CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES COM …ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/68/CARACTERÍSTICA… · Para Renzulli (1986), os três grupamentos de traços têm a mesma importância

CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES COM ALTAS

HABILIDADES OUSUPERDOTAÇÃO (AH/SD)

INTRODUÇÃO

Como já vimos no material sobre a Contextualização e Conceito das Altas

Habilidades/Superdotação, as pessoas com Altas Habilidades ou Superdotação

(AH/SD) têm sido nomeadas de diferentes formas e isso tem gerado muitas

confusões, dificultando a sua identificação e seu registro no censo escolar.

INTRODUÇÃO

Diversos autores (ALENCAR; FLEITH, 2001; PÉREZ, 2003;

PÉREZ; RODRIGUES, 2013) têm feito referência a

confusões entre AH/SD e precocidade, genialidade,

prodigalidade, TDAH e transtorno de Asperger, assim

como as diversas nomenclaturas que têm sido utilizadas

para fazer menção à pessoa com AH/SD: altamente

capaz, pessoa ou portador de Altas Habilidades, alto

habilidoso, bem-dotado, brilhante, dotado, portador de

genialidade, portador de superdotação, talentoso,

superdotado; além dos mais recentes, mas não menos

discriminatórios e preconceituosos nerd, geek,

sabichão, CDF ...

INTRODUÇÃO

Segundo Pérez (2012, p. 47), a maioria das palavras ou expressões que são utilizadas para

nomear a PAH/SD [pessoa com AH/SD] é herdada da literatura estrangeira, principalmente

em língua inglesa (gifted, talented e high ability), francesa (précoce, doué, surdoué, haut

potentiel) e espanhola (superdotado, sobredotado, talentoso, altas capacidades), de onde

vêm um número [...] grande das publicações.

INTRODUÇÃO

No Brasil, o termo Altas Habilidades foi

primeiramente associado ao termo portador

de que, por razões filosóficas, foi abandonado

por pessoa com, e hoje faz parte da expressão

Altas Habilidades ou Superdotação que é a

terminologia mais utilizada no meio

educacional, uma vez que é a preconizada pela

Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (BRASIL, 2013). É importante salientar

que adotamos como referencial teórico a

concepção de inteligências múltiplas

(GARDNER, 1983; 2000) e a concepção de

superdotação dos três anéis (RENZULLI, 1978;

1986), que iremos discutir a seguir.

HOWARD GARDNER

TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Gardner formulou sua teoria das inteligências múltiplas no livro Estruturas da

Mente (1994). Nele, apresentou sete inteligências e, posteriormente, no livro

Inteligência: um conceito reformulado (2000), ele acrescentou mais uma.

Gardner (1994) explica que, para formular sua teoria, estudou uma série de

grupos que lhe permitiram comprovar a validade de cada uma das

inteligências: prodígios, pessoas com AH/SD, pacientes com danos cerebrais,

pessoas chamadas savants, crianças e adultos normais, especialistas de

diferentes linhas de pesquisa e pessoas de diferentes culturas.


•Para saber mais, consulte o

Capítulo 2 – “Uma versão

aperfeiçoada”, do livro

Inteligências Múltiplas: a

teoria na prática

(GARDNER, 1995)

Você sabia que

savants são pessoas

que apresentam uma

alta habilidade em

determinada área,

porém, com

significativo déficit

de inteligência?


Gardner (2000, p. 47) define a inteligência como “um potencial biopsicológico

para processar informações que pode ser ativado em um cenário cultural para

solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados em uma cultura”.


Ele partiu do pressuposto de que cada

inteligência deveria cumprir alguns pré-

requisitos para poder ser considerada como tal:

que fosse encontrada relativamente isolada em

populações especiais (ou não encontrada

isoladamente em populações normais), que

pudesse ser muito desenvolvida em indivíduos

ou em culturas específicas e que os

psicometristas, os pesquisadores experimentais

e/ou os especialistas de uma determinada

disciplina pudessem postular habilidades

centrais que definissem cada inteligência.


Alguns critérios foram estabelecidos para que as inteligências pudessem ser

assim declaradas (GARDNER, 1994): O isolamento dessa inteligência por dano

cerebral; Uma história evolutiva e a plausibilidade evolutiva; o apoio detarefas

psicológicas experimentais; A existência de savants, prodígios e outros

indivíduos excepcionais, uma operação central ou um conjunto de operações

identificáveis; Uma história desenvolvimental distinta, aliada a um conjunto

definível de desempenhos proficientes de expert, o "estado final”; O apoio de

achados psicométricos e a suscetibilidade à codificação em um sistema

simbólico.


Para fins de nossa discussão, é importante destacar que cada inteligência:

Deve ter raízes

biológicas e

ser valorizada

em um ou mais

ambientes

culturais;

É ativada ou

desencadeada

por certos tipos

de informação

interna ou

externamente

apresentada;

Deve ter uma

operação

nuclear ou um

conjunto de

operações

identificáveis;

Deve ser capaz

de ser

codificada num

sistema de

símbolos.


No Capítulo 4 – “O que é uma

inteligência” do livro Estruturas

da mente (GARDNER, 1994), o

autor explica mais

detalhadamente os

procedimentos desenvolvidos

para formular essa teoria e para

validar uma inteligência.


Algo que não podemos esquecer é a afirmação

de Gardner (1995, p. 22) de que: “Exceto em

indivíduos anormais, as inteligências sempre

funcionam combinadas, e qualquer papel adulto

sofisticado envolverá uma fusão de várias

delas”. As oito inteligências são: Inteligência

corporal-cinestésica; Inteligência interpessoal;

Inteligência musical; Inteligência lógico-

matemática; Inteligência linguística; Inteligência

naturalista; Inteligência intrapessoal;

Inteligência espacial.

JOSEPH RENZULLI

JOSEPH RENZULLI

Como dissemos anteriormente, a concepção de AH/SD que

adotamos é a proposta por Joseph Renzulli que está sintonizada com

a concepção de inteligência de Gardner e é uma das mais citadas no

mundo todo. Joseph S. Renzulli é professor de Psicologia Escolar na

Universidade de Connecticut, na qual ele também é diretor do

National Research Center on the Gifted and Talented (Centro

Nacional de Pesquisas sobre Superdotados e Talentosos). Suas

pesquisas têm se concentrado na identificação e desenvolvimento

da criatividade e da superdotação em jovens e em modelos

organizacionais e estratégias curriculares para a melhoria de toda a

escola.

JOSEPH RENZULLI

Um dos focos de seu trabalho tem sido a aplicação de estratégias de

educação para superdotados para melhorar a aprendizagem de

todos os estudantes. Ele é membro da Associação Norte-americana

de Psicologia e foi consultor da Força Tarefa sobre Superdotados e

Talentosos da Casa Branca. Recentemente, foi nomeado Professor

Distinguido do Conselho de Administradores da Universidade de

Connecticut. Desenvolve o UConn Mentor Connection program for

gifted young students (Programa de Conexão com Mentores para

jovens alunos superdotados da UConn e o summer Confratute

program (programa de verão Confratute) que iniciou em 1978 e já

atendeu milhares de professores e gestores de todo o mundo.

Mais informações em:

http://www.sagepub.com/authorDetails.nav?contribId=529893

TRÊS ANÉIS DE JOSEPH RENZULLI

A concepção de superdotação dos três anéis (RENZULLI, 1979, p. 6) define a

superdotação como a “interação entre três grupamentos básicos de traços

humanos – sendo esses grupamentos as capacidades gerais acima da média, os

elevados níveis de comprometimento com a tarefa e os elevados níveis de

criatividade” e serve como base para a definição do Ministério de Educação do

Brasil (BRASIL, 1995) que a adotou nas “Diretrizes gerais para o atendimento

educacional aos alunos portadores de Altas Habilidades/Superdotação e

talentos”.


Renzulli (2004) destaca que os fatores de personalidade e

os fatores ambientais têm papel fundamental na

manifestação dos comportamentos de superdotação e

aponta para um conceito de inclusão quando diz: Acredito

que a verdadeira igualdade somente pode ser alcançada

quando reconhecermos as diferenças individuais dos

alunos que atendemos e quando reconhecermos que os

alunos com elevado rendimento têm o mesmo direito que

os alunos com dificuldades de aprendizagem de serem

incluídos na educação (RENZULLI, 2004, p. 118, grifo do

autor).


Renzulli integra três

grupamentos básicos na

definição, você sabe quais

são? Os três grupamentos

básicos são: a habilidade

acima da média, o

comprometimento com a

tarefa e a criatividade


Habilidade acima da média

No contexto escolar, a habilidade geral é mais valorizada. Ela é representada pelo raciocínio

verbal e numérico, pelas relações espaciais, pela memória e pela fluência do vocabulário. As

habilidades específicas constituem a “capacidade de adquirir conhecimento, destreza e

habilidade para o desempenho em uma ou mais atividades especializadas” (RENZULLI, 1986, p.

12).

Criatividade

Conforme Renzulli (1986), o anel da habilidade acima da média representa um conjunto

geralmente estável ou constante de características, pois quando esta capacidade está presente

em alguma área, ela pode ser constatada ao longo do tempo. O segundo grupamento de traços

da concepção – a criatividade – refere-se à originalidade de pensamento; à fluência; à

flexibilidade; à capacidade de deixar de lado convenções e procedimentos estabelecidos, à

abertura a experiências, ao novo e ao diferente, dentre outros aspectos.


Comprometimento com a tarefa

É definido por Renzulli (1986) como uma forma refinada de motivação,

sistematicamente encontrada nas pessoas criativas e produtivas: é a energia que uma

pessoa coloca para realizar uma ação em relação a uma determinada tarefa ou área

específica, comumente associada à perseverança, à paciência, ao grande esforço, à

dedicação, à autoconfiança e à crença na própria capacidade para executar um

trabalho importante. Para Renzulli (1986), os três grupamentos de traços têm a mesma

importância e merecem a mesma atenção, ou seja, nenhum deles é mais importante que

o outro, e privilegiar o desempenho acadêmico, como costuma ser feito nas escolas, faz

com que deixem de ser atendidos os estudantes que, mesmo não tendo escores

superiores nos testes padronizados, os compensem com altos níveis de

comprometimento com a tarefa e criatividade.


Comprometimento com a tarefa

Segundo Renzulli (1986, p. 17), o anel da capacidade acima da média encerra

“os mesmos tipos de processos de pensamento exigidos para as situações de

aprendizagem mais tradicionais e, desta forma [...] é a influência predominante

na superdotação acadêmica”; porém, para o desempenho produtivo-criativo de

alto nível é necessário que haja uma interação entre os três grupamentos. As

pesquisas indicam claramente que os anéis que se apresentam mais

intensamente compensam o tamanho menor de um ou dos outros dois, mas que

“todos os três grupamentos devem estar presentes e interagir em algum grau

para que possam surgir níveis elevados de produtividade”.

CARACTERÍSTICAS DE

AH/SD

CARACTERÍSTICAS DE AH/SD

Algumas características são muito próprias das pessoas

com AH/SD, entre elas podemos destacar, por exemplo,

senso de humor, de ética e de justiça muito

desenvolvidos; leitura precoce e de um número muito

grande de livros; preferência por se relacionar com

pessoas muito mais velhas ou muito mais novas;

interesses diferentes aos dos seus pares; tendência ao

perfeccionismo e nível de autoexigência muito elevado;

independência e autonomia; e preferência por

trabalharem/estudarem sozinhas. Especialmente nas

crianças, o assincronismo é outra característica

frequente nas, que pode trazer problemas de

desempenho, de personalidade e problemas sociais

(PRIETO-SÁNCHEZ; HERVÁS-AVILÉS, 2000;

ACEREDAEXTREMIANA, 2000).


O assincronismo pode ser interno ou externo. Segundo Pérez, o

assincronismo interno pode ser subdividido em: afetivo-intelectual

(desequilíbrio entre as esferas afetiva e cognitiva, em relação às

etapas de desenvolvimento previstas como “norma” ou “regra” para

o geral das crianças e adolescentes), que faz que as crianças com

AH/SD utilizem seu domínio cognitivo para disfarçar a imaturidade

emocional, correspondente à sua idade. Pode ser intelectual-

psicomotor, podendo refletir-se, por exemplo, entre a aprendizagem

da leitura (geralmente precoce) e a da escrita, que demanda uma

maturidade psicomotora prévia para concretizá-la. Pode ser um

assincronismo da linguagem e do raciocínio (desequilíbrio entre o

raciocínio e a linguagem) que pode manifestar-se, por exemplo, em

crianças que compreendem um processo matemático rapidamente,

mas, quando solicitadas a explicar o procedimento, não conseguem

demonstrar a sua compreensão com palavras (p. 246-247).


E o assincronismo externo pode ser

subdividido em: [...] assincronismo

criança-escola ou escolar-social,

característico da criança que domina

mais informações e cujo ritmo de

aprendizagem é superior ao de seus

colegas, e o assincronismo nas relações

familiares ou assincronismo familiar

(desequilíbrio entre o desenvolvimento

intelectual e afetivo) que algumas

crianças com AH/SD manifestam e pode

produzir confusão na família (p. 247).

INDICADORES DE

AH/SD

INDICADORES DE AH/SD

Meirieu (1998, p. 187) expõe que os

indicadores são comportamentos

observáveis a partir dos quais “se

pode inferir o alcance de um

objetivo ou o domínio de uma

capacidade”. Os três anéis de traços

que Renzulli apresenta na sua

definição podem ser caracterizados

por alguns indicadores, assim como

a liderança que também aparece em

uma boa parte das pessoas com

AH/SD.


Indicadores de habilidade acima da média:

-Tem uma memória muito destacada (especialmente em

assuntos que lhe interessam, comparado a outras

pessoas de sua idade);

-Tem capacidade de generalização destacada;

-Aprende fácil e rapidamente coisas que lhe interessam

e as aplica a outras áreas;

- Apresenta um vocabulário muito mais avançado e rico

que seus colegas ou demais pessoas da sua idade;


Indicadores de habilidade acima da média:

- Possui muitas informações sobre os temas que são de seu

interesse;

- Tem um raciocínio lógico-matemático muito desenvolvido

(não só na matemática);

- Destaca-se nas atividades de seu interesse;

- Tem uma capacidade analítica e indutiva muito

desenvolvida;

- Adapta-se facilmente a situações novas ou as modifica;

- Possui um pensamento abstrato muito desenvolvido.

INDICADORES DE AH/SDIndicadores de comprometimento com a tarefa: É persistente nas

atividades que lhe

interessam e busca

concluir as tarefas;

É muito seguro e,

às vezes, teimoso,

em suas

convicções;

Insiste em buscar

soluções para os

problemas;

É muito exigente e

crítico consigo

mesmo, e nunca

fica satisfeito com

o que faz;

Dedica muito mais

tempo e energia a

algum tema ou

atividade que gosta ou

que lhe interessa;

Tem sua própria

organização;

Sabe distinguir as

consequências e os

efeitos de ações;


Treina por conta

própria para

aprimorar sua

técnica.

Consegue

prever as etapas e

os detalhes para

realizar uma

atividade;

Sabe identificar

as áreas de

dificuldade que

podem surgir em

uma atividade;

Deixa de fazer

outras coisas para

envolver-se numa

atividade que lhe

interessa;

É interessado e

eficiente na

organização de tarefas;

Não precisa de

muito estímulo

para terminar um

trabalho que lhe

interessa;

Sabe estabelecer

prioridades com

facilidade;

Indicadores de comprometimento com a tarefa:


Indicadores de criatividade:

É extremamente curioso;

Tem muitas ideias, soluções e respostas

incomuns, diferentes e inteligentes;

É inconformista e não se importa em ser

diferente;

Gosta de arriscar-se e de enfrentar

desafios;

Faz perguntas provocativas (perguntas

difíceis, que exploram outras dimensões não

percebidas, que expressam crítica, inquietude

intelectual);

Gosta de criticar construtivamente e não

aceita autoritarismo sem criticá-lo;

Sabe compreender ideias diferentes das

suas;

As ideias que propõe são vistas como

diferentes ou esquisitas pelos demais;

É muito imaginativo e inventivo;

É questionador quando algum adulto fala

algo com o qual não concorda;

Descobre novos e diferentes caminhos para

a solução de problemas;

Fica chateado quando tem que repetir um

exercício/uma tarefa de algo que já sabe;

Não é muito adepto a cumprir regras,

especialmente quando as considera injustas

ou sem sentido.

ASPECTOS SÓCIO-

EMOCIONAIS

ASPECTOS SÓCIO-EMOCIONAIS

Segundo Renzulli e Reis (1997) citado por Virgolim (2007, p. 43), para se desenvolver estratégias

pedagógicas adequadas, alguns aspectos sócioemocionais das pessoas com AH/SD devem ser

observados:

- Investem uma quantidade significativa

de energia emocional naquilo que

fazem;

- Apresentam preocupação moral em

idades precoces;

- Necessitam de professores sensíveis

aos seus intensos sentimentos de

frustração, paixão, entusiasmo, raiva e

desespero;

- Precisam de apoio dos adultos para

persistirem em suas tarefas ou para

canalizar suas energias de forma mais

eficiente;

- Frequentemente questionam regras/autoridade;

- Demonstram sensibilidade/empatia;

- Demonstram autoconsciência;

- Demonstram perceptividade (insight);

- Demonstram capacidade de reflexão;

- Apresentam senso agudo de justiça;

- Apresentam imaginação vívida.


A pessoa com AH/SD do tipo acadêmico apresenta os seguintes aspectos, conforme Renzulli e

Reis (1997) citado por Virgolim (2007, p. 43):

• Tem necessidade de saber sempre mais e busca ativamente por novas aprendizagens. No

entanto, pode estabelecer metas irrealisticamente altas para si mesmo (às vezes reforçadas

pelos pais) e sofrer por medo de não atingir tais metas;

• Demonstra perseverança nas atividades motivadoras a ele;

• Apresenta grande necessidade de estimulação mental;

• Apresenta grande intensidade emocional;

• Tem paixão em aprender;

• Revela intenso perfeccionismo.


Já a pessoa com AH/SD do tipo produtivo-criativo demonstra os aspectos

mencionados a seguir conforme os mesmos autores (Renzulli; Reis, 1997 apud

Virgolim, 2007, p. 43):

Não necessariamente apresenta QI superior.

Pensa por analogias.

É criativo e original.

Usa o humor.

Demonstra diversidade de interesses.

Gosta de fantasiar.

Gosta de brincar com as ideias.

Não liga para as convenções.

É inventivo, constrói novas estruturas.

É sensível a detalhes.

Procura novas formas de fazer as coisas.

É produtor de conhecimento.

Não gosta da rotina.

Encontra ordem no caos.


O elevado nível de sensibilidade das pessoas com AH/SD faz com que demonstrem os seus

sentimentos de forma mais intensa e, muitas vezes, percebam detalhes e atitudes que passam

despercebidos para as demais pessoas. Alguns aspectos podem dificultar a identificação dos

estudantes com AH/SD, você sabe quais são? Virgolim aponta alguns aspectos sócio-emocionais

que podem, segundo Galbraith e Delisle, dificultar a identificação dos estudantes com AH/SD.

a. Alunos que ficam

facilmente cansados e

entediados com o

trabalho rotineiro da sala

de aula. Alguns podem

reclamar frequentemente

em alto e bom som.

Outros podem se

conformar e nada dizer.

b. Alunos que podem

trabalhar intensamente

em uma área ou matéria,

negligenciando o dever

de casa e trabalho de

sala de aula em outras

áreas ou matérias.

c. Alunos que podem

usar seu vocabulário

avançado como

retaliação contra aqueles

não são tão bem-dotados

verbalmente.


d. Alunos que podem

ficar tão entusiasmado

com uma área ou tópico

de discussão que

monopolizam a

conversação, ou

começam a ensinar o

tópico, até mesmo para

os professores.

f. Alunos que podem não

gostar ou se ressentir de ter

que trabalhar com colegas

que não apresentam

habilidades igualmente

superiores, podendo

verbalizar ou apresentar

sua insatisfação por meio

de altos suspiros.

e. Alunos que podem ficar

inicialmente entusiasmados

com uma área ou tópico de

discussão, mas uma vez que

o interesse é satisfeito,

resistem em fazer trabalhos

adicionais relacionados ao

tópico ou a concluí-los.

g. Alunos que possuem

vasto conhecimento de

muitos tópicos, e podem

corrigir colegas e

adultos quando

percebem que estão

dando informações

incorretas.

h. Alunos que podem

usar seu senso de humor

avançado e sagacidade

para intimidar,

manipular e humilhar os

outros.


• (GALBRAITH; DELISLE, 2002, apud VIRGOLIM, 2007, p.45).

j. Alunos que podem

preferir trabalhar

independentemente e se

ressentir dos adultos que

querem “colocá-los na

linha”, fazendo-os seguir

determinados

procedimentos com os

quais eles não concordam

i. Alunos que podem ser

auto-confidentes e

passionais sobre assuntos

de cunho político, social ou

moral e apresentar

abertamente suas

convicções, se distanciando

dos colegas que não

compartilham ou não ligam

para esses assuntos.


Virgolim acrescenta que: Galbraith e Delisle (2002) argumentam ainda que

alguns destes comportamentos negativos podem ser devidos às necessidades

intelectuais e emocionais do superdotado que talvez não estejam sendo

devidamente atendidas em casa ou na escola. Embora o comportamento

arrogante não deva ser tolerado, e o desinteresse acadêmico não deva ser

ignorado, é bom saber que a fonte destes problemas pode ser uma frustração

intelectual, e não uma desordem emocional (Virgolim, 2007, p. 45). Desta forma,

é importante também considerarmos os aspectos sócioemocionais para a

escolarização da pessoa com AH/SD.

CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES COM …ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/68/CARACTERÍSTICA… · Para Renzulli (1986), os três grupamentos de traços têm a mesma importância

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