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Arquidiocese de Niterói Setor Juventude Subsídio para refletir o lema da Jornada Mundial da Juventude 2013 “Ide e fazei discípulos entre todas as nações Mt 28,19
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Cartilha JMJ

Mar 23, 2016

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Luiza Souza

Cartilha JMJ
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Page 1: Cartilha JMJ

Arquidiocese de Niterói

Setor Juventude

Subsídio para refletir o lema da Jornada Mundial da Juventude 2013

“Ide e fazei discípulos entre todas as nações Mt 28,19

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Jornada Mundial da Juntude 2012 Rio de Janeiro

Mt 28,19: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”

Estas são as últimas palavras de Jesus ressuscitado antes de voltar para o Pai. Ele deixa aos Apóstolos o seu testamento. Ele vai, mas quer permanecer na vida discípulos e através dos discípulos, no mundo pelo qual deu a vida. As últimas palavras de uma pessoa são pensadas, pesadas e solenes. Não há tempo para desperdiçar com falas secundárias. Assim deve a comunidade dos ouvintes-leitores receber hoje este testamento de Jesus testemunhado pelo texto do Evangelho de Mateus. Quem fala aos Apóstolos é aquele que en-tregou a vida e de quem o Pai confirmou a obra ressuscitando-O dentre os mortos. Aquele que está cheio de vida, Jesus, diz palavras que geram vida: geram vida em quem recebe esta palavra que é viva e eficaz (cf. Hb 4,12); é uma palavra que sustenta toda missão de quem por Jesus é en-viado, tornando-se ele porta-voz de um anúncio que suscita vida nas pessoas que recebem sua palavra como palavra de Deus (cf. 1Ts 2,13). O testamento é entregue aos Apóstolos, patriarcas do Povo de Deus da Nova Aliança. Eles deverão construir o edifício espiritual sobre a pedra angular, que é Cristo (cf. 1Pd 2,1-10). Para isso utilizarão pedras vivas que serão aque-les que escutarão as palavras deles e crerão em Jesus, o Messias filho de Deus.

“Dizem que Deus morreu, mas não faz

mal. Quando ele morre é só por três dias:

depois ele res-suscita” (Pe. Zezinho).

“A Igreja só será jovem, quando os

jovens forem Igreja” (João

Paulo II)

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Este grupo deverá fazer ecoar o que ouviram, o que viram, contemplaram e suas mãos apalpa-ram do Verbo da vida, para que outros entrem na comunhão do Corpo de Cristo e sua alegria seja completa (cf. 1Jo 1,1-4). A Igreja acolheu essa palavra como “o mandato missionário”. Este testamento que é o mandato, uma ordem, é dirigido a todo aquele que se torna discípulo de Jesus. Hoje, ao escutar este texto, nós somos diretamente interpelados. O mandato, por sua vez, pressupõe algumas questões: Quem envia? Quem é enviado? Para que é enviado? A quem é enviado? Jesus Ressuscitado é quem envia. Jesus enviou os Apóstolos (cf. Mt 10,1-42); enviou os 72 discípulos (cf. Lc 10,1-12); ele envia a todos que já são discípulos; envia-os para serem instru-mentos dEle na atração ao discipulado. O discí-pulo não pode selecionar os destinatários, pois a todos é enviado. Ser enviado é o mesmo que ser um servo da vinha do Senhor (cf. Mt 20,1-16). Qual é o prêmio de trabalhar na vinha? Ora, é poder tra-balhar na vinha! Que honra partilhar com Jesus sua missão dada pelo Pai, seu Pai, nosso Pai: “assim como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21). Este é o envio que o Senhor Jesus Cristo Ressuscitado deu aos discípulos. O evangelista Mateus narra que a Galileia foi o local marcado para esse encontro e para o ponto de partida; mais especificamente na “montanha” indicada por Jesus. Já na aparição do Ressuscitado às mu-lheres tinha sido mostrada a montanha como o local onde os discípulos o veriam (cf. Mt 28,10).

“Para afastar a tentação diga: Eu ficarei com

você, meu Jesus, e não

o deixarei ate que me tenha colocado num lugar seguro!” (Padre Pio de Pietrelcina)

“Não seja um jovem à toa,mas sim

um jovem que atua.”

(Pe. Zezinho)

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Por que a Galileia? Foi o lugar do início, da geração daqueles homens para o discipula-do. Das cidades da Galileia foram chamados os primeiros discípulos, dos quais 12 serão os mais envolvidos na missão de Jesus: Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simão Cananeu e Judas Iscariotes. Foi na Galileia que os Apóstolos fizeram aquele encontro com Jesus Cristo que deu à vida deles um “novo horizonte”, o “rumo decisivo”. Lá eles receberam os primeiros ensinamentos. Foi sobre uma montanha na Galileia que o Mestre os introduziu na novidade do seu ensinamento (Mt 5 – 7: Sermão da Montanha). No ensina-mento do Rabi de Nazaré experimentaram uma autoridade diferenciada: o Mestre deles não era mero explicador da Lei, mas quem descortinava o sentido profundo de toda a Escritura (cf. 2Cor 3,12-18). Na montanha da transfiguração expe-rimentaram a glória antecipada. Eles colheram dEle, pelo seu jeito de ser e tratá-los, algo extra-ordinário. O que representa para nós hoje a experi-ência de Galileia dos Apóstolos? O mandato de Jesus requer jovens que tenham tido uma boa experiência de Galileia, ou seja, de encontro e permanência com o Mestre Jesus (cf. Mc 3,13-15). É preciso que tenham sido alcançados por Cristo Jesus no caminho de suas vidas, e a partir do conhecimento de Cristo tenham repassado tudo sob novo critério, renovando a mente e o coração; tenham sido iniciados na vida cristã; celebrado os mistérios da fé e integrados na co-munidade dos que creem, a Igreja. Nossa Galileia

“Essa foi a ma-ravilhosa expe-riência daque-les primeiros

discípulos que, encontrando Jesus, ficaram fascinados e cheios de as-

sombro frente à excepcionali-dade de quem

lhes falava, diante da

maneira como os tratava,

coincidindo com a fome e sede de vida que havia em sues corações” (Documento de Aparecida,

244)

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é o ambiente que nos permite revisitar a fonte de vida: que lava pela misericórdia, restaura com o bálsamo do Espírito, sacia a fome de Deus. Por que o encontro do Ressuscitado com os discípulos é marcado em uma montanha? É o lugar do encontro com Deus. Era também o local dos cultos aos falsos deuses. Várias vezes os pro-fetas falaram dos “lugares altos”, onde o povo que Deus escolheu se prostituía (cf. Jr 2,20; Os 4,13), pois procuravam outros, além do único Esposo, que lhes dessem segurança. A estes “amantes” eram oferecidos o trigo e o óleo que o Senhor havia dado a eles: gastavam os presentes de Deus com os falsos deuses (baal). Que são os lugares altos hoje? Lugares onde se usam os dons do Senhor para oferecê--los a Baal. Não sabem que toda a alegria e força de juventude lhes foram dadas pelo Senhor. Só na relação obediente com o Senhor é justo serem gastos os dons. Que buscam nos “lugares altos”? Buscam vida. Em tudo que fazem buscam a água da Vida; mas a buscam em cisternas rachadas (cf. Jr 2,13). Quantas experiências de jovens que se frustram. A conversão do coração dá novo sentido a tudo que fazemos. A presença no mundo – es-colas, mundo do trabalho, universidades – de um jovem que fez o encontro com o Senhor Jesus, será diferenciada. Os jovens serão testemunhas

“Quando o homem se põe

como medi-da de todas

as coisas, converte-se

em escravo de sua própria

finitude.”(João Paulo II)

“ Não hesi-te em viver

publicamente por Ele que não hesitou em morrer

publicamente por você”

(Pe. Zezinho)

Page 6: Cartilha JMJ

“Caros amigos, também vocês se

encontram em uma reviravolta em suas vidas, e pela graça e pelo amor de Cristo

ela pode aconte-cer hoje. Alguns de vocês, talvez, tenham conhe-

cido a dúvida e a confusão; experi-mentado, talvez, a tristeza, o fracasso e o pecado grave. Mas para todos vocês este é um

tempo de decisão. É um tempo para

acolher Cris-to: acolher sua amizade e seu

amor, acolher a verdade da sua

palavra e crer em suas promessas; reconhecer que seu ensinamen-to os conduzirá

à felicidade e finalmente à vida eterna. É tempo de aceitar Cristo como Aquele que

vive no seu Corpo, a Igreja.” (João

Paulo II)

para outros que a vida que buscam nos “lugares altos” só se encontra na montanha, que é Jesus Cristo, nEle encontramos Deus, pois Ele é Deus Encarnado.

1. Discipulado: Despertar o fascínio por Jesus e sua mensagem

Quem é o discípulo? É uma pessoa que foi alcançada por Cristo (cf. Fl 3,12) e nEle permanece (cf. Jo 15,4). O discípulo decidiu determinar-se pela vontade de Jesus Cristo, seu Mestre e Senhor. Ele assume a vida e a missão de Jesus como sua própria vida e missão. Não existe um discípulo não missionário; o desinteresse pela missão aponta fragilidades da adesão a Jesus no discipulado. O discípulo deverá renovar constante-mente seu encontro com Jesus. Como fazê-lo? Eis lugares de encontro com Jesus (cf. Documen-to de Aparecida, 246-257):

a) Na Sagrada Escritura lida na Igreja; deverá tornar-se alimento no dia a dia também pela leitura orante da Bíblia (Lectio Divina).

b) Na Sagrada Liturgia, sendo a Eucaristia o lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo.

c) No sacramento da reconciliação, vivido como experiência de um amor mais forte que o pecado e a morte.

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d) Na comunhão com os outros irmãos que se-guem o mesmo Mestre.

e) Nos pobres, nos aflitos e nos enfermos. Redes-cobrir o espaço do voluntariado solidário como gratuita doação em prol do próximo.

É fundamental a vivência comunitária da fé, na qual se ajuda e partilham-se as experiên-cias de vida. As comunidades deverão se tornar instâncias de escuta: nossos jovens estão muito carentes de quem os escute e os ajude a iluminar suas questões existenciais. As paróquias deverão estar atentas como espaço de acolhida e atenção aos jovens. Os jovens não são somente potências de alegria e criatividade, são também vítimas de situações conflitantes: namoros, relações familia-res, ingresso no mundo do trabalho, nas uni-versidades, contato com ambientes adverso ao cristianismo.

2. Missão: Engajamento na dinâmica evangeli-zadora, indo ao encontro dos jovens onde eles estiverem.

“Ide!” Esse mandato não aceita marasmos e desculpas, o imperativo dAquele que por nós morreu e ressuscitou requer movimento, ini-ciativas, reflexões para encontrar o melhor jeito de fazer o anúncio. O que não se admite é parar para reclamar dos tempos difíceis, com ponta-das de saudosismo. Este é o nosso tempo! Hoje o Senhor olha para vocês e diz: Ide! Mas... para fazer o quê? Para “fazer discípulos entre todas as nações”.

“Não sou nada, sou apenas um instrumento, um pequeno

lápis nas mãos do Senhor,

com o qual Ele escreve aquilo

que deseja. Por mais im-perfeitos que

sejamos, Ele escreve

magníficamen-te.”...

(Madre Tereza de Calcutá)

“Deus não perguntará

quantas coisas boas você fez

na vidae sim quanto

Amor você co-locou naquilo

que fez.”

(Madre Tereza de Calcutá)

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Como propor a outros o Tesouro que encontra-mos de modo que julguem que se trata de algo relevante para eles? Eis o desafio que o Senhor coloca aos seus discípulos de hoje. Fazer discí-pulos é criar as condições para que as pessoas façam sua experiência com Deus, que sejam al-cançadas por Cristo; que Jesus se torne o critério a partir do qual julgar o valor de todas as coisas. Fazer discípulos é também criar condições para que a primeira experiência seja alimentada pelos sacramentos e pela vivência na comunidade. Da parte de quem já é discípulo supõe acolhida, valorização de quem se aproxima. Como fazer discípulos? Através do testemunho das atitudes e palavras: o modo de viver, as escolhas evangélicas diante das situações corriqueiras e mais decisivas, mostrarão o que move a vida, quais as motivações mais profun-das. Afinal, as pessoas estão mais dispostas a ouvir as testemunhas que os mestres, só ouvirão os mestres se forem eles também testemunhas (Papa Paulo VI). Fazemos discípulos também pela qua-lidade das relações fraternas entre nós: “nisso conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

“Onde von-tade de Deus

acontece, aí é o céu. A essên-cia do céu é a unidade com a vontade de

Deus.”( Bento XVI)

“Quando não se tem nada,

Deus se torna tudo.” (São

Francisco de Assís).

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as drogas, a superficialidade no amor, a indispo-sição a acolher o evangelho nas suas exigências, todos os problemas políticos e, consequente-mente, sociais. Onde procurar esses jovens que possam tornar-se discípulos? “Entre todas as nações”. Na face de cada jovem perceber um se-quioso pela Água viva que só Jesus pode oferecer,

“A avidez do mercado descontrola o desejo de crianças, jo-

vens e adultos. A publicida-de conduz

ilusoriamente a mundos distantes e

maravilhosos, onde todo

desejo pode ser satisfeito pelos produ-tos que têm

caráter eficaz, efêmero e até messiânico. Legitima-se

que os desejos se tornem feli-cidade. Como só se necessita do imediato,

a felicidade se pretende al-

cançar através do bem-estar econômico e da satisfação hedonista”

(Documento de aparecida,

50)

Importa que nossos grupos sejam acolhedores; com relações bem fraternas; nas quais nos ocupemos dos interesses também dos outros, nos interessando de que o outro esteja bem; não aceitando injustiça, nem que ninguém seja privado do que necessita como reconhecimento de sua dignidade. Os jovens cristãos sentem os problemas que afligem o mundo, porque afligem também a eles:

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vendo nele um faminto do Pão do Céu, que é Jesus. Jesus é o alimento que sacia. Toda pessoa busca vida; Jesus é a Vida. “Ide e fazei discípulos”. Como é que as pessoas se interessavam em seguir Jesus no tempo do Novo Testamento? Como nascia um discípulo?

a) Jesus passa, vê e chama. Aquele que é chama-do deixa tudo e segue (cf. Mc 1,16-20). Deve-se estar no campo de visão de Jesus que passa e vê. Como colocar as pessoas nesse foco de Jesus? Aqui entra o convite para um grupo de oração, para uma Missa, para um encontro de estudo e reflexão com a Palavra de Deus, músicas que evangelizam, um livro com conteúdo adequadoque é presenteado, um filme da vida de um santo que toca a vida (São Francisco, madre Teresa de Calcutá, João Paulo II, etc.). Todos estes são meios de colocar a pessoa no raio que o olhar de Jesus alcança.

b) No Evangelho de João vê-se que as pessoas se interessam por Jesus e no diálogo/convivên-cia com Ele descobrem que se trata de alguém extraordinário. Só será discípulo quem permane-cer nEle (Jo 1,35-42; Jo 15,1-8). Levar as pessoas a entrar em contato com Jesus: vinde e vede é a “síntese do método cristão” (Documento de Aparecida, 244). Trazer Jesus para nossos deba-tes; não ter vergonha de ecoar as ideias cristãs em qualquer ambiente. Jesus influenciou mais o mundo que Marx e Nietzsche; com total liberda-de esses são citados, por que ficar Jesus de fora

“Onde não há amor, põe amor e co-

lherás amor”. (São João da

Cruz)

“Quando o cristianismo

se converte em instrumento

de nacionalis-mo, fica ferido em seu cora-ção e se torna

estéril”(João Paulo II)

O pecado é o motivo de tua tristeza. Deixe

que a Santi-dade seja o

motivo de tua alegria!

(Santo Agosti-nho)

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das universidades, das escolas, dos lugares de geração de cultura? Essa presença de Jesus é feita através dos discípulos dEle, os cristãos e cristãs (cf. Documento de Aparecida, 100d). Precisamos ser criativos no modo propor o Evangelho: novo ardor, novos métodos e nova apresentação.

c) Na vocação de Paulo, Jesus o alcança no ca-minho da vida, e ele se dispõe a fazer uma nova valoração de tudo que julgava importante para si (cf. Fl 3,1-14). Estar convencido de que nada, nem ninguém poderão estar no lugar de Deus na vida de uma pessoa: nem sucesso, nem fama, nem poder; essas coisas se tornam ídolos. Tudo deve ser valorado a partir da fé em Jesus Cristo. Essas mesmas experiências podem ser feitas hoje. Como no tempo da Bíblia, a fé será sempre uma exigência para seguir Jesus; será necessário deixar algo, ou mesmo tudo para segui-Lo. Agora, como outrora, Jesus passa na vida das pessoas e as chama ao seu seguimento, quem crer e estiver disposto a deixar todas as suas seguranças para ter somente a segurança em

“Ao início do ser cristão [do discipulado], não há uma decisão ética ou uma gran-

de ideia, mas o encontro com um aconteci-mento, com uma pessoa

que dá à vida um novo hori-zonte e, dessa forma, o rumo

decisivo” (Bento XVI, Deus caritas

est, n.1).

Imagem aérea da missa de encerramento da JMJ 2011 Madri ( + 1 500 000 de pesssoas)

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Jesus experimentará o suplemento de vida que essa relação reserva ao discípulo (o cêntuplo – Mt 19,29).

3. Universalidade: Ir ao encontro de todos os jo-vens, sem distinção, sem preferências

Qual o perfil dos nossos jovens aos quais somos enviados? Quais são seus valores? O que ocupa suas preocupações? Como atingi-los? Quantas questões! Em cada ambiente deverão ser encontrados caminhos de resposta, para assim empreender o caminho do anúncio da boa nova. Superar a tentação da comodidade, de um grupinho fechado e autossuficente. Nossos grupos deverão ser capazes de se reestruturar para acolher pessoas novas, que não estudam na mesma escola que você, que talvez não vistam as mesmas roupas e até usem alguns apetrechos di-ferentes que chamam a atenção. Por todos Jesus deu a vida: quem somos nós para excluir alguém por quem Jesus derramou seu sangue?

“O que é que Jesus realmen-

te trouxe, se não trouxe nem a paz

para o mundo, nem o bem-

estar para todos, nem um mundo melhor? O

que é que ele trouxe? Deus. Ele nos trouxe Deus. Somen-te por causa da dureza do

nosso coração é que pensa-mos que isso seja pouco.”(Bento XVI)

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Jesus fala de convidar para o banquete os pobres, os aleijados, os cochos, os cegos, que não podem retribuir (cf. Lc 14,13-14). Estaría-mos nós dispostos a presença mais engajada em ambientes de voluntariado? O que pensamos quando vemos alguém drogado ou embriagado? Um sem vergonha e mau caráter ou alguém que precisa de ajuda e de acolhida? O anúncio do Evangelho se dá ajudando as pessoas a experimentarem vida plena (cf. Jo 10,10). Sabemos que a fonte dessa vida plena está em Jesus. Pode acontecer, porém, que o anún-cio explícito de Jesus Cristo seja precedido pela vivência de Jesus nas pessoas que de nós necessi-tam. “Deus quer que todas as pessoas se sal-vem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Como esse querer de Deus pode se realizar? Por meio da nossa obediência ao seu mandato: “Ide, fazei discípulos entre todas as nações”.

Aquele mandato de Jesus aos apóstolos ecoa ainda hoje. Cada tempo encontrou pessoas generosas que mandassem à frente o anúncio da fé. Hoje esse mandato toca a nós. As pessoas do nosso tempo, mesmo que não saibam, esperam por nós, pela nossa decisão de, uma vez renovan-do a adesão de nossa pertença a Jesus, sairmos a pescar pessoas para o Reino dos Céus. Estamos certos de que na obediência há sempre abundância: os frutos cabem ao Senhor, a nós, colocarmos ao nobre serviço do Senhor Ressuscitado que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

“Ninguém vai para o Céu por uma porta in-

social. Quem só pensa em si e na salvação da pró-pria alma vive

‘in-socialmente’. Isso é impos-sível tanto na terra como no

Céu. Nem Deus é insocial; não é um ser solitário, autossuficiente. O Deus trino é, em si mesmo, ‘social’, uma comunhão, um eterno

intercâmbio de amor. Também o ser humano, segundo o mo-delo de Deus,

visa a relações, permuta, parti-cipação e amor. Somos respon-sáveis uns pelos outros”. (Youcat,

122)