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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV | WYDEN CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL GLAYDSTON JAMES GOIZ MATEUS RESHORING AOS ESTADOS UNIDOS E O SIGNIFICADO DO MADE IN USA: UM ESTUDO DE CASO RECIFE 2018
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Mar 24, 2020

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV | WYDEN

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

GLAYDSTON JAMES GOIZ MATEUS

RESHORING AOS ESTADOS UNIDOS E O SIGNIFICADO DO MADE IN USA:

UM ESTUDO DE CASO

RECIFE

2018

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GLAYDSTON JAMES GOIZ MATEUS

RESHORING AOS ESTADOS UNIDOS E O SIGNIFICADO DO MADE IN USA:

UM ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional

em Gestão Empresarial do Centro Universitário

UniFBV|Wyden, como requisito parcial com

vistas à obtenção do título de Mestre em Gestão

Empresarial.

Orientadora: Prof.ª Dr. ª Maria Auxiliadora Diniz de

Sá.

RECIFE

2018

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Catalogação na fonte -

Biblioteca do Centro Universitário UniFBV | Wyden, Recife/PE

M425 Mateus, Glaydston James Goiz.

Reshoring aos Estados Unidos e o significado do Made in

USA: um estudo de caso. / Glaydston James Goiz Mateus.–

Recife : UniFBV | Wyden, 2018.

120 f. : il.

Orientador(a): Maria Auxiliadora Diniz de Sá.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Centro

Universitário UniFBV | Wyden.

1. Reshoring. 2. Offshoring. 3. Estados Unidos. 4. Made

in USA. 5. Nearshoring. 6. Outsourcing. I. Título.

DISS 658[18.2]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca.

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A Deus, pois, me permitiu viver este

momento, trazendo alegria a todos que

contribuíram para a realização deste

trabalho.

A minha esposa e filhas, que me

encorajaram e motivaram todos os dias

para que cumprisse mais uma etapa de

avanço em minha vida.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me dado saúde, força, inteligência, perseverança para superar

todas as dificuldades e conseguir chegar ao final dessa jornada.

De forma especial a minha esposa Maraisa Amorim Goiz Mateus, pela paciência e

sacrifício durante essa etapa, abdicando de minha presença, corroborando sempre para

um ambiente onde eu pudesse produzir, abrindo mão de si própria em favor deste

objetivo.

As minhas filhas, Júlia Amorim Goiz Mateus e Isabella Amorim Goiz Mateus, por

servirem de inspiração e razão para enfrentar esse desafio acadêmico. Filhas que em todo

tempo abriram mão do tempo com “o papai”, mesmo sem entender, para que eu pudesse

avançar nesse sonho. Obrigado minhas filhas por me darem tanto amor e carinho, me

fortalecendo e encorajando a nunca desistir.

Agradeço a esta minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Maria Auxiliadora Diniz de Sá, pela

paciência, dedicação e ensinamentos que possibilitaram que eu realizasse este trabalho.

Sua dedicação e carinho jamais serão esquecidos, me inspirando a ser um professor de

excelência e ao mesmo tempo me ensinando a lidar com as fragilidades e inseguranças

que surgem no decorrer do caminho. Nunca esquecerei a frase ”confie em mim” e

“acredito em você”.

A esta instituição pelo excelente ambiente oferecido aos seus alunos, ao corpo docente

composto de profissionais qualificados que se dedicaram a nos orientar no caminho da

pesquisa acadêmica, além da direção e a administração, que realizam seu trabalho com

tanto amor e dedicação, trabalhando incansavelmente para que nós, alunos, possamos

contar com um ensino de extrema qualidade. Agradeço a minha mãe Maria de Fátima

Goiz Mateus e minha irmã Rita de Cássia Goiz Mateus Santos e a todos meus familiares

e aos meus amigos que me incentivaram a não desistir.

Em especial aos meus amigos Prof. Dr. Roniere Costa e sua esposa Profa. Dr.ª Ivna Costa,

dois dos principais motivadores para que enfrentasse mais essa etapa em minha vida,

obrigado por acreditar em mim.

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RESUMO

Estuda o fenômeno de reshoring, o retorno de empresas americanas aos Estados Unidos.

Possui objetivo principal de identificar os fatores motivadores para a mudança das

grandes cadeias de suprimento mundial para os Estados Unidos, em um movimento de

volta para casa ou de investimento estrangeiro direto. Analisar suas potencialidades,

ameaças nessa movimentação, assim como estudar o ressurgimento do selo Made in USA

e seu relacionamento com as cadeias de consumo americana. Buscou-se através da

abordagem qualitativa identificar e estudar a manifestação do fenômeno reshoring diante

de procedimentos e comportamentos diversos, não partindo de hipóteses definidas, não

se detendo a procurar subsídios que afirmem ou neguem indicações, buscando através do

estudo de caso, identificar e compreender as experiências vivenciadas. Visto que esse

método de Estudo de Caso, é uma forma de aprofundar no conhecimento de uma unidade

individual. É o mais adequado para responder questionamentos que o pesquisador não

tem muito controle sobre o fenômeno estudado, o estudo de caso traz condições para se

entender a forma e os motivos que levaram a determinadas decisões, por isso a definição

do tema se caracteriza como ponto de partida, definindo qual tipo de experiência vivida

será investigada. Pesquisar as relações entre o fenômeno de reshoring e a volta do Made

in USA trará significância e relevância sobre a compreensão das relações de consumo

como fatores influenciadores e identificação do valor agregado nas decisões corporativa

de mudança de suas instalações. Utilizou-se dados secundários para obtenção das

respostas necessárias para o atendimento ao problema de pesquisa, documentos, relatórios

elaborados por empresas especializadas no fenômeno reshoring e estudo das relações de

consumo, ligadas as mudanças da cadeia de suprimentos, a consideração documental é

uma técnica importante nos trabalhos acadêmicos qualitativos, tanto para finalização de

dados obtidos por outros instrumentos, como explorando novos enfoques de uma

problemática ou assunto, por intermédio da análise de conteúdo.

Palavras-chave: Reshoring. Made in USA. Nearshoring. Supply chain. Offshoring.

Outsourcing.

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ABSTRACT

It studies the phenomenon of reshoring, the return of American companies to the United

States. It has the main objective of identifying the motivating factors for the change of

the great world supply chains to the United States, in a move back home or of foreign

direct investment. Analyze potentialities, threats in this movement, as well as study the

resurgence of the Made in USA label and relationship with the American consumer

chains. It was sought through the qualitative approach to identify and study the

manifestation of the phenomenon reshoring before diverse procedures and behaviors, not

starting from defined hypotheses, not stopping to look for subsidies that affirm or deny

indications. A case study method is a way to deepen the knowledge of an individual

person, problem for responding questions to the researcher not too much control over the

study sample, the study case report the conditions to understanding the extreme effects

and led to simple decisions, so what is the will to investigate. Researching the relationship

between the phenomenon of reshoring and the return of Made in the USA will bring

significance and relevance to the understanding of consumer relations as influencing

factors and identification of added value in corporate decisions to change their facilities.

Secondary data were used to obtain the necessary answers to answer the research

problem, documents, reports elaborated by companies specialized in the phenomenon of

reshoring and study of consumer relations, related to changes in the supply chain,

documentary consideration is an important technique in qualitative academic works, both

for finalizing data obtained by other instruments and exploring new approaches to a

problem or subject, through the analysis of content.

Keywords: Reshoring. Made in USA. Nearshoring. Supply chain. Offshoring.

Outsourcing.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- TIPOS DE OFFSHORING. ................................................................................................... 22 FIGURA 2- ESTRUTURA DECISÓRIA PARA O OFFSHORING, SEGUNDO A ATIVIDADE E

LOCALIDADE ................................................................................................................................. 23 FIGURA 3- MOTIVOS PARA A TERCEIRIZAÇÃO .............................................................................. 26 FIGURA 4- RAZÕES NORTEADORAS DO RESHORING AOS EUA ................................................. 29 FIGURA 5 - FATORES MOTIVADORES DO RESHORING ................................................................. 30 FIGURA 6- RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS, MERCADO E CONSUMIDORES AMERICANOS ..... 38 FIGURA 7 - DIMENSÕES DA PESQUISA ............................................................................................. 39 FIGURA 8- ENCENAÇÃO PELO PRESIDENTE DONALD TRUMP ................................................... 53 FIGURA 9- REPRESENTAÇÃO SOBRE A ANTIGA BUROCRACIA AMERICANA ........................ 54 FIGURA 10- CORTE DA FITA QUE REPRESENTOU A BUROCRACIA AMERICANA .................. 54 FIGURA 11- TRUMP CRITICA RELAÇÃO COMERCIAL DOS EUA COM O BRASIL .................... 59 FIGURA 12- LOGOMRCA DA AIRBUS ................................................................................................. 63 FIGURA 13- EMPRESA APPLE .............................................................................................................. 78 FIGURA 14-DADOS EXTRAÍDO SOBRE A EMPRESA GENERAL MOTORS .................................. 79 FIGURA 15- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA BOEING . .................................................. 80 FIGURA 16- DADOS SOBRE A EMPRESA FORD................................................................................ 80 FIGURA 17- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA GENERAL MOTORS. .............................. 81 FIGURA 18-DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA DOW. ......................................................... 82 FIGURA 19- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA GENERAL ELETRIC ............................... 83 FIGURA 20- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA WHIRLPOOL ........................................... 84 FIGURA 21- DADOS DA EMPRESA CARTERPILLAR ...................................................................... 84 FIGURA 22- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA POLARIS .................................................. 86 FIGURA 23- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA SOLARCITY ............................................ 87 FIGURA 24- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA MERCK & CO., INC ................................ 87 FIGURA 25- DADOS EXTRAÍDO SOBRE A EMPRESA AMGEN ...................................................... 88 FIGURA 26- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA GENTEX ................................................... 89 FIGURA 27- DADOS EXTRAÍDOS SOBRE A EMPRESA INSULET CORPORATION ..................... 89 FIGURA 28- DISTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS NOS EUA .................................................................... 94 FIGURA 29- FALA DE CONSUMIDOR(A) AMERICANO(A) ............................................................. 99 FIGURA 30- FALA DE CONSUMIDOR(A) AMERICANO(A) ........................................................... 100 FIGURA 31- FALA DE CONSUMIDOR(A) AMERICANO(A) ........................................................... 100 FIGURA 32- FALA DE CONSUMIDOR(A) AMERICANO(A) ........................................................... 101 FIGURA 33- FALA DE CONSUMIDOR(A) AMERICANO(A) ........................................................... 101 FIGURA 34- FALA DE CONSUMIDOR(A) AMERICANO(A) ........................................................... 102 FIGURA 35- SELO “MADE IN USA” ................................................................................................... 103 FIGURA 36- SELO “MADE IN USA” ................................................................................................... 103 FIGURA 37- SELO “MADE IN USA” ................................................................................................... 104

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- ESTUDOS RELACIONADOS AOS TEMAS DE INTERESSE.......................................... 19 TABELA 2- COMPARATIVO ENTRE MOTIVOS AO OFFSHORING OU RESHORING .................. 49 TABELA 3- DADOS AIRBUS .................................................................................................................. 65 TABELA 4- DADOS DA AIRBUS-BOMBARDIER ............................................................................... 67 TABELA 5-FATORES DETERMINANTES PARA REALIZAÇÃO DO RESHORING OU FDI ......... 73

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- EMPRESAS POR ESTADO AMERICANO ...................................................................... 45

GRÁFICO 2- EMPREGOS GERADOS POR EMPRESAS ...................................................................... 50

GRÁFICO 3- BALANÇA COMERCIAL BRASIL E ESTADOS UNIDOS ............................................ 61

GRÁFICO 4- EMPREGOS GERADOS NOS ÚLTIMOS 4 ANOS .......................................................... 68

GRÁFICO 5- RESHORING + FDI CRIAÇÃO DE EMPREGOS ............................................................ 70

GRÁFICO 6-DISPOSTO DE EMPREGOS POR ESTADO. ........................................................................

GRÁFICO 7- EMPREGOS NA INDÚSTRIA DE 1970 A 2014 ............................................................... 71

GRÁFICO 8-RESHORING X FDI - INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO ............................... 72

GRÁFICO 9- NÚMERO DE EMPREGOS INDÚSTRIAIS NOS ESTADOS UNIDOS. ......................... 75

GRÁFICO 10- RESHORING + FDI POR TIPO DE INDÚSTRIA. .......................................................... 90

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ZEE´s Zonas Econômicas Especiais

JIT Just in Time

FEE Foreign Emergent Economy

DLE Desintegração, localização específica e externação

BCG Boston Consulting Group

ILGWU Sindicato internacional dos trabalhadores de confecção feminina

FTC Federal Trade Commission

FDI Foreign Direct Investiment

GE General Electric

ACC American Chenistry Council

CFPB Departamento de proteção financeira ao consumidor

MDIC Ministério da Indústria e Comércio

ITMS International Manufactoring Tecnology Show

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15

1.1 Objetivos da pesquisa .............................................................................................. 17

1.2 Objetivo geral ........................................................................................................... 18

1.2.1 Objetivos específicos ............................................................................................. 18

1.3 Justificativas da pesquisa ........................................................................................ 18

1.3.1 Justificativas teóricas ............................................................................................. 18

1.3.2 Justificativas práticas ............................................................................................. 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 20

2.1 Reshoring .................................................................................................................. 20

2.2 Made in USA ............................................................................................................. 33

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 36

3.1 Caracterização da pesquisa .................................................................................... 36

3.2 Lócus da pesquisa .................................................................................................... 37

3.3 Dimensões da pesquisa ............................................................................................ 39

3.4 Sujeitos da pesquisa ................................................................................................. 39

3.5 Instrumentos de coleta dos dados .......................................................................... 40

3.6 Técnica de análise dos dados ............................................................................. 41

3.7 Limites e limitações da pesquisa ....................................................................... 41

4 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 43

4.1 Oportunidades para o reshoring, aos Estados Unidos. ........................................ 43

4.1.1 Oportunidades da indústria automotiva ................................................................. 45

4.1.2 Oportunidades do setor quimico ............................................................................ 46

4.1.3 Incentivos governamentais, manifestações políticas ....................................... 51

4.1.4 FDI-investimentos estrangeiros motivados pelo reshoring. .................................. 61

4.1.5 Oportunidades na geração de empregos ao reshoring. .......................................... 67

4.2 Ameaças ao reshoring .............................................................................................. 90

4.3 O significado do Made in USA para os Estados Unidos. ...................................... 93

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 107

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 112

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1 INTRODUÇÃO

Grandes empresas, em geral, em todo o mundo, sejam elas executoras de obras de

engenharia, fornecimento de serviços especializados, indústrias, produtos e máquinas, por

exemplo, estão cada vez mais em busca da permanência no mercado, de forma

competitiva; para tanto, precisam se manter em constante transformação, buscando

melhores oportunidades, práticas e estratégias.

Dentre essas, destaca-se a prática de produzir, em larga escala, com custo reduzido, por

meio de mão de obra qualificada, incentivos fiscais e diversas possibilidades de

terceirização - outsourcing dos serviços e etapas de produção. Nessa política que

empresas estadunidenses e europeias buscaram implantar suas fábricas e investimentos,

onde pudessem, de forma substancial, aumentar a sua produtividade, com baixo custo

(MIT FORUM, 2012).

As empresas envolvidas nesse processo, que buscaram alternativas para produção de

baixo custo, passaram a migrar, no processo chamado offshoring, que consiste na

transferência de etapas de produção, ou em sua integralidade, para outros países,

principalmente àqueles de economia emergente.

De sua parte, esses países procuraram oferecer vantagens, as mais diversas, como por

exemplo, a China que, no início dos anos 80, criou as Zonas Econômicas Especiais

(ZEEs), destinadas à indústria, localizadas, geralmente, em áreas costeiras, para

viabilizar, tanto a logística, quanto benefícios fiscais, além de outras vantagens, com o

intuito de atrair o capital estrangeiro (NONNENBERG; et al., 2009).

Nesse interesse, ainda, foi criado o programa de “Joint Venture”² que passou a exigir das

empresas que pretendiam se instalar nesses países, parcerias com empresas locais,

transferindo-lhes a tecnologia utilizada na produção. Na visão de Bresser-Pereira (2011)

esse modelo conseguiu atrair muitas empresas, por vários anos, as quais passaram a

oferecer produtos mais baratos e acessíveis, aos seus mercados consumidores.

Sendo assim, os países receptores, em sua maioria aqueles asiáticos, por sua vez, puderam

ver sua realidade socioeconômica mudar de forma crescente: criaram-se oportunidades

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de negócios e parques fabris. No caso da China, especificamente, esse fenômeno foi

responsável pela sua ascensão na economia mundial: da nona posição, à segunda.

Países como Taiwan e Índia, por exemplo, se destacaram, pelos diversos incentivos, tais

como: câmbio desvalorizado, vasta mão de obra barata, poucas garantias trabalhistas,

quase nenhuma restrição ou regulação das condições de trabalho ou jornada diária, boa

infraestrutura logística, impostos resumidos e simplificados, redução da burocracia e de

entraves, incentivos fiscais, dentre outros (GORYNIA; MROCZEK, 2013).

Essa relação perdurou durante vários anos como sendo a mais certa e competitiva das

formas de produzir barato - principalmente, para as empresas estadunidenses, japonesas

e europeias, que vendiam seus produtos e serviços, em suas moedas fortes e valorizadas,

quando produziam em moedas extremamente desvalorizadas (RAMAMURTI, 2012).

No entanto, esse cenário atraente e lucrativo começou a mudar na sua forma e no seu

resultado, desde quando os chineses passaram a dominar a forma de produção e

começaram a confeccionar alguns produtos, similares ou idênticos, de maneira

clandestina, ilegal, apoiados por uma cláusula sobre transferência de tecnologia, sem a

garantia de direitos de propriedade intelectual, que haviam incluído, nesses contratos. A

partir daí essa condição colocou as empresas estrangeiras em posição de desvantagem, as

quais passaram a competir, pelos mesmos clientes, no mercado internacional (BRESSER-

PEREIRA, 2011).

Nesse interim, também foram implantados alguns benefícios, tais como: aumento de

salário e garantias trabalhistas, redução da jornada de trabalho, entre outros, que levaram

empresas estrangeiras a buscar outras estratégias (NONNEMBERG, 2010).

Uma delas foi voltar para os seus países de origem, em um processo reverso, denominado

reshoring. Nesse caso, além de recuperarem condições e capacidade de operação e

competitividade, poderiam, ainda, contribuir para melhorar a economia local, por meio

da produção de bens de consumo que resultaria em riqueza, valores agregados, além do

crescimento do emprego e renda (ELLRAM, 2013).

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De fato, a volta de produtos de fabricação americana, nas prateleiras dos supermercados

e grandes varejistas, passou a ser notada, bem como uma propagação ou impulso

mercadológico, sugerindo uma possível preferência, por parte dos consumidores. Neste

sentido os grandes fabricantes passaram a considerar que a produção doméstica, reduziria

os erros de planejamento, devido à proximidade com o mercado consumidor e um melhor

gerenciamento da cadeia de suprimento, garantindo uma resposta mais rápida às

mudanças e aos clientes (YU et al., 2017).

Assim, com a volta do Made in USA, a estratégia de produção doméstica procurou, desde

então, atender a duas premissas para esse novo movimento das cadeias de suprimento

global: a primeira tentou reduzir os erros de forma a minimizar os riscos de um

planejamento mal sucedido, entre a produção e a entrega - o JIT ou Just in Time, que

procura realizar entregas menores em maior frequência, de maneira a reduzir a falta de

produto, remarcações, investimento em estocagem e armazenamento, taxa de

rotatividade, em contrapartida, aumentar a resposta e o lucro (KUNZ, 2010; SIRKIN et

al., 2011).

Já a segunda premissa, buscou munir consumidores de significância, ao adquirir produtos

de fabricação nacional, reacendendo, assim, o patriotismo americano e a criação de

empregos, no Estados Unidos (FRIEDMAN, 2012).

De fato, com a volta já de alguns dos produtos de fabricação nacional, em suas prateleiras,

vem-se notando que o planejado tem cumprindo seu propósito, pois pesquisas recentes

realizadas pelo Boston Consulting Group e o Reshoring Institute comprovam os valores

agregados ao selo Made in USA.

Diante dessa situação, surgiu o interesse em responder a seguinte questão: quais motivos

têm estimulado o reshoring, aos Estados Unidos e o significado do Made in USA para

eles? Para investigar essa questão, foram estabelecidos os seguintes objetivos, a seguir.

1.1 Objetivos da pesquisa

A seguir, estão apresentados os objetivos que vão conduzir esta pesquisa, tanto o geral,

quanto aqueles específicos.

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1.2 Objetivo geral

Investigar quais motivos têm estimulado o reshoring, aos Estados Unidos e o significado

do Made in USA para eles.

1.2.1 Objetivos específicos

a) Identificar oportunidades para o reshoring, aos Estados Unidos.

b) Identificar ameaças do reshoring, aos Estados Unidos.

c) Investigar o significado do Made in USA para os Estados Unidos.

1.3 Justificativas da pesquisa

Entende-se que a realização desta pesquisa esteja justificada, segundo os aspectos

teóricos e práticos, como se apresentam, a seguir.

1.3.1 Justificativas teóricas

Acredita-se que os fenômenos offshoring e o reshoring vivenciados pelos Estados Unidos

tenham trazido conhecimentos e experiências, tanto para a academia, quanto para

empresas, de um modo em geral. Entretanto, apesar de haver produções científicas

descrevendo-os, atualmente tem surgido um outro aspecto, o Made in USA, que tem

despertado o interesse de pesquisadores.

Nesse propósito, procedeu-se uma busca em periódicos dos Portais SPELL, SCIELO e

EBSCO, para averiguar o que já há publicado e quais as lacunas que ainda se apresentam.

Sendo assim, constatou-se que há vários artigos recentes, que tratam sobre o fenômeno

offshoring, em sua maioria referentes a estudos de casos específicos. Quanto ao fenômeno

reverso, o reshoring, há em quantidade inferior, o que é justificável por ser um fenômeno

relativamente recente.

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Sobre o Made in USA, as Referências tornam-se ainda mais escassas; em geral, todos

esses artigos referem-se a temas que pouco ou nada discorrem a respeito do tema em

pauta; mesmo assim, espera-se que sirvam de base para esta pesquisa.

Tabela 1- Estudos relacionados aos temas de interesse

Temas Quantidade de Referências

Termo Ebsco Scielo Spell Ebsco Scielo Spell

Offshoring 36 95 62 08 04 06

Reshoring 27 32 28 02 03 01

Made in USA 12 16 14 03 04 05

Made in America 18 06 11 03 02 03

Domestic Production 09 11 07 01 00 02

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

1.3.2 Justificativas práticas

Entende-se que um estudo sobre os fenômenos offshoring e o reshoring, ainda, sobre o

Made in USA, venha contribuir para decisões empresariais e governamentais, tais como:

a) Ferramenta para elaboração de políticas de estado, de modo estratégico e

direcionado para atração e permanência de empresas transnacionais, diante do modelo

atual ‘de volta ao país’.

b) Assessoramento a empresários, empreendedores e investidores, no

direcionamento de investimentos atraentes para organizações transnacionais, em acordo

com o mercado consumidor.

c) Desenvolvimento de pesquisas sobre movimento de cadeias de suprimento e

consumo, beneficiando estudiosos sobre esses temas abordados.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A seguir estão apresentados os dois construtos que fazem parte deste trabalho e que vão

apoiar a análise dos dados: reshoring e o significado do Made in USA.

2.1 Reshoring

Nos últimos anos, o fenômeno reshoring tem recebido atenção especial por parte da classe

política dos Estados Unidos. Na última eleição presidencial, esse assunto se tornou um

dos mais debatidos, por causa da desaceleração econômica, aumento da atenção a respeito

da sustentabilidade e maior expectativa de clientes, quanto à flexibilidade e diminuição

de custos. (GALLUP ECONOMY,2018).

O reshoring é entendido como o movimento de transferência de fabricação, de volta ao

país de origem e é resultado do fenômeno offshoring (ELLRAM, 2013).

Por sua vez, o offshoring surgiu a partir do fenômeno do outsourcing que compreende a

dinâmica de algumas empresas, que por meio de seu planejamnto estratégico, identificam

a necessidade de não apenas “comprar ou fazer”, mas fazer em conjunto, movimentando

sua planta fabril por completo, direcionando sua produção e estrutura, para países de

economia emergente. (MANNING, S., MASSINI, S.,; LEWIN, A. Y. ,2008).

Entende-se que as cadeias de suprimento procuram se manter em posições estratégicas de

competitividade, com a finalidade de garantir um legado maior, no nicho de mercado em

que atuam; procuram econtrar pontos de equilibrio entre o que pode ser feito ou comprado

e em que lugar. (ELLRAM, L. M., TATE, W. L., & BILLINGTON, C., 2008).

Em décadas passadas, autores como Coase (1937) e Williamson (1975; 1979) discutiram

a premissa make-or-buy, ou seja, faça ou compre, que sugere uma avaliação sobre fazer

no próprio país ou comprar em outro, ou seja, produzir bens, em sua totalidade ou uma

parte deles, na planta local ou comprar suprimentos de empresas diversas, em outro país.

A partir dessa decisão, inicia-se um processo de planejamento estratégico com a

finalidade de definição sobre qual a melhor forma de produção (BEUGRE; ACAR, 2008).

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Exatamente esse processo de terceirização de serviços ou de mão de obra que é chamado

de outsourcing, que, em sua maioria, tem sido firmado entre países e empresas de

economia emergente (em inglês identificadas pela sigla FEE). Esses, por poderem

proporcionar um custo menor, aos produtores, devido à abrangência de mão de obra mais

barata, captam empresas que queiram terceirizar totalmente ou parte de sua produção ou,

ainda, apenas algumas peças ou parte de um produto, (ELLRAM, L.M., ET AL., 2013A).

Um ponto a ser observado são os motivos que podem impulsionar uma empresa a migrar

sua produção para outro país: para algumas, a decisão pode vir pelo menor preço; para

outras, a qualidade desejada; ainda, o tempo gasto para a entrega. Entretanto, há um

esforço no sentido de reconsiderar se as instalações de fabricação de baixo custo atendem

às configurações de cadeia de suprimentos. Parece que esse é o momento de rediscutir a

decisão de localização de fabricação, por diferentes perspectivas ou pela observação de

outros fatores, que não simplesmente menor custo, como bem afirmam Ellram, Tate e

Petersem (2013).

Ellram (2013) vai mais além nessa análise, quando afirma que o intellisourcing será o

futuro das decisões de localização das fábricas; para ele, as organizações não mais

enfatizarão exclusivamente locais de baixo custo, uma vez que têm relevado a sua

imagem, por meio de uma visão mais equilibrada, transparente e ética, na escolha de onde

produzir.

Apte e Mason (1995) e mais recentemente Roy e Sivakumar (2011) ressaltam outro risco

do outsourcing, que pode, inclusive, afetar um negócio, é o fato do repasse da tecnologia

ou terceirização das operações, para empresas sem valores éticos, que podem se

aproveitar e plagiar o saber fazer; especialmente em países onde a legislação de direitos

autorais empresariais é mais frágil.

Nesse processo, o país que mais favoreceu o outsourcing, nesses últimos anos, foi a

China, que por meio do programa Joint venture, firmou parcerias entre empresas

migradoras e empresários chineses, a fim de trabalhar em conjunto, compartilhando,

sobretudo, tecnologias, dentre outros aspectos, ( ELLRAM, L.M., ET AL., 2013B).

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Oportuno é diferenciar esses dois fenômenos: o outsourcing, trata da geografia ou de uma

decisão estratégica de localização de produção, ou seja, da transferência de uma atividade

fabril, para outra localidade, fora de um país; quanto ao offshoring, refere-se a uma

decisão executiva de propriedade, (TATE, W. L.,2014).

Quanto ao fenômeno offshoring, foi mencionado, pela primeira vez, por Bernstein (2001);

segundo Amoribieta et al. (2001) referindo-se a um processo de gerenciamento e

atividades, negócios e sublocação (terceirização) de serviços fora das fronteiras de um

país (cf. Figura 1).

Figura 1- Tipos de offshoring.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

O offshoring trás para a empresa um cenário garantidor de permanência no mercado, de

forma competitiva, por meio de acesso a mão de obra de baixo custo, recursos

tecnológicos mais acessíveis, às vezes de difícil acesso ou de elevado custo de aquisição,

nos países de origem do empreendimento, (TATE, W. L.,2014).

Boardman et al. (2008) depois de analisar 173 estudos acadêmicos, realizados nesses

últimos 25 anos, afirmaram ser possível compreender o fenômeno de offshoring, a partir

de dois modelos. Em primeiro lugar, por meio de uma estrutura decisória, foi

desenvolvida no processo de migração das cadeias de suprimento para países diversos

que o seu de origem.

•PRODUÇÃO IN HOUSE

•FORNECEDOR DE SI MESMO

OFFSHORECAPTIVE

•PRODUÇÃO FORNECEDOR

•TERCEIRIZAÇÃO DO SERVIÇO

OFFSHORE OUTSORCING

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Figura 2- Estrutura decisória para o offshoring, segundo a atividade e localidade

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

O segundo modelo trata-se de uma abordagem conceitual teórica, a qual caracteriza o

offshoring como suporte e apoio; nesse caso, a decisão para a mudança da localidade deve

levar em conta a disponibilidade para a execução das tarefas e a redução dos custos, ao

ponto de se constituir em vantagem competitiva, (ELLRAM, L. M., TATE, W.

L.; PETERSEN, K. J,2013).

Para Jensen e Pedersen (2011) o offshoring é a forma de aumentar, de forma geral, a

eficácia de todo o processo, uma maneira de otimizar o meio atual. Dessa forma Buckley

e Casson (1976) diferenciam internacionalização de offshoring, pois o primeiro é um

mecanismo de procura de mercado e o segundo foca na busca de recursos, como forma

de apoio às atuais operações, como opção de melhoria ou otimização da produção atual,

aproveitando vantagens competitivas, em comparação àquelas desfrutadas na localização

atual.

De suas partes, Albertoni et al. (2017) analisam o offshorring dos negócios, sob o foco

de três fatores principais: desintegração, localização específica e externização, que

formam a sigla DLE. Assim, a primeira busca direcionar seu foco para as competências

necessárias e maior flexibilidade, uma vez que a localização específica procura identificar

as vantagens de transferência de localização para outro país e podem ter como pricipais

fatores ou beneces: ingresso em novos mercados; redução de custos e, possibilidade de

acesso a novos recursos ou ativos estratégicos (DUNNING, 1993; 2000).

Tomada de decisão (offshoring)

Qual atividade será offshored

Qual localização se instalarDecisão executiva

(propriedade)

Qual parceiro escolher Controle e coordenação

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Finalmente, a externalização, inclui a decisão sobre fazer ou comprar fora do país, por

meio do outsourcing ou offshoring, levando em consideração argumentos tradicionais

de economia e os custos envolvidos (GRIFFITH, HARMANCIOGLU, DROGE, 2009;

ELLRAM, 2013).

Em termos mais específicos, entende-se a desintegração como a reestruturação das

cadeias de valores, tendo como vantagem a diminuição da complexidade por administrar

iniciativas estrangeiras e ganhar mais flexibilidade organizacional. Aprendendo de forma

mais célere e se adaptar mais rapidamente as mudanças do mercado e sua tecnologia

embarcada, de forma a reduzir os custos e aumentando a eficácia da transparência nas

relações entre as fronteiras (ALBERTONI et al., 2017).

Seguindo esta mesma compreensão, GOORIS; PEETERS (2016) entendem que ações

como a divisão de atividades conjuntas, em módulos menores, de forma a reduzir o acesso

de terceiros à propriedade intelectual, minimiza os riscos de apropriação indébita.

Manning (2013) de sua parte entende que a desintegração da cadeia de valor nas grandes

organizações, permite que a escolha de localização possa ser otimizada, de forma a definir

o local de produção, de cada módulo, de acordo com a vantagem competitiva, seja ela de

ordem geográfica, tecnológica, inovação, dentre outras. Essa estratégia requer, também,

o efeito contrário, isto é, de reintegração, de forma a restabelecer a junção dos módulos e

suas interconexões, recriando a cadeia de valor.

Algumas atividades possuem capacidade para divisão e subdivisão em módulos,

permitindo o offshoring; contudo, algumas delas, aquelas mais complexas podem exigir

mais esforço e custos, o que pode afetar, de forma negativa, os resultados efetivos dessa

operação (MANNING; PEDERSEN, 2013).

Como resultado, certas organizações conseguem obter vantagens competitivas e explorar

benefícios da desintegração, quando se tem em suas operações, atividades totalmente ou

facilmente divididas, em módulos.

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Ao que se refere à localização específica, segundo o modelo DLE, as vantagens estão

ligadas a três principais estratégias, de acordo com Lewin, Massini, Peeters (2009) e

Manning, Massini, Lewin (2008):

I. penetração em novos mercados (marketing seeking): empresas que procuraram estender

suas atividades por meio do offshoring, podem reconsiderar sua localização para atingir

novos mercados ou redirecionar seus clientes para outros locais;

II. competição de preços, tendo elevado controle sobre a eficiência e redução de custos

(eficiência e recursos): empresas que buscaram a redução de custos e o aumento da

eficiência por meio do offshoring, passaram a considerar o reshoring para seu próprio

país, de acordo com a requalificação das condições e do custo de produção, tendo como

aliada a tecnologia; ou para outros países, que pudessem oferecer condições favoráveis a

essa nova migração, de forma a garantir a continuidade do cenário de baixo custo de

produção, só que com fatores determinantes diferentes. Pode-se usar como exemplo

países africanos e países com a economia em desenvolvimento;

III. procura de bens e serviços de ordem inovadora, de forma a diferenciar-se das ofertas

concorrentes (procura de bens), que pudessem decidir pelo reshoring como forma de

aprimorar seus conhecimentos e talentos criados durante o offshore.

Finalmente, quanto à externização e as vantagens, referentes ao processo de reshoring,

identificam-se a redução de custos sinalizados pela economia de escala, tipo de serviço,

especialização de mão de obra e oferta de prestadores de serviços. As relações entre

empresas e seus fornecedores externos, estrangeiros, importam na relação de custos

envolvidos para as transações, ações como: negociação, barganha, contratos,

monitoramento, gestão. Esses podem afetar de forma crucial a movimentação e/ou

intenção de transferência das atividades da organização. As decisões voltadas a externar,

resultam de um balanço positivo entre os benefícios e os custos envolvidos nessa

terceirização. (COASE, 1937; WILLIAMSON, 1971; 1991).

Estudos têm demonstrado que a decisão de terceirizar serviços, se torna mais robusta

quando as relações de custos de transação são baixas, ou seja, quando as atividades a

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serem terceirizadas tem sua volatilidade de mercado estabilizada; menos incertezas,

(ELLRAM, TATE, BILLINGTON, 2008).

Surgem outros fatores importantes na decisão de terceirizar parte das operações para

outros países, esses são também relacionados aos objetivos organizacionais, voltados a

aprimoramentos e melhorias em áreas deficitárias (cf. Figura 3).

Figura 3- Motivos para a terceirização

Fonte: adaptado de Ghodswar, Vaidyanathan, 2008.

De acordo com essa premissa, afere-se que os motivos que levam à terceirização, ou seja,

aqueles que estimulam empresas a sair de seu país de origem (offshoring) podem

contrariamente, afetar as decisões em uma possível intenção de reshoring, conforme

descrito por (TATE E BILLINGTON 2008).

De outra forma, a empresa, ao invés de retornar ao seu país de origem, pode optar pela

continuidade da terceirização (offshorring/outsourcing), migrando as operações

modulares ou completas para essa outra localidade, desde que apresente o mesmo

potencial de continuidade das vantagens, outrora recebidas.

Este tipo de cálculo de custo associado, total, propicia mais possibilidades de realização

de negócios com um determinado fornecedor e região, de acordo com os riscos e

potencialidades, com a obtenção da composição de custo total, levando-se em conta

inúmeras variáveis. (ELLRAM, 1995). Com a composição de um custo total de produção,

permite uma maior clareza propiciando decisões mais precisas, lastreadas em uma

Desempenho operacional

Melhoria

Redução de custos

(Investimento em ativos)

FinanceiroAumento da

fatia do mercado

Receita

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operação mais enxuta e curta, aliada à inovação e mudança de produtos são mais fáceis

de se gerir (GRAYET et al., 2013).

Para as grandes empresas que não fabricam seus produtos e optam pela contratação de

outra empresa, as relações podem ser mais facilmente rompidas e revistas se essas forem

baseadas na terceirização, quando houver uma maior flexibilidade e liberdade para ajustes

na relação, diferentemente das relações contraídas ou constituídas através de subsidiárias,

onde uma empresa compõe parte da outra. (ALBERTONI; ELIA; MASSINI;

PISCITELLO (2017).

A Índia, por exemplo, oferece mão de obra, com custo reduzido que tem atraído empresas

de callcenter. A fluência em inglês e o custo reduzido da mão de obra fez com que

algumas dessas, de origem americana, transferissem suas localidades para esse país,

(ELLRAM, L. M.,2013)

Segundo os autores, Levy, (2005), Kenney, Massini ; Murtha (2009), Lewin, Massini ;

Peeters (2009), a grande maioria das empresas que resolveu fazer a realocação de suas

fábricas para países de salários mais baixos são empresas que têm em comum as

atividades de baixa necessidade de mão de obra qualificada e jornada de trabalho

extensiva.

Lewin e Manning (2008) reconhecem que essas razões são motivos para empresas

realizarem o offshore de suas atividades. Outros autores a exemplo de: Contractor,

Kumar, Kundu ; Pedersen (2010) e Mihalache, Jansen, Van den Bosch ; Volberda (2012),

ainda identificam o offshore como oportunidade para empresas terem acesso à tecnologias

e conhecimento que em seu país são mais escassas.

Entretanto, esse cenário de vantagens ou a ilusão de um paraíso, não se aplicou a todos

os processos e atividades de offshore; algumas empresas enfrentaram problemas, tendo

que modificar o seu planejamento estratégico. Assim, essas experiências mal sucedidas

chamaram a atenção para os riscos envolvidos.

Neste sentido, Mihalache et al. (2012) advertem sobre a possibilidade de empresas se

fragilizarem, quanto a capacidade de competição, em seu mercado de atuação. Algumas

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atividades podem perder sua produtividade ou não ser bem executadas, devido à sua

complexidade ou especificidade, ou até mesmo, à distância entre os polos.

Nessa perspectiva, que Maltz (2012) discute o caminho para futuras pesquisas e

construções, sobre como, por que e onde empresas possam decidir localizar suas

operações de fabricação. Para ele, o avanço do mundo tem sido, literalmente, impactado

pelas cadeias de suprimentos globais; sendo assim, a fabricação se move, se contrai e se

expande.

Nesse caso, essas empresas podem decidir pela continuação dos objetivos firmados,

anteriormente, aqueles que as fizeram optar pelo offshoring, mas também podem preferir

o reshoring, cujos motivos podem ser desde a busca pelo alcance dos seus objetivos

estratégicos (ou mudança dos mesmos) até fatores externos, como uma proposta de

acolhimento especial.

Segundo Larsen, Manning e Pedersen (2013) o fenômeno do reshoring é frequentemente

descrito como decorrência de fatores negativos ou desvantajosos, provenientes do não

alcance dos objetivos, alteração do curso natural e programado dos negócios, variação em

ambos os polos, crise financeira nos países receptores, instabilidade política, ou até

mesmo um desastre natural.

Já os erros de ordem gerencial, esses podem surgir diante de situações inesperadas, tais

como custos não previstos, quando da implementação de uma decisão ou movimentação

estratégica (LARSEN, MANNING, PEDERSEN (2013).

Neste estudo, especificamente, investiga-se quais motivos têm estimulado o reshoring,

aos Estados Unidos que, nas últimas décadas, reavaliaram seus locais de produção e

condições para garantia de suas expectativas econômicas (TATE et al., 2014) ou seja,

procuraram formas de produzir mais, por menos custo, em um país de economia

emergente (FEE) como foi o caso da China.

De fato, segundo Ellram et al. (2013a, 2013b) após a crise de 2008 nos Estados Unidos,

diversas empresas tiveram que reavaliar suas estratégias de produção global de cadeias

de suprimento. O aumento do risco em suas operações havia levado a rever suas

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estratégias de produção, sobre pontos específicos que poderiam impactar, de forma

crucial, os custos de produção.

Relata Sirkin (2013) que, nas últimas quatro décadas, os trabalhos de chão de fábrica, de

empresas americanas, independentemente do tipo de atividade, migraram para países que

ofereciam possibilidade de produção de baixo custo; entretanto, segundo esse autor, elas

começam a retornar aos Estados Unidos.

Assim, o desaparecimento ou enfraquecimento das razões que o criaram offshoring,

fomenta e impulsiona o avanço do reshoring, para isso precisa-se entender essa transição

e seus fatores determinantes. Sobre essa questão, vários autores (cf. Figura 4) indicam

razões que têm norteado essas empresas para um replanejamento estratégico de mudança

de localização de produção e retorno ao seu país de origem.

Figura 4- Razões norteadoras do reshoring aos EUA

Fonte: Dados da pesquisa,, 2018.

Compreende-se que o reshoring surgiu como consequência e alternativa à mudança de

cenário dos países receptores, agora com vantagens diferentes daquelas antes

estimuladoras, quando do momento da saída (offshored); tudo indica que o movimento

Behar; Venables (2010); Fishman, (2012)

• Aumento do preço do combustível, que ocasiona impacto nos custos de transporte

Anon (2012); Fishman (2012)

• Aumento do custo da mão de obra

• Aumento da produtividade nos Estados Unidos "dólar por hora

• Sentimento de recuperação mais célere no caso de rompimento na cadeia de suprimentoMueller et al ( 2011)

•Aumento da valorização das questões ambientais

Clarke (2012); Riley; Vance (2012)

•Aumento dos problemas relacionados à propriedade intelectual

Culp ( 2012)

• Problemas com a volatilidade das taxas de câmbio

Williamson (2012)

• Localização mais próxima do mercado consumidor, reduz o tempo de produção e custos de transporte

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das cadeias de suprimento que as permite se manter competitivas está favorável, no país

de origem. As empresas estadunidenses têm liderado esse movimento nas cadeias de

suprimento e têm chamado a atenção da imprensa e muitos estudos voltados a consultoria

(FRATOCCHI et al., 2014).

Vários motivos são indicados como orientadores da decisão de mudança de localização

industrial, nesses últimos anos. Entretanto, segundo Gray et al. (2013); Kinkel; Maloca

2009), ainda faltam mais estudos sobre sua sistematização e interpretação que,

geralmente, focam nas vantagens na mudança de localização geográfica ou como

retificação de uma escolha precedente (cf. Figura 5).

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Os fatores indicados acima correspondem a algumas das razões ao reshoring aos EUA,

logicamente variam entre as áreas de atuação, tipo de produto ou serviço em que a

organização atua. Uma das mais citadas tem sido a elevação do custo de mão de obra e

as garantias conquistadas pelos trabalhadores chineses. As movimentações das cadeias de

suprimento para os países asiáticos foram, de certa forma, vistas como exploradores

internacionais de mão de obra (MEYERS, 2007).

Para Tateet et al. (2012), os momentos de dificuldades e crises econômicas, sejam locais

ou globais, fomentam aos governantes, principalmente, nos ditos “países ocidentais”, a

utilização do reshoring, como parte da solução para problemas de emprego e renda, bem

como, para reindustrialização do país.

Aumento do custo de combustível

•Behar e Venables, 2010

•Fishman, 2012

Elevação do custo de mão de obra em países de baixo custo

•Anon, 2012

•Fishman, 2012

Crescimento da preocupação com as políticas ambientais

•Mueller et al., 2011

Localização mais proxima do mercado consumidor

•Williamson, 2012

Figura 5 - Fatores motivadores do reshoring

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Neste sentido que Anon e Fishman (2012), já alertavam que empresas estadunidenses

estavam reavaliando a sua permanência na condição de offshored e analisando a

possibilidade de reshoring. Segundo esses autores, essas organizações estavam revendo

razões que as fariam retransferir suas instalações de produção, em detrimento dos riscos,

custos e impactos, que antes não tinham tanta influência no fator de decisão.

Segundo GRAY et al. (2013) e Tate et al. (2014) vários desses fatores passaram a ser

objeto do planejamento estratégico de implantação de unidades de fabricação dessas

empresas tais como: aumento do petróleo, do custo do trabalho nos países em

desenvolvimento, dos transportes e desembarcados.

Assim, várias dessas empresas reavaliaram os diversos fatores que formaram o contexto

favorável para o offshoring para países em desenvolvimento e constataram não ser o

mesmo cenário de redução de custos que havia anteriormente. Diante dessa nova situação,

foram tomando a decisão de realizar o reshoring (NELSON, 2013).

Por outro lado, como indicam Bender (2012) e Neil (2013) outro fator importante é que

com o avanço da robótica e a redução do custo para a sua aquisição, pode-se dispor, nos

Estados Unidos, de empregos que admitam menor nível de qualificação das pessoas, o

que anteriormente era tido como dificuldade, quando do processo de offshoring; assim,

esses podem ser substituídos por sistemas automatizados.

Certamente por essas razões descritas, que os Estados Unidos têm se destacado quanto ao

reshoring, em razão do fortalecimento de políticas nacionalistas de repatriação de suas

empresas (GUENTHER, 2012; LIVESEY, 2012).

De acordo com uma pesquisa realizada junto a 320 empresas estadunidenses, que se

achavam fora do país, cerca de 40% dessas ficaram tendentes ao reshoring, a partir de um

Fórum, realizado na Casa Branca, denominado Insource, durante o inicio do segundo

mandato do Presidente Obama, o qual tinha como propósito, despertar empresas a

aumentar seus investimentos e oferta de empregos, nos Estados Unidos (TATE et al.,

2014).

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A intenção da Casa Branca era fortalecer esse movimento e incentivar as empresas a

investir, cada vez mais, no seu próprio país; ainda, utilizar essa oportunidade para

anunciar uma série de incentivos como forma de atratividade à migração aos estados

americanos, ao invés de migração para outros países (TATE et al., 2012).

Sendo assim, algumas dessas empresas passaram a notar a atenção de consumidores,

referente à exploração trabalhista e ao desrespeito ao meio ambiente, por ocasião da

fabricação de produtos em países estrangeiros, passando a buscar menos por esses

produtos, em troca daqueles produzidos no próprio Estados Unidos (HYLLEGARD et

al., 2012) esse aspecto, inclusive, tem estimulado o reshoring.

Adelmann (2013) inclusive, havia remarcado, naquela época, que alguns relatórios já

indicavam que o processo de reshoring vinha favorecendo o aumento da oferta de

empregos nesse país. Da mesma forma e de acordo com pesquisa realizada pelo Boston

Consulting Group, também nesse mesmo ano, mais de 50% dentre 200 empresas norte-

americanas que possuíam faturamento superior a a US$ 1 Bilhão, ou estavam em processo

de volta para os Estados Unidos ou em fase de planejamento para esse fim.

Segundo, ainda, essa última pesquisa, essa tendência vinha aumentado em velocidade e

publicidade, de maneira mais evidente, se comparada ao início desse processo, em

meados de 2005. Assim, em 2013, a expectativa era de uma redução de 2 a 3 pontos

percentuais no índice de desemprego norte-americano, o que corresponderia a cerca de 5

milhões de novos empregos que estavam sendo gerados, mediante o fenômeno do

reshoring.

Para Lyles e Park (2013) grandes empresas tentaram caminhar no fluxo do êxodo na busca

da produção de baixo custo, principalmente em relação à mão de obra e materiais. No

entanto, somente após uma década, que alguns desses países ditos low-cost, vieram a

conviver com uma situação inversa, além da diminuição da capacidade de resposta e

qualidade.

Ao final dessa saga, tem-se percebido que não somente tem sido política do atual

Presidente e do seu Governo, trazer de volta, pelo processo do reshoring, empresas

americanos, mas também tem-se percebido o comportamento de consumidores, dando

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preferência àqueles produtos que carregam a marca Made in USA, isto é, tudo indica que

há significado nessa marca simbólica. Sendo assim, a próxima Seção vai descorrer sobre

essa questão.

2.2 Made in USA

Estudos recentes têm tentado interpretar o comportamento de consumidores americanos,

quanto à preferência pela etiqueta Made in USA, indicativa da origem da fabricação

daquele produto, em seu próprio país.

Segundo Balabans e Diamantopoulos (2004) consumidores americanos têm apreciado

produtos de fabricação nacional, por associá-los a aspectos positivos, como a criação de

mais empregos diretos e indiretos, bem como o aquecimento econômico.

Há, ainda, outra explicação para o comportamento desses consumidores, que apoia-se na

psicologia da Gestalk, a qual defende que o tipo de impressão de um objeto está

diretamente ligado à avaliação de outro, explicado pela perspectiva da irradiação

(WEISS-RICHARD, 2003; USUNIER, 2006; DIAMANTOPOULOS et al., 2011;

WILCOX, 2015).

Semelhantemente, Rashid (2017), acrescenta que a literatura tem demonstrado que

consumidores têm comportamento de menor afeição a produtos fabricados em países

pouco desenvolvidos ou em desenvolvimento.

Porém, essa atitude pode ser compensada se essa marca trouxer em seus produtos,

mensagem de boas práticas e comércio justo, mesmo se eleve os preços (GOIG, 2007;

RODE et al., 2008; HERTEL et al., 2009; HUSTVEDT; BERNARD, 2010; CAMPBELL

et al., 2015).

Nessa mesma linha de raciocínio, Rashid (2017) entende que a avaliação que

consumidores fazem, em relação a produtos fabricados, em países em desenvolvimento,

leva em consideração a perspectiva de muito suor envolvido, como prática de fabricação

injusta. Segundo sua análise, produtos fabricados em países desenvolvidos, não devem

passar pelo mesmo preconceito.

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O fenômeno “Made in USA”, é relativamente novo, existem poucos estudos que se

direcionam a estudar sua etimologia e evolução no decorrer dos anos, porém, sabe-se que

a utilização de uma marca ou selo para reforçar valores americanos não são novos, a

registros de selos de fabricação utilizados como expressão de valores e de reforço do

estilo americano de viver, ou como expressão política, tem sido usado por empresas e

governos, em ações comerciais, bem como públicas e políticas, (CASTALDO, S.,

PERRINI, F., MISANI, N., TENCATI, A.,2009).

Na década de 50, nos EUA, foi criado um selo sindical que até então, faz parte do

imaginário político nacional: trata-se do Sindicato Internacional de Trabalhadores de

Confecções Femininas (ILGWU), um dos maiores, composto em sua maioria por

mulheres, (DANA FRANK, 2016).

A partir de 1959, os seus contratos contêm uma cláusula exigindo que um selo de união

seja costurado em todas as peças de roupas, fabricadas nas lojas participantes do sindicato.

Durante uma década, esse sindicato aconselhou e influenciou mulheres trabalhadoras, no

ramo da moda, sob a justificativa da promoção de um selo de união; ainda, campanhas

publicitárias nacionais foram criadas com a imagem de famosos e divulgadas em horários

nobres, enaltecendo esse selo, em coro real e multiétnico (DANA FRANK, 2016)

conforme segue:

Procure a etiqueta da união, quando você estiver

comprando um casaco, vestido ou blusa. Lembre-se de

algum lugar, nossa costura do sindicato, nosso salário vai

alimentar crianças e corra a casa. Nós trabalhamos duro,

mas quem está reclamando? Mas através do ILG,

estamos pagando nosso caminho. Então sempre procure

o selo da união. Diz que somos capazes de fazer isso, nos

Estados Unidos, (BOYLE, 1903; LEVINE, 1924)

(tradução do autor).

Ao final desse coro, pode-se aferir um estímulo nacionalista: ‘somos capazes de fazê-lo

nos Estados Unidos'. Durante a década seguinte, nos anos 80, os líderes máximos da

ILGWU associaram o Buy Union com Buy American, inserindo o selo Made in USA em

todas as etiquetas de roupas, como forma de provocar trabalhadores, na Ásia; esse

movimento enfrentou inúmeros desafios com outros sindicatos de relevância (DANA

FRANK, 2016).

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35

Percebe-se, de maneira em geral, que organizações têm expressado interesse em voltar a

produzir em seu país de origem ou empresas que por meio do FDI Foreign Direct

investment, escolheram o país americano para implantar suas fábricas, (LESTER,

REBECCA,2018)

Existem lacunas entre a concepção do que realmente está acontecendo com a relação entre

o consumidor americano e local de fabricação dos produtos. Aferir a percepção do

consumidor americano com o selo de fabricação tem se tornado um objeto de estudo

relevante para o planejamento estratégico das empresas de suprimento, (LESTER,

REBECCA,2018).

Muitos fabricantes vêm testando o mercado consumidor americano, apresentando-lhes

produtos de fabricação estrangeiras e os manufaturados em território nacional. Para esses,

a relação entre esses fatores, pode ser importante nas decisões de mudança de suas plantas

de fabricação. (RASHID, M. S., & BYUN, S.-E, 2018).

Há uma imagem supositiva que, para economizar algum percentual, consumidores

americanos não fazem distinção entre um produto de fabricação nacional Made in USA e

outro Made in CHINA, desde que esse último lhe devolva um benefício ou barganha

(SIRKIN; ZINSER; MANFRED, 2013).

O selo de fabricação “Made in USA”, passou a agregar valor, diante a popularização do

selo através de campanhas publicitárias que enaltecem e supervalorizam valores da

cultura americana, em uma tentativa de carimbar nos produtos de fabricação nacional,

todos esses valores agregados, (RASHID, M. S., & BYUN, S.-E, 2018).

Este estudo, tem o caráter exploratório, pois existem muito poucas pesquisas lastreadas

no selo Made in USA, todos os estudos mapeados tratam do fenômeno de forma pontual

e procuram aferir a percepção do consumidor em sua intenção de compra, decisão e

valores agregados, porém, não foi possível identificar pesquisas baseadas no

fortalecimento estratégico dos produtos de fabricação nacional, como forma de

impulsionar e dar sustentabilidade as empresas que decidiram voltar a produzir no país ,

ante o reshoring.

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36

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Caracterização da pesquisa

Esta primeira parte refere-se ao delineamento da pesquisa e procedimentos metodológicos

como forma de identificação dos dados necessários para obtenção da resposta a temática

sugerida e atendimento aos objetivos específicos.

A abordagem escolhida foi qualitativa, uma vez que não se apresenta de forma engessada

quanto à sua estrutura, permitindo ao pesquisador maior flexibilidade, quanto às suas

técnicas de coleta e análise dos dados (GODOY, 2012; LUDKE; ANDRÉ, 2012).

Para Merriam (2002), a abordagem qualitativa funciona como um “guarda-chuva” que

através de suas variadas formas de pesquisa contribui para uma maior compreensão do

fenômeno social, não se afastando de seu ambiente empírico.

Quanto ao método para esta pesquisa, entende-se que o estudo de caso seja o mais

apropriado, pois permite ao pesquisado investigar as razões e motivações para tomada de

decisão, visto que o pesquisador não tem controle sobre o fenômeno a ser investigado,

principalmente se este for amplo e complexo. Procura investigar uma situação específica,

visando encontrar características fundamentais que corroboram na busca de novas teorias

e indagações que servirão de base para estudos futuros, (LUDKE; ANDRÉ, 2012).

Dessa, forma as experiências vividas por empresas americanas, que optaram voltar a

produzir em seu país de origem são a principal fonte de dados, para esta pesquisa, além

da busca pelo significado do Made in USA.

Finalmente, esta pesquisa tem caráter exploratório, tendo em vista que há ainda escassez

de literatura (pelo menos até onde se constatou) e de resultados. Ela também tem caráter

descritivo sobre os fenômenos relacionados ao problema; isto é, pretende-se,

simplesmente descrever informações evidenciadas, sobre o tema escolhido

(TRIVIÑOS,1987).

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3.2 Lócus da pesquisa

Esta pesquisa tem como lócus os fenômenos offshoring e reshoring, além do significado

do made in USA, nos Estados Unidos. Esses dois fenômenos tanto são protagonistas no

movimento das cadeias de suprimento e estratégias de produção em larga escala, quanto

razões que levaram empresas a sair de seu país para produzir em outros, que apresentavam

menor custo de produção.

Essa prática tem impactado empresas, tanto de forma positiva, quanto negativa; no caso

dessas últimas, esse fenômeno tem procurado trazê-las de volta ao seu país de origem.

O motivo primordial que levou algumas empresas a sair de seu país, foi a busca por

menores custos de produção e, consequentemente, a baixa dos preços; entretanto, para o

alcance dessa estratégia, seria necessário a mudança dessa atividade, para outro país,

acreditando que o mercado consumidor visse vantagem nessa relação econômica.

No entanto, com a mudança do cenário, nos países receptores e o avanço tecnológico,

fatores motivadores que antes garantiam uma produção de baixo custo, agora não eram

relevantes, fazendo com que algumas empresas decidissem voltar. Como consequência,

ocorreu não somente uma maior incidência de produtos de fabricação nacional nas

prateleiras, mas, ainda mais pessoas empregadas.

Essa situação veio alterar as relações de consumo, de maneira a chamar a atenção de

diversos setores, que, a partir de então, passaram a valorizar os produtores manufaturados

nos EUA; a partir de então, Governo e empresas identificaram a necessidade de criar uma

marca que representasse esse movimento de volta ao país e agregasse valor a esse novo

fenômeno.

Essa movimentação em torno do fomento dessa marca, buscou influenciar o consumidor

americano a atribuir valor, quando da escolha por produtos nacionais. Esse movimento

ganhou volume de tal forma, que representa função dupla: primeiramente como selo de

significação e valor para as empresas que retornarem aos EUA e, ainda, contribuiu para

despertar mudança nas relações de consumo, dessa sociedade (cf. Figura 7).

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USA

Cenário local desfavorável

Atratividade Asiática

Offshore USA-CHINA

CHINACenário

desfavorável

Decisão de retornar

Reshore CHINA-USA

Figura 6- Relação entre empresas, mercado e consumidores americanos

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Pesquisar as relações entre o fenômeno de reshoring e a volta do Made in USA trará

significância e relevância sobre a compreensão das relações de consumo como fatores

influenciadores e identificação do valor agregado, nas decisões corporativas,

identificando como se correlacionam, o grau de influência de um sobre o outro e a

interferência do governo, impulsionando através de suas ferramentas de estado o

fenômeno de reshoring.

Alto custo de produção, perca

de competitividade

Mão de obra barata, baixo custo

de produção

Mudança do parque fabril para

o país receptor

|Mão de obra subindo, garantias trabalhistas,custo

de produção elevado

Maquinas reduzem

necessidade de mão de obra,

incentivos fiscais.

Mão de obra especializada,

proximidade da produção e

mercado consumidor

Pouca persepção das implicações

Sem Made in USA, produtos mais baratos, menos

emprego

Invasão de produtos estrangeiros, maior

desemprego

Demanda de mão de obra

especializada.

Produtos nacionais, maior oferta

emprego volta do Made in USA

Planejamento estratégico

das Cadeias de

suprimentos

Fatores

determinantes

Percepção nas relações

de consumo

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3.3 Dimensões da pesquisa

No quadro abaixo é possível ter uma visão gráfica das dimensões desta pesquisa.

Figura 7 - Dimensões da pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Este estudo procurou identificar e interligar por meio da vinculação direta ou indireta, as

relações existentes entre os dois fenômenos Offshoring e Reshoring, extraindo conteúdo

de extrema relevância para compreensão dos processos de mudança das cadeias de

suprimento global.

3.4 Sujeitos da pesquisa

Os sujeitos desta pesquisa estão divididos em três grupos:

a) Empresas americanas que decidiram regressar, (aquelas que já haviam concluído

projetos de offshoring significativos) e que decidiram voltar a produzir nos EUA.

b) Empresas não americanas que decidiram investir nos Estados Unidos, ao

perceberem o fenômeno do reshoring, através do FDI.

c) O governo americano, através de suas ações e políticas de fomento ao regresso

dessas empresas.

No tocante as empresas americanas e não americanas envolvidas no processo de

reshoring, esta pesquisa se baseou naquelas que compõem estudos já realizados a esse

respeito, devido sua importância e volume de investimentos. Instituições governamentais

e privadas que vivenciam o reshoring como ferramenta para reindustrialização do país e

fortalecimento da economia americana. Esta pesquisa buscou em seus registros e em

Offshoring

Fatores motivadores

Reshoring

Fatores influenciadores

Vinculação/Relevancia

Fatores influenciadores e Made in USA

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reportagens especializadas no assunto, documento e pesquisas de consultorias renomadas

e ou especializadas no tema, realizadas recentemente.

Esta pesquisa procurou registros oficiais de ações do governo americano no sentido de

fortalecer sua balança comercial impulsionando o reshoring como alternativa, analisando

os discursos de seu presidente, anúncio de medidas, registradas por sites especializados

no assunto, sites oficiais, relatórios e pesquisas recentes a respeito, vídeos e matérias

jornalísticas.

3.5 Instrumentos de coleta dos dados

Para Ludke e André (1986), a consideração documental é uma técnica importante nos

trabalhos acadêmicos qualitativos, tanto para a finalização de dados obtidos por outros

instrumentos, como para exploração de enfoques sobre uma problemática ou assunto.

Por ser uma pesquisa exploratória, se caracteriza por usar formas e métodos versáteis, por

intermédio de levantamentos e buscas de fontes secundárias, que podem ser

bibliográficas, documental entre várias outras. Visa a experiência, observação informal e

estudos de caso. (MATTAR,1996).

As informações exigidas para a realização deste estudo, foram extraídas da coleta de

dados secundários.

Para Mattar (1996) dados secundários já foram coletados, tabulados e devidamente

ordenados, as vezes já fruto de análise de outros estudos, já devidamente catalogados.

Tem como fonte de dados secundários: a unidade objeto de pesquisa.

Os dados secundários necessários para este estudo, foram obtidos através da busca em

bancos de dados, revistas, artigos, notícias de jornais, discursos políticos, anúncios

publicitários, documentos, depoimentos, fotos, imagens, dados baseados em anúncios e

comunicados à imprensa, anúncios pela mídia e relatórios oficiais, elaborados por

empresas especializadas no fenômeno reshoring e estudo das relações de consumo,

ligadas às mudanças da cadeia de suprimentos.

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3.6 Técnica de análise dos dados

Nesta pesquisa o objeto de pesquisa indicou pela Análise de conteúdo (BARDIN, 2011),

tendo em vista a característica dos dados e os seus objetivos. Esta define as etapas em três

fases: 1) pré-análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência

e interpretação.

Esse tipo de análise prevê uma leitura aprofundada sobre mensagens (comunicação) com

o propósito de extrair as informações que permitam deduzir a realidade. Espera-se,

portanto, pode expressar a síntese lógica deste estudo, demonstrando os fatores

determinantes do movimento das cadeias de produção, a influência exercida sobre a oferta

de emprego e o planejamento estratégico decisório.

Os dados secundários serão tratados iniciando-se com a organização do material a ser

investigado através de:

I.Leitura flutuante: forma inicial de contato com os documentos quando da coleta de dados,

levante da relevância e ligação com o tema da pesquisa, e em que situação foram

redigidos;

II.Escolha dos documentos: resumo dos textos, destacando trechos principais - consiste na

definição do corpus da análise;

III.Formulação das hipóteses e objetivos: a partir da leitura inicial dos dados;

IV.Elaboração de indicadores: a fim de interpretar elaboração prévia dos dados obtidos.

3.7 Limites e limitações da pesquisa

Esta pesquisa se concentra nas experiências vivenciadas por empresas que realizaram

offshoring, em determinado momento e agora estão voltando para os EUA, país de

origem, bem como por aquelas que a partir do fenômeno de reshoring decidiram investir

diretamente nos Estados Unidos, reimplementando suas unidades de fabricação, por

intermédio do FDI – Foreign direct investiment.

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Algumas limitações, serviram de barreira para o avanço deste estudo, principalmente as

relacionadas a comunicação das empresas envolvidas no processo de reshoring, analisar

os discursos das empresas se tornou limitado, pois não é possível identificar em suas falas,

discursos, principalmente ao anunciarem decisões estratégicas, se o que estão falando

correspondem à realidade vivida pela empresa. As empresas utilizam de um discurso

otimista e totalmente comercial, como avanço e não como saída para uma situação

desfavorável atual, o que dificulta a análise, podendo abrir possivelmente um nome tema

de estudo e análise.

Outra limitação para essa pesquisa, é o fato de os Estados Unidos ser um país continental

e com leis e regulações específicas para cada estado, o que dificulta generalizar as

informações como sendo nacionais, caberia também um estudo individualizado,

diminuindo o tamanho do recorte para uma maior precisão, principalmente em relação

aos benefícios fiscais, ações governamentais locais, percepção consumerista regional,

entre outros.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo, concentram-se os achados frutos da pesquisa realizada em portais da

internet, em sua maioria, sites americanos de notícias. Os resultados obtidos vão no

sentido da confirmação do reshoring, aos Estados Unidos e do significado do made in

USA para americanos, segundo aspectos teóricos descritos, no Capítulo 3.

Esta pesquisa teve como questão identificar quais motivos têm estimulado o reshoring,

aos Estados Unidos e o significado do made in USA para eles. Para responder esta, foram

estabelecidos alguns objetivos, os quais servem de roteiro para a análise dos dados.

4.1 Oportunidades para o reshoring, aos Estados Unidos.

As informações que seguem, desde 2016, é que a indústria americana pode ser

revitalizada pelo fenômeno de reshoring, o que já vem acontecendo em alguns setores;

porém, em outros, esse processo ainda cauteloso, por diversos motivos, (VICKI, S., 2016).

Mais precisamente, os executivos corporativos estão

adotando uma estratégia de fluxo de produção

cuidadosamente considerada [...] As empresas estão

mudando estrategicamente os centros de fabricação por

vários motivos, incluindo acesso mais fácil a mercados

atuais ou emergentes e a fontes de inovação - por Morris

Cohen, professor de fabricação e logística do

Departamento de Operações, Informações e Decisões da

Wharton School da Universidade da Pensilvânia,

(VICKI, S., 2016), (tradução do autor).

Segundo essa reportagem, as decisões de realizar o reshoring estão pouco relacionadas a

redução de custos pontuais de algumas áreas como: mão de obra, produção de bens e

produtos de consumo e mais pela formação do custo total de produção, englobando

diversas variáveis, desde o planejamento estratégico e avaliações de risco da cadeia de

suprimento em geral à logística envolvida na movimentação da planta de produção,

proximidade do público consumidor entre outros fatores que podem impactar os valores

totais.

Certo que as unidades de análise têm focado no custo dos produtos, nas tendências da

tecnologia aplicada, na disponibilidade de fornecedores e demais fatores que lhes possam

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garantir competitividade, em cada local de operação, (BOSTON CONSULTING

GROUP,2013).

Estamos focados em moldar uma solução de cadeia de

fornecimento integrada e o fluxo otimizado inteligente

de mercadorias da fábrica para armazéns, centros de

distribuição e clientes [...] Isso inclui todos os aspectos

do fornecimento de produtos ou matérias-primas em toda

a cadeia de suprimentos, não apenas o transporte - por

Frank Guenzerodt, presidente e CEO da Dachser USA,

um provedor global de serviços de logística (VICKI, S.,

2016). (tradução do autor).

Segundo, ainda, essa pesquisa, dentre os motivos que têm aumentado em frequência e

diversidade, estão a automação, inovação e manufatura aditiva, imagem/marca de Made

in USA, prazo de entrega, proximidade de clientes, tarifas e impacto na economia

doméstica e Walmart. Esse último, após o anúncio de US$ 250 bilhões em compras

exclusivas de produtos de fabricação americana, tem sido responsável pelo reshoring de

parte das empresas de médio porte.

Essa matéria relata também que o mercado de manufatura vem sendo alterado de forma

substancial, devido ao maior enfoque no modelo estratégico de gestão de cadeias de

suprimento, no nível executivo, afirma a diretora do Reshoring Institute, um grupo de

pesquisa que visa dar suporte às empresas que queiram transferir suas instalações.

A decisão de fábricar em alto-mar, perto da costa ou em

alto-mar é mais cuidadosa hoje do que há 10 ou 15 anos

[...] No passado, muitas decisões foram reações

automáticas às ações dos concorrentes; havia pouca

evidência de que vários incentivos foram

cuidadosamente considerados. Hoje, os líderes

executivos estão analisando e medindo as compensações

com muito mais cuidado - por Rosemary Coates,

diretora do Reshoring Institute (VICKI, S., 2016).

(tradução do autor).

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45

4.1.1 Oportunidades da indústria automotiva

Para Cohen (2003), outro grupo que decidiu mudar sua base operacional de fabricação é

formado por fabricantes de automóveis, a partir do cenário de fluxo de produção, que se

espalhou por toda a indústria de manufatura, no mundo (COHEN, 2003).

Um caso específico é da fabricante americana Ford, que ao mesmo tempo em transferiu

a produção de três de seus modelos de caminhões de médio porte, do México para o

Estado de Ohio, anunciou outros três modelos que fariam o caminho inverso. Essa

movimentação é considerada moderada e tem como objetivo os interesses empresariais,

em movimentar as suas cadeias de suprimento:

Estamos comprometidos em alavancar nossa pegada de

fabricação global e continuaremos investindo onde ela

faz o melhor sentido para nossos negócios - por Karl

Henkel, porta-voz da Ford (VICKI, S., 2016). (tradução

do autor).

Essa reportagem revela ainda que outras grandes empresas transferiram ou transferirão

parte de sua produção ao seu país de origem. Dentre esses se destacam a fabricante de

aparelhos celulares, a Motorola - que transferiu sua produção da China para o Estado do

Texas e a GE (General Eletric) que foi para Kentucky, no gráfico 1 pode-se observar a

distribuição das empresas envolvidas no reshoring por estado.

Gráfico 1- Empresas por estado Americano

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

262 164

182

221

148157118

182

188

144

27

7772

47 97

EMPRESAS

1 Carolina do Sul 2 Tenessee 3 Minisota 4 Carolina do Norte

5 GA 6 Texas 7 Alabama 8 Ohio

9 Nova York 10 In 11 AZ 12 VA

13 MS 14 LA 15 KY

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4.1.2 Oportunidades do setor quimico

Como a indústria química americana leva em consideração o valor da energia elétrica,

evidentemente ela fica na dependência de buscar as oportunidade para instalar a sua

operação, (RESHORINGINSTITUTE,2016).

Na indústria química, tudo se resume aos preços da

energia, no momento [...] No passado, os fabricantes de

produtos químicos normalmente terceirizavam a

produção para aproveitar os baixos custos com energia e

mão de obra. Com a disponibilidade de energia de baixo

custo na forma de gás natural na América do Norte, a

maré industrial está mudando – por Glenn Riggs, vice-

presidente de logística corporativa e estratégia da

Odyssey Logistics & Technology Corporation (VICKI,

S., 2016) (tradução do autor).

A ACC - American Chemistry Council divulgou para o ano de 2015, cerca de 250 projetos

em potencial, que envolveriam investimentos de capital, na ordem de $ 153 bilhões de

dólares. Esse número corresponde a um aumento considerável, em relação aos números

obtidos no ano de 2013, que até então não passavam de 97 projetos e $72 bilhões de

dólares em investimento de capital (RESHONRINGINSTITUTE, 2015).

Um estudo realizado pela ACC, demonstra que este cenário de 2015, com investimento

direto de $153 bilhões de dólares, gerará até o ano de 2023 um aporte de $113 bilhões de

dólares em novas indústrias químicas, nesse país. É possível que se pergunte se há

relevância para o setor econômico como um todo, ou que impacto esse setor de indústrias

químicas possa causar, em plano geral, como um todo; principalmente na atração de novas

indústrias, no processo de reshoring mundial.

A verdade é que várias empresas são beneficiadas com a chegada de mais indústrias

químicas; itens como PVC, cloreto de vinila, etilenoglicol, estireno e poliestireno são

essenciais para a fabricação de uma variedade de produtos, desde a área de embalagens

de alimentos, ao setor calçadista, pneus entre outros. De acordo com este mesmo estudo,

a ACC descreve que mais da metade dos investimentos em projetos de capital, vem de

empresas de fora dos Estados Unidos.

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Um trabalho realizado pela Plant Moran, em parceria com o Reshoring Institute analisou

empresas que resolveram realizar o reshoring, explicitando, na sequência, possíveis

motivos que as levaram a tomar essa decisão. Notou-se que, normalmente, essas

empresas, ao realizarem seus anúncios de movimentação da planta de produção, preferem

ressaltar pontos positivos para o reshoring, que elencar aqueles que lhes fizeram desistir

do offshoring, a fim de passar a imagem de que a mudança se refere à questão estratégica

e não, necessariamente, por causa de um cenário desfavorável do local em que estavam.

Os fatores motivadores indicados neste trabalho, correspondem a um recorte situacional

das empresas que já se manifestaram e já realizaram o reshoring ou estão em pleno

processo. Sabe-se que as empresas preferem divulgar os motivos que as atraíram de volta

aos Estados Unidos, passando a imagem de que a mudança é estratégica e não por causa

de um cenário totalmente desfavorável em seu local atual de produção.

Outra pesquisa realizada pelo Reshoring Institute e em parceria com a Universidade de

San Diego, nos Estados Unidos, apresentou um ranking de citações, baseado em anúncios

de empresas, referentes aos principais fatores influenciadores na decisão de realizar o

reshoring e comparou com os motivos negativos do offshoring.

Sobre as razões que levaram empresas de manufatura, de volta para casa – o reshoring,

pode-se relacionar 20 principais:

01- Incentivos governamentais = 527 citações;

02- Proximidade com seu mercado consumidor = 493 citações;

03- Mão de obra qualificada/treinamento e disponibilidade = 446 citações;

04- Marca / imagem = 398 citações;

05- Sinergia com o ecossistema = 336 citações;

06- Tempo do mercado / (lead time) = 251 citações;

07- Infraestrutura = 239 citações;

08- Automação e tecnologia = 211 citações;

09- Fabricação/inovação em engenharia conjunta (R&D) = 155 citações;

10- Alta produtividade = 141 citações;

11- Impacto na economia doméstica = 139 citações;

12- Melhoria da capacidade de resposta do cliente =- 138 citações;

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13- Preço do gás natural/químicos/eletricidade nos Estados Unidos = 137 citações

14- Efeito Wal-Mart = 121 citações

15- Aprendizado de novas técnicas e procedimentos de negócios = 107 citações;

16- Customização e flexibilidade = 71 citações;

17- Custo de matéria-prima = 68 citações;

18- Capacidade subutilizada = 39 citações;

19- Concessões trabalhistas = 28 citações;

20- Custo de aluguel e de construção = 24 citações.

Referente às razões negativas do offshoring essa pesquisa indicou os 25 pontos mais

citados:

01- Qualidade/rede/garantia = 292 citações;

02- Custo de frete = 196 citações;

03- Custo total/global = 147 citações;

04- Entrega = 100 citações;

05- Dificuldades em estocagem = 91 citações;

06- Rising Wipes = 88 citações;

07- Risco de interrupção na rede de fornecedores/ risco de desastre natural/

instabilidade política = 78 citações;

08- Risco de propriedade intelectual = 64 citações;

09- Comunicação = 61 citações

10- Considerações ambientais = 53 citações;

11- Controle de perdas = 51 citações;

12- Variação cambial = 45 citações;

13- Custo de viagem = 42 citações;

14- Preço = 40 citações;

15- Dificuldade de inovação e diferenciação de produto = 28 citações;

16- Tarifas = 20 citações;

17- Responsabilidade do produto = 18 citações;

18- Considerações éticas e sociais = 13 citações;

19- Conformidade regulatória = 12 citações;

20- Frete aéreo emergencial = 9 citações;

21- Carga sob a equipe (Burden on Staff) = 8 citações

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22- Custo de auditoria local = 6 citações;

23- Rotatividade de mão de obra = 6 citações;

24- Risco pessoal = 6 citações;

25- Risco de reputação = 4 citações.

Ao serem comparadas as razões que levaram empresas ao reshoring com os fatores

negativos ao offshoring, identifica-se que não há ligação direta entre eles, ou seja, um

não deu origem ao outro, necessariamente (cf. Tabela 2).

Tabela 2- Comparativo entre motivos ao offshoring ou reshoring

Razões negativas Offshoring Citações Razões de reshoring Citações

01- Qualidade/rede/garantia 292 01- Incentivos

governamentais

527

02- Custo de frete 196 02- Proximidade com seu

mercado consumidor;

493

03- Custo total/global 147 03- Mão de obra

qualificada/treinamento e

disponibilidade

446

04- Entrega 100 04- Marca / imagem 398

05- Dificuldades em estocagem 91 05- Sinergia com o

ecossistema

336

06- Rising Wipes 88 06- Tempo do mercado /

(lead time)

251

07- Risco de interrupção na rede de

fornecedores/ risco de desastre natural/

instabilidade política

78 07- Infraestrutura 239

08- Risco de propriedade intelectual 64 08- Automação e

tecnologia

211

09- Comunicação 61 09- Fabricação/inovação

em engenharia conjunta

(R&D)

155

10- Considerações ambientais 53 10- Alta produtividade 141

11- Controle de perdas 51 11- Impacto na economia

doméstica

139

12- Variação cambial 45 12- Melhoria da capacidade

de resposta do cliente

138

13- Custo de viagem 42 13- Preço do gás

natural/químicos/eletricidad

e nos Estados Unidos

137

14- Preço 40 14- Efeito Wallmart 121

15- Dificuldade de inovação e

diferenciação de produto

28 15- Aprendizado de novas

técnicas e procedimentos de

negócios

107

16- Tarifas 20 16- Customização e

flexibilidade

71

17- Responsabilidade do produto 18 17- Custo de matéria prima 68

18- Considerações éticas e sociais 13 18- Capacidade

subutilizada

39

19- Conformidade regulatória 12 19- Concessões trabalhistas 28

20- Frete aéreo emergencial 9 20- Custo de aluguel e de

construção

24

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50

21- Carga sob a equipe (Burden on Staff) 8

22- Custo de auditoria local 6

22- Rotatividade de mão de obra 6

23- Risco de reputação 4 Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Gráfico 2- Empregos gerados por empresas

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

No gráfico acima, demonstra-se de quais país os Estados conseguiram recuperar mais

vagas de emprego.

Realmente, nesses últimos anos, as mudanças refletem tendências econômicas, políticas,

culturais e industriais, que talvez possam assegurar uma certa previsibilidade ao cenário

futuro, apesar de agentes imprevisíveis, como, por exemplo, políticas de governo que

possam influenciar a volta ao offshoring, (GALLUP ECONOMY,2013).

Atualmente, incentivos governamentais e a proximidade do mercado consumidor direto,

estão no topo dentre os fatores determinantes para a tomada de decisão ao reshoring.

Sobre esse último aspecto, há a vantagem de se reduzir o time frame de entrega, como

também possíveis riscos de perdas e atrasos. Entretanto, há um valor intangível que tem

sido considerado relevante, por americanos e um aspecto atrativo para empresas que

optaram pelo offshoring, na época: trata-se do fator identidade, o fato de marcar produtos

com o selo de fabricação nacional.

89988

6438354314

19964 15852 13020 11043 10173 8946 7305907 239 224 172 55 98 51 22 59 74

China Alemanha Japão Canadá Korea México Suiça Australia ReinoUnido

Italia

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Empregos Empresas

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51

O planejamento estratégico o equilíbrio na balança comercial tem avançado nas ações

governamentais dos Estados Unidos, principalmente nos anos de 2017/2018. Para o

alcance deste objetivo são usados discursos, decretos, anúncios de super tarifação de

produtos importados de determinados países, essa estratégia tem sido usada frequente,

principalmente entre países que tenham relações comerciais com os Estados Unidos que,

de certa forma, vendem mais que compram dos americanos, (LESTER,

REBECCA,2018).

O desgaste nas relações internacionais, provenientes dos anúncios feitos pelo governo

americano de super tarifação de produtos estrangeiros, não vêm se tornando grande

problema para os Estados Unidos, pois, por ser um dos maiores compradores mundiais,

dificilmente as relações são rompidas permanentemente, obrigando os países a

equilibrarem a balança comercial, comprando um pouco mais dos Estados Unidos. Em

outras palavras acaba por firmar a métrica de quem possui maior poder de compra, pode

exigir mais. Para Erdmann, da Plante Moran, essas tarifas não devem perdurar por muito

tempo, segundo ele

(...) O fim do atual governo não é manter altas tarifas,

mas trazer outros países para a mesa de negociação para

criar acordos de balança comercial”, para ele essas tarifas

não são necessárias a longo prazo, disse Erdmann,

(ADVANCED MANUFACTORING, 2018). (Tradução

do autor).

4.1.3 Incentivos governamentais, manifestações políticas

Segundo pesquisa realizada pelo grupo de consultoria Plant Moran, entre fabricantes,

durante o período compreendido entre julho de 2017 a fevereiro de 2018, os Estados

Unidos têm reduzido custos de fabricação, como incentivo fiscal, em termos de impostos

mais baixos, redução da regulamentação, com o objetivo de trazer empregos industriais

de volta (ADVANCED MANUFACTORING, 2018).

Essa pesquisa deu cobertura a diversas formas de produção e segmentos, a exemplo da

indústria do plástico, que têm similaridades com o arguido pelas empresas no relatório,

mesmo com um possível delay, devido à quantidade de fabricantes que fornecem peças

para empresas de grande porte.

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Nosso ponto é que já começamos na direção certa [...]

Eles não estão produzindo um produto final; eles

normalmente fazem um componente para o produto

final. As decisões sobre onde produzir esses

componentes é que eles tendem a ser colocados com a

montagem do produto acabado. Então, as pressões para

o trabalho a fim de ser vendida aos Estados Unidos seria

primeiramente sentida por seus clientes, o que os levaria

a trazer seus fornecedores de volta para apoiá-los - por

Tim Erdmann, diretor do grupo de consultoria de

fabricação da Plante Moran.(tradução do autor).

Esse estudo ressaltou que o preço mais baixo, no exterior, tem papel protagonista na

decisão de compra e produção, entre empresas americanas, e que várias delas estão

montando suas fábricas de linhas de suprimentos, em países como a China ou comprando

diretamente os produtos componentes de seu produto final desses países, para sua

produção doméstica.

O governo aparenta não estar negligente a esse movimento e procura trazer equilíbrio

para a balança comercial, bem como, tornar o país mais atraente para as empresas

manufatureiras que decidirem por permanecer ou migrar para o território americano.

Quanto aquelas empresas que produzem fora, o Presidente Donald Trump vem

anunciando medidas como forma de lhes garantir condição de competitividade global,

além do fortalecimento dessas indústrias e recuperação dos empregos perdidos, durante a

época do offshoring (ADVANCED MANUFACTORING, 2018).

Para confirmar as suas palavras, o Presidente iniciou uma encenação, quando se dirigiu à

uma pilha de papéis que representava a burocracia no país, até aquele momento e,

segurando em sua mão uma tesoura de ouro, de forma emblemática e icônica, representou

o corte da burocracia envolvida nas regulamentações e como o processo reverso

avançaria, em sua agenda de governo (BUSINESSINSIDER, 2017).

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Figura 8- Encenação pelo Presidente Donald Trump

Fonte: https://www.businessinsider.com/trump-stood-next-to-a-huge-pile-of-paper-showing-big-

government-2017-12

Hoje, nos reunimos na Sala Roosevelt por um único

motivo: para cortar a fita vermelha! [...] por muitas

décadas, um crescente labirinto de normas, regras e

restrições custou ao nosso país trilhões de dólares,

milhões de empregos, inúmeras fábricas americanas e

devastou indústrias inteiras – por Donald Trump.

(Tradução do autor).

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Figura 9- Representação sobre a antiga burocracia americana

Fonte: https://www.businessinsider.com/trump-stood-next-to-a-huge-pile-of-paper-showing-big-

government-2017-12

Então é isso que temos agora, e é onde estávamos em

1960, e quando terminarmos, o que não será em um

período de tempo muito longo, seremos menos do que

onde estávamos em 1960, e teremos um ótimo clima

regulatório [...] um, dois, três - por Donald Trump.

(Tradução nossa).

Figura 10- Corte da fita que representou a burocracia americana

Fonte: https://www.businessinsider.com/trump-stood-next-to-a-huge-pile-of-paper-showing-big-

government-2017-12

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Sabe-se que o caminho para essa desburocratização não é fácil, pois passa pelo

Congresso, que tem uma oposição firme. De fato, o Presidente Trump foi obrigado a

recuar um pouco, porém após a iminente renúncia de Richard Cordray, da diretoria do

Departamento de Proteção Financeira ao Consumidor, abriu-se uma via para o governo

avançar na agenda da desburocratização; isso porque o Presidente passaria a ter o controle

de todas as agências bancárias e supervisão de atividades financeiras, podendo inclusive

reformular o modal operacional das empresas (BUSINESS INSIDER, 2017).

Para o Presidente e sua administração, a desburocratização tem sido uma das principais

conquistas da Casa Branca, nos primeiros 10 meses do seu governo; acredita-se que essa

seja uma das ferramentas principais para impulsionar a economia, e revitalizar a indústria

e a oferta de emprego.

Desde janeiro deste ano de 2017, nós reduzimos a

burocracia em toda a nossa economia [...]. Paramos ou

eliminamos mais regulamentações nos últimos oito

meses do que qualquer presidente fez durante um

mandato inteiro. Não chegou nem perto disso - por

Donald Trump, em um discurso em outubro em

Harrisburg, na Pensilvânia. (Tradução do autor).

Sobre essa declaração, Seiberg expressou sua opinião sobre a oportunidade e poderio

que Trump teria, após seu time assumir:

Acreditamos que isso completará a aquisição da Team

Trump das agências reguladoras. Isso deve significar que

no verão há republicanos administrando todas as

agências bancárias - por Jaret Seiberg, analista do Cowen

Washington Research Group.(tradução do autor).

Boltansky afirmou que, em um prazo relativamente curto, a renúncia de Cordray iria

abalar alguns dos trabalhos atuais do escritório.

Após a saída do diretor Cordray, a agenda de

regulamentação do CFPB será paralisada e seu perfil de

fiscalização diminuirá drasticamente - por Issac

Boltansky, analista da firma de pesquisa Compass

Point.(tradução do autor).

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Em contraponto a Boltansk, Seiberg alegou que a partida do diretor Cordray e uma

possível indicação de Trump poderia ser positiva para muitos setores de empréstimos.

Deve haver menos foco nas violações técnicas e mais no

dano real ao consumidor [...] Isso poderia convencer os

credores a assumirem mais riscos e resultar em alívio

para agentes de empréstimos e cobradores de dívidas –

por Jaret Seiberg, analista do Cowen Washington

Research Group. (tradução do autor).

Em sua maioria, analistas acreditam que Trump fará do secretário do Tesouro, Steven

Mnuchin, o diretor interino do CFPB, já em 2018, um outro funcionário do Tesouro,

ficará imbuído das tarefas do dia a dia. Acredita-se que a maioria das substituições

possíveis, ainda seja mais favorável ao setor financeiro, disse Boltansky; mas eles não

podem deixar o CFPB sem dentes.

O CFPB enfrentará mudanças substanciais nos próximos

anos, conforme os formuladores de políticas; recalibram

o ambiente regulatório, mas o trabalho do diretor

Cordray garante que a Repartição continuará a

desempenhar um papel fundamental no ecossistema de

financiamento ao consumidor no futuro previsível – por

Jaret Seiberg, analista do Cowen Washington Research

Group. (Tradução do autor).

De acordo com os dados, esses expressam a atuação do governo anterior e demonstram

que a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio dos Estados Unidos, onde a assessora

de Obama, Mary Jo White, deixou o cargo, no final de janeiro, apresentou apenas 612

ações de fiscalização, até agora este ano - o menor número em quatro anos. A SEC

também arrecadou apenas US $ 127 milhões em multas contra empresas, entre fevereiro

e setembro (2016), ante US $ 702 milhões no mesmo período, do ano passado.

Para o Presidente, os empresários passam por dificuldades por não conseguir auxílio por

meio de empréstimos bancários. "Tantas pessoas, meus amigos, que têm bons negócios e

não podem pedir dinheiro emprestado", disse Trump ao Presidente do JP Morgan, Jamie

Dimon, em uma reunião de executivos, em fevereiro.

A equipe do presidente segundo a reportagem já se encontrava nomeada ou aguardando

confirmação para assumir, imediatamente o controle da Comissão de Valores

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Mobiliários, o Escritório Controlador da Moeda e o Vice-Presidente de Supervisão

Bancária da Reserva Federal.

Conforme matéria de Cohen (2018) para o site usatoday.com, as decisões políticas podem

influenciar diretamente a relação entre as empresas e a oferta de novas vagas de emprego.

A abalança comercial entre os países envolvidos nas relações comerciais pode favorecer

um lado em detrimento do outro, resultando em um país que vende mais que compra e

outro que compra mais que vende, dessa forma os governantes têm demonstrado um

esforço substancial para trazer equilíbrio a essas relações.

A exemplo disso, quando o Presidente Donald Trump decidiu impor a elevação de tarifas

para o aço e alumínios importados, causou uma reação dos outros países que em forma

de reação direta, passaram a retaliar seus parceiros comerciais americanos, causando,

segundo o analista uma diminuição dos empregos americanos.

A Harley-Davidson manifestou a possibilidade de transferência de sua produção para o

exterior, como forma de blindagem para medidas de retaliação, impostas pela União

Europeia, motivadas pelas ações tarifárias impostas pelo governo Trump. Na contramão

dessa tradicional fabricante americana, que poderá subtrair empregos americanos,

empresas diversas estão lutando para superar tais percalços tentando manter e até mesmo

aumentar os empregos nos últimos anos (COEHN, 2018).

O governo americano vem fazendo pressão para que as empresas nativas, reduzam seus

investimentos fora do país e passem a focar no investimento e fortalecimento da indústria

local e geração de emprego. É o caso da Ford, sobre a qual analistas indicam que as

mudanças de planos na expansão das operações no México, foram reduzidas e transferidas

para estados americanos.

Alguns afirmam que essas ações são manifestações de apoio ou resposta aos esforços da

gestão Trump, para criação, manutenção e fomento de empregos domésticos. A base

dessa análise está ancorada em um acordo firmado entre o sindicato dos trabalhadores

automotivos dos Estados Unidos, o United Automobile Workers e os representantes da

Ford, trazendo a produção e oferta de modelos S.U.V da marca, para o mercado

consumidor americano.

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Outra empresa que restruturou suas estratégia de produção global pelos discursos e

manifestações do governo em relação as políticas e relações comerciais foi a Whrilpool.

Ela anunciou em 2010 o incremento de mais de 2000 empregos e em janeiro deste ano

(2018) anunciou a contratação de mais 200 funcionários, em tempo integral, para as suas

instalações, em Ohio.

Essa movimentação veio após o governo atual do Presidente Trump, ter anunciado a

aplicação de tarifas de salvaguarda, sobre máquinas de lavar, na tentativa de diminuir a

importação das concorrentes da fabricante americana, a exemplo da Samsung eletrônicos

e LG eletrônicos.

Em discurso a uma plateia de empresários, registrado e transmitido pela TV Americana,

o Presidente Donald Trump, em tom elevado, expressou razões para justificar suas

atitudes, em relação à balança comercial de outros países.

Nós amamos a união europeia nós vamos os países

da União europeia mas é claro que a união europeia

foi configurada para tirar vantagem dos Estados Nós

amamos a união europeia, nós vamos aos países da União

europeia, mas é claro que a união europeia foi

configurada para tirar vantagem dos Estados Unidos e

sabe que não podemos deixar isso acontecer, nós estamos

perdendo com a União Europeia em torno de 151 bilhões

de dólares nas relações comerciais entre os Estados

Unidos e a União Europeia [...] Ou seja, nós temos um

déficit de 151 bilhões de dólares nas relações comerciais

com a União Europeia [...] porque eles nos enviam seus

carros BMW, enviam seus produtos para os Estados

Unidos e quando tentamos enviar para eles nossos

produtos, eles dizem não, não queremos seus produtos,

essa não é a forma que funciona, não é assim que se

trabalha com todas as zonas livres de comércio, esta não

é uma zona livre de comércio, é uma zona estúpida de

comércio [...] Nós vamos realizar negócio justos e

recíprocos, você sabe o que isso quer dizer? Eles fazem

conosco, nós faremos com eles. Nós amamos o Canadá,

mas, eles estão tirando vantagem de nós, não podemos

deixar isso acontecer. A era do mundo tirar vantagem dos

Estados Unidos acabou - por Donald Trump.(tradução do

autor)

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Como sequência de seus atos voltados a garantir aos Estados Unidos um equilíbrio entre

sua balança comercial e aquela de outros países, o governo americano vem dando

prioridade às nações com as quais já possuem relações comerciais; porém com

desequilíbrio naquelas bilaterais. Neste caso o Brasil foi alvo de reclamações por parte

do Presidente Donald Trump, expondo que o país é um parceiro comercial de

comportamento desigual, para com os americanos.

Naime (2018) em reportagem ao Portal G1, da Rede Globo de Comunicação, em 01 de

outubro de 2018, relatou, de forma mais detalhada, essa manifestação. Segundo ela e

conforme os vídeos feitos no momento, o Presidente Donald Trump, em entrevista

coletiva realizada na Casa Branca, criticou as relações comerciais entre esses dois países,

afirmando que o Brasil trata os EUA com desigualdade e de forma injusta.

Segundo ainda essa reportagem, quando questionado sobre as relações com a Índia, ele

relatou que o país asiático cobra “tarifas tremendas” e criticou seus antecessores “eles

nunca falaram com a Índia”.

Fonte: Portal G1 - https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/01/trump-critica-relacao-comercial-dos-

eua-com-o-brasil.ghtml

Figura 11- Trump critica relação comercial dos EUA com o Brasil

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Sem ser provocado por pergunta alguma sobre o Brasil, o Presidente lhe fez referência,

demonstrando uma certa insatisfação:

O Brasil é outro caso. É uma beleza. Eles cobram de nós

o que querem. Se você perguntar a algumas empresas,

eles dizem que o Brasil está entre os mais duros do

mundo, talvez o mais duro. E nós não os chamamos e

dizemos: ei, vocês estão tratando nossas empresas

injustamente, tratando nosso país injustamente - por

Donald Trump. (Tradução do autor).

Mais uma vez o governo americano por meio do Presidente, chama países para a mesa de

negociação; nesse jogo de interesses e de discursos, o país vem aumentando a fatia do

mercado exterior, aumentando os números da balança comercial americana, mostrando

uma habilidade exitosa no poder de barganha.

Segundo a reportagem, o Palácio do Planalto foi consultado e não quis comentar a

declaração do Presidente americano, porém o Secretário de Comércio Exterior do

Ministério da Indústria (MDIC), Abrão Neto, disse que, segundo os dados do próprio

governo americano, os Estados Unidos estão em vantagem: exportam para o Brasil muito

mais do que importam.

Para esse Secretário, deve-se analisar com mais detalhe o discurso do Presidente. Segundo

Naime (2018), durante esse discurso, ele criticou inúmeras vezes o tratamento recebido

pelo Brasil, nas relações comerciais de bilateralidade, indicando que os Estados Unidos

vêm sendo tratado de forma "injusta" por muitos países.

Todos os acordos que temos é perdedor. Você pode olhar

para quase qualquer país no mundo. Quase qualquer país.

Nós temos um déficit comercial. Nós perdemos com

todos - por Donald Trump. (Tradução do autor).

Com uma habilidade de negociação trazida do mercado corporativo, de onde só se sai da

mesa com um acordo em que a premissa reinante seja o ganha-ganha, o Presidente

americano parece saber onde quer chegar, segundo suas considerações.

(...) é "um privilégio" fazer negócios com os Estados

Unidos, "E não estou falando só do México, estou

falando de todos” (...) "É de nós que as pessoas querem

vir e tirar. Estou falando sobre todos os países. E isso nos

dá uma vantagem tremenda para negociar, que nós nunca

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usamos antes com administrações passadas", afirmou

Trump. (Tradução do autor).

Gráfico 3- Balança comercial Brasil e Estados Unidos

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/01/trump-critica-relacao-comercial-dos-eua-com-

o-brasil.ghtml Acesso em 01/10/2018.

4.1.4 FDI-investimentos estrangeiros motivados pelo reshoring.

Os Estados Unidos perderam entre os anos de 2000 e 2014 aproximadamente 5 milhões

de empregos, grande parte pelo movimento de offshoring, onde empresas manufatureiras

migraram suas plantas de produção, para outros países, principalmente os de economia

emergente que ofereciam vantagens significativas que garantiam às empresas migratórias

um melhor cenário de produção de baixo custo e aumento da lucratividade.

A indústria americana foi responsável em 2015 por uma contribuição superior a 2,17

trilhões de dólares a economia do país. Segundo o Institute Reshoring, para as empresas

da Europa, os Estados Unidos representam uma alternativa de produção de baixo custo e

com menor risco de comprometimento da operação domestica, além de oferecer a

vantagem competitiva de estar próximo ao mercado consumidor.

Como exemplo de empresas que resolveram migrar suas plantas de fabricação para os

Estados Unidos, pode-se citar a Airbus, que tem sua sede na Alemanha, inaugurou sua

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primeira fábrica na cidade de Mobile no Alabama. Ela estimava, já em 2018, estar

fábricando em torno de 50 aeronaves por ano.

Com a adição das nossas instalações nos EUA, a nossa rede de

produção na Europa e na Ásia, expandiu estrategicamente nossa

base industrial mundial [...] Isso nos permite aumentar nossa

presença já significativa nos Estados Unidos - o maior mercado

de aeronaves de corredor único no mundo - e estar mais próximos

dos clientes dos EUA e dos principais parceiros fornecedores –

por Fabrice Brégier, Presidente e CEO da Airbus.

Casos como estes vêm aumentando ano após ano, por vários fatores, como um movimento

em cadeia, em que ao chegar uma empresa, abre-se a possibilidade para outras, que vão

fornecer insumos ou serviços necessários. Empresas como a Innovate Manufacturing,

uma empresa chinesa, que renovou um local de 30.000 pés de área, com o intuito de dar

suporte às operações de moldagem, por meio de injeção, na cidade de Knoxville, estado

do Tennessee – sendo esta sua primeira em território americano.

Outra empresa a terceirizar sua produção, transferindo sua planta de produção, para os

Estados Unidos, foi a Nutec Group, que tem sua sede no México. Produz fibras de

isolamento de alta temperatura, que é utilizada nas indústrias de proteção contra incêndio,

metal, vidros, automóveis e petróleo. Como parte de seu planejamento estratégico a

empresa está construindo uma fábrica avançada na cidade Huntersville, no estado de

Carolina do Norte.

Escolhemos a Carolina do Norte por suas vantagens em

termos de utilidade e transporte e o estado contém uma

força de trabalho excepcional [...] Além disso, podemos

atender nossa base de clientes com mais rapidez e

fornecer transporte mais econômico - por Gerardo

Muraira, diretor de operações da Nutec.(tradução do

autor)

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Figura 12- Logomarca da Airbus

Fonte: https://pt.kisspng.com/kisspng-ristf8/

A Airbus é uma das organizações que dominam o mercado mundial de fabricação de

aeronaves comerciais, possui programas espaciais e é líder na fabricação de helicópteros

de uso civil e aviões comerciais. Sua atuação abrange mais de 170 países. A Airbus

atualmente entrega quase 800 aeronaves por ano e possui uma lista de espera de

encomendas, na ordem de 7.600 unidades, empregando atualmente mais de 60.000 mil

pessoas.

No ano de 2017, essa empresa anunciou um acordo com a Bombardier Aerospace,

visando a produção de aviões médios, se tornando o maior fabricante mundial desde então

(O GLOBO ECONOMIA, 2017). O faturamento anual dessa empresa foi triplicado e após

a junção das duas empresas, passou a girar em torno de 75,7 bilhões de euros e vem

aumentando seus ganhos de forma substancial, obtendo um lucro líquido de 2,87 bilhões

de Euros (UOL ECONOMIA, 2017).

A Airbus, tem suas plantas de fabricação situadas em vários locais do mundo, um dos

principais está localizado na França, havendo também na Alemanha e Espanha. Em 2009,

essa empresa decidiu mudar parte de seu polo de fabricação para fora da Europa; assim,

migrou a produção dos aviões A320 para a Àsia, mais precisamente a China e em 2016,

abriu uma planta dessa mesma aeronave, nos Estados Unidos.

A Airbus, como as outras empresas de grande porte, procura a todo momento, aumentar

sua participação no mercado ou manter sua posição, buscando alternativas para se manter

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competitivas e pujantes. Neste sentido, a empresa deu um grande passo nesta direção, ao

implantar uma fábrica no Estados Unidos, exatamente onde o seu maior concorrente

(Boeing) está localizado.

Em 2015, essa empresa inaugurou sua fábrica, com um investimento de aproximadamente

600 milhões de dólares. Passaram-se 3 anos, desde o anúncio de sua instalação, até a

implantação. Nesse início, ela detinha em torno de 20% do mercado, nos Estados Unidos,

enquanto sua concorrente, a Boeing, detinha 80%, após esse período, dobrou para 40%.

É um dia histórico [...] Ter uma linha de montagem nos

Estados Unidos aumentará nossa visibilidade- por

Fabrice Bregier, CEO da Airbus (tradução do autor).

O estado do Alabama foi o escolhido por algumas razões, entre elas está o valor do salário

mínimo, que é considerado um dos mais baixos, nos Estados Unidos, as raras

manifestações de trabalhadores por melhorias e os benefícios trabalhistas são em média

até 30% mais accessíveis, que nos países Europeus. Nessa época, essa empresa anunciou

a criação de mais de 1.000 empregos diretos; estimou-se encomendas na ordem de 5.000

novas aeronaves, para o mercado norte-americano, em um período de 20 anos, confiando

na renovação da frota americana que é uma das maiores do mundo.

Ao produzir em solo americano a Airbus afirmou que reduzirá os riscos financeiros com

variações cambiais entre o euro e o dólar. Segundo o que foi dito em uma reportagem,

pelo CEO, Fabrice Bregier, as instalações ocuparam uma antiga base aérea de Brookley,

onde inúmeros aviões haviam sido construídos quando da segunda guerra mundial e

possui uma área de 116 acres de terra, caso queira expandir suas operações.

Essa fábrica iniciou suas operações já produzindo 3 modelos de aeronaves: A319, A320

e A32. No ano de 2017, passou a produzir o quarto modelo: o A320 Neo, que se destaca

pela economia de combustível. Prevê também uma produção mensal de 4 aviões e 8 jatos,

já em 2018. Seu CEO Bregier salienta que o processo de montagem da aeronave

corresponde a apenas cerca de 10% do preço de composição.

Esta cidade faz três coisas para a Airbus [...] Isso lhes dá

uma maior presença industrial, o que poderia ser útil na

busca de contratos de defesa. Pressiona os sindicatos na

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Europa, porque o trabalho no Alabama custa menos. E

diversifica sua exposição cambial, o que poderia ser útil,

se o euro se fortalecesse novamente – por Richard

Aboulafia, da Teal Group Corporation. (tradução do

autor).

Diante dos sites pesquisados, pode se extrair uma síntese do externado pela imprensa,

dados que devem ser sintetizados compilados e segmentados, para uma maior

compreensão dos motivos que apoiaram a decisão do reshoring e seus impactos no

território americano.

Tabela 3- Dados Airbus

URL http://www.industryweek.com/competitiveness/airbus

Fonte dos dados Semana da Indústria

Data de publicação 14/09/2015

É um caso específico de

empresa de reshoring, de

offshoring ou de transplante?

Sim

Empresa/Organização Airbus

Tipo de trabalho Fabricação/Indústria

Se a fabricação, a empresa é um OEM? Yes

Categoria de reshoring: Transplante/Investimento estrangeiro

Número total de empregos (criados ou futuros): 1000

Ano do reshoring implementado ou a ser implementado: 2015

Domestico, o trabalho será feito: Planta local

Investimento de capital ($): 600 milhões

País (es) de origem: França

Cidade beneficiada reshoring: Mobile

Estado: Alabama

Indústria (s): Transporte Aéreo

Produto (s) vendido (s) Aeronaves

Quais fatores negativos não domésticos tornaram a

offshoring menos atraente? Variação cambial

Quais fatores positivos domésticos tornaram o reshoring

mais atraente?

Incentivos governamentais, Concessões

trabalhistas, Proximidade de clientes /

mercado, Outros, Pressão Sindicatos

europeus porque mão de obra mais barata

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Após 2 anos de atividade, em solo americano a Airbus anunciou novamente um acordo com a

empresa Bombardier, para fabricação da nova geração dos aviões Série C, em sua planta, na

cidade de Mobile, no Alabama, Estados Unidos. O acordo visou a aquisição de 50,01% de ações

do programa C Series da Bombardier; e permaneceriam no Canadá, os outros jatos dessa Série.

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66

Esse movimento mostrou-se como resposta à tarifação 299,45%, proposta pelo

Departamento de Comércio dos Estados Unidos, sobre um pedido de 75 jatos da Série C,

feito pela empresa aérea Delta Air 2, promovida por meio de uma queixa formal de sua

concorrente direta, a americana Boeing. A Airbus e a Bombardier creem que a

transferência da produção para esse país, contornará, de forma precisa, essa tarifação

imposta.

Isso parece um acordo questionável entre dois

concorrentes fortemente subsidiados pelo Estado, para

contornar as recentes descobertas do governo dos EUA

[...] Nossa posição é que todos devem seguir as mesmas

regras para que o comércio livre e justo funcione - pela

por Tom Enders, CEO da Airbus. (tradução do autor).

Este é um ganha-ganha para todos [...] A Série C, com

seu design de última geração e grande economia, é uma

excelente opção para nossa família de aeronaves, de

corredor único existente e amplia rapidamente nossa

oferta de produtos para um setor de mercado em rápido

crescimento - por Tom Enders, CEO da Airbus.

(tradução do autor).

Essa parceria não apenas garantirá a C Series e suas

operações indústriais no Canadá, no Reino Unido e na

China, mas também trará novos empregos para os EUA

[...] A Airbus se beneficiará do fortalecimento de seu

portfólio de produtos no mercado de alto volume de

corredor único, oferecendo valor superior aos nossos

clientes de linhas aéreas, em todo o mundo - por Tom

Enders, CEO da Airbus. (tradução do autor).

Porém os acordos anunciados por essa empresa, em 16/10/2017 e descritos nessa

reportagem, são esperados para que se concretizem até o segundo semestre de 2018. A

Boeing espera pelo julgamento de sua queixa como forma de obstáculo às pretensões da

Airbus e Bombardier.

A Comissão de Comércio internacional dos Estados Unidos promulgará decisão final

sobre as tarifas propostas pelo Departamento de Comércio, em 2018. De acordo com a

publicação a Boeing tenta arruinar os planos de sua rival para que sequer decole do chão,

sob a alegação de estar protegendo os empregos, na indústria americana.

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67

Tabela 4- Dados da Airbus-Bombardier

URL http://www.businessinsider.com/airbus-bombardier-c

Fonte dos dados Business Insider

Data de publicação 10/16/2017

Nome do autor Benjamin Zhang

É um caso específico de empresa de reshoring, de

offshoring ou de transplante?

sim

Empresa/Organização Airbus

Tipo de trabalho Fabricação/Indústria

If manufacturing, is the company an OEM? Yes

Categoria de reshoring: Transplante/Investimento estrangeiro

País de origem: França

Cidade beneficiada reshoring: Mobile

Estado: Alabama

Indústria (s): Transporte Aéreo

Produto (s) vendido (s) Aeronaves

Quais fatores positivos domésticos tornaram o

reshoring mais atraente?

Incentivos governamentais, proximidade com os

consumidores/mercado

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Os baixos preços da energia estimularam o investimento

estrangeiro na fabricação de produtos químicos nos

EUA, como forma de desenvolver uma cadeia de

fornecimento confiável e regional para produção com

excesso para exportação por Glenn Riggs, vice-

presidente de logística corporativa e estratégia da

Odyssey Logistics & Technology Corporation. (tradução

do autor)

4.1.5 Oportunidades na geração de empregos ao reshoring.

Registros indicam que em 2014 foram criados 60.000 empregos, na indústria americana,

em função do fenômeno do reshoring ou investimento estrangeiro direto; esse número é

superior àqueles indicados no ano de 2003, quando não passavam de 12.000

(RECOD.NET,2017).

Segundo outra reportagem, em 2014, houve um aumento de 10.000 empregos, sendo este

o primeiro aumento líquido no período de duas décadas. Essa indicação está longe de se

comemorar, pois no ano de 2015 mais de 50.000 empregos foram terceirizados para fora

dos Estados Unidos, segundo a organização Reshoring Institute.

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68

Esses números provavelmente refletem a evolução das

estratégias da cadeia de suprimentos que os fabricantes

nos Estados Unidos, bem como as empresas estrangeiras,

estão colocando em ação - por Rosemary Coates,

diretora do Reshoring Institute.

Para alguns fabricantes norte-americanos, o patriotismo

econômico será um ponto de inflexão quanto à

reaproximação ou não. Os executivos reconhecem que

nos últimos 15 anos colocamos um buraco gigante na

classe média [...] Temos que consertar isso porque não é

sustentável. perfil econômico a longo prazo quem

disse?

".

Grandes empresas vêm tentando reparar o dano causado pela evasão de indústrias dos

Estados Unidos, pela política do offshoring, quando foram extirpados milhares de

empregos.

Gráfico 4- Empregos gerados nos últimos 4 anos

Fonte: Reshoring Institute,(2018).

Como forma de manifestação de apoio ao reshoring, o Walmart, maior rede varejista

mundial, anunciou que concentrará suas compras de forma a favorecer a produção

americana; estima-se que os números sejam na ordem de 250 bilhões de dólares, até o

ano de 2023.

Segundo Coates, a manifestação do Wallmart, sobre concentrar suas compras em

produtos de fabricação nacional é importante, devido à sua influência e volume.

O Walmart é a mãe de todas as cadeias de suprimentos. A

empresa influencia praticamente todas as partes da indústria de

transformação. Como resultado da iniciativa do Walmart,

plásticos, pequenos motores, vestuário e outros produtos estão

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voltando. A reconstrução desses setores indústriais terá uma lupa

efeito em todos os tipos de fabricação americana - e sabemos que

o Walmart é um criador de tendências de varejo, que outros

varejistas certamente seguirão - por Rosemary Coates, diretora

do Reshoring Institute.( Tradução do autor).

A prova de que a manifestação do Wallmart impulsiona o movimento de reshoring e

reforça campanhas de valorização de produtos de fabricação nacional é que inúmeras

empresas, após esse anúncio, passaram a migrar suas operações de volta ao seu país de

origem. Empresas como a Bell Sports, passaram a produzir os seus capacetes Made in

USA e a comercializá-los nessa mesma rede varejista.

As empresas K´nex, que atua na fabricação de brinquedos, a K-Force Build e Blast, na

fabricação de moldagem por injeção, a (GE) General Eletric, que abriu três fábricas nos

estados de Illinois e Ohio, para a fabricação de lâmpadas brancas, com eficiência

energética para fornecimento exclusivo às lojas Wallmart, a fabricante de pneus Chester

County, S.C, entre diversas outras que realizaram o reshoring aos EUA, a partir do

anúncio dessa rede varejista.

Em adição aos exemplos citados, tem-se também a fabricante de roupas para o público

masculino, Todd Shelton, que decidiu pelo reshoring, transferindo toda sua produção do

Japão. Ela buscou estratégias para compensar a diferença salarial existente entre esses

dois países, de maneira a reduzir os impactos negativos que o aumento traria; diante disso,

investiu em inovação e melhoria da qualidade do produto.

Os dados expostos aqui, contém informações sobre anúncios de empresas com sede nos

Estados Unidos e daquelas estrangeiras que resolveram mudar sua produção para o

território americano. Esses dados são relativos aos anos compreendidos entre 2010 e

2017. Acredita-se que essa movimentação foi impulsionada, de forma antecipada, devido

à promessa do governo, em sobretaxar empresas que estivessem fora dos Estados Unidos

e efetuar cortes na burocracia regulatória, após as eleições de 2016, conforme pode ser

visto no gráfico abaixo.

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70

Gráfico 5- Reshoring + FDI criação de empregos

Fonte: Dados da pesquisa https://data.bis.gov/timeseries/CES3000000001

De acordo com os dados governamentais, durante os últimos 20 anos, os Estados Unidos

foi perdendo uma quantidade maior de empregos do que retendo ou atraindo novos.

Estima-se que cerca de 5 milhões desses, 2,3 milhões correspondam à indústria americana

e somente 900.000 desses foram reestabelecidos.

Fonte: Elaborado pelo autor https://data.bis.gov/timeseries/CES3000000001

Em 2015, os números indicaram uma certa paridade, demonstrando que a sangria dos

empregos na indústria americana, havia estancado. O fenômeno de reshoring estava

sendo protagonista nessa recuperação, de certa forma estava ajudado a economia

americana a se fortalecer e crescer.

-2000

0

2000

4000

6000

8000

10000

2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

Período de 2007 a 2017

Linear (Reshoring)

Gráfico 6-Disposto de empregos por estado.

73256

46572

35407

331983187730601

28225

26551

25025

19838

15908

14646 14068

1390312563

EMPREGOS

1 Carolina do Sul 2 Tenessee 3 Minisota 4 Carolina do Norte

5 GA 6 Texas 7 Alabama 8 Ohio

9 Nova York 10 In 11 AZ 12 VA

13 MS 14 LA 15 KY

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71

Segundo o Reshoring Institute, a revitalização e modernização da indústria americana tem

ganho importância e se tornado notória por causa dos investimentos das empresas que

regressaram.

Gráfico 7- Empregos na indústria de 1970 a 2014

Fonte: Site www.recod.net,(2018).

Já no ano de 2016, pela primeira vez, os empregos perdidos para o offshoring foram

menores que aqueles que retornaram pelo processo do reshoring e FDI. Desde 1970 os

empregos gerados ou atraídos não eram maiores que os perdidos pelo offshoring, saindo

da média de perda anual de 200.000 para geração de 30.000, líquidos.

Em coletiva de imprensa, durante o ITMS - International Manufacturing Technology

Show, em sua edição de 2018, um dos maiores eventos voltados a grandes fabricantes

mundiais, Harry Moser, fundador e presidente do reshoring Institute da organização que

pesquisa o fenômeno de reshoring nos Estados Unidos, sobre o aumento de cerca de 40%

na fabricação de produtos nos Estados Unidos, afirmou também que cerca de 500.000

empregos diretos foram adicionados a economia americana desde 2009, e expressou que

os números ainda crescerão, (CANDACE, R.,2018).

A adição de outro milhão exige decisões corporativas de

sourcing mais inteligentes e treinamento de força de

trabalho qualificada e a adição de outros três milhões

exige uma ação nacional importante para nivelar o

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72

campo comercial - por Moser ex-presidente da GF

Machine Solutions. (tradução do autor) O retorno real dos empregos para os EUA torna factível

que milhões mais possam retornar com as políticas

corretas em vigor, e que equilibrar o déficit comercial

fará com que as compras anuais de máquinas-

ferramentas e outras tecnologias de fabricação aumentem

em cerca de 25% por 20 anos, que pode superar o atual

atraso de produtividade e motivar o recrutamento de mão

de obra qualificada - por Moser ex-presidente da GF

Machine Solutions. (tradução do autor)

De forma simultânea ao aumento dos empregos em 2016 e ainda maior em 2017,

correspondeu a nove vezes, no biênio anterior; o numerário é considerável e corresponde

à quantia de US$ 91 bilhões de dólares.

Segundo o estudo feito pelo Reshoring Institute, a importação para os Estados Unidos

também aumentou de forma considerável, porém, nesse período, não foi observada uma

saída de empresas para produção desses produtos fora do território americano. Acredita-

se que esse aumento foi baseado no crescimento do consumo desses produtos,

impulsionando a importação direta de fornecedores estrangeiros e não do deslocamento

das plantas de produção para fora do país, (CANDACE, R.,2018).

Gráfico 8-Reshoring X FDI - Investimento Estrangeiro Direto

Fonte: Elaborado pelo autor, https://data.bis.gov/timeseries/CES3000000001

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018

Período de 2007 a 2017

Reshoring FDI

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Mais da metade das empresas afirmaram que quando decidiram realizar o offshore

focaram na comparação entre as bases salariais vigentes naqueles polos; entretanto,

quando se trata do reshoring, essas demonstram tendência a analisar diversos fatores que

englobam custos e riscos, até então não considerados relevantes, (BOSTON

CONSULTING GROUP, 2013)

Os fatores determinantes para realização do reshoring ou FDI, são muito semelhantes,

porém, existem exceções:

Tabela 5-Fatores determinantes para realização do reshoring ou FDI

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

A maioria das empresas que realizou reshoring, é proveniente de países que têm mão de

obra de baixo custo e para que haja a compensação, as empresas utilizam automação de

suas plantas fabris, o que traz equilíbrio aos custos de mão de obra doméstica.

O selo criado como forma de impulsionar o fenômeno de reshoring, o Made in USA, não

Tem o mesmo peso em empresas interessadas em realizar o investimento direto, o FDI.

Como a maioria dessas empresas são provenientes de países desenvolvidos, o valor

agregado desse selo não é tão diferente do selo Made in Germany, ou seja, a influência

do selo de fabricação americana se tornou um diferencial, quando comparado ao selo de

um país em desenvolvimento, a exemplo do Made in China.

Um fator notório é que a maioria das empresas que realizam o reshoring é que elas evitam

publicitar sobre o que deu errado na sua decisão de offshoring, mas antes buscam valorizar

as vantagens competitivas de voltar a produzir nos Estados Unidos.

•ênfase na imagem

•Automação

•Redesign produto Made in USA

Reshoring

•ênfase nos incentivos governamentais

•Mão de obra qualificada

FDI- Foreign Direct investiment

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Estima-se que a taxa recorde de mais de 170.000 novos postos de trabalho e investimentos

diretos estrangeiros (FDI) anunciados em 2017, não será sustentável, a menos que haja a

concientização que as políticas nacionais e corporativas devam ser alteradas para tornar

a produção norte-americana mais competitiva, segundo Moser fundador e presidente do

Reshoring Institute, (CANDACE, R.,2018).

Pergunta-se por que empregos nas indústrias então voltando, mesmo com a utilização de

robôs, nas fábricas; ainda, por quanto tempo ele estará assegurado. Essa dúvida tem

intrigado pesquiosadores; no entanto, existem algumas razões para se manter esse cenário

atual e futuro (GLASER, A. ,2017).

Faz parte das projeções futuras da sociedade, achar que, quanto mais a tecnologia robótica

avançar, menos empregos surgirão, vinculando diretamente uma ação e reação

automática. Imagina-se que os robôs irão substituir de forma definitiva uma porção

significativa ou a maioria dos empregos no setor industrial.

Esse cenário é realmente uma possibilidade real e que ja é realidade em alguns setores, o

industrial é um deles, porém, não é bem assim. Atualmente mesmo com as empresas

investindo na automação de suas plantas de produção, os empregos indústriais também

estão aumentando. Em abril do ano 2017, cerca de 18,4 milhões de norte-americanos

estavam trabalhando na indústria, baseado no que diz o Escritório de estatisticas

trabalhistas dos Estados Unidos , (GLASER, A. ,2017).

Este numerário representa cerca de 25.000 postos a mais de trabalho, neste setor em

relação ao ano anterior (2016) e se a comparação se estender a 2010, esse número

corresponde a quase um milhão de postos. Porém, este número ainda é 1/3 inferior aos

valores existentes a partir dos anos 1980, cerca de 6 milhões de postos de trabalho a

menos.

Uma razão para o aumento: no ano passado, pela primeira vez em décadas, mais empregos

indústriais voltaram aos Estados Unidos do que saíram, de acordo com dados compilados

pela Iniciativa de Recursos, uma empresa que trabalha para trazer empregos de volta aos

EUA. Em 2016, houve um ganho líquido de mais de 25.000 empregos. Isso reflete uma

perda de cerca de 50.000 empregos que deixaram o país, combinados com um ganho de

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75

cerca de 77.000 postos de trabalho que retornaram aos EUA ou resultam de empresas não

americanas investindo em fábricas dos EUA, de acordo com o relatório, (GLASER, A.

,2017).

Gráfico 9- Número de empregos industriais nos Estados Unidos.

Fonte: Reshoring Institute e Universidade de San Diego. https://data.bis.gov/timeseries/CES3000000001

A maior parte dos empregos, cerca de 60% de 2010 a 2016, veio da China, de acordo com

esse relatório da Plant Moran. O trabalho se tornou mais caro na China do que no passado,

com os salários subindo 12% a 15% ao ano, nos últimos 15 anos, de acordo com Harry

Moser, fundador da Iniciativa de Recursos Humanos.

Em pesquisa no portal da revista Forbes, este estudo identifica os impactos do reshoring,

na retomada da oferta de empregos para os americanos. Por meio de exemplos de casos

concretos pudemos identificar o volume de novos postos de trabalho trazidos de volta

para os Estados Unidos.

A indústria automotiva trouxe mais empregos para os EUA, seguidos pelos fabricantes

de componentes eletrônicos e eletrodomésticos. Essas são indústrias, de acordo com o

relatório da Plant Moran apresentado durante ITMS - International Manufacturing

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Technology Show em sua edição de 2018, focadas em produtos cujo tamanho e peso

sugerem que o offshoring nunca ofereceu economia de custos.

Mas ainda há a questão de como o crescente uso da automação poderia eventualmente

desempenhar um papel ainda maior nessas tendências. No primeiro trimestre de 2017, as

empresas norte-americanas compraram 32% mais robôs do que no mesmo período do ano

passado, segundo dados da Robotic Industries Association, pelo fato dos robôs terem-se

tornado mais baratos.

Embora agora os trabalhos humanos e a manufatura robótica estejam em ascensão, as

máquinas finais tiram empregos. Para cada robô trazido para a força de trabalho dos EUA

entre 1990 e 2007, seis desses foram perdidos (GLASER, A. ,2017).

Essa movimentação tem fortalecido organizações a regressarem e impulsionando-as a

fomentar o aumento dessa transferência de suas cadeias de suprimento, o que resultará no

aumento dos empregos aos norte-americanos (COHEN, 2018)

O presidente Moser, do Reshoring Institute Harry analisou os resultados de uma pesquisa

conjunta de seu instituto e a Plant Moran, que quantificou as razões para o offshoring, as

diferenças de preços e as mudanças políticas necessárias. Moser quebrou muitos mitos de

fabricação, tais como:

I. Não é possível trazer uma grande quantidade de empregos de volta para os Estados

Unidos, contra: “Há provas de que eles podem ser trazidos de volta”, disse Moser.

"Em 2017, foram anunciados 171 mil empregos para voltar - isso representa cerca

de 90% de todo o aumento do emprego industrial em 2017".

II. Os robôs estão assumindo muitos dos trabalhos de fabricação e devem ser

tributados, contra: "Se você taxar os robôs, não terá tantos robôs quanto deveria e

acreditamos que, se os EUA não adotarem a automação, os EUA poderão perder

mais empregos para a China"[...] "Se você automatizar, você tem o trabalho aqui

com a possibilidade de mais empregos".

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III. A maioria absoluta de todos os postos de trabalho perdidos na indústria, foram

por causa da produtividade, não ao offshoring, contra: "Entretanto, acreditamos

que 60% dos postos de trabalho perdidos foram devidos ao offshoring, não à

produtividade".

IV. O déficit comercial não é importante e não pode ser fixado de qualquer maneira,

contra: "Na verdade, o déficit comercial impulsiona a baixa taxa de poupança e

acreditamos que, como há um alto déficit comercial, a taxa de poupança é baixa".

V. O emprego manufatureiro continuará inevitavelmente a declinar como a

agricultura, contra: "A fabricação é o oposto da indústria agrícola - é mix alto de

baixo volume - tendendo a personalização e é muito mais difícil automatizar a

fabricação do que a agricultura, onde você tem um baixo mix de alto volume.

Segundo Cohen (2018) várias empresas têm expressado, em atitudes, suas pretensões de

manter os empregos em casa e até mesmo aumentar a oferta. Uma pesquisa realizada pelo

Reshoring Institute em inúmeros portais, identificou esse movimento das organizações,

dentre estas a pesquisa destaca algumas; a seguir.

Os dados abaixo foram selecionados através de reportagens e matérias jornalísticas a

partir da relação de empresas que anunciaram a geração de empregos diante o fenômeno

de reshoring. Essa relação está baseada em uma lista divulgada pelo Reshoring Institute

Iniciative, no período de 2010 até o primeiro trimestre de 2018.

Diante das empresas que estão acompanhando tal fenômeno, este estudo ressalta 15

fabricantes de grande porte.

A Apple anunciou no início deste ano de 2018, o interesse em investir nos Estados Unidos,

em torno de 30 bilhões de dólares americanos, em gastos de capital, sendo este numerário

previsto para concretização em até cinco anos. Como parte desse investimento, ela

expressou pretensão de aumentar o suporte ao seu fundo de fabricação avançada

(Advanced Manufacturing Fund).

O valor passará de 1 bilhão de dólares para US$ 5 bilhões. Esse capital é utilizado para

dar suporte à indústria americana, como forma de investir e dar condições ao setor

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Total de empregos

retidos22.200

Estados Beneficiados

Texa´s, TBD

IndustriaCurpertino, california

Figura 13- Empresa Apple

manufatureiro se modernizar e se fortalecer. Espera-se que essa movimentação possa criar

cerca de 20.000 novos postos de trabalho.

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

Esse anúncio e movimentação vem como reação da organização às críticas a ela,

direcionadas, sobre a sua terceirização de empregos, para países em desenvolvimento, em

especial a China. Dentre essas acusações, estão também aquelas que indicam uma

estratégia de pagamento de menos impostos, mantendo fora do país cerca de 250 bilhões

de dólares. Essa empresa americana divulgou em março de 2017 que daria suporte a cerca

de 4,8 milhões empregados chineses e somente 2,8 milhões nos Estados Unidos.

Na mesma direção aparece a General Motors, que fez vários anúncios de esforços, no

sentido de revitalizar e impulsionar o emprego, nas suas unidades de produção, mas

precisamente em Michigan, New York, Tennessee e Texas. No mês de janeiro de 2017

essa empresa fez seu maior anúncio: 7 mil empregos seriam gerados/mantidos nos

próximos anos e a transferência de aproximadamente 600 empregos de sua planta de

produção no México, para o estado de Arlington no Texas.

Esses esforços se contabilizados desde 2010, totalizam cerca de quase 13.000 empregos,

se tornando o segundo maior incentivador e investidor na criação e manutenção desses,

nos Estados Unidos, sendo superado apenas pela Trilhardária Apple.

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Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

A empresa Boeing, vem expandindo suas operações nos Estados Unidos e ampliando sua

força de trabalho em toda Costa Leste. Sua nova fábrica localizada na Carolina do Sul,

produz sua linha de aviões 787 Dreamliner e transferiu a produção de novo modelo 777X,

para St. Louis, antes fabricado fora.

Essa empresa prevê que a primeira unidade de seu novo modelo seja concluída em 2019

e a Boeing estima que gerará aproximadamente 8.000 empregos, ficando atrás somente

da Apple e a General Motors, no ranking das empresas que mais estão empregando nesse

movimento das cadeias de produção.

Ela tem se destacado nos esforços para mobilização de suas plantas de produção para o

território americano, esta tem mudado a maneira de realizar seus planejamento estratégico

e composição de custos globais, observando outros itens que impactam a formação dos

custos.

Figura 14-Dados extraído sobre a empresa General Motors

Total de empregos retidos

12.988

Estados BeneficiadosMichigan, Nova York,

Tennessee, Texas

IndústriaVeículos a motor e

peças

Sede Detroit, Michigan

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80

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

A americana Ford, no ano passado (2017), apresentou plano de cancelamento de sua

expansão de cerca de US$ 1,6 bilhão, na sua unidade de produção, no país vizinho, o

México, transferindo as operações para o estado americano no estado do Michigan.

Estimasse a geração de cerca de 700 empregos e um investimento aproximado de US$

700 milhões. Quando ampliado o espectro de análise para os últimos oito anos, a

organização anunciou investimentos e ações similares que gerarão cerca de mais 4.200

postos de trabalho, beneficiando os estados de: Ohio, Nova York, Indiana, Illinois, além

de outras partes do estado de Michigan.

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

Figura 16- Dados sobre a empresa Ford.

Total de empregos

retidos4,200

Estados Beneficiados

Indiana, Illinois, Ohio, Michigan,

Nova York

IndústriaVeículos a motor

e peças

SedeDearborn, Michigan

Figura 15- Dados extraídos sobre a empresa Boeing .

Total de empregos

retidos7,725

Estados BeneficiadosMissouri, Montana,

Carolina do Sul

Indústria Aeroespacial e defesa

Sede Chicago, Illinois

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81

Esses anúncios foram feitos após pressão do governo americano para que empresas

nativas, reduzissem seus investimentos fora do país e passassem a focar no investimento

e fortalecimento da indústria local e geração de emprego.

Já para a empresa Intel, empresa que atua na fabricação de componentes eletrônicos e

semicondutores, anunciou em 2011 a intenção de contratar cerca de 4.000 trabalhadores

norte-americanos, além da construção de uma unidade de fabricação de

microprocessadores, sendo para isto estimado um investimento de aproximadamente US$

5 bilhões de dólares, no Arizona.

Espera-se com a Fab 42, nome dado pela organização a esta unidade, a produção de 7

nanômetros e foi planejada para se tornar a mais avançada fábrica desse seguimento, na

atualidade, tendo sua implantação finalizada no ano de 2013, devido a inúmeros

adiamentos na sua inauguração.

No ano de 2017, a Intel anunciou um investimento de US $ 7 bilhões de dólares e

contratação de 3.000 trabalhadores qualificados de alto nível, de forma direta com

remuneração diferenciada. A conclusão desse projeto está prevista para 2020 com a

estimativa de geração de 10.000 empregos, no estado do Arizona.

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

Figura 17- Dados extraídos sobre a empresa General Motors.

Total de empregos

retidos4.000

Estados Beneficiados

Arizona, Califórnia, Oregon

IndustriaSemicondutores e

componentes eletrônicos

SedeSanta Clara,

Califórnia

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Total de empregos retidos

2.900

Estados Beneficiados

Louisiana, Michigan, Texas

Indústria Químicos

SedeBoston,

Massachusetts

A busca pela redução de custos e melhor avaliação da composição geral na produção, fez

com que a Dow Chemical anunciasse, no ano de 2015, planos de investimento na ordem

de US$ 6 bilhões de dólares em suas fábricas, localizadas nos estados do Texas e na

Louisiana, como forma de redução dos custos compostos, aproveitando o baixo preço do

gás natural.

Os esforços da empresa em realizar o reshoring anunciados nos últimos anos, deverão

reter ou acrescer cerca de 2.900 empregos nas indústrias americanas, essa tendência tende

a impulsionar outras empresas a realizarem análises dos mesmos parâmetros para a

movimentação de planta de produção, seguindo a tendência atual.

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A General Eletric estima reter gerar de 2.700 empregos na indústria americana,

reforçando sua força de trabalho nos Estados Unidos, de acordo com anúncio realizado

pela empresa em 2010. Essas ações estão concentradas no seu Apliance Park, uma

unidade de produção que foi reformada recentemente no Kentucky, trazendo para os

Estados Unidos sua produção de máquinas de lavar de alimentação frontal e de

refrigeradores, que são produzidos na China e México, (BOSTON CONSULTING

GROUP,2013).

Figura 18-Dados extraídos sobre a empresa DOW.

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Figura 19- Dados extraídos sobre a empresa General Eletric

Total de empregos retidos

2.656

Estados Beneficiados

Alabama, Arkansas, Illinois, Kentucky, Carolina do Norte,

Nova York, Ohio

Indústria Máquinas industriais

Sede Boston, Massachusetts

A empresa aponta alguns fatores determinantes para sua decisão de mudança para os

Estados Unidos, estes compõem percentual relevante na formação do risco total e custo,

entre eles estão: custo de transporte reduzido, mão de obra mais bem qualificada além de

incentivos fiscais por parte dos governos estaduais e municipais.

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

No mesmo sentido, a Whirlpool anunciou várias ações no sentido de fortalecer suas

operações nos Estados Unidos, trazendo operações para o país norte-americano. Estima-

se que desde 2010 a empresa tenha gerado em torno de 2.165 empregos para trabalhadores

no setor industrial. Após o anúncio do governo americano em aumentar a tarifação das

máquinas de lavar, importadas, como forma de proteção e redução das importações de

outras marcas, a exemplo da Sansung Eletronics e LG Eletrônics.

A Whirlpool anúncio no início deste ano a criação de mais 200 novos postos de trabalho

em suas indústrias, fortalecendo sua atuação nos Estados Unidos.

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Figura 20- Dados extraídos sobre a empresa Whirlpool

Total de empregos retidos

2.165

Estados Beneficiados Ohio

Indústria Eletrônica, equipamentos elétricos

Sede Benton Harbor, Michigan

Fonte: Elaboração própria, dados da pesquisa

De acordo com o Instituto Reshoring, a fabricante de máquinas agrícolas e de construção

Caterpillar, anunciou projetos de reshoring, direcionados aos estados do Texas, Indiana

e Illinouis, com geração de 2.100 empregos nos Estados Unidos.

No ano de 2012 essa empresa inaugurou uma de suas plantas de fabricação na cidade de

Victória no Texas. Com um investimento inicial foi de US$ 200 milhões de dólares,

transferiu a produção de suas escavadeiras hidráulicas de Akashi no Japão para os Estados

Unidos. Em 2015, a empresa anunciou novamente planos de expansão de seus

investimentos no solo americano, movendo suas operações de fabricação de caminhões

produzidos no México, para o estado do Texas.

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Figura 21- Dados da empresa Carterpillar

Total de empregos

retidos2,100

Estados Beneficiados

Geórgia, Illinois, Indiana, Texas

IndústriaConstrução e máquinas

agrícolas

Sede Peoria, Illinois

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Em janeiro de 2015, a fabricante de veículos Polaris Industries, divulgou sua intenção de

construir uma unidade de produção de seus veículos off-road com um investimento de

aproximadamente US $142 milhões de dólares no estado do Alabama. A previsão é de

criação de 2.000 novos empregos industriais.

Essa empresa demonstra que tal investimento teve como principal fator influenciador, os

incentivos fiscais, estaduais e municipais. Ela receberá após a conclusão de suas

instalações, incentivos fiscais na ordem de US $ 80 milhões de dólares, disponibilizados

pela cidade de Huntsville, Alabama.

Este discurso vem como forma de contraponto e como respostas às críticas recebidas pela

empresa por ter reduzido seus investimentos e operações no estado de Wisconsin, EUA,

construindo novas plantas de produção na cidade de Monterrey no México ao custo de

US$ 150 milhões de dólares.

Em janeiro de 2015, a fabricante de veículos Polaris industries, divulgou sua intenção de

construir uma unidade de produção de seus veículos off-road com um investimento de

aproximadamente US $142 milhões de dólares no estado do Alabama. A previsão é de

criação de 2.000 novos empregos industriais.

A empresa demonstra que tal investimento teve como principal fator influenciador, os

incentivos fiscais, estaduais e municipais. A empresa receberá após a conclusão de suas

instalações, incentivos ficais na ordem de US $ 80 milhões de dólares, disponibilizados

pela cidade de Huntsville, Alabama.

Este discurso vem como forma de contraponto e como respostas as críticas recebidas pela

empresa por ter reduzido seus investimentos e operações no estado de Wisconsin, EUA,

construindo novas plantas de produção na cidade de Monterrey no México ao custo de

US$ 150 milhões de dólares.

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Total de empregos retidos

2.000

Estados Beneficiados

Alabama

Indústriaequipamentos de

transporte

Sede Deerfield, Illinois

Figura 22- Dados extraídos sobre a empresa Polaris

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A empresa Solar City, passou por inúmeras dificuldades na operação em solo americano,

devido ao custo de produção de painéis solares residenciais. Os custos de mão de obra

eram relativamente altos em relação a outros países, o que dificultava sua operação e

competitividade.

Em 2014, anunciou um acordo com o estado américa de Nova York, que obriga a

fabricante investir cerca de US $ 5 bilhões de dólares, nos próximos 10 anos, para que

receba um incentivo fiscal generoso na quantia de US $ 750 milhões de dólares, onde

ambos esperam alcançar a marca de 1.900 novos postos de trabalho na indústria

estadunidense.

Esse investimento estará concentrado na construção de uma nova planta de fabricação em

South Buffalo. O projeto ficou paralisado durante um bom tempo e após reavaliação de

seu cronograma de execução e implantação e ter sido vendida a empresa Tesla, teve ano

passado (2017), o início de sua produção industrial de painéis solares já na nova fábrica.

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Figura 23- Dados extraídos sobre a empresa SolarCity

Figura 24- Dados extraídos sobre a empresa MERCK & CO., INC

Total de empregos retidos

1.900

Estados Beneficiados

Nova York

IndústriaProdução e

armazenamento de energia

Sede San Mateo, Califórnia

Total de empregos retidos

1.633

Estados Beneficiados

New Jersey, TBD

Industria Farmacêutica

Sede Kenilworth, New Jersey

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Em junho do ano passado (2017), foi anunciado pela Casa Branca que, a Merck & Co.

em consonância com grandes fabricantes farmacêuticos e a exemplo da Pfizer e Corning,

firmaram termo de compromisso de investimento em conjunto na ordem de US $ 4

bilhões de dólares, na produção de vidros farmacêuticos, nos Estados Unidos.

Espera-se devido o tipo de tecnologia empregada no armazenamento de medicamentos

injetáveis, frascos e cartuchos, a geração de cerca de 4.000 empregos se somado para as

três empresas. Já esse ano (2018), a empresa já havia criado 300 postos de trabalho na

indústria americana, como parte de suas ações e consolidação de suas operações no

exterior. Nos Estados Unidos esse esforço vem desde 2013, quando transferiu sua sede

da divisão de saúde animal de Boxmeer na Holanda, para Nova Jersey.

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

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Figura 25- Dados extraído sobre a empresa AMGEN

Total de empregos retidos

1.600

Estados Beneficiados

Rhode Island, TBD

Indústria Farmacêutica

Sede Thousand Oaks, Califórnia

Em janeiro deste ano (2018) a empresa Amgen através de seu CEO Robert Bradway,

juntamente com o presidente americanos Donald Trump, anunciaram que ela tinha

intenção de adicionar cerca de 1.600 empregos, na indústria americana. Esse anúncio vem

após muitos anos de redução de custos que diminuíram cerca de 15% da força de trabalho

em suas unidades, causando o fechamento de duas delas, no ano de 2014.

No mês seguinte de seu anúncio, em fevereiro de 2018 a empresa fez outro comunicado,

que realizaria um investimento de US $ 300 milhões de dólares na implantação de uma

nova fábrica de produtos biológicos, nos Estados Unidos. Estima-se a contratação de 300

empregados após sua conclusão. Em abril de 2018, a organização anunciou a cidade de

Greenwich, no estado de Rhode Island, para instalação dessa nova unidade.

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

A Gentex que fábrica espelhos havia fechado duas de suas unidades de fabricação, uma

na China e outra no México, como forma de concentrar suas atividades de produção no

Estado do Michigan, nos Estados Unidos. Essa empresa alega que apesar do custo de mão

de obra ser menor, com sua produção fora do território americano, a consolidação de

todas as etapas de produção, em um único local, reduz os custos com transportes e erros

de fabricação.

Em um estudo feito pelo Instituto Iniciativa de Reshoring, relata que desde o ano de 2010

para cá (2018) estimou-se a criação de cerca de 1.600 empregos para indústria americana.

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Figura 27- Dados extraídos sobre a empresa INSULET CORPORATION

Total de empregos

retidos1.500

Estados Beneficiados

Massachusetts

Indústria Biotecnologia

SedeBillerica,

Massachusetts

Figura 26- Dados extraídos sobre a empresa GENTEX

Gentex

Total de empregos retidos

1.600

Estados Beneficiados

Michigan

Indústria peças de veículos a motor

Sede Zeeland, Michigan

Fonte: Elaboração própria, dados da pesquisa (2018).

A fábrica de sistemas de insulina Insulet Corporation, no ano de 2017, anunciou a

transferência da produção de seu principal produto, a bomba de insulina “Omipod”, está

se destaca por ser à prova d´água, retirando da China para a cidade americana de Acton

no estado de Massachusetts.

A empresa alega que os motivos que a influenciaram a tomar essa decisão foram a força

de trabalho qualificada nesta área e o aumento crescente dos custos trabalhistas, na China

e caso a lucratividade prevista para os próximos anos seja atingida, a empresa acredita

poder chegar a contratação de 1.500 funcionários até 2021.

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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No ano de 2012, o BCG (Boston Consulting Group) identificou algumas áreas no setor

de manufatura que retornariam aos Estados Unidos, até o ano de 2015. O BCG indicou

as sete principais áreas da indústria e dessas, seis estão incluídas nas dez principais

indústrias dos EUA. Dentre elas estão a indústria de vestuário, produtos químicos,

equipamentos médicos e produtos de madeira/papel.

Estudos indicam quais setores da indústria são responsáveis pelo maior volume de

geração e manutenção de postos de trabalho nos Estados Unidos, para isso pode-se

mensurar de acordo com o ranking abaixo:

Gráfico 10- Reshoring + FDI por tipo de indústria.

Fonte: Dados da pesquisa, (2018).

4.2 Ameaças ao reshoring

Existe uma ameaça ao fenômeno de reshoring que vem se tornando uma realidade, a

ponto de se tornar ao que se chama de nearshoring - quando uma empresa decide mudar

sua planta de produção não propriamente para o seu país de origem, mas para um vizinho

ou mais próximo. Neste sentido, o México vem se destacando na captação dessas

empresas que queiram se aproximar do seu mercado consumidor, mas não

necessariamente permanecer em terras norte americanas, (VICKI, S., 2016).

208,747

56,515

48,525

45,210

38,170

37,421

21,653

20,736

616

295

952

241

298

209

202

79

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Equipamentos de transporte/locomoção

Equipamentos eletricos, componentes e eletro domesticos

Textil e Moda

Produtos eletrônicos e computadores

Produtos de elasticos e borracha

Produtos químicos

Maquinário

Produtos de papel e madeira

Periodo 2010-2017

Empresas Empregos

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Empresas passaram a enxergar as américas como um todo, a exemplo daquelas de

fabricação de automóveis, equipamentos e utensílhos médicos, entre outras.

Estamos vendo consideravelmente mais atividades de

nearshoring, ao contrário de reshoring [...] Grande parte

dessa tendência se origina no desaparecimento da

vantagem de custo de mão de obra, na Ásia em

comparação com áreas como o México, que aproxima

alguns fabricantes norte-americanos de seu principal

consumidor - por Guenzerodt, presidente da Dachser nos

Estados Unidos, (VICKI, S., 2016). (tradução do autor).

Baseado em acordos de reciprocidade e de livre comércio entre os países da América do

Norte, o México vem se destacando por se assemelhar à China, quanto aos atrativos

oferecidos à empresas estrangeiras e norte americanas, em termo de custos trabalhistas e

logísticos, além da vantagem de oferecer a proximidade do mercado consumidor

americano, (VICKI, S., 2016).

Para que se possa dimensionar esse crescimento, destaca-se o setor automobilístico: o

México atingiu a capacidade de produção de veículos, na ordem de 292.271 e desses

exportou 234.668, em agosto de 2015, de acordo com a Associação da Indústria

Automotiva Mexicana. Para dar suporte a esse crescimento, montadoras americanas e

estrangeiras estão aumentando sua capacidade de produção, (VICKI, S., 2016).

Empresas como Daimler e Renault-Nissan Alliance estão focadas no processo de

nearshoring: fabricantes construíram uma fábrica na cidade de Aguascalientes, no

México, para produção de veículos compactos da Mercedes-Benz e da Infiniti. Espera-se

com as novas fábricas, uma capacidade de produção anual de mais de 230.000 veículos.

Na mesma direção a fabricante Audi está atualmente construindo sua primeira planta, no

México; o mesmo fez a pneus Pirelli, há alguns anos, para suprir a demanda nas Américas;

ela calculou que até o ano de 2018 produziria em torno de 6,0 milhões de unidades,

(VICKI, S., 2016).

Sobre essa decisão, diversas outras fábricas automotivas estão manifestando esse mesmo

interesse ou já estão de fato, em plena movimentação em suas plantas de produção. Essa

ação acaba por impulsionar outras empresas que compõem o processo produtivo, nesse

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setor, ou seja, ao implantar uma nova montadora de veículos em uma região, uma serie

de outras pequenas e médias indústrias decidem pelo mesmo processo como forma de

redução de custos e proximidade do seu consumidor direto, (VICKI, S., 2016).

O setor automobilístico não é o único responsável por essa migração em cadeias, para o

México, este é apenas uma das molas propulsoras do crescimento da migração

manufatureira, nesse país, o qual vem se destacando também na produção de motores de

turbina a gás, para aviões. A Zenith Electronics Corporation anunciou seus planos de

interromper suas operações de tubos de imagem, atualmente produzidos no extremo

oriente e transferir para o México.

O setor de produtos médico-hospitalar que já tem uma atuação protagonista, projeta o seu

crescimento continuado, ampliando suas exportações para os Estados Unidos e Canadá.

Apesar do nearshoring estar em pleno crescimento, principalmente pelas ofertas de

redução de custos de mão de obra, no México e pela proximidade com o mercado

consumidor americano, porém, ele não contribui ou quase nada, para a reindustrialização

dos Estados Unidos:

Adoramos quando as empresas racionalizam sua

produção para o continente, onde vão vender seus

produtos [...] Mas o problema com a localização no

México é que não é a América. A criação de manufatura

no México não ajudará a reconstruir a economia

manufatureira dos EUA - por Coates, Diretora do

reshoring institute. (tradução do autor)

As empresas estão aplicando o conceito de custo total de

propriedade e risco e complexidade da cadeia de

suprimentos, de maneira muito mais estratégicas. Esses

fatores são muitas vezes intangíveis com custos ocultos,

como corrupção ou perda de propriedade intelectual - por

Joel Sutherland, diretor administrativo do Instituto de

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos da Escola de

Administração de Empresas, da Universidade de San

Diego, (CANDACE, R.,2018). (tradução do autor).

As razões que influenciam e são norteadoras nas decisões de mudança de local para

produção de bens e serviços, são diversas: cada empresa analisa questões diferentes e

cada uma tem um fator decisivo que impacta seus custos de produção, dentre essas, a

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proximidade do mercado consumidor parece ser incomum entre elas, (CANDACE,

R.,2018).

Segundo esse raciocínio, faz sentido migrar uma planta de produção para a China, visando

produzir para seu mercado interno, porém a questão é saber se vale a pena essa decisão,

para produzir bens e serviços para outros países, a exemplo dos Estados Unidos.

Vivemos em um mundo de entregas just-in-time [...] O

sucesso dos negócios depende de um sistema eficaz de

cadeia de fornecimento, que considere vários fatores,

incluindo taxas de salário, disponibilidade de mão de

obra qualificada, custos de produção, regulamentações

governamentais, estabilidade econômica, riscos

controlados e muito mais - por Joel Sutherland, diretor

da Escola de Administração de Empresas da

Universidade de San Diego. (CANDACE, R.,2018).

(Tradução do autor).

4.3 O significado do Made in USA para os Estados Unidos.

As organizações têm expressado suas motivações para voltar a produzir em seu país de

origem ou as empresas que através do FDI, miraram no país americano para implantar

suas fábricas. Alguns dos motivos mais comuns citados para promover empregos na

indústria e atrair os fabricantes, são capitalizar o valor da marca do selo Made in USA,

sua proximidade com os consumidores dos EUA, a força da mão de obra qualificada do

país e os incentivos do governo.

Alguns dos motivos mais comuns citados para promover empregos na indústria e atrair

fabricantes, são: capitalização do valor da marca do selo Made in USA, aproximação com

consumidores dos EUA, força da mão de obra qualificada e incentivos do governo.

(LESTER, REBECCA,2018).

Estudos têm demonstrado que consumidores estão propensos a perceber o país de origem,

ou pais de fabricação, como fator diferenciador na hora de avaliar um produto.

(USUNIER, 2006; WILCOX, 2015). Para a psicologia de Gestalk defende que o tipo de

impressão de um objeto está diretamente ligado à avaliação de outro objeto, através da

perspectiva de irradiação. (WEISS-RICHARD, 2003).

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Segundo uma pesquisa realizada em 2012, pela Luxury Daily, foram entrevistados 5.000

consumidores dos Estados Unidos, Alemanha e França. O objeto dessa pesquisa era

identificar o comportamento de consumidores, no momento da compra e o valor agregado

ao selo Made in USA.

Ora, mais de 80% desses entrevistados, indicaram a disposição de pagar um pouco mais

por um produto que tivesse o selo de fabricação americana, contra outros com selo de

fabricação estrangeira, a exemplo do Made in CHINA. Os fatores impulsionadores dessas

respostas são a manutenção de empregos nos Estados Unidos e a qualidade dos produtos

(LUXURY DAILY, 2012).

Figura 28- Distribuição de empresas nos EUA

Fonte: http://bluesilkconsulting.com/american-companies-in-america/

Esta perspectiva de irradiação tem sido usada para a interpretação do comportamento dos

consumidores em relação ao país de origem de produtos, indicando a relação de que uma

etiqueta “Made in USA” indicativa do país de origem, pode criar um link subjetivo entre

produtos feitos em determinado país, consumidores e a avaliação desses produtos.

(DIAMANTOPOULOS ET AL., 2011; WEISS-RICHARD, 2003).

Seguindo a perspectiva de irradiação, o consumidor americano favorecera produtos de

fabricação nacional, por associar estes com aspectos positivos, como a criação de mais

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empregos diretos e indiretos e aquecimento econômico, (BALABANS E

DIAMANTOPOULOS, 2004).

Para Rashid, (2017), a literatura tem demonstrado que consumidores têm um

comportamento de menor afeição a produtos fabricados em países pouco desenvolvidos

ou em desenvolvimento. Essa atitude pode ser compensada se esta marca traz consigo

mensagens de boas práticas e comércio justo em seus produtos. Porém, adotar boas

práticas e um comércio justo, podem elevar os preços. (CAMPBELL ET AL., 2015;

HUSTVEDT E BERNARD, 2010).

Autores como Goig, (2007); Hertel et al., (2009); Rode et al., 2008; Hustvedt e Bernard,

(2010), têm indicado que as avaliações das marcas feitas pelos consumidores, pode mudar

de forma positiva pela propagação de boas práticas e comércio justo. Esses estudos

indicam também uma predisposição de consumidores em pagar um pouco mais por

produtos que reflitam boas práticas e comércio justo. (CAMPBELL ET AL., 2015).

Para Rashid (2017), a avaliação que os consumidores fazem em relação aos produtos

feitos em países em desenvolvimento, é diferente dos produtos manufaturados em países

desenvolvidos. Segundo o autor, os produtos feitos em países em desenvolvimento,

trazem consigo a perspectiva de muito suro envolvido, com práticas de fabricação

injustas. Segundo sua pesquisa, os produtos fabricados em países desenvolvidos, não

passam pelo mesmo preconceito.

Atribuir valor agregado a determinado selo ou marca, é usado por empresas para ações

comerciais e governos nas suas ações públicas e políticas há muito tempo. Na década de

1970, foi criado um selo sindical que entrou no imaginário político nacional. Uma

campanha do Sindicato Internacional de Trabalhadores de Confecções Femininas

(ILGWU), um dos maiores sindicatos americanos, composto em sua maioria por

mulheres, (BOYLE J.E. 1903; LEVINE L. 1924).

A partir de 1959, os seus contratos tinham uma cláusula exigindo que um selo de união

fosse costurado em todas as peças roupas fabricadas nas lojas participantes do sindicato

e durante uma década o sindicato aconselhou e influenciou mulheres trabalhadoras

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através da moda, sob a justificativa da promoção de um selo de união, (DANA FRANK,

2016).

Campanhas publicitárias nacionais foram criadas com famosos e divulgadas em horário

nobre, enaltecendo o selo da “união”, em coro real e multiétnico, (DANA FRANK, 2016).

Coro.

"Procure a etiqueta da união, quando você está comprando um

casaco vestido ou blusa. Lembre-se de algum lugar, nossa

costura do sindicato, nosso salário vai alimentar as crianças e

corra a casa. Nós trabalhamos duro, mas quem está

reclamando. Mas através do ILG, estamos pagando nosso

caminho. Então sempre procure o selo da união. Diz que somos

capazes de fazer isso nos Estados Unidos'. Tradução nossa.

No final deste coro, pode-se aferir uma pílula nacionalista, "somos capazes de fazê-lo nos

Estados Unidos'. Durante a década seguinte, dos anos 1970, o líder máximo da ILGWU

fundiu "Buy Union" com "Buy American". Inserindo o selo "Made in USA" em todas as

etiquetas de roupas, como forma de atacar os trabalhadores na Ásia, porém esse

movimento enfrentou inúmeros desafios com outros sindicatos de relevância, (DANA

FRANK, 2016).

As organizações têm expressado suas motivações para voltar a produzir em seu país de

origem ou as empresas que através do FDI “Foreign Direct investment”, miraram no país

americano para implantar suas fábricas. Alguns dos motivos mais comuns citados para

promover empregos na indústria e atrair os fabricantes, são: capitalizar o valor da marca

do selo Made in USA, sua proximidade com os consumidores dos EUA, a força da mão

de obra qualificada do país e os incentivos do governo.

Neste sentido o governo americano em cada estado passou a regulamentar o que pode

receber o selo de fabricação nacional, este que foi elaborado de forma publicitária para

representar o patriotismo americano, a valorização do produto nacional, incentivo ao

emprego e reindustrialização de cada estado americano.

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Para isso a “Federal Trade Commission” órgão federal de proteção ao consumidor

americano, exige que os produtos que serão objeto de publicidade com o selo de “ Made-

in-USA” tenham sido produzidos em território americano, em sua totalidade, com

algumas excessões. Significa que o produto não deve conter conteúdo estrangeiro ou se

o tem que seja de forma insignificante, dentro dos critérios do FTC, o mesmo vale para

os fabricantes que tem interesse de vender em mais de um estado no Estados Unidos,

(RESHORINGINSTITUTE,2018).

Por outro lado, os fabricantes vêm tentando aferir a relação consumerista dos americanos

com os produtos produzidos em território nacional versus os de fabricação estrangeira.

Para estes, identificar a verdadeira relação entre esses fatores, pode ser muito importante

nas decisões de mudança de suas plantas de fabricação.

Para Harold L. (2013), se existe uma certa duvida da indústria manufatureira, quanto ao

comportamento dos consumidores americanos, essa deverá ser revista. Para este, sua

pesquisa indica que o selo “Made in USA” tem um valor muito maior do que os varejistas

e fabricantes podem imaginar. A uma imagem supositiva que, para economizar algum

percentual, o consumidor americano, não faz distinção entre um produto de fabricação

nacional “Made in USA” versus o “Made in CHINA”, desde que este lhe devolva um

benefício (barganha), neste caso o valor menor em relação ao outro, (HAROLD L.

SIRKIN, MICHAEL ZINSER AND KATE MANFRED, 2013).

Pesquisa realizada em 2012 pela Luxury Daily, foram entrevistados 5.000 consumidores

dos Estados Unidos, Alemanha e França. O objeto da pesquisa era identificar o

comportamento dos consumidores no momento da compra e o valor agregado ao selo

“Made in USA”. Mais de 80% desses entrevistados, indicaram a disposição de pagar um

pouco mais por um produto com o selo de fabricação americana em relação a produtos

com selo de fabricação estrangeira, a exemplo do “Made in CHINA”. Os fatores

impulsionadores dessas respostas são a manutenção de empregos nos Estados Unidos e a

qualidade dos produtos, (LUXURY DAILY,2012).

A indústria manufatureira que decidiu migrar sua planta de produção para os Estados

Unidos, provavelmente está com vantagem competitiva em relação a empresas que

continuam fabricando produtos com selo “Made in CHINA”. Isto se dá provavelmente

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por a diferença do custo de produção entre os dois países está reduzindo rapidamente,

tornando desfavorável a manutenção da produção em outro país de forma competitiva,

(HAROLD L. SIRKIN, MICHAEL ZINSER AND KATE MANFRED, 2013).

A influencia que o selo “made –in-Usa” nas relações de consumo e nos benefícios diretos

indiretos aos fabricantes tem aumentado, e empresas tem se profissionalizado na oferta

de serviços de adequação e enquadramento dos produtos nos requisitos do “Federal Trade

Commission” para fabricantes que queiram usar o selo de fabricação nacional.

Algumas empresas têm propositalmente ou erroneamente colocado em seus produtos o

selo de fabricação nacional, mesmo contendo compentes principais ou todos produzidos

no exterior. A importância do selo ‘Made in USA” para os americanos é substancial, pois

este sela representa fatores agregados, sendo assim o Federal trade Comission que protege

os consumidores americano tem criado canais para denuncia de fabricantes que estejam

burlando tais regras,(CONSUMER.FTC.GOV,2017).

Alesha Hernandez, (2017), especialista em educação de consumo, relata no site da FTC,

caso de empresas que tentaram usar dessa prática, a exemplo da empresa Block Division,

Inc, que após uma ação judicial e acordo com a Federal Trade Commission, se

comprometeu a não mais utilizar o selo de fabricação americana em seus produtos. A

Block Division, utilizava em suas roldanas e equipamentos o selo “Made in USA” ,porém,

eram provenientes de outros países. A empresa foi ordenada pela FTC a descontinuar a

prática de alegar falsamente que seus produtos eram “Made in the USA” e garantir que

seus anúncios de publicidade, vendas, sistema de distribuição e rotulagem dos produtos

permanecessem em conformidade.

Na mesma reportagem publicada no dia 08 de março de de 2017 no blog oficial da FTC,

consumidores relatam casos semelhantes, onde empresas utilizam falsamente o selo

“Made in USA” tentando absorver tudo que vem agregado a este. A consumidora de

nome de usuária “Spark” fez um comentário no dia 08 de março de 2017, relatando:

“Isso é ótimo porque muitos suplementos alimentares de

óleo de peixe têm a bandeira dos EUA na garrafa e

orgulhosamente afirmam "Made in USA", quando na

verdade inteiramente feitos na China. Eu verifiquei a

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importação de alfândega dos EUA e muitos óleos de peixe

em cápsulas e garrafas são feitas na China, mas os

produtos dizem "Made in USA" e eles têm a coragem de

colocar o nosso símbolo lutou duro da bandeira americana

em suas garrafas.” “Compre americano.”( SPARK,2017),

(TRADUÇÃO NOSSA).

Figura 29- Fala de consumidor(a) americano(a)

Fonte: www.consumer.ftc.gov/blog/2017/03/made-usa-should-mean-it (2017).

No comentário da consumidora acima, trás um panorama de como o selo “Made in USA”

impacta as decisões dos consumidores na hora da efetivação de compra, a consumidora

ao final deixa um recado claro, “buy American”, sugerindo as pessoas a comprarem

produtos americanos. No mesmo dia, outro consumidor identificado como “Shirl B. em

resposta, fez comentário semelhante:

“Este é um ponto dolorido para mim. Eu gostaria de

lembrar quem eu perguntei sobre ser feito nos EUA. Eu ia

comprar alguma coisa. Eu perguntei se tudo foi feito nos

EUA porque foi carimbado dessa maneira. Adivinha o que

eles me disseram. Eles disseram que a maior parte era, mas

não todos. A desculpa era que pequenas partes eram feitas

no exterior e que não havia muito que pudessem fazer a

respeito. Eu não comprei o item. Me fez pensar em quantos

produtos fazem o selo Made in the USA. Eu imagino que

é incompreensível saber quantas empresas sabem o que

estão fazendo.”(SHIRL B.,2017), (tradução nossa).

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Figura 30- Fala de consumidor(a) americano(a)

Fonte: www.consumer.ftc.gov/blog/2017/03/made-usa-should-mean-it (2017).

Neste ultimo comentário, o consumidor deixou claro sua frustração em saber que o

produto de seu interesse não era totalmente de fabricação norte americana, este não

menciona preocupação com a qualidade do produto, se reportando única e exclusivamente

ao local de fabricação, como se o produto fosse totalmente americano, todos os requisitos

para tomada de decisão de compra estariam satisfeitos. Em sua fala o consumidor deixou

claro que não comprou o produto por este não genuinamente “Made in USA”.

Outro consumidor identificado como “Pattiblue” em continuidade aos comentários,

resumiu sua opinião expressando um sentimento de raiva por esta situação. Me deixa com

raiva! disse Pattiblue.

Figura 31- Fala de consumidor(a) americano(a)

Fonte: www.consumer.ftc.gov/blog/2017/03/made-usa-should-mean-it (2017).

Outros consumidores deram sua opinião sobre a problematização do selo “Made in USA”,

este acabam também por deixar claro em suas palavras e subentendido em cada expressão

o que o selo de fabricação norte americana influenci sua decisão de compra:

“Eu acho que mais trabalho deveria ser feito para proteger

o consumidor. Eu contratei um empreiteiro para reformar

minha cozinha. A razão pela qual eu contratei este

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empreiteiro não foi porque ele era mais barato. É porque

ele alegou que todo o material usado será MADE IN US.

Quando o inspetor da cidade inspecionou seu trabalho (em

outras questões defeituosas), o inspetor me disse que os

armários eram MADE IN CHINA. Quando eu enfrentei

este empreiteiro, ele disse que os materiais eram da China,

mas eles os colocaram juntos nos EUA !!!” (DANA

C.,2017, tradução nossa).

Figura 32- Fala de consumidor(a) americano(a)

Fonte: www.consumer.ftc.gov/blog/2017/03/made-usa-should-mean-it (2017).

“Acredito que TODOS os produtos vendidos na América,

seja em uma loja, on-line ou pelo correio; deve ser rotulado

com o país de origem. E isso deve ser rigorosamente

aplicado. Como devemos apoiar a indústria americana e os

trabalhadores americanos se não soubermos onde nossos

produtos são fabricados?” (DOUTOR D.,2017, tradução

nossa).

Figura 33- Fala de consumidor(a) americano(a)

Fonte: www.consumer.ftc.gov/blog/2017/03/made-usa-should-mean-it (2017).

Eu concordo com muitos desses comentários. Eu gosto

especialmente do comentário do Doutor D. Eu quero

comprar apenas americano. Qualquer empresa que tente

defraudar os americanos a acreditar que estamos

comprando produtos 100% americanos quando, na

verdade, não somos; as empresas que fazem declarações

falsas devem ser penalizadas com firmeza em seus

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produtos, obrigadas a pagar uma multa e serem expostas a

suas falsas alegações. Quem é responsável por proteger os

americanos por essas falsas alegações? ( ARCHIEBALD,

2017,tradução nossa).|

Figura 34- Fala de consumidor(a) americano(a)

Fonte: www.consumer.ftc.gov/blog/2017/03/made-usa-should-mean-it (2017).

Estudos mostram que o selo de fabricação nacional têm importância relevante nas

decisões de compra e podem sim, influenciar as relações de consumo. O “Made in Usa”,

representa para os norte-americanos, um selo de qualidade e de valor agregado,

imputando ao produto que o carrega, uma condição diferenciada de preferência em

detrimento dos produtos de fabricação estrangeira. Os consumidores americanos relatam

apoiar a indústria americana crendo que a fabricação de produtos nacionais é importante

para o crescimento na oferta de empregos a longo prazo e fortalece a área econômica.

(AAM, 2013).

Muitas campanhas tem sido criadas como forma de impulsionar o consumidor americano

a escolher produtos de produção nacional. Algumas empresas estão disponibilizando sites

que conglomeram a maioria das empresas e produtos de fabricação nacional, sugerindo

aos consumidores que antes de comprarem, ou se decidirem comprar algo, que o façam

decidindo por produtos americanos.

O site americano Sealgreen.com, publicou que se cada consumidor americano gastasse

um extra de US $ 3,33 dólares em produtos “Made in USA”, serão gerados

aproximadamente 10 mil novas vagas de emprego. E, se cada construtor usasse pelo

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menos 5% a mais de produtos de fabricação nacional, isso geraria em torno de 220.000

empregos.(SEALGREEN,2018).

Vários selos que remetem aos valores agregados ao “Made in USA” têm sido utilizados

como forma de estampar neste selo valores até então não contabilizados ou mensurados.

Abaixo, alguns selos “Made in USA” que rotulam e expressam essa intenção.

Figura 35- Selo “Made in USA”

Fonte: www.logolynx.com/topic/made+in+usa (2016).

Figura 36- Selo “Made in USA”

Fonte: https://sealgreen.com/made-in-usa/ (2018).

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Figura 37- Selo “Made in USA”

Fonte: http://www.johnsonlevel.com/C/222/MadeInUSA

Uma pesquisa publicada pelo Boston Consulting Group, em novembro de 2012, traz

como achado, a informação que 08 em cada 10 americanos estão dispostos a pagar mais

por produtos de fabricação nacional “Made in USA” do que em produtos de fabricação

Chinesa “Made in China”.Cerca de 1 em cada 5 americanos pagariam até 10 por cento a

mais por um produtos genuinamente americano.

Nesta pesquisa os consumidores americanos enalteceram a qualidade como fator

determinante para essa preferência, contudo, relataram também que compram produtos

de fabricação nacional para evitarem que esses empregos sejam gerados fora de sua

nação. A pesquisa procurou cobrir diversos setores, incluindo produtos infantis,

eletrônicos e eletrodomésticos e vestuário.

De acordo com a pesquisa publicada pelo Boston Consulting Group, os respondentes

foram indagados em 4 perguntas, estas levavam em conta a probabilidade de se pagar a

mais por produtos de fabricação nacional.

O percentual resultado da pesquisa foi o seguinte:

55% - Provavelmente pagariam a mais;

26% - Definitivamente pagariam a mais;

12% - Um pouco menos propensos a pagar mais;

06% - Definitivamente não pagariam a mais.

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A pesquisa demonstra a preferência pelos produtos “Made in USA”, porém identificar se

realmente os consumidores estão consumindo exclusivamente produtos americanos, se

torna mais difícil a comprovação. Alguns estudos demonstram que menos da metade dos

consumidores americanos, fizeram algum tipo de esforço para comprar um produto feito

nos Estados Unidos nos últimos meses. (GALLUP,2013).

A Gallup, Inc. empresa americana de consultoria em gestão de desempenho global

baseada em pesquisa e conhecida por suas pesquisas de opinião pública realizadas em

todo o mundo, realizou uma outra pesquisa em abril de 2013, nos 50 estados americanos.

Entrevistou por telefone 1.012 consumidores americanos aleatórios, com idade acima de

18 anos em 4 dias.

A pesquisa se concentrou no estudo da percepção do consumidor americano sobre os

produtos de fabricação nacional e seus fatores motivadores que diferenciam os produtos

“Made in USA” e os estrangeiros. Sendo assim, esta trouxe como recorte de seus

resultados, as razões mais comuns para o “buy american”expressão em inglês que

significa a compra exclusiva de produtos de fabricação nacional, (GALLUP,2013).

A pesquisa identificou que 32% dos adultos respondentes, mencionaram como razões

principais, o apoio aos Estados Unidos, ser patriótico, 31% disseram que a razão principal

era a criação e manutenção dos empregos em solo americano e 20% responderam que

comprar produtos de fabricação nacional era bom a economia americana como um todo.

Alguns consumidores foram mais específicos e 13% desses, indicaram a qualidade do

produto “Made in USA” como diferencial de melhor qualidade em relação aos

estrangeiros, (GALLUP,2013).

A Gallup,(2013). Relatou que existem grandes diferenças nos hábitos de consumo, que

variam de acordo com as gerações dos respondente. A pesquisa trouxe como um de seus

resultados que os mais velhos, estão muito mais propensos a comprarem exclusivamente

produtos de fabricação americana que os jovens, com uma proporção de 61% para os mais

velhos e 20% de mais jovens.

Os estudos realizados pela Boston Consulting Group e a GALLUP, Inc. trazem recortes

de parte dos consumidores norte-americanos, suas preferências e razões que diferenciam

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os produtos “Made in USA” dos estrangeiros. De acordo com as duas pesquisas o

patriotismo e a preocupação com a saúde da economia dos EUA são os principais motivos

por trás das compras de produtos americanos.

O selo “Made in USA”, agrega valor ao produto e vem aumentando sua importância e

influencia nas relações de consumo. Empresas têm mudado suas plantas de fabricação

para os Estados Unidos buscando aproximação com esses consumidores, o que corrobora

para uma maior percepção e reforço das razões que fortalecem o selo “Made in USA”,

melhor qualidade, geração de empregos, patriotismo entre outros, (CHRISTY GREN,

2016).

Os fabricantes mais estratégicos e que acompanham esse movimento de valorização

maior por parte dos consumidores americanos, tem de alguma forma criado maneiras de

propagar esse movimento em seus produtos, não só divulgando o selo de fabricação, mas,

enaltecendo ou indicando os valores que devem ser agregados a este. Muitos fabricantes

criam slogan´s, como "Feito com orgulho nos EUA" e a etiqueta “Made in USA” em

letras pequenas em dentro de uma peça de vestuário ou produto, em sua maioria, usam a

bandeira americana no selo “Made in USA” de forma mais proeminente, (CHRISTY

GREN, 2016).

As empresas que se utilizam desses valores agregados ao selo, procurar dar mais

evidencia e acabam por realizar eventos para a divulgação de uma nova fábrica nos

Estados Unidos, utilizam as redes sociais, destacando a quantidade de empregos a serem

gerados e a alta qualidade dos produtos que levarão esse selo, (HAROLD L. SIRKIN,

MICHAEL ZINSER AND KATE MANFRED, 2013).

Se ainda existir uma certa dúvida da parte de indústrias manufatureiras, quanto ao

comportamento de consumidores americanos, essa deve ser revista, pois, segundo esse

autor, há uma indicação de que o selo Made in USA tenha um valor maior do que aquele

que varejistas e fabricantes possam imaginar (SIRKIN; ZINSER; MANFRED, 2013).

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5 CONCLUSÃO

Tendo em vista a complexidade do tema e por se tratar de um fenômeno relativamente

novo, esta pesquisa qualitativa exploratória, foi capaz de avançar nos objetivos

específicos ao ponto de trazer alguma conclusão.

Quanto às oportunidades para o reshoring, aos Estados Unidos, esta pesquisa se

concentrou em casos concretos, aferindo os ganhos para as indústrias automotiva e do

setor químico; incentivos governamentais e manifestações políticas; ainda, investimentos

estrangeiros (FDI) e geração de empregos, ambos motivados pelo reshoring.

Foi possível identificar que o cenário de produção, nos países asiáticos, já não é vantajoso

como anteriormente: o aumento dos custos, aliado às poucas garantias de propriedade

intelectual, acabam por influenciar a volta de empresas, aos Estados Unidos.

Este estudo identificou, também, que indústrias que dependem menos de mão-de-obra

barata, tendem a fazer o caminho de volta, com mais facilidade, devido ao avanço

exponencial da tecnologia manufatureira.

Os Estados Unidos têm-se aproveitado da evolução e da modernização dos parques

industriais, para poder atrair mais empresas, cujas tarefas sejam mais complexas e,

portanto, demandem por mão de obra qualificada e não necessariamente de baixo custo

ou em quantidade.

Os robôs têm ajudado os Estados Unidos a se tornar mais atraente a empresas, nesse

processo de reshoring; não obstante o fato de quanto menos dependentes de mão-de-obra,

mais mobilidade vão ter para ir onde for mais lucrativo.

O governo americano vem atuando de forma protagonista para estimular o fenômeno do

reshoring, buscando condições favoráveis relevantes para influenciar empresas a

regressar aos Estados Unidos. Atacar em várias frentes, é uma das estratégias para atração

de empresas para o solo americano, a exemplo dos incentivos fiscais, variáveis em cada

estado, em função de sua própria política de isenção, tarifação especial ou incentivo fiscal.

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O custo para investir nos Estados Unidos vem baixando, isso tem atraído não só empresas

americanas, mas estrangeiras também. Esta pesquisa ressaltou, ainda, que aquelas que

decidiram realizar o reshoring, trouxeram outras empresas para garantir os suprimentos

de insumos, peças e serviços, a exemplo do Wallmart. Quanto às estrangeiras, essas vêm

transferindo seus parques fabris por meio do FDI- Foreign Direct investiment.

Com a volta ou transferência de empresas nacionais e estrangeiras, respectivamente, aos

Estados Unidos, bem como a instalação de diversas outras em países vizinhos

(nearshoring) é possível identificar que os dois fenômenos estão diretamente interligados

e que os grandes fabricantes vão estar atrelados àquele fenômeno que lhes trouxer maior

grau de competitividade, não distinguindo se o reshoring ou nearshoring, ou, até mesmo

um terceiro, já conhecido por rightshoring, que consiste em movimentação de cadeia de

suprimento como o offshoring e reshoring, porém, a característica principal do

Rightshoring é a realocação de suas plantas de fabricação e mudanças de processos de

uma empresa em locais que fornecem a melhor relação de custo e eficiência.

Ao que se refere às ameaças ao reshoring, este estudo entendeu a proximidade desse país,

com o México e o Canadá, que ampliam as opções de grandes cadeias de suprimento,

favorecendo, de certa maneira, as empresas que optarem por sair da Ásia para vir a essas

localidades (nearshoring): menores custos logísticos, tamanho do mercado interno e

incentivos governamentais

Sendo assim, o México vem se destacando na captação de empresas que queiram se

instalar próximo aos Estados Unidos, principalmente aquelas da indústria automotiva.

Várias dessas, ou já estão de fato em plena movimentação de suas plantas de produção

ou já produzem no país vizinho, o que não contribui em quase nada, para a

reindustrialização desse país.

Assim como o nearshoring é uma ameaça, a guerra fiscal entre os países também o é e

tende a ameaçar o reshoring. Atraídas pelas isenções oferecidas, as empresas de

manufatura, analisam o quanto economizariam, caso se localizassem em outro país, de

forma a estar próximas aos países com capacidade de consumo e, consequentemente, de

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109

uma maior quantidade de consumidores; encurtando, assim, o prazo de resposta ao

mercado.

Pode-se concluir, ainda, que o reshoring tem o condão de reascender a indústria

americana, modernizar seus meios de produção, seus parques fabris, garantir a

manutenção de empregos no país e fomentar a criação de mais vagas. Empresas que

migraram para países de baixo custo de mão de obra, agora estão retornando, não com

esse mesmo enfoque, porém buscando por mão de obra qualificada.

Assim, estar próximo do consumidor final, poder reduzir o tempo de resposta, entre a

fabricação e o consumo, trazem benefícios aos fabricantes, diminuindo o grau de

distanciamento entre a necessidade e o suprimento de demandas do setor logístico e de

produção.

O resultado desta pesquisa demonstrou, também, que a composição dos custos de

produção, levam em conta diversos fatores, embora diferentes daqueles, anteriormente,

utilizados: assim, a base para a decisão da transferência para países asiáticos, passa a levar

em consideração os custos de forma global; fica comprovado que as empresas que

dependem menos de mão de obra barata e de pouca complexidade, vão ter mais vantagem

no processo de reshoring e podem obter mais benefícios, caso decidam produzir em solo

americano.

Finalmente, referindo-se ao significado do Made in USA entendeu-se que o valor que

americanos têm dado a esse selo de fabricação, tem relação com o patriotismo desse povo,

tal como agem com a sua bandeira, na maioria de suas ações comerciais e

governamentais, reforçando o estilo americano de ser.

Em contrapartida, o cenário desfavorável dos países asiáticos, conforme percebido por

meio dessa pesquisa, estimulou algumas empresas a retornar ao seu país de origem.

O selo de produto fabricado em território nacional vem agregando valor, não se sabe ao

certo e esta pesquisa não foi capaz de identificar, seu fortalecimento e aumento da

relevância de grandes indústrias, nas decisões de volta para casa.

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110

A volta de produtos nacionais e seu aparecimento, mais e mais, nas prateleiras dos

mercados, aumentou a demanda por eles e levou consumidores americanos a fazer a

diferença entre esses e aqueles, de fabricação estrangeira, sobretudo, aqueles de países

não desenvolvidos. Esse fato fortaleceu a decisão de indústrias, a voltar ao seu país de

origem, a ter motivos para estar próximas do seu povo e da sua terra natal.

Assim, o que se viu, foram indústrias de grande porte, enaltecendo o selo Made in USA,

como forma de reforçar ou reacender o patriotismo americano; atribuindo aos seus

produtos, esse selo de fabricação nacional e a imagem de qualidade; elevando a garantia

de empregabilidade para os cidadãos americanos e trabalho justo, ainda, o fortalecendo a

economia americana regional. Por tudo isso, são capazes de pagar um pouco mais por

esses produtos, desde que sejam de fabricação nacional.

As ações do governo do Presidente Donald Trump vêm trazendo grande impacto nas

relações comerciais com o resto do mundo, ações protecionistas que comprometem as

relações bilaterais dos países envolvidos. A pesquisa demonstrou alguns benefícios

provenientes dessas ações, porém, não foi possível identificar neste estudo se os aspectos

positivos gerados pela atuação do governo estadunidense no comércio exterior,

perduraram a longo prazo, visto que os países que tiverem seus negócios reduzidos com

os Estados Unidos, procuraram outros mercados para equilibrar suas balanças comerciais,

diminuindo a dependência do país Americano.

O reflexo da política comercial estadunidense causará também impactos nos países que

matem dependência dessa relação, desemprego, retração econômica, mudanças que,

dependendo do país envolvido, podem abalar de forma substancial a economia do país.

Essas consequências só serão percebidas e mensuradas com o passar do tempo, este será

o principal fator determinante para as políticas atuais do governo estadunidense.

Ao final desta pesquisa, ficam perguntas a serem respondidas em futuros estudos, para

um maior avanço, quanto ao conhecimento do planejamento estratégico, na alteração da

localização geográfica das plantas de fabricação, das grandes indústrias:

Investigar se a criação do selo Made in USA, no fenômeno de reshoring foi

planejada pela indústria como forma de fortalecimento do fenômeno ou foi fruto

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111

espontâneo e orgânico do aumento de produtos nacionais, nas prateleiras dos

mercados;

Identificar o tempo de permanência necessário para a não incidência de prejuízo

para a indústria, quando se fala em mudança da produção de cadeias de

suprimento, baseado nos custo e investimentos necessários para a mudança;

Investigar o fenômeno que tem maior probabilidade de sucesso, nesse movimento

de transferências de indústrias: reshoring ou nearshoring.

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