UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PROPOSTA DE UMA CASA AUTO-SUSTENTÁVEL COM USO DE TECNOLOGIAS ECO-EFICIENTES FRANCEMILDO CONCEIÇÃO COSTA FERREIRA LEONARDO PANTOJA LOPES JÚNIOR BELÉM - PA 2008
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
PROPOSTA DE UMA CASA AUTO-SUSTENTÁVEL COM USO DE TECNOLOGIAS ECO-EFICIENTES
FRANCEMILDO CONCEIÇÃO COSTA FERREIRA LEONARDO PANTOJA LOPES JÚNIOR
BELÉM - PA 2008
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
PROPOSTA DE UMA CASA AUTO-SUSTENTÁVEL COM USO DE TECNOLOGIAS ECO-EFICIENTES
FRANCEMILDO CONCEIÇÃO COSTA FERREIRA
LEONARDO PANTOJA LOPES JÚNIOR
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à banca
examinadora do Curso de Graduação em Engenharia Civil
do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade da Amazônia, como requisito para a
obtenção do título de Engenheiro Civil.
BELÉM - PA 2008
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FRANCEMILDO CONCEIÇÃO COSTA FERREIRA LEONARDO PANTOJA LOPES JÚNIOR
PROPOSTA DE UMA CASA AUTO-SUSTENTÁVEL COM USO DE TECNOLOGIAS ECO-EFICIENTES
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à banca
examinadora do Curso de Graduação em Engenharia Civil
do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade da Amazônia, como requisito para a
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Banca Examinadora: ___________________________________________ Profº Dr. Alberto Carlos de Melo Lima (Orientador) Professor Titular/CCET-Unama Engenheiro Civil –Doutor em Hidráulica e Saneamento Pesquisador do Núcleo de Qualidade de Vida e Meio Ambiente ___________________________________________ Profª. Elzelis de Aguiar Muller (Co-Orientadora) Professora Adjunta/CCET-Unama Engenheira Civil e Sanitarista – Especialista em Engenharia Ambiental ___________________________________________ Profº Dr. Benedito Coutinho Neto Professor Titular/CCET-Unama Engenheiro Civil – Doutor em Engenharia de Transportes Pesquisador do Núcleo de Qualidade de Vida e Meio Ambiente Julgado em: ____/____/_____
Conceito: ________________
BELÉM - PA 2008
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DEDICATÓRIA
Aos nossos amigos, família, e mestres pelo incentivo e compreensão. E em especial aos nossos pais que, com tanto esforço, dedicação e abdicações lutaram para que nós alcançássemos os nossos objetivos, a estes a eterna gratidão de seus filhos.
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AGRADECIMENTO
À Universidade da Amazônia;
Ao nosso orientador professor Dr. Alberto Carlos de Melo Lima, que nos ajudou na
elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso, com contribuição de seus
conhecimentos e tempo.
A nossa co-orientadora professora Elzelis de Aguiar Muller, que se dispôs à análise
crítica e orientação deste trabalho;
E a todos que contribuíram na elaboração deste trabalho.
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“Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.”
Salmo 125:1
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RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo principal desenvolver um projeto de uma casa auto-sustentável que pudesse ser útil a pequenas comunidades rurais e/ou urbanas de nossa região que não são atendidas totalmente pelas concessionárias de energia elétrica e de abastecimento de água para consumo humano. Dessa forma, dentro da tendência mundial de desenvolvimento sustentável, o projeto da casa auto-sustentável visou o aproveitamento da energia solar e das águas de chuva como forma de manter-se independente das concessionárias. Como a energia solar e da chuva são abundantes na região norte e disponíveis o ano inteiro, o projeto apresenta em suas instalações de água fria o uso de água de poço e da chuva e o uso sol como forma de geração de energia. No caso do abastecimento da água de poço, foi apresentado um sistema de bombeamento ligado a painéis solares que captam a energia do sol e a convertem em energia elétrica. Para o aproveitamento da água de chuva, que tem altos índices pluviométricos na região norte, um sistema de coleta foi desenvolvido para armazenar água de chuva em um reservatório e abastecer a caixa de descarga do vaso sanitário. Uma análise de custos compara o fornecimento de energia convencional (concessionárias de energia elétrica) para o funcionamento de uma instalação de recalque convencional com a que usa a energia solar, mostrando que a economia é bastante significativa ao longo de 20 anos, que é o tempo de vida útil dos painéis solares. PALAVRAS-CHAVE: Casa auto-sustentável; Eficiência energética, Energia solar,
Água de chuva.
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ABSTRACT The present work had as main goal to develop a project of an auto-sustainable house that could be useful the small rural communities and/or urban of our region that are not attended totally by the electric power carriers and of water supply to consume human. Thus, inside the world tendency of sustainable development, the project of the auto-sustainable house aimed the utilization of the solar energy and of the rainy waters as form of keeping itself independent of carriers. Like the solar energy and of the rain are abundant in the Northern region and available the whole year, the project introduces in their facilities of cold water the well water use and of the rain. In the case of the supply of the well water, it was introduced a pump system linked for solar panels that captivate the energy of the sun and convert her in electric power. For the utilization of the rainy water, which has high indices rain in the Northern region, a collection system was developed to store rainy water in a reservoir and to supply the box of discharge of the sanitary vase. A costs analysis compares the supply of conventional energy (electric power carriers) for the operation of an installation of emphasizes conventional with to what uses the solar energy, showing that the economy is very significant along 20 years, which is time of useful life for solar panels. KEY-WORDS: Support House; Energetic Efficiency; Sun Energy, Water Rain.
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LISTA DE FIGURAS FIGURA 3.1: Maquete do Projeto.................................................................................
FIGURA 3.2: Sistema de Coleta e Tratamento da Água de Chuva..............................
FIGURA 3.3: Tipos de Turbinas Eólicas de Eixo Horizontal.........................................
FIGURA 3.4: Tipos de Turbinas Eólicas do Eixo Vertical.............................................
FIGURA 3.5: Detalhe de um Aerogerador....................................................................
FIGURA 3.6: Esquema de um Sistema Eólico de Energia............................................
FIGURA 3.7: Sistema Térmico de Geração de Energia Elétrica (Califórnia-
FIGURA 3.8: Mapa Solarimétrico do Brasil Apresentando as Médias Diárias de
Insolação no Brasil........................................................................................................
FIGURA 3.9: Parâmetros Utilizados na Determinação da Radiação no Plano do
Coletor........................................................................................................................... FIGURA 3.10: Esquema de um Sistema Fotovoltaico..................................................
FIGURA 3.11: Sistema Fotovoltaico de Bombeamento de Água para Irrigação (Capim
FIGURA 3.18: Sistema de Coleta de Água de Chuva: I Calha de Condução, II Calha
de Condução Vertical....................................................................................................
FIGURA 3.19: Sistema de Desvio dos Primeiros Estantes de Chuva..........................
FIGURA 3.20 Filtro Vortex (WFF).................................................................................
FIGURA 3.21: Filtros de Descida..................................................................................
FIGURA 3.22: Montagem do Filtro de Descida............................................................
19 20 24 25 25 26
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59 60 61 62
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FIGURA 3.23: 3P Filtro Volumétrico.............................................................................
FIGURA 3.24: 3P Sifão Ladrão - Dado Técnicos.........................................................
FIGURA 3.25: 3P Quebra Pressão...............................................................................
FIGURA 3.26: 3P Quebra Pressão............................................................................... FIGURA 3.27: 3P Sifão Ladrão (Montagem)................................................................ FIGURA 3.28: Representação Esquemática da Instalação Piloto de Tratamento de
Água de Chuva..............................................................................................................
FIGURA 3.29: Volume de Água em Circulação na Terra.............................................
FIGURA 3.30: Tipos de Aqüíferos Quanto à Porosidade..............................................
FIGURA 4.1: Localização Geográfica do município em relação ao Estado do
GRÁFICO 4.1: Precipitação de 1989 a 1999................................................................
GRÁFICO 4.2: Umidade Relativa do Ar de 1989 a 1999................... .......................... GRÁFICO 4.3: Média de Insolação de 1989 a 1999...................................................
GRÁFICO 5.1: Comparação de Custo de Instalação de Bombas Convencional x
Fotovoltaico para um ano ............................................................................................
GRÁFICO 5.2: Comparação de Custo de Energia da Bomba Convencional
x Fotovoltaico em um ano............................................................................................
64 65 65 66 66
68 79 71
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86 77 78 79
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LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1: Refere-se às Usinas Eólicas em Operação no Brasil............................
TABELA 3.2: Vantagens e desvantagens do uso da Energia Eólica.......................... TABELA 3.3: Calculo de Energia................................................................................
TABELA 3.4: Modelos de Módulos Solares - Latitudes Aproximadas das Capitais
Brasileiras e Inclinações Sugeridas para Coletores Solares Planos
TABELA 3.5: Modelos de Placas Fotovoltaicas...........................................................
TABELA 3.6: Produção Hídrica no Mundo por Região................................................
TABELA 3.7: Produção Hídrica entre os países da América do Sul............................
TABELA 3.8: Valores Médios dos Parâmetros da Chuva, Coletados nos Diversos
Tipos de Coberturas.......................................................................................................
TABELA 3.9: Padrões de Potabilidade, Estabelecidos pela Portaria nº. 518/2004,
do Ministério da Saúde.................................................................................................
TABELA 3.10: Padrões de Potabilidade da Água.......................................................
TABELA 3.11: Estimativa do Consumo de Água........................................................
TABELA 3.12: Valores Usuais de C............................................................................ TABELA 4.1: Dados da média mensal de Precipitação..............................................
TABELA 4.2: Tabela com a média mensal da Umidade Relativa do Ar .....................
TABELA 4.3: Tabela da média mensal da Insolação.................................................. TABELA 4.4: Tabela com as especificações das placas solares................................
TABELA 5.1: Descrição da Edificação.........................................................................
TABELA 5.2: Descrição de Consumo..........................................................................
TABELA 5.3: Descrição do Custo do sistema convencional........................................
TABELA 5.4: Descrição do Custo do sistema fotovoltaico...........................................
23 27 27
32 35 38 39
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45 47 55 56 76 77 79 81 87 88 92 94
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SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................................... ABSTRACT................................................................................................................... LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... LISTA DE TABELAS.................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 2 OBJETIVOS............................................................................................................... 2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................
3.4.5 Modelos de Painéis..............................................................................................
3.5 APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA..........................................................
3.5.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos em Nível Mundial..................................... 3.5.2 Recursos Hídricos no Brasil.................................................................................
3.5.3 Aproveitamento de Água Pluvial..........................................................................
5 RESULTADOS.......................................................................................................... 5.1 PLANTA BAIXA DA CASA AUTO-SUSTENTÁVEL...............................................
5.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE
CONVENCIONAL E FOTOVOLTAICO X TEMPO........................................................ 6 CONCLUSÃO..............................................................................................................REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. ANEXOS.........................................................................................................................
• 1978 – Estados Unidos (NASA) / 50m de diâmetro / 2 pás / 200kw
• 1979 – Boeng USA /100m
• 1980 – Growian (Alemanha) / 100m de diâmetro / 3mv
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TABELA 3.2: Vantagens e desvantagens do uso da Energia Eólica
VANTAGENS DESVANTAGENS
É uma fonte de energia segura e renovável; Impacto visual: sua instalação gera uma grande modificação da paisagem;
Não polui;
Impacto sobre as aves do local: principalmente pelo choque delas nas pás, efeitos desconhecidos sobre a modificação de seus comportamentos habituais de migração;
Suas instalações são móveis, e quando retirada, pode-se refazer toda a área utilizada;
Impacto sonoro: o som do vento batendo nas pás produz um ruído constante (43dB(A)). As casas do local deverão estar pelo menos, a 200m de distância.
Tempo rápido de construção (menos de 6 meses);
Recurso autônomo e econômico;
Cria-se mais emprego.
FONTE: VITRUVIOS, 2008.
3.4 ENERGIA SOLAR
O Sol é a nossa principal fonte de energia e pelo fato de ser 334.000
vezes maior do que a Terra e também pela energia radiante se dispersar à medida
que se afasta da fonte radiante, a Terra acaba por receber somente dois
milionésimos de toda a energia emitida por esta estrela. Essa energia radiante
apresenta aproximadamente 173x1015 W, onde utilizamos o raio da circunferência
da Terra e calculamos com a constante solar até que encontramos a energia
recebida na Terra. Que pode ser calculada da seguinte forma (tabela 3.3):
TABELA 3.3: Calculo de Energia
Área projetada da Terra = 2xrπ =(6.3x106)2 x 3,14 = 124x1012 m2; Constante Solar = 1395 W/m2; Energia recebida = 124x1012 x 1395 = 173x1015 W
FONTE: MODIFICADO DE ARAÚJO - 2004
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Essa quantidade de energia solar nos permite aproveitá-la basicamente
de dois modos: a produção de energia elétrica e de energia térmica.
A energia elétrica pode ser obtida através de painéis fotovoltaicos que são
um conjunto de células fotoelétricas juntas, onde cristais de silício estimulados pelos
fótons da luz solar geram energia elétrica Ider (2008). No caso da energia térmica a
energia solar aquece determinadas superfícies, e pode ser usada para aquecer água
ou alimentos em câmaras escuras como em fornos solares.
Segundo Araújo (2004), descreve em seu trabalho sobre aproveitamento
da energia solar que existem três tecnologias diferentes empregadas para capturar a
energia solar que são assim distribuídas:
• Solar térmica: usando energia solar para aquecer líquidos;
• O efeito fotovoltaico: a eletricidade gerada pela luz solar;
• Solar passiva: o aquecimento de ambientes pelo design consciente
de suas construções.
O autor comentou que usar construções para coletar o calor do sol era
uma técnica aplicada desde o tempo da Grécia antiga. Outras formas de arquitetura
que visavam o aproveitamento da energia solar também foram desenvolvidas pela
arquitetura muçulmana, que usaram os minaretes de mesquitas como chaminés
solares. Atualmente, segundo Araújo (2004) a tecnologia de energia solar passiva é
a que está sendo mais comercialmente desenvolvida, entre todas as tecnologias
solares, e compete muito bem em condições de custo com as fontes de energia
convencionais.
3.4.1 Radiação Solar
O Brasil por estar próximo da linha do equador não se observa grandes
variações na duração solar do dia. Entretanto, devido aos grandes centros
produtores estarem distantes da linha do equador com é o caso de Porto Alegre,
capital brasileira mais meridional (cerca de 30º S), a duração solar do dia varia de 10
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horas e 13 minutos a 13 horas e 47 minutos, aproximadamente, entre 21 de junho e
22 de dezembro, respectivamente (ANEEL, 2008).
Segundo o autor, para maximizar o aproveitamento da radiação solar,
deve ser ajustado à posição do coletor ou painel solar de acordo com a latitude local
e o período do ano em que se requer mais energia. No Hemisfério Sul, por exemplo,
um sistema de captação solar fixo deve ser orientado para o Norte, com ângulo de
inclinação similar ao da latitude local.
A média diária de insolação solar no Brasil pode ser observada no Mapa
Solarimétrico (figura 3.7) do Brasil (Atlas Solarimétrico do Brasil, 2000).
FIGURA 3.7: Sistema Térmico de Geração de Energia Elétrica (Califórnia-EUA); FONTE: National Renewable Energy Laboratory (EUA) Apud Aneel (2008).
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Apesar de obter isenções de impostos como IPI e ICM, o mercado de
coletores solares no país, hoje em 500 mil m², ainda é pequeno se comparado ao de
países como Estados Unidos e Canadá e, ainda, muito distante de Israel, onde o
uso da energia solar é obrigatório e faz parte do projeto de construção das casas.
Especialistas no setor apontam o Brasil como privilegiado, com uma
média anual de 280 dias de sol, possibilitando um retorno de investimento garantido
e rápido quanto maior for à necessidade do uso desta fonte energética FEDRIZZI
(2007).
3.4.2 Ângulo de Incidência dos Recursos Solares de Inclinação de um Dispositivo Solar
Segundo FEDRIZZI (2007), a energia solar captada por uma superfície
varia em função de inúmeros parâmetros como a orientação da superfície em
FIGURA 3.8: Mapa Solarimétrico do Brasil apresentando as Médias Diárias de Insolação no Brasil. FONTE: Atlas Solarimétrico do Brasil (2000).
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relação ao sol, à hora do dia, o dia do ano, a latitude e as condições atmosféricas.
Para uma maior captação da irradiação solar, os coletores devem ter certa
orientação em relação ao azimute γ do local e certa inclinação β, em relação à
horizontal. Esta inclinação em geral se reduz proporcionalmente à latitude do local
de tal forma que para pequenas latitudes a melhor inclinação pode ser até mesmo
de 0º (zero) graus.
γ - Ângulo entre a projeção da normal à superfície do coletor no plano
horizontal e o meridiano local, sendo 0o para o sul, 180o para o norte e leste positivo,
oeste negativo. (-180º ≤ γ ≤ 180º).
β - Ângulo entre a superfície em questão (neste caso o coletor) e a
horizontal.
Graus - Mesmo que a inclinação ideal seja de 0º graus, é aconselhável na
prática uma inclinação mínima de 5º graus para evitar acúmulo de material sólido na
superfície do coletor.
FIGURA 3.9: Parâmetros Utilizados na Determinação da Radiação no Plano do Coletor.
FONTE: FEDRIZZI (2007).
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Na tabela 3.4 abaixo, temos as latitudes e os ângulos de inclinação no
plano dos painéis solares, das capitais brasileiras facilitando o calculo.
TABELA 3.4: Modelos de Módulos Solares - Latitudes Aproximadas das Capitais Brasileiras e Inclinações Sugeridas para Coletores Solares Planos ENSOL.
FONTE: ENSOL. Energia Solar (2007)
3.4.3 Componentes do Sistema Fotovoltaico
O sistema fotovoltaico apresenta dois tipos de correntes conhecidos como
corrente continua que tem capacidade de potencia de 12V que utiliza painéis ou
módulos de células fotovoltaicas, suportes para os painéis, controlador de cargas de
baterias e banco de baterias, já na corrente alternada para potencias de 110/220V
que utiliza além dos elementos anteriores da corrente continua também é utilizado
entre as baterias e o consumidor um inversor de corrente com potência adequada.
Este inversor converte a corrente continua (DC) das baterias em corrente alternada
(AC). A maioria dos eletrodomésticos utiliza a corrente alternada.
Cidade Latitude Inclinação Cidade Latitude Inclinação Aracaju/SE 10º55' S 21º Manaus/AM 03º08' S 13º Belém/PA 01º28' S 11º Natal/RN 05º45' S 16º
Belo Horizonte/MG 19º 28' S 30º Palmas/TO 08º10' S 20º
Boa Vista/RR 02º49' N 13º Porto Alegre/RS 30º02' S 40º
Brasília/DF 15º 47' S 26º Porto Velho/RO 08º45' S 19º
Campo Grande MS 21º34' S 32º Recife/PE 08º10' S 18º Cuiabá/MT 15º 35' S 26º Rio Branco/AC 09º58' S 20º
Curitiba/PR 25º25' S 35º Rio de Janeiro/RJ 22º54' S 33º Florianópolis/SC 27º35' S 38º Salvador/BA 12º55' S 23º
João Pessoa/PB 07º06' S 17º Teresina/PI 05º05' S 15º Macapá/AP 00º 02' N 10º N ou S Vitória/ES 20º18' S 30º Maceió/AL 09º 40' S 20º
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3.4.4 Dimensionamento de Sistemas de Geração Fotovoltaicos e de Bancos de Baterias
FEDRIZZI (2008) afirmou que para obter o cálculo do número de módulos
necessários deve-se conhecer os níveis de radiação solar típicos da região, à
capacidade de produção dos módulos variarem com a radiação.
Segundo o autor devemos seguir os seguintes passos, para obter a
quantidade de módulos necessária:
1) Calcular o Consumo Total da Instalação em Ah (Amper hora).
2) Determinar em que local se realizará a instalação;
3) Com base nos valores da tabela de radiação identificar qual das
cidades mais se aproxima do local de sua instalação. Identificar qual é
a radiação média anual desta localidade em kWh/m² dia (última coluna
da tabela);
4) Multiplicar o valor encontrado pela corrente nominal do módulo solar
escolhido. Para isto recorrer à tabela do fabricante do módulo solar;
FIGURA 3.10: Esquema de um Sistema Fotovoltaico FONTE: Solarterra, 2008 adaptado de FEDRIZZI (2007).
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5) Supondo que a localidade da instalação seja em Teresina e o módulo
solar escolhido seja o modelo com corrente nominal de 4.4A, teremos:
geração do módulo = radiação x corrente nominal = 5.49 x 4.4 = 24.15
Ah/dia;
6) O número de módulos solares para este sistema será: no módulos =
A figura 3.11 apresenta um exemplo de sistema flutuante de bombeamento
de água para irrigação, instalado no Açude Rio dos Peixes, Município de Capim
Grosso – BA. O sistema é formado por 16 painéis M55 da Siemens e uma bomba
centrífuga de superfície Mc Donald de 1 HP DC. Em época de cheia, o sistema fica a
15 m da margem do açude e bombeia água a uma distância de 350 m, com vazão de
12 m3 por dia.
Trata-se de uma parceria entre o National Renewable Energy Laboratory –
NREL, o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL e a Companhia de
Eletricidade do Estado da Bahia – COELBA, tendo ainda a participação da Secretaria
de Agricultura e Irrigação do Estado da Bahia e da Associação de Moradores de Rio
do Peixe ZILLES, FEDRIZZI, TRIGOSA, SANTOS (2000).
Outro exemplo de bombeamento fotovoltaico de água, á região do Pontal
do Paranapanema (Extremo-Oeste do Estado de São Paulo), é apresentado na
Figura 3.12. O reservatório tem capacidade de armazenamento de 7.500 litros e altura
manométrica de 86 metros, abastecendo 43 famílias. O sistema fotovoltaico é
constituído de 21 módulos MSX 70, com potência nominal de 1.470 Wp USP; IEE,
(2000). Entre novembro de 1998 e janeiro de 1999, cerca de 440 famílias foram
beneficiadas em todas as sociedades, ZILLES, FEDRIZZI, TRIGOSA, SANTOS
(2000).
FIGURA 3.11 Sistema Fotovoltaico de Bombeamento de Água Para Irrigação (Capim Grosso - BA) FONTE: Centro de Referência para a Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito - CRESESB. 2000. Disponível em: www.cresesb.cepel.br/cresesb.htm.
A Figura 3.11 e 3.12 exemplifica um sistema de atendimento domiciliar
instalado no âmbito do projeto Ribeirinhas. Esse projeto constitui uma ação
estratégica do Programa Nacional de Eletrificação “Luz no Campo” e tem como
objetivo a implantação, em localidades ribeirinhas na região amazônica, de sistemas
baseados em fontes alternativas para geração de energia elétrica. O projeto é
conduzido pelo CEPEL e pela ELETROBRAS, em colaboração com a Universidade
Federal do Amazonas ZILLES, FEDRIZZI, TRIGOSA, SANTOS (2000).
3.5 APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA
3.5.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos em Nível Mundial
UNIÁGUA (2006) apud Marinoski (2007) em seus estudos mostram que a
disponibilidade de recursos hídricos compreende todos os recursos de água, tanto
FIGURA 3.12 Sistema de Bombeamento Fotovoltaico – Santa Cruz I (Mirante do Paranapanema -SP). FONTE: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP. Instituto de Eletrotécnica e Energia – IEE. Formação Técnica. São Paulo: 2000.
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superficiais quanto subterrâneas em uma determinada região ou bacia hidrográfica,
para qualquer uso.
Do volume total de água existente no planeta, é estimado que apenas 2,5%
sejam de água potável ou simplesmente água doce, sendo que grande parte deste
volume não está facilmente acessível. Apenas 0,266% deste total se encontra em
lagos, rios e reservatórios, estando o restante distribuído na biomassa e na atmosfera
sob a forma de vapor. Deste modo, estima-se que somente 0,007% de toda a água
doce do planeta encontra-se em locais de simples acesso para o consumo humano.
Tomaz (2001) apud Marinoski (2007), nos informa que o percentual de
68,9% de água doce estão congelados nas calotas polares do Ártico, Antártida e nas
regiões montanhosas. Já a água subterrânea compreende em torno de 29,9% do
volume de água doce no planeta.
Segundo o autor, a água no planeta encontra-se distribuída de forma não
uniforme, sendo que na Ásia e na América do Sul se concentram os maiores volumes
disponíveis. A Ásia detém a maior parcela mundial deste recurso, totalizando
aproximadamente 31,6%, e alcançando vazões de 458.000 km³/ano. Os menores
potenciais são encontrados na Oceania, Austrália e Tasmânia. Os valores de
produção hídrica por região do mundo estão apresentados na Tabela 3.6.
TABELA 3.6: Produção Hídrica no Mundo por Região Região do Mundo Vazão (km³/ano) Porcentagem (%)
Ásia 458.000 31,6
América do Sul 334.000 23,1
América do Norte 260.000 18
África 145.000 10
Europa 102.000 7
Antártida 73.000 5
Oceania 65.000 4,5
Austrália e Tasmânia 11.000 0,8
Total 1.448.000 100
FONTE: TOMAZ, 1998 apud Marinoski 2007
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3.5.2 Recursos Hídricos no Brasil
No Brasil podemos encontrar abundância de recursos hídricos estimada
em 35.732 m³/hab/ano, sendo considerado um país “rico em água”. Além disso, em
relação ao potencial hídrico mundial, o Brasil conta com 12% da quantidade total de
água doce no mundo (TOMAZ, 2001apud Marinoski 2007).
Entre os países da América do Sul, o Brasil se destaca por possuir uma
vazão média de água de 177.900 km³/ano, o que corresponde a 53% da vazão média
total da América do Sul, conforme é apresentado na Tabela 3.7.
TABELA 3.7: Produção Hídrica entre os países da América do Sul.
América do Sul Vazão (km³/ano) Porcentagem (%) Brasil 177.900 53
Outros países 156.100 47 Total 334.000 100
FONTE: Marinoski (2007).
Segundo Aneel (2007) apud MARINOSKI (2007), a disponibilidade hídrica
do Brasil encontra-se, na maior parte, distribuída em bacias hidrográficas. As
principais bacias hidrográficas do Brasil são do Rio Amazonas, do Tocantins-
Araguaia, do São Francisco, do Atlântico Norte Nordeste, do Uruguai, do Atlântico
Leste, do Atlântico Sul e Sudeste, dos Rios Paraná e Paraguai.
Verificam-se no Brasil, que as regiões mais populosas são justamente as
que possuem menor disponibilidade de água, por outro lado onde há muita água
ocorre baixo índice populacional. A exemplo disso pode-se citar a Região Sudeste do
Brasil, que dispõe de um potencial hídrico de apenas 6% do total nacional, porém
conta com 43% do total de habitantes do país, enquanto a Região Norte, que
compreende a Bacia Amazônica, apresenta 69% de água disponível, contando com
apenas 8% da população brasileira GHISI (2006) apud Marinoski (2007).
40
3.5.3 Aproveitamento de Água Pluvial
MAY, (2004) ao estudar o aproveitamento das águas de chuva apontou a
existência de vários aspectos positivos no uso de sistemas para aproveitamento de
água pluvial, que possibilitam reduzir consideravelmente o consumo de água potável
diminuindo os custos de água fornecida pelas companhias de abastecimento e
minimizam riscos de enchentes e preservar o meio ambiente.
Com isso, podemos citar outras vantagens do aproveitamento de água de
chuva SIMIONI et al, (2004) apud Marinoski (2007):
§ Utiliza estruturas existentes na edificação (telhados, lajes e rampas);
§ Baixo impacto ambiental;
§ Água com qualidade aceitável para vários fins com pouco ou nenhum
tratamento;
§ Complementa o sistema convencional;
§ Reserva de água para situações de emergência ou interrupção do
abastecimento público.
Para pensarmos em um sistema de abastecimento de água pluvial,
pensamos primeiro na sua viabilidade dependendo essencialmente dos seguintes
fatores: precipitação, área de captação e demanda de água.
Além disso, para projetar tal sistema devem-se levar em conta as
condições ambientais locais, clima, fatores econômicos, finalidade e usos da água,
buscando não uniformizar as soluções técnicas.
A água de chuva pode ser utilizada em várias atividades com fins não
potáveis no setor residencial, industrial e agrícola. No setor residencial, pode-se
utilizar água de chuva em descargas de vasos sanitários, lavação de roupas, sistemas
de controle de incêndio, lavagem de automóveis, lavagem de pisos e irrigação de
jardins. Já no setor industrial, pode ser utilizada para resfriamento evaporativo,
climatização interna, lavanderia industrial, lavagem de maquinários, abastecimento de
41
caldeiras, lava jatos de veículos e limpeza industrial, entre outros. Na agricultura, vem
sendo empregada principalmente na irrigação de plantações MAY & PRADO (2004).
Segundo MAY (2004) os sistemas de coleta e aproveitamento de água de
chuva em edificações são formados por quatro componentes básicos: áreas de
coleta; condutores; armazenamento e tratamento.
O funcionamento de um sistema de coleta e aproveitamento de água de
pluvial consiste de maneira geral, na captação da água da chuva que cai sobre os
telhados ou lajes da edificação. A água é conduzida até o local de armazenamento
através de calhas, condutores horizontais e verticais, passando por equipamentos de
filtragem e descarte de impurezas. Em alguns sistemas é utilizado dispositivo
desviador das primeiras águas de chuva. Após passar pelo filtro, a água é
armazenada geralmente em reservatório enterrado (cisterna), e bombeada a um
segundo reservatório (elevado), do qual as tubulações específicas de água pluvial irão
distribuí-la para o consumo não potável onde mostram na Figura 3.13.
.
Em áreas para captação de água de chuva, comumente utiliza-se materiais
como: telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas não tóxicas, superfícies
FIGURA 3.13: Esquema de Funcionamento de Sistema de Aproveitamento de Água de Chuva. FONTE: Marinoski (2007)
42
de concreto, cerâmicas, policarbonato e fibra de vidro. As calhas também devem ser
fabricadas com materiais inertes, como PVC ou outros tipos de plásticos, evitando
assim, que partículas tóxicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem MACOMBER (2001) apud MARINOSKI (2007).
3.5.4 Captação
O sistema de capitação de água de chuva é a maneira mais rápida de se
obter grandes volume de água em um período de tempo bastante reduzido, e de
razoável qualidade. Existem duas maneiras que são as mais conhecidas de se captar:
a primeira é utilizando o telhado e calhas da casa, e a segunda é revestindo o subsolo
de uma área de encosta com plástico e canalizando a água, pré-filtrada pelo solo, até
uma caixa ou reservatório, apresentado na Figura 3.14 e 3.15.
A sua armazenagem poderá ser feita em uma caixa separada ou
diretamente na cisterna, caixa central (SOECOMG, 2008).
FIGURA 3.14: Esquema Geral da Caixa ou Reservatório para Água de Chuva com Escada de Acesso para Limpeza. FONTE: Soecomg (2008).
43
3.5.5 Qualidade da Água de Chuva
Tomaz (2003) apud Martins e Nascimento (2006) em seus estudos sobre
aproveitamento da água de chuva assegurou que para se ter conhecimento da
qualidade da água de chuva devem-se diferenciar as analises em quatro formas
distintas, quais sejam:
§ Antes de atingir o solo;
§ Após escorrer pelo telhado;
§ Dentro do reservatório;
§ No ponto de uso.
Cada uma dessas quatro formas apresenta peculiaridades distintas nos
elementos químicos e bacteriológicos encontrados nas analises e dependem muito da
localização geográfica da área de precipitação, do tipo de atividades exercidas no
entorno, etc., em fim vários fatores podem influenciar nessas analises dependendo da
área a ser analisada.
FIGURA 3.15: Esquema de Caixa ou Reservatório com Utilização de Crivo para Filtrar a Água e Sistema Manual de Retirada da Mesma. FONTE: Soecomg (2008).
44
Vários estudos foram realizados por Gould 2003 apud Tordo 2004 e
mostram que, devido ao contato com a superfície do telhado, a água coletada de
chuva não apresenta os padrões de potabilidade da OMS para água potável,
principalmente quanto aos critérios da qualidade microbiológica. Outra preocupação
se deve à poluição por metais pesados ou outros produtos químicos.
Segundo estudos realizados por Tordo, 2004, Na região de Blumenau (SC),
para avaliar a qualidade da água em três diferentes tipos de cobertura, quais sejam:
fibrocimento, cerâmica e metálica; com relação aos parâmetros - pH, alcalinidade total,
cloretos, cor aparente, dureza total, ferro total, sílica, turbidez e coliformes - e cujos
resultados demonstraram que o telhado de fibrocimento apresenta uma capacidade
de neutralizar os ácidos e, presentes na água da chuva, maior que as outras duas
coberturas estudadas, cujo valor médio, encontrado, foi 6,99, e uma alcalinidade total
média de 37,06 ppm. Quanto ao aspecto bacteriológico, às amostras apresentaram
elevada quantidade de organismos patogênicos e, em algumas amostras, a turbidez e
a cor aparente não alcançaram o padrão de portabilidade e, portanto, não é
recomendada para consumo humano, sem prévio tratamento por filtração e
desinfecção. Tais valores constam da Tabela 3.8.
TABELA 3.8: Valores Médios dos Parâmetros da Chuva, Coletados nos Diversos Tipos de Coberturas.
FONTE: Cipriano, 2004
Fibrocimento Cerâmica Metálica (Zinco) Parâmetros Valor
praticamente aspecto de ordem estética e psicológica, exercendo uma influência no
consumidor, pois que, dentro de determinados limites, não tem relação com
inconvenientes de ordem sanitária. Contudo, sendo perceptíveis pelo consumidor,
independentemente de um exame, o seu acentuado teor pode causar certa
repugnância a consumidores mais ou menos exigentes; pode também favorecer uma
tendência para a utilização de águas de melhor aparência, porém de má qualidade
sanitária, com prejuízo para a segurança.
Segundo o autor, os exames físico é o menos importante dos exames e
análises que caracterizam a qualidade de uma água: seu resultado não deve ser
interpretado separadamente de outros exames e análises. O mesmo mostra as
seguintes características:
Cor: é determinada pela alteração na aparência da água através de
substancias dissolvidas ou em suspensão, dependendo da qualidade do material
presente. A cor pode ser facilmente removida da água por coagulação física. Sento
sensível ao pH, a sua remoção torna-se mais acessível em pH baixo, ou seja, em
meio ácido.
Turbidez: é uma característica decorrente de presença de substância em
suspensão, ou seja, de sólidos suspensos, finalmente divididos em estado coloidal, e
de organismos microscópicos.
A turbidez é uma característica própria das águas correntes, sendo em
geral baixa nas águas dormentes. Foi inicialmente medida determinando-se na
espessura da camada de água necessária para que desapareça da vista a chama de
uma vela padronizada; os padrões de medida são constituídos por suspensões de
sílica ou formazina em água destilada, expressas em mg/l ou em ppm da denominada
UTJ (Unidade Jackson de Turbidez) ou OFT (Unidade Formazina de Turbidez),
respectivamente. Praticamente são utilizados aparelhos que operam pelo princípio da
comparação entre o efeito Tyndall produzido por iluminação lateral da amostra e o
feixe de luz obtido por transparência, a partir da mesma fonte luminosa. O sistema
49
atual de medição é aquele que emprega o processo de nefelometria, ou seja, através
de uma fotocélula mede-se a quantidade de luz que emerge perpendicularmente de
um feixe luminoso que passa pela amostra.
Segundo o Ministério da Saúde, Portaria nº 1469 de 29 de dezembro de
2000, artigo 16º, o valor o valor máximo permitido para o parâmetro turbidez é de 5
UNT (Unidade Nefelométrica de Turbidez).
Sabor e Odor: as características do sabor e do odor são consideradas em
conjunto, pois geralmente a sensação de sabor decorre da combinação de gosto mais
odor; são características que provocam sensações subjetivas nos órgãos sensitivos
do olfato e do paladar, causadas pela existência de substâncias como matéria
orgânica em decomposição, resíduos industriais, gases dissolvidos, algas, etc. No
caso particular de sais dissolvidos em concentrações elevadas, o gosto é sentindo,
sem que se sinta o odor ou o sabor, como por exemplo, cloreto de sódio. Os gostos
são quatro, a saber: doce, amargo, ácido e salgado. Da combinação destes com os
vários tipos de odor, resultam os sabores.
O sabor e odor são características que podem estar presentes nas águas
correntes ou dormentes. As águas subterrâneas raramente possuem características
de sabor e odor perceptíveis, a não ser o decorrente de sais dissolvidos em excesso.
Quanto ao odor assinala-se métodos americanos (“Standar Mehods for the
Eamination of Water and Sewage”) que estabelecem um padrão de medida baseados
na determinação da máxima diluição da amostra em que o operador treinado é capaz
de perceber algum cheiro. Quanto ao sabor não existe nenhum processo de medida.
Levando em conta estas dificuldades os padrões de potabilidade em geral
estabelecem que as águas, quanto ao sabor e odor, devem ser inobjetíveis, ou seja,
deve haver ausência de sabor e de odor.
Temperatura: particularmente para uso doméstico a água deve ter
temperatura refrescante.
50
3.5.7 Características Químicas
Segundo AMARAL E OLIVEIRA (2004) as características químicas das
águas são devidas à presença de substancias dissolvidas, geralmente avaliáveis
somente por meios analíticos.
São de grande importância, tendo em vista as conseqüências sobre o
organismo dos consumidores, ou sob o aspecto higiênico, bem como sob o aspecto
econômico; assinale-se ainda a utilização de certos elementos como cloretos, nitritos
e nitratos bem como o teor de oxigênio consumido como indicadores de poluição,
permitindo-se concluir se a poluição é recente ou remota, se é maciça ou tolerável.
As características químicas das águas são determinadas por meio de
análises químicas, seguindo métodos adequados e padronizados para cada
substância. Os resultados são fornecidos em concentração da substância em mg/l
(miligrama por litro).
Na determinação das características químicas das águas, os principais
aspectos a serem considerados, são:
pH: o pH é utilizado universalmente para analisar as características ácidas
ou alcalino de uma solução. O parâmetro pH mede a concentração do íon hidrogênio,
podendo ser analisado colorimetricamente ou eletrometricamente. Com a análise do
potencial hidrogeniônico da água é possível verificar a ocorrência de corrosividade
quando o pH é baixo ou incrustações nas tubulações do sistema de distribuição com o
pH alto.
Segundo o CONAMA, 1986 apud May, 2004 na resolução nº 20 de junho
de 1986, artigo 26º, o parâmetro pH pode variar entre 6 e 9. Segundo USEPA 1992 e
Hespanhol 2003, o pH deverá estar entre 6-9. O Ministério da Saúde, portaria nº 1469
de 29 de dezembro de 2000, artigo 16º recomenda que o pH da água esteja entre 6 e
9,5.
Alcalinidade: a alcalinidade é devida à presença de bicarbonatos,
carbonatos e hidróxidos, quase sempre de alcalinos ou alcalino terrosos (sódio,
potássio, cálcio, magnésio etc.).
51
Agressividade: A tendência da água a corroer os metais pode ser
conferida pela presença de ácidos minerais (casos raros) ou pela existência em
solução de oxigênio, gás carbônico e gás sulfídrico.
De modo geral, o oxigênio é fator de corrosão dos produtos ferrosos, o gás
sulfídrico dos não ferrosos e o gás carbônico dos materiais à base de cimento.
Salinidade: o conjunto de sais normalmente dissolvidos na água, formado
pelos bicarbonatos, cloretos, sulfatos e, em menor quantidade, pelos demais sais,
pode como já foi dito, conferir à água um sabor salino, já focalizado, e uma
propriedade laxativa (sulfatos).
O teor de cloretos pode ser indicativo de poluição por esgotos domésticos
(próxima ou remota); verifica-se pela comparação de várias análises, após estudos de
condições e situações locais.
De modo geral a salinidade excessiva é mais própria das águas profundas
que das superficiais, sendo, porém, sempre influenciada pelas condições geológicas
dos terrenos banhados ou lixiviados.
Dureza: é uma característica conferida à água pela presença de sais
alcalino-terrosos (cálcio, magnésio, etc) e alguns metais, em menor intensidade.
Quando os sais são bicarbonatos (de cálcio, de magnésio, etc.), a dureza é
denominada temporária, pois pode ser eliminada quase totalmente pela fervura.
Quando é devida a outros sais é denominada permanente.
Uma nomenclatura mais lógica, e que deve ser adotada, é a que denomina
as durezas em: devidas aos carbonatos e aos não-carbonatos.
A dureza é caracterizada pela extinção de espuma formada pelo sabão,
índice visível de uma reação mais complexa, o que dificulta o banho e a lavagem de
utensílios domésticos e roupas, criando problemas higiênicos.
As águas duras, em função das condições desfavoráveis de equilíbrio
químico, podem incrustar as tubulações.
Ferro e Manganês: O ferro, com certa freqüência, associado ao manganês,
confere à água um sabor, ou melhor, uma sensação de adstringência e coloração
avermelhada, decorrente da precipitação do mesmo.
52
As águas ferruginosas mancham as roupas, durante a lavagem, os
aparelhos sanitários e podem provocar deposições em tubulações.
O manganês é semelhante ao ferro, porém menos comum, e a sua
coloração característica é marrom, e, quando na forma oxidada é preto.
Impurezas Orgânicas e Nitratos: O termo impurezas orgânicas é
aplicável a um número de constituintes de origem animal ou vegetal, que podem
indicar uma poluição recente ou remota. Incluem-se neste item: a matéria orgânica,
em geral, e o nitrogênio sob as diversas formas (orgânico, amonical, albominóide,
nitroso e nítrico).
Seguindo o nitrogênio um ciclo que o conduz à mineralização total, sob a
forma de nitratos, é possível avaliar o grau e a distância de uma poluição, pela
quantidade e forma de apresentação dos derivados azotados.
Independente de sua origem, que também pode ser mineral, os nitratos
presentes na água, em quantidades maiores, provocam em crianças o estado
mórbido denominado cianose ou metemoglobinemia.
Toxidez Potencial: Certos elementos ou compostos tóxicos por natureza
podem estar presentes na água. Geralmente constituem o produto de lançamentos
industriais poluidores ou de atividades humanas.
Podem ser citados cianetos, cromo hexavalente (cromatos) e cádmio
resultado de cromações e eletro-deposições; arsênico, resultado de usos agrícolas;
cobre, zinco e chumbo pelo uso de tubulações com águas solventes;
Fenóis e Detergentes: O progresso industrial moderno vem incorporando
os compostos fenólicos e os detergentes entre as impurezas encontradas em solução
na água.
Sempre decorrente de fatores poluidores, estão constituindo problemas
numa fase em que está se tornando comum o termo “reuso” da água.
O fenol é tóxico, mas muito antes de atingir teores prejudiciais à saúde já
constitui inconveniente para águas que tenham que ser submetidas ao tratamento
pelo cloro, pois combina com o mesmo, provocando o aparecimento de gosto e cheiro
desagradáveis.
53
Os detergentes, em mais de 75% dos casos, constituídos de Alkyl benzeno
sulfonatos (ABS) são indestrutíveis naturalmente, e, por isso, sua ação perdura em
abastecimento de água a jusante de lançamentos que os contenham.
O mais visível inconveniente reside na formação de espuma quando a
água é agitada; nas concentrações maiores trazem conseqüências fisiológicas;
Radioatividade: O desenvolvimento da indústria nuclear trará certamente
problemas de radioatividade ambiente e as águas de chuva poderão carrear a
contaminação, quando esta já não for por lançamento direto.
O assunto está sob controle das entidades oficiais especializadas. Nas
regiões sul-americanas ainda não se constitui motivo de preocupação. Contudo,
existem vários tipos de indústrias (não-nucleares), que lançam subprodutos
radioativos na água, como, por exemplo, tintas fosforescentes, o que pode vir a
constituir um problema.
3.5.8 Análise Bacteriológica da Água da Chuva
Segundo Expolador, 2002 apud May, 2004, coliformes fecais são bactérias
permanentes ao grupo de coliformes totais. São caracterizadas pela presença de
enzima β-galactosidade e pela capacidade de fermentar a lactose com produção de
gás em 24 horas à temperatura de 44-45ºC, em meios contendo sais biliares ou
outros agentes tenso-ativos com propriedades inibidoras semelhantes.
Além da presença de fazes humanas e de animais podem, também, podem
ser encontradas em solos, plantas ou quaisquer efluentes contendo matéria orgânica.
Segundo Expolador, 2002 apud May, 2004, o método utilizado para
verificar a presença de coliformes fecais baseia-se na filtração de volumes adequado
de água, através de uma membrana filtrante com porosidade de 0,45 μm. Com a
contagem das colônias permite-se calcular a densidade de bactérias presente na
atmosfera da água. A contagem dos coliformes fecais (colônia) serve para determinar:
• Avaliação e controle da qualidade bacteriológica da água mineral e
potáveis de mesa, na origem, no processo e no produto de mesa;
54
• Avaliação e controle de água tratada;
• Avaliação e controle de qualidade de mananciais e corpos d’água;
• Avaliação e controle das condições de sistema industriais.
Segundo Expolador (2002) apud May (2004), o grupo dos coliformes totais
inclui todas as bactérias na forma de bastonetes gram-negativos, não esporogênicos,
aeróbios ou anaeróbios facultativos, capazes de fermentar o lactose com produção de
gás, em 24 a 48 horas a 35ºC.
O índice de coliformes totais avalia as condições higiênicas, já o índice de
coliformes fecais é empregado como indicador de contaminação fecal, avaliando as
condições higiênico-sanitária deficientes visto presumir-se que a população deste
grupo e constituída de uma alta proporção de E. Coli. (Escherichia coli). Bactéria que
pertence ao grupo coliformes têm como habitat o trato intestinal do homem e de
outros animais.
3.5.9 Estimativa de Consumo
Para Feitosa e Filho (2003), o consumo médio de água por pessoa por dia,
conhecido por consumo “per capta" de uma comunidade é obtido, dividindo-se o total
de seu consumo de água por dia pelo número de pessoas servidas. O consumo de
água depende de vários fatores, sendo complicada a determinação do gasto mais
provável por consumidor. No Brasil, costuma-se adotar quotas médias "per capta"
diárias de 120 a 200 litros por pessoa.
Vickers (2001) apresentou em seus estudos a estimativa de consumo de
água para o uso interno e externo, conforme mostra a tabela 3.11.
55
TABELA 3.11: Estimativa do Consumo de Água Uso interno % do Consumo Água de Chuva
Descargas na bacia sanitárias 20 a 25% Sim Chuveiros e banheiras 15 a 20% Não
Máquinas de lavar roupas 10 a 15% Sim Máquinas de lavar pratos 2 a 5% Não
Torneiras internas 5 a 10% Não Uso externo
Jardim 25 a 30% Sim Piscina 0 a 5% Sim
Lavagem de carro 0 a 5% Sim Lavagem de área externa 0 a 2% Sim
FONTE: Tomaz – 2003.
Deve-se adotar 80 litros d’água por pessoa/dia. No caso de bacia sanitária
com caixa de descarga deve-se acrescentar mais 40 litros, ou seja, 120 litros (em
média 2 descargas por dia).
Nos projetos de abastecimento público de água, o "per capita" adotado,
varia de acordo com a natureza da cidade e o tamanho da população. A maioria dos
órgãos oficial adota 200 litros/habitante/dia para as grandes cidades, 150
litros/habitante/dia para médias e pequenas. A Fundação Nacional de Saúde acha
suficiente 100 litros/habitante/dia para vilas e pequenas comunidades. Em caso de
abastecimento de pequenas comunidades, com carência de água e de recursos é
admissível até 60 litros/habitante/dia.
3.5.10 Coeficiente de Runoff
Para Tomaz (2003) apud May (2004) para efeito de cálculo, o volume de água
de chuva que pode ser aproveitado não é o mesmo do precipitado. Assim são
estimadas que vão de 10% a 33% do volume precipitado. O Coeficiente de Runoff é a
perda de água por evaporação, vazamentos, lavagem do telhado, etc. Utiliza-se a
letra C para indicar o coeficiente de Runoff.
Segundo Azevedo Netto (1998) afirmou que do volume total de água
precipitado sobre o solo, apenas uma parcela escoa sobre a superfície constituindo as
56
enxurradas, os córregos, os ribeirões, os rios e os lagos. O restante é interceptado
pela cobertura vegetal e depressão do terreno, infiltra e evapora. A proporção entre
essas parcelas, a que escoa e a que fica retida ou volta à atmosfera, depende das
condições físicas do solo – declividade, tipo da vegetação, impermeabilização,
capacidade de infiltrações, depressões. A tabela 3.12 apresenta as faixas de valores
do coeficiente de Runoff (C) para diferentes superfícies.
TABELA 3.12: Valores Usuais de C
Natureza da bacia C Telhados 0,70-0,95 Superfícies asfaltadas 0,85-0,90 Superfícies pavimentadas e paralelepípedos 0,75-0,85 Estradas macadamizadas 0,25-0,60 Estradas não pavimentadas 0,15-0,30 Terrenos descampados 0,10-0,30 Parques, jardins, campinas 0,50-0,20
FONTE: Azevedo Neto - 1998
Segundo Tomaz (2003), apud Martins e Nascimento (2006), cita que o
valor do coeficiente de Runoff, de acordo com a literatura, varia entre 0,70 a 0,90.
3.5.11 Precipitação Pluviométrica
A precipitação é a quantidade de chuva que cai do céu, sendo um dos
fatores que atuam diretamente no potencial de captação. O índice anual de chuva do
local onde se deseja instalar o sistema é uma informação fundamental. O índice
pluviométrico mede quantos milímetros chove por ano em um m².
Esta precipitação deve ser estabelecida em função de dados médios
mensais publicados em nível nacional, regional ou local e também em função da série
histórica de chuvas na região de implantação do sistema Peters (2006).
57
3.5.12 Área de Captação
A área de captação é aquela onde ocorre toda a coleta da água de chuva
que será armazenada. É um dos pontos principais que são levados em consideração
no dimensionamento, pois a partir desta, é que será determinada a quantidade de
água de chuva que poderá ser captada e aproveitada. Comumente, estas áreas são
as superfícies dos telhados, as áreas impermeabilizadas (lajes, áreas de
estacionamentos, pátios) ou drenagem do solo Figura 3.16. Geralmente a água é
captada dos telhados das residências e das indústrias. A captação da água de chuva
através dos telhados é considerada mais simples e em sua maioria produz uma água
de melhor qualidade comparada aos outros sistemas Peters (2006).
a) Telhado b) Área impermeabilizada - Laje
c) Telhado e Pátio
FIGURA 3.16: Áreas de Captação de Água de Chuva FONTE: Waterfall (2002).
Segundo Peters (2006) as coberturas devem ser projetadas e executadas
de acordo com as normas técnicas. Elas podem ser inclinadas, pouco inclinadas ou
planas, pois, para cada tipo de material há um tipo de inclinação e um fator de
58
escoamento (C) onde, para captação de água de chuva, deve-se escolher aquele que
possui menor absorção de água contribuindo para a diminuição das perdas.
3.5.13 Tecnologias de Aproveitamento
Diante da falta de água potável no Brasil e no mundo, o mercado está
buscando novas tecnologias para que a água reaproveita seja de boa qualidade.
Segundo Martins e Nascimento (2006) as tecnologias das águas de chuvas devem
integrar as seguintes técnicas:
§ Coleta das águas de chuvas dos telhados, coberturas e outros; § Armazenamento das águas de chuvas em reservatórios, etc; § A verificação da qualidade das águas de chuvas; § Abastecimento local pelo uso das águas de chuvas; § Drenagem do excesso das águas de chuvas provocado pelas
chuvas intensas; § Eliminação da água coletada no início das chuvas.
Ainda segundo o autor, são os telhados a superfície para captação de água
de chuva, os quais já estão prontos. Às vezes serão necessárias a colocação de
calhas, condutores verticais e coletores horizontais, a construção do reservatório de
auto-limpeza e do reservatório de acumulação da água de chuva, que poderá ser
apoiado sobre o solo ou enterrado.
Segundo Tordo (2004) é apresentado na Figura 3.17 o desenho
esquemático do sistema de captação de água de chuva. A água escorre do telhado
cerâmico para as calhas (a), e destas para o condutor (b). Neste condutor, existe uma
derivação (c) para o bloco H e um sistema de descarte (d) de 20 litros da chuva inicial.
59
(a) (b) FIGURA 3.18: Sistema de Coleta de Água de Chuva: a) Calha de Condução, b) Calha de Condução Vertical. FONTE: Tordo (2004).
FIGURA 3.17: Desenho Esquemático do Sistema de Coleta de Água de Chuva. FONTE: Tordo (2004).
60
FIGURA 3.19: Sistema de Desvio dos Primeiros Estantes de Chuva FONTE: Marinoski, 2007.
Segundo Saferain 2007 apud Marinoski 2007, a válvula de desviador
horizontal da SafeRain é projetada principalmente para ser instalada nas tubulações
aéreas que alimentam um tanque de água ou o tanque da cisterna. Já a válvula do
desviador vertical é projetada para ser instalada na parte de baixo da tubulação onde
é alimentando o tanque.
3.5.14 Filtros Vortex (WFF)
Dentre os produtos oferecidos pela Aquastock, esta os filtros tipo Vortex da
Wisy que são instalados no ponto de união da tubulação que drena a água de chuva
de diversos condutores verticais.
Utilizam um princípio original de filtragem – de tensão superficial – que
garante grande eficiência, separando a água de chuva de impurezas como folhas,
61
alhos, insetos e musgo, com mínima perda de água e exigência de manutenção
mínima.
(a) (b) FIGURA 3.20: Filtro Vortex (WFF), (apresentado na figura a e b) FONTE: Aquastock, (2008)
3.5.15 Filtros de Descida
Os filtros de descida Wisy são instalados diretamente na tubulação de
descida dos telhados. Com seu princípio original de filtragem, separam a água de
chuva de impurezas como folhas, galhos, insetos e musgo, que seguem pelo tubo
normalmente.
62
FIGURA 3.21: Filtros de Descida FIGURA 3.22: Montagem do Filtro de Descida FONTE: Aquastock, (2008) FONTE: Aquastock, (2008)
As características desse filtro são:
§ Filtra áreas de telhado de até 150 m²;
§ Capta cerca de 90% da água;
§ Filtra partículas de até 0,28mm;
§ Qualidade superior, com fabricação em aço inox ou cobre;
§ Funcionamento absolutamente seguro, não há nenhuma
obstrução na seção da tubulação;
§ Fácil instalação com encaixe telescópico, não exige mão de
obra especializada e pode ser instalado em construções
existentes;
§ Baixa necessidade de manutenção;
§ Pode ser conectado a qualquer reservatório;
§ Diversos acessórios de montagem;
§ Disponível nos diâmetros 75, 80 e 100 mm.
63
3.5.16 Filtro Volumétrico
Segundo Martins e Nascimento (2006), O filtro volumétrico tem alto grau de
eficiência, independentemente do volume que passa. O filtro elimina continuadamente
as sujeiras é auto-limpante com grandes intervalos entre as revisões.
O conjunto filtrante pode ser retirado facilmente para limpeza. O
equipamento é constituído de PE e aço inox em peneira em aço inox com tela de
0,26m e altura de 47cm com desnível entre entrada e saída de 30cm e tem
capacidade para processar a água de 2 x 100m² de telhado.
• Funcionamento do filtro:
1) A água de chuva, ao chegar ao filtro é "freada" na represa superior,
sendo então conduzida para descer nas cascatas, pelo princípio do
super-represamento;
2) A limpeza preliminar se dá pelo princípio das cascatas. A sujeira
mais grossa (folhas etc.) é desce pelas cascatas e vai direto para a
galeria pluvial/de esgoto;
3) A água de chuva, já livre das impurezas maiores, passa então pela
tela (malhas de 0,26mm) abaixo das cascatas. Devido ao desenho
especial da tela ela conduz a sujeira fina por ela retida também
para a canalização, i.e. ela é auto-limpante. Com isso se obtém
intervalos grandes de manutenção;
4) A água limpa se encaminha para a cisterna;
5) A sujeira vai para a canalização pluvial ou de esgoto.
64
FIGURA 3.23: 3P Filtro Volumétrico FONTE: Martins e Nascimento (2006)
3.5.17 3P Sifão Ladrão
Este equipamento tem os seguintes princípios de funcionamento:
1) Quando o nível no tanque/na cisterna aumenta, a água de chuva
passa pelas entradas do tipo skimmer do sifão e é descartada na
galeria pluvial ou no sistema de infiltração, se houver. Pequenas
partículas, como pólen, eventualmente existentes na superfície da
água, são, graças ao desenho das aberturas, aspiradas e
eliminadas;
2) O volume d’água excedente é, junto com o pólen, descartado para
fora do reservatório. Diâmetro da saída DN 100;
3) Selo hidráulico pelo efeito da sifonagem;
4) Proteção contra a invasão de roedores (sobretudo ratazanas!) pelo
desenho estreito das saídas aspirantes.
65
O sifão retira impurezas da superfície da água, bloqueia cheiros da galeria
pluvial e impede a entrada de roedores e outros animais. As figuras 3.24; 3.25; 3.26 e
3.27 apresentam as características deste sifão, bem como as opções de montagem.
FIGURA 3.24: 3P Sifão Ladrão - Dado Técnicos FONTE: Martins e Nascimento (2006)
FIGURA 3.25: 3P Quebra Pressão FONTE: Martins e Nascimento (2006)
66
FIGURA 3.26: 3P Quebra Pressão FONTE: Martins e Nascimento (2006)
FIGURA 3.27: 3P Sifão Ladrão (Montagem) FONTE: Martins e Nascimento (2006)
3.5.18 Tratamento de Água de Chuva
O tratamento da água pluvial depende da qualidade da água coletada e de
seu uso final. A coleta de água para fins não potáveis não requer grandes cuidados
de purificação, embora certo grau de filtragem, muitas vezes, seja necessário. Para
67
um tratamento simples, podem-se usar processos de sedimentação natural, filtração
simples e cloração. Em caso de uso da água de chuva para consumo humano, é
recomendado utilizar tratamentos mais complexos, como desinfecção por ultravioleta
ou osmose reversa MAY & PRADO (2004) apud Marinoski (2007).
Em seus estudos TORDO (2004), disse que o tratamento é uma forma de
remover os poluentes e melhorar a qualidade da água de chuva, sob o aspecto
microbiológico, para fins potáveis. Sendo que, Duas etapas podem ser levadas em
conta no processo de tratamento da água de chuva: a filtração lenta e a desinfecção
por radiação ultravioleta, com comprimento de onda de 254 nm.
A filtração consiste na remoção das partículas suspensas e coloidais e de
microorganismos presentes na água por sua passagem através de um meio poroso.
Juntamente com essas partículas, a filtração remove também os
microrganismos que a elas estiverem associados. Em geral, a filtração é a principal
responsável pela produção de água com qualidade condizente com o Padrão de
Potabilidade (Di Bernardo, 1993 apud Tordo 2004).
Cipriano (2004) desenvolveu na FURB, um sistema piloto de tratamento e
desinfecção da água de chuva. O filtro lento foi utilizado por apresentar as seguintes
vantagens:
§ Operação simples;
§ Custo operacional baixo;
§ Boa eficiência na remoção de microorganismos patogênicos;
§ Boa eficiência para águas com baixa turbidez.
A água coletada é conduzida para o reservatório (1) e segue para um filtro
lento de areia (6), passando por um medidor de vazão (3). Após a passagem pelo
filtro, a água é desinfetada por radiação ultravioleta, com comprimento de onda de
254 nm (9), apresentado na Figura 3.28.
68
FIGURA 3.28: Representação Esquemática da Instalação Piloto de Tratamento de Água de Chuva. FONTE: Tordo (2004)
3.6 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Segundo KETTELHUT, COIMBRA E AMORE (2001) a água subterrânea
corresponde à parcela mais lenta do ciclo hidrológico e constitui nossa principal
reserva de água, ocorrendo em volumes muito superiores ao disponível na superfície.
As mesmas preenchem espaços formados entre os grânulos minerais e as fissuras
das rochas que se denominam aqüíferos, onde é representado pala parcela da chuva
que se infiltra no subsolo e migram continuamente em direção às nascentes, leitos de
rios, lagos e oceanos. Os aqüíferos, ao reterem as águas das chuvas, e
desempenham papel fundamental no controle das cheias, essas águas encontram
proteção natural contra os agentes poluidores ou perdas por evaporação. A
contaminação, quando ocorre, é muito mais lenta e os custos para recuperação
podem ser proibitivos.
69
FIGURA 3.29: Volume de Água em Circulação na Terra. FONTE: Ministério do Meio Ambiente (2001).
3.6.1 Qualidade das Águas Subterrâneas
Durante o percurso no qual a água percola entre os poros do subsolo e das
rochas, ocorre à depuração da mesma através de uma série de processos físico-
químicos (troca iônica, decaimento radioativo, remoção de sólidos em suspensão,
neutralização de pH em meio poroso, entre outros) e bacteriológicos (eliminação de
microorganismos devido à ausência de nutrientes e oxigênio que os viabilizem) que
agindo sobre a água, modificam as suas características adquiridas anteriormente,
tornando-a particularmente mais adequada ao consumo humano SILVA (2003) apud
UNIÁGUA (2008).
Com isso, a composição química da água subterrânea é o resultado
combinado da composição da água que adentra o solo e da evolução química
influenciada diretamente pelas litologias atravessadas, sendo que o teor de
substâncias dissolvidas nas águas subterrâneas vai aumentando à medida que
prossegue no seu movimento SMA (2003) apud UNIÁGUA (2008).
70
As águas subterrâneas apresentam algumas propriedades que tornam o
seu uso mais vantajoso em relação ao das águas dos rios: são filtradas e purificadas
naturalmente através da percolação, determinando excelente qualidade e
dispensando tratamentos prévios; não ocupam espaço em superfície; sofrem menor
influência nas variações climáticas; são passíveis de extração perto do local de uso;
possuem temperatura constante; têm maior quantidade de reservas; necessita de
custos menores como fonte de água; as suas reservas e captações não ocupam área
superficial; apresentam grande proteção contra agentes poluidores; o uso do recurso
aumenta a reserva e melhora a qualidade; possibilitam a implantação de projetos de
abastecimento à medida da necessidade WREGE (1997) apud UNIÁGUA (2008).
3.6.2 Aqüíferos
Aqüífero é um grupo de formação geológica que pode armazenar água
subterrânea, através dos seus poros ou fraturas. Podem ser utilizado pelo homem
como fonte de água para consumo, se for rentável e não causarem impactos
ambientais.
Um aqüífero pode ter extensão de poucos quilômetros quadrados a
milhares de quilômetros quadrados, pode também apresentar espessuras de poucos
metros a centenas de metros REBOUÇAS et al, (2002) apud UNIÁGUA (2008).
Os aqüíferos mais importantes do mundo, seja por extensão ou pela
transnacionalidade, são: o Guarani - Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (1,2 milhões
de km2); o Arenito Núbia Líbia, Egito, Chade, Sudão (2 milhões de km2); o
KalaharijKaroo -Namíbia, Bostwana, África do Sul (135 mil km2); o Digitalwaterway
vechte - Alemanha, Holanda (7,5 mil km2); o SlovakKarst-Aggtelek -República
Eslováquia e Hungria); o Praded - República Checa e Polônia (3,3 mil km2)
(UNESCO, 2001); a Grande Bacia Artesiana (1,7 milhões km2) e a Bacia Murray (297
mil km2), ambos na Austrália. Em um recente levantamento, a UNECE da Europa
constatou que existem mais de 100 aqüíferos transnacionais naquele continente
ALMASSY e BUZAS, (1999) citado em UNESCO (2001) apud UNIÁGUA 2008).
71
FIGURA 3.30: Tipos de Aqüíferos FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004), adaptado de IGM (2001)
3.6.3 Mananciais Subterrâneos
Em estudos realizados por, KETTELHUT, COIMBRA E AMORE (2001)
afirmaram que a água vem do subsolo, podendo aflorar ou ser elevado à superfície
através de obras de captação (poços). As reservas de água subterrânea provêm de
dois tipos de lençol d água ou aqüífero, apresentado na figura 3.30)
• Aqüífero livre ou freático: É um reservatório de água subterrânea,
oriumda da infiltração da água da chuva nos solos. Encontra-se de
forma livre, com sua superfície sob a ação da pressão atmosférica.
Em um poço perfurado nesse tipo de aqüífero, a água em seu
interior terá o nível coincidente com o nível do lençol e a alimentação
ocorre geralmente ao longo do próprio lençol.
• Aqüífero confinado ou artesiano: É aquele cujas águas
encontram-se confinadas entre duas camadas de solo impermeáveis
e sujeitas a uma pressão maior que a pressão atmosférica. Em um
72
poço profundo que atinge esse lençol, a água subirá acima do seu
nível, podendo atingir a boca do poço e produzir uma vazão
continua, de forma jorrante.
3.6.4 Vantagens da Utilização das Águas Subterrâneas
Em geral apresentam uma boa qualidade para o consumo humano, apesar de
serem vulneráveis a contaminação. Sua obtenção ocorre de forma facilitada, embora
nem sempre em quantidade suficiente. E finalmente sua localização também ocorre
de forma facilitada, por ser encontrada em obras de captação nas proximidades das
O projeto da casa auto-sustentável aqui apresentado foi adaptado do
projeto desenvolvido por Magno e Souza (2007) e modificado na estrutura do telhado
para que fosse possível instalar o reservatório de 1000 Litros sob o telhado, como
pode ser observado na planta baixa e nos detalhes do corte a água de chuva é
coletada pelo telhado e direcionada pelas calhas e condutores ao reservatório para
abastecer somente a caixa de descarga do vaso sanitário. No entanto, apesar de a
região ser bastante abundante de chuvas, podem existir períodos atípicos que
venham a reduzir ou não ter chuvas, prejudicando dessa forma o abastecimento do
vaso sanitário. Assim, foi direcionada ao reservatório uma ligação direta com o
reservatório externo que atende toda a edificação com a água de poço. Vale lembrar
que antes de ser usada a água de poço é necessário realizar todos os exames
físicos-químicos-bacteriológicos e verificar se estão dentro dos parâmetros de
potabilidade estabelecidos com a Portaria nº 518/04 do Ministério da Saúde, se não
atenderem é necessário a construção de um micro-sistema de tratamento de água
para torná-la potável.
Como pode ser observado no detalhamento (corte) a casa deverá ser
suprida por água bombeada de um poço escavado no local com diâmetro mínimo de
6 polegadas e escavado com 30 metros de profundidade. O detalhe apresenta uma
bomba injetora succionando água até o reservatório externo também de 1000 Litros e
seu dimensionamento foi obtido para efeito de comparação entre os custos de
bombeamento com energia elétrica (injetora) e a que usa a energia solar (bomba
submersa).
Os detalhes da bomba submersa bem como dos painéis solares são mostrados
no esquema da Figura 5.3.
84
FIGURA 5.1: Planta baixa da casa auto-sustentável FONTE: Adaptado de Magno e Souza (2007)
FIGURA 5.2: Detalhes da instalação de água fria mostrando as modificações necessárias para instalação dos reservatórios.
CAIXA D'AGUA 1000 LITROS
CAIXA D'AGUA 1000 LITROS
segue para o sanitário
entrada da caixa d'aguacalha para coleta de água cisterna para coleta das
primeiras águas, com fechamento atraves de bóia
saída da cisterna(fechada c/ uma válvula)
entrada externa de água
Registro de Gaveta Aberto
poço artesiano
Registro de Gaveta Aberto
Válvula de Retenção
85
FIGURA 5.3: Esquematização da instalação da bomba submersa e dos painéis solares.
86
5.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA
No dimensionamento das instalações de água fria da casa auto-sustentável
foi considerado para efeito de cálculo 5 habitantes com consumo percapita de 120
L/hab.dia. A tabela 5.1 discrimina a quantidade de habitantes por dependência.
TABELA 5.1: Descrição da Edificação
FONTE: Criação do Autor – 2008
Segundo Vickers (2001), o consumo do vaso sanitário é considerado como
em torno de 20% do consumo diário, logo, tem-se o seguinte:
1) Consumo diário = ./6005120 diaLx =
2) Consumo do vaso sanitário 20% do consumo= ./120%20600 diaLx =
A tabela 5.2 apresenta uma estimativa do consumo diário, mensal, anual e
em seis meses. Este período de seis meses (dezembro a maio) é o mais
chuvoso durante o ano, conforme dados climatológicos apresentados na
tabela 4.1 e, portanto o mais passível de aproveitamento.
Ambiente Quantidade Quarto 2 Sala 1
Banheiro 1 Área de lavagem 1
87
88
TABELA 5.2: Descrição de Consumo
TABELA DE CONSUMO CONSUMO 20% C.D C. DIÁRIO C. MENSAL C. ANUAL 6 MESES VASO SANITÁRIO 120 3600 43.200 21.600
Para o calculo do volume de água coletada pelo telhado foi considerado
uma área de 67 m² de projeção, um precipitação de 0,347m. Dados esses obtido pela
média das precipitações de janeiro a junho de 1989 a 1999 da Tabela 3.14 Também
foi considerado um coeficiente de runoff de 0,8.
Média mensal anual = 347,33mm.
8,067347,0 xxQ =
./³61,18 anomQ =
Uma caixa de vaso sanitário tem um volume comercial de 6 litros, logo:
diahabLdiahabx ./30/56 =
Considerando, ao mês:
mêshabLx ./9003030 =
E no período de 6 meses:
./³400.56900 anomx =
Na verificação do volume de água coletado pelo telhado e o consumo do
vaso sanitário, temos o seguinte:
89
anomanom /³4,5/³61,18 f
Que demonstraram que o consumo de água coletado da chuva é suficiente
para o abastecimento da descarga do vaso sanitário.
5.3 DIMENSIONAMENTO DE BOMBA INJETORA
Para o projeto em estudo foi dimensionado uma bomba injetora. O modelo
esquemático abaixo mostra um projeto utilizando bomba injetora e os parâmetros a
serem considerados para o cálculo da altura manométrica, que para esse caso
específico considera-se a altura manométrica de recalque apenas. O número e tipo de
conexões são variáveis, na prática, para cada situação específica.
Calculo da vazão:
hmh
xQ /3,021205 3==
smxshmQB /1033,83600/)/(3,0 353 −==
Diâmetro de Recalque
"2/137,62421033,83.1 45
==
= −
mmD
xxxD
R
R
"4/320 == mmDs
mhf
XXhf
R
R
5115,0)013,0(
)1033,8(0008695,0 75,4
75,15
=
=−
mH MAN 1,21145115,060,6 =++=
90
Potência de Bomba
CVdeou
CVPot
HQPot MAN
4/3
75,0053.75
1,21.10.33,8.1000
.75
..1000
5
==
=
−
η
De acordo com os valores de altura manométrica, vazão e potência o
modelo de bomba sugerido para as especificações indicadas é a Bomba
(SCHENEIDER MBI- 1I 1-25)
A bomba foi especificada para o projeto com base na tabela encontrada no
em anexo 2, levando em consideração o calculo da vazão (Q), e a profundidade (m).
5.4 CALCULO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA BOMBEAMENTO DE ÁGUA DE POÇO
Para o dimensionamento da bomba e das placas solares foi levada em
consideração a vazão (Q) e a profundidade do poço (m). Dados esses calculado
anteriormente no dimensionamento da bomba injetora.
Especificação da Bomba
Corrente máxima de 4,1 A
Alimentação 24 Vdc
Dados obtido no anexo 02, tabela especificada pelo fabricante.
91
Calculo de potência é obtida pela formula:
Vol (v) é usado para medir tensões.
Ampère (A) é usado para medir corrente.
Watt (w) é usado para medir a potência é o resultado da multiplicação da
tensão pela corrente.
VxAW =
241,4 xW =
WhW 4,98=
Painel solar usado no sistema será o modelo SQ80 ou SQ160.
Levantamento de custo de implantação do sistema Convencional x
Fotovoltaico.
A tabela 5.3 mostra os valores de custo do sistema de bombas
convencional, desde a construção do poço artesiano, mão de obra e material.
92
TABELA 5.3: Descrição do Custo do sistema convencional.
CUSTO DE MATERIAL E MÃO DE OBRA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA CONVENCIONAL
ITENS DESCRIÇÃO Unid. Quantidade Valor
Unitário Valor Total 1 MÃO DE OBRA ELÉTRECISTA VB 1 150 2 MÃO DE OBRA ENCANADOR VB 1 250
TOTAL 400 MAO DE OBRA PARA EXECUÇÃO DO POÇO
1 MÃO DE OBRA DO FURO PILOTO mts 30,00 R$ 45,00 R$ 1.350,00 2 ALARGAMENTO DO FURO 6" PARA 12".14 mts 30,00 R$ 20,00 R$ 600,00 3 FILTRO GEOTÉCNICO DE 75 mm mts 30 R$ 50,00 R$ 1.500,00
3 BOMBA INJETORA SCHNEIDER MB-1I1-25 UN. 1 R$
330,00 R$ 330,00 TOTAL R$ 3.780,00
MATERIAL HIDRAÚLICO 1 CURVA DE 90º DE 20 mm UN. 1 R$ 3,30 R$ 3,30 TUBO PVC DE 20 mm UN. 8 R$ 22,00 R$ 176,00
2 VALVULA DE RETENÇÃO LEVE VERTICAL 13 mm UN. 1 R$ 35,00 R$ 35,00
3 TUBO PVC DE 13 mm UN. 8 R$ 25,00 R$ 200,00 4 REGISTRO DE GAVETA 13 mm UN. 2 R$ 30,00 R$ 60,00
5 CAIXA D'ÁGUA DE 1000L UN. 1 R$
211,90 R$ 211,90 6 VALVULA DE PÉ E CRIVO 20 mm UN. 1 R$ 26,00 R$ 26,00 7 TÊ DE 13 mm UN. 4 R$ 1,30 R$ 5,20
TOTAL R$ 717,40 TOTAL GERAL R$ 4.897,40 FONTE: Autor
O levantamento de custos do sistema fotovoltaico são apresentados na
tabela 5.4 na qual estão inseridos somente os custos de materiais de instalação. Não
estão relacionados os custos de mão-de-obra e outros serviços.
93
TABELA 5.4: Descrição do Custo do sistema fotovoltaico.
FONTE: Autor
5.5 CONSUMO DE ENERGIA DO SISTEMA CONVENCIONAL X FOTOVOLTAICO
Bomba injetora
O consumo de energia gasto para o funcionamento da bomba durante duas
horas dia:
Potência da Bomba= 3/4 Cv = 0,567 kw.
Energia:
Energia = Potência x Tempo
CUSTO DE MATERIAL E MÃO DE OBRA DE IMPLANTAÇÃO DO BOMBEAMENTO COM SISTEMA FOTOVOLTAICO
ITENS DESCRIÇÃO Unid. Quantidade Valor
Unitário Valor Total 1 MÃO DE OBRA ELÉTRECISTA VB 1 400 2 MÃO DE OBRA ENCANADOR VB 1 250
TOTAL 650 MAO DE OBRA PARA EXECUÇÃO DO POÇO
1 MÃO DE OBRA DO FURO PILOTO mts 30,00 R$ 45,00 R$ 1.350,00 2 ALARGAMENTO DO FURO 6" PARA 12".14 mts 30,00 R$ 20,00 R$ 600,00 3 FILTRO GEOTÉCNICO DE 75 mm mts 30 R$ 50,00 R$ 1.500,00
TOTAL R$ 3.450,00 MATERIAL HIDRAÚLICO
1 CURVA DE 90º DE 20 mm UN. 1 R$ 3,30 R$ 3,30 2 TUBO PVC DE 20 mm UN. 8 R$ 22,00 R$ 176,00
3 VALVULA DE RETENÇÃO LEVE VERTICAL 13 mm UN. 1 R$ 35,00 R$ 35,00
4 TUBO PVC DE 13 mm UN. 8 R$ 25,00 R$ 200,00 5 REGISTRO DE GAVETA 13 mm UN. 2 R$ 30,00 R$ 60,00 6 CAIXA D'ÁGUA DE 1000L UN. 1 R$ 211,90 R$ 211,90 7 VALVULA DE PÉ E CRIVO 20 mm UN. 1 R$ 26,00 R$ 26,00 8 TÊ DE 13 mm UN. 4 R$ 1,30 R$ 5,20
GRÁFICO 5.2: Comparação do custo de energia de bombas convencional x fotovoltaico em um ano.
5.7 Comparação de custo de implantação do sistema convencional e fotovoltaico x tempo. O custo que vão ser analisados abaixo leva em consideração a vida útil dos
painéis solares especificado pelo fabricante que é de 20 anos. Também será
comparado o valor gasto com o uso de bombas com sistema convencional com o uso
de energia fornecido por concessionária.
Custo do sistema convencional:
Valor de implantação (Vi): R$ 4.897,40 Reais, valor fornecido pela tabela 5.3
Consumo de energia (Ce): R$ 285,59 Reais ano.
Custo de energia para 20 anos.
)(80.711,5$2059,285 reaisRxCe ==
Custo total:
CeViCt +=
20.609,10$80.711,540,897,4 RCt =+=
O preço de energia utilizado para o calculo foi do período 06/12/2008, não foi levado
em consideração os reajustes de imposto.
R$ 285,59
R$ 48,37
R$ 0,00R$ 50,00
R$ 100,00R$ 150,00R$ 200,00R$ 250,00R$ 300,00
1
Comparação de Custo de Energia em R$
Bomba InjetoraBomba Fotovoltaica
97
Custo com sistema fotovoltaico:
Valor de implantação (Vi): R$ 10,112,20 Reais, valor fornecido pela tabela 5.4
Consumo de energia (Ce): R$ 48,34 Reais ano.
Custo de energia para 20 anos.
)(00,960$2048 reaisRxCe ==
Custo total:
CeViCt +=
20,012,11$00,90020.112,10 RCt =+=
Na comparação feita com o custo de implantação do sistema convencional, com a
energia elétrica que seria gasta ao longo de 20 anos, mostrou que o sistema
fotovoltaico terá um custo mais alto em torno de R$ 403,00 (quatrocentos e três reais)
mais caro. Ressalta-se que o valor calculado para mão-de-obra e manutenção não foi
previsto as alterações com valores de imposto ao longo desse período.
§ CRESESB CEPEL. Disponível em www.cresesb.cepel.br/.../tutorial_eolica.htm.
Acesso em 04/11/08.
§ EUROPEAN WIND ENERGY ASSOCIATION – EWEA, 2008. Disponível em <
www.ewea.org >. Acesso em 04/11/08.
§ FREIRE S., K. Controle e integração de centrais eólica à rede elétrica com geradores de indução duplamente alimentados. Escola Politécnica. São Paulo,
2006.
§ FEDRIZI, Maria Cristina. Fornecimento de água com sistemas de bombeamento fotovoltaicos. Mestrado. Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 1997.
§ JÚNIOR, A. P. L. A energia solar fotovoltaica utilizada em bombeamentos de água – aplicações e perspectivas. Universidade Federal de Lavras. Minas Gerais,
2005.
§ MAY, Simone. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água da chuva para consumo não potável em edificações. Mestrado. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo 2004.
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Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil,
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§ NETO, Oduval Lobato. Ecoturismo: o exemplo do Amazonas. Belém: UFPA.
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§ SATTLER, Miguel Aloysio. Habitações de Baixo Custo mais Sustentáveis: A Casa Alvorada e o Centro Experimental de Tecnologias Habitacionais Sustentáveis. Porto Alegre: ANTAC, 2007. (Coleção Habitare, 8.).
§ SCHNEIDER IND. Disponível em < www.schneider.ind.br > Acesso em 27 Nov.
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§ TORDO, Olga Catarina. Caracterização e Avaliação do uso de águas de chuva par fins potáveis. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Mestrado em
Engenharia Ambiental, Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade Regional de
Blumenau, Blumenau, 2004.
§ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ. Um bairro-cidade auto-sustentável no RJ. Disponível em < www.gpi.ufrj.br > Acesso em 07 Mar. 2008.