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Cascata Trófica (Parte 1)

Oct 11, 2015

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  • 5/21/2018 Cascata Tr fica (Parte 1)

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    Laboratrio Gesto Ambiental de

    Reservatrios - LGAR

    Jos Fernandes B. Neto

    Depto. Biologia Geral

    UFMG

    ICB

    Depto. Biologia Geral, Lab. Gesto Ambiental de Reservatrios

    Cascata Trfica (Parte 1)

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    Ecologia de Comunidades

    Predao e Cascata Trfica

    25 abril 2005

    1) A hiptese do tamanho-eficincia

    2) Diferenas entre o controle top-down ebottom-up em ecossistemas de lagos

    3) Efeitos diretos e indiretos da predao

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    Predao seletiva pelo tamanho

    Em lagos com > 30,000 peixes/ha, dominncia por zooplnctonde pequeno tamanho:

    Bosmina longirostris(0.3-0.4 mm)Daphnia cucullata(0.7-0.8 mm)

    Primeiramente discutida por Hrbek (1962)Rozpravy Ceskoslovensk Akademie Ved, Rada Matematickych a Prirodnich Ved

    Em lagos com < 700 peixes/ha, dominncia por zooplnctonde grande tamanho:

    Daphnia pulicaria(2.0-2.3 mm)Daphnia longispina(1.4-1.8 mm)

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    Padres observados por Brooks & Dodson (1965)

    Estes autores pesquisaram muitos lagos na Nova Inglaterra e

    constataram que Daphnia, Epischuraand Mesocyclopsestavamausentes em lagos contendo o peixe Alosa pseudoharengus

    Lagos com esta espcie de peixe eram dominados por Bosmina,Ceriodaphniaand Tropocyclops

    http://www.potomacriver.org/images/biology/tropocyclopsprasinusbig.jpghttp://images.google.com/imgres?imgurl=www.vvm.com/~jevans/cerio1.gif&imgrefurl=http://www.vvm.com/~jevans/clad10.html&h=175&w=200&prev=/images?q=Ceriodaphnia&start=20&svnum=10&hl=en&lr=&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sa=N
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    Lago Crystal, Connecticut

    Alosa invadiu o lago na dcada de 50

    Brooks amostrou o plncton em 1942

    Dodson era um estudante de graduao emYale quando o lago foi amostrado em 1964

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    Brooks & Dodson1965 (mais de1350 citaes)

    Para explicar osseus resultadoseles propuserama predaoseletiva pelotamanho e ahiptese dotamanho-

    eficincia (HTE)

    Mas em 1965 no havia evidncia experimental que dava suporte predao

    seletiva pelo tamanho e a hiptese do tamanho-eficincia (HTE)

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    Galbraith (1967)Estudando o espectro de tamanho do

    alimento de trutas e percas no Lago Stager

    No lagoNo intestino

    (Daphnia)Freqncia

    (%)

    Testes da idia em outros lagos mostraram o mesmoefeito que foi descrito por Brooks & Dodson.

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    3) Quando a presso de predao por peixes pequena osherbvoros de pequeno tamanho sero competitivamenteeliminados pelos herbvoros de grande porte (dominncia degrandes cladceros e coppodos calanides).

    Hiptese do Tamanho-eficinciaBrooks & Dodson 1965

    2) O zooplncton de maior tamanho filtram mais

    eficientemente e tambm e podem coletar grandespartculas.

    1) Todos os herbvoros planctnicos competem porpequenas partculas.

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    4) Mas quando a predao intensa, os organismos degrande porte sero eliminados, permitindo que ozooplncton de pequeno tamanho domine.

    5) Quando a predao de moderada intensidade, aspopulaes de espcies de grande porte sero mantidas em

    baixas densidades, no permitindo assim que as pequenasespcies sejam eliminadas.

    Hiptese do Tamanho-eficinciaBrooks & Dodson 1965

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    O que ns aprendemos desde 1965?

    Somente quando os recursos so limitados

    Padres vs. Processos

    1) Todos os herbvoros planctnicos competem por matriaparticulada fina nas zonas limntica.

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    2) Zooplncton de grande porteso mais eficientesNo necessariamente

    Resultados de competio sodependentes da condio

    O que ns aprendemos desde 1965?Padres vs. Processos

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    2) e podem coletar grandes partculas

    Mas o zooplncton de grande portepode perder as pequenas partculas

    O que ns aprendemos desde 1965?Padres vs. Processos

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    3) Entretanto, quando a predao de baixa intensidade osorganismos planctnicos herbvoros de pequeno tamanho serocompetitivamente eliminados pelos herbvoros de grande porte

    (dominncia de grandes cladceros e coppodos calanides).A dominncia competitiva no somente uma funo dotamanho do corpo

    Quando a predao por peixes de baixa intensidade sobreos grandes pastadores, tambm de baixa intensidadesobre os grandes predadores invertebrados como

    Mesocyclopse Chaoborus

    Os predadores invertebrados como MesocyclopseChaoborus comem herbvoros de pequeno tamanho

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    Eliminando-se os organismos de grande porte inclui aeliminao dos predadores dos organismos de pequeno tamanho

    4) Mas quando a predao intensa, os organismos de grande portesero eliminados, permitindo que o zooplncton de pequeno tamanhodomine.

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    Para se explicar a estrutura de tamanho das comunidadeszooplanctnicas de um ambiente particular, necessrio se

    considerar a forma da bacia, o comportamento do zooplncton,competio e predao (incluindo o tipo de predador)

    Isto no to simples....

    5) Quando a predao de moderada intensidade, aspopulaes de espcies de grande porte sero mantidas embaixas densidades, no permitindo assim que as pequenas

    espcies sejam eliminadas.

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    O estudo de Brooks & Dodson (1965) resultou em um novoestgio nos pesquisas sobre as comunidades aquticas. AHTE tornou-se um paradigma em ecologia aqutica

    Hiptese da Cascata Trfica

    Na dcada de 80, Carpenter & Kitchellforam um passo adiante

    No existe dvida de que Brooks & Dodsonobservaram um padro geral

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    A estrutura da comunidade pode ser controladade cima para baixo (top-down) pelos predadores

    (modelo da cascata trfica)

    auttrofos

    nutrientes

    herbvoros

    predadores A densidadedosherbvoros

    controladapelospredadores

    Prediz uma asrie de efeitos+/- se os nveissuperiores somanipulados

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    Hiptese da Cascata Trfica

    Aumento na biomassade piscvoros

    Leva a uma diminuio dabiomassa dos planctvoros

    Um aumento na biomassa deherbvoros

    E a uma diminuio na

    biomassa fitoplanctnica

    Carpenter et al. 1985 (mais de 750 citaes)

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    A cascata trfica tambm chamada controle top-down

    uma idia muita atrativa para a maioria das pessoas...Diminuio dos peixes piscvoros

    Aumento da transparncia da gua

    Mas nem todos acreditaram nesta idia...

    A lt ti t l b tt

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    herbvoros

    predadores

    nutrientes

    auttrofosNmero deauttrofos limitado pelaconcentraode nutrientes

    A estrutura dacomunidade pode ser

    mudada pelamanipulao dosnveis inferiores

    A alternativa, controle bottom-up, opensamento que muitas presas podemalimentar muitos predadores

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    No controle bottom-up, os nveis trficossuperiores dependem do suprimento dosnveis trficos abaixo:

    mais nutrientes mais algas mais zooplncton

    mais peixes planctvoros mais peixes piscvoros

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    A complexidade na natureza cria

    numerosas razes sobre aineficincia do controletop-downou bottom-up em determinadosambientes

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    Introduo de piscvoros

    Liberao do predador invertebrado

    Desaparecimento dos planctvoros

    Efeitos contrrios teoria da cascata trfica

    P d d l i l

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    Predadores mltiplos

    Daphnia

    Peixes planctvoros

    ChaoborusA presena demais do que umpredador pode

    influenciar adinmica daspopulaes depresas e dospredadores

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    Efeitos Diretos

    Reduo da abundncia Eliminao potencial Cascata trfica

    Efeitos Indiretos

    Resultados das interaes ecolgicas Diminuio da eficincia deforrageamento

    Reduo da taxa de crescimento Diminuio do fitness

    reprodutivo Mudanas no uso do habitat Mudanas na histria da vida

    Os efeitos do predador dependem dos fatores fsicos ebiolgicos

    A estrutura trfica do ecossistema pode influenciar

    efeitos especficos

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    Reconhecimento do predador

    Procura Encontro Ataque Captura Ingesto

    Respostascomportamentais

    Estratgias deHistria de vida

    Respostasmorfolgicas

    Queromnios

    Feromnios

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    Respostas comportamentais

    Moluscos de gua doce reagem a um estmulo qumico de umpredador exibindo comportamentos variados de escape(Alexander & Covich, 1991).

    Larvas de anfbios aumentam o uso de refgio ou reduzem suaatividade quando eles percebem os sinais qumicos de seuspredadores (peixes ou odonatas) (Kats et al., 1988).

    Reduo de atividade e uso de refgio uma caractersticacomum para muitas espcies de peixes quando em contato comos sinais qumicos de predadores (Pettersson et al., 2001).

    R t t t l

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    Resposta comportamental

    Migrao vertical diria (MVD) Mudana diria nadistribuio dos organismos na coluna de gua.

    A distncia da migrao pode variar de poucos metrosa mais de 100 metros

    influenciada por:

    Species

    Estgio de desenvolvimentoTransparncia da gua

    Fsico-qumica do ambiente

    Quantidade de alimento

    Densidade do predador

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    Alta predao por peixe

    Muito alimento

    Alta temperatura

    Baixa predao por invertebrados

    Baixa predao por peixePouco alimento

    Baixas temperaturas

    Alta predao por invertebrados.

    Alta exposio radiao UV

    Padro tpico para lagos temperados

    oligotrficos

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    Em lagos tropicais e no vero em lagos temperadoseutrficos, as camadas profundas tornam-se

    anxicas e servem como refgio contra a predao

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    Entre os peixes, tambm existem segregao de habitatsem funo de predao:

    Bluegill

    (Lepomis macrochirus)

    Largemouth bass(Micropterus salmoides)

    Olson et al. 1995, 1997

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    Pequenos bluegill (20-75 mm) so restritos pelos predadores (bass) proteo da vegetao da zona litoral. Eles se alimentam deinvertebrados bentnicos.

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    Acima de 75 mm, o predador (bass) limitado pelo tamanho daboca, deste modo bluegill pode se alimentar na zona pelgica, aonde

    ele pode ter acesso a uma maior quantidade de zooplncton.

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    Bluegill de grande porte pode tambmcircular entre a zona pelgica e a litoral.

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    Interao presa-predadorA zona litoral serve de refgio contra predao aosbluegills de pequeno porte e o grande tamanho um

    refgio para os bluegills de grande porte

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    Interao de competio

    Bass jovens tambm obtm refgio e alimento na zona litoral

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    Tem sido observado a formaoem nuvem do tipo vortex nocampo

    Zooplncton ocenicoAnchylomerablossevilliem formao vortex-swarmingno campo [Lobel and Randall, J. Plankt.Res. 8, 253 (1986)]

    Resposta comportamental

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    CCW vortex with spiral arms

    e em laboratrio

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    Respostas morfolgicas

    Formao de espinhos eelmos induzidosquimicamente pelapresena do predador

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    Estratgias de histria de vida

    Crowl & Covich (1990), demonstraram que moluscos deriachos sem predador (carangueijos), reproduzem-semais cedo do que moluscos de riachos com predadores.

    Lardner (2001), mostrou que os girinos de Bufo bufo,tendem a responder presena do predador com a

    reduo de sua taxa de crescimento.

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    Estratgias de histria de vida

    1

    2

    3

    3 CHAOBORUS/ DAPHNIA: Atraso na reproduo e aumento de tamanhodos recm-natos (Berendonk, 1999).

    1 PEIXE /DAPHNIA: Antecipao da reproduo e produo de uma prolemenor em tamanho e mais numerosa (Sakwinska, 1998).

    2 PEIXE / DAPHNIA: Induo de ovos de resistncia (efpios)(Slusarczyk, 1995).