UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DOUTORADO EM ODONTOLOGIA CÁRIE DENTÁRIA E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS DE 5 ANOS DE IDADE DO MUNICÍPIO DE PATOS - PB FALDRYENE DE SOUSA QUEIROZ FEITOSA Orientadora: Profa. Dra. Eliete Rodrigues de Almeida Tese apresentada ao Doutorado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutora em Odontologia. SÃO PAULO 2014
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CÁRIE DENTÁRIA E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS DE … · universidade cruzeiro do sul programa de pÓs-graduaÇÃo doutorado em odontologia cÁrie dentÁria e qualidade de vida
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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
DOUTORADO EM ODONTOLOGIA
CÁRIE DENTÁRIA E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS
DE 5 ANOS DE IDADE DO MUNICÍPIO DE PATOS - PB
FALDRYENE DE SOUSA QUEIROZ FEITOSA
Orientadora: Profa. Dra. Eliete Rodrigues de Almeida
Tese apresentada ao Doutorado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutora em Odontologia.
SÃO PAULO
2014
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
F333c
Feitosa, Faldryene de Sousa Queiroz. Cárie dentária e qualidade de vida de crianças de 5 anos de
idade do município de Patos - PB / Faldryene de Sousa Queiroz Feitosa. -- São Paulo; SP: [s.n], 2014.
95 p. : il. ; 30 cm. Orientadora: Eliete Rodrigues de Almeida. Tese (doutorado) - Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Cárie dentária – Pré-escolar 2. Condições sócio-econômicas
3. Saúde bucal (Patos, PB) 4. Qualidade de vida. I. Almeida, Eliete Rodrigues de. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU: 616.314-002-053.4(043.2)
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CÁRIE DENTÁRIA E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS
DE 5 ANOS DE IDADE DO MUNICÍPIO DE PATOS – PB
Faldryene de Sousa Queiroz Feitosa
Tese de doutorado defendida e aprovada
pela Banca Examinadora em 25/10/2014.
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Eliete Rodrigues de Almeida
Universidade Cruzeiro do Sul
Presidente
Profa. Dra. Adriana Furtado de Macedo
Universidade Cruzeiro do Sul
Profa. Dra. Giselle Rodrigues Sant’Anna
Universidade Cruzeiro do Sul
Profa. Dra. Mariane Emi Sanabe
Universidade Camilo Castelo Branco
Prof. Dr. José Eduardo Pelizon Pelino
Faculdades Metropolitanas Unidas
Ao
Meu Filho Bernardo,
Por me fazer descobrir o real sentido da
vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Por todas as bênçãos derramadas sobre mim e minha família.
Aos meus pais, José Geraldo e Beta
Por estarem sempre ao meu lado, pela educação que me proporcionaram e pelo
exemplo de família que constituíram.
Aos meus irmãos, Falkandre e Faldrécya
Pelo carinho, respeito e união.
Ao meu esposo, Hermógenes
Pelos maravilhosos dias vividos ao seu lado.
Aos meus sobrinhos, Pedro, Igor e Miguel e Davi
Por tornarem os meus dias mais coloridos.
A Luciana, Édila e Larissa
Por todo apoio durante a realização desse trabalho.
A minha orientadora, Professora Dra. Eliete Rodrigues
Pela confiança em mim depositada.
A todos os professores da Universidade Cruzeiro do Sul,
Por todos os ensinamentos transmitidos.
A todos os funcionários da Universidade Cruzeiro do Sul,
Por toda dedicação ao trabalho.
Às crianças participantes deste estudo,
Pela disponibilidade e carinho.
Porque Deus é quem efetua em vós tanto
o querer como o realizar, segundo a sua
boa vontade.
(Filipenses 2:13)
Feitosa FSQ. Cárie dentária e qualidade de vida de crianças de 5 anos de idade
do município de Patos-PB [tese]. São Paulo: Universidade Cruzeiro de Sul; 2014.
RESUMO
O presente trabalho avaliou a relação entre cárie dentária, condições
socioeconômicas e qualidade de vida em 215 crianças de 5 anos de idade,
matriculadas em escolas públicas e privadas da cidade de Patos-PB, Brasil. Os
aspectos relativos à qualidade de vida foram avaliados a partir da utilização dos
questionários Early Childhood Oral Health Impact Scale (B-ECOHIS) e
Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI). Para avaliação das
condições socioeconômicas foi utilizado um formulário contendo perguntas relativas
à escolaridade do chefe da família, renda mensal familiar, número de componentes
no domicílio, tipo de moradia e zona do domicílio. A prevalência de cárie dentária foi
avaliada por meio do índice ceo-d e seus componentes, seguindo os critérios
propostos pela Organização Mundial da Saúde. Os dados foram analisados com
auxílio do software estatístico R for Windows, versão 3.1.0. Foi encontrada uma
prevalência de cárie de 65,1% e ceo-d de 3,53 (DP:3,94), com 92,6% do
componente cariado. As crianças que estudavam em escolas particulares (OR=2,67;
IC 95%=1,45-4,92), moravam em casas financiadas (p=0,006) e cujas famílias
possuíam renda mensal acima de 3 salários mínimos (p=0,004), apresentaram
menor probabilidade de desenvolver a doença. O impacto da cárie dentária sobre a
qualidade de vida das crianças examinadas foi observado (OR=3,49; IC 95% = 1,92-
6,34), sendo maior nos domínios dos sintomas e da angústia dos pais. A
classificação da qualidade de vida pelo AUQEI não apresentou correlação com a
cárie dentária (p>0,05), embora a avaliação dos quesitos individualmente tenha
mostrado relação estatisticamente significante nos seguintes itens: “à noite, ao
5.5.2 Processo de calibração ......................................................................... 38
5.5.3 Apresentação do projeto, distribuição dos TCLE e aplicação dos formulários com os pais/responsáveis sobre a influencia da saúde bucal na qualidade de vida dos Pré-escolares e de avaliação das condições socioeconômicas ................................................................. 40
5.5.3.1 Questionário de avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde bucal ........................................................................................................ 40
5.5.3.2 Questionário de avaliação socioeconômica ........................................ 41
5.5.4 Questionário de avaliação da qualidade de vida com os Pré-escolares ................................................................................................. 42
5.5.5 Avaliação da saúde bucal dos pré-escolares ...................................... 43
5.6 Elenco de Variáveis ................................................................................ 44
5.7 Encaminhamentos dos pré-escolares .................................................. 45
6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................ 46
7.1 Caracterização da amostra .................................................................... 47
7.2 Avaliação do perfil epidemiológico da cárie dentária ......................... 49
7.3 Avaliação da influência da condição de saúde bucal na qualidade de vida dos pré-escolares ........................................................................... 50
7.4 Avaliação da qualidade de vida da criança por meio da aplicação do AUQEI ...................................................................................................... 55
7.5.1 Presença de cárie dentária versus condições sociodemográficas ... 57
7.5.2 Presença de cárie dentária e qualidade de vida .................................. 63
7.5.3 Correlação entre qualidade de vida e condições sociodemográficas ... ................................................................................................................. 68
Quantidade de pessoas no domicílio < 6 pessoas 191 88,8 > 6 pessoas 24 11,2
Zona do domicílio Rural 41 19,1 Urbana 174 80,9 Tipo de Moradia
Própria 94 43,7 Financiada 9 4,2 Alugada 82 38,1 Cedida 30 14 Tipo de escola Pública 154 71,6 Privada 61 28,3
7.2 Avaliação do perfil epidemiológico da cárie dentária
Avaliando o perfil epidemiológico da cárie dentária verificou-se um ceo-d
médio de 3,53 (DP=3,94) dentes acometidos e valores mínimo e máximo de 1 e 17,
respectivamente. Observou-se uma prevalência de cárie de 65,1%, ou seja, 140
crianças apresentavam ao menos a presença de uma lesão de cárie, totalizando 759
dentes afetados, destes, 92,6% (n=703) era do componente cariado, 4,74% (n=36)
de extrações indicadas e/ou perdido por cárie e 2,66% (n=20) de dentes restaurados
(Figura 4).
50
Figura 4. Distribuição do percentual de dentes cariados, com extração indicada e restaurados, Patos, 2014.
Avaliando a distribuição do número de dentes acometidos pela doença cárie
por criança, constatou-se que 35,8% das crianças apresentavam de 1 a 5 dentes
com experiência de cárie e 29,3% mais de 06 dentes acometidos pela cárie (Figura
5).
Figura 5. Distribuição do percentual de dentes acometidos pela doença cárie por criança, Patos, 2014.
7.3 Avaliação da influência da condição de saúde bucal na qualidade de vida
dos pré-escolares
Em relação aos dados obtidos por meio da aplicação do B-ECOHIS, que
avalia a influência da saúde bucal na qualidade de vida da criança, observou-se que
a amplitude de resposta aos quesitos variou de 0 a 42 (de um total de 56 pontos),
com média de 3,94 (DP: 6,79). Na sessão de impacto na criança a pontuação
51
máxima foi de 30 (de um total de 40 pontos), com média de 2,89 (DP: 5,42) e na
sessão de impacto na família a pontuação máxima foi de 12 (de um total de 16
pontos) e média de 1,05 (DP: 2,02).
A maioria das crianças (n=108, 51,2%) mostrou a qualidade de vida
prejudicada devido à condição de saúde bucal, onde 45,1% (n=97) apresentaram um
impacto fraco da saúde bucal na qualidade de vida, 4,7% (n=10) das crianças
apresentaram um impacto médio da saúde bucal na qualidade de vida e 01 criança
(0,5%) apresentou forte impacto da saúde bucal na qualidade de vida (Figura 6).
Figura 6. Impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida dos pré-escolares, Patos, 2014.
A média dos escores obtidos foi de 0,28 e podem ser observados por quesito
na Figura 7. Percebe-se que os itens “dor de dente” (0,72), “responsável sentiu-se
culpado pela condição de saúde bucal do filho” (0,44) e “dificuldade de comer devido
a problema nos dentes” (0,41), foram os que receberam pontuações mais altas,
contribuindo negativamente para a qualidade de vida, enquanto que “evitou falar
devido a problema nos dentes” (0,07), “dificuldade em pronunciar palavras” (0,08) e
“impacto financeiro por tratamento dentário” (0,1) foram os de menor pontuação.
52
Figura 7. Distribuição das questões do B-ECOHIS, segundo as médias aritméticas das respostas aos quesitos [0- Nunca, 1- Quase nunca, 2- As vezes, 3- Com frequência e 4- Com muita frequência], Patos, 2014.
Na sessão do impacto na criança as questões que demonstraram maiores
médias foram “dor de dente” (0,72), “dificuldade de comer devido a problema nos
dentes” (0,41), “dificuldade de dormir devido a problema nos dentes” (0,38) e
“dificuldade de beber devido a problema nos dentes” (0,38) e na sessão de impacto
na família as questões que demonstraram maiores médias foram “responsável
sentiu-se culpado pela condição de saúde bucal do filho” (0,44) e “responsável ficou
aborrecido devido a problemas nos dentes do filho” (0,33).
A figura 8 mostra a média por domínios do B-ECOHIS, onde se observou que
o Domínio dos Sintomas foi o de maior impacto na qualidade de vida (0,72), seguido
do Domínio da Angústia dos pais (0,38) e os Domínios da Auto-Imagem e da
53
Interação Social foram os que menos exerceram impacto na qualidade de vida das
crianças analisadas (0,11 e 0,07 respectivamente).
Figura 8. Média por domínios do B-ECOHIS, Patos, 2014.
A tabela 2 mostra as médias por quesito e a distribuição por domínios do B-
ECOHIS, onde se observou que na sub-escala Criança os domínios de maior e
menor média foram, respectivamente, o Domínio dos sintomas (0,72) e o Domínio da
interação Social (0,07) e na sub-escala Família o domínio da Angústia dos Pais foi o
que apresentou maior influencia negativa na qualidade de vida (0,38).
54
Tabela 2. Média aritmética dos escores por quesito e domínios do B-ECOHIS, Patos, 2014.
Quesitos do B ECOHIS por domínio
Média dos escores por quesito [0-nunca – 4- Com muita
frequência]
Média
Média por
domínio
Sub-escala CRIANÇA
Domínio dos Sintomas
1.Sentiu dores nos dentes, na boca ou nos
maxilares
0,72 0,72
Domínio das limitações
2.Teve dificuldade em beber bebidas quente ou
fria
0,38
3.Teve dificuldade para comer certos alimentos 0,41
4.Teve dificuldade de pronunciar qualquer
palavra
0,08 0,25
5a.Já faltou à creche, jardim de infância ou
escola
0,19
5b.Deixou de fazer alguma atividade diária
(brincar)
0,20
Domínio dos Aspectos Psicológicos
6.Teve dificuldade em dormir 0,38
0,37 7.Já ficou irritada
0,37
Domínio da Auto-imagem
8.Já evitou sorrir 0,11 0,11
Domínio da Interação Social
9.Já evitou falar 0,07 0,07
Sub-escala FAMÍLIA
Domínio da Angústia dos Pais
10.Ficou aborrecida 0,33
0,38 11.Já se sentiu culpada 0,44
Domínio da Função Familiar
12.Já faltou ao trabalho
0,17 0,13
13.Já teve impacto financeiro por tratamento 0,10
55
7.4 Avaliação da qualidade de vida da criança por meio da aplicação do AUQEI
Em relação aos valores obtidos por meio da aplicação do AUQEI, a amplitude
de pontuação variou de 15 a 78 (de um total de 78 pontos), com média de 52,1 (DP:
9,6). Observou-se que a maioria das crianças (n=145, 67,4%) obteve um escore
maior que 48, o que é classificado como uma qualidade de vida satisfatória (Figura
9).
Figura 9. Classificação da qualidade de vida dos pré-escolares por meio do AUQEI, Patos, 2014.
A média total dos escores obtidos em cada item foi de 2,00, e podem ser
observados individualmente na Figura 10. Percebe-se que o perfil obtido das
respostas mostrou grau de satisfação elevada para a maioria dos itens (maior que
1,5). Onde o item que apresentou maior satisfação foi “no dia do aniversário” (2,51)
“à mesa junto a família” (2,44) e “quando assiste TV”(2,34) e os de maior
insatisfação foram “quando fica internado” (1,03), “quando fica longe da família”
(1,09) e “quando vai ao médico” (1,42).
56
Figura 10. Distribuição das questões do AUQEI, segundo as médias aritméticas do bem estar [0- muito triste a 3- muito feliz], Patos, 2014.
Na avaliação das médias dos escores por domínio, observou-se que o
Domínio Autonomia foi o que mais influenciou negativamente na qualidade de vida
(1,67) e o Domínio Lazer foi o que mostrou grau de satisfação mais elevado (2,34)
(Tabela 3).
57
Tabela 3. Média dos escores por domínio do AUQUEI, Patos 2014.
AUQEI
Média dos escores por item
[0-muito infeliz – 3- muito feliz]
Média por Domínio
DOMÍNIO FUNÇÃO
à mesa, junto com sua família 2,44
1,98
à noite, quando você se deita 1,93
na sala de aula 2,23
à noite, ao dormir 1,89
quando você vai a uma consulta médica 1,42
DOMÍNIO FAMÍLIA
se você tem irmãos, quando brinca com eles 2,06
2,11
quando você pensa no seu pai 2,15
quando você pensa na sua mãe 2,19
quando seu pai ou sua mãe falam de você 1,98
alguém te pede que faça algo que sabe 2,17
DOMÍNIO LAZER
no dia do seu aniversário 2,51 2,34
durante as férias 2,28
quando você está com seus avós 2,21
DOMÍNIO AUTONOMIA
quando você brinca sozinho (a) 1,46
1,67
quando você dorme fora de casa 1,74
quando os amigos falam de você 1,82
quando você está longe da sua família 1,09
quando você recebe as notas da escola 2,25
7.5 Análise Bivariada
7.5.1 Presença de cárie dentária versus condições sociodemográficas
A Tabela 4 mostra a prevalência de cárie dentária em relação às variáveis de
ordem sociodemográficas, pelo teste Qui-Quadrado (p<0,05). Verificou associação
estatisticamente significante entre a presença de cárie e a renda mensal familiar
58
(p=0,004), entre a presença de cárie e o tipo de escola da criança (p=0,001) e entre
a presença de cárie e o tipo de moradia (0,006).
Tabela 4. Correlação entre a presença de cárie dentária e os fatores sociodemográficos ,
Patos, 2014.
CÁRIE DENTÁRIA
Variável Ausente Presente Total Valor de p (1)
n (%) n (%) n (%)
Variáveis crianças
Sexo
Masculino 42 (35,6) 76 (64,4) 118 (100,0) 0,462
Feminino 33 (34,0) 64 (66,0) 97 (100,0)
Variáveis socioeconômicas
Escolaridade chefe família
Analfabeto 13 (34,2) 25 (65,8) 38 (100,0)
0,468
Ensino fundamental incompleto 10 (28,6) 25 (71,4) 35 (100,0)
Ensino fundamental completo 24 (29,6) 57 (70,4) 81 (100,0)
Ensino médio 19 (43,2) 25 (56,8) 44 (100,0)
Ensino superior 8 (47,1) 9 (52,9) 17 (100,0)
Renda mensal familiar
< 1 salário mínimo 27 (30,3) 62 (69,7) 89 (100,0)
0,004 1 – 2 salário mínimo
>3 salários
32 (31,1)
15 (62,5)
71 (68,9)
8 (34,8)
103 (100,0)
23 (100,0)
Quantidade de pessoas no
domicílio
< 6 pessoas 65 (34) 126 (66) 191 (100,0) 0,470
> 6 pessoas 9 (37,5) 15 (62,5) 24 (100,0)
Tipo de escola
Pública 43 (27,9) 111 (72,1) 154 (100,0) 0,001
Privada 31 (50,8) 30 (49,2) 61 (100,0)
Zona do domicílio
Rural 11 (26,8) 30 (73,2) 41 (100,0) 0,260
Urbana 63 (36,2) 111 (63,8) 174 (100,0)
Tipo de Moradia
Própria 25 (26,6) 69 (73,4) 94 (100,0)
Financiada 9 (75) 3 (25) 12 (100,0)
Alugada 32 (39,0) 50 (61,0) 82(100,0) 0,006
Cedida 8 (29,6) 19 (70,4) 27 (100,0)
(1) teste Qui-quadrado / *Significante ao nível de 5% (p<0,05)
A figura 11 representa a associação entre a renda mensal familiar do pré-
escolar e presença de cárie, baseado na tabela 4. O resíduo padronizado maior
(indicado em azul na figura) indica que há mais crianças de famílias com renda de
três ou mais salários mínimos sem cáries (SC) que esperado no caso de
independência entre as variáveis.
59
Figura 11. Correlação entre a renda mensal familiar e presença de cárie, Patos, 2014.
A distribuição do percentual de dentes cariados, com extração indicada e
restaurados segundo a renda mensal familiar encontra-se ilustrada na figura 12.
Embora não tenha se observado relação estatisticamente significante entre a renda
mensal familiar das crianças e os componentes dos ceo-d (p>0,05), pôde-se
perceber que 65% (n=13) dos dentes restaurados eram em crianças com renda
mensal familiar entre 1 e 2 salários mínimos, 77% (n=28) das extrações indicadas
eram em crianças com renda mensal familiar de menos de 1 salário mínimo e 50%
(n=352) dos dentes cariados eram em crianças com renda mensal familiar de menos
de 1 salário mínimo.
Figura 12. Distribuição do percentual de dentes cariados, com extração indicada e restaurados segundo a renda mensal familiar da criança, Patos, 2014.
Sta
nd
ard
ize
d
Re
sid
ua
ls:
<-4
-4:-
2-2
:00:2
2:4
>4
PRESENÇA.DE.CÁRIE
RE
ND
A
< 1
SM
1 a
2 S
M3+ S
M
CC SC
60
Similarmente a figura 11, a figura 13 representa a correlação entre o tipo de
moradia do pré-escolar e a presença de cárie dentária, baseado nos resultados da
tabela 4. O resíduo padronizado maior (indicado em azul na figura) indica que há
mais crianças sem cárie dentária morando em casas financiadas que o esperado no
caso de independência entre as variáveis.
Figura 13. Correlação entre o tipo de moradia e a presença de cárie dentária, Patos, 2014.
A figura 14 apresenta a correlação entre o tipo de escola e presença de cárie.
O resíduo padronizado maior (indicado em azul na figura) indica que há mais
crianças de escolas particulares sem cáries que o esperado no caso de
independência entre as variáveis.
Sta
nd
ard
ize
d
Re
sid
ua
ls:
<-4
-4:-
2-2
:00:2
2:4
>4
Alugada
Cedida
Financiada/Outros
Própria
CC SC
61
Figura 14. Correlação entre o tipo de escola da criança e a presença de cárie dentária, Patos, 2014.
A figura 15 representa a razão de chances (RC) da presença de cárie dentária
para exposição à escola pública, sendo encontrada uma razão de 2,67 para um, ou
seja, existem 2,67 mais possibilidades da cárie ocorrer no grupo de crianças que
estudam em escola pública contra uma de ocorrer no grupo de crianças que
estudam em escolas particulares.
Sta
nd
ard
ize
d
Re
sid
ua
ls:
<-4
-4:-
2-2
:00:2
2:4
>4
PRESENÇA.DE.CÁRIE
TIP
O.D
E.E
SC
OL
A
Particular
Pública
CC SC
62
Figura 15. Razão de chances da presença de cárie em função da exposição à escola pública, Patos, 2014.
A distribuição do percentual de dentes cariados, com extração indicada e
obturados segundo o tipo de creche (pública ou particular) encontra-se ilustrada na
figura 16. Observou-se relação estatisticamente significante (p<0,05) entre o número
de dentes cariados e de extrações indicadas, segundo o tipo de creche em que o
aluno estava matriculado. Do componente cariado, 86,9% (n=611) eram em alunos
de escolas públicas e 8,81% (n=92) em alunos de escolas particulares (p=0,01). Das
extrações indicadas, 83,3% (n=30) eram em alunos de escolas públicas e 16,7%
(n=6) em alunos de escolas particulares (p=0,04) e dos dentes restaurados, 60% era
em alunos de escolas públicas e 40% nos de escolas particulares (p>0,05).
I I
I I
1 2 4
RC = 2,67 IC 95% = 1,45 ; 4,92
SC
CC
Chances de exposição sendo Pública
Exposição = tipo de escola, desfecho = presença de cárie
Categoria do desfecho
63
Figura 16. Distribuição do percentual de dentes cariados, com extração indicada e restaurado segundo creches públicas e privadas, Patos, 2014.
7.5.2 Presença de cárie dentária e qualidade de vida
A tabela 5 apresenta a correlação entre cárie dentária e qualidade de vida,
baseada na classificação do B-ECOHIS. Observou-se forte correlação entre a
presença de cárie dentária e a influencia da saúde bucal na qualidade de vida (teste
Qui-quadrado, p<0,05).
Tabela 5. Experiência de Cárie dentária em função da qualidade de vida relacionada a saúde
bucal da criança, Patos, 2014
CÁRIE DENTÁRIA
Variável Ausente Presente Total p
n (%) n (%) n (%)
Qualidade de vida relacionada a saúde bucal
Sem Impacto 52 (48,6) 55 (51,4) 107 (100,0) 0,0001
Com Impacto 23 (21,3) 85 (78,7) 108 (100,0)
(1) teste Qui-quadrado / *Significante ao nível de 5,0%
A figura 17 representa a correlação entre a presença de cárie e a influência
da saúde bucal na qualidade de vida. O resíduo padronizado maior (indicado em
64
azul na figura) indica que há mais crianças sem lesão de cáries sem impacto na
qualidade de vida que o esperado no caso de independência entre as variáveis, e o
resíduo padronizado menor (indicado em vermelho na figura) que existem menos
crianças sem cáries com impacto na qualidade de vida do que esperado em caso de
independência entre as variáveis.
Figura 17. Gráfico mosaico referente à correlação entre cárie dentária e a influência da saúde bucal na qualidade de vida, Patos, 2014.
A figura 18 representa a razão de chances (RC) da influência da cárie
dentária sobre a qualidade de vida, sendo encontrada uma razão de 3,49 para um,
ou seja, existem 3,49 mais possibilidades de crianças com cárie dentária terem a
qualidade de vida prejudicada, do que as crianças sem a presença da doença.
Sta
nd
ard
ize
d
Re
sid
ua
ls:
<-4
-4:-
2-2
:00:2
2:4
>4
presença.de.cárie
B.E
CO
HIS
Sem Impacto
Com Impacto
Ausente Presente
65
Figura 18. Razão de chances do impacto na qualidade de vida em função da exposição à cárie dental, Patos, 2014.
A figura 19 estabelece uma correlação entre as respostas afirmativas aos
quesitos do B- ECOHIS e a presença de cárie dentária, por meio do teste Qui-
quadrado. Constatou-se uma correlação estatisticamente significante entre ambos,
em todos os quesitos, exceto: dificuldade em pronunciar palavras (p=0,534), evitou
sorrir (p=0,107), responsável ficou aborrecido (p=0,214) e impacto financeiro por
tratamento (p=0,257).
I I
I I
1 2 1/2
RC = 3,49
IC 95% = 1,92 ; 6,34
Ausente
Presente
Chances de exposição sendo Com Impacto
Exposição = presença de cárie, desfecho = qualidade de vida
Categoria
do desfecho
66
Figura 19. Correlação entre as respostas afirmativas aos quesitos do B- ECOHIS e a presença de cárie dentária, Patos, 2014.
A tabela 6 apresenta a correlação entre cárie dentária e qualidade de vida,
baseada na classificação do AUQEI. Não se observou diferença estatisticamente
significante (Teste Qui-quadrado, p=0,671).
Tabela 6. Correlação entre experiência de cárie dentária e qualidade de vida pelo AUQEI,
Patos, 2014.
CÁRIE DENTÁRIA
Variável Ausente (SC) Presente (CC) Total Valor de p (1)
n (%) n (%) n (%)
Qualidade de vida da criança
Prejudicada 26 (37,1) 44 (62,9) 70 (100,0)
0,671
Satisfatória 48 (33,1) 97 (66,9) 145 (100,0)
(1) teste Qui-quadrado / *Significante ao nível de 5,0%
A comparação dos escores totais do instrumento AUQEI por presença de
cárie (indicada por CC) e ausência de cárie (indicada por SC) pode ser vista nos
bloxplots da Figura 20. Os intervalos de confiança 95% das medianas quase não se
sobrepõem, o que seria uma primeira evidência de diferença entre essas
distribuições se analisada por essa medida de tendência central.
67
Figura 20. Boxplot dos escores totais do AUQEI por presença ou ausência de cárie. Patos, 2014.
Uma comparação entre as médias desses extratos da figura 19, pode ser
vista na 21, onde elas estão plotadas com seus intervalos de confiança 95% (os
também chamados erros padrão das médias), onde não se observou diferença
estatisticamente significante entre a classificação da qualidade de vida por meio do
AUQEI e a presença de cárie dentária (Teste t de Student, p= 0,71).
Figura 21. Médias dos escores totais do AUQEI por presença ou ausência de cárie, Patos, 2014.
CC SC
20
30
40
50
60
70
80
Presença de cárie
Esco
re T
ota
l d
o A
UQ
EI
53
132171182
55
100
183
192
51
52
53
54
Presença de cárie
Esco
re T
ota
l d
o A
UQ
EI
CC SC
n=141 n=74
68
A figura 22 estabelece uma correlação entre as respostas relacionadas ao
sentimento de tristeza aos quesitos do AUQEI e a presença de cárie dentária, por
meio do teste Qui-quadrado (p<0,05). Constatou-se uma correlação estatisticamente
significante entre ambos nos quesitos: “Como você se sente à noite ao dormir”
(p=0,01), “Como você se sente quando pratica esporte (brinca)” (p=0,047), “Quando
brinca só” (p=0,049) e “Quando os amigos falam de você” (p=0,044).
Figura 22. Correlação entre as respostas relacionadas ao sentimento de tristeza aos quesitos do AUQEI e a presença de cárie dentária, Patos, 2014.
7.5.3 Correlação entre qualidade de vida e condições sociodemográficas
A classificação da qualidade de vida da criança não apresentou relação
estatisticamente significante com nenhuma variável sociodemográfica: sexo
(p=0,287), renda mensal familiar (p=0,105), número de residentes por domicílio
(p=0,581), escolaridade do responsável (p=0,983), tipo de moradia (p=0,234),
localização da residência (p=0,541), ou tipo de creche da criança (p=0,553),
conforme ilustrado na tabela 7.
69
Tabela 7. Correlação entre qualidade de vida (AUQEI) e fatores sociodemográficos, Patos,
2014.
QUALIDADE DE VIDA AUQEI
Variável Prejudicada Satisfatória Total Valor de p (1)
n (%) n (%) n (%)
Variáveis crianças
Sexo
Masculino 36 (30,5) 82 (69,5) 118 (100,0) 0,287
Feminino 34 (35,1) 63 (64,9) 97 (100,0)
Variáveis sociodemográficas
Escolaridade chefe família
Analfabeto 13 (34,2) 25 (65,8) 38 (100,0)
0,983
Ensino fundamental incompleto 10 (28,6) 25 (71,4) 35 (100,0)
Ensino fundamental completo 27 (33,3) 54 (66,7) 81 (100,0)
Ensino médio 14 (31,8) 30 (68,2) 44 (100,0)
Ensino superior 6 (35,3) 11 (64,7) 17 (100,0)
Renda mensal familiar
< 1 salário mínimo 36 (40,4) 53 (59,6) 89 (100,0)
0,105 1 – 2 salário mínimo
>3
29 (28,2)
5 (21,7)
74 (71,8)
18 (78,3)
103(100,0)
23 (100,0)
Quantidade de pessoas no
domicílio
< 6 pessoas 61 (31,9) 130 (68,1) 191 (100,0) 0,581
> 6 pessoas 9 (37,5) 15 (62,5) 24 (100,0)
Tipo de creche
Pública 52 (33,8) 102 (66,2) 154 (100,0) 0,553
Privada 18 (29,5) 43 (70,5) 61 (100,0)
Zona do domicílio
Rural 15 (36,6) 26 (63,4) 41 (100,0) 0,541
Urbana 55 (31,6) 119 (68,4) 174 (100,0)
Tipo de Moradia
Própria 37 (39,4) 57 (60,6) 94 (100,0)
Financiada 2 (22,2) 7 (77,8) 9 (100,0) 0,234
Alugada 24 (29,3) 58 (70,7) 82 (100,0)
Cedida 7 (23,3) 23 (76,7) 30 (100,0)
(1)
teste Qui-quadrado / *Significante ao nível de 5,0%
70
8 DISCUSSÃO
8.1. Saúde bucal e fatores sociodemográficos
A cárie dentária ainda é considerada um grave problema de saúde pública.
Embora diversos trabalhos relatem o seu declínio nas últimas décadas (NARVAI et
al., 2006; LAURIS; SILVA; MAGALHÃES, 2012; COSTA et al., 2013; MENDES et al.,
2014), ele ainda não é tão homogêneo como podem supor os levantamentos
epidemiológicos, por ser, simplesmente, uma comparação de médias. O que de fato
acontece é a polarização da doença, com concentração e aumento da necessidade
de tratamento em uma pequena parcela da população (MENDES-CONSTANTE et
al.; 2014).
Por esse motivo, neste estudo, optou-se por avaliar, associado à prevalência
da cárie dentária, os dados sociodemográficos das famílias envolvidas. Os fatores
socioeconômicos apresentam forte influência sobre a condição de saúde bucal
(BORGES et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2013; PIOVESAN et al., 2013), afirmação
também comprovada neste trabalho, uma vez que se pôde constatar que a renda
mensal familiar, o tipo de moradia da criança e o tipo de escola que estuda
apresentaram relação estatisticamente significativa com a presença de cárie
dentária.
As crianças que estudavam em escolas particulares, moravam em casas
financiadas e cujas famílias possuíam renda mensal acima de 3 salários mínimos,
apresentaram menor probabilidade de desenvolver a doença. Dados como
escolaridade do chefe da família, número de residentes por domicílio e zona do
domicílio, não apresentaram correlação com a presença de cárie dentária. Em
estudos semelhantes, Meneghim et al. (2007) não identificaram correlação entre
presença de cárie e nenhum fator sociodemográfico, em contrapartida, Mazzillo et al.
(2008) e Mello et al. (2008) identificaram correlação entre a presença de cárie e o
tipo de escola da criança; Corrêa – Faria et al. (2013) correlacionaram a presença de
cárie à renda familiar; Oliveira et al. (2013) associaram a presença de cárie ao
número de residentes por domicílio, escolaridade do chefe e tipo de escola da
criança e outros autores (CAMARGO et al., 2012; BORGES et al., 2012; PIOVESAN
Baseado nas hipóteses formuladas inicialmente, observou-se que:
É alta prevalência de cárie dentária na população estudada, com
percentual elevado do componente não tratado da doença.
Há correlação entre a presença de cárie e os fatores sociodemográficos,
além da forte influência da condição de saúde bucal na qualidade de vida
da criança.
Não há correlação entre os fatores sociodemográficos e a qualidade de
vida.
O conhecimento desses dados possibilita uma adequação dos cuidados
em saúde, assim como, uma reorientação dos gastos públicos, com
atividades preventivas e assistenciais, direcionadas à melhoria das
condições de saúde e, consequentemente, da qualidade de vida da
criança.
78
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APÊNDICE C- Questionário de avaliação Socioeconômica
QUESTIONÁRIO SOCIOECONOMICO
1. Dados gerais Dados da criança: Nome:_______________________________________________________________________ Escola/Creche:________________________________________________________________ Sexo: ( )Feminino ( )Masculino Data de nascimento: ____/____/____ Peso da criança ao nascer:_______________________________________________________ Dados do responsável: Nome:____________________________________________Data de nascimento:___/___/___ Parentesco com a criança:________________________________________________________ Você é o chefe da família ? ( ) Sim ( ) Não, quem é ?______________________________
94
2. Avaliação socioeconômica
(Q. 01) O chefe da família é alfabetizado ? ( ) Sim ( ) Não Se sim, estudou até que série?
(0) Somente a alfabetização (4) 2° grau completo (1) 1ª a 4ª série (5) Superior incompleto (2) 5ª a 8ª série (6) Superior completo (3) 2° grau incompleto
(Q.02) Qual a profissão do chefe (responsável) ?____________________________ (Q.03) Quantas pessoas moram na sua casa? ________ pessoas. (Q. 04) Renda mensal familiar ( ) acima de 08 salários mínimos ( ) entre 05 e 08 salários mínimos ( ) entre 03 e 04 salários mínimos ( ) entre 01 e 02 salários mínimos ( ) abaixo de 01 salário mínimo Habitação e infra-estrutura: (Q.05) Situação: ( ) própria ( )financiada ( ) alugada ( )cedida ( )outros Condição: (Q.06) Zona( localização): ( )rural ( ) urbana