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Rua Monsenhor Celso, 225 – 9º andar – conj. 901/902 – Edifício Goiás – Centro – CEP 80.010-150 – Fone/Fax: (41) 3322-2475 – Curitiba-PR. Página: www.sismuc.org.br – e-mail: [email protected] – CNPJ: 81.131.120/0001-20 – Inscrição: Isento Carta em resposta ao vereador professor Galdino Curitiba, 09 de março de 2010 Ao vereador Prof. Galdino, Diante da sua opinião parcial e das inverdades proferidas pelo senhor, vereador Prof. Galdino, postadas em seu blog, a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) não poderia deixar de publicar uma carta em resposta à posição de alguém que diz representar a sociedade curitibana na Câmara Municipal e dar-lhe o título de “Inimigo dos servidores públicos municipais de Curitiba ”. Defendemos aqui o direito de greve do servidor municipal, inclusive dos guardas municipais de Curitiba que bravamente mantiveram o movimento devido, exclusivamente, à intransigência da atual gestão da prefeitura, comandada pelo partido neoliberal, o PSDB, do qual o senhor faz parte. A greve poderia ter sido evitada e por várias vezes os guardas buscaram o diálogo. Infelizmente, em todas as situações as reivindicações foram ignoradas pela chefia da guardas e pelo prefeito Beto Richa. Sem outra alternativa e em defesa de uma condição melhor de vida e do próprio serviço público, os guardas deflagaram uma greve, apesar das ameaças, do assédio moral e da tentativa de desmobilização dos guardas promovido pela administração municipal. Afirmamos que sua opinião é parcial e inverídica porque: 1. Não é verdade que os guardas desrespeitaram a determinação judicial. A greve foi considerada legal pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Em nenhum momento o Sismuc foi chamado para uma avaliação da situação dos locais de trabalho a fim de manter 70% da categoria trabalhando. Gerir o trabalho é uma atribuição exclusiva da prefeitura e não do sindicato ou do comando de greve. 2. O roubo ao zoológico ocorreu por irresponsabilidade exclusiva da prefeitura. Talvez o senhor não saiba, mas havia guardas na regional para atender o zoológico na noite do roubo, mas não foram relocados para lá. 3. O assalto no armazém da família do Caiuá também é culpa da prefeitura, que manteve o local aberto, apesar dos alertas feitos pelo sindicato. Talvez o senhor também não saiba, mas no momento do ocorrido havia apenas um vigilante terceirizado trabalhando, quando habitualmente atuam dois guardas municipais minimamente equipados. O “vigia”, ao contrário do que diz o senhor, não furou a greve, pois não faz parte da base de representação do Sismuc e não foi ferido. 4. O elevado número de afastamentos de guardas municipais é o reflexo dos problemas de saúde a que estão expostos estes profissionais que convivem diariamente com o estresse e a preocupação sobre
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Oct 09, 2020

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Rua Monsenhor Celso, 225 – 9º andar – conj. 901/902 – Edifício Goiás – Centro – CEP 80.010-150 – Fone/Fax: (41) 3322-2475 – Curitiba-PR. Página: www.sismuc.org.br – e-mail: [email protected] – CNPJ: 81.131.120/0001-20 – Inscrição: Isento

Carta em resposta ao vereador professor Galdino

Curitiba, 09 de março de 2010

Ao vereador

Prof. Galdino,

Diante da sua opinião parcial e das inverdades proferidas pelo senhor, vereador Prof. Galdino, postadas em seu blog, a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) não poderia deixar de publicar uma carta em resposta à posição de alguém que diz representar a sociedade curitibana na Câmara Municipal e dar-lhe o título de “Inimigo dos servidores públicos municipais de Curitiba”. Defendemos aqui o direito de greve do servidor municipal, inclusive dos guardas municipais de Curitiba que bravamente mantiveram o movimento devido, exclusivamente, à intransigência da atual gestão da prefeitura, comandada pelo partido neoliberal, o PSDB, do qual o senhor faz parte.

A greve poderia ter sido evitada e por várias vezes os guardas buscaram o diálogo. Infelizmente, em todas as situações as reivindicações foram ignoradas pela chefia da guardas e pelo prefeito Beto Richa. Sem outra alternativa e em defesa de uma condição melhor de vida e do próprio serviço público, os guardas deflagaram uma greve, apesar das ameaças, do assédio moral e da tentativa de desmobilização dos guardas promovido pela administração municipal.

Afirmamos que sua opinião é parcial e inverídica porque:

1. Não é verdade que os guardas desrespeitaram a determinação judicial. A greve foi considerada legal pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Em nenhum momento o Sismuc foi chamado para uma avaliação da situação dos locais de trabalho a fim de manter 70% da categoria trabalhando. Gerir o trabalho é uma atribuição exclusiva da prefeitura e não do sindicato ou do comando de greve.

2. O roubo ao zoológico ocorreu por irresponsabilidade exclusiva da prefeitura. Talvez o senhor não saiba, mas havia guardas na regional para atender o zoológico na noite do roubo, mas não foram relocados para lá.

3. O assalto no armazém da família do Caiuá também é culpa da prefeitura, que manteve o local aberto, apesar dos alertas feitos pelo sindicato. Talvez o senhor também não saiba, mas no momento do ocorrido havia apenas um vigilante terceirizado trabalhando, quando habitualmente atuam dois guardas municipais minimamente equipados. O “vigia”, ao contrário do que diz o senhor, não furou a greve, pois não faz parte da base de representação do Sismuc e não foi ferido.

4. O elevado número de afastamentos de guardas municipais é o reflexo dos problemas de saúde a que estão expostos estes profissionais que convivem diariamente com o estresse e a preocupação sobre

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Rua Monsenhor Celso, 225 – 9º andar – conj. 901/902 – Edifício Goiás – Centro – CEP 80.010-150 – Fone/Fax: (41) 3322-2475 – Curitiba-PR. Página: www.sismuc.org.br – e-mail: [email protected] – CNPJ: 81.131.120/0001-20 – Inscrição: Isento

sua integridade física e de seus familiares. Graças à gestão do senhor Beto Richa, é cada vez mais comum os problemas de transtornos mentais no serviço público de Curitiba.

5. Os grevistas não precisam que “suas cabeças sejam afagadas”, prof. Galdino. Eles só querem o que é justo que é receber um salário correspondente ao risco que correm diariamente para garantir a segurança da população curitibana. Convidamos o senhor para conhecer a realidade da guarda, percorrendo os locais de trabalho.

6. A prefeitura não “ofereceu” um reajuste aos guardas, prof. Galdino. O aumento foi “conquistado” graças à greve, porque até então a prefeitura não estava disposta a negociar nenhum aumento para estes trabalhadores. Se o senhor tivesse acompanhado as negociações desde o começo, saberia disso, mas infelizmente o senhor esteve distante deste debate até agora, não é?

7. É mentira que o salário dos guardas municipais ultrapassará os R$ 2,5 mil. Os 50% de adicional de risco são inerentes à profissão, o qual já resultou na morte de quatro guardas municipais no ano passado, por uma série de motivos, inclusive pela omissão da gestão a qual o senhor defende, prof. Galdino, e que foram alertados pelo Sismuc e pela própria categoria. Somados o piso e o adicional, o salário não ultrapassa os R$ 1,2 mil. Ocorre que muitos, diante da necessidade de pagar contas e sustentar a família, quando não são obrigados por coerções veladas, acabam aceitando as escalas de horas extras, que chegam a 90 horas por mês, como descreve a própria prefeitura.

8. Se o senhor estivesse do lado da população curitibana, como diz estar, prof. Galdino, defenderia melhores condições de trabalho para os guardas e se oporia a posição adotada pela atual gestão da prefeitura, porque guardas mais bem preparados e mais bem remunerados refletem um melhor serviço para os curitibanos.

Diretoria do Sismuc