequeno negócio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juntos, esses microempreendedores movimentam mais de R$ 50 bilhões por ano.

Mulheres com mais estudos tem mais chances de sucesso!

Realidade: O emprego doméstico já não é mais a ocupação número um das mulheres. Agora, há mais mulheres ocupadas no comércio (6,6 milhões) do que empregadas domésticas (6,1 milhões). À medida que o país se desenvolve, o emprego doméstico se torna menos expressivo. Com mais formação, a mulher pode escolher, e não quer mais ser empregada. As informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS-2010) relativas ao recorte por gênero evidenciam que o nível de emprego da mão de obra feminina apontou um crescimento de 7,28%, superior ao registrado para os homens

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(+6,70%). No Plano Nacional de Qualificação (PNQ), desenvolvido pelo Ministério em todo o país, as mulheres são maioria dos participantes, totalizando 64% dos trabalhadores atendidos entre 2007 e 2011.

O empreendedorismo feminino é uma força pujante!.

Realidade: De cada dez pequenos negócios, três são comandados por mulheres e a taxa de sobrevivência dessas empresas também é maior. O setor que as mulheres mais empregam é o Comércio, com 42% de empregos gerados, sendo a venda de roupas, acessórios e calçados, a atividade com maior concentração feminina. Os setores de Serviços e Indústria vêm em seguida.

Gênero e a relação ao ODM 2

A responsabilidade da educação dos nossos filhos é da escola!

Mito: Os pais tem papel importante na educação dos filhos.

Estudo aumenta a renda, reduz a criminalidade e a

desigualdade de renda, tem impactos positivos sobre a

saúde e diminui até o risco de vitimização pela violência

urbana.

A responsabilidade dos filhos é da mulher!

Mito: A guarda dos filhos deve ser compartilhada.

Dizer para os filhos que eles são burros e não sabem nada é bom para as crianças!

Mito: Mensagens negativas na fase de formação de seus filhos (as) gera baixa estima. Quando uma criança ouve os pais dizerem continuamente que ela é má, ela acaba se tornando o que os adultos esperam dela, uma “criança má”, estimular seus filhos a estudar é importante!

São poucos os fatores de

riscos para uma criança em

deixar de frequentar as

escolas!

Mito: os principais fatores são: discórdia conjugal; classe social de meio precário; família numerosa; criminalidade na esfera familiar; desordens psiquiátricas – familiar – materna; dependência química na família; ausência do pai e/ou mãe; violência familiar e bullying. Quando isto estiver acontecendo procure ajuda.

A mãe pode em parte evitar desistência no ensino médio de seus filhos se conhecer as principais causas!

Realidade: A mãe pode ficar atenta principalmente nestas circunstâncias: quando o filho passa conciliar trabalho com estudos; quando há problemas familiares; quando houve mudança de bairro ou cidade e distância da escola; gravidez; falta de interesse, reprovação nos anos iniciais do ensino fundamental; distorção entre a idade do aluno e o ano cursado; vício; outros conflitos.

Ensinar que ‘saber é poder’ vai ajudar seus filhos !

Realidade: Quanto mais conhecimentos você adquire, mais preparado está para viver em sociedade e enfrentar os desafios que surgem ao longo da vida.

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Estudar mantém a mente ativa!

Realidade: Estudar mantém o cérebro funcionando, a cabeça em ação. Esse exercício é fundamental, não apenas na infância e na adolescência, mas também na vida adulta. Por isso, sempre é hora para estudar. Por que não voltar aos bancos escolares?

Existem muitas “Marias” no nosso país!

Realidade: A mãe é a pessoa ideal para passar a mensagem que aprender é legal! Estudar pode ser uma atividade muito prazerosa, aplique no dia a dia aquilo que seu filho vai aprendendo.

O exemplo e o apoio têm quer vir da família

Realidade: Ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Estimule seu filho a ler, ajude-o nas pesquisas, se os pais desvalorizam a leitura e a pesquisa eles não colaboram para o futuro de suas crianças.

Os homens machistas de amanhã são os nossos filhos hoje

Realidade: Devemos cuidar com a educação de nossos filhos homens para evitar o machismo. O machismo prega a superioridade masculina

Gênero é ODM 3

Lugar de mulher é em casa!

Mito: No Brasil, a participação das mulheres no mercado de trabalho subiu de 39% para 60% em 17 anos. As mulheres estão aumentando sua participação em todas as áreas do mercado de trabalho, o percentual de mulheres chefes de empresas no mundo chega 21%.

A mulher é o sexo frágil!

Mito: O trabalho informal é preponderante entre as mulheres. Em 2005, a proporção de homens trabalhando com carteira assinada era de 35%, contra 26,7% de mulheres, sendo que muitas atuam no mercado informal (manicure, cabeleireiras, domésticas, agricultoras, comerciantes, coletadoras de resíduos).

O mercado de trabalho está aberto para todos os gêneros sem estigmas e estereótipos!

Mito: Nosso país, a escola continua reproduzindo os estereótipos de gênero que, em geral, impõem às mulheres uma posição subalternizada: - ...moças e rapazes escolhem cursos diferentes, profissões diferentes e, em geral, as jovens acabam por ocupar espaços menos valorizados social e economicamente; - No Paraná, segundo o Dieese, as mulheres já representam 44% da mão de obra no mercado de trabalho.

Mulher pode ocupar qualquer posição no mercado de trabalho!

Verdade: VER EXEMPLOS

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Politica não é negócio para mulher

Mito: Apesar de termos uma presidenta o Brasil ocupa a posição de 81 no ranking mundial. (Gender Gap Report) . No Paraná há 136 municípios que não tem nenhuma mulher na Câmara Municipal, precisamos votar em mulheres.

A mulher brasileira tem uma excelente representação de mulheres nos espaços de poder há muito tempo!

Mito: 1990 - A primeira senadora do país foi eleita; 1994 - A primeira governadora de Estado foi eleita; 2011 Marta Rocha é a primeira mulher a chefiar Polícia Civil do Rio; 2011 A primeira mulher senadora do Estado do Paraná; Dilma a primeira presidente do Brasil.

Mulheres as vezes são vistas como objetos de consumo!

Realidade: Ver o número de propagandas e músicas que depreciam a imagem das mulheres.

Mulheres precisam ter uma boa autoestima!

Mulher ao volante, perigo constante!

Mito: Dizem que mulheres dirigem mal, estacionam mal, não entendem nada de carro, etc., mas os acidentes majoritariamente acontecem com os homens (ver preço de seguro de carros).

Gênero e os ODM 4,5,6

Mulheres vivem mais do que os homens!

Realidade: No Brasil, a expectativa de vida média é de 71 anos para homens e de 79 para mulheres, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mortalidade infantil está

diretamente associada à

falta de estudo dos pais!

Realidade: Nada mata mais crianças no Brasil do que a

ignorância. Pesquisa do Estadão Dados mostra que

nenhuma outra de 232 variáveis testadas influi mais nas

mortes na infância do que a falta de estudo dos adultos.

Nem falta de dinheiro, de água ou esgoto têm impacto

maior

Em tempos atuais poucas mulheres perdem seus filhos na gravidez!

Mito: As afecções perinatais constituem a principal causa de mortalidade de crianças menores de um ano no Brasil.

Morrem poucas gestantes do mundo!

Mito: Anualmente são milhares de mulheres que morrem no período puerperal.

O percentual de

Mito: O percentual de crianças nascidas de mães

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adolescentes que engravidam é baixo !

adolescentes é alto. Pesquisa da UNESCO (2004) 2 mostra

que as meninas entre 15 a 17 anos abandonam mais a

escola (56%) do que os meninos. Isto se deve a pelo menos

três fatores: a necessidade de trabalhar, as dificuldades no

aprendizado e a gravidez na adolescência.

Está aumentando o número de casos de mulheres infectadas AIDS!

Realidade: Para este fenômeno chamamos de feminização da AIDS, segundo estudos a mulher é mais vulnerável por ficar mais tempo em contato com a secreção sexual.

A prevenção é o melhor remédio para evitar o câncer!

Realidade: No Brasil, com o uso abusivo de agrotóxicos, no decorrer dos anos, houve aumento contínuo de doenças femininas, como câncer de mama, fibróides, endometriose, abortos e infertilidade; fibromialgia e síndrome da fadiga crônica e hipotireoidismo, que afetam principalmente as mulheres. É recomendado o autoexame; a ecografia das mamas e do útero com periodicidade.

Violência contra a mulher, além de ser uma questão política, cultural, policial e jurídica, é também um caso de saúde pública!

Realidade: No Brasil, estima-se que 20% das mulheres já tenham sido vítimas de algum tipo de violência doméstica (2004). A violência contra a mulher no país é crime e a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, proíbe a violência doméstica e familiar contra as mulheres. Os maridos ou companheiros são apontados como agressores por 87% das vítimas, seguidos pelos filhos. A relação com os filhos submetidos à adição de drogas é hoje um fator de violência doméstica: as mães estão sendo agredidas pelos filhos viciados

Gênero, Meio Ambiente e Qualidade de Vida

O gênero feminino se preocupa com a mãe natureza!

Realidade: Dados das Nações Unidas indicam que 80% da militância ecológica são mulheres. O movimento feminista, desde a década de 70, defende a ideia de que o meio ambiente natural é feminino e por este motivo a proteção da natureza está ligada à libertação da mulher.

Incentivar os filhos a cuidar da natureza é importante para o Planeta.

Realidade: É pela educação na família que podemos fazer pequenas atitudes em prol do meio ambiente.

Família que pratica esporte é mais saudável!

Realidade: A educação de uma vida saudável é importante

Alimentação errada aumenta os problemas de saúde da

Realidade: Muitas doenças (diabetes, pressão alta, etc) estão associadas, além de fatores genéticos, aos maus

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mulher!

hábitos alimentares.

A espiritualidade é bom para todas as mulheres !

Realidade: Independente da religião a fé é importante.

A família é o local mais seguro que existe!

Mito: A verdade é que a maioria dos atos de violência contra a mulher, no Brasil, acontecem dentro de casa. Isso significa que 66% dos assassinatos das mulheres brasileiras são cometidos por seus próprios companheiros (ou ex-companheiros).

Violência não combina com o gênero feminino!

Realidade: A população atual de mulheres presas no Brasil (Ministério da Justiça, dezembro, 2010) é de 34.807, ou 7,4% do total de presos no Brasil.

As mulheres são mais fracas para as bebidas!

Realidade: A tolerância ao álcool é diretamente ligada à quantidade das enzimas ADH e ALDH no organismo. As mulheres têm menos produção destas enzimas, por isso, costumam ficar muito vermelhas quando bebem pouca quantidade de álcool e têm vários efeitos prejudiciais na gravidez e na sua saúde.

Uma boa mãe deve amar e proteger seus filhos (as)!

Realidade: Mas precisa impor limites e manter a disciplina em relação aos valores básicos da sociedade.

Mulher sonha em casar, ter filhos e ser feliz para sempre!

Realidade: Mas nem sempre o sonho se realiza por completo e para sempre, há também desilusões e recomeços que devem ser vistos como novas oportunidades de aprendizados, mas sem comprometer a estrutura básica dos filhos.

Muitas mulheres são escravas da Beleza!

Realidade: Entre 2009 e 2012, o número de cirurgias plásticas no Brasil cresceu 120%. No ano passado, foram 1,5 milhão. O país ultrapassou os Estados Unidos e chegou ao primeiro lugar do ranking internacional, na proporção cirurgia por habitante. Sete em cada dez cirurgias plásticas são estéticas. Lipoaspiração, rosto, e redução ou implante de silicone nas mamas.

A mulher quando está fora dos padrões de beleza, é desvalorizada!

Realidade: São formas pejorativas de inferiorizar as mulheres: bagulho, baranga, canhão, dragão, tribufu, jaburu, mocreia. Se tiver mais que um parceiro é P, piranha, vadia, vagabunda, quenga, rameira, devassa, rapariga, biscate, piriguete etc, temos que combater estas formas de expressão.

Respeito é bom e as mulheres gostam!

Realidade: As atividades da casa devem ser compartilhadas, a presença na formação das crianças e ausência de relações extraconjugais são importantes para demonstrar este respeito.

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Estórias compartilhadas

Nestes diálogos encontramos diversos tipos de mulheres e muitas histórias são compartilhadas e retratam centenas de mulheres neste no país. Alguns causos sobre liderança das mulheres, outras de empreendedorismo comercial, empreendedorismo social protagonistas de suas estórias debater, juntar forças e agir por questões relativas ao bem comum. Uma participante disse em seu depoimento que já foi até apedrejada por sofrer de um conjunto de preconceitos, como o racial, pela obesidade, por ser portadora de HIV e por ser pobre. Ela contou como resgatou a autoestima e a dignidade e como entrou na luta em defesa da mulher em fóruns sociais. (VÍTIMA DE PRECONCEITOS) Outra participante relatou que sofre violência doméstica. "A mulher que apanha do companheiro não deve sentir vergonha, pois o errado - aquele que tem que sentir vergonha e deve procurar ajuda - é o marido, que não deveria colocar a culpa no alcoolismo por ter temperamento violento". (VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA) Também há as religiosas e altruístas, que se abnegam da riqueza e buscam servir os outros, ajudando na construção de um mundo melhor dando apoio à vizinha em momentos difíceis (MULHER RELIGIOSA e VOLUNTÁRIA) Algumas são analfabetas porque afirmam que não tiveram a oportunidade de aprender a ler quando crianças, mas ainda acalentam a vontade de voltar a estudar algumas se identificam com o audiovisual apresentado “Maria”. Muitas são experientes, anciãs até, que fortalecem os valores da família e proveem recursos e ajuda na educação dos netos. Muitas são também chefes de família e sozinhas educam os filhos. Muitas ainda são muito jovens e já têm grandes responsabilidades comprovado pelo percentual alto das mulheres adolescentes grávidas. As mulheres da raça negra se engajam no movimento quilombola para reduzir as desigualdades raciais. Se ocupam da educação das novas gerações na função de professoras. Algumas são mulheres públicas, que conseguem espaço nas decisões políticas. (MULHERES NO PODER)

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Na medida em que elas dão seus depoimentos a realidade supera os mitos e demonstra o quanto o gênero feminino é forte e pode contribuir para o desenvolvimento local e mais importante do que as estatísticas é a percepção que elas tem delas mesmos. Elas são exemplos concretos da realidade local. Todos estes tipos de mulheres além conhecer algumas estatísticas elas dialogam e compartilham e têm o desafio de ajudar a promover o desenvolvimento local sustentável através do aumento do capital social. REFERÊNCIAS

Pobreza

http://www.oit.org.br/info/downloadfile.php?fileId=221

Independência econômica

Fonte: http://www.iwm.org.br/noticias/causa/geracao-de-renda/grupos-produtivos/186-

Entendendo_os_direitos__a_independencia_economica_e_a_emancipacao_das_mulheres.ht

ml

Fonte: http://www.trabalho.df.gov.br/noticias/item/2068-artesanato-oportunidade-trabalho-

e-geracao-de-renda.html

http://blogs.estadao.com.br/sua-oportunidade/artesanato-movimenta-r-50-bi-por-ano-no-

brasil/

Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/avanco-do-emprego-deixou-para-tras-mulheres-

jovens-trabalhadores-sem-qualificacao-6239155

(ver em: http://www2.planalto.gov.br/imprensa/brasileiras/mulheres-no-mercado-de-

trabalho-e-tema-do-programa-brasileiras-deste-mes)

Fonte: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/empreendedorismo-feminino-aumenta-mais-

de-20?page=2

Educação

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/como-pais-podem-ajudar-na-

aprendizagem-619108.shtml

Guarda Compartilhada

http://infojus.jusbrasil.com.br/noticias/95981/nova-lei-de-guarda-compartilhada-ja-esta-

valendo

Politica

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http://www.unifem.org.br/sites/700/710/progresso.pdf

Mortalidade Infantil

http://mulheresaude.com.br/mortalidade-infantil-esta-diretamente-associada-a-falta-de-

estudo-dos-pais/

Mortalidade Materna

https://www.google.com.br/search?q=mortalidade+materna&source=lnms&tbm=isch&sa=X&

ei=ntjTUubTDM7LsAT9rIGoAw&sqi=2&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1280&bih=907#facrc=_&img

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428%3B567%3B359

http://www.redemulher.org.br/encarte56.html

http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/163222Edu_igualdade_gen.pdf

Expectativa de Vida

http://noticias.r7.com/brasil/brasileiro-vive-quase-75-anos-mas-expectativa-de-vida-deve-

chegar-a-81-anos-em-2060-29082013

Aids

http://www.acidigital.com/aids/brasil.htm

Meio Ambiente e Qualidade de Vida

http://arttemiarktos.wordpress.com/2011/01/

Álcool

http://saude.terra.com.br/bem-estar/entenda-por-que-as-mulheres-ficam-bebadas-mais-

rapidamente,7a183f04c2f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html

Violência

http://www.slideshare.net/unifembr/unifem-brasil-quebre-esse-ciclo-mitos-e-verdades

http://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2012/09/relatorio-mulherese-

presas_versaofinal1.pdf

Muitas doenças (diabetes, pressão alta, ...) estão associadas aos maus hábitos alimentares.

http://sempreconsciente.blogspot.com.br/2010/03/mitos-sobre-mulheres.html

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Curiosidades

Mulheres trabalham mais que os homens

http://www.paivanetto.com.br/index.php/pt/artigo?cm=89638&cs=100

Cérebro

http://br.mulher.yahoo.com/mitos-verdades-c%C3%A9rebro.html

Compulsividade

http://drauziovarella.com.br/drauzio/comportamentos-compulsivos/

Cirurgia Plásticas

http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=1&ved=0CCw

QFjAA&url=http%3A%2F%2Fg1.globo.com%2Fjornal-hoje

Autoria: Rosane Fontoura, cientista social e mobilizadora dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODM .