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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE ZOOTECNIA
MARIA MARIANA DE FREITAS SOARES
CARACTERÍSTICA DA CARCAÇA DE CORDEIROS ALIMENTADOS COM
SILAGEM DE SORGO ASSOCIADO AO CAULE DO MAMOEIRO
MOSSORÓ
2020
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MARIA MARIANA DE FREITAS SOARES
CARACTERÍSTICA DA CARCAÇA DE CORDEIROS ALIMENTADOS COM
SILAGEM DE SORGO ASSOCIADO AO CAULE DO MAMOEIRO
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Zootecnia.
Orientadora: Profª. Drª. Patrícia de Oliveira
Lima
MOSSORÓ
2020
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© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua
respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.
S676c Soares, Maria Mariana de Freitas.
Característica da carcaça de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado
ao caule do mamoeiro / Maria Mariana de
Freitas Soares. - 2020.
35 f. : il.
Orientadora: Patrícia de Oliveira Lima.
Coorientador: Hilton Felipe Marinho Barreto.
Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Zootecnia, 2020.
1. Confinamento. 2. Cortes de ovino. 3.
Rendimento de carcaça. 4. Carica papaya. 5.
Ganho de peso. I. Lima, Patrícia de Oliveira,
orient.
II. Barreto, Hilton Felipe Marinho, co-orient.
III. Título.
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu bom Deus por sempre me proporcionar força para enfrentar os
obstáculos da vida e por guiar todos os meus passos.
A minha família, em especial a minha mãe, Maria Leduina de Freitas e minha amada
vó, Maria do Socorro de Freitas, por todos os esforços investidos na minha educação, aos
meus irmãos Ériko Veríssimo e Jany Nunes, minha tia Helenilda Nobre, por sempre estarem
me apoiando. Aos meus sobrinhos Maria Eduarda, Amanda Nunes, Emanuelly Freitas, Pedro
Heitor e ao meu anjo Henrique Nunes.
A minha orientadora e tutora, profa. Drª. Patrícia de Oliveira Lima, pelos ensinamentos
compartilhados durante quatro anos no Programa de Educação Tutorial de Zootecnia (PET –
Zootecnia) e pelas orientações ao conduzir este trabalho.
Ao meu co-orientador, sócio e amigo, prof. Dr. Hilton Felipe Marinho Barreto, pelo
convite e confiança desde o início do projeto, por compartilhar seus conhecimentos, pelo
apoio, amizade, dedicação e por estar sempre disponível a me ajudar, a você toda minha
admiração pelo grande zootecnista que és.
A minha co-orientadora profª. Drª Cicília Maria Silva de Souza pelo companheirismo,
paciência, disponibilidade, ensinamentos e orientações que foram essenciais para o êxito deste
trabalho. Imensa gratidão a essa profissional competente que nunca mediu esforços pra me
auxiliar.
À instituição que me fez crescer, me conduziu em busca dos meus sonhos e mais uma
vez abriu as portas para contribuir com minha formação acadêmica, minha gratidão ao
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) –
Campus Apodi/RN.
À equipe do Núcleo Experimental de Pequenos Ruminantes (NUTRISA), Hellen,
Arimatéia, Adeliana, Allénia, Lara Beatriz, Lara Laíssa, Ramile, Ubiraci, Jamykson, Ana
Raquel, Luana e Renato Alencar, que se empenharam e deram o seu melhor, sendo
fundamentais para a conclusão dessa pesquisa.
A todos os amigos que conquistei durante essa trajetória, que foram companheiros e
não me deixaram desistir, Paloma Priscila, Mateus Medeiros, Victor Medeiros, Ionara Darcya,
Rafaela Costa, Terceiro Rodrigues, Moisés Medeiros, Josiany Carneiro, Poliana Torres,
Elissimone Santos, Raylanne Letícia, Ellen Guerra, Rafaela Cavalcante e ao meu quarteto
pela cumplicidade, Lindolfo Gomes, Jackeline Moura e Breno Noronha.
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Ao meu sócio Rafael Pinto pela parceria e ao meu ex-professor Faviano Ricelli por
todo incentivo.
À Empresa Júnior de Zootecnia (EMJUZ) por ter sido o meu maior apoio dentro da
Universidade e a todos os membros por sempre acreditarem e torcerem pelas minhas
conquistas.
À Universidade Federal Rural do Semi-Árido e a todos os mestres que colaboraram
para minha formação.
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RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar as características da carcaça de cordeiros confinados
alimentados com silagem de sorgo associado ao caule do mamoeiro. O trabalho foi realizado
no Núcleo Experimental de Pequenos Ruminantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus Apodi. Foram utilizados 24 ovinos machos,
não castrados e mestiços das raças Dorper (½) e Santa Inês (½), com peso médio inicial de 15
kg ± 0,5 distribuídos em quatro níveis (0; 33,5%; 66,5% e 100%) de caule de mamoeiro
associado ao sorgo na ensilagem. O experimento teve duração de 63 dias, sendo 14 dias de
adaptação e 49 dias de coleta. Ao fim do experimento os animais foram abatidos no
Abatedouro Frigorifico Industrial de Mossoró com peso médio corporal de 25,72kg e avaliado
consumo de matéria seca, ganho de peso total, ganho de peso diário, peso corporal do animal
em jejum, peso da carcaça quente, peso da carcaça fria, rendimento de carcaça quente,
rendimento de carcaça fria, perda de peso por resfriamento, pH após 45min de abate e 24h
depois do resfriamento, temperatura após 45min de abate e 24h depois do resfriamento, área
de olho de lombo, espessura da gordura subcutânea, perdas e composição regional. O
delineamento adotado foi o inteiramente ao acaso, em que os resultados foram submetidos à
análise de variância e ao efeito dos níveis de inclusão do caule do mamoeiro em substituição
ao sorgo, avaliados por meio de análise de regressão a 5%. Foi encontrado efeito significativo
dos níveis de substituição da dieta (P<0,05) no rendimento de carcaça fria, perda de peso por
resfriamento, área de olho de lombo e peso do pernil em kg. Os níveis de 33,5% e 66,5% de
substituição do caule de mamoeiro ao sorgo na ensilagem apresentaram melhores resultados
na qualidade da carcaça de cordeiros.
Palavras-chave: Confinamento. Cortes de ovinos. Rendimento de carcaça. Carica papaya.
Ganho de peso.
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ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the characteristics of the carcass of confined lambs
fed with sorghum silage associated with the papaya capsule. The work was carried out at the
Experimental Nucleus for Small Ruminants of the Federal Institute of Education, Science and
Technology of Rio Grande do Norte - Campus Apodi. Twenty-four male, non-castrated and
crossbred sheep of the Dorper (½) and Santa Inês (½) breeds were used, with an average
initial weight of 15 kg ± 0.5 distributed in four levels (0; 33,5%; 66,5% and 100%) of the
papaya capsule associated with sorghum in the silage. The experiment lasted 63 days, with 14
days of adaptation and 49 days of collection. At the end of the experiment, the animals were
slaughtered at the Abattoir Frigorifico Industrial de Mossoró with an average body weight of
25.72 kg and the consumption of dry matter, total weight gain, daily weight gain, daily weight
of fasting animals, hot carcass weight , cold carcass weight, hot carcass yield, cold carcass
yield, weight loss on cooling, pH after 45 minutes of reduction and 24 hours after cooling,
temperature after 45 minutes of reduction and 24 hours after cooling, rib eye area , thickness
of subcutaneous fat, reduction and regional composition. The design adopted was the one
allowed in the case, in which the results were submitted to variation analysis and to the effect
of the inclusion levels of the papaya capsule in substitution for sorghum, the rate of regression
analysis of 5%. A significant effect was found in the diet replacement levels (P <0.05)
without cold carcass yield, weight loss due to cooling, rib eye area and weight per kg in
weight. The 33,5% and 66,5% replacement levels of the papaya capsule with sorghum in the
silage show better results in the carcass quality of lambs.
Keywords: Confinament. Sheep cuts. Carcass yield. Carica papaya. Weight gain.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Desempenho de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado ao caule de
mamoeiro. ............................................................................................................................ 23
Tabela 2- Características da carcaça de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado
ao caule de mamoeiro........................................................................................................... 25
Tabela 3- Composição regional de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado ao
caule de mamoeiro. .............................................................................................................. 27
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 12
2.1. Objetivo Geral ......................................................................................................... 12
2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 12
3.REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 13
3.1. Ovinocultura no Nordeste ....................................................................................... 13
3.2. Silagem de sorgo na alimentação de ovinos ............................................................ 14
3.3. Potencial do uso de coprodutos de frutas na alimentação de ovinos ..................... 16
3.3.1. Coproduto do mamão na alimentação de ruminantes ............................................ 16
3.4. Qualidade da carcaça de cordeiros ......................................................................... 17
4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 23
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 29
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 30
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1. INTRODUÇÃO
A ovinocultura é uma atividade difundida nacionalmente, com importante destaque na
região Nordeste, em que a carne é o principal produto comercializado (PILECCO et al.,
2018). De acordo com dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o rebanho ovino brasileiro efetivo teve uma redução de 2,8%, embora a região
semiárida brasileira tenha sido a única com crescimento nesse período, evoluindo de
7.790,624, em 2006, para 9.032,191 cabeças, em 2017 (IBGE, 2017b), representando um
crescimento de 15,94%. A região Nordeste é responsável por 65,6% do rebanho ovino,
mostrando a relevância dessa atividade agropecuária, contudo, ainda que haja uma
expressividade do número de animais, ainda há uma baixa oferta de carne. Esse fator ocorre
devido, principalmente, à falta de suplementação no período de estiagem, onde a
disponibilidade de alimentos na caatinga é restrita, causando diminuição dos índices
produtivos, levando-se, então, a necessidade de importar esse produto, mesmo com o baixo
consumo de carne ovina no Brasil (MAGALHÃES et al., 2018).
A inconstância na produção de alimentos ao longo dos anos no Nordeste é decorrente
da instabilidade hídrica que afeta diretamente a alimentação dos animais, já que o sistema
produtivo mais adotado é o extensivo, sendo a caatinga o principal suporte alimentar,
caracterizando-se por baixa produção de fitomassa e apresentando perdas de 60% da produção
no período seco (MESQUITA et al., 1988). Nesse raciocínio, uma das alternativas para
diminuir os impactos do clima na produção de ovinos é a utilização de confinamento na
terminação de cordeiros, contudo, é um sistema que apresenta algumas barreiras em relação
ao custo da dieta e à infraestrutura necessária (ARAÚJO FILHO et al., 2015). Esse sistema
passa a existir como uma opção para estabelecer uma oferta constante do produto, além de
maior controle na sanidade e produção de animais precoces, garantindo carne de qualidade
(CARVALHO et al., 2017).
Para que a carne ovina ganhe espaço no mercado é preciso atender os padrões de
qualidade exigidos pelos consumidores modernos. Dessa forma, a produção de cordeiro
oferece melhores características de carcaça, com bom rendimento e acabamento de gordura,
além de um curto ciclo de produção, assegurando ao produtor um retorno econômico rápido,
com melhor preço agregado (D’AUREA et al., 2018).
Para a produção de cordeiros confinados ser tecnicamente e economicamente viável é
necessário um fornecimento de uma alimentação adequada que atenda as exigências nessa
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fase de produção. Barros et al. (2009) avaliando a rentabilidade de ovinos de corte em
confinamento, obtiveram um percentual de 28,3% de contribuição da alimentação no custo
operacional total, assim, torna-se indispensável à procura por estratégias alimentares e por
alimentos alternativos, visando à diminuição do preço dos ingredientes da dieta (GERASSEV
et al., 2013) e a melhoria da capacidade de suporte das propriedades.
Dentre as estratégias alimentares a serem utilizadas, a conservação de forragem, a
partir da ensilagem, surge como forma de aproveitar os alimentos excedentes produzidos no
período favorável do ano, refletindo no aumento da produção animal (CARVALHO et al.,
2017). Nesse intuito, a cultura do Sorgo (Sorghum bicolor (L.) moench) tem ganhado
destaque em virtude do alto potencial de produção dos grãos, por possuir alta quantidade de
matéria seca, suportar elevado estresse hídrico, além de apresentar baixo custo de produção,
demonstrando, dessa forma, excelente contribuição para a oferta de alimentos de boa
qualidade (BUSO et al., 2011).
Além do potencial de uso de culturas anuais adaptadas, como o sorgo, o produtor
busca por reaproveitar alimentos não muito convencionais com o objetivo de obter maiores
opções de alimentação para os rebanhos, passando a utilizar plantas e/ou partes de plantas que
não eram aproveitadas anteriormente. Como o semiárido brasileiro tem se destacado na
fruticultura, por possuir uma crescente produção de frutas, principalmente pelos avanços da
tecnologia na agricultura, os coprodutos oriundos dessa atividade apresentam elevado
potencial para a utilização na alimentação de ruminantes (SILVA et al., 2014).
A cultura do Mamão (Carica papaya L.), por exemplo, tem a região Nordeste como a
principal produtora, com 628.404 toneladas, em 2017, e com 15.367 de hectares de área
colhida (IBGE, 2017a), originando quantidades elevadas de subprodutos que podem ser
utilizados na alimentação de ruminantes. Barbosa et al. (2008) afirmam que o potencial de
geração de coprodutos dessa cultura reside no fato de que toda a biomassa aérea, o que inclui
folhas e caule, é descartada ao final do ciclo produtivo da planta, que leva em média 4 anos,
além dos descartes gerados pelos exemplares que apresentam sinais de doenças. Além disso, a
utilização de resíduos da fruticultura como mamoeiro, bananeira, refugo de frutos do meloeiro
e outros, são comumente usados na alimentação de ruminantes por produtores de maneira
empírica, porém a inclusão desses subprodutos na ração depende de fatores, como
disponibilidade, composição química, custo e formas de armazenamento.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Avaliar as características da carcaça de cordeiros alimentados com silagem de sorgo
associado ao caule do mamoeiro.
2.2. Objetivos Específicos
1. Avaliar a influência de diferentes níveis de inclusão de caule do mamoeiro sobre o
consumo de matéria seca, ganho de peso e rendimento da carcaça de cordeiros.
2. Avaliar o valor do pH, temperatura da carcaça quente e fria, perda de peso por
resfriamento, rendimento dos cortes de cordeiros, área de olho de lombo e a espessura de
gordura subcutânea sobre as características de carcaça e qualidade da carne.
3. Definir o melhor nível de inclusão do caule do mamoeiro na silagem de sorgo.
Avaliar a de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado ao caule do mamoeiro.
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3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Ovinocultura no Nordeste
Concentra-se no Nordeste um número efetivo de ovinos de 11.544.939 (IBGE, 2017b)
animais, sendo a região que participa com valor mais expressivo de ovinos no país. Ao se
comparar o efetivo de ovinos entre 2016 e 2017, observa-se que as regiões Norte e Nordeste
foram as únicas que apresentaram crescimento dos rebanhos, quando comparadas as outras
regiões brasileiras. Devido ao processo de seleção natural e adaptação dessa espécie, os
ovinos se destacam pela sua rusticidade frente às condições semiárida, além da importância
socioeconômica dessa atividade (MAGALHÃES et al., 2018).
A criação de ovinos tem sido uma alternativa para os nordestinos, por se destacar
como uma atividade econômica, viável, responsável pela fixação de famílias no campo e
contribuindo para o desenvolvimento da região. Mesmo mostrando grande potencial para a
evolução pela rusticidade frente às diversidades climáticas, a cadeia produtiva da ovinocultura
apresenta entraves (SOUZA et al., 2012). Uma das dificuldades está relacionada a forte
dependência da pastagem nativa como fonte alimentar à produção animal, o que favorece a
baixa produtividade, devido à redução drástica da disponibilidade de forragens de qualidade
durante a estação seca (CAMPOS et al., 2017).
Aliado a esse fator, tem-se a presença de animais com padrão racial não definido e
práticas de manejo sanitário e alimentar inadequados ou inexistentes (OLIVEIRA NETO,
2016), o que leva a baixos índices zootécnicos e, consequentemente, abate tardio e baixa
qualidade da carcaça dos animais destinados para corte. Esse cenário faz com que o consumo
de carne ovina pelos brasileiros seja baixo, quando comparado ao de carne bovina, suína, aves
e peixes, pois, de acordo com o Anuário Estatístico da Pecuária de Corte (ANUALPEC,
2011), o consumo per capita da carne ovina no Brasil é de 0,7 kg, ficando bem abaixo dos
44,5kg, 39kg e 13kg encontrados para o consumo de carne de aves, bovinos e suínos,
respectivamente
Apesar do quadro atual, a ovinocultura tem passado por diversas transformações ao
longo dos anos com o principal objetivo de atender a requisição do mercado consumidor, o
qual exige produtos de qualidade. Para isso, é importante que o produtor tenha conhecimento
e utilize técnicas produtivas e reprodutivas que auxiliem na obtenção de animais mais jovens
para o abate (COSTA et al., 2008).
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Nesse sentido, além da necessidade de se planejar o programa alimentar da
propriedade para garantir a nutrição adequada do rebanho, é importante fazer uso de raças
especializadas para corte, pois apresentam crescimento rápido e bom acabamento de carcaça,
contudo, para que ocorra expressividade do potencial genético é necessário implantar um
sistema de confinamento para melhores resultados. Rocha et al. (2016) afirmam que o
genótipo é fundamental para o sucesso da produção de cordeiro, uma vez que quanto mais
tecnificado for o sistema de produção, maior terá que ser a eficiência produtiva do animal
para diminuir a idade de abate.
Ocorre que os ovinos nativos, notadamente a raça Santa Inês, são predominantes no
semiárido e, embora tenha notável adaptabilidade às condições adversas do ambiente,
apresentam problemas relacionados ao acabamento de carcaça (ARAÚJO FILHO et al.,
2010). Uma alternativa para conciliar o potencial produtivo e adaptativo são os cruzamentos
entre as raças especializadas para corte e as raças nativas, uma vez que se mantém
características favoráveis ao convívio no semiárido e agregam característica favoráveis à
carcaça que podem valorizá-la.
Em um estudo conduzido por Cartaxo et al. (2017) pôde ser observado a melhoria no
escore corporal dos animais ao abate, carcaças com melhor conformação e acabamento, além
de maior musculosidade nos animais ½ Santa Inês x ½ Dorper, quando comparados com
animais Santa Inês, evidenciado os efeitos positivos desse cruzamento.
3.2. Silagem de sorgo na alimentação de ovinos
O Sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) é uma das plantas forrageiras mais cultivadas
no mundo, com uma área superior a 43 milhões de hectares, e bastante difundida no Brasil,
possuindo diversos grupos de cultivares com diferentes características, como o porte das
plantas, o ciclo e a capacidade de produção de matéria seca e dos grãos (PINHO et al., 2006).
Essa planta apresenta bom potencial para alimentação animal, principalmente nas
regiões semiáridas do Nordeste Brasileiro, com níveis de proteína bruta (PB) entre 8% e 15%
e com os nutrientes digestíveis totais (NDT) entre 60% e 70% (MARTINI et al., 2019).
Destacando-se, em relação ao milho, por possuir produtividade de matéria seca mais elevada
em condições de solos de baixa fertilidade e pouca disponibilidade de água (ALVES et al.,
2012) e ser menos exigente em água, com o sorgo apresentando exigência hídrica entre 300-
600 mm, enquanto o milho exige 400-800 mm (SILVA et al., 2012).
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Em função das características climatológicas peculiares do Nordeste brasileiro, onde
se observa a estacionalidade na produção de forragens, com excesso na produção de forragem
no período curto de chuvas e escassez de alimentos na estação seca do ano, é importante a
adoção de estratégias de armazenamento para garantir os padrões de qualidade da forragem ao
longo do ano (OLIVEIRA et al., 2018).
A conservação de forragem, através da silagem, é uma estratégia que desempenha um
papel fundamental na garantia da disponibilidade de volumoso de qualidade durante todo o
ano, porém, faz-se necessário a seleção de cultivares mais adequados para essa técnica, afim
de que se torne um produto de excelente qualidade (LIMA-OROZCO et al., 2013).
Os alimentos mais usados para ensilagem são o milho e o sorgo, sendo o milho a
planta forrageira que apresenta um melhor valor nutritivo e, portanto, mais utilizada na
produção de silagem. Contudo, a elevada capacidade de rebrota, o alto teor de carboidratos
solúveis, o baixo custo de implantação e a composição nutricional muito próxima a da
silagem de milho, chegando a 85 a 90% (VERIATO et al., 2018), torna o sorgo um forte
aliado na produção de silagem no Nordeste do Brasil.
A qualidade da silagem é influenciada por diversos fatores, sendo o teor de matéria
seca da planta aquele que mais influencia os padrões de fermentação e, consequentemente, a
qualidade da silagem. A matéria seca sofre variações de acordo com a idade de corte da
planta, sendo recomendado que ela esteja entre 30 e 35% para que ocorra uma compactação
adequada e uma boa fermentação (JOBIM et al., 2007).
Ao avaliarem o valor nutritivo da silagem de sorgo, Souza et al. (2003) encontraram
valores de matéria orgânica (MO) variando de 95,7 a 96,3%, com teores médios de extrato
etéreo (EE) e de carboidratos totais (CHOT) de 2,0 e 87,6%, respectivamente, quanto ao teor
de fibra em detergente neutro (FDN) das silagens, registraram-se valores variando de 60,1 a
65,0%, já os valores médios de nutrientes digestíveis totais (NDT) oscilaram de 46,9 a 57,8%.
Ribeiro et al. (2007) determinaram o padrão de fermentação da silagem de cinco genótipos de
sorgo e encontraram valores de pH variando entre 3,69 e 4,58 e em relação aos valores
preconizados de proteína bruta (PB) para uma boa silagem é de 7,1% a 8,0%, segundo Keplin
e Santos (1996).
Alves et al. (2012) analisando o desempenho de ovinos alimentados com silagem de
sorgo com e sem tanino conseguiram obter maiores ganho de peso médio diário e total na
dieta contendo sorgo sem tanino, com valores de 153,72g e 8,61kg, respectivamente. Os
mesmos autores quando avaliaram o ganho de peso médio diário de ovinos alimentados com
silagem de sorgo em comparação ao milho obteve-se 123,08 e 74,36g dia, respectivamente.
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3.3. Potencial do uso de coprodutos de frutas na alimentação de ovinos
O Brasil possui boas condições para a produção de frutas tropicais, tendo como
destaque a região semiárida do país em que há prevalência de tecnologias avançadas e do
clima seco, tornando as culturas mais resistentes às pragas (BARRETO et al., 2014). De
acordo com Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados
(ABRAFRUTAS, 2017), estimou-se uma produção de 43,5 milhões de toneladas. Além disso,
a ABRAFRUTAS e a Comissão de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) estimaram valores para a exportação até 2020 de US$ 1 bilhão de frutas.
O Brasil, em 2017, exportou 878,4 mil toneladas de frutas, sendo que o Nordeste
sozinho foi responsável pela exportação de cerca de 600 mil toneladas (KIST et al., 2018),
que representa 68,3% das exportações nacional. Os mesmos autores afirmam que os Estados
que mais exportaram foram o Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Ceará com 236,5;
134,1; 115,4 e 107,9 mil toneladas, respectivamente.
Em consequência do volume de produção das agroindústrias, tem-se uma preocupação
com os coprodutos oriundos da colheita e também do processamento agrícola por haver
elevada quantidade acumulada desse material que pode gerar danos ambientais. Dessa forma,
a utilização de coprodutos surge como uma alternativa para a alimentação de ruminantes por
reduzir os custos de produção e suprir a necessidade nutricional, possibilitando a manutenção
ou melhoria no desempenho dos animais (PAZDIORA et al., 2019).
Dentre as frutas tropicais mais produzidas no Nordeste destaca-se as culturas do caju
(Anacardium occidentale), melão (Cucumis melo L.), maracujá (Passiflora sp.), manga
(Mangifera indica L.), coco da baía (Cocos nucifera L.), goiaba (Psidiumg guajava) e o
mamão (Carica papaya) representando 63,3% da produção Nordestina (IBGE, 2011).
3.3.1. Coproduto do mamão na alimentação de ruminantes
O mamão (Carica papaya L.) é uma frutícola de regiões tropicais pertencente à família
Caricacea que se originou na Bacia Amazônica Superior, região Nordeste da América do Sul
(ARAÚJO FILHO et al., 2002). O mamoeiro tem grande representatividade econômica e
bastante cultivada, estando o Brasil, entre os maiores produtores mundiais com produção de
1.057,101 toneladas, em 2017, com ênfase no Sudeste e no Nordeste que são as regiões com
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maior produção no país, com destaque para os estados da Bahia, Espírito Santo, Ceará e Rio
Grande do Norte (IBGE, 2017a).
A cultura do mamoeiro tem crescimento rápido, pode atingir até 8 metros de altura e
mesmo que produtivo, possui um curto período de vida. Os pomares desta cultura devem ser
renovados a cada 3 anos aproximadamente e podem frutificar ao longo do ano, com
capacidade de produzir 20 a 50 kg de mamão. O seu caule é considerado semi-herbáceo, oco e
cilíndrico e produz uma enzima proteolítica chamada papaína (YAGNAM, 1996).
O caule do mamoeiro por ser um coproduto de grande escala e ser descartado a cada
ciclo de produção, tem-se a importância em utilizar esse material como uma alternativa
alimentar para ruminantes, tendo em vista que é um alimento economicamente viável nos
sistemas de produção intensivo (AREGHEORE, 2000).
Barbosa et al. (2008) ao analisar a composição química do caule do mamoeiro
associado ao capim elefante e cana de açúcar na alimentação de bovinos obtiveram 22,30%
de MS, 86,60% de MO, 10,59% de PB, 1,29% de EE, 71,94% de FDN, 53,72% de fibra em
detergente ácido (FDA), 13,60% de matéria mineral (MM), 18,22% hemicelulose, 74,52% de
CHOT e 2,58% de carboidratos não fibrosos (CNF) para o caule do mamoeiro.
3.4. Qualidade da carcaça de cordeiros
A carcaça é composta por osso, músculo e tecido adiposo (SOUZA et al., 2019), onde
cada um desses tecidos apresentam crescimento diferente de acordo com a fase de vida do
cordeiro, sendo o desenvolvimento do tecido ósseo o mais precoce, do muscular é médio e o
adiposo mais tardio (OYA., 2015). De acordo com Arboitte et al. (2012), o mercado procura
carcaça com qualidade proporcionada pela idade e o acabamento de gordura, por isso, a
avaliação dessa estrutura é uma importante ferramenta para buscar atender o anseio do
consumidor. Assim, as medidas qualitativas e quantitativas realizadas são necessárias para
comparar os aspectos raciais, peso, idade de abate e o sistema de alimentação utilizado,
objetivando-se estimar as peculiaridades da carne consumida e buscando animais que tenham
boas deposições de partes comestíveis (CRUZ et al., 2016).
A nutrição animal está correlacionada com a composição geral da carcaça e recebe
influência da quantidade de água, valor biológico da proteína, minerais, vitaminas, teor e
perfil de gordura da dieta fornecida, com a importância em atender as exigências nutricionais
para proporcionar maior desenvolvimento, refletindo em uma carcaça adequada (HENCHION
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et al., 2014). Logo, cordeiros em melhor regime alimentar mostram-se com maior incremento
muscular, apropriada deposição de gordura e uma mínima proporção de ossos (PEREIRA,
2018).
Lawrence et al. (2012) citam que a idade ao abate é um fator que tem influência nas
características da carcaça, visto que animais jovens apresentam um crescimento acelerado dos
músculos e a gordura mostra um crescimento mais acentuado em animais mais velhos, já os
ossos apresentam um crescimento de menor velocidade em relação aos demais tecidos,
consequentemente, resulta em um aproveitamento melhor dos cortes e uma carne macia nos
cordeiros. Em contrapartida, nos animais mais velhos ocorre um maior desperdício no
momento dos cortes, maior deposição de gordura e oferece uma carne mais dura (ESTEVES
et al., 2018).
Diante da necessidade de qualificar a carcaça, alguns parâmetros são adotados, como o
controle do pH, temperatura, perda de peso por resfriamento, rendimento de carcaça quente,
rendimento de carcaça fria, peso, composição regional, espessura de gordura subcutânea e
área de olho de lombo.
Durante um período de 24 horas, após o abate, acontece uma cadeia de transformações
bioquímicas para converter o músculo em carne, sendo este, um processo conhecido como
rigor mortis, com forte influência do potencial hidrogeniônico (pH) e da temperatura, que
refletem na alteração da cor, maciez, textura e capacidade de retenção de água da carne
(COSTA, 2014). A reserva de ácido lático produzido pelo glicogênio muscular durante a
glicólise anaeróbica determina o pH post mortem, devendo a carne apresentar um valor em
torno de 6,9 a 7,2 no músculo (CRUZ et al., 2016) e de 5,6 a 5,8 na carne (SILVA, 2017).
As perdas de peso por resfriamento estão relacionadas com a espessura de gordura
subcutânea, já que a gordura atua como um isolante térmico evitando o encurtamento
excessivo das fibras musculares pelo frio e, consequentemente, retendo água no interior das
células (NASCIMENTO et al., 2018). Além disso, a cobertura de gordura proporciona sabor e
suculência à carne (MORENO; BOAVENTURA NETO, 2017), porém, sua quantidade de
gordura deve ser a mínima suficientemente para proporcionar uma correta conservação da
mesma.
O rendimento de carcaça é a relação entre os pesos de carcaças e o peso corporal do
animal em jejum (CORDEIRO, 2019), o qual determinará o preço pago pelo consumidor
(MORENO; BOAVENTURA NETO, 2017). Espera-se que o rendimento da parte posterior
da carcaça seja maior, uma vez que é o local onde estão depositados os cortes nobres
(SANTOS et al., 2014).
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A porção comestível da carcaça é mensurada por meio dos cortes comerciais, sendo
eles pernil, lombo, costela, paleta e pescoço (NÓBREGA et al., 2013), que sofrem influência
da idade, peso corporal, genética, sexo, nutrição e da alimentação, tornando-se, assim, uma
estimativa indispensável para avaliar o desempenho animal e o efeito econômico (ARAÚJO
FILHO, 2015). Do mesmo modo, a separação por cortes também proporciona um valor
agregado à carne, facilita o marketing e permite produzir pratos sofisticados na culinária
(OLIVEIRA, 2018).
Outra medida avaliada é a área de olho de lombo que é realizada no músculo
longissimus dorsi e possui relação com a quantidade de músculos presente na carcaça
(HASHIMOTO, 2012).
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4. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida no Núcleo Experimental de Pequenos Ruminantes do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus
Apodi, tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética no Uso de Animais - CEUA-UFERSA sob o
nº 23091.011989/201982. O período experimental durou 6 meses, que incluiu desde a
confecção dos silos até o ensaio experimental para as coletas de dados. O clima da região é
semiárido, que caracteriza-se por apresentar temperatura média anual de 28,5°C,
forte insolação, precipitação média anual de 772 mm, com chuvas concentradas em poucos
meses do ano (INMET, 2019).
Na ensilagem foi utilizado o sorgo (Sorghum bicolor), da variedade BRS Ponta Negra
com teor de matéria seca entre 30 e 35%, e o caule do mamoeiro que foi proveniente de
descartes de plantios ao final da produção, no pólo frutícola da região de Apodi/RN. Ambos
triturados e homogeneizados para ensilagem em silos de superfície, totalizando 12 silos com
capacidade para 1m3 de silagem cada. Após a compactação, os silos foram vedados utilizando
lona plástica de 200 micras que foi coberta por uma camada de solo de 10 a 20 cm para
contribuir expulsão do ar e na preservação da lona, permanecendo vedados por um período
mínimo de 35 dias até que pudessem ser abertos para o fornecimento aos animais.
Foram utilizados 24 ovinos machos, não castrados e mestiços das raças Dorper (½) e
Santa Inês (½), provenientes da propriedade Lagoa do Serrote, em Umarizal/RN, com peso
médio inicial de 15 kg ± 0,5 e idade média de 84 dias ± 10 dias. Os cordeiros foram alojados
aleatoriamente em baias individuais, medindo 1,0m x 1,2m com acesso livre aos comedouros,
bebedouros e saleiros.
O ensaio de desempenho teve duração de 63 dias, sendo 14 dias de adaptação e 49 dias
de coleta de dados. Todos os animais receberam aplicação de vermífugo, a base de Cloridrato
de Levamisol 7,5%, e modificador orgânico ao iniciar o período de adaptação, seguindo as
recomendações de dosagens descritas pelos fabricantes.
A dieta experimental foi composta pela silagem de sorgo associada ao Caule do
Mamoeiro em quatro níveis (0; 33,5%; 66,5% e 100%) e concentrado, formulado com base
em milho em grão triturado (63%), farelo de soja (35%) e calcário calcítico (2%), buscando
uma concentração de, no mínimo, 20% de proteína bruta e 75% de nutrientes digestíveis
totais.
A alimentação foi ofertada em duas refeições diárias (8h e 16h), sendo permitida uma
sobra diária de, no máximo, 10% do volumoso em relação à quantidade de silagem fornecida,
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visando à avaliação do consumo voluntário, que foi determinado pela diferença entre a
quantidade diária de silagem ofertada e as respectivas sobras com base na matéria seca (MS).
Fixou-se a quantidade de concentrado em 3% do peso vivo, reajustando semanalmente por
meio do controle ponderal dos cordeiros para determinação do ganho de peso.
A MS foi determinada a partir da amostragem semanal da ração fornecida e das sobras
de cada animal e tratamento, sendo conservadas a – 10 °C para posteriores análises, de acordo
com a metodologia descrita por Silva e Queiroz (2002). A partir daí foram realizadas as
diferenças médias entre a quantidade de matéria seca do alimento fornecido e a da sobra
diária.
Ao final do período experimental, os cordeiros foram levados para o Abatedouro
Frigorífico Industrial de Mossoró/RN (AFIM), submetidos ao jejum de sólidos por 16 horas e
pesados para determinar o peso corporal do animal em jejum (PCAJ). Com base no PCAJ
calculou-se o ganho de peso total (GPT), a partir da diferença entre o PCAJ e o peso corporal
inicial (PCI). Após o cálculo do GPT, verificou-se o ganho de peso diário (GPD), a partir da
divisão entre o GPT e o tempo de duração da fase experimental (49 dias).
Em seguida, os animais foram abatidos conforme a legislação vigente (BRASIL, 2000)
e cerca de 45 minutos após o abate e evisceração, ocorreu a verificação do pH inicial e
temperatura no músculo Longissimus dorsi com o auxílio de um pHgâmetro digital.
Após a coleta do pH e temperatura foi realizada a pesagem das carcaças para
determinar o peso de carcaça quente (PCQ) que possibilitou a determinação do rendimento de
carcaça quente (RCQ) pela relação entre o PCQ e o PCAJ, [RCQ (%) = (PCQ/PCAJ) x 100].
Posteriormente, as carcaças foram revestidas com proteção plástica e levadas à câmara fria
por um período de 24 horas a uma temperatura de ± 4°C. Passado esse período, verificou-se
novamente o pH e temperatura final no músculo Longissimus dorsi e as carcaças foram
pesadas novamente para obtenção do peso da carcaça fria (PCF), a partir da qual foi possível
determinar a perda de peso por resfriamento [PPR (%) = [(PCQ-PCF)/PCQ) x 100] e
rendimento de carcaça fria [RCF (%) = (PCF/PCAJ) x 100].
Logo após, as carcaças foram seccionadas longitudinalmente, na altura da linha média,
compondo duas meias carcaças, sendo a esquerda seccionada em cinco partes que
compreenderam o pernil, lombo, costela, paleta e pescoço (CEZAR; SOUZA., 2007), sendo
cada peça pesada individualmente para determinação do rendimento dos cortes e toda a
gordura retirada durante o toalete das peças da composição regional da carcaça foram pesadas
para compor as perdas do processamento.
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Depois realizou-se um corte transversal entre a 12ª e 13ª costela, expondo o músculo
Longissimus dorsi, onde foi plotado o perímetro desse músculo em papel vegetal, para efetuar
a leitura da área de olho de lombo (AOL) que foi realizada por planimetria utilizando o
software AutoCAD 2020. Mensurou-se, ainda, com auxílio de um paquímetro digital, no
mesmo músculo a espessura de gordura subcutânea (EGS) máxima e mínima para calcular a
média.
O delineamento adotado foi o inteiramente ao acaso e os resultados foram submetidos
à análise de variância e o efeito dos níveis de inclusão do caule do mamoeiro em substituição
ao sorgo, avaliados por meio de análise de regressão a 5% de significância, utilizando o
seguinte modelo: Yijk = µ + Ai + aij, em que: Yijk = valor observado no nível i; j = repetição
(animal); µ = efeito geral; Ai = efeito do nível i; i = níveis de substituição do caule do
mamoeiro; aij = efeito do erro aleatório atribuído à repetição.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os níveis de substituição da forragem de sorgo pelo caule de mamoeiro na silagem,
demostram que não houve significância (P>0,05) no desempenho dos cordeiros (Tabela 1), o
que pode ter ocorrido em função da homogeneidade dos animais no início do experimento,
por pertencerem ao mesmo genótipo, terem iniciado com os mesmos pesos corporais, além de
serem originários da mesma propriedade.
Tabela 1- Desempenho de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado ao caule
de mamoeiro.
Variável Dieta (%)
CV (%) Equação R² p-valor 0 33,5 66,5 100
CMS (kg.PV-¹) 0,72 0,72 0,80 0,74 12,20 y = 0,74 - 0,345
CMS% PV 3,57 3,45 3,76 3,66 10,50 y = 3,61 - 0,539
GPT (kg) 9,95 10,09 11,36 9,68 15,55 y = 10,27 - 0,180
GPD (kg) 0,20 0,21 0,23 0,20 15,54 y = 0,21 - 0,183
PCAJ (kg) 24,97 25,74 27,02 25,17 9,10 y = 25,72 - 0,185
PCQ (kg) 11,93 13,04 13,24 12,30 11,05 y = 12,63 - 0,187
PCF (kg) 11,68 12,86 13,02 12,12 4,16 y = 12,42 - 0,075
Legenda: GPT: ganho de peso total; GPD: ganho de peso diário; PCAJ: peso corporal do animal em jejum;
PCQ: peso da carcaça quente; PCF: peso da carcaça fria; CMS: consumo de matéria seca; CMS: consumo de
matéria seca; PV: peso vivo; kg: quilograma; CV: coeficiente de variação; R²: regressão; p: probabilidade; y:
variável dependente.
O CMS encontrado nesse estudo foi de 0,745 kg por dia e de 3,61% em relação ao seu
peso vivo por dia. O valor encontrado para CMS (kg) está dentro do padrão recomendado
pelo NRC (2007) que varia de 0,63 a 1,2kg MS/animal/dia, assim como o consumo em
relação ao peso vivo (CMS%PV). Carvalho et al. (2006) afirmam que a quantidade de fibra
em detergente neutro (FDN) na dieta é considerada um dos fatores de regulação de consumo
devido a sua lenta degradação e baixa taxa de passagem pelo ambiente ruminal, limitando a
ingestão pela ocupação do trato gastrintestinal. Como os valores encontrados nesta variável
não sofreu influência significativa, pressupõe-se que o valor de fibra em detergente neutro
(FDN) do caule de mamoeiro (71,94%), observado nos estudos de Barbosa et al. (2008), são
similares as demais dietas, supondo assim, que não houve nenhum limitante de consumo.
Alves et al. (2012) ao avaliarem o consumo de matéria seca em silagem de sorgo com tanino
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na dieta de cordeiros Santa Inês obtiveram média de 1,03 kg por dia, superior a média
encontrada neste estudo, no entanto, ambos são considerados satisfatórios.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) nos ganhos de peso total e diário,
sendo encontradas médias de 10,27kg e 0,210kg, respectivamente. Mertens (1994) afirma que
60 a 90% das diferenças no desempenho do animal estão diretamente relacionadas ao
consumo, como os CMS encontrados no presente trabalho foram semelhantes, provavelmente
tenha proporcionado a similaridade entre os ganhos de peso observados.
O ganho de peso diário, obtido nesse estudo, ficou melhor do que o preconizado pelo
NRC (2007) que é de 0,200 kg/dia para animais nesta categoria. Santos et al. (2015),
avaliando o desempenho de cordeiros alimentados com silagem de bagaço de laranja, não
encontraram diferenças significativas (P>0,05) para o GPD, sendo observado um valor médio
de 0,137 kg.dia-1
, ficando abaixo dos encontrados nesse trabalho.
O peso corporal de abate em jejum (PCAJ) e das carcaças quente (PCQ) e fria (PCF),
não foram influenciados (P>0,05) pelos níveis crescentes de substituição da forragem de
sorgo pelo caule do mamoeiro na ensilagem. Os cordeiros apresentaram peso corporal inicial
e GPT similares entre os níveis de substituição, sendo essa a condição que pode ter
influenciado a ausência de diferenças estatísticas para o PCAJ. Com relação aos resultados
observados para o PCQ, supõe-se que estes tenham sido influenciados pelo CMS, uma vez
que os níveis de caule do mamoeiro associado ao sorgo na ensilagem apresentaram o mesmo
consumo e, provavelmente, devem ter levado a valores similares de conteúdos
gastrointestinais.
O Rendimento de Carcaça Quente (RCQ) não diferiu estatisticamente (P>0,05), entre
os diferentes níveis de substituição do sorgo pelo caule do mamoeiro na ensilagem, como
mostra a Tabela 2, o que deve ter ocorrido pelos mesmos motivos que levaram a ausência de
diferença estatística para o PCAJ. Rodrigues et al. (2008) avaliando características de carcaça
de cordeiros Santa Inês alimentados com polpa cítrica também não encontraram diferenças e
obtiveram uma média de 49,87% para o mesmo parâmetro, semelhante ao encontrado nesse
estudo. O valor médio encontrado para o RCQ foi de 49,03%, sendo superior ao valor médio
ideal de 46% preconizado por Silva Sobrinho (2001) para uma carcaça ser considerada de boa
qualidade, o que demonstra o potencial do uso do caule do mamoeiro associado ao sorgo na
ensilagem.
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Tabela 2- Características da carcaça de cordeiros alimentados com silagem de sorgo
associado ao caule de mamoeiro.
Variável Dieta (%) CV
(%) Equação R²
p-
valor 0 33,5 66,5 100
RCQ (%) 47,65 50,70 48,98 48,78 4,10 y = 49,03 - 0,061
RCF (%) 46,69 49,40 48,54 47,14 3,57 y = -0,0009x²+0,09x+46,83 0,90 0,017
PPR (%) 2,01 1,51 1,62 1,40 13,21 y = -0,0053x+1,90 0,74 0,001
pH(45min) 6,37 6,35 6,40 6,38 3,97 y = 6,38 - 0,896
pH(24h) 5,90 5,86 5,99 5,98 3,09 y = 5,93 - 0,291
TºC(45min) 32,47 31,05 31,43 31,57 3,10 y = 31,63 - 0,067
TºC(24h) 6,33 6,27 6,83 6,02 11,97 y = 6,36 - 0,242
AOL (cm²) 12,72 12,80 12,36 10,61 14,10 y = -0,02x + 13,05 0,75 0,048
EGS (mm) 1,98 1,67 2,54 2,44 27,22 y = 2,16 - 0,058
Legenda: RCQ: rendimento de carcaça quente; RCF: rendimento de carcaça fria; PPR: perda de peso por
resfriamento; pH: potencial hidrogeniônico; TºC: temperatura; AOL: área de olho de lombo; EGS: espessura de
gordura subcutânea; cm: centímetro; mm: milímetro; CV: coeficiente de variação; R²: regressão; p:
probabilidade; y: variável dependente; x: variável independente- nível de suplementação.
Em relação ao RCF, observou-se efeito quadrático devido a dieta (P<0,05), mostrando
melhor resultado quando o nível de inclusão foi de 33,5%, apresentando rendimento de
49,40%. Rotta et al. (2009) atribui esse resultado no rendimento aos efeitos da nutrição,
principalmente dos ingredientes e aos níveis de energia, proteína e aminoácidos da dieta.
A PPR varia, principalmente, em função da quantidade de gordura de cobertura e da
perda de umidade (CUNHA et al., 2008), sendo considerada um fator importante, pois quanto
menor, melhor é a valorização da carcaça. A partir disso, observou-se nesse estudo diferença
significativa (P<0,05) em função do aumento dos níveis de substituição do caule de mamoeiro
associado ao sorgo na ensilagem, em que as menores perdas (1,40%) foram obtidas com
dietas contendo silagem de 33,5% e 100% do caule de mamoeiro, o que pode ser reflexo de
uma boa cobertura de gordura na caraça desses animais. Santos et al. (2015) ao estudarem as
características de carcaça de cordeiros confinados alimentados com silagem de bagaço de
laranja obtiverem média de perda por resfriamento (1,25%) inferior a média encontrada nesse
estudo (1,63%), já Menezes et al. (2020) relataram média superior (2,0%) quando avaliaram
características da carcaça de cordeiro Santa Inês em confinamento alimentados com sobras de
banana.
Quanto ao pH verificado a 45 minutos (6,38) e 24 horas (5,93) de resfriamento após o
abate, não apresentaram efeitos significativo da dieta (P>0,05). Pinheiro et al. (2009)
estudando qualidade da carcaça de cordeiros encontraram valores médios de pH a 45 minutos
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e pH a 24 horas de 6,49 e 5,58, respectivamente, semelhante aos encontrados neste trabalho.
Cézar e Souza (2010) afirmam que o pH declina a medida que o tempo pós abate avança, com
pH em torno de 6,0, até atingir um pH de 5,4 em 24h de refrigeração, justificando que os
valores encontrados estão dentro da normalidade.
A alteração desse parâmetro é decorrente da quantidade de reserva de glicogênio no
músculo, que pode sofrer influencia do estresse ante mortem, portanto, como todos os grupos
foram submetidos ao mesmo manejo pré e pós-abate, os valores de pH se comportaram de
forma semelhante (NASCIMENTO, 2018), permitindo observar uma queda normal em todos
os tratamentos, sem apresentar defeitos de carnes PSE (pálidas, moldes e exsudativas) ou
DFD (Escuras, firmes e secas) (ALBARRACÍN et al., 2013). Resultado semelhante foi obtido
por Rodrigues et al. (2008), em que não encontraram diferenças de pH na carcaça de cordeiro
alimentados com níveis de polpa cítrica em rações em confinamento.
As temperaturas das carcaças aos 45 minutos (31,63ºC) e 24 horas (6,36ºC) de
resfriamento após o abate não foram influenciadas (P>0,05) pela dieta. De acordo com
Ricardo (2010) a temperatura interna das carcaças após abate deve está entre 30 a 39ºC e
durante o resfriamento a câmara fria se mantém a uma temperatura de 4ºC, assim mostra que
os resultados obtidos nesse estudo estão dentro do padrão citado pelos autores, já que a
temperatura interna da carcaça fria se mantém próxima a temperatura em que a carcaça foi
exposta, indicando uma quantidade adequada de glicogênio hepático e muscular nos animais
proporcionado pelo plano nutricional e o manejo pré e pós-abate.
A dieta influenciou de maneira linear e negativa (P<0,05) na área de olho de lombo,
onde à medida que aumentou a associação do caule de mamoeiro ao sorgo na ensilagem,
houve redução da AOL, onde a substituição de 33,5% de caule do mamoeiro apresentou o
melhor resultado para esta variável. Em estudos utilizando subprodutos de goiaba, Silva et al.
(2014) encontraram resultado semelhante a este estudo, a medida em que aumentava o nível
de substituição do subproduto diminuía a área de olho de lombo. Nesse sentido, como a AOL
é considerada um indicador fundamental de musculosidade do animal a substituição da
silagem de sorgo pelo caule do mamoeiro proporciona maior rentabilidade dos cortes quando
substituído em até 33,5% (CÉZAR; SOUZA, 2010).
A espessura de gordura subcutânea (EGS), considerada uma medida de acabamento
externo, pode trazer efeitos negativos para a qualidade da carcaça quando encontrada em
valores baixos, pois a gordura serve de proteção aos efeitos da baixa temperatura. Em
contrapartida, quando em excesso, pode afetar na hora da escolha pelo consumidor (CUNHA
et al., 2008). Nesse estudo foi possível encontrar uma média de 2,16mm de EGS sem sofrer
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efeito da substituição (P>0,05) do coproduto associado ao sorgo na ensilagem. Silva et al.
(2014) analisando carcaça de cordeiros Santa Inês alimentados com subprodutos da goiaba,
encontrou média de 2,57mm, próxima a encontrada neste trabalho. De acordo com Cartaxo et
al. (2011), essa medida apresenta forte correlação com a quantidade de energia disponível
para síntese de gordura, ou seja, quanto mais energia disponível maior deposição de lipídios
na carcaça.
Os rendimentos da composição regional dos cordeiros alimentados com silagem de
sorgo e caule de mamoeiro não sofreram influência estatística, exceto para o pernil em kg
(P>0,05), como mostra a Tabela 3.
Tabela 3- Composição regional de cordeiros alimentados com silagem de sorgo associado ao
caule de mamoeiro.
Variável Dieta (%)
CV (%) Equação R² p-
valor 0 33,5 66,5 100
Composição regional (Kg)
Pescoço 0,48 0,51 0,49 0,43 16,33 y = 0,48 - 0,165
Paleta 0,90 1,21 0,98 0,96 20,65 y = 1,01 - 0,066
Costela 1,77 2,05 2,08 1,93 13,36 y = 1,96 - 0,056
Lombo 0,38 0,40 0,41 0,40 13,36 y = 0,40 - 0,305
Pernil 1,83 1,99 2,09 1,81 11,32 y =-0,00001x²+0,01x+1,82 0,90 0,022
Perdas 0,98 0,99 1,00 1,18 26,75 y = 1,04 - 0,233
Composição regional (%)
Pescoço 8,86 8,32 8,13 7,84 12,90 y = 8,29 - 0,109
Paleta 16,92 19,66 16,22 17,35 18,30 y = 17,54 - 0,549
Costela 32,98 33,25 34,30 34,83 6,15 y = 33,84 - 0,100
Lombo 7,00 6,51 6,84 7,17 8,06 y = 6,88 - 0,086
Pernil 34,24 32,35 34,51 32,82 5,68 y = 33,48 - 0,504
Perdas 8,39 7,60 7,67 9,82 23,65 y = 8,37 - 0,084
Legenda: CV: coeficiente de variação; R²: regressão; p: probabilidade; kg: quilograma; y: variável
dependente; x: variável independente- nível de suplementação.
O rendimento do pernil (kg) dos cordeiros apresentou comportamento quadrático, ou
seja, o peso do corte aumentou à medida que o sorgo foi substituído pelo caule de mamoeiro
na silagem, onde os que consumiram a dieta de 66,5% de substituição do caule de mamoeiro
na silagem de sorgo obtiveram melhores resultados (2,09kg), porém, quando substituído
totalmente em 100%, os resultados obtidos foram reduzidos (1,81kg). No entanto, ao se
observar o rendimento do corte em relação ao peso de carcaça fria, este não sofreu influência
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(P>0,05) em função das diferentes dietas, já que o peso de carcaça fria também não teve
efeito.
Moreno et al. (2010) citaram que o índice de musculosidade da perna pode representar
bem a composição total da carcaça, ou seja, maior relação músculo:osso. Cunha et al. (2008)
avaliando características quantitativas da carcaça de ovinos Santa Inês, encontraram peso
médio do pernil de 2,26kg. Resultados semelhantes aos obtidos neste estudo, fato que pode
ser explicado pelo uso de grupos genéticos e idades similares.
Nunes et al. (2007) sugerem que coprodutos podem ser utilizados como alternativas
alimentares, para a redução de custos na produção de ovinos e com eles obter ganhos
satisfatórios de peso mantendo um padrão significativo na qualidade da carcaça dos animais.
Levando esse fato em consideração, as diferentes porcentagens de substituições com o caule
do mamão pelo sorgo na ensilagem, verifica-se que as associações usadas em até 66,5%,
promoveram bons resultados de desenvolvimento muscular dos cordeiros. No entanto, se o
caule de mamão for ensilado totalmente em 100%, os resultados obtidos são reduzidos.
As perdas desempenham um papel fundamental na avaliação de carcaça, pois esta
agrega valor aos cortes, já que são retiradas partes que não são consumidas, como sebo, peles
e nervos. Os valores encontrados para perdas (kg) não mostraram diferenças significativas
(P>0,05).
Estudiosos como Aguiar et al. (2012), relatam que ao avaliar a composição química
do Cerne de Jaracatiá, árvore frutífera da mesma família do mamoeiro, observaram que há
elevados níveis de açúcares e aminoácidos, podendo representar uma importante fonte
energética. Conforme Costa et al., (2006) a quantidade de energia da dieta pode resultar em
bons rendimentos de corte.
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6. CONCLUSÃO
O sorgo pode ser substituído pelo caule do mamoeiro em até 66,5% na ensilagem,
visto que o desempenho dos cordeiros, as características da carcaça e os rendimentos dos
cortes não foram afetados até esse nível. Contudo, vale ressaltar que a utilização da silagem
do caule de mamoeiro depende de fatores econômicos e da disponibilidade do produto na
região.
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