Top Banner
Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)
15

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Apr 17, 2015

Download

Documents

Internet User
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Isomerizaçãocis-trans

Carlos CorrêaDepartamento de Química (FCUP)

Centro de Investigação em Química (CIQ)

Page 2: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Os isómeros cis-trans dos alcenos têm propriedades físicas diferentes, podendo também diferir nas suas propriedadesquímicas.

O isómero trans é, no geral, termodinamicamente mais estável que o cis, apresenta menor polaridade e menor ponto de ebulição.

Cis-buteno

Trans-buteno

E

4,18

kJ

/ m

ol

p.e. = 4 ºCp.e. = 1 ºC

= 0,4 D = 0 D

Page 3: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

O isómero trans é, no geral, mais facilmente “empacotável” no estado sólido, apresentando maior ponto de fusão (maiordificuldade para separar as moléculas no cristal).

Trans Cis

Me-CH=CH-Me - 106 ºC - 139 ºC

Cl-CH=CH-Cl - 50 ºC - 80 ºC

C2H5-CH=CH-C2H5 - 113 ºC - 138 ºC

Br-CH=CH-Br - 6ºC - 53 ºC

Page 4: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

A diferença de estabilidade aumenta com o aumento dotamanho dos substituintes dos carbonos da ligação

dupla:

CH3-CH=CH-CH3

(CH3)3C-CH=CH-C(CH3)3

CH3CH2-CH=CH-CH2CH3

(Ecis-Etrans ) / kJ mol-1

4,2

6,7

38,9

C=CC=CC=C

Page 5: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Em certos casos, as propriedades químicas dos isómeros cis e trans podem também ser diferentes,

como nos ácidos maleíco e fumárico:

A 150 ºC perde água e dá o anidrido correspondente

COOH

COOHH

H

H

COOHH

HOOC

CO

OCH

H

O

A. maléico

A. fumárico

É cerca de 10 vezes menos ácido que o isómero cis

Nas mesmas condições, não reage.

cis

trans

Page 6: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

A transformação de um isómero no outro (isomerização), cis trans ou trans cis , tem normalmente de passar sobre uma barreira energética apreciável ...

CisTrans

E

... que resulta da necessidade de ruptura da ligação dupla C=C, em torno da qual não há possibilidade de rotação livre.

Page 7: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

R R RR R

R

Para que possa haver rotação em torno do eixo C–C tem de haver ruptura da ligação dupla C=C:

No caso do 2-buteno, CH3-CH=CH-CH3, a energia necessária para partir a ligação é de cerca de

293 kJ / mol (altura da barreira energética).

A existência destas barreiras energéticas torna possível a separação dos isómeros por uso das técnicas tradicionais, como a destilação fraccionada e a cromatografia.

+ E

Page 8: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

A isomerização cis-trans pode efectuar-se por acção de radicais livres e fotoquimicamente (através de estados excitados).

A adição reversível de átomos de bromo e de iodo aligações duplas produz isomerização de alcenos.

Br-Br + hBr

R R RR

Br

R

RBr+ Br

Cis Trans

Via radicais livres:

Page 9: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

E

R R

R R

R R

pzpz

E E

+ E Estado excitado

Quando um alceno é irradiado com luz de frequência apropriada, , absorve a energia do fotão (E = h) e um electrão passa da orbital para a orbital *. O alceno encontra-se, agora, num estado excitado.

A geometria mais estável das moléculas nos estados excitados é diferente da geometria no estado fundamental.

OM ligante

OM antiligante

Fotoquimicamente:

Page 10: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

A isomerização cis-trans dos alcenos realiza-se através de um estado excitado em que os eixos das duas orbitais p são perpendiculares entre si ( = 90º).

R R

R

R

RR

Energia do alceno = f()

Energia do estado excitado = f()

CisTrans

0º 90º 180º

IRR

AD

IAÇ

ÃO

O estado excitado decai e o isómero trans, mais estável, vai sendo cada vez mais abundante.

E

0

Page 11: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

A isomerização cis-trans do ditizonato de mercúrio(II) é muito curiosa e realiza-se sob a acção da luz visível.

.

Luz visível

Ausência de irradiação

Ditizonato de mercúrio(II) em

benzeno Isómero B, demaior energiaIsómero A,

mais estável

A B

Page 12: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Agora só falta ver... para crer.

CLICAR

Page 13: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Isómero A

600 400500700

0,1

0,2

0,5

0,4

0,3

0,6

0,7

0,8

A b

s o

r b

â n

c i

a

Comprimento de onda / nm

485 nm

604 nm

Isómero B(com restos de A)

Espectros de visivel dos isómeros A e B do ditizonato de mercúrio (em CHCl3)

Page 14: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Hg

NN

CS

Ph

N

NH

Ph

Hg

NN

CS

Ph

N

N Ph

H

h

O isómero A (laranja) do ditizonato de mercúrio(II), por acção da luz, isomeriza e conduz ao isómero B (azul).

A

B

Sistema igual

Este isómero, menos estável, transforma-se no isómero A por um mecanismo sem intervenção da luz (térmico).

Como explicar o fenómeno?

Laranja Azul

Page 15: Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans Isomerização cis-trans Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ)

Carlos Corrêa – Isomerização cis-trans

Vide Alan T. Huton e David Blackburn, J. Chem. Ed.,1986, 63(10), 888-889.