UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS CAROLINA VELOSO MACIEL Disclosure Ambiental: Um panorama evolutivo dos níveis de evidenciação de uma empresa do Setor Elétrico RECIFE 2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CAROLINA VELOSO MACIEL
Disclosure Ambiental: Um panorama evolutivo dos níveis de evidenciação de uma empresa do Setor Elétrico
RECIFE
2012
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CAROLINA VELOSO MACIEL
Disclosure Ambiental: Um panorama evolutivo dos níveis de evidenciação de uma empresa do setor Elétrico
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis.
Orientador: Profª. Drª. Umbelina Lagioia
Recife 2012
Catalogação na Fonte Bibliotecária Ângela de Fátima Correia Simões, CRB4-773
M152d Maciel, Carolina Veloso Disclosure ambiental : um panorama evolutivo dos níveis de
evidenciação de uma empresa do setor elétrico / Carolina Veloso Maciel. - Recife : O Autor, 2012. 105 folhas : il. 30 cm.
Orientador: Profª. Dra. Umbelina Lagioia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA.
ambiental. I. Lagioia, Umbelina (Orientadora). II. Título. 657 CDD (22.ed.) UFPE (CSA 2012 – 112)
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CAROLINA VELOSO MACIEL
DISCLOSURE AMBIENTAL: UM PANORAMA EVOLUTIVO DOS NÍVEIS DE EVIDENCIAÇÃO DE UMA EMPRESA DO SETOR ELÉTRICO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis. Sob a orientação do Professor Drª. Umbelina Cravo Teixeira Lagioia
Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCC/UFPE) - Orientador
______________________________________________________________ Professor Dr. Adilson Celestino de Lima
Programa de Pós-Graduação(URFPE)- Examinador Externo
______________________________________________________________ Professor Dr. Jeronymo José Libonati
Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCC/UFPE) - Examinador Interno
______________________________________________________________ Professor Luiz Carlos Miranda, Ph.D.
Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCC/UFPE ) - Examinador Interno
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A Deus pela força, aos meus pais pelo incentivo, e em especial ao meu filho, a razão de tudo na minha vida, dedico este trabalho com todo meu amor e carinho.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado força e coragem para iniciar e chegar ao final dessa turbulenta caminhada. Agradeço de maneira especial, aos meus “amigos e amigas” espirituais que estiveram sempre ao meu lado e não me deixaram desviar do meu caminho. Agradeço a Luziára, Paulina e a Vó, pelos ensinamentos e orientações espirituais.
Agradeço a Deus acima de tudo por ter me dado dentro dessa caminhada uma nova razão para a minha vida, Guilherme. Anjo da minha vida, amor prometido que me trouxe luz e me mostrou o significado do verdadeiro amor. Me desculpo pelos momentos de ausência, mas foi tudo por você. E por você vale tudo.
Agradeço a minha família, em especial aos meus pais. A meu pai Guilherme e a minha mãe Alba que sempre me apoiaram e torceram por mim; muitas vezes foram meu prumo em meio as tempestades e comemoraram comigo a cada vitória. Agradeço ao meu pai por não ter me virado as costas quando mais precisei e a minha mãe por muitas vezes ter sido o equilíbrio da família e de maneira especial por cuidar de Gui como se fosse seu filho. Agradeço a Deus pela nossa união. Espero ser sempre motivo de orgulho para vocês.
Aos meus irmãos, Taciana e Marcelo, agradeço a paciência nos momentos de “abuso” e me desculpo pela ausência nos momentos de lazer. Amo vocês, agradeço a Deus pela nossa união e nosso relacionamento equilibrado e feliz.
Agradeço ao meu primo Fredy, meu irmão de coração, por ter me dado força e aguentado as minhas lamúrias durante a jornada e pelo apoio incondicional no momento que mais precisei de ajuda na minha vida. Amo você por isso.
Ao meu carinhoso companheiro, meu amor Deco (André). Agradeço por você ter me dado o nosso tesouro, anjo de luz na minha vida. Agradeço a você por ter me ensinado que existe muito mais entre o céu e a terra, e que muitos outros sentimentos unem o relacionamento entre um homem e uma mulher. Obrigada por todo o apoio emocional dado durante esta jornada, por ter aguentando meus choros e lamúrias, me cobrindo de amor e carinho. Você é um pai e um companheiro maravilhoso, só me enche de força para lutar, por nós e pela nossa família.
Agradeço a Suênia, que como a gente mesmo diz, “é minha irmã de alma”. Nossa amizade e nosso amor vem de outras vidas. Agradeço pelo companheirismo e pelo sincero apoio em todos os momentos e no momento que mais precisei. Amiga fiel e leal, e que em meio a todos os encontros e desencontro, vivemos lindos momentos e sei que com você posso contar. Maior prova do meu amor é te confiar o papel de “dinda” do meu anjo. Amo Mari como se assim o fosse também.
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Agradeço também as Dona Leo pelo apoio e pelas palavras de carinho quando mais precisei de apoio. Serei eternamente grata por ter me ajudado e principalmente por ter cuidado de Gui para que eu conclui-se me trabalho.
Agradeço a “Tônha” pelo carinho e ombro amigo, quando mais precisei. Serei eternamente grata a Célia pelas palavras sempre iluminadas e espiritualizadas.
Agradeço a todos que compõem a turma 2010,dito amorosamente como “os sobreviventes”, Anderson, Socorro, Silvana, Isidio, Iane, Ana Maria, Darlan, Danilo, Valter, Hélio e Gleice. Fiz muitos amigos e vou levá-los para sempre no meu coração. Como diria Suênia, “tenho certeza que saímos mais fortes desta experiência.”.
Queria agradecer em especial a Sheilinha, pelos abraços carinhosos da nossa “terapia do abraço”, abraços que acalentavam nos momentos em que eu mais queria era ir embora. Obrigada pelas palavras de força.
Um obrigada especial à minha querida orientadora Profª Drª Umbelina Lagioia. Agradeço a paciência e o apoio. Sou grata pelos ensinamentos, dedicação, incentivo na minha vida. Sou grata a Deus e aos nossos “amigos espirituais” por ter conduzido nossa relação.
Agradeço ao corpo docente do Mestrado em Ciências Contábeis, pelos ensinamentos acadêmicos e ensinamentos de vida. Não poderia deixar de agradecer ao querido Profº Luiz Carlos Miranda, pela paciência e lições nessa minha jornada, sendo firme como pai .
Sou grata à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento dos meus estudos durante o mestrado. Agradeço especialmente a Luciano, por sempre estar a postos para ajudar a todos nós.
Peço desculpa aos que não citei, mas agradeço a todos que me ajudaram a cumprir essa jornada que se completa na minha vida, vocês foram especiais e essenciais e os tenho todos em meu coração.
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“Se caíste, ergue-te e anda. Caminha para frente.
Regressa aos teus deveres e esforça-te a cumpri-los. Ora, pedindo a Deus mais força para a marcha.
Muitas vezes a queda é uma lição de vida. Quem cai sente do valor do perdão aos caídos. O futuro te espera... Segue e confia em Deus.”
Emmanuel
"Pensa em Deus, refugia-te em Deus, espera por Deus e confia em Deus, porquanto, ainda mesmo quando te suponhas a sós, em meio de tribulações incontáveis, Deus está conosco e
com Deus venceremos” Emmanuel
“(...) Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar. E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer Não olhe pra trás
Apenas começamos. O mundo começa agora
Apenas começamos.”
Metal Contra as Nuvens (Renato Russo)
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RESUMO
O presente estudo teve como objetivo precípuo o delineamento de um panorama evolutivo dos níveis evidenciação das informações de caráter ambiental nas demonstrações financeiras padronizadas(DFP’s), de uma empresa de capital aberto do setor elétrico de representatividade econômica e social na região, a Companhia de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco (CELPE), do grupo Neoenergia. Para execução dessa pesquisa, utilizou-se a análise de conteúdo em 11 anos de demonstrativos, referentes aos anos de 2001 a 2011; sendo assim, trata-se de uma pesquisa documental direta, desenvolvimentista e longitudinal com natureza qualitativa. Para realização desta análise foi necessário a utilização de um arcabouço desenvolvido para a classificação das sentenças em diferentes categorias: a)Políticas Ambientais; b)Sistemas de Gerenciamento Ambiental; c)Impactos dos Produtos e Processos; d)Políticas de Energia; e)Educação, Pesquisa e Treinamento; f)Mercado de Créditos de Carbono; g)Informações Financeiras Ambientais; h)Outras Informações Ambientais)Foram identificadas 407 sentenças que, após a categorização, foram classificadas quanto à forma de evidenciação (unidade de registro) e aos tipos de informações (quanto à geração de crédito para a imagem de empresa.). As categorias com maiores percentuais de evidenciação foram as “Políticas Ambientais” e “Informações Financeiras Ambientais”. Quanto à forma de evidenciação, predominou informações “Declarativas”, ou seja, são em sua maioria descritivas e qualitativas. A maioria das sentenças ao serem classificadas quanto ao tipo, tentam passar uma imagem “boa” da empresa. Diante dos achados evidencia-se que, de fato, houve um aumento no nível de evidenciação de informações com caráter ambiental nos 11 anos estudados.
The present study had as its goal the eventual delineation of an evolutionary panorama of information disclosure levels of environmental character in standardized financial statements (DFP 's), a publicly traded company of electricity sector in social and economic standing, the electric power Company in the State of Pernambuco (CELPE), Neoenergia group. To run this search, we used the content analysis of demonstratives, 11 years for the years 2001 to 2011; Therefore, it is a documentary research and development, direct with longitudinal qualitative nature. To which the analysis was necessary to use a framework developed for the classification of sentences into different categories: a) environmental policies; (b) Environmental Management systems); c) impacts of products and processes; d) Energy policies; e) education, research and training; f) market of carbon credits; g) Environmental financial information; h) Other Environmental Information) have been identified after sentences 407 categorization, were classified as to the form of evidence (record unit) and the types of information (regarding the generation of credit for the image of the company.). The categories with the largest percentages of disclosure were the "Environmental Policy" and "Environmental financial information." As to the form of disclosure, predominated information "Declarative", i.e. are mostly descriptive and qualitative. Most of the sentences to be classified as to type, try to pass a image "good" of the company. Before the findings shows that, indeed, there was an increase in the level of disclosure of information with environmental character 11 years studied.
Quadro 1- Perguntas as quais a informação ambiental devem responder ....................................35
Quadro 2- Pesquisas que tratam do tema divulgação de Informações Ambientais ......................36
Quadro 3 - Motivos para escolha do setor elétrico ...........................................................................40
Quadro 4 - Classificações das Categorias da Informação Ambiental ............................................42
Quadro 5 - Classificação das Evidências Ambientais ......................................................................43
Quadro 6 - Classificação das Informações Ambientais ..................................................................44
Quadro 7 - Principais regras de Classificação das Informações Ambientais ...............................44
Quadro 8 - Exemplo de sentenças classificadas como “Políticas Ambientais”. ............................47
Quadro 9- Exemplo de sentenças classificadas como “ Sistemas de Gerenciamento Ambiental” .............................................................................................................................................................50
Quadro 10-Exemplo de sentenças classificadas como “Impactos e Processos Ambientais” ........54
Quadro 11- Exemplo de sentenças classificadas como “Políticas de Energia” ..............................57
Quadro 12 - Exemplo de sentenças classificadas como “Educação e Pesquisa” ...........................60
Quadro 13 - Exemplo de sentenças classificadas como “Crédito de Carbono”. ...........................63
Quadro 14 - Exemplo de sentenças classificadas como “Informações financeiras ambientais” ..66
Quadro 15- Exemplo de sentenças classificadas como “Outras Informações Ambientais” .........70
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LISTA DE TABELAS
Tabela1 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Políticas Ambientais”/Ano ...48
Tabela 2 - Evidenciação das Subcategorias das “Políticas Ambientais”/Ano ...............................48
Tabela 3 - Classificação das “Políticas Ambientais”/Evidências ....................................................49
Tabela 4 - Classificação das “Políticas Ambientais”/Tipos das informações ................................50
Tabela 5 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Sistemas de Gerenciamento Ambiental”/Ano .................................................................................................................................51
Tabela 6 - Evidenciação das “Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento Ambiental” /Ano 52
Tabela 7-Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento Ambiental/Evidências .............................................................................................................................................................52
Tabela 8 - Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento Ambiental/Tipo de Informações ........................................................................................................................................53
Tabela 9 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Impactos e Processos Ambientais” /Ano ..............................................................................................................................54
Tabela 10: Evidenciação das Subcategorias “Impactos e Processos Ambientais”/Ano ...............56
Tabela 11- Evidenciação das “Subcategorias Impactos e Processos Ambientais”/Evidências ....56
Tabela 12 - Classificação dos “Impactos e Processos Ambientais”/Tipos das Informações ........57
Tabela 13- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Políticas de Energia”/Ano ..58
Tabela 14 - Evidenciação das Subcategorias de “Políticas de Energia”/Ano ................................59
Tabela 15 - Classificação das “Políticas de Energia”/Evidências ...................................................59
Tabela 16- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “ Educação e Pesquisa” /Ano .............................................................................................................................................................61
Tabela 17- Evidenciação das Subcategorias de “Educação e Pesquisa”/Ano ...............................62
Tabela 18 - Classificação de “Educação e Pesquisa”/Evidências ...................................................62
Tabela 19 - Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento ..............................63
Tabela 20 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Crédito de Carbono”/Ano 64
Tabela 21- Evidenciação das Subcategorias de “Crédito de Carbono”/Ano ..............................65
Tabela 22- Emissão de gases do efeito estufa (GEE) .......................................................................65
Tabela 23 - Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento .............................66
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Tabela 24- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Informações Financeiras Ambientais”/Ano ...............................................................................................................................67
Tabela 26- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Evidências .......................69
Tabela 27- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Tipos das informações ..69
Tabela 28 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como” Outras Informações Ambientais”/Ano ...............................................................................................................................70
Tabela 29: Evidenciação Das Subcategorias das “Outras Informações Ambientais “ .................71
Tabela 30 - Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Evidências ......................72
Tabela 31- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais” ..........................................73
Tabela 32- Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias/ Ano .......................74
Tabela 33- Tabela comparativa das sentenças classificadas por evidências / Ano .......................75
Tabela 34 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Evidências Declarativas/ Ano ...............................................................................................................................76
Tabela 35 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Evidências Monetárias/ Ano ................................................................................................................................78
Tabela 36- Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Evidências “Monetária/Não Monetárias” / Ano .................................................................................................82
Tabela 37- Tabela comparativa das sentenças classificadas por Tipos de Informações/ Ano .....83
Tabela 38 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Informações “Boas” / Ano .......................................................................................................................................85
Tabela 39 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Informações “Neutras”/ Ano ..................................................................................................................................87
Tabela 40 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Informações Ruins/ Ano ..........................................................................................................................................89
Tabela 41 - Tabela comparativa do total de Sentenças Identificadas/ Ano ..................................90
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Total de sentenças identificadas da categoria das “Políticas Ambientais” /Ano ........48
Gráfico 2 - Total de sentenças identificadas da Categoria de dos “Sistemas de Gerenciamento Ambiental” /Ano ................................................................................................................................51
Gráfico 3 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Impactos e Processos Ambientais” /Ano .............................................................................................................................55
Gráfico 4 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Políticas de Energia”/Ano .........58
Gráfico 5 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “ Educação e Pesquisa”/Ano .......61
Gráfico 6 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Crédito de Carbono”/Ano .........64
Gráfico 7 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Informações Financeiras Ambientais”/Ano ...............................................................................................................................67
Gráfico 8 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Outras Informações Ambientais”/Ano ...............................................................................................................................71
Gráfico 9 - Total de sentenças identificadas por Categoria/Ano ....................................................74
Gráfico 10 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Outras Informações Ambientais”/Ano ...............................................................................................................................76
Gráfico 11 - Total de sentenças identificadas como “Declarativas”/Ano ......................................77
Gráfico 12 - Total de sentenças identificadas como “Declarativas”/Categoria ............................77
Gráfico 13 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias”/Ano ........................................79
Gráfico 14 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias”/Categoria ..............................79
Gráfico 15 - Total de sentenças identificadas como “Não Monetárias”/Ano ................................81
Gráfico 16 - Total de sentenças identificadas como “Não Monetárias”/Categoria ......................81
Gráfico 17 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias/Não Monetárias”/Ano ............82
Gráfico 18 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias/Não Monetárias”/Categoria ..83
Gráfico 19 - Total de sentenças identificadas x Tipos de Informações/Ano ..................................84
Gráfico 20 - Total de sentenças identificadas como “Boa”/Ano .....................................................85
Gráfico 21 - Total de sentenças identificadas como “Boa”/Categoria ...........................................86
Gráfico 22 - Total de sentenças identificadas como “Neutra”/Ano ................................................87
Gráfico 23 - Total de sentenças identificadas como “Neutra”/Categoria ......................................88
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Gráfico 24 - Total de sentenças identificadas como “Ruins”/Ano..................................................89
Gráfico 25 - Total de sentenças identificadas como “Ruins”/Categoria ........................................90
Gráfico 26 - Total de sentenças identificadas/Ano ...........................................................................91
Gráfico 27 - Total de sentenças identificadas%/Ano .......................................................................91
Gráfico 28 - Média de evidenciação/Ano ..........................................................................................92
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TBL Triple Botton Line,
ISR Investimentos Socialmente Responsáveis
DJSGI Dow Jones Sustainability Group Index
RSC Responsabilidade Social Corporativa
DFP’s Demonstrações Financeiras Padronizadas
CELPE Companhia de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
CVM Comissão de Valores Mobiliários
IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
Com a publicação do relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento das Organizações das Nações Unidas em 1987, o qual enfatizou o
desenvolvimento sustentável de maneira a atender as necessidades das gerações atuais sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades
(DIAS, 2007), o meio acadêmico tem discutido o papel social das organizações através de
duas perspectivas distintas.
De um lado a economia clássica defende que as organizações existem para maximizar
valor para o acionista - expectativa dos shareholders. (FRIEDMAN,1970) Por outro lado, a
teoria dos stakeholders (FREEMAN, 1984) defende que as organizações existem para atender
as demandas de um grupo maior e mais abrangente de atores sociais, entre eles, os acionistas,
o corpo diretivo, o corpo funcional, o conjunto de fornecedores e clientes, os governos, entre
outros.
Diante deste cenário de mudanças, as organizações estão sendo desafiadas a participar
de debates e implantar uma nova forma de comportamento que entre em, convergência com as
dimensões econômica, social e ambiental no planejamento estratégico das empresas. Essa
nova postura denominada triple botton line (TBL), surge com um instrumento que tem seus
aspectos alinhados com a teoria dos stakeholders e aproveita os recursos do setor privado nos
imperativos sociais e econômicos sem comprometer o meio ambiente, aumentando o
rendimento econômico e criando valor para a empresa (ABREU et al, 2008).
Em consonância com essas mudanças, ao longo dos últimos anos, tem havido um
crescente interesse na área de Investimentos Socialmente Responsáveis (ISR) (VYVYAN, et
al. 2007). Alinhados a esse pensamento, diversos mecanismos de avaliação de investimentos
com essas características foram criados em escala mundial. Esses mecanismos, traduzidos na
forma de índices, têm em comum a avaliação de retornos financeiros, dos impactos sociais e
dos impactos ambientais causados pelas atividades da empresa (DIAS, 2007).
O primeiro índice criado nessa vertente foi o PAX World Fund, no ano de 1971, o qual
se caracterizava por evitar investimentos em empresas que tivessem alguma relação com
ações militares (PAX WORLD FUNDS, 2004; FOWLER e HOPE, 2007). Quase duas
décadas depois do PAX World Fund ter sido lançado, o Domini 400 Social Index, criado em
Maio de 1990 por Kinder, Lydenberg e Domini, tornou-se o primeiro índice de
sustentabilidade com perfil internacional (GUERARD, 1997a, b). No ano de 1999 foi criado o
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Dow Jones Sustainability Group Index – DJSGI, o qual vem se tornando uma referência na
elaboração de outros índices no mundo (DIAS, 2007).
No Brasil, em 2005, foi criado o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) que
consiste em um índice nos moldes do DJSGI e tem como objetivo propiciar um ambiente de
investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade
contemporânea e estimular a responsabilidade social corporativa, considerando aspectos de
governança corporativa e sustentabilidade empresarial (eficiência econômica, equilíbrio
ambiental e justiça social) (BOVESPA, 2005).
Diante deste novo cenário competitivo, a questão da boa imagem ambiental para as
grandes organizações, tem se tornado cada vez mais importante, indo inclusive além da
contribuição para a redução de custos (SHANKMAN et al 1999; MILES e COVIN, 2000;
TOMS, 2001). Essa boa imagem se tornou uma vantagem competitiva e é reconhecida por
muitos estudiosos (PORTER, 1980; TACHIZAWA, 2002) como importante no planejamento
estratégico das empresas.
De acordo com Abreu et al (2008), está cada vez mais evidente que dentre os agentes
envolvidos com as entidades, os acionistas estão cada vez mais interessados nas informações
que evidenciam a conduta ambiental da entidade. Dentro dessa realidade, inúmeros estudos
internacionais corroboram com o interesse que esses agentes têm com os investimentos
ambientais realizados pelas organizações (FEKRAT e PETRONI, 1996 ).
Sendo assim, a contabilidade surge e utiliza-se de sua função social no que diz respeito
às informações relativas aos impactos sociais e ambientais causados pelas entidades e é cada
vez mais frequente a busca dos usuários por informações socioambientais junto às empresas,
exigindo destas uma responsabilidade não só interna como também externa
(ALBUQUERQUE et al, 2007).
Contudo, no que concerne às informações de caráter ambiental, Nossa (2002, p. 86)
ressalta que “o disclosure ambiental pode ser feito de maneira obrigatória, quando exigido por
leis e regulamentos, ou voluntariamente, quando a evidenciação de informações é feita por
espontaneidade da empresa, mesmo que seja com base em diretrizes e orientações”.
No Brasil, a evidenciação ambiental não é obrigatória, mas existem algumas
recomendações para a sua divulgação, tais como o Parecer de Orientação n.º 15/87 da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o qual sugere uma nota no Relatório da
Administração quanto aos investimentos efetuados a favor do meio ambiente, a Norma de
20
Auditoria n.º 11, do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e a
Resolução n.º 1.003/04 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que aprova a NBC-T
15(GUBIANI, SANTOS E BUEREN, 2010.)
Por fim, a Lei de n° 6.404/76 não indica de forma explícita, mas recomenda que os
conteúdos do Relatório de Administração, notas explicativas e quadros suplementares
evidenciem informações ambientais (ABREU et al, 2008).
Considerando um cenário competitivo e de fortes pressões ambientais, cabe à empresa
adotar uma postura pró-ativa, de ações preventivas referentes à preservação do meio
ambiente, e não meramente de reação às imposições legais.
No Brasil, embora não haja essa obrigação, estudos mostram que já existem focos de
divulgação voluntária desse tipo de informação, conforme verificado pelas pesquisas: NOSSA
(2002), CALIXTO (2006) e ROVER et al. (2008).
As preocupações com a evidenciação das informações relacionadas às práticas
voltadas para o meio ambiente abrangem todos os segmentos econômicos. Em particular, esse
estudo volta-se para setor elétrico o qual se apresenta em situação estratégica para o
desenvolvimento nacional.
Neste sentido, de acordo com Rosa, Elssin e Santos (2011), promover o
desenvolvimento sustentável no setor elétrico significa atender as necessidade de dispor de
energia elétrica de acordo com o consumo em crescente expansão e ao mesmo tempo
desenvolver práticas responsáveis com o meio ambiente.
Para os mesmos autores isso significa dizer que alguns aspectos vitais estão atrelados a
essa expansão, tais como: crescimento econômico, qualidade de vida e impactos gerados no
meio ambiente. Por este motivo, práticas ambientais responsáveis para o setor de energia
elétrica são aquelas que possibilitem garantir a eficiência energética e minimizar ou eliminar
impactos ambientais provenientes da geração, transmissão e distribuição de energia.
1.1 Caracterização do Problema
A necessidade de conciliar o sistema econômico e ecológico é de fundamental
importância, pois os dois necessariamente interagem de forma constante (Ribeiro,2005). A
autora afirma ainda que a convivência pacífica entre esses sistemas é essencial, visto que
ambos são vitais para a sobrevivência da humanidade. Esses argumentos têm por base o
conceito de desenvolvimento sustentável, que segundo a Comissão Mundial sobre Meio
21
Ambiente e Desenvolvimento (1991) é “aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias
necessidades”.
Sendo assim, o conceito de “desenvolvimento sustentável” coloca o setor produtivo
em foco, como ator essencial para seu alcance e impõe aos formuladores de políticas públicas
a tarefa de adotar medidas que induzam o setor produtivo a estabelecer metas que estejam
inseridas neste novo conceito de desenvolvimento, no qual se busca o incremento e/ou a
manutenção da produtividade, acompanhada de indicadores de justiça social e de qualidade do
processo produtivo, do produto e das condições ambientais (BARATA, 1995).
Segundo Monteiro (2008), ao longo das últimas décadas a comunicação de caráter
ambiental tem despertado o interesse não só dos diferentes usuários da informação
(stakeholders), que cada vez mais exigem informação desta natureza para a tomada de
decisão, mas também dos investidores na área de Contabilidade Social e Ambiental, em
particular na linha de investigação de “Environmental disclosure”.
E diante da necessidade das empresas em manter sua legitimidade e eficiência, bem
como atrair novos recursos, as empresas devem satisfazer não apenas seus shareholders, mas
também os stakeholders que compõem seu ambiente social (FREEMAN,1984).
Ante o presente cenário, surge o setor elétrico que exerce um papel fundamental no
desenvolvimento de um país, e o Brasil apresenta diversidade geográfica favorável a muitas
formas de geração, sendo a hidráulica a mais explorada (ANEEL, 2007).
Diante da importância da temática e da relevância do setor a ser estudado, emerge o
seguinte questionamento: Houve uma evolução no nível de evidenciação das informações
de caráter ambiental da Celpe nos últimos 11 anos?
1.2 Justificativa
Com o crescimento da importância dada, mundialmente, às questões socioambientais,
destaca-se, cada vez mais, a necessidade das organizações comunicarem de forma consistente
e confiável, aos diversos stakeholders, o seu envolvimento neste campo (Castro, Siqueira e
Campos, 2009).
Em conformidade com esse assunto, Lins e Silva (2007) afirmam que o disclosure
representa um importante meio de comunicação sobre o desempenho de uma empresa aos
seus interessados: acionistas, credores, órgãos de supervisão e controle, governo, empregados.
22
De acordo com Rosa, Elssin e Elssin (2010) é por esse motivo que o disclosure possui papel
essencial na redução da assimetria de informação entre os gestores e aqueles que possuem
interesses na empresa, especialmente investidores.
Em resposta a esse movimento, houve o crescimento da demanda por avaliações das
posturas sociais e ambientais das empresas, o que resultou no aumento de índices que avaliam
a responsabilidade social corporativa, destinados tanto aos investidores quanto aos
consumidores. Essas avaliações ganharam tanta importância, que muitas companhias
designam especialistas para monitorar e comunicar seu desempenho social (MÁRQUEZ,
2005).
Diante do novo discurso disseminado na sociedade e impulsionado principalmente por
mudanças na lei de crimes ambientais brasileira, diversos autores da área contábil iniciaram
estudos sobre a busca de conceitos e participação dessa ciência na temática (CALIXTO,
BARBOSA e LIMA; 2007).
Esses estudos tiveram como cenário uma mudança na postura das empresas perante a
sociedade e a implementação de um conjunto de transformações que podem ser percebidas
com o intuito de atender aos desejos de clientes e, também nas ações de responsabilidade
socioambiental os quais, juntos, compõem uma matriz determinante do diferencial
competitivo (SANTANA, PÉRICO e REBELATTO, 2006).
Perante o exposto e diante das novas necessidades de evidenciação, este estudo torna-
se relevante por buscar traçar um panorama evolutivo do disclosure ambiental de uma
empresa do setor elétrico do nordeste ao passar de 11 anos.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
No intuito de solucionar a questão-problema da presente pesquisa, parametrizou-se,
como objetivo precípuo, delinear um panorama evolutivo dos níveis de evidenciação das
informações de caráter ambiental nas demonstrações financeiras padronizadas(DFP’s) de uma
empresa de capital aberto do setor elétrico de representatividade econômica e social na região,
a Companhia de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco (CELPE), do grupo Neoenergia.
1.3.2 Objetivos Específicos
Para subsidiar a consecução do objetivo geral da pesquisa, foi necessário estabelecer
os seguintes objetivos específicos:
23
• Analisar as informações ambientais divulgadas na DFPs da Celpe;
• Classificar as informações ambientais divulgadas DFPs em categorias;
• Classificar as informações das categorias em critério de evidências;
• Classificar as evidências de acordo com a tipologia informacional;
• Identificar quais tipos de informações ambientais foram mais divulgadas pelas DFPs.
24
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Responsabilidade Social Corporativa
A Responsabilidade Social possui um conceito amplo, no qual a empresa, preservando
seus compromissos de negócio, cria métodos, planos e incentivos, para que, interna e
externamente, consiga colaborar com as expectativas de equilíbrio e justiça da sociedade,
excedendo as funções que estão estabelecidas em lei e os próprios interesses inerentes aos
seus negócios (FISCHER, 2002).
A expressão Responsabilidade Social Corporativa (RSC) começou a ser discutida nos
anos 50, quando pela primeira vez foi questionado quais responsabilidades perante a
sociedade se deve esperar dos homens de negócios (BOWEN, 1953). Foi na década de 1960,
que a definição de Davis (1960) sobre RSC expandiu-se e assumiu contornos mais claros.
Nela, a Responsabilidade Social refere-se às decisões e ações, tomadas pelos homens de
negócios, por razões que vão além dos interesses econômicos e técnicos diretos. Nessa mesma
linha, McGuire (1963) afirmou que a utilização da Responsabilidade Social supõe que as
empresas não possuem apenas obrigações econômicas e legais, mas também
responsabilidades para com a sociedade.
Nos últimos anos essa discussão vem tomando força adquirindo variadas definições.
Para Wood (1991, p. 695) “a ideia básica de responsabilidade social corporativa é que o
negócio e a sociedade estão entrelaçados, ao invés de entidades distintas; a sociedade tem
certas expectativas para um comportamento empresarial apropriado e com resultados”. Nesse
sentindo são discutidas as ações de responsabilidade social corporativa (RSC) realizada pelas
empresas, as quais segundo Carrol (1979) “a RSC são as expectativas econômicas, legais,
éticas e discricionárias que a sociedade possui em relação às empresas em determinado
período de tempo.”
Recentemente, observa-se uma transformação no próprio conceito (MACEDO et al,
2007) anteriormente baseado na caridade e no altruísmo, e atualmente gerando uma
associação entre responsabilidade social e estratégia empresarial (SMITH, 1994).
Nesse sentido, Ashley et al. (2003) completam afirmando que a responsabilidade
social engloba toda e qualquer ação da empresa que possa contribuir para a melhoria da
qualidade de vida da sociedade.
25
Apesar da farta literatura existente, com indiscutível predominância de autores
estrangeiros, não houve uma consolidação sobre o conceito de RSC, mas há aspectos
genéricos que delineiam o seu significado (FILHO, 2002).
O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que
é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas
as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas,
concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais. (GRAJEW, 2000 apud
MELO; FROES, 2002).
A responsabilidade social, de acordo com D´Ambrósio (1998 apud MELO; FROES,
2002, p. 78), vem a ser a “decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na
região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrente do tipo de
atividade que exerce”.
A responsabilidade social está diretamente ligada aos seguintes fatores: consumo, pela
empresa, dos recursos naturais de propriedade da humanidade; e consumo dos capitais
financeiros e tecnológicos, utilizando a capacidade de trabalho que pertence a pessoas físicas,
integrantes daquela sociedade, e o apoio que recebe da organização do Estado, fruto da
mobilização da sociedade (MELO; FROES, 2001).
2.2 Mudanças Socioambientais
A necessidade de geração de uma maneira para lidar com os problemas causados pela
ação descontrolada das empresas em busca de riquezas sem se preocupar com a deterioração
da ecologia global causada, principalmente, pelo avanço do desenvolvimento econômico.
Surge assim o tema sustentabilidade (DIAS, 2007).
O agravamento dos problemas ambientais à escala mundial levou a uma crescente
conscientização da necessidade de conciliar desenvolvimento econômico e preservação
ambiental, duas questões que antes eram tratadas separadamente e que hoje se encontram
unidas numa só designação: desenvolvimento sustentável (ROQUE E CORTEZ, 2006).
A conscientização de que o desenvolvimento sem limites, em pouco tempo, poderia
gerar a degradação dos recursos naturais, além de produzir efeitos nefastos à biosfera,
somente começou a despertar efetivamente depois de alguns desastres ambientais ocorridos a
partir de 1930, como é o caso do acidente do Vale do Meuse, na Bélgica.
26
Com a publicação do livro Primavera Silenciosa, em 1962, que denunciava o
desaparecimento de pássaros em decorrência da poluição do ar, nos Estados Unidos, marcou-
se o início da conscientização social e política sobre as questões ambientais, colocando-se em
xeque o modelo de desenvolvimento até então existente (SANTOS,2007).
Ainda na década de 80 emerge uma necessidade de conscientização que os países
precisavam descobrir maneiras de promover o crescimento de suas economias sem destruir o
meio ambiente ou sacrificar o bem-estar das futuras gerações (SAVITZ& WEBER, 2007).
Por volta dos anos 80, a difusão dos conceitos de proteção ambiental começou a se
propagar no mundo inteiro. Foi o relatório da comissão Brundtland (1980) que pôs em
circulação a expressão desenvolvimento sustentável, após sucessivas denúncias de tragédias
ambientais no mundo (ALMEIDA, 2002).
A preservação do meio ambiente converteu-se em um dos fatores de maior influência
da década de 90 e com grande rapidez de penetração de mercado. Assim, as empresas
começam a apresentar soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e ao mesmo
tempo aumentar a lucratividade de seus negócios (ANDRADE; TACHIZAWA;
CARVALHO, 2002).
No Brasil, em 1986, houve a publicação da 1ª Resolução do Conama (Conselho
Nacional de Meio Ambiente). Já os anos 90, foram marcados pela Conferência Mundial de
Meio Ambiente ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, e pela edição da série ISO “International
Organization for Standardization” - (Organização Internacional para Normatização), a qual
impulsionou alterações expressivas tanto no mercado produtor quanto no consumidor no que
tange a conscientização da preservação ambiental (KRISGNER, 2002).
Uma conferência realizada em 1999 (The Eighth Annual Greening of Industry
Conference, Sustainability: Ways of Knowing / Ways of Acting), nos Estados Unidos,
salientou que o conceito de Desenvolvimento sustentável está se expandindo a partir da
inclusão de questões sociais às discussões sobre o tema (Rossi et al., 2000).
2.3 Sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade refere-se à utilização de recursos para atender às
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em atender às
suas próprias necessidades (CMMAD, 1988).
27
Para Leroy et al. (2002), a sustentabilidade pode ser entendida como o processo pelo
qual as sociedades administram suas condições materiais, redefinindo os princípios éticos e
sociopolíticos que orientam a distribuição de recursos naturais.
Segundo Fujihara (2003), sustentabilidade não é algo meramente acessório, mas sim
fundamental para a estratégia dos negócios de uma empresa. Não é apenas um conjunto de
políticas e procedimentos, é uma cultura, uma atitude; é fator estratégico e criação de valor a
longo prazo; é a ligação entre diversos fatores e, principalmente, é o deslocamento do
princípio de geração de lucro ao acionista à geração de valor para a sociedade como um todo,
é transparência dos seus valores intangíveis.
Com base nestes conceitos, foi criada pela SustainAbility a teoria dos três pilares do
desenvolvimento sustentável: ambiental, econômico e social denominado “Triple Bottom
Line”, o qual de acordo com Crawford (2002), também é conhecido como o modelo de gestão
dos três P’s: People, Planet e Profit, sendo:
a) People – pessoas direta e indiretamente envolvidas;
b) Planet – meio ambiente e impactos; e
c) Profit – retorno financeiro.
Os ideais do desenvolvimento sustentável envolvem mais valores que as preocupações
específicas, como a racionalização do uso da energia ou o desenvolvimento de técnicas
alternativas ou substitutivas do uso de recursos não-renováveis ou, ainda, o adequado manejo
de resíduos (OLIVEIRA,2004).
Para Abreu, Assata e Ribeiro (2009), é o reconhecimento de que a pobreza, a
deterioração do meio ambiente e o crescimento populacional são indissociáveis, e que
nenhum destes problemas pode ser resolvido de forma isolada, na busca de parâmetros
aceitáveis e onde a convivência do ser humano com o meio ambiente seja mais justa e
equilibrada.
As preocupações relativas ao meio ambiente que vêm sendo discutidas no mundo
inteiro decorrem da evidência de que atividades humanas de modo geral, empresas, governos
e indivíduos, não se preocupam com a preservação ambiental e essa preocupação é crucial
para existência das futuras gerações. (Maciel et al, 2009)
O conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável apoia-se na integração de
questões sociais, ambientais e econômicas, constituindo o tripé conhecido como triple-bottom
28
line. Embora as organizações em um sistema capitalista sejam as responsáveis finais pela
questão do desenvolvimento sustentável, estas só terão sucesso em suas estratégias se
discutirem seus impactos com os stakeholders (ALMEIDA, 2002). Sem a ênfase no
crescimento e desenvolvimento sustentável, as organizações e países não conseguirão se
manter ao longo do tempo (ROSSI et al., 2000).
Conforme Dias (2006, p. 69), “o agravamento das condições ambientais provocou ao
mesmo tempo aumento da consciência dos cidadãos sobre a importância do meio ambiente
natural”. Além disso, relata que as empresas são responsáveis indiretas pelo crescimento do
interesse pelo meio ambiente, devido ao fato de serem as causadoras dos principais impactos
ambientais que despertaram a conscientização da sociedade quanto a esses problemas.
2.4 Os reflexos na postura empresarial
A sustentabilidade obrigou que as empresas no ambiente de negócio passassem a ter
uma gestão comprometida em promover o crescimento e gerar lucro com melhor e maior
inclusão social, sem causar danos aos seres vivos e sem destruir o meio ambiente
(BASSETTO,2007, p. 31)
Para Barszcz (2007, p. 16) “uma vez que as ações voltadas ao desenvolvimento
sustentável condicionam a sustentabilidade empresarial, passaram a ser pauta da gestão
estratégica das empresas, norteando o desenvolvimento de objetivos, políticas e missões
empresariais”. Diante das novas preocupações, as empresas que buscam a sustentabilidade
empresarial, passaram a focar não somente os objetivos econômicos, mas também ambientais
e sociais, visando às necessidades das gerações e as suas próprias.
Seguindo uma tendência mundial, observa- se a preocupação das empresas nacionais
na divulgação de informações relacionadas com o meio ambiente e o bem estar da sociedade
(ELIAS, 2008).
Diante disso, as companhias passaram a incorporar a sustentabilidade em seu plano
estratégico, evidenciando em seus relatórios as questões ambientais, adotando sistemas de
gestão ambiental e investindo em procedimentos que reduzam os impactos que sua atividade
causa ao meio ambiente (ROVER, BORBA & BORGERT, 2008).
Alertando a necessidade da importância da questão ambiental para as empresas,
Ribeiro (2006, p. 155) comenta que “tornou-se importante pela sua magnitude dos efeitos
danosos ao meio ambiente e à sociedade pelas empresas [...]. Assim sendo, tornou-se
29
elemento indispensável na gestão estratégica de empresas consideradas potencialmente
poluidoras” (COSTA, VOESE E ROSA, 2009).
Seguindo este mesmo pensamento a respeito da perspectiva para uma melhor
sociedade, Rovere, Andrade e Barata (2006, p. 05) comentam: É ao cenário da
Sustentabilidade que desejamos chegar, mas estamos vivendo no mundo de referência,
semelhante ao mundo convencional, o qual é controlado pelas forças de mercado e pelas
forças políticas. É neste contexto que os profissionais de contabilidade podem ser
considerados agentes de mudança para ajudar a conduzir essas forças e construir um mundo
melhor. Seu apoio seria fundamental para estimular as iniciativas de adoção da eco eficiência
e a aplicação das normas ambientais nas atividades empresariais
Atualmente, a visão ambientalista da sustentabilidade, não por acaso, também emergiu
com o passar dos anos, da consciência sobre as novas fontes de geração de riquezas – todas
elas relacionadas com o capital social e o capital humano de um povo. Informação e
conhecimento são condições básicas para o ciclo de prosperidade que o século vigente
prenuncia. Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável nada mais é do que a política de
defesa e acumulação desse capital que constitui a nova riqueza das nações (ANDRADE,
2003).
Donaire (1995, p.21), corrobora afirmando que a responsabilidade social é
fundamentalmente um conceito ético que envolve mudanças nas condições de bem-estar e
está ligada às dimensões sociais das atividades produtivas.
Entretanto, enquanto não se atingir uma adequada consciência ambiental, serão
necessárias exigências ambientais mais rígidas tanto por parte dos órgãos internacionais,
quanto pelos governos locais, sob pena de tais avanços restarem sufocados por interesses
estritamente financeiros (ALVIM, 2007).
As tecnologias ambientais contribuem para a inovação tecnológica, criando, inclusive,
novos empregos mais qualificados (UE, 2007), ou seja, novos padrões tecnológicos tendem
não somente a impedir danos ao meio ambiente, mas também, colaborar para uma qualidade
de vida nos moldes da sustentabilidade como é o caso do uso da biotecnologia na produção de
alimentos mais seguros para o homem e com menor agressão ao meio ambiente.
As lições de Thomas Kuhn, apud Filho (2002), as revoluções políticas iniciam-se com
um sentimento crescente, com frequência restrita a um segmento da comunidade política de
que as instituições deixaram de responder adequadamente aos problemas postos por um meio
30
que ajudaram em parte a criar. Para o mesmo autor, as revoluções ocorrem justamente quando
certos paradigmas deixam de oferecer soluções plausíveis para os problemas que até então
eram por eles resolvidos. É nesse passo que, com otimismo, lentamente se caminha.
Um marco na normalização ambiental foi à criação da norma britânica BS 7750,
publicada em 1992. A partir dela diversas outras normas foram elaboradas em outros países.
No âmbito da International Standardization Organization - ISO foi criado um grupo de
assessoria para estudar as questões decorrentes da proliferação de normas ambientais e seus
impactos sobre o comércio internacional. Esse grupo recomendou a criação de um comitê
específico para a elaboração de normas sobre gestão ambiental.
A certificação de gestão ambiental (ISO 14001) certifica os produtos pelo impacto
ambiental com base na avaliação do ciclo de vida (ACV), e as demais normas da série ISO
14000, que abordam a problemática ambiental de forma integrada, exigem o atendimento a
requisitos ambientais, preveem o aprimoramento contínuo das soluções, colocam diretrizes
tanto para o gerenciamento da organização como para a avaliação de seus produtos,
reconhecem como partes interessadas funcionários, acionistas, seguradoras, clientes,
consumidores, ambientalistas e públicos em geral, e fornecem base normalizada à certificação
na qual estão embutidos tanto os aspectos comerciais como os de qualidade ambiental.
(FILHO, 2002)
A norma ISO 14001 foi publicada em setembro de 1996, compreendendo
especificações normativas acordadas internacionalmente e estabelecendo critérios de gestão
ambiental compatíveis com um sistema de gerenciamento voltado à viabilidade da produção
ecologicamente correta e à indução de uma cultura participativa baseada na aprendizagem
organizacional, na disseminação de valores ambientais e na sustentabilidade dos recursos
naturais (MAIMON, 1999; VALLE, 1996; D’AVIGNON, 1996; E SCHERER, 1998).
Para Donaire (1999, p.108), os programas de gestão ambiental “estabelecem
atividades a ser desenvolvida, a sequência entre elas, bem como quem são os responsáveis
pela sua execução”. A partir dessa acepção, pode-se inferir que a gestão ambiental tem se
apresentado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer
empreendimento. Valle (1996), conclui afirmando que a gestão ambiental é um conjunto de
ações e procedimentos bem delineados e adequadamente aplicados, a qual visa à redução e o
controle dos impactos gerados por um empreendimento no meio ambiente.
No que tange às vantagens da empresa, Maimon (1999, p.72) afirma que “em termos
31
organizacionais, os parâmetros relacionados ao meio ambiente passam a ser levados em conta
no planejamento estratégico, no processo produtivo, na distribuição e disposição final do
produto”. O mesmo autor descreve as cinco etapas sucessivas e contínuas para a implantação
do Sistema de Gestão Ambiental, que são: Política Ambiental da Organização; Planejamento;
Implantação e Operação; Monitoramento e Ações Corretivas; e Revisões no Gerenciamento.
Assim, atualmente, o exercício da responsabilidade social corporativa está associado à
noção de sustentabilidade, na medida em que visa conciliar as esferas econômica, ambiental e
social na geração de um cenário compatível à continuidade e à expansão das atividades das
empresas, no presente e no futuro (UTTING, 2000).
Expressa a adoção e a difusão de valores, condutas e procedimentos que induzam e
estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos empresariais, para que também resultem
em preservação e melhoria da qualidade de vida das sociedades, do ponto de vista ético, social
e ambiental. Empresas socialmente responsáveis estão melhor preparadas para assegurar a
sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sincronizadas com as novas
dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial(SENHORAS, 2006).
Conforme a definição do World Business Council for Sustainable Development, a
“responsabilidade social empresarial é o compromisso das empresas no sentido de contribuir
para o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando com os empregados, suas
famílias, a comunidade local e a sociedade como um todo, para melhorar sua qualidade de
vida.” (WBCSD, 2000).
O valor e a reputação da marca somada ao perfil de risco e a atratividade para os
clientes impulsiona o valor da empresa para os acionistas (HOLLIDAY, SCHMIDHEINY e
WATTS, 2002). Conforme estudo apresentado pelos autores, nos mercados financeiros,
empresas com índice de sustentabilidade apresentaram desempenho superior ao índice global
da Dow Jones, reforçando a percepção de que a integração de fatores críticos de sucesso de
natureza econômica, ambiental e social na estratégia de negócios pode resultar em vantagem
competitiva.
Reputação se constrói sobre intangíveis, como confiança, qualidade, consistência,
credibilidade, relacionamentos e transparência, assim como se constrói com investimentos em
pessoas, na diversidade, no meio ambiente (SustainAbility et al., 2001, apud HOLLIDAY,
SCHMIDHEINY e WATTS, 2002, p.213).
32
2.5 Contabilidade Ambiental
A relação entre meio ambiente e contabilidade surgiu quando as empresas passaram a
se preocupar com a imagem negativa gerada pelo uso dos recursos naturais, oriundos das suas
atividades operacionais, sem a respectiva reposição dos mesmos (BEUREN,CUNHA e
SOUZA 2006).
Nas empresas busca-se a maximização dos resultados e a minimização dos custos,
todavia, em algumas delas, também há a preocupação de atender as novas necessidades do
mercado competitivo exigindo dos empresários uma gestão socialmente responsável com o
objetivo final de valorizar suas empresas no mercado (ALBERTON, CARVALHO E
CRISPIM, 2004.)
Diante desse contexto, a contabilidade emerge e se utiliza da definição de poder ser
considerada como um sistema, cujo principal objetivo é fornecer informações úteis a seus
usuários, de forma a apoiá-los na avaliação e na tomada de decisão econômica e financeira.
Para tanto, trata de identificar, medir, registrar e comunicar os eventos econômicos de uma
empresa, sendo considerada uma linguagem de negócios. (FRANCO, 1997).
Sendo assim, a informação contábil desempenha um papel fundamental na
administração do conflito de interesses e na redução da assimetria informacional existente
entre gestores e investidores (CUNHA e RIBEIRO, 2008).
Dessa forma, a importância da contabilidade ambiental começa a vigorar quando os
problemas ambientais passam a preocupar os gestores e a sociedade, devido à necessidade de
mais informações objetivas sobre o meio ambiente. Mas, inicialmente, os contadores não
eram bem preparados para esse assunto. (ALBERTON,CARVALHO E CRISPIM, 2004)
Segundo Paiva (2003, p. 17) “A Contabilidade Ambiental pode ser entendida como a
atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração
de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de
decisões”.
Destaca-se ainda que a divulgação é de cunho essencial para avaliar as oportunidades
de investimentos auxiliando os investidores a alocarem seus recursos da forma mais eficiente
dentre as diversas opções que o mercado oferece (BUSHMAN e SMITH ,2003).
33
Diante disso, de acordo com Cunha e Riberio (2008), a divulgação constitui uma
ferramenta importante para que uma empresa se diferencie das demais na forma de apresentar
seu desempenho, suas estratégias e diferenciais competitivos.
E é diante desta afirmação que a contabilidade contribui por ser um elo de ligação
entre a empresa e a sociedade, devendo evidenciar as medidas adotadas e os resultados
alcançados pela empresa no processo de proteção, preservação e recuperação do meio
ambiente (BEUREN,CUNHA e SOUZA, 2006).
O principal grupo ao qual se destinam as informações contábeis são os acionistas,
investidores e credores. Esses dados podem ser divulgados através das demonstrações
financeiras, e dados complementares como as notas explicativas, entre outros (CALIXTO,
BORBA e LIMA, 2007).
Porém Hendriksen e Breda (1999) lembram que, além dos acionistas, investidores e
credores, existem outros interessados nas informações da empresa. Entre eles estão,
funcionários, clientes, fornecedores, governo, e a sociedade em geral.
É valido ressaltar que ao prestar contas de suas ações, as empresas visavam
principalmente melhorar sua imagem perante consumidores e investidores, fato que as levou a
concluir que apenas produzirem a preço justo e qualidade adequada não seria mais a única
justificativa de sua existência perante a opinião pública (CUNHA E RIBEIRO,2008).
2.6 Disclosure ambiental
Atualmente vivemos na sociedade do conhecimento, em que as informações são
recursos valiosos, e o ambiente apresenta-se de maneira dinâmica, fazendo com que “o
contexto econômico-social atual reflita um ambiente onde se processam mutações periódicas
na organização empresarial” (WINCKLER, 2005, p. 15).
Esse ambiente mutável, principalmente no contexto organizacional, ocorre “devido à
volatilidade e dinamismo do mercado de capitais em todo o mundo, o processo de divulgação
das informações sobre a gestão, os usuários externos, é fator preponderante para a
sobrevivência das empresas” (GALLON, 2006, p. 18).
Eis que surge o papel da contabilidade, e este está relacionado aos objetivos
qualitativos da informação contábil, objetivos tais como compreensibilidade,
relevância/materialidade, confiabilidade e comparabilidade, permeando todo o sistema da
34
contabilidade e confundindo-se com os próprios objetivos da ciência contábil (QUINTEIRO e
MEDEIROS, 2005, p. 2).
No entendimento de Paiva (2003, p. 17), A contabilidade ambiental pode ser entendida
como a atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e
geração de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas
de decisões.
Para Winckler(2005, p. 15) a evidenciação de informações dessa natureza proporciona
maior e melhor visibilidade das empresas quanto a suas ações não contempladas em
demonstrações legalmente exigidas. Aquino e Santana (1992, p. 1) asseguram ainda que para
que haja a evidenciação é necessário uma divulgação com clareza, onde se compreende de
imediato o que está sendo comunicado.
Para Iudícibus (2000) o padrão de divulgação pode ser subdividido em três níveis: (a)
divulgação adequada; (b) divulgação justa; (c) divulgação completa, contudo toda e qualquer
informação divulgada deve ser adequada, justa e plena, ao menos em relação ao detalhe que
está sendo evidenciado.
O sentido da evidenciação é que a informação que não for relevante deve ser omitida,
a fim de tornar os demonstrativos contábeis significativos e passíveis de pleno
entendimento(NASCIMENTO et al ,2009)
Dantas, Zendersky e Niyama (2004) ressaltam que a empresa, para alcançar o maior
nível de transparência pleiteada com o disclosure, deve divulgar informações qualitativas e
quantitativas que possibilitem aos usuários formarem uma compreensão das atividades
desenvolvidas e dos seus riscos, cumprindo aspectos de tempestividade, detalhamento e
relevância indispensáveis.
Quanto à evidenciação de informações ambientais nos relatórios contábeis, de um
modo geral, as empresas brasileiras utilizaram o relatório da administração e a maior parte das
informações divulgadas são de natureza qualitativa, sem muita clareza, padrão e consistência,
como verificaram diversos autores (SANTOS et al. 2001; NOSSA, 2002; PAIVA, 2003;
CALIXTO, 2004.
No Quadro 1, está descrito quais as informações a evidenciação ambiental implica em
responder:
35
Quadro 1- Perguntas as quais a informação ambiental devem responder
Perguntas as quais a informação ambiental deve responder
O quê todas as informações relativas aos eventos e às transações envolvidos com a questão ambiental;
Como com o grau de detalhamento exigido pela relevância dos valores e da natureza dos gastos, relativos à interação da empresa com o meio ambiente;
Quando o registro contábil deverá ser feito no momento em que o fato gerador ocorrer, ou no momento em que houver informações adicionais e complementares;
Onde As demonstrações contábeis e nas notas explicativas, dependendo da extensão e da natureza das informações a serem prestadas.
Fonte: Adaptado de Ribeiro (2005, p. 108),
Ainda segundo Ferreira (2003, p.108), “as notas explicativas podem ser o meio ideal
para explicitar como esses cálculos foram feitos e também para esclarecer os investimentos
em prevenção, recuperação e reciclagem de material”.
Por fim, Salotti (2005, p.70) discorre sobre a possível relação positiva entre o nível de
divulgação de informações voluntárias e o nível passado de divulgação, principalmente
devido a dois motivos:
��redução nos custos de divulgação pela divulgação anterior;
��uma força imposta pelo mercado às empresas que divulgaram informações
voluntárias em períodos anteriores (se quem já divulgou não o fizer novamente, essa
informação pode ser entendida pelo mercado como adversa), que reavalia suas expectativas e
os preços das ações.
2.7 Pesquisas Empíricas sobre Disclosure Ambiental
Com base nesse cenário que pouco estimula, incentiva e conduz a pesquisa empírica
em contabilidade ambiental, outros autores da literatura contábil criticam a falta de
padronização na evidenciação contábil da variável ambiental, além da necessidade de
auditoria contábil dessas informações, e que ela seja feita por empresa de auditoria
independente. (BERGAMINI JUNIOR, 2000; NOSSA, 2002 e PAIVA, 2003).
36
Pode-se dizer, desta forma, que uma empresa socialmente responsável é aquela que
valoriza o relacionamento com todos os stakeholders associados direta ou indiretamente ao
negócio da empresa, incorporando os interesses destes no planejamento de suas atividades.
A relação entre a performance ambiental e financeira das empresas tem sido, nos
últimos anos, e continua a ser, tema de intenso debate. Alguns autores consideram que as boas
praticas de gestão ambiental e os investimentos conducentes a uma melhor performance
ambiental são benéficos para a empresa assim como para a sociedade(Roque e Cortez , 2006)
Para Rover, Alves e Borba (2005) afirmam baseados em autores internacionais, ficar
claro que a evidenciação ambiental expõe que os direitos e obrigações da empresa estão sendo
administrados para realçar o atendimento dos direitos da sociedade (CASTELO; ERESA
2008; RAHAMA, LAWRENCE, ROPER, 2004; HASSELDINE; SALAMA; et AL, 2005;
CORMIER; GORDON; MAGMAN, 2004; de VILLIERS; STADEN, 2006).
Ao que concerne no que evidenciar sobre o quesito ambiental em relatórios
financeiros, Grossman e Milgron (apud FEKRAT e PETRONI, 1996) defendem a total
evidenciação das informações. Porém os mesmos afirmam que, na ausência ou falta de
transparência de informações, os investidores depreciam o valor da firma. Os autores vão
mais longe e declaram que, em um ambiente competitivo, as empresas tenderiam a concorrer
entre si quanto à evidenciação, evitando ser alvo de conseqüências associadas à omissão de
informações. Contudo, Abreu et al(2008) afirmam que essa lógica traz custo para as empresas
e ao mesmo tempo incentiva o disclosure.
Para Rover et al(2008) o cenário nacional de pesquisas ainda é embrionário, porém já
existem estudos realizados com achados relevantes.
Destacou algumas pesquisas que tratam do tema divulgação de informações
ambientais como achados interessantes, assim como descritos no Quadro 2 logo abaixo.
Quadro 2- Pesquisas que tratam do tema divulgação de Informações Ambientais
REFERÊNCIA PROBLEMA DE PESQUISA RESULTADOS
(CALIXTO; LIMA; BARBOSA, 2007)
Divulgação de informações ambientais por meio de relatórios financeiros vs na internet e por setor
Internet ganha de documentos financeiros
Siderurgia e Saneamento são os setores que
mais evidenciam
(ROVER; ALVES; BORBA, 2008)
Divulgação de informações ambientais por meio de relatórios no padrão CVM vs SEC.
Os achados foram Inconsistência.
(MURCIA; ROVER; Quais fatores explicam o disclosure ambiental das empresas brasileiras pertencentes a
Os fatores, tamanho, empresa de auditoria e participação no ISE são
37
FÁVERO; LIMA, 2008) setores de alto impacto ambiental? significantes.
FIÓRIO; NOSSA; COSTA;PEREIRA; NOSSA, 2008)
Quais foram os tipos de informes utilizados pelas empresas de telecomunicações do Brasil para evidenciação das práticas de responsabilidade social em 2004?
Não há uniformidade e utilizam as notas explicativas, relatório da administração, balanço social padrão e/ou relatório próprios.
(CUNHA; RIBEIRO, 2006)(CUNHA; RIBEIRO, 2008)
Que motivos levariam as companhias negociadas no mercado de capitais brasileiro a divulgar voluntariamente informações de natureza social?
Associação positiva entre divulgação voluntária e nível de governança corporativa, desempenho e tamanho.
Fonte: Vellani(2009)
No que toca a evidencia empírica, haja uma variedade de estudos desenvolvidos com o
intuito de averiguar a natureza da relação entre a performance ambiental e financeira das
empresas. Contudo, existe alguma disparidade entre os mesmos no que respeita: (1) a
metodologia usada para averiguar a existência de tal relação; (2) as medidas utilizadas para
avaliar a performance ambiental; (3) as medidas utilizadas para avaliar a performance
financeira; (4) ao tipo de evidencia encontrada.(ROQUE E CORTEZ,2006).
38
3. METODOLOGIA
O conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o
objeto, podendo-se dizer que essa é uma relação de apropriação. Sendo assim, a metodologia
resulta de um conjunto de procedimentos a serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do
conhecimento (Ponte el al, 2007).
De acordo com os autores anteriormente citados, a pesquisa científica desenvolve-se
mediante utilização dos conhecimentos disponíveis, métodos, técnicas e outros procedimentos
científicos, que vão desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação
dos resultados.
Visto através dos objetivos, o presente trabalho pode ser classificado como descritivo,
pois procura determinar status, opiniões ou projeções futuras nas respostas obtidas.
Este estudo classifica-se como uma pesquisa documental direta que de acordo com Gil
(2008), guarda estreitas semelhanças com a pesquisa bibliográfica. A principal diferença entre
as duas é a natureza das fontes: na pesquisa bibliográfica os assuntos abordados recebem
contribuições de diversos autores, na pesquisa documental os materiais utilizados geralmente
não receberam ainda um tratamento analítico.
Diante das diversas dimensões de classificação metodológica de um estudo, esta
pesquisa pode ser classificada quanto a sua natureza como qualitativa.
Contudo, os resultados da pesquisa foram analisados através de gráficos, tabelas e
quadros, pois de acordo com Martins e Theóphilo (2007) é descabido o entendimento que
possa haver pesquisa exclusivamente qualitativa ou quantitativa, visto que a investigação
científica contempla ambas.
3.1 Procedimentos Técnicos de Coleta de Dados
As técnicas utilizadas para a obtenção de informações são bastante diversas, contudo,
este estudo utilizou-se da Desenvolvimentista, que é o tipo de pesquisa que procura
investigar as mudanças de comportamento que ocorrem através dos anos (SILVA E
MENEZES, 2001).
De acordo com os mesmos autores, ainda se pode ter abordagens distintas, podendo
ser de caráter longitudinal ou transversal, pois a pesquisa desenvolvimentista busca obter
informações sobre a interação entre crescimento e maturação e de variáveis de aprendizagem
39
e desempenho. Diante dessa classificação este estudo tem caráter longitudinal, pois os
mesmos sujeitos são estudados sobre um período determinado de anos.
3.2 Coleta de Dados
O presente trabalho analisou as Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFP’s), que
compreendem o Relatório da Administração, as Demonstrações Contábeis, as Notas
Explicativas e parecer dos auditores independentes, mesmo não sendo as mesmas os únicos
meios de divulgação desse tipo de informação.
Para Ponte e Oliveira (2004) as informações divulgadas nas demonstrações contábeis
tradicionais parecem não mais atender às necessidades dos usuários, tornando-se
indispensável à evidenciação de informações suplementares através das Notas Explicativas e
do Relatório da Administração.
O Relatório da Administração apresenta linguagem menos técnica e “representa um
necessário e importante complemento às demonstrações contábeis publicadas por uma
empresa, em termos de permitir o fornecimento de dados e informações adicionais que sejam
úteis aos usuários em seu julgamento e processo de tomada de decisões” (FIPECAFI,2000, p.
398).
Neste sentido, tal como Rover et al (2008) justifica-se a escolha das DFP’s por duas
premissas fundamentais: relevância e comparabilidade. De acordo com esses autores, a
relevância resulta da importância das Demonstrações Financeiras no processo de
comunicação entre a empresa e seus stakeholders e, também, na formação de contratos. A
comparabilidade emerge da obrigatoriedade de todas as empresas enviarem as DFP’s à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enquanto que apenas algumas empresas divulgam
relatórios específicos.
Esta pesquisa utilizou-se de um estudo documental direto e teve como objeto de
análise as DFP’s de uma empresa do setor elétrico da região nordeste do Brasil disponíveis no
sítio eletrônico da empresa, sendo as mesmas dos anos 2001 até 2011
3.3 Amostra
Assim como Nossa(2002) e Salomone & Galluccio (2001), este estudo optou pela
escolha de um setor de atividade para fazer sua análise, porém focou-se na análise numa série
temporal relevante de uma única empresa, devido à falta de uniformidade nos elementos da
amostra.
40
Sendo assim, para o desenvolvimento deste estudo, utilizou-se intencionalmente, como
amostra, uma empresa do setor elétrico do nordeste, a qual tem suas ações negociadas em
bolsa de valores, uma empresa de capital aberto do setor elétrico de representatividade
econômica e social na região nordeste, a Companhia de Energia Elétrica do Estado de
Pernambuco (CELPE), do grupo Neoenergia.
Para Rosa, ELssin e Elssin(2010) justifica-se utilizar empresas do setor elétrico como
amostra por pelo menos três motivos:
Quadro 3 - Motivos para escolha do setor elétrico
MOTIVOS DESCRIÇÃO
LEGAL O setor elétrico é um dos que possui maior controle legal de evidenciação ambiental, justificando assim, sua relevância.
ECONÔMICA E SOCIAL Importância do setor elétrico para o desenvolvimento econômico e social do país.
AMBIENTAL O setor gera impactos ambientais (Conforme Lei n◦ 10.165, de 27 de dezembro de 2000).
Fonte: Adpatado de Rosa, ELssin e Elssin(2010)
Castro, Siqueira e Macedo(2009), também listam em seu trabalho outras justificativas
que alicerçam a escolha por empresas do setor elétrico a serem estudadas, sendo as mesmas
embasadas no estudo de (LINS e OUCHI, 2007). Dentre as justificativas destacam-se:
(a) a grande interferência de suas empresas no meio ambiente;
(b) os impactos de suas atividades sobre o bem estar da sociedade;
(c) sua relevância econômica para os países;
(d) o seu envolvimento no tema da responsabilidade socioambiental.
3.4 Tratamento dos Dados Coletados
De acordo com Nossa(2002), ao contrário do que acontece em uma pesquisa
quantitativa, a análise das respostas foi feita no decorrer da execução da análise de conteúdo e
principalmente na redefinição de algumas categorias.
Para a consecução da análise, foi utilizada a análise de conteúdo dos demonstrativos
financeiros padronizados a fim de identificar as informações de caráter ambiental e classificá-
las, que de acordo com Berelson (1952) e Bardin (1977), esta é uma técnica de pesquisa para
uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto de uma
comunicação, a qual visa obter através de procedimentos sistemáticos e objetivos a descrição
41
do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam inferir
conhecimentos relativos às condições de produção e recepção dessas mensagens.
Bauer & Gaskell (2002) afirmam ainda que a análise de conteúdo é apenas um dentre
os vários tipos de análise de texto desenvolvido dentro das ciências sociais. Embora as
maiores partes das análises clássicas de conteúdo terminem em descrições numéricas
(contagem) de algumas características encontradas nos textos, deve-se dispensar considerável
atenção aos “tipos” e “qualidades” daquilo que é encontrado, antes que qualquer quantificação
seja feita.
Porém, a análise de conteúdo ainda é pouco utilizada nas pesquisas contábeis de
maneira geral, mas é facilmente encontrada na literatura de contabilidade ambiental pesquisas
que buscaram examinar e medir o disclosure ambiental e social, as quais se utilizaram dessa
técnica (Nossa, 2002).
Após a coleta, foi feita uma tabulação dos dados em uma grade de análise com auxílio
do software Excel 2010, e em um segundo momento foi feita uma apreciação dos dados
obtidos na pesquisa.
Sendo assim, como proposto pelo mesmo autor, os dados foram apresentados de
maneira descritiva, utilizando-se da quantificação.
3.5 Instrumentos de Análise
Assim como descrito por Nossa(2002), para a utilização da técnica de análise de
conteúdo, necessita-se, no entanto, de um planejamento e de uma estruturação prévia. Pois de
acordo com Milne & Adler (1999, p.253) apud Nossa(2002), não existem regras ou padrões
mínimos universais que possam ser adotados para a confiabilidade da análise de conteúdo de
disclosure ambiental e social. Porém, o pesquisador necessita entender as ferramentas que ele
está usando.
Segundo os mesmos autores anteriormente citados, quanto maior o refinamento na
avaliação do disclosure ambiental, maior a confiabilidade dos resultados.
Nos casos em que apenas é verificada a existência ou não de evidenciação em
determinada categoria, o estudo reflete apenas a taxa de incidência no relatório,
empobrecendo o resultado da avaliação(NOSSA, 2002).
42
3.5.1 Categorias e Subcategorias
Para que haja a classificação das informações quantitativas e qualitativas divulgadas,
fez-se necessário adotar uma classificação. Para isso o presente estudo utilizou-se do
arcabouço desenvolvido e aplicado por Rover et al (2008) em empresas brasileiras
pertencentes a setores de alto impacto ambiental.
Essa classificação foi criada baseada em estudos realizados por Gray, Kouhy e Lavers
(1995), Hackston e Milne (1996), Nossa (2002), Lima (2007) e Yusoff, Lehman e Nasir
(2006), Rover et al. (2008).
E de acordo com Freitas e Janissek (2000, p. 46), as categorias são o coração da
análise de conteúdo e podem ser definidas como “rubricas significativas em função das quais
o conteúdo será classificado e eventualmente quantificado”.
Sendo assim, logo abaixo se encontra no Quadro 4 o modelo conceitual para a
categorização dos dados.
Quadro 4 - Classificações das Categorias da Informação Ambiental
Categorias Evidenciação das subcategorias ambientais
Políticas Ambientais Declaração das políticas, práticas, ações atuais e futuras; estabelecimento de metas; obediência normas e leis; premiações; participações em índices ambientais (sustentabilidade).
Sistemas de Gerenciamento Ambiental
Certificação ambiental (ISOs 9000 e/ou 14.000, EMA etc.); auditoria ambiental, descrição das práticas de gestão ambiental.
Impactos dos Produtos e Processos
Desperdícios; resíduos; processo de acondicionamento; reciclagem; desenvolvimento de produtos ecológicos; impacto na área de terra utilizada; odor; reutilização da água; vazamentos e derramamentos; reparo a danos ambientais.
Energia Conservação e/ou utilização mais eficiente nas operações; utilização de materiais desperdiçados; aumento da eficiência energética; preocupação com falta de energia; desenvolvimento de novas fontes.
Educação e treinamento ambiental (internamente e/ou comunidade); pesquisas.
Mercado de Créditos de Carbono
Projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL); créditos de carbono; emissão de gases do efeito estufa (GEE); certificados de emissões reduzidas (CER).
Outras Informações Ambientais
Menções sobre sustentabilidade; gerenciamento de florestas; conservação da biodiversidade; relacionamento com stakeholders.
Fonte: Adaptado de Rover et al (2008)
43
3.5.2 Tipos de Evidências
O tipo de disclosure pode ser definido como a maneira pela qual a informação é
apresentada nos relatórios (Nossa, 2002).
Assim como Rover et al (2008), após a categorização são necessários critérios para
analisar os tipos de evidenciação das informações ambientais. Os referidos autores
embasaram sua classificação em um arcabouço internaciona elaborado por Gray, Kouhy e
Lavers (1995a), que dividem a análise das informações em dois grandes grupos: evidência
(evidence) e notícia (news), sendo assim, como forma de alicerçar o presente estudo em
procedimentos metodológicos robustos, o mesmo será realizado nesta pesquisa.
Neste sentido de acordo com Hackston e Milne, 1996; Salomone e Galuccio, 2001;
Nossa, 2002; Gray; Kouhy e Lavers, 1995a; Rover et al 2008, as evidências acerca da
informação ambiental podem ser classificadas em quatro unidades de registro dinstintas:
Quadro 5 - Classificação das Evidências Ambientais
Tipos das Evidências Evidências
Declarativa Informação qualitativa expressa em termos descritivos;
Quantitativa não monetária
Informação quantitativa expressa em números de natureza não-financeira;
Quantitativa monetária: Informação quantitativa expressa em números de natureza financeira;
Quantitativa monetária e não monetária
Informação quantitativa expressa em números de natureza financeira e não-financeira;
Fonte: Adaptado de Rover et al(2008)
3.5.3 Tipos de Informação
De acordo com Nossa (2002), muitos dos trabalhos que analisaram o conteúdo dos
relatórios financeiros e ambientais, procederam a uma classificação da qualidade da
informação evidenciada, a qual foi denominada de caracterização da informação.
Por fim, no que concerne aos tipos de informações, Rover et al(2208) embasados em
Gray, Kouhy e Lavers (1995a) recomendam a utilização de três características distintas:
44
Quadro 6 - Classificação das Informações Ambientais
Caracterização da Informação Ambiental
Informações
Informação boa declarações que reflitam crédito para a companhia
Informação ruim declarações que reflitam descrédito para a companhia
Informação neutra declarações cujo crédito/descrédito para a companhia não é obvio
Fonte: Adaptado de Rover et al(2008)
3.6 Regras de decisão de análise
Assim como exposto por Nossa (2002) em sua tese, o referido autor utilizou-se da
aplicação da técnica de análise de conteúdo, na qual a mesma permite a interpretação dos
diversos conteúdos manifestos nas comunicações.
Seguindo a mesma metodologia, o autor traz em seu estudo algumas regras que devem
ser seguidas durante o processo de análise e quantificação.
A aplicação da técnica de análise de conteúdo permite a interpretação dos diversos
conteúdos manifestos nas comunicações, Bardin (1977), contudo algumas regras devem ser
seguidas durante o processo de análise e quantificação.
Assim, o mesmo autor adverte que, embora muitos pesquisadores raramente as
apliquem, as principais regras para compor as categorias a serem seguidas são:
Quadro 7 - Principais regras de Classificação das Informações Ambientais
Classificação
Homogêneas Exaustivas Exclusivas
Adequadas ou pertinentes Fonte: Adaptado de Nossa (2002) baseado em Bardin (1977)
Assim como no embasamento metodológico de Nossa (2002), outras regras
também foram utilizadas baseadas em Hackston & Milne (1996) e serão utilizadas para a
realização deste estudo:
• Se alguma sentença tem mais que uma classificação possível, ela deveria ser
classificada para a categoria mais enfatizada na sentença;
45
• Tabelas e gráficos (monetários e não-monetários) que fornecem informações
classificadas em alguma categoria deveriam ser interpretados como uma linha igual a
uma sentença e classificada como esta.
3.7 Delimitações do Estudo
Para fins de delimitação, a pesquisa trata somente de informações relacionadas com o
meio ambiente, buscando identificar possíveis evoluções nos níveis de evidenciação de
informações de caráter ambiental com um intervalo temporal de 11 anos dos demonstrativos
estudados.
46
4 ANÁLISE DOS DADOS: RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Considerações iniciais
Os resultados da pesquisa estão divididos em 5 partes:
1. A primeira parte consiste na análise pontual das oito categorias que compõem a
estrutura conceitual. Esta versa na categorização e a alocação das informações nos subgrupos
evidenciadas nos DFP’s. Para isso as sentenças foram classificadas de acordo com os tipos de
evidências e a intenção às quais as informações foram divulgadas.
2. No segundo momento da análise, foi realizado um comparativo das categorias
classificadas no decorrer dos anos estudados.
3. No terceiro momento foi feita uma análise comparativa das categorias quanto à
forma pela qual as sentenças foram classificadas, observando-se sua forma de evidenciação,
ou seja, as unidades de registro que foram utilizadas no momento da divulgação.
4. No quarto momento, foi realizada uma análise comparativa das intenções pelas
quais a entidade passou ao divulgar as informações, ou seja, os tipos das informações.
5. E por fim, foi feito um delineamento do panorama evolutivo do nível de
evidenciação do total de informações com características ambientais nos 11 anos estudados.
4.2. Análise dos Dados por Categorias
Para a realização dessa análise foi necessário desfragmentar as 8 categorias em seus
respectivos subgrupos. Com isso, os achados do presente estudo não se tornam genéricos,
assim foi possível identificar quais informações de fato foram descritas nas DFP’s no
intervalo de 11 anos de divulgação estudados.
4.2.1 Políticas ambientais
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características das
“Políticas Ambientais”, fez-se necessário classificar as sentenças em 5 subcategorias com as
seguintes características:
a) Declaração das políticas, práticas, ações atuais e futuras;
b) Estabelecimento de metas;
c) Obediência de normas e leis;
47
d) Parcerias Ambientais;
e) Prêmios e Participações em índices ambientais (sustentabilidade).
O Quadro 8 traz em seu conteúdo algumas das sentenças classificadas com as características descritas nas subcategorias acima, são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s:
Quadro 8 - Exemplo de sentenças classificadas como “Políticas Ambientais”.
SUBCATEGORIA ANO DA DIVULGAÇÃO EXEMPLO
Declaração das políticas, práticas, ações atuais e futuras.
2004 “A Celpe possui uma Política Ambiental alinhada às estratégias corporativas, com foco na minimização dos impactos dos serviços de distribuição de energia elétrica sobre o meio ambiente.”
Estabelecimento de metas 2003 “Quanto ao estabelecimento de metas anuais para minimizar resíduos, o consumo, em geral, na produção/operação a aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa: (X) cumpre 76% a 100% das metas.”
Obediência de normas e leis 2009 “O acompanhamento das licenças ambientais é realizado sistematicamente, garantindo o cumprimento dos instrumentos legais, seguindo a norma vigente.”
Parcerias Ambientais 2008 “Em 2008 a CELPE fechou parceria com o Banco do Brasil para a venda subsidiada de geladeiras novas com Selo Procel de economia, para clientes de baixo poder aquisitivo, moradores de bairros populares, 60% pagos pela CELPE e os 40% parcelados em até 24 meses.”
Participações em índices ambientais (sustentabilidade)
2011
“Prêmio Socioambiental Chico Mendes. A Empresa conquistou a premiação com o Projeto Energia Verde, iniciativa que integra o Programa de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia. Concedido pelo Instituto Internacional dePesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes – INPRA, o prêmio tem como objetivo valorizar projetos no âmbito social e ambiental, que se destacam pela importância, criatividade e contemporaneidade.”
Fonte: Dados da Pesquisa
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificados 105 sentenças na
categoria de “Políticas Ambientais”.
Na tabela 1 é possível analisar, de maneira comparativa, o total dos dados compilados
no decorrer dos 11 anos estudados referentes a esta categoria. Pode-se observar a evolução
percentual do nível de evidenciação e informações com esse tipo de característica nos últimos
6 anos, chegando a aproximadamente 25% em 2011. Contudo, nos anos 2001 e 2007 não
houve uma uniformidade significativa na evolução percentual nesse tipo de informação.
48
Tabela1 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Políticas
Ambientais”/Ano
Evidenciação acerca das Políticas Ambientais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
6 2 3 5 8 4 5 10 13 23 26 105
5,7% 1,9% 2,9% 4,8% 7,6% 3,8% 4,8% 9,5% 12,4% 21,9% 24,8% 100,0% Fonte: Dados da Pesquisa
É possível visualizar a evolução da categoria das “Políticas Ambientais”, descritas
acima, no Gráfico 1, logo abaixo:
Gráfico 1- Total de sentenças identificadas da categoria das “Políticas Ambientais” /Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
Na Tabela 2 logo abaixo descrita, evidencia-se de maneira comparativa que, ao
decorrer dos anos, as informações com características de “Políticas Ambientais” divulgadas
pela empresa em suas DFP’s foram classificadas a partir das subcategorias.
Tabela 2 - Evidenciação das Subcategorias das “Políticas Ambientais”/Ano
EVIDENCIAÇÃO DAS SUBCATEGORIAS DE POLÍTICAS AMBIENTAIS X ANOS
Declaração das políticas/práticas atuais e futuras 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
4 0 1 1 6 0 4 5 6 4 10 41 39% Estabelecimento de metas e objetivos ambientais
Declarações de que a empresa está em obediência com as leis, licenças e órgãos ambientais. 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
Prêmios e participações em índices ambientais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2% Fonte: Dados da Pesquisa
49
Observa-se que as subcategorias com maiores relevâncias são de “Declaração das
políticas/práticas atuais e futuras” e “Declarações de que a empresa está em obediência com
as leis, licenças e órgãos ambientais” com 39% e 29% respectivamente. A subcategoria de
“Prêmios e participações em índices ambientais“ foi a que teve menor expressão, com apenas
2% do total das informações evidenciadas.
É possível observar na Tabela 3 a maneira pela qual as sentenças foram classificadas na categoria das “Políticas Ambientais”, sob a ótica das unidades de registro.
Tabela 3 - Classificação das “Políticas Ambientais”/Evidências
Evidenciação acerca das Políticas Ambientais Uni. de Registro 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
TOTAIS 6 2 3 5 8 4 5 10 13 23 26 105 100%Fonte: Dados da Pesquisa
Por se tratar de uma categoria que tem natureza descritiva, foi evidenciado, de maneira expressiva, que 87% das sentenças tinham a característica de serem “declarativas”; em contra partida com as “Monetárias” e “Monetárias/ Não Monetárias”, com apenas 1% cada.
Na Tabela 4 pode-se observar a classificação feita a fim de identificar qual o intuito da
entidade ao evidenciar a informação em seus DFP’s.
De maneira expressiva, com 82 sentenças, as quais correspondem a 78% do total dessa
categoria, a empresa buscou passar uma imagem “boa”, ou seja, que gera um crédito para a
entidade. Algumas informações não tinham seu intuito óbvio ou não claro, totalizando 18%,
sendo classificado como “neutro”.
Por fim, com apenas 4% das sentenças, a entidade divulgou informações que geraram
um descrédito para a empresa, as quais passam uma imagem “ruim” da ação evidenciada pela
entidade.
50
Tabela 4 - Classificação das “Políticas Ambientais”/Tipos das informações
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características dos
“Sistemas de gerenciamento ambiental”, buscou-se classificar as sentenças em 3
subcategorias, são estas:
a) Certificação ambiental (ISOs 9000 e/ou 14.000, EMA etc.);
b) Auditoria ambiental;
c) Descrição das práticas de gestão ambiental.
O Quadro 9 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as
características descritas acima, estas são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s:
Quadro 9- Exemplo de sentenças classificadas como “ Sistemas de Gerenciamento
Ambiental”
Subcategoria Ano da Evidenciação Exemplo
Certificação ambiental 2004 “Um dos desafios de 2005 foi a otimização e adequação dos procedimentos do Sistema de Gestão Ambiental para a migração das certificações para a versão 14001:2004.”
Auditoria ambiental 2011 “Informação não examinada por auditores independentes.”
Descrição das práticas de gestão ambiental
2011 “A CELPE adota um Sistema de Gestão Ambiental que leva em consideração a sustentabilidade, através da combinação do desenvolvimento econômico com atividades que promovem a melhoria da qualidade de vida e a preservação das riquezas naturais e culturais.”
Fonte: Dados da Pesquisa
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 27 sentenças na
categoria de “Sistemas de Gerenciamento”. Na tabela 5 é possível analisar de maneira
comparativa o total dos dados compilados no decorrer dos 11 anos estudados.
51
Tabela 5 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Sistemas de
Gerenciamento Ambiental”/Ano
Evidenciação acerca dos Sistemas de Gerenciamento Ambiental
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características dos
“Impactos e Processos Ambientais”, buscou-se classificar as sentenças em 6 subcategorias,
são estas:
a) Desperdícios/Resíduos;
b) Reciclagem;
c) Reparo a danos ambientais;
d) Processo de acondicionamento;
e) Impacto na área de terra utilizada;
f) Vazamentos e derramamentos.
O Quadro 10 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as
características descritas acima, são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s :
54
Quadro 10-Exemplo de sentenças classificadas como “Impactos e Processos Ambientais”
SUBCATEGORIA ANO DA EVIDENCIAÇÃO EXEMPLO
Desperdícios/Resíduos 2010 “Entre os tratamentos dos resíduos da empresa, podem-se citar o recondicionamento de todo o óleo mineral isolante dos transformadores e refino do óleo lubrificante proveniente da Geração de Energia em Fernando de Noronha.”
Reciclagem
2008 “Juntamente com projetos como o Eco Celpe, o qual incentiva a troca de lixo reciclável por bônus na conta de energia e outros avanços no campo ambiental, a CELPE teve representativa atuação socioambiental neste ano de 2008.”
Reparo a danos ambientais
2010 “Uma das ações de grande importância na preservação ambiental é a utilização de redes protegidas. Os cabos elétricos protegidos evitam os acidentes por contato com árvores, reduzindo a necessidade de poda da arborização e melhorando o desempenho do sistema elétrico.”
Fonte: Dados da Pesquisa
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 17 sentenças na
categoria de “Impactos e Processos Ambientais”. Na tabela 9 é possível analisar, de maneira
comparativa, o total dos dados compilados no decorrer dos 11 anos estudados.
É possível identificar também um aumento discreto no percentual de divulgação,
demonstrando uma pequena evolução no nível de evidenciação dessa categoria ao passar dos
anos, esse aumento fica mais evidente nos últimos 4 anos.
Tabela 9 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Impactos e Processos
Ambientais” /Ano
Impactos e Processos Ambientais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
0 2 1 0 0 1 0 1 3 4 5 17
0,0% 11,8% 5,9% 0,0% 0,0% 5,9% 0,0% 5,9% 17,6% 23,5% 29,4% 100,0%Fonte: Dados da Pesquisa
É possível visualizar a evolução da categoria de “Impactos e Processos Ambientais”,
descritas acima, no gráfico 3:
55
Gráfico 3 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Impactos e Processos
Ambientais” /Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
Pode-se observar também que em nenhum momento, nesses 11 anos de DFP’s
analisados, foi feita qualquer menção às seguintes subcategorias. “Processo de
Acondicionamento (Embalagem)”; “Impacto na Área de Terra Utilizada”;
“Vazamentos / Derramamentos”.
Na Tabela 10 logo abaixo descrita, evidencia-se a divulgação das informações
ambientais de maneira comparativa e quais as evoluções ocorreram ao decorrer dos anos com
estas informações com as características da categoria de “Impactos e Processos Ambientais”
divulgadas pela Celpe em suas DFP’s e classificadas a partir das subcategorias.
Observa-se que dentre as subcategorias analisadas a que teve uma maior quantidade de
sentenças identificadas que foram as que faziam menção a “Reparos a Danos Ambientais”
com aproximadamente 41% do total de sentenças classificadas nesta categoria. Identifica-se
também que houve um equilíbrio entre a divulgação das subcategorias “Desperdícios /
Resíduos” e de “Reciclagem”, com 30% aproximadamente, cada uma delas.
56
Tabela 10: Evidenciação das Subcategorias “Impactos e Processos Ambientais”/Ano
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características de
“Políticas de Energia”, buscou-se classificar as sentenças em 4 subcategorias, são estas:
a) Conservação e/ou utilização mais eficiente nas operações;
b) Utilização de materiais desperdiçados;
c) Aumento da eficiência energética,
d) Preocupação com falta de energia; desenvolvimento de novas fontes.
O Quadro 11 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as características descritas acima, estas são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s:
Quadro 11- Exemplo de sentenças classificadas como “Políticas de Energia”
SUBCATEGORIA ANO DA EVIDENCIAÇÃO EXEMPLO
Conservação e/ou utilização mais eficiente nas operações
2001 “No Programa de Conservação de Energia desenvolvido em 2001, foram investidos R$ 3,2 milhões em ações de combate ao desperdício e o uso eficiente da energia, procurando manter o conforto, a qualidade, e a melhoria dos serviços, tendo como consequência a redução de custos.”
Utilização de materiais desperdiçados
2008 “A CELPE investe em programas de eficiência energética desde a sensibilização de clientes, através do Programa Anual de Combate ao Desperdício, capacitação de agentes multiplicadores e ações educacionais, até a doação de equipamentos eficientes.“
Discussão sobre a preocupação com a comunidade
2011 “Em 2011, a CELPE deu continuidade ao Projeto Energia Verde iniciado em 2009, com o intuito de despertar no consumidor residencial a conscientização ambiental.”
Preocupação com falta de energia; desenvolvimento de novas fontes.
2010 ”Foi realizada também a substituição de chuveiros elétricos por sistemas de aquecimento solar para a água no Hospital Infantil Maria Lucinda e no Abrigo Cristo Redentor”
Fonte: Dados da Pesquisa
58
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 33 sentenças
classificadas na categoria de “Políticas de Energia”.
Na tabela 13 é possível analisar, de maneira comparativa, o total dos dados
compilados no decorrer dos 11 anos estudados. Identifica-se uma evolução contínua na
evidenciação das informações com tais características, essa afirmação está clara nos pontos
percentuais.
Tabela 13- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Políticas de
Energia”/Ano
POLÍTICAS DE ENERGIA 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
5 0 1 1 0 3 3 3 4 5 8 33
15,2% 0,0% 3,0% 3,0% 0,0% 9,1% 9,1% 9,1% 12,1% 15,2% 24,2% 100,0% Fonte: Dados da Pesquisa
É possível visualizar a evolução da categoria “Políticas de Energia”, descritas acima,
no gráfico 4 logo abaixo:
Gráfico 4 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Políticas de Energia”/Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
Na Tabela 14 logo abaixo descrita, evidencia-se, de maneira comparativa os níveis de
evidenciação das informações com características de “Políticas de Energia” ao passar dos 11
anos divulgadas pela Celpe em suas DFP’s classificadas a partir das subcategorias.
Observa-se que, dentre as subcategorias analisadas, a que teve uma maior quantidade
de sentenças identificadas foram as que faziam menção a “Discussão sobre a preocupação
com a comunidade”, com aproximadamente 52% do total de sentenças classificadas nessa
59
categoria, seguida das informações das subcategorias de “Conservação e/ou utilização mais
eficiente de energia nas operações”, com 33%.
Identifica-se também que uma discreta evolução na divulgação das subcategorias
“Desenvolvimento de novas fontes de energia” e de “Utilização de materiais
desperdiçados na produção de energia”, com 9% e 6% respectivamente.
Tabela 14 - Evidenciação das Subcategorias de “Políticas de Energia”/Ano
POLÍTICAS DE ENERGIA
Conservação e/ou utilização mais eficiente de energia nas operações 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
3 0 1 0 0 0 0 2 3 1 1 11 33%Utilização de materiais desperdiçados na produção de energia
TOTAIS 5 0 1 1 0 3 3 3 4 5 8 33 100% Fonte: Dados da Pesquisa
4.2.6 Educação e Pesquisa
A fim de identificar as informações evidenciadas que compõem a “Educação e
Pesquisa”, buscou-se classificar as sentenças em 2 subcategorias que gerassem informações
com as seguintes características:
a) Educação ambiental (internamente e/ou comunidade);
b) Pesquisas relacionadas ao meio ambiente.
O Quadro 12 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as
características descritas acima, estas são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s da Celpe:
Quadro 12 - Exemplo de sentenças classificadas como “Educação e Pesquisa”
Subcategoria Ano da Evidenciação Exemplo
Educação ambiental (internamente e/ou comunidade)
2001 “A CELPE tem marcado presença na sala de aula de 12 escolas com o S.O.S Energia – a corrente da vida. Iniciado em outubro de 2001, o projeto tem a finalidade de contribuir na mudança de atitudes e comportamentos de professores e alunos matriculados no ensino fundamental (3ª e 4ª séries) e que estejam na faixa etária de 11 a 14 anos.”
Pesquisas relacionadas ao meio ambiente
2009
“Para realizar esse trabalho, a empresa fez um estudo científico onde foi diagnosticado o tempo ideal de poda para cada tipo de espécie arbórea nativa, com a avaliação da atividade metabólica do vegetal, visando sua sustentabilidade e evitando impactos ambientais.”
Fonte: Dados da Pesquisa
61
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 52 sentenças na
categoria de “Educação e Pesquisa”. Na tabela 16 é possível analisar de maneira comparativa o
total dos dados compilados no decorrer dos 11 anos estudados.
Tabela 16- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “ Educação e Pesquisa”
/Ano
Educação e Pesquisa 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
6 2 0 2 0 1 6 3 5 12 15 52
11,5% 3,8% 0,0% 3,8% 0,0% 1,9% 11,5% 5,8% 9,6% 23,1% 28,8% 100,0%Fonte: Dados da Pesquisa
É possível também identificar um aumento percentual representativo nos últimos 2
anos no nível de evidenciação, contudo, nos anos anteriores não havia um nível constante de
evidenciação.
É possível visualizar a evolução da categoria de “ Educação e Pesquisa”, descritas
acima, no gráfico 5 logo abaixo:
Gráfico 5 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “ Educação e
Pesquisa”/Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
Observa-se que na Tabela 17 logo abaixo descrita, a divulgação das subcategorias
“Educação ambiental (internamente e/ou comunidade”, foi a mais expressiva e
corresponde a 73% das sentenças divulgadas nesta categoria, em contra partida, as “Pesquisas
relacionadas ao meio ambiente” representam 27%.
62
Tabela 17- Evidenciação das Subcategorias de “Educação e Pesquisa”/Ano
TOTAIS 6 2 0 2 0 1 6 3 5 12 15 52 100% Fonte: Dados da Pesquisa
4.2.7Crédito de Carbono
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características de
“Créditos de Carbono”, buscou-se classificar as sentenças em 4 subcategorias, são estas:
• Projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL);
• Créditos de carbono;
• Emissão de gases do efeito estufa (GEE);
• Certificados de emissões reduzidas (CER).
O Quadro 13 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as
características descritas acima, estas são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s:
Quadro 13 - Exemplo de sentenças classificadas como “Crédito de Carbono”.
SUBCATEGORIA ANO DA
EVIDENCIAÇÃO
EXEMPLO
Emissão de gases do efeito estufa (GEE)
2010 Desta forma o consumidor pôde neutralizar suas emissões de CO² através de contribuições que ajudam o reflorestamento da mata atlântica e em contrapartida pôde receber bonificações na conta de energia ao trocar seus eletrodomésticos por modelos eficientes com selo Procel de economia
Fonte: Dados da Pesquisa
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 17 sentenças na
categoria de “Crédito de Carbono”. Na tabela 20 é possível analisar, de maneira
comparativa, total dos dados compilados no decorrer dos 11 anos estudados.
É possível identificar que praticamente não houve menções a esse tipo de informações
nos primeiros 8 anos de análise, apenas a partir de 2009 é que começaram haver citações
relevantes.
64
Tabela 20 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Crédito de
Carbono”/Ano
Crédito de Carbono 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
TOTAIS 0 0 1 0 0 0 1 1 3 6 5 17 100% Fonte: Dados da Pesquisa
Na Tabela 23 pode-se observar a classificação feita a fim de identificar qual o intuito
da entidade ao evidenciar as informações.
De maneira contundente, ficou claro, com 70% das informações, que a empresa teve o
intuito de gerar um crédito para a entidade (ou seja, uma “boa” imagem da empresa) e que em
apenas 30% das informações divulgadas esse intuito não ficou claro. Por fim, nenhuma
sentença teve o intuito de gerar descrédito, ou seja, passar uma imagem “ruim” para a
entidade.
66
Tabela 23 - Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento
Emissão de gases do efeito estufa (GEE) 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
Boa 1 1 1 2 4 3 12 70%Ruim 0 0%
Neutra 1 2 2 5 30%
TOTAIS 0 0 1 0 0 0 1 1 3 6 5 17 100% Fonte: Dados da Pesquisa
4.2.8 Informações financeiras ambientais
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características das
subcategorias que compõem os “Impactos e Processos Ambientais”, buscou-se classificar as
sentenças em 5 subcategorias, são estas:
a) Passivos/provisões;
b) Investimentos/custos/despesas;
c) Ativos (Tangíveis e Intangíveis);
d) Seguros;
e) Práticas contábeis de itens ambientais.
O Quadro 14 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as
características descritas acima, estas são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s:
Quadro 14 - Exemplo de sentenças classificadas como “Informações financeiras
ambientais”
SUBCATEGORIA ANO DA EVIDENCIAÇÃO
EXEMPLO
Passivos/provisões 2009 Valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas administrativa e/ou judicialmente.
Investimentos/custos/despesas; 2011 A CELPE investiu um total de R$ 18.796 mil nos projetos de eficiência energética ao longo de 2011.
Práticas contábeis de itens ambientais
2010 Na hipótese dos gastos decorrerem de convênios com ONG’s e outros entes que promovem a preservação ambiental, sem, no entanto, estarem relacionados a projetos de investimentos, o gasto é apropriado ao resultado como despesa operacional.
Fonte: Dados da Pesquisa
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 104 sentenças na
categoria de “Informações Financeiras Ambientais”. Na tabela 24 é possível analisar, de
maneira comparativa, do total dos dados compilados no decorrer dos 11 anos estudados.
67
Tabela 24- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Informações
Na Tabela 27 pode-se observar a classificação feita a fim de identificar qual o intuito
da entidade ao evidenciar a informação em suas DFP’s.
De maneira equilibrada, com aproximadamente 47% classificadas como informações
“boas” e 52% de informações “neutras, nestas a Celpe não deixou claro qual a sua intenção no
momento da divulgação, qual era a imagem que a mesma tentava passar com a divulgação da
informação.
Por fim, as informações divulgadas com o intuito de gerar descrédito, passando uma
imagem “ruim” para a entidade e as informações que geram crédito, passando uma “boa”
imagem da empresa, foram de menos de 10% aproximadamente, não sendo representativa.
Tabela 27- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Tipos das
informações
Evidenciação acerca de Informações Financeiras Ambientais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total %
Boa 0 0 0 0 0 0 0 2 3 0 0 5 4,8%
Ruim 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 4 3,8%
Neutra 4 6 9 7 7 11 10 11 8 3 19 95 91,3%
TOTAIS 4 6 9 7 8 12 11 13 11 4 19 104 100%
Fonte: Dados da Pesquisa
4.2.9 Outras Informações Ambientais
A fim de identificar as informações evidenciadas que tenham características de
“Outras Informações Ambientais”, buscou-se classificar as sentenças em 4 subcategorias,
são estas:
a) Menções sobre sustentabilidade;
70
b) Gerenciamento de florestas;
c) Conservação da biodiversidade;
d) Relacionamento com stakeholders.
O Quadro 15 traz em seu conteúdo algumas das informações classificadas com as
características descritas acima, estas são exemplos de sentenças extraídas das DFP’s:
Quadro 15- Exemplo de sentenças classificadas como “Outras Informações Ambientais”
SUBCATEGORIA ANO DA EVIDENCIAÇÃO EXEMPLO
Menções sobre sustentabilidade
2008 As ações voltadas para a sustentabilidade são diversas e cada vez mais arraigadas ao negócio da Empresa
Gerenciamento de florestas 2008 Em Fernando de Noronha, a CELPE realizou o plantio de mais de 200 mudas arbóreas para integração das instalações da Usina Tubarão à paisagem, minimizando o impacto visual.
Conservação da biodiversidade;
2001 No Horto, foram instaladas 20 lixeiras temáticas e 40 placas ilustrativas destacando os cuidados que se deve ter na preservação da área e para o bem estar dos animais.
Relacionamento com stakeholders
2003 No ano de 2003, as ações da empresa continuam tendo como público alvo os empregados, fornecedores, acionistas e comunidades, especialmente, crianças adolescentes e jovens carentes.
Fonte: Dados da Pesquisa
Ao serem analisados os 11 anos das DFP’s, foram identificadas 54 sentenças na
categoria de “Outras Informações Ambientais”.
Na tabela 28 é possível analisar, de maneira comparativa, total dos dados compilados
no decorrer dos 11 anos estudados. Sendo assim, pode-se observar que apesar da evolução
percentual nos últimos 4 anos dos níveis de evidenciação de informações com esse tipo de
característica, não existe uma uniformidade percentual, e que entre os anos de 2001 e 2007
não houve uma uniformidade na evolução nesse tipo de informação, sendo uma evidenciação
anteriormente insignificante.
Tabela 28 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como” Outras Informações
Ambientais”/Ano
Outras Informações Ambientais 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
Por fim, foi feito um delineamento do panorama evolutivo do nível de evidenciação do
total de informações com características ambientais nos 11 anos estudados. Nota-se ainda que
desde 2004, essa evolução vem sendo gradativa e constante.
91
No gráfico 25 é possível visualizar a comparação evolutiva (por ano), acima descrita,
das sentenças estudadas, e aponta-se a evolução na quantidade de informações divulgadas.
Gráfico 25 - Total de sentenças identificadas/Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
Para corroborar com os achados acimas descritos, é possível visualizar no gráfico 26 a
evolução percentual descrita ano após ano. É válido ressaltar que a diferença percentual entre
os anos também vem aumentando.
Gráfico 26 - Total de sentenças identificadas%/Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
Outro aspecto analisado foi a média de informações divulgados por ano. Essa análise
apenas reafirma os achados anteriores, pois em 2001, a média era de 2 sentenças e em 2011
foi de 9,1, ficando evidente a evolução.
92
Gráfico 27 - Média de evidenciação/Ano
Fonte: Dados da Pesquisa
93
5.CONCLUSÃO
Esse estudo teve como objetivo precípuo o delineamento de um panorama evolutivo
dos níveis de evidenciação das informações de caráter ambiental nas demonstrações
financeiras padronizadas (DFP’s), de uma empresa de capital aberto do setor elétrico de
representatividade econômica e social na região, a Companhia de Energia Elétrica do Estado
de Pernambuco (CELPE), do grupo Neoenergia.
Após analisar 11 anos de DFP’s, identificou-se 407 sentenças com caráter ambiental
da Celpe, as quais possuem as seguintes características:
• As categorias com maiores percentuais de evidenciação foram as “Políticas
Ambientais” e “Informações Financeiras Ambientais”.
• As que tiveram menores percentuais de evidenciação foram “Impactos de Produtos e
Processos” e “Crédito de Carbono”.
• Quanto à forma de evidenciação, ou seja, a unidade de registro, predominou
informações “Declarativas”, isto é, são em sua maioria descritivas e qualitativas;
• Dentre as sentenças classificadas como “Declarativas”, a categoria que teve maior
representatividade foi a de “Políticas Ambientais”, e a que teve a menor foi
“Informações Financeiras Ambientais”;
• Dentre as sentenças classificadas como “Monetárias”, a categoria que teve maior
representatividade foi “Informações Financeiras Ambientais” e a que teve a menor foi
“Políticas Ambientais”.
• Dentre as sentenças classificadas como “Não Monetárias”, as categorias que tiveram
maior representatividade foram “Políticas Ambientais” e “Educação e Pesquisa”;
• Dentre as sentenças classificadas como “Monetárias/Não Monetárias”, a categoria que
teve maior representatividade foi “Informações Financeiras Ambientais”, e as que
tiveram menor foram “Políticas Ambientais”, “Educação e Pesquisa” e “Políticas de
Energia”;
• A maioria das sentenças, ao serem classificadas quanto ao tipo, ou seja, qual imagem
a entidade tentou passar ao divulgar aquela informação, foram majoritariamente
gerando “crédito”, isto é, tentou-se passar uma imagem “boa”, apenas 2% geram
94
descrédito para empresa. Sendo assim, fica evidente a política da entidade ao divulgar
suas informações de caráter ambiental.
Diante dos achados descritos acima, evidencia-se que, de fato, houve um aumento no
nível de evidenciação de informações com caráter ambiental nos 11 anos estudados.
5.1 Limitações do Estudo
Assim como toda metodologia, esta técnica tem algumas limitações, pois está diante
da subjetividade desta abordagem, visto que implica a escolha das variáveis a serem
analisadas, devendo ser os resultados bastante independentes do investigador.
Convém afirmar ainda que, a análise do conteúdo é apenas uma indicação do que as
empresas dizem estar fazendo o que não necessariamente corresponde ao que efetivamente
fazem (Roque e Cortez,2006).
Hughes; Anderson e Golden, 2000, ainda reafirma, dizendo que deve-se levar em
consideração que a evidenciação voluntária de informações ambientais pode não ser uma
avaliação representativa do desempenho ambiental da empresa, pois pode haver vieses na
divulgação dessas informações.
5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros
De acordo com achados identificados nesta pesquisa, bem como com as conclusões e
limitações apresentadas, este estudo não pretender esgotar a temática, apenas se propôs a
contribuir com a construção do conhecimento e o desenvolvimento da ciência.
Por fim, sugere-se para o desenvolvimento de novas pesquisas:
• A análise de outras empresas do mesmo setor, para assim se fazer um
comparativo entre os achados.
• A análise de empresas de outros setores.
• Estudar as categorias a fim de identificar possíveis variáveis causais.
95
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