CAPITULO III
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INTRODUO
Observada a evoluo da universidade brasileira, decorrente do
desenvolvimento, os autores propem maior intercmbio de informaes
entre mestres e alunos. Desta forma, observando amplos parmetros,
estruturaram e elaboraram esta metodologia cientfica que tem por
princpio, fornecer pressupostos do trabalho cientfico.
Alm das tcnicas e mtodos, A. L. CERVO e P. A. BERVIAN, pretendem
estimular o processo reflexivo, acentuando que eles podem ser
cumpridos tanto a curto como em longo prazo. Assim, objetivam o
trabalho em duas partes; uma que prope o fundamento sobre os quais
repousam o conhecimento cientfico e outra, que desenvolve a prtica
do estudo com preciso, organizao, segurana e sobretudo contedo.
CAPITULO I
NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTFICO
1.0 O conhecimento e seus nveis
Segundo os autores, o homem no age diretamente sobre as coisas,
sempre h um intermedirio, um instrumento entre ele e seus atos.
Sendo assim, existe uma srie de conceitos que devem ser
distinguidos, at os relativos a atividades no abordadas pela
cincia. Para se alcanar resultados cientficos, devem-se seguir
processos metodolgicos, para finalmente formar conhecimento amplo
do esprito cientfico.
Cervo e Bervian citam J. M. Bochenski em Diretrizes do
Pensamento Filosfico, p42, onde nossas possibilidades so muito e at
tragicamente pequenas. Sabemos pouqussimo... superficialmente, sem
grande certeza.
A obra exemplifica, que o homem na sua complexidade se depara
com situaes fsicas e intelectuais, de acordo com sua realidade
social e cotidiana. Mas, alm do seu aspecto externo e aparente, ele
necessita explorar seu interior, buscando sua origem e investigando
seus conceitos, valores e crenas.
Desta forma, os autores destacam quatro espcies de consideraes,
que abrangem este universo de realidades; os conhecimentos:
emprico, cientfico, filosfico e teolgico.
1.1 O conhecimento emprico
Conhecimento emprico o conhecimento do povo, obtido ao acaso,
sem mtodos e sem sistemas.
O homem comum, sem formao, rodeado de seus semelhantes, v-os no
momento presente e com a lembrana, prev o que podero fazer e ser no
futuro. Este conhecimento se transmite de pessoa pessoa e
transcende geraes por meio da linguagem e assim que se tem
explicaes referentes a razo de ser das coisas e dos homens.
1.2 O conhecimento cientfico
O conhecimento cientfico tende, alm dos fenmenos, busca de suas
causas e leis. Segundo Aristteles, o conhecimento s absoluto quando
descobrimos o motivo que produziu o fenmeno.
So caractersticas do fenmeno cientfico:
a) explica o motivo de suas certezas;
b) conhece o que h de universal na realidade, servindo para
todos os casos da mesma espcie;
c) mtodo sistemtico: no so ignorados fatos ligados entre si,
tendo como objetivo encontrar e reproduzir este encadeamento por
meio do conhecimento ordenado.
Assim, a cincia o resultado do experimento demonstrado com
objetividade s aceitando o que for provado.
Atualmente o conceito da cincia outro, no algo pronto, acabado
ou definido. Ela no posse de verdades imutveis. Busca
incessantemente as explicaes e solues. Procura rigorosamente
aproximar-se da verdade.
A cincia um processo dinmico e renova-se constantemente, sendo
um processo de construo.
1.2.1 Histria do Mtodo Cientfico
As cincias, em seu atual estado, resultam de tentativas
ocasionais e de pesquisas cada vez mais metdicas e cientficas, do
que as etapas anteriores.
A cincia uma das poucas realidades que podem ser ligadas s
geraes seguintes. Cada perodo histrico assimila resultados
cientficos das geraes anteriores, desenvolvendo e ampliando alguns
aspectos novos.
Cada poca elabora suas teorias segundo a evoluo onde se
encontra, substituindo as antigas, passando a serem consideradas
como superadas. O nvel atual foi o ncleo de tcnicas de ordens
prticas, seus fatos e leis formando e aperfeioando o elemento de
continuidade ao longo da histria.
A cincia como se apresenta hoje recente. Mas s na idade moderno
ela adquiriu o carter cientfico que tem atualmente. Toda descoberta
ocasional e emprica de tcnicas e conhecimentos referentes ao
universo, contriburam para as conquistas e deram surgimento ao
mtodo cientfico e do emprico de objetividade.Aos poucos, o mtodo
experimental aplicado em novos setores. Depois da teoria da evoluo,
esses mtodos tiveram uma nova evoluo com objetivos exatos. Essa
evoluo, sem dvida, foi propulsora para os mtodos e tcnicas de
investigao, aliados ao esprito cientfico, e esse esprito preparado
de maneira implacvel para conservar o legado cientfico do passado
ou ampliar suas fronteiras e seus conhecimentos.
2.0 O trinmio: verdade evidncia certeza
A verdade falada, discutida e todos querem det-la em sua
plenitude. Porm, nenhum mortal capaz de tal feito. Isso porque a
verdade provm da finitude do homem e na complexidade e ocultamento
do ser da realidade. O sentido das coisas que o homem pretende
conhecer se esconde e se manifesta de vrias formas, e o homem s
consegue observar um aspecto de tal objeto, o mais claro. Isto
torna o estudo falho, pois no entra em contato direto com o objeto
e sim com o que est representando. A realidade toda jamais poder
ser desvendada por um ser humano, nem por todos juntos. No entanto,
todo esforo na busca da verdade no invlido. Em certas reas, o homem
j possui grandes conhecimentos, graas aos fenmenos cientficos, que
tornam tal estudo possvel.
A diferena do sentido das coisas supe e isso inegvel: a
capacidade humana de perceber as mensagens, exigindo ateno, bons
sentidos e bons instrumentos.
O que , pois, a verdade? O encontro do homem com a diferena e
com o desocultamento e com a manifestao do ser. O sentido das
coisas se manifesta, torna-se claro, visvel ao olhar, inteligncia e
compreenso humana.
O homem no capaz de perceber tudo aquilo que se manifesta e nem
lhe possvel estar de posse plena do objeto do conhecimento. Quando
muito, pode conhecer o objeto por suas representaes e imagens. Por
isso o homem nunca conhece toda a verdade, a verdade absoluta e
total.
1.3 O Conhecimento Filosfico
O conhecimento filosfico consiste no modo de raciocinar, de
procurar dados imediatos para a cincia. A filosofia significa a
razo de algo estudado, a arte da discusso e obteno de idias
formadas, atravs da interrogao, um contnuo a si e realidade.
A filosofia resume-se na reflexo. Essa forma de raciocnio
caracterizada atravs de opinies e de perguntas tcnicas em relao a
fatos e problemas que cercam o homem concreto, dentro de seu
contexto histrico e de realidade. A arte de filosofar procura
compreender a realidade do contexto universal. O mais importante
aspecto na filosofia, portanto, a arte da reflexo.
1.4 O Conhecimento Teolgico
Os autores classificam como duas, as atitudes diante desse
mistrio:
Buscar atravs do esforo pessoal com auxlio de instrumentos, um
procedimento cientfico ou filosfico.
Aceitar explicaes de terceiros ou de quem j tenha desvendado o
mistrio, e isso implica na atitude de f, sobre o que foi revelado.
Mistrio tudo o que oculto enquanto provoca curiosidade.
Os conhecimentos teolgicos buscam revelar a Deus e ao mistrio
divino. afirmar, por exemplo, que algum Cristo, equivale a explicar
um conhecimento teolgico, segundo os autores.
O que aceito pela f teolgica constitui esse conhecimento ou
equivale ao conjunto de verdades que os homens chegaram , no com o
auxlio de sua inteligncia, mas mediante a aceitao de dados de
revelao divina. Aceitar o conhecimento teolgico est em utilizar a
lei suprema da inteligncia: aceitar a verdade, venha de onde vier,
conquanto que seja legitimamente adquirida.
2.2 A evidncia
S h verdade, mediante evidncias e a evidncia, segundo Cervo e
Bervian, a manifestao clara, transparncia, o desocultamento e
desvelamento do ser, ou seja, os critrios em torno da verdade.
2.3 A certeza
Consiste na adeso firme a uma verdade, sem temor de engano. Se
existe evidncia, pode-se afirmar com certeza, sem temor de engano
como verdade.
Se no h evidncia suficiente, o sujeito deixar transparecer seu
estado de esprito em sua expresso ou linguagem. So os casos da
ignorncia, da dvida e da opinio.
Ignorncia ausncia de todo conhecimento referente a determinado
objeto por falta de pesquisa.
A ignorncia pode ser:
a) vencvel pode-se superar;
b) Invencvel no se pode superar;
c) culpvel obriga-se a faz-la desaparecer;
d) Desculpvel no h obrigao de faz-la desaparecer.
Dvida um estado de equilbrio entre a afirmao e negao. Torna-se
espontnea quando o equilbrio entre ambas resulta da falta de
exame.
Na Dvida refletida o equilbrio permanece aps o exame de prs e
contras.
a) Na Dvida metdica h uma suspenso fictcia ou real, provisria de
algo tido como certo para controlar o valor.
b) Na Dvida Universal so consideradas todas as informaes como
incertas. A Dvida dos cticos.
Opinio: consiste no temor pelo engano que no afirmam certeza.
Depende da maior ou menor probabilidade das razes fundamentais da
afirmao. O cientista deve afirmar a verdade com certeza.
3.0 Formao do esprito cientfico
Depois de esclarecidas as condies da verdade entre os nveis de
conhecimento e aprendidas as tcnicas de investigao cientfica, os
autores advertem que ainda no ser possvel realizar um trabalho
cientfico, sem explorar uma reserva de outras atividades, que
desencadearo a verdadeira pesquisa.
preciso seriedade e rigor para revestir o trabalho cientfico e
estes fatores transparecem quando o autor estiver imbudo de esprito
cientfico.
3.1 Natureza do esprito cientfico
O esprito cientfico uma atitude ou disposio subjetiva do
pesquisador que busca solues srias e seus mtodos de modo adequado,
para o problema que enfrenta. Essa uma atitude conquistada ao longo
da vida, custa de muitos esforos e trabalho. O esprito cientfico
traduz-se por uma mente crtica, objetiva e racional.
Criticalidade levar o pesquisador a aperfeioar seu julgamento e
a desenvolver o discernimento, capacitando-o a separar o essencial
do suprfluo.
Objetividade torna o trabalho cientfico impessoal, a ponto de
separar a pessoa do pesquisador. S interessam o problema e a
soluo.
Por fim, o esprito cientfico age racionalmente. As razes devem
ser intelectuais ou racionais. No justificam, no campo da cincia,
razes do sentimento e do corao, ou seja, razes arbitrrias.
3.2 - Qualidades do esprito cientfico
O esprito cientfico possui vrias qualidades de ordem intelectual
e moral. Ele se traduz no modo de observao, no gosto pela preciso e
pelas idias claras, dependendo da necessidade da prova e na
curiosidade dos problemas. Esse esprito caracterizado pelo cultivo
da honestidade, no h acomodaes. Enfrenta obstculos e perigos que
uma pesquisa possa exercer.
A avaliao do esprito cientfico baseia-se com a verdade dos fatos
e defendem o livre exame dos problemas.
3.2 - Conquista lenta e difcil
O esprito cientfico um produto da histria. E uma progressiva
aquisio das tcnicas que dependem de pesquisas exatas e verificveis.
O mundo cientfico constitudo com certa lentido, de pouco a pouco.
portanto, um esprito de um grupo, quase um esprito de corporao.
O importante, quanto a conquista e o esprito cientfico e que
nada se aprende com habilidades tcnicas em apenas um dia, tudo
depende de espritos em grupos e ideais discursivos.
3.3 Importncia do esprito cientfico
O universitrio, consciente de sua funo na universidade, procurar
imbuir-se de esprito cientfico, aperfeioando-se nos mtodos de
investigao e aprimorando suas tcnicas de trabalho. O essencial
aprender como trabalhar, como enfrentar e solucionar os problemas
que se apresentam no s na universidade mas na vida
profissional.
CAPITULO II
1.0 - MTODO CIENTFICO, RACIONAL E ARGUMENTO DE AUTORIDADE
1.1 Noo e importncia do mtodo
Segundo os autores, o mtodo a ordem que se deve impor aos
diferentes processos necessrios para atingir um fim dato ou um
resultado desejado. Entende-se por mtodo o conjunto de processos
que o esprito humano deve empregar na investigao e demonstrao da
verdade. O mtodo no se inventa. Depende do objeto de pesquisa. Os
estudiosos tiveram cuidado de anotar os passos percorridos e os
meios que os levaram aos resultados. Analisaram e justificaram a
eficcia de cada plano, inicialmente empricos, transformaram-se
gradativamente em mtodos verdadeiramente cientficos.
Mas a fase do empirismo passou. A atual fase a da tcnica, da
preciso, da previso, do planejamento.
FONTENELLE assim exaltou o mtodo: "a arte de descobrir a verdade
mais preciosa que a maioria das verdades que se descobrem.O mtodo
apenas um conjunto ordenado de procedimentos que se mostraram
eficientes, ao longo da Histria, na busca do saber. , pois, um
instrumento de trabalho. O resultado depende do seu usurio.
1.2 Mtodo Cientfico
Alguns autores que identificam a cincia com o mtodo, entendido
como um mtodo sistemtico de explicar um grande nmero de ocorrncias
semelhantes.
O mtodo cientfico quer descobrir a realidade dos fatos e esses,
ao serem descobertos, devem guiar o uso do mtodo. Somente a
inteligncia e a reflexo descobrem o que os fatos realmente so. O
mtodo cientfico aproveita ainda a anlise e a sntese, os processos
mentais da deduo e induo, processos esses comuns a todo tipo de
investigao. Em suma, lgica geral.
1.3 Mtodo Racional
assim chamado porque os assuntos a que se aplica no so
realidades, fatos ou fenmenos suscetveis de comprovao experimental.
Diversas reas da filosofia empregam este mtodo e nem por isso
deixam de ser verdadeiras cincias. A filosofia questiona a prpria
realidade. O mtodo racional procura obter uma compreenso e viso
mais ampla sobre o homem, a vida, o mundo e o ser. Todos esses
fenmenos so impossveis de ser testados ou comprovados
experimentalmente em laboratrios. Essa possibilidade de comprovar
ou no as hipteses que distingue o mtodo experimental do mtodo
racional.
1.4 Argumento de Autoridade
O argumento de autoridade consiste em admitir uma verdade ou
doutrina com base no valor intelectual ou moral daquele que prope
ou professa. Esse argumento comum em matria de f, em que os
mistrios se crem pela autoridade de Deus revelador. Baseia-se na
evidncia extrnseca. Existem reas dentro das cincias, como a Histria
e certos setores do Direito, que aceitam como vlidas algumas
asseres (afirmaes) e decises que se apiam no argumento de
autoridade. Exige-se, porm, que tal argumento tenha passado pelo
crivo austero da anlise e crtica mais rigorosa possvel.
2.0 Processos do Mtodo Cientfico
O mtodo concretiza-se nas diversas etapas ou passos que devem
ser dados para solucionar um problema. Esses passos so as tcnicas
ou processos. Os objetos de investigao determinam o tipo de mtodo a
ser empregado, isto , o mtodo experimental ou o mtodo racional.
2.1 Observao
Observar aplicar atentamente os sentidos a um objeto, para dele
adquirir um conhecimento claro e preciso. A observao de importncia
capital nas cincias. dela que depende o valor de todos os outros
processos. Sem a observao, o estudo da realidade e de suas leis
reduzir-se- simples conjetura (suposio, hiptese) e adivinhao.
Para observar, exigem-se certas condies:
2.1.1 Condies fsicas
Os rgos devem ser sos, que possam ter sensaes normais e
corretas.
a) que lhes aumente o alcance, como microscpio, telescpio,
etc.;
b) que lhes aumentem a preciso, e ajudem a medir com rigor os
fenmenos observados, como o peso, a durao, a temperatura, etc.;
c) que supram os sentidos, apontando e registrando os fenmenos
com sua intensidade varivel, como aparelhos registradores, chapas
fotogrficas, etc.
2.1.2 Condies intelectuais
"Requer-se muita filosofia para observar o que se v todos os
dias", diz J.J. Rousseau.
Sagacidade: saber discernir os fatos significativos.
2.1.3 Condies morais
Pacincia, para resistir precipitao natural que nos leva sempre a
concluir antes do tempo. Coragem, que sabe enfrentar o perigo para
colher do fato certos fenmenos raros ou decisivos.
Imparcialidade, isto , a libertao de toda a preocupao com o
resultado, o respeito escrupuloso e o amor apaixonado pela
verdade.
2.1.4 Regras da observao
Deve ser atenta
Deve ser exata e completa
Deve ser precisa dar valores numricos a tudo quanto for possvel
atribuir medida quantitativa.
Deve ser sucessiva e metdica.
2.2 Hiptese
A hiptese consiste em supor conhecida a verdade ou explicao que
se busca.
As hipteses tm como funo:
a) prtica: colocar o pesquisador colocando-o na direo da causa
provvel ou da lei que se procura
b) terica: coordenar e completar os resultados j obtidos,
agrupando-os num conjunto completo de fatos, a fim de facilitar a
sua inteligibilidade e estudo.
Praticamente, no h regras para descobrir as hipteses.
Natureza da hiptese:
a) no deve contradizer nenhuma verdade j aceita, ou
explicada;
b) deve ser simples, isto , escolher a menos complicada;
c) deve ser sugerida e verificvel pelos fatos.
2.3 Experimentao
A experimentao consiste no conjunto de processos utilizados para
verificar as hipteses. Difere da observao porque obedece a uma idia
diretriz.
A idia geral do processo de experimentao consiste em estabelecer
uma relao de causa e efeito ou de outro antecedente e conseqente
entre os dois fenmenos.
Regras sugeridas por Bacon na experimentao:
a) alargar a experincia: aumentar tanto quanto possvel, a
intensidade do fenmeno;
b) variar a experincia: aplicar a mesma causa a fenmenos
diferentes;
c) inverter a experincia: aplicar a causa contrria da suposta
causa a fim de ver se o efeito contrrio se reproduz. Essa
contraprova experimental faz com que as experincias negativas
sucedam as positivas;
d) recorrer aos casos da experincia de ensaio.
Na prtica a experincia pode se desenvolver de muitas formas.
A) Mtodo das coincidncias constantes: tbuas de Bacon:
1- nas cincias naturais, chama-se causa todo fenmeno necessrio e
suficiente para provocar aparecimento de outro fenmeno.
2- O mtodo das coincidncias constantes pode ser assim exposto:
posta a causa, d-se o efeito, retirada a causa, no se d o efeito,
alterada a causa, altera o efeito.
Para proceder corretamente Bacon sugere 3 tbuas:
a) a tbua de presena so anotadas as circunstncias da produo do
fenmeno cuja causa se procura;
b) a tbua de ausncia so anotadas os casos em que o fenmeno no se
produz,
c) a tbua dos graus so anotados os caos com variaes de
intensidade do fenmeno.
a) Coincidncia constante e coincidncia solitria. Tem mais valor
negativo que positivo, pois um antecedente constante, relacionado
com o fenmeno, pode no ser sua causa, mas apenas uma condio.
B) Mtodos de excluso de STUART MILLStuart Mill indica certo
nmero de combinaes para determinar a causa, tentando estabelecer a
coincidncia solitria. Preconiza quatro processos ou mtodos:
Mtodo de concordncia: corresponde tbua de presena de Bacon. Duas
experincias s concordam entre si ela presena de um nico
antecedente.
Regra: Se vrios casos do mesmo fenmeno s tm um antecedente
comum, este a causa do fenmeno.
Mtodo de diferena: corresponde tbua de ausncia de Bacon.
Introduz-se algum antecedente novo ou elimina-se algum dos
existentes. Se num caso o fenmeno se reproduz e noutro no, estamos
certos de que esse antecedente a causa do fenmeno.
Regra: se num caso que o fenmeno se produz e noutro em que no se
produz tm todos os antecedentes comuns, exceto um, este antecedente
a causa do fenmeno.
Mtodo das variaes concomitantes: corresponde tbua dos graus de
Bacon: consiste em fazer variar a intensidade da suposta causa para
ver se o fenmeno varia no mesmo sentido e propores.
Regra: se o fenmeno varia, e continuam invariveis os
antecedentes, menos um, este antecedente que variou a causa
procurada
Mtodo de resduos: um caso particular de diferena.
Regra: se separarmos de um fenmeno a parte que o efeito
conhecido de determinados antecedentes, o resduo do fenmeno o
efeito dos antecedentes que restam.
Como exemplo de experimentaes bem sucedidas, podemos citar
Pasteur, que refutou, com experincia, a teoria da gerao
espontnea.
2.4 Induo
A induo e a deduo so formas de raciocnio ou de argumentao e,
como tais, so formas de reflexo e no de simples pensamento. O
pensamento alimenta-se da realidade externa e produto direto da
experincia. O ato de pensar caracteriza-se por ser dispersivo,
natural e espontneo. O raciocnio algo ordenado, coerente e lgico,
podendo ser dedutivo ou indutivo.
2.4.1- Natureza, regras , espcies de induo
Segundo CERVO e BERVIAN, o propsito bsico dos argumentos obter
concluses verdadeiras a partir de premissas verdadeiras. Para
conseguir este objetivo a induo sacrifica esse carter de
necessidade que tm os argumentos dedutivos. Na induo a concluso est
para as premissas, como o todo est para as partes. De verdades
particulares conclumos verdades gerais.
Espcies de induo:
A) Induo formal (de Aristteles) equivale ao inverso da deduo e s
submetido s leis do pensamento.
B) Induo cientfica (de Bacon) raciocnio pelo qual se chega
concluso de alguns casos observados pela espcie que os compreende e
a lei geral que os rege. Essa induo a alma das cincias
experimentais.
Regras de induo:
Assegurar-se de que a relao que se pretende generalizar seja
verdadeiramente essencial, ou seja, relao causal quando se trata de
fatos, ou relao de coexistncia necessria para suas formas quando se
trata de seres ou coisas.
preciso que os fatos sejam verdadeiramente similares aos fatos
observados e que a causa se tome no sentido total e completo.
2.4.2 Inferncia
Pela inferncia o esprito levado a tirar concluses a partir de
premissas conhecidas. Inferir tirar uma concluso de uma proposio
dada na qual est implicitamente contida.
Inferncia imediata as proposies a que se pode chegar a partir de
uma proposio dada.
Inferncia mediata opera-se mediante um termo de comparao ou
termo mdio.
2.4.3 - Valor das leis induzidas nas diversas reas da cincia
So as relaes constantes e necessrias que derivam da natureza das
coisas - segundo Montesquieu.
Nas cincias experimentais, as leis possuem maior rigor e exatido
do que nas cincias humanas.
As cincias humanas realizam todas as condies para se constiturem
cincia:
1- Os fenmenos que estudam so reais e distintos dos tratados nas
cincias experimentais;
2- As causas e leis descobertas nessa rea exprimem relaes
necessrias entre os fatos e entre os atos;
3- Suas concluses tm um carter incontestvel de certeza, embora
de ordem diferente da certeza das cincias experimentais.
As cincias humanas ocupam o ltimo lugar na hierarquia das
cincias quanto preciso de seus resultados.
2.5 Deduo
a argumentao que torna explcitas verdades particulares contidas
em verdades universais. O ponto de partida o antecedente, que
afirma uma verdade universal e o ponto de chegada o conseqente, que
afirma uma verdade menos geral.
A tcnica consiste em construir estruturas lgicas, atravs de
relacionamento entre antecedente e conseqente, entre hiptese e
tese, entre premissas e concluso.
Duas regras gerais so apontadas pelo processo dedutivo:
1- Da verdade antecedente segue-se a verdade do conseqente
2- da falsidade do antecedente pode seguir-se a falsidade ou a
veracidade do conseqente
O raciocnio dedutivo ode se expresso pelo silogismo (raciocnio
formado de trs premissas: premissa maior, premissa menor e
concluso), que poder ter forma:
a) categrica todas as crianas tm pais. Ora, se Lucas criana,
logo, Lucas tem pais.
b) Hipottica se Lucas estudar, passar nos exames. Ora ele
estuda, logo passar nos exames.
2.6 Anlise e sntese
Procurando traar normas gerais e indispensveis a qualquer
trabalho cientfico, DESCARTES formulou quatro regras:
1- Nunca aceitar como verdadeira qualquer coisa, sem conhec-la
como tal. Evitar a precipitao.
2- Dividir cada uma das verdades e abordar, no maior nmero
possvel de parcelas que forem necessrias para melhor
resolv-las.
3- Conduzir por ordem de pensamentos, comeando pelos objetos
mais simples e mais fcies de conhecer, subindo gradualmente aos
mais complexos.
4- Fazer enumeraes completas e revises gerais que dem certeza de
nada omitirem.
A anlise a decomposio de um todo em suas partes. A sntese a
reconstituio de todo decomposto pela anlise. Ou ainda; a anlise o
processo que parte do mais complexo para o menos complexo e a
sntese, parte do mais simples para o menos simples.
Sem a anlise, todo o conhecimento confuso e superficial; sem a
sntese, fatalmente incompleto.
A) Anlise e sntese experimentais: operam sobre fatos ou seres
concretos, principalmente em laboratrios. Nas cincias naturais a
anlise no pode ser seguida de uma sntese real e efetiva.
B) Anlise e sntese racionais: operam sobre idias e verdades mais
ou menos gerais. Na anlise reduz-se o problema a outro mais
simples, j resolvido. Na sntese, parte-se de do princpio geral mais
simples e dele deduz, a soluo desejada.
As anlises e sntese racionais s podem ser feitas mentalmente.
Empregam-se principalmente, em filosofia e a na matemtica.
2.7 Teoria
O emprego usual do termo teoria ope-se ao da prtica. A teoria
refere-se ao conhecimento (saber) em oposio prtica como
ao(agir).
O termo teoria e empregado para significar um resultado a que
tendem as cincias, no se contentam apenas com a formulao das leis
procuram interpret-las ou explic-las.
A teoria distingue-se da hiptese ,uma fez que a hiptese
verificvel experimentalmente, e a teoria no. interpretativa,
enquanto a hiptese resulta em explicao atravs de leis naturais.
Funo das teorias:
Coordenam e unificam o saber cientfico.
So instrumentos preciosos do estudioso, sugerindo-lhe semelhanas
at ento ignoradas.
2.8 Doutrina
A doutrina prope diretrizes para a ao, vai buscar seus
argumentos nas mais variadas fontes. Numa doutrina h idias morais,
posies filosficas e polticas, e atitudes psicolgicas.A doutrina um
encadeamento de correntes, de pensamentos que no se limitam a
constatar e a explicar os fenmenos, mas apreciam-nos em funo de
determinadas concepes ticas, preconizando (instituindo,
aconselhando) certas medidas e proibindo outras.
A doutrina situa-se na linha divisria dos problemas do esprito e
dos fatos (teoria = cincia versus ao)
CAPITULO III
A PESQUISA: NOES GERAIS
1.0 - Conceito de Pesquisa
1.1 Conceito
A pesquisa parte de uma dvida ou problema e, com o uso do mtodo
cientfico, busca uma resposta ou soluo.
A resposta, porm, no a nica forma de obteno de conhecimentos e
descobertas, a consulta bibliogrfica que se caracteriza por dirimir
pequenas dvidas.
1.2 Resultado da Pesquisa
A pesquisa, conforma a qualificao do investigador, ter:
objetivos e resultados diferentes. O estudante universitrio e o
profissional j amadurecido tero objetivos distintos de acordo com a
habilitao de cada um.
1.2.1 Trabalho Cientfico Original
Entende-se por trabalho cientfico original aquela pesquisa,
cujos resultados venham apresentar novas conquistas para a cincia
respectiva, para o progresso das cincias com novas descobertas.
1- Reproduzir as experincias e obter os resultados descritos no
trabalho com igual ou menor nmero de erros.
2- Repetir as observaes e formar opinio sobre as concluses do
autor;
3- Verificar a exatido das anlises, indues e dedues.
Entende-se por pesquisa resumo de assunto aquele texto que rene,
analisa e discute conhecimentos e informaes j publicados.
O resumo de assunta no um trabalho original, mas exige de seu
autor a aplicao dos mesmos mtodos cientficos.
Uma das vantagens que justificam a elaborao de resumos de
assunto resulta do fato de ser ele um meio apto a fornecer
conhecimentos e o treinamento cientfico que o habilitam a
lanarem-se em trabalhos originais de pesquisa.
1.3 Mtodo e Tcnica
H tcnicas associadas ao uso de certos testes em laboratrio, ao
levantamento de opinies de massa, coleta de dados por estatsticas,
conduzir uma entrevista, para decifrar inscries desconhecidas,
etc.
Ocorre entretanto, que certas tcnicas so utilizadas por inmeras
cincias ou, ainda por todas elas. O conjunto destas tcnicas gerais
constitui o mtodo.
Um mtodo fundamentalmente idntico para todas as cincias, poder
ser resumido da seguinte forma:
a) levantar questes ou propor problemas e levantar hipteses;
b) efetuar observaes e medidas;
c) registrar os dados observados com o intuito de responder s
perguntas formuladas;
d) elaborar explicaes ou resolver concluses, idias e
opinies;
e) generalizar, isto , estender as concluses obtidas a todos os
casos;
f) antecipar que, dadas certas condies, de se esperar que surjam
certas relaes.
Entretanto, o mtodo se adapta s diversas cincias, na medida em
que lanar mo de tcnicas especializadas.
2.0 Tipos de Pesquisas
O interesse e a curiosidade levam a investigar a realidade sob
os mais diversos aspectos e dimenses, cada abordagem ou busca
admite nveis diferentes de aprofundamento, conforme o objeto de
estudo do pesquisador.
oportuno, porm, referir a nfase que alguns autores do distino
entre a pesquisa pura e a aplicada.
O pesquisador, na pesquisa pura, tem como meta o saber, buscando
satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento.
Na pesquisa aplicada, o investigados movido pela necessidade de
contribuir para fins prticos. So pesquisas que no se excluem , nem
se opem. Ambas so indispensveis para o progresso das cincias do
homem.
A classificao se fixa em trs importantes tipos de pesquisa:
a bibliogrfica;
a descritiva;
a experimental.
2.1 Pesquisa Bibliogrfica
A pesquisa bibliogrfica procura explicar um problema a partir de
referncias tericas, que buscam conhecer e analisar as contribuies
culturais ou cientficas. Ela o meio de formao por excelncia. Como
trabalho cientfico original, constitui-se a pesquisa propriamente
dita na rea das Cincias Humanas. Como resumo de assunto, constitui
geralmente o primeiro passo de qualquer pesquisa cientfica.
2.2 Pesquisa Descritiva
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona
fatos ou fenmenos (variveis) sem manipul-los. Estuda fatos e
fenmenos do mundo humano, sem a interferncia do pesquisador. Ela se
desenvolve principalmente nas Cincias Humanas e Sociais, cujo
registro no consta de documentos.
As pesquisas descritivas destacam-se em:
a) Estudos exploratrios; realiza descries previstas da situao e
quer descobrir as relaes existentes entre os elementos componentes
da mesma.
b) Estudos Descritivos; estuda e descreve as caractersticas ou
relaes existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada, que
favorecem numa pesquisa mais ampla e completa;
c) Pesquisa de Opinio; procura saber atitudes; ponto de vista e
preferncias que as pessoas tm a respeito de algum assunto, como o
objetivo de tomar decises.
d) Pesquisa de Motivao; busca saber as razes inconsistentes e
ocultas que levam determinar certas atitudes ou comportamentos.
e) Estudo de Caso; a pesquisa sobre um determinado indivduo,
famlia, grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua
vida.
f) Pesquisa Documental; so investigados documentos a fim de se
poder descrever e comparar uso e costumes, tendncias, diferenas e
outras caractersticas.
2.3 Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular as variveis
relacionadas com o objeto de estudo, que estuda e proporciona relao
entre as causas e efeitos de um determinado fenmeno.
Uma pesquisa poder ser experimental, tanto em contexto de campo
quanto em laboratrio.
2.4 Roteiro de Pesquisas Descritiva e Experimental
As pesquisas: descritivas e experimental apresentam algumas
caractersticas prprias que so:
1- escolha do assunto; ele deve ser significativo e adequado ao
interesse e ao nvel de formao e s condies do pesquisador;
2- delimitao do assunto; selecionar um tpico para ser estudado e
analisado em profundidade e evitar temas amplos que resultem em
trabalhos superficiais;
3- Justificativa da escolha; mostrar as razes da preferncia pelo
assunto escolhido e sua importncia em face de outros temas;
4- Reviso da Literatura; a realizao de uma pesquisa
bibliogrfica. Resumo de assunto sobre a questo delimitada. Tal
estudo preliminar e sinttico trar informaes sobre a situao atual do
problema, sobre os trabalhos j realizados a respeito e sobre
opinies existentes.
5- Formulao do problema; redigir de forma interrogativa, clara,
precisa e objetiva. A questo cuja soluo vivel possa ser alcanada
pela pesquisa
6- Enunciado da Hiptese; a hiptese, como resposta e explicao
provisria, relaciona as duas ou mais variveis do problema
levantado. Num trabalho, o nmero de hipteses deve ser reduzido.
A cincia e a pesquisa tm como tarefa essencial descobrir e
expressar as relaes existentes entre os fenmenos e as variveis.
Variveis so aqueles aspectos, propriedades ou fatores reais ou
potencialmente mensurveis atravs dos valores que assumem e
discernveis em um objeto de estudo. Ex.: o salrio, a idade, o
sexo.
Varivel , um valor que pode ser dado a uma quantidade,
qualidade, caracterstica, magnitude, trao, etc.
Entre os tipos de variveis destacam-se por sua importncia:
Varivel independente
Varivel dependente
Varivel interveniente
7- Definio Operacional das variveis; a hiptese orienta a execuo
da pesquisa e a definio operacional das variveis indica as operaes
a serem realizadas e os mecanismos a serem usados para verificar a
conexo existente entre as variveis independente e a dependente.
8- Amostragem; a pesquisa procura estabelecer generalizaes a
partir de observaes em grupos ou conjuntos de indivduos chamados de
populao ou universo. A amostragem , pois, a coleta de dados de uma
parte da populao, selecionada segundo alguns critrios que garantam
sua representatividade.
9- Instrumentos; na pesquisa descritiva mostra-se a tcnica a ser
usada para a coleta de dados, como a entrevista, os questionrios e
o formulrio. Quando se trata de pesquisa experimental, so descritos
os instrumentos e materiais ou as tcnicas a serem usadas.
10- Procedimento. Em pesquisas descritivas faz-se a descrio
detalhada de todos os passos da coleta e registro dos dados. Na
pesquisa experimental detalhada a forma usada para fazer a
observao.
11- Anlise dos dados. Coletados os dados e expostos em tabelas
de forma sinttica, so agora submetidos ou no, conforme o caso, ao
tratamento estatstico. Todas as informaes reunidas nos passos
anteriores so comparadas entre si e analisadas.
12- Discusso dos Resultados. a generalizao dos resultados
obtidos pela anlise. Os resultados tambm sero discutidos e
comparados com afirmaes e posies de outros autores. Finalmente,
aspectos paralelos revelados pela pesquisa sero abordados e
comentados.
13- Concluso. A concluso apresentar um resumo dos resultados
mais significativos da pesquisa e sintetizar os resultados que
conduziro comprovao ou rejeio as hipteses de estudo.
14- Bibliografia. So as referncias bibliogrficas que serviram de
embasamento terico.
15- Anexos. So constitudos de elementos complementares, como
questionrios que auxiliam a anlise do leitor da pesquisa.
2.0 Projeto de Pesquisa
O projeto faz a previso dos recursos necessrios para atingir o
objetivo proposto de solucionar um problema e estabelece a ordem e
a natureza das diversas tarefas a serem executadas dentro de um
cronograma a ser observado.
Os projetos das pesquisas descritiva e experimental e com
adaptaes na pesquisa bibliogrfica, deve conter informaes sobre
diversos aspectos do trabalho, tais como:
ttulo de pesquisa
delimitao do assunto
objetivos
justificativa
reviso da literatura referente questo
formulao dos problemas
hiptese
definio operacional das variveis da hiptese com a indicao das
variveis de controle
populao e amostragem
instrumentos da pesquisa
procedimentos
anlise dos dados
discusso dos resultados
oramento: proviso das despesas com pessoal, materiais e
servios
cronograma de execuo: escolamento no tempo de todas as fases e
tarefas da pesquisa
concluso final e observaes sobre o projeto
anexos
bibliografia.
Todo pesquisador deve desenvolver a capacidade de elaborar
projetos de pesquisa. Pelo menos para atender a seus interesses
pessoais ou do grupo em que est inserido. As instituies financeiras
de projetos, tanto pblicas quanto privadas, possuem geralmente um
roteiro prprio com instituies especficos para montagem do
projeto.
CAPTULO IV
COMO PROCEDER A INVESTIGAO?
1. Escolha do assunto
Segundo os autores, o primeiro passo da pesquisa.
1.1 - Seleo
Deve-se eliminar os assuntos que por razo plausvel no sero
prioridade.
Utilizam-se critrios de seleo, os quais desempenham a funo de
guia metodolgico, direcionando ao assunto essencial.
Para a escolha do assunto, seja ele prtico ou terico, deve-se
levar em conta o gosto do pesquisador e o material bibliogrfico,
evitando-se a repetio de temas j exaustivamente pesquisados.
1.2 Delimitao
segundo os autores, delimitar o assunto selecionar a parte a ser
focalizada. Para facilitar a operao, recorre-se a:
diviso do assunto em captulos;
definio da compreenso dos termos;
fixao das circunstncias no tempo e espao.
1.3 Explicao dos objetivos
Os objetivos, segundo a sua natureza podem ser intrnsecos ou
extrnsecos.
2. Formulao de problemas
Aps a escolha do assunto vem a questo da formulao dos problemas,
o que vai abrir a porta para o terreno do conhecimento cientfico
onde mais importante o questionamento do que a busca de solues. As
vantagens deste passo so inegveis:
delimita, com exatido, qual tipo de resposta deve ser
procurada
leva o pesquisador a uma reflexo benfica e proveitosa sobre o
assunto
fixa, freqentemente, roteiros para o incio do levantamento
bibliogrfico e da coleta de dados
auxilia, na prtica, a escolha de cabealhos para o sistema de
tomada de apontamentos
discrimina com preciso os apontamentos que sero tomados, isto ,
todos e to somente queles que respondem as perguntas
formuladas.p66
3. Estudos exploratrios
Esta fase destina-se ao levantamento do material necessrio para
a investigao, que constituem a matria prima da pesquisa
bibliogrfica.
3.1 Levantamento bibliogrfico
Praticamente todo o conhecimento humano pode ser encontrado nos
livros ou em outros impressos que se encontram nas bibliotecas.
3.1.1 A documentao
Os documentos devem ser classificados de acordo com sua natureza
e forma. Eles so a base de todo conhecimento fixado
materialmente.
3.1.1.1 Natureza do documento
Quanto natureza, distinguimos dois tipos de documentos:
1- Fontes: so todos os documentos ligados diretamente ao estudo,
material bruto, no elaborado; como os escritos antigos
(livros).
2- Trabalhos: so os estudos cientficos elaborados a partir das
fontes e relacionado com o objeto de pesquisa. Ex.: memrias e
teses.
O valor e a originalidade do trabalho cientfico so medidos pelo
recurso feito sobre trabalhos em nada contribui para o progresso
das cincias, pois repete resultados j alcanados.
3.1.1.2 Forma dos documentos
Quanto forma, distinguimos vrios tipos de documentos:
1- manuscritos;
2- impressos em periodicidade: livros, folhetos (menos de 100
pginas), catlogos comerciais, textos legais, processos, pareceres,
correspondncia publicada, etc.;
3- peridicos; revistas, boletins, jornais, anurios, etc.;
4- microfilmes que reproduzem outros documentos;
5- diversos; mapas, planos, desenhos, documentos fotogrficos,
etc.
3.1.2 O uso da biblioteca
Na biblioteca a habilidade do pesquisador comea com a compreenso
de como ela organizada, como os livros so registrados,
classificados e agrupados segundo o assunto de que tratam.
3.1.3 O uso dos documentos bibliogrficos
O pesquisador colher informaes gerais sobre o assunto a
desenvolver, em dicionrios especializados, enciclopdias ou manuais,
passando aos tratados mais completos sobre o assunto. Faz-se uma
leitura de reconhecimento, examinando folhas de rosto, sumrio,
orelhas dos livros, introduo. Trata-se apenas de um exame rpido e
no exaustivo.
3.1.4 O material de pesquisa
Coleta-se o material necessrio para pesquisa, atravs da leitura
de reconhecimento e procede-se a elaborao da bibliografia,
chegando-se ao momento da leitura, anlise e interpretao.
3.2 Tomada de apontamentos e confeco de fichas
Tomada de apontamento: recolhimento de dados, informaes ou
afirmaes que os documentos podem fornecer e transcrev-los para as
fichas, que sero usados como uma memria exterior ou uma mini
biblioteca de uso pessoal.
O apontamento poder ser:
1- Formal transcrio de palavras textuais extradas de um
documento.
2- Conceptual traduo de idias de outrem, com as prprias
palavras.
Segundo ngelo Domingos Salvador so as seguintes qualidades de um
bom apontamento:
1- Indicar com preciso o que foi escrito sobre o tema;
2- No deixar dvidas sobre seu significado;
3- Possuir todos os dados necessrios para retomada da fonte
original;
4- Encabeamento definido;
5- Constitudo pelo pensamento de que o material ser incorporado
no trabalho.
Segundo os autores, deve-se evitar acumular material excessivo.
Recomenda-se utilizar palavras prprias, mas reproduzindo o
significado que as outras expressam.
1.0 Coleta, anlise e interpretao dos dados: processos de leitura
e leitura informativa
fase decisiva na elaborao do trabalho cientfico. Trata-se da
coleta e registro de informaes, anlise e interpretao dos dados e
classificao dos mesmos. Para melhor proveito, o segredo so as
normas e tcnicas da leitura inteligente.
Pode-se classificar a leitura em trs tipos:
leitura formativa;
leitura de distrao;
leitura informativa.
Esta ltima com vista coleta de dados que sero usados em
trabalhos em questes especficas. A leitura informativa possui fases
cronolgica e lgica ao mesmo tempo, pois devem suceder-se uma aps a
outra.
4.1 Leitura de reconhecimento e pr-leitura
Sua finalidade permitir, selecionar os documentos bibliogrficos
com informaes visando a soluo dos problemas e dar ao pesquisador
viso global do assunto focalizado.
4.2 Leitura seletiva
De acordo como os propsitos do trabalho, preceder seleo do
material, observando sempre sua relao com o tema desenvolvido
considerando luz dos mesmos a questo proposta.
4.3 Leitura crtica ou reflexiva
De posse do material selecionado, coma a perspectiva dos
problemas a serem resolvidos, deve o pesquisador, de forma
despreconceituosa, buscar o que o autor afirma sobre o assunto. A
partir da, procede-se a anlise desse material com algumas
consideraes:
1- identificao da idia-tema e idias relacionadas.
2- Priorizar a idia de maior importncia.
3- Clareza dos termos e conceitos.
4- Avaliao qualitativa do material.
4.4 Leitura interpretativa
Segundo os autores, a etapa final da leitura de um texto e sua
aplicao aos fins particulares da pesquisa. Esta fase implica um
trplice julgamento.
1- A busca de dados e afirmaes, oferecidas e transmitidas pelo
autor.
2- O julgamento das idias transfere-se em funo do propsito do
pesquisador ao invs do propsito do autor, aplicando-se na soluo dos
problemas apresentados na pesquisa.
3- Todos material coletado pelo pesquisador deve ser analisado
cientificamente atravs do critrio verdade. O pesquisador deve
duvidar da realidade de toda e qualquer proposio.
CAPTULO V
COMO TRANSMITIR OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS?
1.0 Estrutura do trabalho: elaborao do plano de assunto
1.1- Observaes preliminares
O planejamento indispensvel em todo trabalho cientfico, e
,distinguem-se em dois tipos de planos: planos de assunto e plano
de atividades.
A eficincia de qualquer trabalho cientfico est condicionada
qualidade do plano. Este plano necessrio por duas razes:
til em razo da comunicao, pois constitui expresso sistemtica e
eficiente do pensamento, traz clareza aos conhecimentos que se quer
transmitir. Sua ausncia implica em falta de clareza, repetio
inoportuna, alm de prejudicar a comunicao.
til por motivo pedaggico, pois obriga a disciplinar a mente,
ordenar as idias antes de comunic-las.
Elaborar um plano prever o que se vai comunicar, distribuir
harmoniosamente as partes que compem o assunto, distinguindo as
idias importantes das secundrias, estabelecendo ordenadamente as
ligaes e combinaes do tema central.
1.1 Introduo: conceito e requisitos indispensveis
A parte introdutria abre o trabalho propriamente dito,
anunciando o assunto, e supe a compreenso do mesmo, quanto ao seu
alcance, suas implicaes e seus limites.
Dois requisitos imprescindveis a uma boa introduo: a definio do
assunto e a indicao do caminho a seguir.
A) Da definio do assunto:
1- Definir o assunto consiste em anunciar a idia geral e precisa
do mesmo e ser feito no incio da introduo, cuidando na escolha dos
termos que envolvem a definio.
2- Definido o assunto, deve-se delimit-lo e indicar o ponto de
vista sob o qual ser focalizado.
3- Quando se busca delimitar o assunto, percebe-se a necessidade
de situ-lo no tempo e no espao, na discusso terica ou na
prtica.
4- Quando delimitado, deve-se mostrar a importncia do assunto, a
fim de despertar o interesse do leitor.
5- Se a importncia do assunto for demonstrada, a justificativa
da escolha e a delimitao se tornaro mais fcil.
6- A introduo pode conter tambm a definio dos termos
empregados.
7- Em trabalhos pouco extensos, a introduo deve conter indicao
da documentao e dos dados utilizados. Em trabalhos como teses e
memrias, deve a apresentao constituir um captulo parte.
8- Em pesquisa de campo ou laboratrio, deve-se indicar sempre a
metodologia empregada, tanto para aquisio de dados como para sua
interpretao.
B) Indicar o caminho a seguir:
1- Conhecido o assunto, o leitor quer tambm conhecer o caminho
que h de seguir. Devem-se anunciar o assunto, as idias mestras de
seu desenvolvimento: os pontos principais, as dedues, os resultados
mais significativos. Tm-se assim, uma viso global (sincrtica) do
assunto.
2- Depois de tudo feito, no fim da introduo, deve-se anunciar o
plano adotado para o desenvolvimento. O plano deve conter
unicamente os tpicos principais, ordenadamente.
1.3 Desenvolvimento
1.3.1 Conceito
O desenvolvimento corresponde parte mais extensa do trabalho,
chamada tambm de corpo do assunto. Visa comunicar os resultados da
pesquisa.
O assunto deve ser decomposto em partes constitutivas para maior
compreenso e ordenado sistematicamente.
O plano de desenvolvimento envolve um processo deliberado e
sistemtico de reflexo, sendo provisrio na primeira etapa e
definitivo no trmino da investigao.1.3.2 Normas prticas
A melhor forma de se trabalhar um assunto dividi-lo em
partes:
a) A diviso em duas partes a mais indicada, pois traz facilidade
e clareza exposio. a mais utilizada em trabalhos escolares, como
provas, memrias, teses, artigos. A diviso em trs partes recomendada
para grandes obras.
Esquema prtico das divises:
b) A diviso por posio ou progresso: definio dos critrios que
podero facilitar a elaborao de um plano. Quando no possvel utilizar
a diviso por oposio, usa-se a diviso por progresso.
c) Planos fceis a evitar:
Vantagens e desvantagens: se o enunciado sugere colocar na
primeira parte as vantagens e na segunda as desvantagens, evite-se
proceder a diviso: seria plano fcil por demais e vulgar, no
comportando contribuio pessoal.
Comparao: o assunto pode tomar forma de comparao entre dois
pases, duas instituies ou dois pensamentos. Colocar a comparao na
primeira parte, outra na segunda seria plano cmodo, alheio ao
esforo de reflexo. A comparao deve envolver todo o plano.
1- Causas e conseqncias: aqui todo o plano deve envolver a idia
de causalidade. Ex.; abolio da escravatura no Brasil:
I - a abolio das relaes de trabalho.
II- a abolio e a instabilidade do regime poltico.
2- Plano cronolgico: em Histria condenado. Deve-se centrar o
plano em idias predominantes ou os fatos significativos. Evite-se
sempre o plano que primeira vista parece convir ao assunto. Este
ser uma criao pessoal, fruto da mente que raciocina.
d) Equilbrio das partes: o assunto deve ser equilibrado, de
partes homogneas, eliminando-se eventuais excessos.
e) Titulao: deve-se titular as partes para bem anunciar, visando
criar sensao de expectativa no leitor.
1.4 CONCLUSO: CONCEITO E REQUISITOS INDISPENSVEIS
o homem da rua apresenta sua idia sob a forma de afirmao, que
ode ser positiva ou negativa. O pesquisador apresenta-a sob forma
de concluso. A concluso governa a elaborao das partes, orienta e
estrutura seu desenvolvimento. Ela est presente em todo o trabalho.
O assunto anunciado e desenvolvido desemboca na concluso,
decorrncia lgica e natural de tudo que a precede.
Caractersticas principais de uma concluso:
1- essencialidade: resumo marcante dos argumentos principais. a
sntese interpretativa das idias do trabalho, o ponto de chegada.
Deve levar convico os hesitantes.
2- Brevidade: o resumo conclusivo deve ser energtico, breve,
exato, firme e convincente.
3- Personalidade: deve definir o ponto de vista do autor. Sendo
resultado do seu trabalho, justo que traga sua marca pessoal.
4- A percia esta em valorizar o prprio trabalho, apresentando
suas concluses como precioso fruto dos esforos despendidos.
1.5 Sumrio, prefcio, apndice
Fazem parte de trabalhos de estruturas complexas, como
monografias, teses, entre outras.
1.5.1 sumrio: divide os trabalhos em ttulos e captulos indicando
as pginas.
1.5.2 prefcio: faz-se um histrico do trabalho, assimilando
caractersticas, finalidades, etc.
1.5.3 apndice: constitui-se de materiais ilustrativos para a
compreenso do texto. Seu lugar antes da bibliografia.
1.6 Bibliografia
a enumerao completa da documentao utilizada na pesquisa. Deve
incluir a referncia das obras e serem enumeradas em ordem
crescente, ordenada e alfabtica. Para que haja uniformidade na
aplicao das tcnicas utilizamos as normas da Associao Brasileira de
Normas Tcnicas (ABNT).
2. Documento complementar
Na aplicao desta norma necessrio consultar NBR 6032 abreviao de
ttulos de peridicos e publicaes seriadas - procedimento.
3. Definies
3.1 - Referncias bibliogrficas: conjunto de elementos que
permitem a identificao de documentos impressos ou registrados.
3.1.1 - Elementos essenciais de uma referncia bibliogrfica:
usados para identificao de publicaes mencionadas em qualquer
trabalho.
3.1.2 - Elementos complementares de uma referncia bibliogrfica:
so os opcionais acrescentados aos essenciais.
3.1.2. Localizao
A referncia bibliogrfica pode aparecer em:
nota de rodap ou fim do texto;
em lista bibliogrfica sinttica ou analtica;
encabeando resumos ou recenses (comparaes).
4. Especificaes e ordem dos elementos
As especificaes seguir identificam os elementos das referncias
bibliogrficas e estabelecem uma ordem ou seqncia padronizada para
sua apresentao.
5.1 Monografias (livros, folhetos, separatas, dissertaes,
etc)
5.1.1 consideradas no todo. Elementos:
autor
titulo
edio
imprensa
srie ou coleo
notas especiais
Ex.; DIAS, Gonalves. Gonalves dias: poesia. Organizada por
Manuel Bandeira; reviso crtica por Maximiano de Carvalho e Silva.
11. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1983.87 pil. 16cm (Nossos Clssicos,
18). Bibliografia: p.77-78. ISBN 85-220-002-6.
1.2 Seriados (revistas, jornais, etc.)
5.2.1- so considerados no todo (coleo)
5.2.2- so considerados em parte (fascculos, suplementos, nmeros
especiais, etc.)
5.2.3- Artigos etc. em revistas e jornais
1.3 Patentes
1.4 Referncia legislativa
1.4.1 acrdos, decises e sentenas das cortes ou tribunais
1.4.2 leis decretos, portarias, etc.
2 Fontes de informao
As referncias devem ser retiradas da folha de rosto ou de outras
partes.
3 Regras gerais de apresentao
As referncias bibliogrficas tm a margem, da segunda linha em
diante, sob a terceira letra da entrada.
1.5 pontuao
utiliza-se vrgula entre o sobrenome e o nome do autor;
liga-se por hfen as pginas inicial e final da parte
referenciada
ligam-se por barra transversal os elementos do perodo coberto
pelo fascculo.
Indicam-se por colchetes, os elementos que no figuram a obra
utilizam-se reticncias (...) nos casos em que se faz supresso do
ttulo.
4 Autor
pessoas fsicas: indicam-se autores fsicos com o ltimo sobrenome
do prenome.
Se houver mais de trs autores, mencionam-se at os trs primeiros
seguidos da expresso et al. Inicie pelo responsvel intelectual, at
os 3 primeiros. Se autoria desconhecida, o termo "annimo" no deve
ser usado. Se obra publicada sob pseudnimo, deve ser adotado na
referncia. Se obras oriundas de entidades (governo, empresas,
congressos, etc.) tm entrada pelo titulo, exceto anais de
congressos. Quando entidade de denominao genrica, seu nome
precedido pelo rgo superior. Quando a entidade coletiva, vinculada
a um rgo maior , entra-se diretamente pelo seu nome.5 Ttulo
O ttulo deve ser reproduzido tal como figura na obra ou trabalho
referenciado.
Para ttulos muito longos, pode-se suprimir algumas palavras,
indicada por reticncias. Para ttulos de peridicos o ttulo sempre o
primeiro momento da referncia.
6 Edio
Indica-se a edio, quando mencionada na obra, em algarismos
arbicos seguidos de ponto e abreviatura da palavra "edio".
7 Imprensa
7.1- O nome do local de publicao deve ser indicada tal como
figura na publicao referencial.
7.2- Editor: o nome do editor deve ser grafado como figura na
publicao referenciada. Quando o local e o editor no aparece na
publicao, inicia-se entre colchetes. No se indica o nome do editor
quando ele for o autor.
7.3- Data: o ano da publicao sempre em algarismo arbicos. Os
meses devem ser abreviados.
8 Descrio fsica:
8.1-nmero de pginas ou volume. Indica o nmero de pginas,
seguidos de abreviatura "p". Exemplo: 260p.
8.2-Material especial: registra-se o nmero de unidades fsicas do
material que estiver sendo escrito. Ex. 1 cd sonoro, 2 microfichas,
4 mapas, 2 cartuchos.
8.3-Ilustraes: indicam-se as ilustraes de qualquer natureza pela
abreviatura "il".
8.4-Dimenses: indica-se a altura da publicao em centmetros e
nalguns casos, a largura. Ex. 25 cm, 14x30cm.
8.5.Sries e colees: transcrevem-se os ttulos das sries ou colees
e sua numerao tal como figuram na publicao.
9 Notas especiais
Informaes acrescentadas ao final da referncia bibliogrfica.
.Documentos traduzidos: indica-se o ttulo ou o idioma
original.
Separadas, reimpresses, etc., transcreve-se a indicao como na
publicao.
Outras notas: podem ser acrescentadas notas julgadas de
interesse. Ex. tiragem.
10 Lista ordenada de referncias bibliogrficas
ordenao: pode ser alfabtica, sistemtica ou cronolgica.
Autor repetido: autor de vrias obras sucessivas, pe-se um
travesso aps a 2.
Ttulo repetido: pode ser substitudo por um travesso a partir do
primeiro.
Remissivas: nas bibliografias fazem-se remissivas "ver" e "ver
tambm".
Redao
As regras gramaticais sero observadas atentamente na apresentao
de um trabalho. Sero indicadas as qualidades exigidas de um
relatrio, as caractersticas da linguagem cientfica e as normas
relativas s abreviaturas, ilustraes, citaes e notas ao p da
pgina.
- A linguagem cientfica- Qualidades do relatrio cientfico
impessoalidade: todo trabalho deve ter carter impessoal, redija
na terceira pessoa evitando fazer referncias pessoais, como "meu
trabalho". Utiliza-se como expresso "o presente trabalho".
Objetividade: a linguagem deve afastar-se de pontos de vista
pessoais que deixem transparecer impresses subjetivas, no fundadas,
sobre dados concretos. Ex. "a sala estava suja" "o entrevistado,
enquanto falava, deixou cair as cinzas de seu cigarro no
cho..."
Modstia e Cortesia: nunca insinuar que trabalhos anteriores
estejam eivados de erros e incorrees.
- Caractersticas da linguagem cientfica
As funes principais da linguagem cientfica, segundo ngelo
Domingos Salvador, so:
Funo expressiva expressa sentimentos, emoes, vivncias.
Funo persuasiva adequada ao discurso retrico, para dirigir a
conduta.
Funo informativa adequada transmisso de conhecimentos.
Nas formas de expresso, a linguagem de comunicao pode
revestir-se de carter:
a) coloquial
b) literrio
c) tcnico
A clareza, caracterstica primordial
Toda e qualquer questo, informao ou idia deve ser enunciado com
absoluta clareza e preciso e objetividade. No pode haver resposta
clara a uma pergunta ambgua.
.Ilustraes: mapas, grficos, fotografias, etc., representam
expressivo instrumento de comunicao quando convenientemente
usado.
.Citaes e notas ao p da pgina
Indicar sempre toda a documentao que serve de base para a
pesquisa. As citaes podem ser: formais, conceptuais ou mistas,
conforme j descrito.
Notas ao p da pgina tem como finalidade: referir ao autor, fazer
consideraes suplementares, enviar o leitor a outras partes do
trabalho.
. Apresentao
.Em todo o trabalho deve-se utilizar papel A4
21X29,7cm..Escrita: o trabalho entregue aos professores devem ser
feitos datilografados ou mimeografados, com tinta azul ou
preta.
.Paginao: as pginas de qualquer trabalho devem ser numeradas,
mas no deve figurar na pgina de rosto. Numerao conta, a partir da
prpria pginas de rosto a capa no conta e ser feita em romanos(i,
ii, ii, iv,v) nas pginas do sumrio e do prefcio, com algarismos
arbicos a partir da primeira pgina da introduo at o final do
trabalho. O nmero fica centrado no alto da folha, 3cm da borda
superior e a 2,7cm igualmente da primeira linha do texto.
.Margens e espaos
Quanto margem superior, observar as medidas no pargrafo
anterior. A margem esquerda deve ser de 3cm, a direita e a
inferior, 2,7cm.
O hfen de separao de slaba ao final da linha deve ser colocado
ao lado da letra que o precede e no embaixo.
Toda nova alnea deve comear no quinto espao a partir da alnea
anterior (espaos verticais) e no sexto espao a partir da margem
esquerda (espaos horizontais).
Captulos e sees importantes devem abri nova pgina.
O texto deve ser escrito em espao duplo, exceto notas ao p da
pgina, citaes, etc.
.Apresentao da partes
A fim de que haja uniformidade na apresentao dos trabalhos, sero
observadas as seguintes normas:
capa de papel consistente ou simples, tamanho ofcio, sem
ilustraes ou embelezamentos.
Para trabalhos escolares, observar o tipo de capa:
ao alto, centrado, a 3cm da borda superior, em letras versais, o
nome da Universidade.
1cm abaixo, o nome da faculdade ou instituto a que pertence o
autor, igualmente em letras versais.
No centro da folha, o ttulo do trabalho, nome do autor, letras
versais.
5cm abaixo do ttulo do trabalho, o nome do autor, letras
versais, centrado.
1cm abaixo do nome, o curso que freqenta, o ttulo da disciplina,
em letras comuns, com exceo da primeira letra que ser maiscula.
Embaixo, 2,7cm da borda inferior, lugar e data (ms e ano)
Comea-se o trabalho com o sumrio, depois o prefcio e a introduo,
em seguida os captulos. Para finalizar, faz-se uma concluso.
CAPTULO VI
TCNICAS ESPECIAIS
COLETA DE DADOS EM PESQUISAS DESCRITIVAS
A pesquisa descritiva deve ser bem planejada se o pesquisador
quiser oferecer resultados teis. Este planejamento envolve tambm a
tarefa da coleta de dados, que por sua vez envolve diversos passos,
como a determinao da populao a ser estudada, a elaborao do
instrumento de coleta, a programao da coleta e tambm os dados e a
prpria coleta. H diversas formas de coleta de dados. As mais usadas
so: entrevista, formulrio e questionrio. H diversos passos a serem
observados na elaborao das perguntas de um questionrio ou
formulrio:
identificar os dados ou variveis sobre as quais sero feitas as
questes.
Selecionar o tipo de pergunta a ser utilizada em face das
vantagens e desvantagens de cada tipo, com vistas ao tempo
consumido, obter dados e analis-los.
Elaborar uma ou duas perguntas referentes a cada dado a ser
levantado.
Analisar as questes elaboradas quanto clareza da redao,
classificao e sua real necessidade.
Codificar as questes para a posterior tabulao e anlise com a
incluso dos cdigos no prprio instrumento.
Elaborar instrues claras e precisas para o preenchimento do
instrumento.
Submeter as questes a outros tcnicos para sanar possveis
deficincias.
Revisar o instrumento para dar ordem e seqncia s questes.
Submeter o instrumento a um pr-teste para detectar possveis
reformulaes ou correes, antes de sua aplicao.
Os outros instrumentos como a entrevista ou observao, devem
cercar-se de devidas precaues para evitar prejuzos pesquisa, por
falhas na coleta de dados.
- Entrevista
A entrevista no simples conversa. conversa orientada para um
objetivo definido: recolher dados para a pesquisa. A entrevista no
um instrumento do qual se servem constantemente os pesquisadores em
cincias sociais e psicolgicas.
O entrevistador deve manter a confiana do entrevistado, evitando
ser inoportuno, nem entrevistando no momento em que esteja
irritado. O que interessa o que o informante tem a dizer, evitando
perguntas diretas que precipitariam as informaes, deixando-as
incompletas.
Quando se h de recorrer a entrevista? Quando no h fontes mais
seguras para as informaes desejadas. Ela possibilita registrar
observaes sobre o comportamento e atitudes do entrevistado. O
entrevistado deve ser informado do motivo de sua escolha, que dever
sempre ser plausvel.
Questionrio
O questionrio a forma mais usada para coletar dados. A palavra
questionrio refere-se a um meio de obter respostas s questes que o
prprio informante preenche. Todo questionrio deve ter natureza
impessoal para assegurar uniformidade na avaliao de uma situao para
outra. Possui a vantagem de os entrevistados sentirem-se mais
confiantes. necessrio que o questionado saiba quais as questes mais
importantes serem propostas e que interessam ser conhecidas.
Formulrio
Formulrio uma lista informal para a coleta de dados resultantes
de observaes ou interrogaes, cujo preenchimento feito pelo prprio
investigador.
Vantagens do formulrio:
a assistncia direta do investigador;
a possibilidade de comportar perguntas mais complexas;
a garantia de uniformidade na interpretao dos dados e dos
critrios pelos quais so fornecidos.
A apresentao do relatrio de pesquisa seguir as normas dos
captulos anteriores.
Elementos da estatstica
Consideraes prvias
Outrora, a estatstica estava confinada na rea das cincias
exatas. Atualmente considera um dos mais teis instrumentos de
trabalho em todos os campos da investigao, concentrando a ateno em
trs elementos :
quadros estatsticos;
grficos;
ndices simples.
A investigao estende muito alm da coleta de dados e sua
codificao. Na fase da anlise e interpretao, os nmeros ndices,
quadros e grficos - a codificao tem muita importncia quanto sua
funo:
a) permitem concentrar muitas informaes no mesmo espao;
b) permitem a visualizao dos fenmenos atravs da representao
material figurada;
c) facilitam a comparao das cifras.
A multiplicao dos dados cifrados trazem o mximo de informaes, e
as cifras tornam especiais, pois a reside a funo principal dos
ndices, isto concentrar e simplificar as informaes, afim de
compar-las, analis-las e interpret-las.
Quadros estatsticos
O quadro estatstico compe-se de quatro elementos:
a) nome quadro 1, quadro 2...
b) ttulo que responda a trs perguntas: o que? onde? quando?
c) dados dispostos ordenadamente em colunas, contendo no alto a
respectiva especificao;
d) fonte - de onde se extraram os dados
Grficos
Os grficos apresentam as mais variadas formas: colunas, barras,
crculos, figuras curvas ou logartmicas. Obtm-se o conhecimento
geral mediante consulta a um manual de estatstica.
Os grficos devem conter os quatro elementos que constam nos
quadro estatsticos: nomes, ttulo, dados e fontes. No terceiro
elemento, os dados, vm na vertical e o tempo (perodo), no eixo da
horizontal.
ndices simples
So usados para facilitar a comparao entre elementos de uma srie.
Para converter os valores em ndices, atribui-se ao primeiro dos
elementos da srie, o valor 100, calculando-se os demais ndices
regra de trs.
Comentrio de texto
Devem-se evitar textos demasiados extensos para o comentrio.
Melhor entre 20 e 30 linhas do documento a ser comentado. Exige-se
do pesquisador esforo de reflexo e acurado senso crtico alm de
supor uma boa base de conhecimentos gerais relacionados com o
assunto.
No deve o comentador estender-se demasiadamente, procurando no
ir alm de cinco pginas de comentrio. O esquema compreende seis
partes distintas das etapas da investigao.
Natureza do texto
A primeiro passo do comentrio consiste em determinar a natureza,
o "ser" documento. A leitura e a interpretao do texto pressupem a
exata noo do que ele : trecho de obra, carta, artigo de imprensa,
trecho de um discurso, artigo de uma lei, decreto, pargrafo de uma
encclica, termos de contrato, etc.. O comentador deve abrir sua
inteligncia, deixar o texto falar, dizer o que . Somente assim
poder interpret-lo objetivamente.
Circunstncias da redao
Um documento no surge por acaso: est relacionado com os efeitos,
as correntes de idias, as idias, as opinies e a cultura da
poca.
As circunstncias da redao consistem em fornecer explicao lgica e
objetiva para o aparecimento do texto. Trata-se de inseri-lo no
contexto, relacionando-o com os fatos e a idias que se encontram em
sua gnese. O comentador deve ser breve, mencionando somente os
elementos indispensveis para se compreender porque o texto foi
redigido.
Idia Geral e Plano
O comentador definir numa frase a idia geral do texto e fornecer
a seguir os itens que compem o plano atravs do qual o autor
desenvolveu sua idia geral, se possvel, utilizando palavras do
prprio autor.
Explicao dos detalhes
a parte mais extensa do comentrio. Deve-se tomar palavra a
palavra e explic-las de maneira que no reste dvida alguma quanto ao
significado dos termos usados pelo autor. O comentador usar sua
formao ou conhecimentos gerais para as explicaes necessrias ou
pesquis-las se for o caso. A explicao do texto corresponde fase de
anlise.
Alcance do texto
O alcance do texto corresponde fase de sntese que representa a
ltima etapa do pensamento reflexivo. uma concluso. Esse alcance
decorre logicamente das explicaes fornecidas na frase anterior.
Coloca-se em evidncia o valor e a importncia do texto em si. Os
elementos dispersos no texto devero se agrupados ou distribudos em
unidades lgicas de um esquema em que predominam a ordem e a
hierarquia dos fatos.
Conseqncias
Ao definir o alcance do texto, o comentador permanece
inteiramente concentrado no trecho em si. Quando passa a examinar
as conseqncias do mesmo, deve extrapolar sua anlise interna para
alcanar-se no tempo ou na histria posterior.
3 Seminrio de estudos
O seminrio de estudos um mtodo utilizado tanto em cursos de
formao superior, ps-graduaes, reunies congressos, encontros
programados por rgos e instituies diversas. Constata-se,
freqentemente, que o seminrio depende daquele que introduz o
assunto e conduz sua discusso, ficando seu xito condicionado a um
indivduo e ao interesse e dos outros para intervir oportunamente no
debate:
Trs so as finalidades do debate:
.Transmitir informaes: que seriam coletadas atravs de pesquisa
individual ou de grupo, em conformidade com a metodologia
cientfica. Contribuies de especialistas servem para divulgar as
conquistas mais recentes da cincia e apontar novos caminhos para
investigao.
.Discutir informaes; o dilogo fecundo, como prova dinmica de
grupo. A reflexo se desenvolve quando de "provocaes". O debate
induz novos aspectos da anlise, alimenta e fundamenta a crtica dos
dados.
.Extrair concluses; um seminrio, pelos seus objetivos, pode
chegar a trs formas de concluso:
a) de ordem metodolgica;
b) de ordem cognoscitiva;
c) de ordem prtica.
Num seminrio de mestrados, discutem-se a metodologia de trabalho
e os conhecimentos adquiridos, assentando-se concluses provisrias
ou definitivas nesses aspectos.
A preparao de um seminrio condiciona seus resultados. Deve-se
divulgar com antecedncia a temtica a ser desenvolvida, e tambm
distribuir os documentos a ela relacionados. O estudo destes textos
e a busca de informaes complementares, colocam-nos em posio de
contribuir positivamente nos debates.
Um seminrio bem conduzido comporta pelo menos trs fases:
1- exposio do tema ou tese a ser discutida;
2- discusso em grupo, envolvendo a participao individual,
mediante levantamento de novos problemas;
3- concluso, em forma de relatrio sinttico que pode ou no ser
submetido considerao dos participantes. O relator deve ser indicado
previamente.
Tomar apontamentos, durante a exposio de algum, para confirmao,
contestao ou esclarecimento posterior, a melhor forma de agilizar o
pensamento e preparar o debate (efeito prtico). Concluda a exposio,
j dispomos de uma srie de elementos para debates, ricos e variados
que surpreendero a inteligncia mediana. Desta maneira, ganha-se
tempo e participa-se dos debates com intervenes oportunas e
adequadas.
CONCLUSO
Segundo CERVO e BERVIAN, a aprendizagem do saber j elaborado no
pode ser feita de maneira passiva ou receptiva. Deve o estudioso,
motivado pela curiosidade e com esforo pessoal, reescrever o
conhecimento de maneira original e prpria.
O que move o trabalho intelectual a fora interior, disposio
subjetiva do pesquisador chamado "esprito cientfico" que busca
solues adequadas, imparciais e objetivas no exame dos problemas
apresentados.
O esprito crtico na anlise dos objetos de pesquisa, leva em
conta que todo o trabalho cientfico tem duas condies ou momentos
decisivos:
1- O domnio perfeito do conhecimento e manejo dos instrumentos
de trabalho, que so fundamentao cientfica, dos pressupostos da
pesquisa e dos processos do mtodo cientfico;
2- A execuo fiel e ordenada de todas as tarefas exigidas ao
longo da pesquisa, percorrendo todas suas fases, desde a escolha do
assunto at sua apresentao e divulgao dos resultados.
A metodologia cientfica constitui-se em instrumento essencial na
busca de conhecimento dentro das diversas reas de estudo. Toda
nfase foi dada ao estudo bibliogrfico porque sempre envolve o
pesquisador.
A metodologia cientfica deve ser considerada uma disciplina
auxiliar e no autnoma nos currculos das universidades. Seu xito
depende do uso que dela fizerem os envolvidos na tarefa de
universidade de hoje: ensino, pesquisa e extenso.
Bibliografia:
CERVO, Amado Luiz . BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientfica
4ed. So Paulo: Makron Books .2000.
Prof Maria Aparecida da Silva.