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PRODUZID
ONOP
LOINDUSTR
IALDEMANAUSPO
RSONOPRESS
RIMO
DAAM
AZNIA IND. E COM. FONOGRFICA LTDA. INDSTRIA BRASILEIR
A, CNPJ
84.494
.129/0
001-9
3.SOB
ENCOMENDADEINSTITUTO
ITACULTURAL,CNPJ
57.119.000/0001-22.
VIDEODANA
DVD IC 021F
C A R T O G R A F I Arumos ita cultural D A N A 2 0 0 6 / 2 0 0
7
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ENTREVISTAS ARTISTAS / CONVIDADOS
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Cartografia : Rumos Ita Cultural Dana 006/007 / organizao Ncleo
de Artes Cnicas. So Paulo : Ita Cultural, 007.
40 p. : il. color.
Acompanham 7 DVDs
1. Dana . Artes cnicas 3. Arte 4. Rumos Ita Cultural Dana 5.
Artistas brasileiros 6. Brasil I. Ttulo
CDD 79.80981
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7Histrico
em 1997 foi criado o programa Rumos Ita Cultural1, iniciando o
que viria a ser o principal vetor da poltica cultural do Instituto.
Paralelamente, o segundo vetor, chamado eixo curatorial, elegia a
linha temtica para a trajetria anual das aes do Ita Cultural. Para
o ano de 000, seria escolhido como tema o artista-cientista, tendo
como emblema leonardo da Vinci. foi nesse contexto que, no fim de
1999, se iniciou a estruturao do Rumos Dana, que deveria orientar
sua implantao com base na mesma proposio o artista-investigador
contemporneo , na interseo entre cincia e arte.
Como consultora, foi convidada a professora doutora fabiana
Dultra Britto, especialista em dana, comunicao e histria, para
conceber o programa com a colaborao da equipe do Ita Cultural. Seu
trabalho de quase dois anos foi determinante para gerar e orientar
os princpios do programa e sua implementao.
Tratava-se de mapear a produo terica e prtica em dana, revelando
artistas e dinmicas culturais dos locais onde a produo foi criada.
Como o tema era o artista-investigador, decidiu-se por recortar o
criador-intrprete em obras nos formatos de solo ou duo que
evidenciassem uma sistemtica investigativa de criao.
Para construir as estruturas operacional e humana do programa,
foi feito um levantamento, em todo o pas, de instituies que
trabalhavam com dana e de ps-graduandos que se dedicavam teoria da
dana. foi montada uma equipe de 18 mapeadores, 11 pesquisadores
danas contemporneas
e sete curadores-assistentes. os primeiros coletaram em estados
informaes sobre instituies e cursos, peridicos e livros, festivais
e mostras, produo intelectual e artstica e iniciativas dos setores
pblico e privado para a dana. essas informaes compuseram a Base de
Dados Rumos Dana2. os curadores-assistentes, munidos das anlises
regionais, partiram em viagens e assistiram a 61 trabalhos
pr-selecionados entre 398 inscries. A rede de instituies constituda
apoiou logisticamente as apresentaes e os seminrios sobre dana
contempornea e produo em dana, previamente ministrados, em 1
cidades brasileiras, para divulgao do programa.
o grande nmero de viagens de pesquisadores, curadores e
profissionais que ministraram seminrios s foi possvel graas a um
investimento compatvel com a implantao de um programa nacional. era
preciso conhecer os diversos campos artsticos e culturais para
criar uma plataforma de aproximao entre eles e divulgar a criao do
programa.
Diante da escassez de informao organizada sobre dana, a
articulao do setor foi a primeira grande contribuio desse programa.
Nas edies posteriores a atualizao dos dados e a criao e/ou manuteno
de redes continuou a ser incentivada.
em fevereiro de 001, tornaram-se pblicos os resultados dessa
implantao. Durante a Mostra Rumos Ita Cultural Dana, foram lanados
45 vdeos dos trabalhos selecionados, assegurando uma
representatividade nacional do mapeamento. entre eles, oito
trabalhos foram apresentados
1A arte e a produo intelectual brasileira so a matria-prima do
programa Rumos Ita Cultural. o princpio do programa a identificao
de iniciativas, mapeamentos, tanto no terreno das artes (cnicas,
visuais, musicais, interativas, audiovisuais, literrias) quanto no
do pensamento (pesquisa acadmica, educao, jornalismo). Projetos
inditos, em fase de produo ou que, j existentes, ainda no chegaram
ao conhecimento do grande pblico, recebem do Rumos o aporte
financeiro e de infra-estrutura para se concretizar. o passo
seguinte a difuso, srie de aes, como a circulao de trabalhos, que
ampliam para todo o Brasil o contedo dessas iniciativas. o
Instituto contribui, assim, para a reflexo sobre a realidade
cultural e social do pas.
Para acessar a Base de Dados Rumos Dana, entre no site
www.itaucultural.org.br e clique em rumos > base de dados.
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8 9
foram recebidas 534 inscries para apoio ao desenvolvimento de
pesquisa coreogrfica e 18 para a realizao de videodanas um aumento
de 71% no nmero de inscries nessa carteira. Artistas de cidades
como Boa Vista, Macap e Cuiab, que ainda no tinham apresentado
projetos ao programa Rumos Dana, fizeram esse conjunto ainda
maior.
Uma comisso de seleo independente, formada por Adriana de faria
Gehres (Pe), Alejandro Ahmed (SC), eduardo Bonito (RJ) e Paulo
Paixo (PA), pr-selecionou 41 projetos, provenientes de 17 cidades,
marcados pela busca de novas prticas e narrativas e que, para
tanto, necessitavam de condies seguras para ser testados. Destes,
16 foram selecionados para participar de laboratrios cuja
finalidade foi incentivar a prtica, o mtodo e a reflexo sobre suas
investigaes, e 5 foram contemplados com aporte financeiro para o
desenvolvimento da pesquisa.
Como apoio formao de videodana, a comisso de seleo formada por
Tamara Cubas (Uruguai) e leonel Brum (RJ) selecionou 15 projetos de
duplas de coregrafo e videomaker para participar de uma oficina
intensiva sobre conceito, dramaturgia e produo. Trinta artistas
oriundos de seis estados tiveram suas passagens para So Paulo e
estadas subsidiadas pelo programa Rumos Dana. Aps a oficina, os
participantes apresentaram os roteiros e, com base neles, foram
selecionadas cinco videodanas que receberam apoio para a
realizao.
entre e 11 de maro de 007 reuniram-se em So Paulo 115 artistas e
pesquisadores de todo o Brasil, alm de programadores e curadores. A
mostra da terceira edio foi aberta com um seminrio da professora
doutora Helena Katz e do professor doutor Amalio Pinheiro, ambos da
PUC/SP, sobre identidade e mestiagem. Um seminrio sobre corpo e
metrpole foi ministrado pelo professor Massimo Canevacci, da
faculdade de Cincias da Comunicao da Universidade la Sapienza,
Roma.
Durante as manhs aconteceram os laboratrios; as tardes foram
dedicadas a uma programao de encontros guiada
pelos pesquisadores na qual se apresentou a situao atual dos
contextos brasileiros, criando a oportunidade de se notar suas
particularidades e sinergias. foi especialmente criado o espao
Rumos Dana, onde ficaram expostos todos os livros e DVDs de dana do
Centro de Documentao e Referncia (CDR) do Ita Cultural.
A exposio fotogrfica das edies anteriores, assinada por Gil
Grossi, e o lanamento do livro Hmus, uma coletnea de 17 autores
organizada por Sigrid Nora, completaram a programao.
As 5 apresentaes e o lanamento das cinco videodanas ocorreram em
diferentes locais, na Sala Ita Cultural, no Teatro Gazeta e na Sala
Crisamtempo, com grande presena de pblico.
Todos os trabalhos foram registrados em vdeo e foto a fim de
compor, juntamente com este livro, uma caixa que ser distribuda
para todo o pas. Traos que remetem ao que no est mais presente,
coleo de resduos que nos ajuda a pensar o que possvel registrar de
uma dana ou de um encontro e, sobretudo, de que forma distribuir
informaes de circunstncias fluidas.
Instituto Ita Cultural
na Sala Ita Cultural, alm do seminrio "os Mapas da Dana",
ministrado pelos pesquisadores e curadores-assistentes, e uma
oficina intensiva de dana contempornea com David Zambrano voltada
aos 60 selecionados no mapeamento artstico. Ainda em 001 foi
publicado o livro Cartografia da Dana: Criadores-Intrpretes
Brasileiros, com informaes dos contextos regionais e ensaios
crticos sobre as obras vistas.
A criao de redes de instituies parceiras, de programadores,
pesquisadores e artistas de dana revelou-se uma das aes mais
duradouras de um programa que lida com momentos e
circunstncias.
os dois anos de implantao do projeto serviram, sobretudo, para o
conhecimento, reconhecimento e dimensionamento das diferenas,
objetivando convergi-las para um plano apoiado justamente nas
singularidades e, inclusive, nas irregularidades.
A edio 003-004 atualizou e complementou o mapeamento iniciado em
000. A equipe de pesquisadores foi ampliada, assim como o nmero de
cidades analisadas. No foi possvel, contudo, custear as viagens
para pesquisas de campo, o que tornou o trabalho dos pesquisadores
ainda mais colaborativo.
Das 415 inscries de solos, duos e grupos, 36 foram indicadas
pela comisso de seleo formada por Dulce Aquino (BA), fabiana Britto
(SP), Helena Katz (SP), Alejandro Ahmed (SC) e Henrique Rodovalho
(Go). Destes, 14 foram contemplados com apoio financeiro para o
desenvolvimento de obra coreogrfica e foram convidados a apresentar
seus trabalhos em vdeo, sinalizando uma produo vinculada a um
percurso de pesquisa. Alm disso, essa edio inaugurou uma nova
carteira, a de desenvolvimento de videodana, oferecendo a 1
selecionados uma master class de especializao na linguagem; entre
estes, dois obtiveram verba para viabilizar seus vdeos.
Para investir na troca de experincias, no fortalecimento das
redes e na qualificao profissional, o programa levou a So Paulo os
56 autores dos projetos indicados pela comisso. Participaram de
oficinas de dana contempornea
e estabeleceram contato com outros bailarinos, coregrafos,
curadores e pesquisadores.
A mostra dos espetculos e das videodanas aconteceu entre 1 e 7
de maro de 004 e incluiu seminrios, lanamento de livros, exposio e
debates sobre projetos e movimentos de dana como o frum Nacional de
Dana, a Red Sudamericana de Danza, o Recordana, entre outros. Mais
uma vez a aposta nos encontros resultou muito frutfera. Na ocasio
foram escritas e enviadas para a Comisso de educao e Cultura cartas
sobre a polmica interferncia do Conselho de educao fsica na rea da
dana; para o MinC reivindicando projetos e incentivos para a rea;
para o frum Mundial Cultural com uma proposta de rede de
universidades. Um cadastro de profissionais de diversos estados l
reunidos foi elaborado e entregue ao frum Nacional de Dana.
Catorze registros de espetculos em DVD e um CD-RoM com 0 textos
e dois ensaios fotogrficos foram distribudos gratuitamente a todas
as faculdades de dana e bibliotecas de artes do pas. Todas as
atividades tiveram lotao completa e houve bastante circulao dos
espetculos dentro e fora do Brasil, a maioria com o apoio
financeiro do programa Rumos.
Nos quase cinco anos que se passaram desde a implantao do
programa at a abertura do terceiro edital, houve um grande
crescimento tanto da produo terica quanto da artstica, assim como
de aes pblicas e privadas para a rea. era preciso, portanto, dar
prosseguimento ao processo de conhecimento e anlise da dana.
Manteve-se o formato da edio anterior, respondendo melhor ao volume
da produo com um aporte financeiro maior, consolidando os objetivos
iniciais do programa, e ao mesmo tempo os reavaliando.
em 006 foram realizados seminrios em 16 cidades para
esclarecimento sobre os conceitos de investigao em dana
contempornea e dana para cmera. os pesquisadores voltaram a viajar
por todo o pas, levantando informaes em 65 cidades brasileiras.
Participaram dos seminrios sublinhando a viso inseparvel entre
teoria e prtica e entre as obras e seus contextos.
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10 11
Se criarmos uma analogia entre os rumos da criao e os rumos da
sistematizao de um programa de ao cultural, estaremos falando de um
processo e de muitas etapas.
o maior desafio e o maior privilgio do programa Rumos sua
extenso nacional. A conscincia da complexidade deste pas refletida
mesmo atravs de um pequeno recorte dana contempornea brasileira
obriga-nos a olhar para dentro e para fora e a negociar com inmeras
coordenadas.
o objetivo, desde o princpio, foi delimitar um campo para o
mapeamento das dimenses contextual e artstica da dana contempornea
brasileira. Compor um diagnstico que permitisse aos profissionais
desse campo cultural e artstico basear suas reflexes. Trata-se,
portanto, de um conjunto de informaes que abre espao para discusses
e aes.
Se mapas so indicadores de uma dada localizao sujeita ao do
tempo, como ver e analisar um fenmeno em movimento, circunstancial
e mvel? Reconhecendo a coisa mapeada como exemplo de possibilidades
viveis ao seu contexto e no como amostra do que existe. (...)
Portanto, nem as obras representam as tendncias artsticas da dana
no pas, nem os dados coletados configuram a realidade de cada
regio. (Britto, 001) [grifo meu]
o mapa contextual representado pela Base de Dados e pelo livro.
A base, alm de contribuir para a visibilidade e a existncia poltica
de muitos contextos de dana que eram desconhecidos, presta um
servio para a rea listando o conjunto de instituies de ensino, de
produo artstica, de teatros para a dana, bolsas, leis etc. os
objetivos dessa Base vo desde uma razo particular, a de que uma
pessoa em Manaus possa saber o que est acontecendo em Caxias do
Sul, por exemplo, at uma razo geral, a de tornar pblico o
levantamento de dados de um programa de carter nacional.
Uma base de dados fornece informaes frias. Indicadores no bastam
para a formulao de um pensamento, a menos que colocados em relao, s
assim se tornam dinmicos. Dados s ganham sentido em funcionamento.
Qualificam-se na medida em que so discutidos, legitimados ou
criticados pelo pblico. Dependem, portanto, de cada consulente que,
no papel de mediador, tem a possibilidade de transform-lo em
conhecimento. A base acessada com uma pergunta preliminar que o
indicador afere. Por exemplo: h faculdade de dana em Santa
Catarina? ou: o aumento do nmero de companhias e grupos no Brasil
proporcional ao aumento de faculdades de dana? ou simplesmente ter
acesso a mostras, festivais e fruns do pas, e assim por diante.
Partir de uma quantificao no bom ou ruim em si. Mas a anlise desses
dados, que expressam condies, qualidades, diferenciaes, conexes,
representa a construo de um sentido crtico sobre a questo e depende
de formao terica e metodolgica daquele que analisa.
o livro se apresenta, justamente, como espao para a construo
crtica dos dados encontrados pelos pesquisadores. Representa a
oportunidade de coloc-los em relao dinmica a ponto de conseguir
refletir o movimento dos fatores e circunstncias encontrados.
Contudo, uma demonstrao esttica dos dados ou uma demonstrao em
forma de problema, uma leitura poltica ou apoltica est nas mos de
cada autor e reflete sua formao e viso.
o mapa artstico realizado segundo um formato que pressupe um
processo seletivo daquelas propostas que mais correspondam ao
recorte conceitual do programa, resumidamente: propostas de
investigao que representam uma tendncia relevante na dana
contempornea brasileira atual, sendo aceitos projetos resultantes
de um processo j em andamento, mas desde que corresponda a um novo
estgio da pesquisa. importante dizer que, de acordo com o
regulamento, aos autores das 14 obras contempladas na segunda edio
no foi facultada a possibilidade de inscrio nesta ltima.
A coleo de 5 trabalhos destacada entre os inscritos d
visibilidade parte das questes que movia os artistas de dana
contempornea no Brasil em 006. A comisso de seleo, apoiada nos seus
conhecimentos (um coregrafo, um curador e dois
professores-pesquisadores) procurou, de forma bastante criteriosa,
perscrutar as possibilidades que os projetos continham de elaborao
de novas narrativas e formas expressivas. Priorizaram-se aqueles
projetos que j apontavam uma soluo sua proposio inicial,
independentemente do estgio da pesquisa.
Quando se aposta em investigao, a principal pergunta : que
resultados so esses? os mapeamentos das dinmicas culturais e da
produo artstica oferecem camadas diferenciadas de leitura,
dependentes do tempo. Novas leituras e significados so gerados
desde o momento em que se recebe a informao, seguido por conversas
e discusses in loco, que so ecoadas em outros lugares e devolvidas
posteriormente, at a organizao deste livro e sua distribuio, que
fornecer outras camadas de leitura.
H coisas que podem ser previstas e outras que precisam acontecer
para que sua experincia formule questes. Algumas s apareceram como
questo com esse grupo de artistas e por causa deles, dessa srie de
propostas, dos profissionais que l estavam.
Com base na Mostra Rumos Dana, evidenciou-se a necessidade de
mudar a forma de apresentao dos trabalhos de maneira que sejam
mostrados como pesquisas em andamento, criando condies para a
discusso, nas quais a apresentao pblica deve ser entendida como
mais uma etapa do processo de seu desenvolvimento. outra importante
questo surgida foi sobre o entendimento do que pesquisa em dana.
longe de chegar-se a um consenso, a questo ganhou espao e est sendo
debatida em vrias esferas. Para uma prxima edio certamente ter
lugar a reflexo com professores, artistas e tericos sobre como um
programa bienal pode contribuir para a
formao e qualificao (formal ou no-formal) desse
artista-investigador.
os laboratrios terico-prticos ministrados pelas duplas Marcelo
evelin (PI) / Vera Sala (SP) e Paulo Paixo (PA) / Adriana de faria
(Pe), oferecidos a 16 artistas, incentivaram a prtica, o mtodo e a
reflexo sobre suas pesquisas. A ao, dentro da programao, foi muito
bem-sucedida, o que prova que o investimento em aulas e em discusso
das propostas de pesquisa dos artistas mesmo uma necessidade e
dever ser ampliado numa prxima edio.
No mapa contextual, os pesquisadores propuseram atualizaes nas
ferramentas e na forma de disponibilizar o contedo coletado. J
neste ano se comea a reestruturar a Base de Dados ampliando tanto
seus contedos quanto suas ferramentas. A reestruturao o incio do
desenvolvimento de uma enciclopdia, prevista para a prxima edio do
Rumos Dana.
Uma mudana maior no programa Rumos Dana depende tambm de uma
mudana na estrutura desse modelo na poltica do Instituto, assim
como de sua capacidade de ao. o programa Rumos Ita Cultural tem
histrico e vai se repensar com base na anlise de seus
resultados.
Apesar das diferentes elaboraes, h um ponto de convergncia que
produz um reconhecimento mtuo. os vasos comunicantes que se
explicitaram, as redes criadas ou sedimentadas so uma das maiores
riquezas do programa. Apoiar novas questes e formulaes, prospectar
a diversidade proveniente de diferentes ambientes, refletir sobre
os interesses e caminhos dos criadores traa um rumo para o
entendimento da dana contempornea objetivo maior do programa, cuja
fora reside na sua continuidade.
Sonia SobralGerente do Ncleo de Artes Cnicas
rumos como processo
-
1 13
Todo fenmeno ou experincia irreconstituvel. Para efeito de
preservao, o que fica de um espetculo ou encontro so discursos a
respeito deles. Isso no diminui sua importncia como fonte de
informao, visto que a nica forma de nos relacionarmos com o passado
por meio dos ecos que ele emitiu.
o mesmo acontece com as condies encontradas nas vrias pesquisas
de campo. Alguns dados refletem aspectos cujas permanncias so mais
duradouras e outros que se alteram mais rapidamente. importante ter
claro que todo repertrio de registros parcial e condicionado pelas
trajetrias culturais, estticas e ideolgicas daqueles que o criaram
em um determinado momento histrico.
A organizao do livro
A primeira parte apresenta um ensaio do fotgrafo paulista Gil
Grossi, que h 0 anos pesquisa a interao entre a linguagem
fotogrfica e a dana e se dedica ao registro e memria desta ltima. A
dana, assim como tudo, um fenmeno em movimento, e assim nossos
olhos a apreendem. A fotografia congela e amplia um instante, na
maioria das vezes imperceptvel a olho nu. Por outro lado possvel
reter e documentar uma seqncia de movimentos que pode ter se
perdido no espao ou na memria.
o ensaio fotogrfico e o texto da pesquisadora Renata Xavier
constituem uma possibilidade de reflexo sobre como possvel estudar
dana por meio das suas fontes iconogrficas. o livro ainda ilustrado
com fotos de Paulo Csar lima. Uma comparao entre as imagens de um e
de outro nos mostra como a fotografia pode tanto ter uma funo de
preservao quanto pode nos apresentar uma perspectiva que parte de
outra linguagem, nesse caso especfico, das artes visuais, objeto do
trabalho de Paulo lima. Todas as imagens para o livro foram
selecionadas por Cristina do esprito Santo.
em seguida encontram-se os programas dos espetculos e as fichas
tcnicas. Um texto de Adriana de faria e um de Paulo Paixo do
parmetros para a leitura dos espetculos. o primeiro traa analogias
entre cincia e arte e problematiza a pesquisa em dana, contribuindo
para a discusso sobre mtodos de investigao para criao em dana,
enquanto o segundo localiza procedncias regionais, interesses
comuns e especficos e aspectos relacionados s questes artsticas
desse conjunto de trabalhos.
A segunda parte do livro dedica-se videodana. Da mesma maneira,
inclui sinopses, fichas tcnicas e fotografias. Um ensaio de Tamara
Cubas delimita conceitos e definies dessa linguagem e comenta as
cinco videodanas contempladas nesta edio.
A terceira e ltima parte estrutura-se com 14 exerccios crticos
sobre a situao encontrada nas pesquisas de campo realizadas em 006,
assinados pelos respectivos pesquisadores. os textos evidenciam
questes relativas s dinmicas culturais das cidades, produo
intelectual e artstica, difuso, ao ensino, s iniciativas pblicas e
s organizaes de classe, alm de aspectos histricos. Seu conjunto
provoca diversos exames sobre as circunstncias encontradas em 000,
003 e 006, as transformaes desses campos, a comparao entre regies,
entre muitas outras reflexes possveis. Pontualmente pode-se focar,
por exemplo, nas influncias e caractersticas das danas
contemporneas realizadas no pas, ou nos modelos de gesto pblica e
na contraposio de estratgias particulares e coletivas, para citar
apenas duas entre muitas possibilidades de foco. A leitura instiga
a pensar sobre o papel das instituies, dos professores, dos
curadores, dos artistas, dos crticos, a funo, enfim, de cada um e a
conjuntura de todos.
Como encerramento, contamos com a avaliao da professora doutora
Christine Greiner que, aps leitura cuidadosa dos textos dos
pesquisadores, prope um caminho para a anlise desse contedo. Sua
crtica no esconde
as fragilidades encontradas e por isso mesmo oferece sadas.
Christine convoca a uma reflexo conjunta, no propriamente sobre os
dados levantados no mapeamento, mas sobre a importncia de lermos
criticamente esse e qualquer resultado de pesquisa.
Ajuda-nos tanto a desenvolver um sentido crtico sobre os textos
quanto sobre o entendimento de pesquisa que as instituies de ensino
praticam no pas. encerrar o livro com sua avaliao iniciar o que
propomos com ele: refletir coletivamente.
A organizao dos DVDs
No encarte do livro segue um DVD com uma srie de entrevistas de
profissionais que participaram da Mostra Rumos Dana. Professores
que ministraram seminrios, como Amalio Pinheiro, Massimo Canevacci
e Helena Katz; professores que ministraram os laboratrios
terico-prticos, como Marcelo evelin, Paulo Paixo e Vera Sala; alm
do coregrafo Alejandro Ahmed e do produtor eduardo Bonito, que
compuseram a comisso de seleo. H tambm entrevistas com os criadores
que so uma excelente fonte de informao sobre as escolhas
conceituais e estticas que fizeram. A srie de 7 entrevistas o que
mais parametriza a leitura e a compreenso das questes e formulaes
que esta cartografia artstica apresenta. As entrevistas foram
dirigidas por Renata Druek.
Um estojo de seis DVDs acompanha o livro. Trazem os 5 registros
de espetculos dirigidos por Nelson enohata e Ric ostrower. o
registro videogrfico a mdia que mais d conta de preservar a
coreografia. Numa filmagem de carter documental a cmera deve
assumir o papel do espectador sentado na platia. ou seja, nada da
coreografia, da iluminao ou da msica alterado por causa da presena
da cmera. Deve transmitir ao espectador do vdeo os limites
espaciais de onde a dana foi apresentada, a edio deve respeitar o
ritmo do espetculo etc.
Mesmo com todos os cuidados, vale lembrar que o registro em vdeo
transforma a apresentao ao vivo. o vdeo influencia a dana, da mesma
forma que a dana influencia o vdeo, pois as relaes impulsionam e
reformulam a ao. esse tipo de registro facilita a distribuio e o
intercmbio, mas no chega a ser suficiente sobretudo para os
trabalhos de carter processual. Deve ser acompanhado, portanto, de
um aparato textual. esse o sentido dos textos que apresentam os
contextos regionais, assim como os de Adriana de faria e Paulo
Paixo e a srie de entrevistas.
possvel verificar que esses artistas se encontram em diferentes
estgios de maturidade como criadores. o que os assemelha, contudo,
a legitimidade de uma busca que necessita de apoio para ser
percorrida. importante ainda destacar que os registros so da
primeira apresentao pblica do trabalho, em maro de 007. Alguns
processos seguiram se desenvolvendo e j se encontram em outro
estgio. Devem ser apreciados, portanto, com essa perspectiva.
Por fim, um DVD apresenta as cinco videodanas e entrevistas com
seus realizadores. Como nesse caso a dana foi criada para o vdeo, a
obra no sofre alterao e sua prpria documentao e memria.
na distribuio dessa coleo para todo o Brasil que o programa
atinge seu maior objetivo, o da circulao, justamente o que faz com
que um repertrio de informaes possa ser mobilizado na produo de
conhecimento. esse contedo informacional s ativado quando acessado,
examinado, discutido, criticado e qualificado. Assim, convidamos
todos os interessados a compartilhar esta publicao.
Sonia SobralGerente do Ncleo de Artes Cnicas
C A R T O G R A F I Arumos ita cultural D A N A 2 0 0 6 / 2 0 0
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OBRAS COREOGRFICAS
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Gil Grossi fotgrafo especializado em dana, professor e danarino.
Documenta os grupos independentes paulistanos desde 1986. fez a
cobertura do Rumos Ita Cultural Dana 001 e o registro em imagens
digitais do Rumos Ita Cultural Dana 003. Ministra cursos livres e
workshops de fotografia de dana em centros culturais em So Paulo e
no interior. Integra o ...Avoa! ncleo artstico, que faz fuso entre
artes cnicas e visuais.
Renata Xavier
Na dana, a possibilidade de transmitir e receber informaes e
ainda de armazen-las calcada na fugacidade de seu objeto, ou seja,
na noo de que seu objeto efmero: ele dura enquanto durar a sua
existncia in loco. Apesar disso, a informao pode perdurar. A dana
pode e pede o registro de resduos das obras (Greiner, 00)1. A
tarefa documental coletar restos (lima, 00).
o filsofo francs Michel Bernard (001) aponta que o desejo de
memorizar a dana se realiza de cinco maneiras distintas: pela notao
coreogrfica, pela fotografia, pelo vdeo, pelo filme cinematogrfico
e pelas testemunhas que criaram, danaram ou assistiram ao
espetculo3.
As diferentes formas de registro da dana contempornea nos do a
sensao de acessibilidade, pois registra-se o que nos prximo, existe
uma simultaneidade no tempo, ou seja, documenta-se a arte enquanto
ela produzida4. A fotografia (registro visual) um dos suportes
(Norman, 1999) escolhidos para documentar a dana.
Segundo a pesquisadora francesa laurence louppe (007), a
documentao iconogrfica da dana no sculo XX, a partir da reproduo
tecnolgica/mecnica, tem duas formas: a imagem fixa5 fotografia e a
imagem animada filmes, vdeos. Desse modo, foi possvel construir, a
partir do sculo passado, um imaginrio de dana em que o foco da
fotografia se ampara na dana e no seu fluxo. No incio do sculo XX,
as limitaes tcnicas da fotografia exigiam que a maioria das fotos
de dana fossem posadas em estdio; conseqentemente, uma menor
quantidade era feita durante a performance (Huxley, 1994).
A documentao fotogrfica de um espetculo de dana, fonte
iconogrfica de imagem fixa, oferece caminhos/pistas a ser
explorados na recuperao de informaes para a constituio de uma
memria da dana. Tambm disponibiliza informaes sobre a coreografia,
a cenografia,
registrando a dana
o figurino e a iluminao, alm de ser uma das principais mdias da
dana. Independentemente de o registro ser feito em pelcula ou por
uma cmera digital de ltima gerao, a fotografia vale como fonte para
documentao e divulgao, como trao que remete memria visual de uma
manifestao cnica. Danarinos e professores podem contar com esse
material visual no processo de reflexo sobre sua prpria prtica
artstica e tambm como espectadores 6.
Documentar fotograficamente um espetculo no significa copi-lo,
mas, sim, reproduzi-lo com a conscincia de sua fugacidade, sabendo
que com base nos resduos que se constitui um acervo. o registro
fotogrfico, ao permitir capturar o movimento, se soma s outras
fontes escritas, sonoras no estudo da dana. June layson (1994)
enumera algumas fontes visuais alm da prpria dana arquitetura,
figurinos, cenrio, filmes, fotografia, pintura, vdeos etc.
As imagens de um espetculo so traos que testemunham e remetem
obra7. o padro internacional de documentao fotogrfica de espetculos
varia entre 30 a 00 fotogramas, que, ao ser ordenados cronolgica e
seqencialmente, podem ajudar numa possvel reconstituio da
coreografia e remeter a obra ao contexto em que foi produzida. em
geral, a identificao dos registros fotogrficos de um espetculo de
dana deve ser feita com a colaborao das pessoas que participaram
e/ou conhecem o processo coregrafos, danarinos, ensaiadores etc.
Caber a eles organizar a seqncia do espetculo e ainda, se possvel,
identificar todo o elenco de cada uma das imagens
(fotogramas)8.
As imagens captadas pelos fotgrafos do Rumos Dana produzem uma
vasta documentao iconogrfica dos espetculos apresentados
recentemente que poder auxiliar no conhecimento dos trabalhos
coreogrficos dos artistas selecionados e tambm na avaliao das
diferenas entre as obras. Toda a documentao fotogrfica produzida
pela
Toda
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mostra contribuir para a pesquisa como fonte iconogrfica da dana
contempornea.
os outros documentos programas, entrevistas, livros e vdeos
produzidos pela mostra, somados ao registro fotogrfico, formaro uma
coleo que nos permitir, alm da contextualizao, relacion-los entre
si.
Referncias bibliogrficas
BeRNARD, Michel. De la cration chorgraphique. Paris: CND,
001.BURT, Ramsay. Genealogy and dance history. In: Of the presence
of the body. Middletown, Connecticut: Wesleyan University Press,
004. p. 9-44.CoHeN, Selma Jeanne. Next week, swan lake: reflections
on dance and dancers. Middletown, Connecticut: Wesleyan University
Press, 198.GReINeR, Christine. o registro de dana como pensamento
que dana. In: Revista dart. So Paulo: Secretaria Municipal da
Cultura, 00.HUXleY, Michael. european early modern dance. In: Dance
history: an introduction. london: Routledge, 1994. p.151-168. KATZ,
Helena. O Brasil descobre a dana, a dana descobre o Brasil. So
Paulo: DBA, 1994._________. Grupo Corpo. So Paulo: Salamandra,
1995._________. Um, dois, trs: a dana o pensamento do corpo. Belo
Horizonte: fid, 005.lAYSoN, June. Dance history source materials.
In: Dance history: an introduction. london: Routledge, 1994. p.
18-31.lIMA, Maringela Alves de. Documentando a fugacidade da arte
cnica. In: Revista dart. So Paulo: Secretaria Municipal da Cultura,
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Contredanse, 1997._________. le corps visible. In: Lhistoire de la
danse. Paris: CND, 007. p. 46-54.NoRMAN, Sally Jane. Les nouvelles
technologies de limage et les arts de la scne. Bruxelles: Nouvelles
de Danse/ Contredanse, 1999.RoUSIeR, Claire & SeBIlloTTe,
laurent. Pour une recherche en danse. In: Rue Descartes (44).
Paris, 004. p. 96-105.
HELENA BASTOS / RAuL RACHOu
VAPORA pesquisa coreogrfica de Vapor desenvolveu-se pela interao
construda entre a cabea de um dos intrpretes e as mos do outro.
Manipulao que transforma os corpos em estruturas porosas, como
argilas, remodeladas a cada instante. Desse contato, toda uma
dramaturgia vai-se configurando, instigando processos corporais que
promovem a discusso sobre o controle.
Ficha tcnicaConcepo: Helena BastosCoreografia, dramaturgia e
intrpretes: Helena Bastos e Raul RachouDireo: Vera Salamsica: faixa
Gute Nacht, do CD Winterreise D911, de franz SchubertLuz e operao
de luz: Melissa Guimares
Produo: Gabriela GonalvesFotos: Mara SpangheroApoio cultural:
espao de Dana Ruth RachouDurao: 50 minutos
AgradecimentoCentro de estudos do Corpo (CeC).
Realizadoreso musicanoar (SP) foi fundado em 1993, produzindo,
entre outros, os espetculos Gordolinda, Sopa de Serpentes, Navegana
e Ces, premiado pela APCA; nesse percurso, Helena Bastos e Raul
Rachou vm verticalizando sua parceria na construo de novos padres
corporais de movimento. o Musicanoar defende que o processo de
criao est diretamente comprometido com a produo de
conhecimento.
Renata XavierMestre em antropologia pela Unicamp; doutoranda em
comunicao e semitica na PUC/SP; e pesquisadora de dana da Diviso de
Pesquisas (Idart) do Centro Cultural So Paulo (CCSP) desde
1994.
Notas
1. H anos discute-se o que possvel registrar de uma dana, uma
vez que ela uma arte efmera, que deixa de existir no momento em que
a sua apresentao finaliza; e que ela se faz apenas no momento em
que feita. Normalmente, a proposta de arquivar a dana significa
documentar os resduos da obra: fotografias, vdeos, notaes,
programas, entrevistas com os criadores, e assim por diante
(Greiner, 00: 38).. o fato de que queremos registrar alguma coisa
que, por sua natureza, no sobrevive em outro suporte, , acredito,
um dos dilemas que os documentalistas, historiadores e, de um modo
geral, tericos da arte cnica experimentam de modo mais agudo que os
artistas. A tarefa documental coletar restos (lima, 00: 34).3. Ce
dsir de mmoire de la danse se ralise cinq niveaux distincts et par
cinq artfices diffrents: le premier est celui bien connu de la
notation chorgraphique (...) un second niveau, la photographie, en
tant quimage concrte, dynamique et circonstancie, peut sembler
davantage stimuler et ranimer le souvenir de lexprience vcue, elle
perd nanmoins simultanment ce droit par labstraction arbitraire de
son regard instantan et donc la neutralisation de la temporalit du
movement rel. Bien loin de la mmoriser, la volont de photographier
la danse ne sera jamais que le reflet du fantasme de loeil qui a
essay de la sur-prendre et de la fixer (Bernard, 001: 19-0). [este
desejo de memorizar a dana se realiza em cinco nveis distintos e
por cinco artifcios diferentes: o primeiro aquele bem conhecido da
notao coreogrfica (...) num segundo nvel, a fotografia, como imagem
concreta, dinmica e circunstanciada, pode parecer querer mais
estimular e reavivar a lembrana da experincia vivida, entretanto
ela perde simultaneamente esse direito pela abstrao arbitrria de
seu olhar instantneo e, portanto, a neutralizao da temporalidade do
movimento real. longe de memoriz-la, a vontade de fotografar a dana
s ser o reflexo da fantasia do olho que tentou surpreend-la e
fix-la.]4. Les objets que la mmoire proche rassemble touchent
lexprience du prsent et concernent encore le sujet sur le plan de
son actualit (louppe, 007: 46). [os objetos que a memria prxima
concentra remetem experincia do presente e referem-se ainda ao
sujeito no plano de sua realidade.]5. Que montre limage fixe du
movement? (Rousier & Sebillotte, 004: 99). [o que mostra a
imagem fixa do movimento?]6. Laccs du public la vision du mouvement
dans est pass... beaucoup plus par limage que par le spectacle
lui-mme (louppe, 007: 49). [o acesso do pblico viso do movimento
danado efetua-se muito mais pela imagem que se tem do espetculo do
que pelo espetculo propriamente.]7. Cest cette rencontre entre une
prsence de corps et la prsence du photographe tmoin (louppe, 007:
53). [ este encontro entre a presena de um corpo e a presena do
fotgrafo como testemunha.]8. Pelo padro internacional de
identificao iconogrfica, relaciona-se o elenco sempre da esquerda
para a direita.
sinopses
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CLARA F. TRIGO
DESLImITES o aprofundamento de interesses antigos, que motivam
desde sempre as criaes de Clara: inverso de sentidos, rejeio a
parmetros habituais, aproveitamento total das formas, espaos e
tempo. o movimento contnuo, rasteiro e lento, em dilogo com a msica
de Arnaldo Antunes, abole expectativas de corpo feminino, inventa
uma lgica que lhe sirva e recria poticas de cena que modifiquem as
dimenses da representao de mulher soteropolitana na dana. esse um
trabalho da SUA Cia de Dana.
Ficha tcnicaDireo e ao: Clara f. TrigoAssistncia de direo: SUA
Cia de DanaProjeto de luz: eduardo PinheiroTrilha sonora original:
Arnaldo AntunesProduo da trilha sonora: Arnaldo Antunes, Mrcio
Nigro e Paulo TatitDurao: 0 minutos
AgradecimentosAgustn Trigo, Benjamim Taubkin, Casa Via Magia,
rica fortaleza, equipe tcnica do Teatro Jorge Amado, fbio esprito
Santo, fernanda Tourinho, Isa Trigo, Isbela Trigo, Joo Ramos, lucas
Tanajura, Paulo Tatit, Rodrigo luna, Ruy Csar, Valria Vicente.
RealizadorClara F. Trigo licenciada e bacharel em dana pela
escola de Dana da UfBA, instrutora de pilates desde 1999, formada
pela Pole Star/Physiopilates educao e especialista em baile
flamenco pela fundacin C. Heeren de Arte flamenco, Sevilha, onde
viveu. fundou, em 00, com outros artistas, o ncleo permanente de
pesquisa e criao SUA Cia de Dana, que passou a ser o grupo
residente da Casa Via Magia em 006.
DANIELA DINI
ALCNTARAA palavra, de origem rabe, o nome de uma cidade do
Maranho. evocada no espetculo pelo seu significado: a ponte. A obra
foi criada com base no contato com a cultura maranhense e na
pesquisa de algumas manifestaes populares como os carimbs e os
bambas de caixa, tocados e danados por mulheres. A composio
eletroacstica mistura sonoridades e ritmos gravados na regio com
recursos da msica contempornea. A dana popular e contempornea passa
por um processo de investigao em que as referncias servem para
contrapor e reinventar. uma metfora que liga dois universos
distintos, um caminho para a alteridade e para os rearranjos que
podem surgir do encontro entre culturas. o corpo busca
reformular-se ante a identificao com o outro e o vislumbre da
diferena.
Ficha tcnicaConcepo, criao e interpretao: Daniela DiniComposio
eletroacstica: Jos luiz Martinez
Direo: Maria Momensonh Cenrio: Wilson Aguiar
AgradecimentosCelso leal, Darana Pregnolatto, Tio Carvalho e s
mestras e caixeiras Domingas, Dona elza, Dona Mocinha, Dona Zuca,
Maria e Julia, Maria Barros, Maria Grande, Maria da Paz.
RealizadoraDaniela Dini (SP) pesquisadora, danarina e
intrprete-criadora formada em comunicao das artes do corpo na
PUC/SP; dedica-se dana popular desde 1997, participando de grupos
no estado de So Paulo e em Braslia, de 003 a 005, realizou a
pesquisa A Msica e a Dana nas Brincadeiras de Caixa do Maranho
apoiada pela fapesp, da qual surgiram os primeiros esboos de
Alcntara, em parceria com Jos luiz Martinez, e participou do grupo
Aglomerado Circunstancial, em que criou Fleuma orientado por Vera
Sala.
ELISABETE FINGER
AmARELOplstico, massa, goiabada, cacto, danaboca, quadro,
galinhaUm brevirio.
Meu fetiche colorido,para estancar essa "energia delirante que
chamamos imaginrio"*
(* Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso)
Ficha tcnicaCriao e interpretao: elisabete fingerColaborao
artstica e olhar exterior: Joana von Mayer TrindadeAcompanhamento:
Ricardo MarinelliDesenho original de luz: Harrys PicotAssistncia,
adaptao e operao de luz: fbia ReginaProjeto grfico e ilustrao:
Gustavo Bitencourt
msica: Elisa (Serge Gainsbourg)Realizao: Couve-flor
Minicomunidade Artstica MundialDurao: aproximadamente 30
minutosApoio: Ministrio da Cultura Programa de Difuso Cultural
AgradecimentosBucca di Baco (Positano, Itlia), Casa Hoffmann e
Vila Arte (Curitiba), Centre National de Danse Contemporaine
d'Angers (frana), Couve-flor Minicomunidade Artstica Mundial, frum
Dana e NuIsIs ZoBoP (Portugal).
RealizadoraElisabete Finger (PR) dedica-se pesquisa e criao no
campo da dana contempornea. em 004 foi bolsista da Casa Hoffmann,
em Curitiba, sob a curadoria de Rosane Chamecki e Andra lerner, e
em 005 recebeu bolsa do Ministrio da Cultura francs para a formao
essais no CNDC de Angers (direo artstica de emmanuelle Huynh).
Participou de festivais e mostras no Brasil e no exterior,
trabalhou com diferentes coregrafos na frana e em Portugal, e
integra o Coletivo Couve-flor Minicomunidade Artstica Mundial.
DANIEL FAGuNDES
Pele pelo osso correr o risco arriscar o trao traar a linhades
alinhar o espao espassar o tempo temperar o gesto gestar a cor
Ficha tcnicaConcepo: Daniel fagundes (Andr Pereira e Bia
Nogueira)Dana-desenho: Daniel fagundesPensamento cnico: Daniel
fagundesDurao: 90 minutos
AgradecimentosAndr Pereira, Bia Nogueira, Christine Greiner,
elisa ohtake, f?, fleuma, Hideki Matsuka, Jlia Rocha, Key Sawao,
luciana Arcuri, Mara fagundes, Marialice fagundes, Math, Vera Sala,
Veridiana Zuritta, Zlia Monteiro e Zetta.
RealizadorDaniel Fagundes (SP) bacharel em dana e performance no
curso comunicao das artes do corpo, da PUC/SP; atua nas reas de
dana, palhao, msica e desenho como criador; comps a trilha sonora
da instalao Impermanncias, de Vera Sala; e atualmente integra a Key
Zetta e Cia. e o Ncleo de Improvisao, dirigido pela bailarina Zlia
Monteiro.
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DImENTI
O POSTE, A muLHER E O BAmBuo trabalho parte da idia de confisso
como elemento dramatrgico insistentemente retomado na obra de
Nelson Rodrigues como exerccio-clmax de purgao. Aqui, no entanto, a
culpa que motiva essa ao em Nelson se desmonta na banalidade de uma
Bahia folclorizada que se organiza coreograficamente sob a noo de
um "corpo borrado", princpio que problematiza noes tradicionalmente
polarizadas como dentro e fora, originalidade e citao, estado de
cena e estado de coxia, coerncia e nonsense, muito referenciado na
corporeidade do desenho animado. essa uma dana com dente sujo de
batom.
Ficha tcnicaDireo coreogrfica: Jorge
AlencarIntrpretes-criadores: Daniella de Aguiar, Daniel Moura, fbio
osrio Monteiro, lia lordelo, Mrcio Nonato, Paula lice e Vanessa
Mello
Projeto de luz: Mrcio NonatoDireo de produo e operao de luz:
ellen MelloDireo musical: Tiago RochaDurao: 3 minutos
Realizadoro Dimenti (BA) formou-se em 1998 e desenvolve projetos
em dana e em teatro que desdobram sua produo cnica ao realizar
circuitos de repertrio, oficinas, debates, intercmbios com grupos
artsticos, publicaes, produo de audiovisuais (CDs, DVDs,
videoclipes, videodanas); em sua pesquisa esttica, dois focos: o
cartoon e sua corporeidade, e o clich em esteretipos e produtos
culturais (literatura, dana, teatro, cultura pop etc.), no que
tange a gnero, consumo e ideal de corpo.
LuIS FERRON
DESmuND0S DILOGOS 01DeSmuNd0s utiliza-se de obras dos pintores
otto Dix (Alemanha) e egon Sheller (ustria), ambos pertencentes ao
movimento expressionista europeu, como fonte inspiradora para
refletir e admirar a decadncia corporal proposta pelos artistas
numa dualidade potica que se por um lado apresenta corpos
estigmatizados com suas caractersticas fora dos padres
estabelecidos pela pseudonormalidade, por outro leva a uma
necessidade de se adentrar nesse universo de estranhezas e
vivenciar um novo olhar, aquele que revela a alma quando diz que
ser humano discorrer pelos caminhos dualistas do desenvolvimento e
da decadncia.
Ficha tcnicaDireo e concepo: luis ferronTreinamento corporal:
luis ferronIntrpretes criadores: Hlio feitosa, Ivan Bernardelli,
luis ferron e Mufid HauacheTrilha sonora: Rebello Alvarenga
Voz em off: elaine coIluminao: Andr BollVdeo: Carlos
MagnoFigurino: Rosemeire Pintor SabreFotos: luis ferronDurao: 50
minutos
RealizadorLuis Ferron (SP) artista da Dana Cnica paulistana;
integrou o elenco da Cia. Terceira Dana, com direo de Gisela Rocha,
como tambm o do Ncleo Nova Dana de Improvisao, atual Cia. 4, com
direo de Cristiane Paoli Quito e Tica lemos, e o do Ncleo Nova Dana
de Composio, com direo de Adriana Grech; com o diretor fernando lee
fundou o Ncleo omstrab, com o qual participou da 7 Bienal de la
Dana de Lyon, frana; atualmente, alm de dirigir projetos destinados
formao e difuso da dana cnica, continua investigando treinamentos
destinados a corporeidades singulares e desenvolvendo obras para, e
com, diversos artistas do cenrio da dana paulistana.
VERNICA DE mORAES
BOm DE QuEBRARfunciona como uma metfora que d nome a uma caixa
de brinquedos, cujo manuseio provoca situaes ambivalentes entre sua
funo ldica e a provocao de estados de risco e violncia. os objetos
em cena, o espao e o corpo ganham a condio de brinquedo e so
manipulados com cuidado e curiosidade como no incio de um jogo que,
progressivamente, pode se transformar em uma ao perigosa ou ser
bruscamente interrompido.
Ficha tcnicaCriao e interpretao: Vernica de MoraesOrientao de
projeto: elosa DomeniciDireo tcnica e iluminao: Alexandre
MolinaAcompanhamento de projeto e operao de som: Alessandro
luppiAcompanhamento final: Wagner SchwartzConcepo do
objeto-capacete: Nildes Sena e Silvana luciaCo-criao na Dana do
Patinho: Alexandre Molina
Fotografia: Joo Milet Meirellesmsica: BNegoApoio: escola de Dana
da Universidade federal da Bahia (UfBA) e Programa Institucional de
Bolsas para Iniciao Cientfica (Pibic) da fundao de Amparo Pesquisa
do estado da Bahia (fapesb).
RealizadoraVernica de moraes (BA) graduanda em dana pela
Universidade federal da Bahia, integra o Grupo de Pesquisa Corpo
Brincante estudos Contemporneos das Danas Populares e bolsista do
Projeto Pensamento Mestio no Corpo que Dana (Pibic/fapesb), sob a
orientao de eloisa Domenici. Na mesma instituio foi integrante do
Grupo de Dana Contempornea (GDC), criou, em parceria, as
performances: 21+1 e Entre(s) e trabalhou como criadora e intrprete
no grupo Maria do Silncio, sob a direo de Wagner Schwartz, e na
Cia. Vrtice do Tringulo Mineiro.
GRACO ALVES
mAGNO_PIROLTem como referncia literria A Histria da Loucura, de
Michel foucault, que aborda a excluso como soluo em determinados
casos e como agravo em outros. o corpo da loucura, um ponto de
vista no mnimo curioso. Como se comporta fisicamente um corpo
diagnosticado como insano? essa condio o quesito ideal para uma
explorao da realidade, o dia-a-dia dos manicmios e de seus
pacientes. Na pesquisa, a construo da cena parte da condio fsica
dos pacientes, o que nos leva a uma dramaturgia no aristotlica. Mas
o que mais se levantou na pesquisa foram as perguntas: at que ponto
o que fazemos normal? e quando expomos nossas mais ntimas vontades
somos loucos ou verdadeiros? espetculo baseado na tcnica de dana o
Corpo que Cai, que remete a convulses, a eletrochoques e natureza
agressiva.
Ficha tcnicaDireo e concepo coreogrfica: Graco AlvesTrilha
sonora original: Aldrey Rocha e elton Mesquita
Texto em off: Julio Csar MedalhaOperao de luz e som: Sol
MouferrVoz em off: Michel KaiConsultoria e pesquisa psicanaltica:
lus Achilles Rodrigues furtado e Camilla Arajo lopes VieiraFigurino
e adereos: Virginia Pinho, Janete Pinho e Graco Alves
RealizadorGraco Alves (Ce) iniciou seus estudos em teatro no
curso iniciatrio do Theatro Jos de Alencar, em fortaleza; depois
ingressou no colgio de direo teatral do Instituto Drago do Mar de
Arte e Cultura. Na dana foi aluno de flvio Sampaio e do Colgio de
Dana do Cear, e aluno do curso de arte dramtica da Universidade
federal do Cear. Atualmente aluno do curso superior de artes cnicas
do Centro federal Tecnolgico do Cear. Apresentou espetculos e
exerccios de dana e de teatro no circuito profissional da cidade;
criou Brinquedos da Memria, espetculo de dana contempornea para
crianas; e atualmente dirige e coreografa a Cia. Argumento de Dana
Teatro, que estreou em 003 com o espetculo de dana, teatro e clown
Aula de Clownssico.
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118 119
HELDER VASCONCELOS
POR SI STodo indivduo feito de escolhas e todas as decises, em
sua ltima instncia, so aes individuais. Mudanas que podem trazer
novas formas de se relacionar com o mundo e com as pessoas s so
possveis se acontecerem por si ss. e, uma vez acontecendo, por si
ss trazem mudanas, at que uma nova deciso seja necessria. Com essa
percepo, Helder Vasconcelos usa sua memria corporal para revelar
necessidades de mudana e de transformao. Construindo sua
identidade, afirmando sua herana.
Ficha tcnicaCriao, atuao e concepo e arranjos da trilha sonora:
Helder VasconcelosDireo, foto e vdeo: Armando MenicacciProduo e
arranjos da trilha sonora: Quincas MoreiraLuz: Marisa
BentivegnaFigurino: Marina Reis
Produo: Terreiro Produes
RealizadoresHelder Vasconcelos (Pe) msico, ator e danarino,
formado nas tradies do cavalo-marinho (teatro de rua da Zona da
Mata Norte de Pernambuco) e do maracatu rural (cortejo ligado ao
carnaval pernambucano). um dos criadores do grupo musical Mestre
Ambrsio, participou de festivais de msica e teatro no Brasil, na
europa, nos estados Unidos e no Japo; seu primeiro espetculo, o
solo Espiral Brinquedo Meu, contou com a parceria do lume Teatro,
com quem estuda a arte do ator.Armando menicacci (Itlia) formado em
piano, composio e dana e autor de diversos livros sobre msica, dana
e novas tecnologias; graduou-se em musicologia em Roma, fez
doutorado em danas e novas tecnologias na Universidade Paris 8,
onde ensina e tambm diretor do laboratrio Media Dance, com
atividades voltadas para a interao entre pesquisa, criao e
pedagogia.
JOO FERNANDO CABRAL
mANIA DE SER PROFuNDO Ou POR QuE Eu PAREI DE JOGAR FuTEBOL?Hoje,
na dana, busco o espao do gosto e do prazer. A busca de uma possvel
postura do descanso. Uma pausa. o que me interessa nesse trabalho
so os encontros: os que fiz durante o processo de criao tambm as
histrias que a apareceram ou que foram inventadas e o encontro com
o pblico. Desejo estar na escuta necessria dos possveis dilogos
entre esses dois encontros. o que eu posso me tornar durante esse
tempo de troca? ou, ainda, qual a identidade que se cria na presena
desse olhar? A ocupao e a descoberta do espao cnico s podem ser
feitas de desejos e hesitaes.
Ficha tcnicaConcepo, criao, dana e texto: Joo fernando
CabralDramaturgia: Benot lachambreCoreografia e figurino: lorena
DozioConcepo: elida TesslerLuz e dispositivo cnico: Ano
NogueiraFotografias: Akram MohamedVdeos: Cassiano
GriesangCo-produo: Collectif dos Bagaceras
Apoio e residncias: Centre National de la Danse (CND/Paris),
CNDC (Angers), Cia da Artes (Porto Alegre), espao Aum (So Paulo),
lelabo, Menagrie de Verre, Point ephmre.
AgradecimentoAndr Mubarac, Astrid Toledo, Daniel Perrier, Diane
Brousse, eric Didri, Nathalie Collants, Pierre Reis e Thas
Petzold.
RealizaoJoo Fernando Cabral (RS) foi intrprete por vrios anos
nas companhias de Jussara Miranda e eva Schul em Porto Alegre,
criou a pea Ausncia, com a qual comeou a desenvolver uma dana-solo
autoral sobre a questo da identidade; em 003, a fim de ampliar seu
campo de pesquisa, foi para a Alemanha estudar dana-teatro e, em
005, mudou-se para a Holanda, onde estudou na escola Artez (eDDC) e
aprofundou seus estudos em Release Technique; com a bolsa do
Ministrio da Cultura francs; fez em 005-006 a formao essais no
Centre National de Danse Contemporaine em Angers, frana, e desde
ento mora e trabalha ora no Brasil, ora na europa; colabora, entre
outros, com artistas como lorena Dozio, Benoit lachambre, leandro
Kees, Daniel Perrier e Thas Petzold.
HELENA VIEIRA
mARIA JOSfruto de um questionamento sobre gnero e sua
representao cnica. o aprofundamento na questo, antes circunscrita
dicotomia feminino/masculino, traz hoje a pergunta: afinal, quantos
gneros possvel representar em nossa performance cotidiana? o corpo
em cena faz uma mediao entre o pblico e as narrativas presentes no
corpo da intrprete: a pessoal e aquela do mundo no qual est
inserida.
Ficha tcnicaCriao e interpretao: Helena VieiraAssistncia: laura
SmyFotos: Raquel DiasTrilha sonora: SauloDurao: 30 minutosApoio:
Centro Cultural Jos Bonifcio (CCJB), TeX Studio de Dana e Studio
Verstil
AgradecimentosArtistas residentes no CCJB, grupo MobiCatena,
laura erber, luiz de Abreu e Ricky Seabra.
RealizadoraHelena Vieira (RJ) carioca, formada em dana
contempornea pela escola Angel Vianna, mestre e bacharel em artes
cnicas pela Universidade federal do estado do Rio de Janeiro
(Unirio) e co-fundadora do projeto universitrio Teatro nas Prises
(Unirio), tendo dedicado os ltimos anos do projeto ao trabalho com
mulheres encarceradas; participou da fundao das companhias de dana
lia Rodrigues, M. Groisman e Humas e desde 003 tem se dedicado a
trabalhos-solo, seguindo as temticas: narrativa pessoal, gnero e
revolta. em 003, criou El Segundo Sexo e, em 005, Simone da Bela
Viso.
JuLIANA mORAES / ANDERSON GOuVA
um CORPO DO QuAL SE DESCONFIAA avalanche de imagens a que somos
diariamente submetidos cria no indivduo o desejo de assemelhar-se
ao que apresentado como socialmente positivo e d origem a uma nova
relao do corpo com o espao. Pretendemos investigar o processo de
"bidimensionalizao" do corpo com base na imagem e refletir sobre as
possibilidades de aceitao e resistncia do sujeito a esse processo.
Um Corpo do Qual Se Desconfia um mergulho nas entranhas dessas
mudanas, como se os msculos, nervos e ossos pensassem, eles mesmos,
sobre essa nova condio corporal.
Ficha tcnicaPerformers e criadores: Juliana Moraes e Anderson
GouvaAcompanhamento sonoro: larcio ResendeAssistncia de artes
visuais: Adriana Affortunati, Rafaela Jemene e fernanda
Bercovici
Assistncia de produo: laura ColucciFotos: Juliana Moraes e
Anderson GouvaDurao: horas (o pblico pode entrar e sair a qualquer
momento)
RealizadoresJuliana moraes (SP) formada em dana pela Unicamp,
com especializao e mestrado pelo laban Centre de londres,
professora do Unicentro Belas Artes de So Paulo e doutoranda em
artes pela Unicamp.Anderson Gouva (SP) formado em dana pela
Universidade Anhembi Morumbi e atua na Companhia oito Nova Dana e
na Balangandana Cia.; desenvolveu projetos com Carlos Martins,
Gabriela Rabello, Mariana Muniz, Thelma Bonavita e Marco Paulo
Rolla.
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10 11
CIA PHILA 7
OP1Idealizado por Mirella Brandi, explora os limites entre o
real e o imaginrio por meio dos princpios da optical art e da
interao entre quatro artistas: lali Krotoszynski na
coreografia-solo, Raimo Benedetti no vdeo, fbio Villas-Boas na
msica e Mirella Brandi no desenho de luz e na direo artstica. Por
meio de uma pesquisa coreogrfica feita com o corpo real e virtual
em contraponto a propostas grficas criadas com base em luzes e
vdeos, Op1 pretende interagir com hbitos mentais e a estabilidade
da viso do espectador. a relao entre o real e o imaginrio por meio
da interao entre dana, vdeo, luz e msica. Uma proposta que
experimenta os limites do espao e da tecnologia no dilogo com o
corpo; uma viso mgica que brinca com ambigidades dos sentidos, com
paradoxos, com sonhos, construindo realidades alternativas.
Ficha tcnicaConcepo, direo-geral e desenho de luz: Mirella
BrandiCoreografia-solo: lali KrotoszynskiVdeo: Raimo Benedettimsica
original: fbio Villas-BoasDramaturgia: Beto MatosDireo de produo:
Marisa Riccitelli SantanaConsultoria: Rubens Velloso e Marcos
Azevedo
Assistncia de iluminao: Ari NagFotografia: Ricardo
ferreiraRealizao: Cia Phila 7Durao: 35 minutos
AgradecimentoAndrea Tedesco, Antonio Brandi, Anie Welter, Herana
Cultural, luiz Cmara, Mara Spanghero, Natividad Brunet, Raul
Teixeira, Santos Iluminao, Silvana Marcondes, Silvestre Jr. e
Teatro Santa Cruz.
RealizadorA Cia Phila 7 (SP) surgiu com a proposta de agregar as
novas tecnologias miditicas sua pesquisa de linguagem. Com Play on
Earth (006) tornou-se pioneira no uso da internet para a criao e
apresentao de uma pea teatral que uniu trs elencos em trs
continentes simultaneamente: Phila 7 em So Paulo, Station House
opera em Newcastle (Inglaterra) e Cia Theatreworks em Cingapura. em
006, A Verdade Relativa da Coisa em Si, de Beto Matos e Marcos
Azevedo (Prmio funarte de Dramaturgia), estria dentro da mostra
Emoo Art.ficial 3.0, no Ita Cultural. No fim de 006, a designer de
luz Mirella Brandi convida a coregrafa lali Krotozynski, Raimo
Benedetti (vdeos) e fbio Villas-Boas (msica original) para a
realizao do projeto de dana Op1.
mARCELA LEVI
IN-ORGANICestamos s voltas... arrodeando... empanzinados...
empanturrados... dceis... magros... esbeltos... finos... fnebres.
estamos s voltas... afiando os cascos... estourando estmagos...
engolindo bois... deglutindo... deglutindo... deglutindo. estamos s
voltas... a subjetividade reduzida ao corpo... do corpo espetculo
ao corpo automodulvel.
Ficha tcnicaConcepo, direo e interpretao: Marcela leviCriao:
Marcela levi e Ana Carolina RodriguesColaborao dramatrgica e
assistncia de direo: flavia MeirelesConcepo de espao, objetos de
cena e figurino: Marcela leviDesenho de luz: Jos Geraldo
furtadoFotografia: Claudia Garciamsica: Bruno RezendeProduo: Marlia
Albornoz e Vernica PratesDurao: entre 5 e 30 minutos
este espetculo foi contemplado com o Prmio Klauss Vianna
(funarte/Petrobras).
AgradecimentoBia Radunsky (Sesc Copacabana), Christophe Wavelet,
Dani lima, Denise Stutz, fabrcia Martins, Ginetta levi Mortera,
Paula guas, Srgio Rezende e Silvia Soter.
Realizadoramarcela Levi (RJ) diplomou-se pela escola de Dana
Angel Vianna (1996); foi membro da lia Rodrigues Companhia de Danas
durante oito anos; em 00, comeou a desenvolver seus prprios
projetos, que se situam entre a dana contempornea e as artes
visuais; seus trabalhos foram apresentados em diversos festivais no
Brasil, na frana, na Blgica, na ustria, no Reino Unido e em
Portugal; paralelamente ao seu trabalho coreogrfico, colabora com
os coregrafos Vera Mantero, Dani lima, Cristina Moura, Gustavo
Ciraco, com os artistas visuais Tunga e Niura Bellavinha e com os
fotgrafos Claudia Garcia e Manuel Vason.
LETCIA SEKITO
E Eu DISSE:"eu sou o que voc v e mais um pouco e menos um pouco.
Talvez o contrrio, talvez o parecido, o avesso ou o inverso.
Depende... Depende do qu? De onde estamos? De como voc me v e se v?
Do que eu quero que voc veja? De como estou e como vou ficando?
Talvez dependa do que voc deseja?" No solo E eu disse:, letcia
Sekito continua a pesquisa sobre a relao entre corpo e cultura
iniciada no solo Disseram que Eu Era Japonesa (004) e adentra no
terreno controverso sobre as possibilidades de reconstruir e
reinventar identidades transitrias no corpo. Prope "seqestrar" o
rosto, seja camuflando-o, seja dando-lhe outras "caras". Como vai
se organizar e sobreviver esse corpo sem cara? e como se organizar
o olhar de quem v esse corpo? Um corpo-quase-corpo? Quais sero as
possibilidades desse vir a ser um corpo? em quais catlogos
identificadores poderia transitar esse corpo?
Ficha tcnicaDireo e dana: letcia SekitoIluminao: Andr Bollmsica
original e operao de som: Natlia Mallo, participao especial Jorge
Peamsica: Olhos Castanhos (francisco Jos)Vdeo: Kika NicolelaCenrio,
figurino e adereos: letcia SekitoFoto: Gil GrossiPreparao corporal:
Ivan okuyama (respirao e aikid) e Mara Guerrero (pilates)
Preparao vocal: Sandra XimenezVozes em off: Ching C. Wang, Jorge
Pea, laurence leclercq, libia Harumi S. de freitas, Neca Zarvos e
Simona MariottoApoio: Dilema Studio, espao A1, espao odissia, lado
B Digital filmsDurao: 45 minutos
AgradecimentoArnaldo lorenato, artistas do Rumos Dana 006-007,
Cristina Salmistraro, Dora leo, estdio Nova Dana, fbio Novo, famlia
e amigos, Jo Takahashi, leandro feigenblatt, luca Naser, luciana
Bortolletto, Michiko okano, Pepita Prata, Plnio Higuti e R Teixeira
(in memorian).
RealizadoraLetcia Sekito (SP) coregrafa e danarina; trabalha com
improvisao, criao coreogrfica e performance; formada pelo Centro em
Movimento (CeM), lisboa; integra o Nada Dana; coordena a jam
session do estdio Move, So Paulo; pesquisa os princpios do aiki na
dana, com o sensei Ivan okuyama (Associao Pesquisa Aikido APA);
ganhou a Bolsa Rede Stagium 97 e o Prmio estmulo Dana 003 e recebe
apoio cultural da fundao Japo desde 004; trabalha regularmente com
a videoartista Kika Nicolela videoarte Atravs, 003, e videoinstalao
Flux, 004, de Kika e Suzy okamoto. Trabalhou de 1998 a 006 no
estdio Nova Dana, dirigiu os solos de dana A Perseguida, 004, de
Ricardo Neves, e Toca, 005, de luciana Bortoletto, e foi assistente
de direo de Lugar Comum, 003, de Mara Guerrero.
mAuRCIO DE OLIVEIRA
DEGELO a busca de uma condio pura do ser onde nem os medos da
decadncia fsica ou da perda da beleza interferem no reconhecimento
e no coroamento da fora que conquistada com o passar do tempo.
Degelo histria escorrendo pelos poros em direo a um "para sempre".
o resgate da fora que nasce do silncio propondo uma cura no
esprito.
Ficha tcnicaIntrpretes: Mauricio de oliveira e Marina
SalgadoIntrprete convidada: lilia ShawDireo e coreografia: Maurcio
de oliveiraCenografia: Z Silveira e Maria DudaIluminao: Domingos
QuintilianoFigurino: Cssio BrasilTrilha: Gilberto Assismaquiagem:
Westerley DornellasFotografia: Silvia Machado
Produo: Wooz Arte & Cultura
AgradecimentoBal da Cidade de So Paulo (BCSP).
Realizadoresmaurcio de Oliveira (Go) diretor e coregrafo da
Siameses; retornou ao Brasil em 004, depois de morar alguns anos na
Alemanha, onde realizou trabalhos importantes como coregrafo e
bailarino.Siameses condensa todas as informaes oriundas do estudo
da dana e qualquer outra tcnica corporal que favorea a apreenso dos
mecanismos de funcionamento da estrutura fsico-mental do indivduo;
desenvolve o hbito do pensar filosfico, fazendo com que a reflexo
seja parte integrante do processo criativo da companhia; cria uma
unidade consistente do corpo e da mente em que o bailarino saiba
expor e definir com clareza a funo e a razo de seu agir
artstico.
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1 13
mOVASSE
ImAGENS DESLOCADAS o espetculo criado com base em uma pesquisa
sobre a comunicao fsica entre bailarinos por meio da imagem.
Chamamos de "videocarta" o registro do improviso do bailarino em um
ambiente, obrigatoriamente no-convencional. esse registro se tornou
o fio condutor para comunicao e contaminao do movimento. o
bailarino deveria responder aos estmulos da "videocarta"
antecedente, escolhendo o novo espao e sua ao nesse espao. em um
segundo momento, encontra-se a composio do espetculo, que consiste
na reelaborao e na reestruturao da matria coreogrfica proveniente
dos vdeos, por meio da sensao do movimento. essa transposio provoca
o deslocamento das imagens.
Ficha tcnicaBailarinos: Andra Anhaia, Carlos Aro, ester frana e
fbio DornasInterlocuo: Gabriela Cristfaro
Produo: Jacqueline CastroTrilha sonora: Kiko KlausIluminao:
Mrcio AlvesFigurino: Silma DornasCenrio: fabio ArajoDurao: 40
minutos
RealizadorMovasse (ncleo de pesquisa em dana), sediado em Belo
Horizonte, visa manter o trnsito livre de pessoas, informaes e
idias. espao aberto para diversas formas de pensar a dana, alm de
ser um lugar de discusso, debate, pesquisas terica e corporal.
formado por Carlos Aro (PB), Andra Anhaia (Pe), ester frana e fbio
Dornas (ambos de MG). Danarinos com diferentes formaes e informaes
trabalharam juntos durante vrios anos e desenvolveram afinidades
artsticas que os levaram a criar o Movasse.
NCLEO ARTRIAS
RuDOem Rudo, o Ncleo Artrias se depara com questes conectadas
expanso da cultura consumista. Como os ideais de consumo se
inscrevem em nossos corpos? De que maneira afetam nossos
relacionamentos? em Rudo, o Ncleo criou repertrios de estados
corporais transitrios, seguindo ideais de perfeio de diferentes
cones produzidos por essa cultura. o espetculo integra, em tempo
real, imagens videogrficas, trilha sonora e repertrios de
movimentos que possibilitam outros significados e maneiras de olhar
para a cultura consumista.
Ficha tcnicaConcepo e direo: Adriana GrechiCriao e performance:
eros Valrio, Tarina Quelho, Tatiana Melitello e Ricardo
RodriguesTrilha sonora e performance: Dudu TsudaVideocriao e
performance: Rodrigo GontijoIluminao: Dcio filhomontagem de luz:
Manuel de oliveira
Cenografia: Ncleo ArtriasFigurino: Tarina QuelhoFoto: Rodrigo
GontijoProduo executiva: fractal Comunicao e Produo CulturalDurao:
47 minutosApoio: Ministrio da Cultura, funarte, MinC e
Petrobras
AgradecimentoNilta Cabeleireiros & Perucas.
Realizadoro Ncleo Artrias (SP) formado por profissionais de
dana, vdeo e msica e investiga a criao de estados corporais e de
repertrios pessoais de movimento, discutindo, em procedimentos
colaborativos, questes relacionadas ao mundo contemporneo; em 004,
recebeu dois prmios APCA, pelo espetculo Porque Nunca Me Tornei
um/a Danarino/a e pelo projeto Teorema. o Ncleo Artrias dirigido
por Adriana Grechi, coregrafa, graduada pela S.N.D.o. (Amsterd),
uma das fundadoras da Cia. e estdio Nova Dana, e atualmente
coordenadora do estdio Move (SP).
NETO mACHADO / STPHANY mATTAN
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Ficha tcnicaConcepo: Stphany MattanPesquisadores: Cndida Monte,
Neto Machado e Stphany MattanIntrpretes: Neto Machado e Stphany
Mattanmsica: Heal the World (Michael Jackson), Sing a Song (The
Carpenters) e Hora Arabeasca (Gili Gabardi)Produo: Cndida
MonteIluminao: fbia GuimaresTcnico udio e vdeo: lo fressatoDurao:
40 minutosRealizao: Couve-flor Minicomunidade Artstica Mundial
AgradecimentosAna luiza Pires, Andrea lerner, Angelo Cruz, Anita
Gallardo, Beto Batata, Cndida Monte e famlia, Cleydson Nascimento,
Couve-flor Minicomunidade Artstica Mundial, Dbora Vecchi, equipe da
Casa Hoffmann Centro de estudos do Movimento, fernanda Grecco Sass,
fernanda Zamoner, fundao Cultural de Curitiba, Giancarlo Martins,
Henrique faria, Juliano Monteiro, leo fressato, luciana Navarro,
luiz Bertazzo, Mrcio Mattana, Michael Jackson, Pablo Colbert, Paulo
Biscaia filho, Rosane Chamecki, Tempo Arte, Viva Academia, Well
Gutti e s nossas famlias.
RealizadoresNeto machado e Stphany mattan (PR) so graduados no
curso de artes cnicas da faculdade de Artes do Paran, foram
bolsistas da Casa Hoffmann Centro de estudos do Movimento, onde
iniciaram uma pesquisa conjunta que se desenvolve at hoje; fazem
parte dessa pesquisa os trabalhos Quero Saber do Q. Estou Falando!,
Metforas (Ttulo Provisrio) e Soluo para Todos os Problemas do
Mundo, do coletivo de artistas Couve-flor Minicomunidade Artstica
Mundial, que em 006 desenvolveu o projeto Couve-Flor Tronco e
Membros, contemplado com o Prmio Klauss Vianna
(funarte-Petrobras).
ROBERTO RAmOS / GuSTAVO RAmOS
SPIRO um estudo dinmico que condensa som, forma e movimento em
uma linguagem hbrida que no se define propriamente como msica ou
dana. os objetos utilizados funcionam como instrumentos inerciais,
e suas diferentes configuraes constroem o estado abstrato da pea
com base em uma composio geomtrica e minimalista. A materializao no
espao de um corpo sonoro se faz presente em contraste com o
silncio.
Ficha tcnicaDireo: Roberto RamosConcepo e desenvolvimento:
Roberto Ramos e Gustavo RamosPesquisa sonora: Gustavo RamosProjeto
cnico, estrutura metlica e objetos: Roberto RamosOperao de luz:
Guilherme PiazzoOperao de som: franklin WeissPerformance: Catalina
Cappeletti, Gustavo Ramos e Roberto Ramos
Produo: ZiziDurao: 55 minutos
RealizadoresRoberto Ramos e Gustavo Ramos (SP) desenvolvem
trabalhos com base na observao de situaes cinticas especficas,
tendo como foco principal a construo e a percepo sensorial do
movimento; fundaram o projeto D.A.M., que objetiva a elaborao de
uma linguagem artstica hbrida, de aspectos dinmicos e estticos
particulares; e seus trabalhos tm sido apresentados nos mais
diversos eventos e locais relacionados dana e s artes visuais, como
o Museu de Arte Moderna de So Paulo e The Place Theatre, em
londres.D.A.m. Desenvolvimento Anmico do movimento: projeto de
desenvolvimento de um pensamento artstico e filosfico que se
concentra na integrao de vrias linguagens dinmicas, visando atingir
um estado de criao, percepo e atuao, traduzido e transcrito para o
espao material por meio de elementos fsicos e sensoriais.
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SHEILA RIBEIRO / JOSH S.
ORGANIZADOR DE CARNEGonna kill and destroy, I am not an animal
boy.Com base numa aventura no Departamento estadual de Investigaes
Criminais (Deic), a coreografia especula o que ser gente no trnsito
e na construo da tica contempornea. Tabu, racismo, o politicamente
correto, etologia, design interno e publicidade projetam matria
bruta desejante. o poder se deslocando no chamado momento
ps-colonial. Por exemplo, o edgar Morin um filsofo francs bem aqui
no meu cu. Gente? Animal? Ps-humano? Quem e o que organiza a sua
carne?
Ficha tcnicaConceito e direo-geral: Sheila RibeiroElenco: Sheila
Ribeiro e Josh S.Som: Josh S.Assistncia de direo: Carolina
laranjeiraProduo executiva: olvia Pontes e Maria Isabel Ribeiro
(dona orpheline)Produo tcnica: Rafael ortegaPesquisa digital:
Daniel CorsiDurao: 1 hora
AgradecimentosBruno Simes, Dimitre lima, Guga Carvalho, Mrio
Ramiro e Massimo Canevacci.
RealizadoresSheila Ribeiro (dona orpheline) (SP) interessa-se
pelas dinmicas de poder; trata a iluso e o desejo no mbito da
comunicao contempornea em projetos coreogrficos para instalao,
palco e videodana, entre So Paulo, Montreal, Roma e o mundo rabe;
colabora com Benot lachambre, Massimo Canevacci, Sophie Deraspe,
Joe Hiscott, Maurcio Pereira, edgard Scandurra e Joe Nachef, entre
outros. J se apresentou no Montpellier Danse, no Kunsten Festival
des Arts (Bruxelas), no Festival Thtre des Amriques e no Festival
des Films sur lArt (Montreal), no Kunstnernes Hus (oslo) e no
Panorama de Dana (Rio de Janeiro).Josh S. (PI) msico, trabalha no
eixo BrasilAmsterd e colabora com Marcelo evelin, Malgorzata
Haduch, Gilberto Gawronski, loes van der Pligt, Samba Bloody Samba,
Sambaque Torto & outros Ritmos; participou do Tim Festival, do
VI Mercado Cultural, do Centro em Cena, do Eletrobatucada, do Rio
Cena Contempornea, do Moving Arts Festival, do Fenart, do Mad
Sunday e do lado2estereo.com.
VALRIA VICENTE
PEQuENA SuBVERSOPor meio do estudo do frevo me interessei pela
relao entre risco, desequilbrio e alegria. essa experincia de vida,
de pesquisa corporal, de vontade de sobreviver desconfia das
oposies binrias, das oposies que apagam os componentes do que est
entre as extremidades. Desconfia do que escolhemos para colocar nas
extremidades. em vez de criar um sistema lgico, no contraditrio,
optei por "convergir para um territrio de existncia" (Nahman
Armony). entrar no mundo das micropercepes e viver o "agora como um
tempo inchado at o limite", esse espao entre. A proposta articular
informaes da dana frevo procurando distender o sentido da palavra
alegria: alegria entendida como uma capacidade de traduzir
informaes adversas em vontade de continuar vivendo; viver
compreendido como um estado de risco que coloca em questo os
limites entre dor e prazer, cair e suspender, esticar e encolher,
num desejo de borrar dicotomias. A proposta , examinando a memria
do corpo e as lgicas articulares criadas, investigar nuances do
sentir, tonalidades de um prazer que viver em risco e em riso.
Ficha tcnicaConcepo, direo e performance: Valria
VicenteCoreografia: Valria Vicente e lda SantosProduo-geral: Afonso
oliveiraProduo artstica: Marcelo Sena
Cenografia: Jeanine ToledoIluminao: Saulo UchaFigurino: lda
SantosVdeo: Vdeo TeipeDireo: Jeanine Toledo Coordenao das
filmagens: Mrio RiosEdio: Rafael MaiaDireo de fotografia: Joo Paulo
MageroTrilha musical: Silvrio Pessoa e Yuri Queiroga (coletivo
Derruba Jazz)Coordenao: Silvrio PessoaBases eletrnicas: Yuri
QueirogaConvidados: Rivotrill e TrombonadaFotografia: Brbara
WagnerDurao do espetculo: 5 minutos
RealizadoraValria Vicente (Pe) coordenadora do Acervo RecorDana,
desenvolvido pela fundaj e pela Associao Reviva; mestranda em artes
cnicas pela UfBA, onde desenvolve estudo sobre a dana do frevo.
Atua como pesquisadora, danarina e coregrafa; integra a escambo
Cia. de Criao (Pe), que atua com dana e teatro; desenvolve
trabalhos individuais desde 005 e colabora com a SUA Cia (BA).
ALEX CASSAL / mICHELLE mOuRA
GmEOSos gmeos John e Michael, diagnosticados como autistas,
psicticos e retardados, mostravam uma capacidade mnemnica
aparentemente ilimitada para dgitos, datas e fatos. Incapazes para
a vida comum, esses gnios idiotas construram um mundo habitado
apenas por eles dois. Um mundo feito de paisagens imaginrias,
rotinas de movimento, nmeros primos, sistemas fechados,
estranhamento, distanciamento, isolamento.
Ficha tcnicaCriao: Alex Cassal, Clarice Silva e Michelle
MouraConcepo e direo: Alex CassalAssistncia de direo e preparao
corporal: Clarice SilvaIntrpretes: Alex Cassal e Michelle
MouraTrilha sonora: lis lancasterDesenho de luz: Jos Geraldo
furtado
RealizadoresAlex Cassal (RS/RJ) historiador e atua no campo das
artes performticas. em sua trajetria, iniciada em Porto Alegre,
passou pelo teatro de rua, pelo circo, pela performance e pela
dana. Integra o Centro de estudos e Aes Solidrias da Mar (Ceasm),
no Rio de Janeiro, e colabora com os artistas Dani lima, Denise
Stutz, flavia Meireles, Gustavo Ciraco e lilyen Vass.Clarice Silva
(RJ) bailarina e professora de dana graduada pela UniverCidade, em
005. Integrou o ex.e.r.ce, formao em dana contempornea do Centre
Chorgraphique National de Montpellier, na frana, e trabalha
atualmente com os coregrafos Joo Saldanha e Alex Neoral.michelle
moura (PR/RJ) intrprete e criadora de dana contempornea; integra a
Cia. Dani lima (RJ) e o Coletivo Couve-flor Minicomunidade Artstica
Mundial (PR); foi bolsista na Casa Hoffmann Centro de estudos do
Movimento, em 003, onde desenvolveu as pesquisas das peas Selecta 1
e 2. Tambm criou Linhas (de Pensamento), ou a Tarefa de Dizer
Coisas Importantes para Pessoas Romnticas (005).
VANILTON LAKKA
OuTRAS PARTESOutras Partes a continuidade do projeto O Corpo a
Mdia da Dana?, desenvolvido entre 005 e 006. Proposio que investiga
a criao de movimentos e instrues coreogrficas em suportes de
informao alm do corpo humano e sua presena cnica, tais como o
computador, o telefone, a web, o vdeo, a animao, o cinema de dedo e
a instalao. Autnomos, esses suportes implementam novos pontos de
conexo para a dana, ampliam o alcance de pblico e deixam claro o
papel de interator que deveria ser ocupado por cada um de ns.
Ficha tcnicaConcepo-geral: Vanilton lakkaIntrpretes: Vanilton
lakka, Cloifson luis e fbio CostaFormatos coreogrficos, criao e
execuo: Vanilton lakka e Mauricio leonardFormato site, fotografia,
manual de instruo e instalao:
Mauricio leonardDesenhos flip book: Rafael VenturaVdeo: Nara
Sbreebowmsica: Maria Elena (Xavier Cugat), Al Son de Los Cueros (la
Sonora Carruseles), Se Ela Dana Eu Dano (MC Marcinho)Consultoria e
texto: Mara SpangheroDurao: aproximadamente 30 minutos
RealizadorVanilton Lakka criador-intrprete premiado pela
Associao Paulista de Crticos de Artes (005). Integra a Cia. Mrio
Nascimento e faz direo artstica do projeto Circuladana (MG).
Participou do programa Territrio Minas, dentro do Frum
Internacional de Dana, em 003 e 005. Graduado em cincias sociais,
tem desenvolvido propostas que discutem o formato de obras de dana,
examinando o lugar da dana no corpo e o lugar do corpo na dana,
seja por meio da utilizao de outros suportes fsicos, seja pela
reflexo acerca da tcnica corporal empregada.
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em que divulga a abertura do edital. Assim, em 006 foram
realizados 16 seminrios, sempre com o pesquisador daquela cidade e
um profissional convidado para falar sobre dana contempornea,
videodana, processo de investigao etc. As 16 cidades escolhidas
para receber o seminrio foram Vitria, Porto Alegre, florianpolis,
Braslia, Campo Grande, Manaus, Belm, Teresina, So lus, Goinia,
Aracaju, Macei, Natal, Joo Pessoa, Recife e Campinas.
Sua particularidade, ao focalizar a produo em dana contempornea,
reside em privilegiar no o produto para consumo imediato na vida
lquida moderna1, mas, sim, o que o move, a pesquisa artstica.
e o que , pode ser, ser ou seria pesquisar em dana
contempornea?
Pesquisar implica buscar, procurar, perguntar e... duvidar. De
forma organizada e sistemtica; em outras palavras, com mtodo.
possvel investigar de forma sistemtica nas artes? Quais so os
mtodos para a criao em dana contempornea? existem mtodos para a
criao artstica? Seria to bom se tivssemos mtodos como as
cincias!
As cincias produziram mtodos, metodologias e procedimentos ao
longo de sua histria, verdade. e as artes, no? Sim. Contudo, talvez
no tenhamos tantos epistemlogos nas artes como os temos nas
cincias, ou talvez no os conheamos nem os queiramos ouvir. Quando
se trata de pensar em sistematizao e/ou identificao de formas e
processos de criar, os artistas assumem diferentes posturas.
entretanto...
Adriana de Faria Gehres
1. Em primeiro lugar...escrever um texto sobre o programa Rumos
Ita Cultural Dana 006-007 talvez tenha sido uma das tarefas mais
difceis que nos impingimos nestes ltimos anos. Primeiro porque
contvamos com total liberdade para faz-lo; depois porque o texto
seria divulgado em um livro acompanhado por reflexes sobre as
dinmicas da dana contempornea nas diversas regies, estados e
cidades do Brasil; tambm porque seria escrito aps a apresentao e
anlise de 5 trabalhos de dana, resultado dos projetos de pesquisa
selecionados entre 534 propostas por uma comisso da qual fizemos
parte; e, por fim, porque h tempos no refletimos de forma escrita
sobre cultura e arte.
Como cincia e arte fazem parte do nosso percurso desde sempre,
optamos por tentar estabelecer tnues analogias entre essas duas
invenes humanas com o sentido de criar uma teia nada radical, como
vocs podero observar de reflexes sobre o Rumos Dana 006, mais
especificamente sobre as pesquisas para desenvolvimento de obra
coreogrfica.
2. Era uma vez...o Rumos Dana composto de: um mapeamento da dana
contempornea no Brasil, o qual constitui um banco de dados
disponvel no site do Instituto Ita Cultural; a publicao de livros
que procuram sistematizar e refletir sobre essa informao; a seleo
de propostas no mbito da dana contempornea e da videodana, as quais
apresentam resultados em eventos trianuais. o programa dura de dois
anos a dois anos e meio (abertura das inscries, seminrios, seleo,
divulgao dos resultados, tempo para os artistas trabalharem,
mostra, difuso pelo Brasil e fora do Brasil). o incio de cada edio
realiza seminrios ao mesmo tempo
dirio com muitas fronteiras: o rumos ita cultural dana
006/007
aplica-se, na deduo, a interpretar esses casos particulares, com
base no ponto de vista geral (Besnier, 000, p. 37).
em dana, por exemplo, identificamos mtodos de criao coreogrfica
que pressupem tcnicas de movimento e de composio j determinadas
(premissas presumidas indiscutveis). Decompomo-nas, recompomo-nas e
criamos um novo espetculo para apresentar outra explicao possvel
para o nosso objeto, o qual existe a priori: uma histria, uma emoo,
um sentimento. ou no temos explicaes a priori porque no temos um
corpo de movimentos e/ou formas de composio preestabelecidos.
Identificamos as formas possveis de fazer, organizar, desorganizar
as informaes que vamos recolhendo nos nossos e em outros corpos,
nos nossos e em outros lugares. Por fim, apresentamos nossas
interpretaes do observado. As leis procuradas?
os mtodos, mais e menos, combinados, ancorados em teorias do
conhecimento, mais e menos, racionalistas, empiristas,
positivistas, fenomenolgicas, sistmicas, caticas, apontaram para o
desenvolvimento de metodologias, procedimentos, aes, experimentaes,
experincias, dentro e fora dos laboratrios. e na dana contempornea?
encontramo-nos ou no diante de metodologias, processos, pesquisas
que aprofundam o duvidar em dana? e isso que nos move, ou no?
Grosso modo, costumamos identificar algumas fases para a
configurao de uma pesquisa. entretanto, antes mesmo de
apresent-las, ressaltamos que no so fases que se desenvolvem
consecutivamente, mas, sim, concomitantemente, recorrentemente,
retroativamente, caoticamente.
Cientistas e artistas, no seu processo de inveno do mundo, fazem
escolhas para acessar e apresentar as suas questes e proposies.
estas esto diretamente relacionadas aos indivduos, seu tempo e seu
lugar. A repetio da forma como essas escolhas se estabelecem os
mtodos aponta para procedimentos gerais as metodologias que indicam
as melhores formas para conduzir as investigaes.
entretanto, pesquisar um proc