424 Capítulo 05 – Conclusões
424
Capítulo 05 – Conclusões
425
5.1 – Repercussão geomorfológica dos dobramentos de fundo e
evolução da drenagem – Revisitando Francis Ruellan.
O esquema básico e geral que nos leva conclusivamente a compreensão dos
acontecimentos que permitem elucidar os processos responsáveis pela evolução da
drenagem da bacia do Rio Benevente é a idéia de um conjunto de sistemas de redes
hidrográficas, evoluindo sob o controle litoestrutural condicionado pela organização
litectônica, oriunda dos eventos geotectônicos ocorridos no Proterozóico.
Trata-se de uma compreensão muito básica e clássica na história das pesquisas
geomorfológicas no Brasil, mas que é renovada pela incorporação de idéias novas,
na qual a evolução dessa rede hidrográfica sobre estruturas antigas, apresenta
características de processos de ordem local e regional combinados por um sistema
geral de evolução.
Do ponto de vista de uma conclusão mais ampla, se quisermos entender como é a
repercussão geomorfológica da participação do controle litoestrutural de estruturas
antigas, sob a evolução direta de uma rede hidrográfica, condicionando-a e ao
mesmo tempo permitindo que a mesma imprima suas características próprias de
evolução, devemos partir das idéias básicas lançadas por Francis Ruellan em seu
trabalho de 1952, que já citamos, anteriormente, mas que agora, conclusivamente,
precisam ser revisitadas.
Ruellan e outros autores, naquela altura das discussões, não sabiam que os
dobramentos de fundo eram derivados de eventos geotectônicos ocorridos no
426
Proterozóico, quando da ocorrência da Orogênese Brasiliana, responsável pela
formação dos sistemas orogenéticos que compõem a Província Mantiqueira, e,
acreditavam que esses grandes sistemas de dobramentos, eram originados pelas
correntes de convecção do sima no interior da terra. A teoria da tectônica de placas,
ainda penetrava timidamente pelas escolas de geociências que estavam se
formando no Brasil, e, atualmente, conforme as referências apresentadas no sub-
capítulo 04, já se sabe que esses dobramentos de fundo estão associados aos
eventos orogenéticos do Proterozóico, conjugados às zonas de cisalhamento e
sistemas de falhas transcorrentes.
Tem existido uma forte negligência nos estudos de geotectônica e geomorfologia no
Brasil, para com a importância de se considerar as idéias básica de Ruellan e os
dobramentos de fundo, na interpretação da compartimentação topográfica da
fachada atlântica do país. Esta questão foi, e, realmente, vem sendo muito pouco
trabalhada pelas pesquisas de geomorfologia regional e tectônica.
A importância dessa organização litotectônica, formada em tempos antigos e
composta por dobramentos profundos, conjuntos de falhas transcorrentes e redes de
fraturas é a de atuar, através de sistemas de condicionamentos estruturais, no
controle das diversas fácies de dissecação fluvial dos sub-compartimentos de relevo
da bacia, em função dos processos ocorridos durante o Pleistoceno e Quaternário.
Devemos ter em mente, que há de certa forma uma descontinuidade temporal
geológica muito grande entre o Proterozóico e o Quaternário, partindo da idéia
conclusiva de que o relevo da bacia do Rio Benevente é oriundo, sem sombra de
427
dúvida, dos processos ocorrentes neste período do tempo geológico, condicionados
por este arranjo antigo de litoestruturas. Todavia, o que queremos ressaltar é que o
arranjo litológico e estrutural-tectônico, formada no Proterozóico, continua a atuar de
forma decisiva através do condicionamento estrutural. Mesmo as reativações
geotectônicas do Mesozóico e Cenozóico, por ocasião da fragmentação do grande
continente de Gondwana, com formação do Oceano Atlântico Sul, não foram
capazes de obliterar, totalmente, a organização e o arranjo litológico e tectônico
formado no Proterozóico.
Não temos encontrados elementos para se acreditar na idéia de que os
compartimentos e sub-compartimentos regionais de relevo da região, assim como os
sistemas hidrográficos, possuem participação direta de uma tectônica de reativação
holocênica do tipo deslocamento de blocos falhados. Questão que vem sendo
estudada no Brasil por alguns autores como Saadi (1993, 2000), Hasuy (1990),
Gontijo (1999) e Mello (1998).
Todas as falhas por nós encontradas em cortes de estradas, nas estruturas
cristalinas do Proterozóico, não apresentaram indicadores cinemáticos de reativação
moderna, demonstrando uma provável “estabilidade”, que reforça a idéia de
morfogênese por erosão diferencial em estruturas antigas e de forte anisotropia,
como responsável pela diversidade de sub-compartimentos de relevo. Entretanto,
não se pode também deixar de perceber, que tal questão fica em aberto para
possíveis pesquisas futuras, uma vez que, no início do Cenozóico, por ocasião da
formação do Atlântico Sul, essas estruturas antigas e anisotrópicas sofreram
reativações significativas, como demonstra estes autores.
428
Existem evidências que também possibilita confirmar, à idéia de fases de
soerguimento epirogenético da região, certamente, acompanhados por
deslocamento de blocos falhados, realizados durante o Cretáceo, pois os estudos de
litoquímica realizados em Féboli (1993a, 1993b), indicam uma gênese profunda para
as rochas que compõem as litoestruturas da região (> 30 – 20 Km de profundidade)
e, hoje, elas estão todas aflorando na superfície da paisagem. Os estudos de Vignol-
Lelarge et al (1994) e Gallagher et al (1994) realizados com traços de fissão em
apatita e, em outras regiões da fachada atlântica, vêm, também, confirmando os
processos de soerguimento da plataforma. Fato que também já tinha sido estudado
por Ab’Sáber (1965) e Almeida (1964).
Sobre o aspecto de participação de estruturas antigas, na evolução geomórfica da
paisagem, Ruellan apresenta uma interessante concepção (op. cit. p. 34), que nós,
através dessa pesquisa, conclusivamente endossamos,
O efeito, porém, dos dobramentos de fundo é durável. Dividindo o
Brasil em compartimentos de depressões e grabens separados por
abaulamentos de horsts, eles impõem quadros às retomadas de
erosão que acompanham a sobrelevação do escudo. Assim, os
níveis gerais vão se diferenciar em níveis locais, e cada
compartimento da encruzilhada de depressões dos dobramentos de
fundo vai evoluir por si mesmo, muitas vezes atrás de soleiras que
vem lembrar o papel dos alinhamentos de rochas duras,
testemunhos da estrutura dobrada antiga pré-devoniana, ...
Praticamente não há nada a acrescentar as palavras de Ruellan, podendo se
perceber que essa compartimentação do país, a qual ele trata, diz respeito aos
429
domínios morfotectônicos dobrados (DAM – Domínio de Arco Magmático, DOR –
Domínio Oriental e DL – Domínio Litorâneo) que sofreram migmatização e
metamorfismo durante os eventos do pré-cambriano, gerando soleiras de rochas
duras e alinhamentos estruturais que controlam a hidrografia geral do planalto
brasileiro. Em nível de escala regional, na bacia do Rio Benevente, esses
alinhamentos de rochas duras, se referem aos vários setores de knickpoints e
soleiras tectônicas e anfibolíticas, encontradas nos diversos perfis longitudinais das
sub-bacias principais, referentes às unidades hidromorfológicas mapeadas e no
canal principal.
Em uma conclusão mais geral, Ruellan (op. cit. p. 32) enunciava,
São os dobramentos de fundo que dividem o Brasil numa série de
compartimentos limitados por falhas e frentes dissecadas de blocos
falhados. A hidrografia se adaptou à imposição das velhas estruturas
dobradas e às direções principais das dobras de fundo, havendo
também interferências dos efeitos dessas direções no relevo.
Na adaptação da rede de drenagem do Rio Benvente, sobre as estruturas antigas,
houve tempo para que através de condições hidráulicas e hidrogeomórficas muito
específicas, os canais com maior volume de carga sólida transportada como carga
de fundo, conseguissem originar processos de superimposição hidrográfica,
seccionando rochas mais resistentes, formando vales epigênicos e impondo novas
direções na orientação local e regional da rede hidrográfica. Um proto-canal do Rio
Benevente, basicamente na mesma linha de expansão do rio atual, e não sabemos
em que tempo, foi o grande eixo de superimposicão hidrográfica da região da bacia,
430
seccionando epigenicamente todas as estruturas de orientação SW-NE e
controlando, por conseguinte, os seccionamentos dos sub-canais laterais e afluentes
que viriam a formar as sub-bacias, através dos vários níveis de base controlados por
esse proto-canal.
Conclusivamente, pode-se partir do princípio geral de que a drenagem da bacia do
Rio Benevente é o resultado da evolução de sub-sistemas de redes hidrográficas,
condicionadas pelo controle litoestrutural Proterozóico, caracterizada por situações
específicas de ocorrência e desenvolvimento de processos fluviais com
peculiaridades locais.
A superimposição hidrográfica de um proto-canal Benevente e sua proto-hidrografia,
partindo do Oceano Atlântico e ora encaixando e seccionando litoestruturas
orientadas para NE, é que definiu o “esqueleto” inicial de uma nervura hidrográfica,
que viria a se desenvolver configurando a rede de drenagem atual. Pode-se
considerar que esse “esqueleto” hidrográfico pretérito é algo muito parecido com a
hidrografia atual, considerando a disposição das falhas e sistemas de fraturas que
podem ser visualizadas pelo mapa da fig. (23), com o quadro litológico da bacia, e
por questões evolutivas de diminuição de elementos hidrográficos, tal como a Dd,
que nós trataremos em um sub-capítulo adiante.
Partindo deste contexto geral, para situações mais localizadas, podemos considerar
que três ordens de fatos, vão nos auxiliar em uma análise conclusiva mais
específica, sobre como entender os condicionantes morfológicos e estruturais na
dinâmica fluvial dessa bacia, a saber: o papel das falhas e dos dobramentos de
431
fundo na evolução dos canais, os fatores litológicos no controle estrutural das formas
de relevo e as características semelhantes entre o modelo de evolução hidrográfica
de Glock e os sistemas de drenagem que compõem a hidrografia da bacia.
432
5.2 – O papel das falhas e das estruturas de dobramento em
cinturões de cisalhamento da fachada Atlântica, na evolução
hidrográfica da bacia.
Parece uma coisa muito óbvia nas pesquisas geomorfológicas atuais, chegar a uma
conclusão sobre a importância do controle litoestrutural na drenagem de regiões de
embasamento cristalino, diante da qualidade dos mapeamentos geológicos e do
avanço da tecnologia de sensoriamento remoto que permitem, através de uma
rápida observação, aos pesquisadores traçarem as linhas de condicionamento
coincidentes com os eixos de expansão da drenagem.
O problema não reside, simplesmente, no fato de se reconhecer os setores em que
há controle estrutural nítido nas formas de relevo e na hidrografia da paisagem, mas
em compreender como este condicionamento atua, e porque em alguns locais a
drenagem foge ao encarceramento das litoestruturas.
Certamente, não podemos deixar de entrever que, quando falamos em controle
litoestrutural, estamos nos referindo a uma história geomórfica de evolução de
caráter muito singular, fundamentada no encaixamento de um conjunto de sistemas
de drenagem, sob uma complexa organização estrutural e litológica de sub-
superfície. Não se trata simplesmente de uma opinião factual, que pode ser
construída com a simples observação de documentos cartográficos (mapas
geológicos, cartas topográficas, etc). Até porque, esse condicionamento pode ser de
uma percepção muito acessível aos mais desavisados no assunto, conduzindo-os a
interpretações equivocadas sobre o controle da hidrografia. E para destruí-la,
433
bastaria perceber que os rios da bacia, seccionaram no sentido SE – NW, todas as
estruturas que estão orientadas para SW – NE. Fato que comprova que o
condicionamento litoestrutural de uma hidrografia, neste caso a do Rio Benevente, é
factível em sua “apreensão” atual, mas relativo quanto à sua história geomórfica de
evolução. Então, deve ser tomar muito cuidado ao falar de condicionamento
litoestrutural. Pode-se até dizer, em alguns casos, que o rio não vai encaixar se
antes, ele não seccionar as estruturas contrárias a sua direção.
Pela observação da figura (107) se conclui, explicitamente, que as drenagens
laterais ao Rio Benevente foram se encaixando, ao longo de sua evolução e por
meio de canais de terceira, quarta e quinta ordem de hierarquia, nos principais
sistemas de falhas transcorrentes dextrais, correspondentes as ZCI – Zona de
Cisalhamento de Iconha e ZCB – Zona de Cisalhamento de Batatal que, por
conseguinte, separam os domínios morfotectônicos DOR, DAM e DL.
Os canais de maior nível hierárquico das respectivas sub-bacias, tais como o Rio
Batatal, Rio Corindiba, Rio Pongal, Rio Caco de Pote, Rio Maravilha, Rio Iriritimirim,
Rio Grande, Rio Joeba, Córrego Deserto e Ribeirão São Joaquim foram ao longo de
seus respectivos processos de evolução, se encaixando nas falhas transcorrentes
dextrais, ao tempo em que, concomitantemente, o Rio Benevente seccionava essas
estruturas se expandindo no sentido SE-NW, controlando-os através da evolução de
seus diversos níveis de base locais de erosão, sustentados pela sua própria
dinâmica hidrogeomórfica.
434
Figura 107 MDT da bacia total com perfis
435
A cada rebaixamento dos níveis de base local de erosão, ocasionado pelo
entalhamento fluvial do Rio Benevente, estes canais o acompanhavam, reativando
processos de erosão remontante. Exceção seja feita a alguns canais como o
Ribeirão São Joaquim e Rio Santa Luzia do Ipê, que não conseguiram acompanhar
todos os rebaixamentos ocasionados pelo mesmo.
É uma questão complexa definir os fatores que levaram o proto-canal do Benevente
a seccionar, quase que perpendicularmente, essas litoestruturas que definiram, de
maneira direta, a conformação da Unidade Rio Batatal, Unidade Rio Grande,
Unidade Rio Corindiba, parte da Unidade Rio Joeba, Unidade Rio Pongal, e está
definindo a conformação da Unidade Ribeirão São Joaquim, Unidade Rio Iriritimirim,
e definirá a da Unidade Rio Maravilha e Unidade Córrego do Redentor.
Os fatores que possibilitaram a este proto-canal fluvial seccionar essas litoestruturas,
imprimindo uma direção diferente da orientação regional das rochas, estão
relacionados às suas condições hidráulicas e hidrogeomórficas de entalhamento
fluvial que atuaram, com maior intensidade, no passado.
Por associação de processos e agentes geomórficos é possível perceber que os
fatores hidráulicos e hidrogeomórficos, que atuaram no passado, é algo similar aos
processos de superimposição ocasionados por este mesmo rio, sobre as estruturas
de gnaisses (Pps2) orientados para NE e E, que são cortadas de maneira ortogonal,
por este canal, nas imediações do distrito de Matilde. Esta zona de superimposição
pode ser observada na Unidade Rio Maravilha, a jusante da vila homônima, em
436
setor de morros dissecados diretamente pelo Rio Benevente, visível nas figuras. (93
e 94).
Trata-se de um setor onde o rio secciona, perpendicularmente, litoestruturas (Pps2),
em um leito que apresenta um padrão de canal do tipo reto, com predomínio de
carga mista (classificação 2 da figura 30 e 31), mas com alguns trechos
apresentando ligeira sinuosidade. Em observações de campo, é possível perceber a
presença de pequenas barras arenosas de formação atual, com carga sedimentar,
predominantemente, de areia fina na época da seca e areia grossa na época da
vazante.
Essa areia é originada pelas rochas quartzíticas (Pps2qtxt) que sustentam os morros
pequenos de topos aguçados (Mpta) da Unidade Rio Maravilha. É provável que
essas rochas quartzíticas (Pps2qtxt) tivessem recobrindo todos os gnaisses (Pps1 e
Pps2), que estão amplamente distribuídos na região da bacia, pois na Unidade Rio
Batatal, as colinas elevadas que se situam sobre uma cota altimétrica que vai de 800
a 1.000 metros de altitude, são sustentadas por estas rochas quartzíticas, e, é
possível encontrar afloramentos destas rochas em vários locais muito restritos,
sempre nas mesmas altitudes nas Unidades Rio Batatal, Rio Corindiba e Rio
Grande.
A liberação dessa areia na calha do Rio Benevente, permitiu que o mesmo
mantivesse, neste setor, um padrão de canal do tipo reto, e sem muita sinuosidade,
em um passado geológico, provavelmente, recente, (Holoceno) com grande
quantidade de areia transportada como carga de fundo, que ao mesmo tempo
437
respondia pelo rebaixamento dos leitos rochosos, através de processos de erosão
por corrasão fluvial mecânica.
Essa condição de maior transporte de areia, com predominância de carga de fundo
na calha, somente é possível ocorrer, tomando-se a partir de uma visão hidráulica,
sobre condições climáticas diferentes das atuais, em um clima mais rústico e de
características secas e torrenciais, em regime hidrológico muito definido entre um
período de seca e de vazante.
Nessa condição, o poder de seccionamento desse rio foi maior, comparando-se ao
que ocorre na dinâmica atual, onde havia um padrão de canal retilíneo, com
momentos de cheia e seca, e grande produção e transporte de sedimentos de maior
calibre, como carga de fundo, respondendo por essa maior capacidade de
seccionamento, de estruturas litológicas ortogonais ao sentido dos fluxos
preferenciais. Atualmente, se observa a ocorrência de uma carga mista, com
presença de areia fina e sedimentos argilosos, misturados com areias mais grossas,
que são predominantes na época das cheias. A descoberta no mapeamento
geomorfológico, do fato de que o Rio Benevente, neste setor, é responsável por
processos de superimposição hidrográfica e seccionamento de litoestruturas
tectônicas, aliado à presença de um padrão de canal do tipo reto, com ligeira
sinuosidade e carga mista, leva-nos a crer que em um tempo geológico pretérito,
este canal teve condições hidrológicas diferentes da atuais, muito provavelmente,
em outra condição climática.
438
Não é possível saber detalhadamente como era essa condição climática, a não ser
através dos estudos de depósitos aluviais quaternários, circunscritos à região das
sub-bacias, em planícies alveolares. Do ponto de vista dos estudos geomorfológicos
fluviais, a nós somente é dado saber, que essas condições climáticas eram mais
secas e torrenciais do que as atuais, permitindo a produção de grandes quantidades
de sedimentos de maior granulometria, transportados nas calhas de canais que
tinham uma importante perenidade fluvial, mesmo que essas condições climáticas
fossem diferentes das atuais.
Pela observação da figura (107) é possível visualizar que atualmente, todos os
canais das respectivas sub-bacias já estudadas no capitulo 04, estão encaixados
sobre falhas transcorrentes dextrais, e por meio desses perfis morfogeológicos, se
nota a presença e disposição, em sub-superfície, dos dobramentos de fundo em
anticlinais e sinclinais, nos diversos setores das unidades hidromorfológicas
mapeadas.
A importância das falhas transcorrentes dextrais, foi a de definir os eixos de
encaixamento e desenvolvimento dos vales principais, a partir da dissecação linear
fluvial, projetando a gênese das escarpas erosivas e dissecadas, por entalhamento
da superfície, nestas linhas preferenciais de maior “fraqueza”.
Mais do que definir os eixos de encaixamento e desenvolvimento dos vales
principais, a essas falhas transcorrentes coube gerar, concomitantemente aos
sistemas de dobramentos de fundo, as estruturas transversais tal como é a falha
normal que encontramos na Unidade Rio Iriritimirim (figura 20), junto com outras,
439
que foram, por seu turno, responsáveis pelos processos de abertura dos vales, com
canais obsequentes, posicionados em sentido lateral aos vales principais. Elas
condicionaram também os processos de seccionamento e festonamento.
Lateralmente aos vales principais, houve também o encaixamento de pequenos
canais fluviais afluentes dos rios e córregos principais. O Rio Batatal e seus
afluentes são o melhor exemplo desse processo, ou seja, se percebe um rio
principal se desenvolvendo remontantemente, por erosão regressiva e encarcerado
em uma falha transcorrente dextral, com seus tributários se encaixando em fraturas
e falhas normais, relacionadas a natureza tectônica desses sistemas de
transcorrência. Onde foram gerados os vales de festonamento mais abertos, é
provável que se tivesse a presença de pequenas falhas normais, como é o caso do
Córrego Santo Antonio e Ribeirão do Cristo, afluentes do Rio Batatal, ao passo que
nos locais em que houve a gênese de vales de seccionamento de menor abertura e
profundidade, houvesse a presença de redes de fraturas, tal é o caso do Córrego
São Vicente, afluente do Ribeirão São Joaquim na Unidade Ribeirão São Joaquim.
Esses são meros exemplos elucidativos de casos que se repetem em todo o espaço
da bacia , com diferentes estágios de evolução.
Esses vales laterais não se tornaram muito profundos, devido a natureza de
formação das falhas normais e fraturas, ou seja, elas também não deveriam ser
muito profundas, uma vez que, a energia tectônica responsável pela gênese dessas
estruturas, esta relacionada a uma dinâmica de alivio de tensão, em ambiente de
regime distensivo lateral, pertencente ao deslocamento dos blocos principais. Fato
440
que não permite a elaboração de rupturas muito profundas nas rochas em sub-
superfície, como adverte os estudos de Ramsay (1987).
É preciso também lembrar, que a gênese dessas estruturas transversais, ocorrem
concomitantemente às redes de fraturas que se instalam lateralmente às falhas
transcorrentes, isto é, junto às falhas têm se, paralelamente, as redes de fraturas,
que se diferenciam das falhas pela ausência de deslocamentos significativos,
geradores de rejeitos. Em ambientes tropicais úmidos, torna-se difícil sistematizar e
mapear a ocorrência dessas estruturas tectônicas no campo, devido à rápida
alteração por processos geoquímicos.
Não somente falhas e fraturas estão associadas aos eventos geológicos,
responsáveis pela organização tectônica proterozóica, que condiciona a evolução
dos sistemas de drenagem da bacia, mas os grandes eixos dos dobramentos de
fundo, representados pelos sinclinais e anticlinais mapeadas, também participam de
maneira direta, nos condicionamentos dessa evolução hidrográfica.
Trata-se de uma participação que nos leva automaticamente a perceber que, através
dos grandes eixos de dobramentos das anticlinais e sinclinais, as rochas se
migmatizaram, influenciadas pelas intrusões sin-a tardi-tangenciais e tardi-a pós-
trancorrentes, que paralelamente criaram ambientes de anatexia, responsáveis por
fusão parcial dos litótipos das unidades litológicas (Pps2, Pps1, P gl, Pلا ,1cلا
P 1b, Pلا 1a e Pلا gerando as diversas fácies metamórficas, propiciando uma ,(1لا
litologia mais resistente a dissecação linear fluvial dos canais que se encaixavam.
441
É desta forma que se criaram os vários níveis de linhas e fácies de rochas duras,
que após haver dissecação da superfície pela própria rede de drenagem, deu origem
aos knickpoints, encontrados nos leitos rochosos dos rios, e que foram
representados no mapeamento geomorfológico, sendo classificados em dois tipos,
com base no que era possível observar nos trabalhos de campo, isto é, os
designamos de knickpoint em zona de litologia dobrada e knickpoint em zona de
contato litológico.
Essa classificação é meramente formal, uma vez que a gênese das rochas que
sustentam essas feições, estão associadas aos mais variados e complexos sub-
ambientes de formação geotectônica.
Eles estão amplamente presentes nas calhas de todos os rios, a partir do momento
em que os mesmos passam a escoar, em níveis altimétricos que estão fora das
cotas das planícies fluviais. Nos perfis longitudinais confeccionados, referentes aos
canais das sub-bacias principais, eles representam os inumeráveis pontos de
ruptura da linha do perfil.
Pelos perfis morfogeológicos da figura (107) é possível perceber a localização
espacial dos anticlinais e sinclinais, notando-se que os sinclinais condicionam os
amplos processos de alçamento, implicando diretamente na gênese das escarpas
erosivas e dissecadas, posicionadas lado a lado, nos vales dos canais
subseqüentes. Os exemplos mais notáveis são os vales do Rio Batatal e o do Rio
Caco de Pote.
442
Pela observação dos perfis, ainda é possível visualizar as diferenças altimétricas de
vales, em canais que se encaixaram por entalhamento fluvial linear, como é o caso
do Rio Benevente no perfil R – R’ – URM da figura (93), e vales, que a despeito de
estarem com seus canais encaixados, não conseguem ter seus fundos de vales
dissecados tão linearmente, como é o caso do vale do Rio Maravilha no mesmo
perfil, posicionado em cota mais alta que o vale do Benevente.
Neste caso, uma rápida observação nos perfis longitudinais dos rios Batatal,
Iriritimirim, Córrego do Cedro, Rio Santa Maria, Rio Joéba e Rio Crubixa leva-nos a
conclusão de que os mesmos possuem perfis escalonados, devido à resistência
imposta pela presença de knickpoints nas suas calhas. Essas feições estão
localizadas nestes setores de maior dificuldade de entalhamento fluvial. Eles
impõem aos rios a gênese de um perfil escalonado, devido ao fato dos mesmos,
apresentarem forte dificuldade para realizar processos de entalhamento, através da
dissecação vertical dos canais.
A resistência oferecida por essas soleiras rochosas à dissecação linear do
entalhamento fluvial, se associa as zonas que acreditamos ser os “miolos” dos eixos
dos dobramentos de fundo, onde as rochas por refusão parcial, migmatização e
outras condições físicas relacionadas a ambientes de compressão, tornaram-se
mais resistentes, imprimindo sérias dificuldades a essa dissecação linear fluvial.
Os leitos rochosos das figuras (85, 89 e 94) nos rios Iriritimirim e Benevente,
representam muito bem essa concepção conclusiva. Pode-se falar até em
verdadeiros sistemas de knickpoints, que por fatores anisotrópicos, reológicos e de
443
evolução hidráulica fluvial dos rios, peculiar a cada ambiente hidrológico da
paisagem e as litoestruturas que as sustentam, acabam por condicionar evolução
diferencial nos leitos dos canais. A cada interrupção do perfil longitudinal destes,
haverá evolução de vales e vertentes, situados à montante dessas rupturas, que vão
evoluir, morfogeneticamente, conforme os processos de canais que ai se instala.
Não temos muitos elementos para se chegar a uma conclusão definitiva, sobre qual
o papel da dinâmica hidráulico-erosiva dos fluxos fluviais, nesses trechos de
knickpoints com o reafeiçoamento das planícies alveolares, posicionadas à
retaguarda desses pontos de interrupção da declividade dos canais. Embora
tenhamos um sub-capítulo (3.2) que trate de processos de geometria hidráulica de
rios, tal questão exige outros métodos e técnicas de estudo, que não seja o da
simples associação empírica de fatos observados.
O que podemos conclusivamente aventar é que a montante dessas interrupções, os
canais vão apresentar zonas de fluxos fluviais de escoamento subcrítico a
supercrítico, que não apresentam grande poder de erosão, por serem de baixas
velocidades, menores turbulências e zonas de deposição sedimentar. Contexto que
é diferente das áreas a jusante, onde os canais se encontram com fluxos de
escoamento supercrítico a crítico, apresentando grande poder de erosão por
unidade de área na calha fluvial.
Quanto maior a presença desses setores de escoamento supercrítico a crítico, a
jusante dos knickpoints, melhor vai ser a capacidade de entalhamento erosivo linear
dos mesmos, desde que as condições litológicas e tectônicas do terreno favoreça a
444
gênese dessas rupturas, como é o caso do Rio Batatal, Corindiba e Caco de Pote,
só a título de exemplo, que apresentam o traçado de seus perfis fortemente
escalonados.
Esse poder erosivo é aumentado na época de cheia, quando há chegada nos leitos
dos canais de carga arenosa de maior granulometria, que ao ser transportada como
carga de fundo, provoca corrasão mecânica, abaixando a superfície rochosa dos
knickpoints, originando reafeiçoamento a montante nos canais. Fato que não ocorre
com muita intensidade na época de vazante.
Na época da vazante, os canais nestes setores de corredeiras, rápidos e
knickpoints, são capazes de transportar a carga sólida em suspensão e saltação,
não ocasionando, por conseguinte, corrasão fluvial na superfície rochosa dos leitos.
Não há nesta ocasião, erosão com rebaixamento dos níveis de base. É dessa forma
que os rios irão, através das situações hidráulicas de busca de equilíbrio, atuar no
sentido de impedir o reafeiçoamento de suas calhas. Quanto mais definido for o
regime hidrológico, ou seja, quanto maior for a diferença entre cheia e vazante, mais
eficiente será esse processo de erosão linear. Fato que não caracteriza o canal Rio
Benevente, pois o seu regime hidrológico configura-se como razoavelmente definido,
como nos demonstra os gráficos do sub-capítulo 2.2. Entretanto, não se pode deixar
de aventar que ele deve ter sido predominante no passado.
445
5.3 – Os Sistemas de captura fluvial e o controle litoestrutural dos
grupos de formas de relevo.
Assim como podemos falar de sistemas de knickpoints, condicionando o controle
dos níveis de base de erosão, em cada interrupção da evolução longitudinal dos
canais fluviais principais, devemos, também, falar da existência de um sistema de
captura fluvial, atuante no meio tropical úmido, conjugado com o desenvolvimento da
rede de drenagem.
Três processos principais vão responder por aquilo que estamos chamando de
sistemas de captura fluvial: os processos de seccionamento, festonamento e a
expansão linear dos canais fluviais das sub-bacias principais. Ambos ocorrem de
forma inteiramente relacionada.
O processo de expansão longitudinal linear, diz respeito ao dissecamento – por
parte de rios que tem sua história evolutiva ligada às zonas de falhas transcorrentes
– de setores com maior grau de fraqueza, permitindo o encaixamento e, provocando,
consequentemente, o encarceramento da drenagem destes canais de hierarquia
maior. Os melhores exemplos desse processo são os rios Batatal, Caco de Pote e
Corindiba.
Já os processos de seccionamento e festonamento, estão relacionados à
dissecação, também linear, das estruturas transversais às falhas transcorrentes,
pelos canais tributários destes rios que, em menor escala, também se encaixam e
ficam encarcerados. São também, por seu turno, setores preferenciais de fraqueza.
446
Trata-se de um esquema que se repete em todos os vales formados por rios
encaixados em falhas transcorrentes na bacia, mas que, no entanto, apresenta
particularidades distintas em cada região.
A atuação conjugada destes três processos, que podem ser melhor observados nas
zonas de cabeceiras dos vales destes rios citados, é o que responde pela gênese
daquilo que estamos denominando de sistemas de captura fluvial.
Tomando o vale do Rio Batatal, como exemplo fig. (70), é possível ver que a cada
avanço remontante de sua zona de cabeceira, foi ocorrendo rebaixamento gradual
dos níveis de base de jusante, que por sua vez, provocaram processos de re-
entalhamento dos tributários de vales de seccionamento e festonamento, que ao se
expandirem longitudinalmente e ortogonalmente ao vale principal, acabaram por
capturar as cabeceiras de drenagens que, outrora, tinham toda a hidrografia
escoando para NE.
Esse mesmo esquema ocorreu nos vales dos rios Caco de Pote e Corindiba,
entretanto, com peculiaridades relacionadas a natureza evolutiva desses canais.
Não se deve deixar de perceber que, a cada processo de captura que acontecia,
havia, automaticamente, reversão da drenagem e aumento do poder erosivo fluvial
do canal, além de alterações no comportamento hidrológico do mesmo, que passava
a receber maiores volumes de água e sedimentos, devido à nova rede que era
incorporada.
447
Algumas capturas provocaram uma reversão da drenagem de forma tão acentuada,
que os rios principais tiveram sua zona de cabeceira principal modificada, passando
da antiga zona de avanço remontante, no final dos vales longitudinais, para o setor
das nascentes das drenagens que foram capturadas. Esse é o caso do Rio
Corindiba, que teve sua zona de avanço principal, orientada para as nascentes das
drenagens que foram capturadas por um de seus tributários. O caso da captura do
Córrego São Sebastião pelo Rio Maravilha, também é exemplar desse processo.
Nesta condição, a antiga zona de avanço principal das cabeceiras, passou a ter
importância apenas secundária, não conseguindo, em alguns casos, acompanhar o
rebaixamento do vale, abrindo espaço para formação de terraços por reafeiçoameto
do fundo de vale. Tal é o caso do Rio Corindiba.
É provável que esses sistemas de capturas que atuaram na evolução da hidrografia
do Benevente, tenham ocorrido em outros setores, em menor amplitude, escala e
com outras características, provocando muitos casos de reversão da drenagem.
Entretanto, devido à velocidade dos processos fluviais de dissecação do terreno, as
evidências que nos possibilita uma interpretação de suas ocorrências, foram todas
obliteradas, restando apenas vestígios na paisagem que permitem fazer meras
especulações. No entanto, cinco processos de captura puderam ser, devidamente,
documentados.
Com relação ao controle litoestrutural das formas do relevo, fica muito claro que dois
fatores vão responder fortemente por este condicionante na morfologia dos terrenos
da bacia: a textura e o mergulho das litologias que compõem as unidades Pps1,
448
Pps2 e a P 1c e Єلا 3ic e as formas de contato que há nas rochas que compõemلا
essas unidades.
Os gnaisses Pps1 são os que têm o controle estrutural mais nítido, devido às
condições de textura, foliação e metamorfismo, ou seja, são rochas muito
resistentes, que quando são erodidas formam vários grupos de formas de relevo,
sendo os morros dissecados, o mais importante. É possível perceber a nitidez desse
controle, nas vertentes que acompanham o mergulho da foliação, como é o contexto
que pode ser visualizado pelos perfis das figuras (57, 71 e 73).
Esses gnaisses também vão estar associados aos processos de movimentos de
massa que registramos em vários setores. Não sabemos qual é a gênese desses
processos, mas eles estão associados a uma rocha que apresenta forte foliação,
geralmente mergulhando para NE, SE, NNE, zonas onde os canais estão com
eficiente atividade de entalhe da superfície rochosa dos leitos e, foram registrados
ocorrendo em épocas de intensa pluviosidade. Trata-se, aliás, de verdadeiros
processos espasmódicos1.
Os gnaisses Pps2 vão estar associados aos grupos de formas que possuem suas
cristas orientadas para NE, pois são rochas que recobrem os gnaisses Pps1 e não
foram totalmente erodidas, apresentando controle topográfico destas cristas, nesta
direção. São rochas foliadas e bem metamorfizadas, que apresentam profundos
sistemas de dobramentos de fundo, com anticlinais e sinclinais, que ao serem
realçadas, formam-se grandes morros alinhados e dissecados. As figuras (78 e 81)
1 Expressão introduzida no Brasil por Francis Ruellan, para significar eventos processuais que fogem as condições normais de sua ocorrência dinâmica e regular, segundo Ab’Sáber (informação verbal).
449
demonstram tal condição. Mesmo as vertentes que se desenvolvem no sentido
contrário ao do mergulho da foliação dessas rochas, vão ser controladas pelas
mesmas.
As P 1c são um conjunto de ortognaisses metamorfizados na fácie granulito queلا
por resistência residual vai sustentar as escarpas dissecadas e erosivas, distribuídas
nas unidades Rio Grande, Rio Corindiba e Rio Batatal. Apresentam-se ora com
ligeira foliação de mergulho e ora com sistemas de dobramentos de fundo que vai
refletir fortemente na topografia, como é o caso da anticlinal e sinclinal que
aparecem na fig. (59). Em alguns setores essas rochas apresentam alta densidade
de fraturas que ao serem dissecadas pela drenagem, responde pela gênese de
colinas convexas, como é o caso das colinas que se asilam internamente as morros
residuais da Unidade Córrego do Pabuçú.
As intrusivas Є 3ic constituem corpos elípticos, visto em planta, que na paisagemلا
vai responder pela gênese de morros de morfologia convexas, com orientação de
cristas para NE, como são os morros de topos alinhados da Unidade Rio Joéba.
Possuem um caráter de textura altamente massiva, com distribuição mineral caótica,
mas com incipiente foliação. São corpos intrusivos que passaram por processos de
cristalização fracionada, o que vai provocar em seu interior mudanças na faciologia,
respondendo por núcleos de rochas com diferentes graus de resistência aos
processos geoquímicos de superfície. Esta característica é a que explica a gênese
de vales mais abertos no interior dessas rochas intrusivas, ou seja, são rochas
dioríticas, granodioríticas e mozodioríticas que por terem conteúdos predominantes
450
de feldspato plagioclásio na sua composição, tornam-se mais suscetíveis a
processos geoquímicos. Questão trabalhada por Vervloet (2006 e 2008).
O outro fator diz respeito às formas de contato entre essas rochas. A conclusão que
se tira é que as formas de contato através de falhas transcorrentes, vão ser zonas
de maior fraqueza, portanto, mais preferenciais aos processos geoquímicos e de
dissecação mecânica pelos canais fluviais. Entretanto, essa condição é relativa, pois
tais processos de dissecação, somente irão ocorrer, se houver um contexto em que
um canal de maior ordem de hierarquia (acima de terceira ordem) conseguir entalhar
essas zona preferenciais, rebaixando os níveis de base e permitindo a instalação
desses processos. Sem um rebaixamento sistemático do nível de base local não há
como instalar os processos de dissecação.
Contexto que é relativo para as formas de contato aproximado e inferida também
onde, devido a migmatização e/ou metamorfismo de contato entre rochas de
composição diferentes, haverá uma fácies mais resistente a erosão mecânica dos
canais fluviais e aos processos geoquímicos de superfície. Nesta condição, os
processos genéticos de formação de vales são de muito menor nível de
pronunciamento, devido à resistência faciológica oferecida pelas rochas.
451
5.4 – Evolução hidrográfica da bacia: do encaixamento da
drenagem sobre estruturas proterozóicas versus o modelo de
Glock.
Do encaixamento dos canais que compõem as sub-redes de drenagem da bacia do
Benevente, sobre os sistemas de falhas e fraturas das estruturas proterozóicas,
resultam aspectos de evolução da malha hidrográfica, que nos remete a aceitar o
modelo de Glock, como explicativo de alguns fatos dessa evolução.
Pela observação da fig. (108) é possível perceber a diminuição da concentração da
drenagem nas sub-bacias das unidades Rio Pongal, Rio Grande, Rio Batatal e Rio
Joéba, assim como no espaço da unidade, vista em seu todo. Percebe-se também a
presença de interflúvios com maior amplitude espacial e áreas de drenagem direta
(ADD) que ocupam menores áreas territoriais.
Essas são as principais unidades onde é possível perceber de forma mais direta,
essa diminuição da concentração da drenagem, mas essa característica também
ocorre nas outras unidades.
Nas unidades Rio Maravilha e Córrego do Redentor a concentração da drenagem é
maior, com interflúvios mais reduzidos e, visualmente, uma maior ramificação da
hidrografia e maior presença, em proporção, de áreas de drenagem direta.
452
453
Essa diferença de densidade de drenagem, em que pese as condições litológicas e
tectônicas do terreno, é o produto de estágios diferenciais de desenvolvimento
desses sistemas hidrográficos que tende, com o processo de evolução, a ter a
concentração da drenagem diminuída, o rebaixamento e a supressão de espaços
interfluviais. Trata-se, na verdade, da principal característica do modelo de evolução
hidrográfica de Glock (1931).
Partindo do principio de que a hidrografia que compõe toda a drenagem da bacia do
Rio Benevente teve a sua gênese, a partir de um proto-canal e uma proto-rede de
drenagem, certamente, similar ao que vemos hoje, saindo do oceano atlântico e se
expandindo para o interior, ora seccionando e ora encaixando nas litoestruturas.
Houve naquela ocasião, maior concentração da densidade de drenagem, nas
unidades e sub-bacias que estão mais próximas ao litoral (Unidade Rio Grande e
Rio Pongal), vindo a ter diminuição dessa concentração, à medida que a rede foi
avançando sobre novos espaços, suprimindo maior quantidade de interflúvios, áreas
de drenagem direta, rebaixando divisores, formando colinas convexas nas partes
mais baixas e provocando desconcentração da densidade da drenagem. Houve
aumento individual dos espaços dos interflúvios.
Dentro do modelo Glockiano esse processo se caracterizaria pelos estágios de
iniciação, extensão, extensão máxima e integração (vide figura 36). Se as unidades
Rio Pongal e Rio Grande tem suas redes de drenagem no estágio de integração,
com processos de absorção por rebaixamento do relevo e abstração, devido a
migração lateral dos canais meandrantes, as unidades Rio Maravilha e Córrego do
Redentor estariam no estágio de extensão máxima, com completa elaboração e
454
máximo crescimento da rede de canais que compõem essa drenagem, como é
possível ver pela fig. (108).
O principal processo responsável pela gênese dessa extensão máxima, seria o de
avanço remontante da rede de canais de primeira ordem sobre espaços verticais e
horizontais.
É de todo modo, conveniente lembrar que, quando falamos em diminuição da
densidade de drenagem, através do avanço da rede de canais sobre espaços
horizontais, saindo do litoral em direção ao interior, estamos partindo do princípio de
que as condições litotectônicas do terreno influenciaram fortemente este processo,
e, na medida em que havia desconcentração da drenagem, era porque os canais
estavam se encaixando sobre as falhas e fraturas, como já aventamos
anteriormente.
Cumpre lembrar que no modelo de Glock, o nascimento e crescimento da drenagem
ocorre, inicialmente, através de um padrão dendrítico, vindo com o tempo, a
desenvolver um padrão de drenagem, com maior comprimento total dos canais e
menor densidade de drenagem. A fase final teria uma hidrografia parecida com a
proto-rede que deu início a expansão da drenagem. Daí dizermos que a proto-rede
hidrográfica inicial do Rio Benevente deveria ser algo parecido com o que vemos
hoje.
Devemos lembrar também que as unidades Rio Maravilha e Córrego do Redentor,
fazem parte de uma unidade de padrão de drenagem do tipo dendrítico e complexo
455
(mistura de dendrítico com treliça falhado), com maior presença de áreas de
drenagem direta que serão, futuramente, incorporadas a drenagem principal por
supressão dos interflúvios. Esta é a importância das áreas de drenagem direta, que
havíamos especulado no sub-capítulo 3.1, ou seja, o desenvolvimento da hidrografia
por expansão horizontal e, principalmente, vertical, tende a eliminar estas áreas
incorporando-as à rede principal de drenagem. Elas são indicadoras da evolução da
rede hidrográfica, quanto menor essas áreas mais desenvolvida será a hidrografia.
Esse processo seria algo similar ao de absorção do estágio de extensão máxima de
Glock. A diferença é que aqui, ele não ocorre no estágio de extensão máxima, e, sim
no de extensão.
Não é só o aspecto visual da fig. (108) que vai comprovar a capacidade evocativa da
proposta de Glock, para explicar a evolução do conjunto de redes hidrográficas que
compõem a bacia do Rio Benevente, pois a compilação numérica dos parâmetros
hidrográficos nos permite tratar acuradamente as diferenças evolutivas que existem
na configuração das mesmas, permitindo confirmar as características desse modelo
com a bacia estudada.
É dessa forma que as unidades Rio Grande e Rio Pongal vão ter menores índices
de Dd (2,499 e 2,588) e Dh (3,51 e 3,28), comparando-se com as unidades Rio
Maravilha e Córrego do Redentor que possuem Dd (3,786 e 3,310) e Dh (8,04 e
5,68) respectivamente, ou seja, há muito maior quantidade e comprimento total de
canais por área, nestas unidades do que nas anteriores, revelando, também, que
elas estão no estágio de extensão máxima, quando a rede atinge o máximo de
crescimento e número de canais.
456
Essa distinção nos estágios de evolução da drenagem, para esses sistemas
hidrográficos que compõem a rede dessas unidades, vão ser corroborados também
por um importante índice que é o C (índice de circularidade), pois se as unidades
Rio Grande e Rio Pongal estão com valores de C (0,276 e 0,279), que indicam redes
hidrográficas longe do formato circular, as Unidades Rio Maravilha e Córrego do
Redentor possuem valores de C (0,329 e 0,353) que revelam um formato mais
próximo de um círculo. Portanto, são bacias que ao desenvolverem o estágio de
extensão máxima de Glock irão apresentar, consequentemente, um formato mais
próximo de um círculo, apesar de apresentarem um inicial controle estrutural que
começa a determinar a evolução da rede.
Há diferenças nítidas com relação aos processos hidrológicos também, pois os
dados de Cm e Eps se diferenciam muito para as mesmas. Enquanto que nas
unidades Rio Grande e Rio Pongal os Cm e Eps são de (401,60 m² e 222 m.) e
(390,90 m² e 195 m.), respectivamente, nas unidades Rio Maravilha e Córrego do
Redentor são de (264,13 m² e 132 m.) e (302 m² 151 m). São diferenças,
absolutamente significativas, que demonstram como os distintos estágios de
evolução dos sistemas hidrográficos, respondem por processos hidrológicos e
fluviais diferenciais. Há, com essa evolução diferencial, aumento do espaço
necessário para manutenção da perenidade de 1 metro de canal fluvial (Cm), na
medida em que a rede de drenagem disseca e, se expande, sobre a superfície dos
terrenos. Desnecessário dizer que, neste caso, os compartimentos e morfologia do
relevo dessas unidades, também são, significativamente, diferentes, embora não
necessariamente devido aos distintos estágios de crescimento hidrográfico.
457
Esse foi o mais importante resultado, em relação à compilação de dados numéricos
hidrográficos de parâmetros combinados, que nós encontramos nesta pesquisa, ou
seja, demonstrar que não somente do ponto de vista visual, mas principalmente com
relação aos elementos hidrográficos e hidrológicos, as sub-redes que constituem os
estágios distintos de evolução, irão apresentar diferenças numéricas nos dados
calculados. Diferenças que podem ser bruscas ou graduais, fazendo-nos perceber
que pode não haver muita distinção entre a evolução de uma sub-rede e outra.
Os estudos experimentais de Schumm (1987), já haviam encontrado em modelos
matemáticos e de experimentos de laboratório, essas mesmas características do
modelo Glockiano que nós encontramos na bacia do Rio Benevente.
No Brasil, as pesquisas de Coelho Netto (2003), realizadas na bacia do Rio Bananal,
região do médio vale do Rio Paraíba do Sul, também encontraram estes mesmos
aspectos do modelo de Glock, isto é, o de crescimento da rede de drenagem por
avanço remontante de canais de primeira ordem, rebaixando divisores e,
consequentemente, reduzindo o relevo.
Para concluir, podemos afiançar que a evolução dos sistemas hidrográficos que
estão nos estágios de extensão máxima de crescimento da rede, do modelo de
Glock, que são as unidades Rio Maravilha e Córrego do Redentor, só para citar
como exemplo, deverão com os processos de evolução da drenagem, apresentar os
mesmas características que as unidades Rio Pongal e Rio Grande possuem
atualmente, ou seja, tendência de diminuição da Dd, rebaixamento dos divisores e
aumento em área dos espaços interfluviais, porém com diminuição em quantidade, e
458
aumento do Cm e Eps, devido ao encaixamento sobre as litoestruturas de complexa
organização, resultando em relevos não muito distintos aos das unidades
rebaixadas. Tal fato só acontecerá, é óbvio, se as condições de ambiente das
paisagens permanecerem estáveis.
459
5.5 – Análise crítica e proposições para estudos mais avançados.
É preciso discorrer alguns comentários críticos sobre esta pesquisa de forma a não
se cometer equívocos que foram cometidos e, ao mesmo tempo, lançar proposições
aos interessados em fazer estudos mais avançados sobre problemas levantados
pela mesma.
A primeira questão que precisa ser corrigida é com relação à apresentação dos
dados numéricos dos índices compilados. Alguns parâmetros, tal como a Rb, Rlm e
Rlb precisam vir acompanhados dos dados que possibilitaram os seus cálculos, de
forma a permitir uma análise mais acurada do porque das variações tão sutis dos
mesmos, para sistemas hidrográficos que possuem estágios e configurações tão
distintas de evolução. Embora a apresentação destas informações na forma de
tabela, torna onerosa a leitura do trabalho, elas precisam aparecer, seja em anexo
ou de outra forma no texto.
Não conseguimos fazer a correlação entre os sub-compartimentos de formas de
relevo e os dados hidrográficos compilados. Pensamos no início da pesquisa, que tal
procedimento operacional fosse oferecer informações, tendências ou algum tipo de
comportamento padrão, sobre os processos de evolução das sub-redes
hidrográficas, conjugados aos dados da compartimentação morfológica. Fato que a
princípio poderia auxiliar o método da associação e indeterminação geomorfológica.
Entretanto, tal situação acabou não acontecendo. Mesmo com o estudo de um
quadro comparativo dos dados numéricos das unidades, em um capítulo separado
(que almejamos fazer), não foi capaz de proporcionar uma tendência e/ou
comportamento padrão de processos. Questão que nos causou uma grande
460
frustração. Todavia a compartimentação geomorfológica executada ofereceu um
grande conjunto de conhecimentos, que possibilitou fazer, plenamente, a associação
de fatos geomórficos. Alguns inclusive são indeterminados. Fica, no entanto, o
desafio lançado, no sentido de se poder tentar resolver no futuro, o problema da
compartimentação e análise de parâmetros hidrográficos.
Alguns parâmetros que não foram aplicados omitiram na pesquisa, informações que
poderiam ser de grande valor geomorfológico e metodológico, como é o caso da
curva hipsométrica de bacias, que forneceria melhores conhecimentos sobre a
história e o nível de dissecação dos canais e sub-bacias pelos processos erosivos.
Embora nossa bacia estivesse desembocando diretamente no mar, as informações
pertinentes as oscilações eustáticas, não foram levadas em consideração, devido a
complexidade desse tema. Sobrecarregaria em muito nossa pesquisa, ter que
trabalhar com evolução dessa rede hidrográfica, levando-se em consideração
variáveis relacionadas às oscilações no nível marinho. Tudo complicado ainda pelo
fato de que o canal do Rio Benevente, desemboca diretamente no Oceano Atlântico,
em uma região de soleira rochosa que, provavelmente, interferiu em sua dinâmica
remontante, quando o nível do mar desceu durante as oscilações eustáticas do
Quaternário. Questão que preferimos não tratar nesta pesquisa, buscamos a todo
custo, trabalhar somente com o que era palpável por meio da observação de fatos e
evidências atuais.
Consideramos que os critérios de compartimentação permitiram conjugar o cálculo
dos parâmetros hidrográficos, com o estudo de sub-compartimentos de formas de
461
relevo, mas seu entendimento, através da leitura da legenda do mapa
geomorfológico é complexa do ponto de vista pedagógico, podendo estimular
interpretações conceituais equivocadas.
Devido ao problema da escala, as vertentes não receberam o grau de importância a
que lhes devem ser atribuídas em estudos de bacias hidrográficas. Trata-se de um
tema tão capital dentro da geomorfologia, que tem custado muito caro às pesquisas
sobre bacias e canais fluviais. Em pesquisas deste tipo, tal questão precisa, de uma
forma ou de outra, ser incorporado ao corpo de temáticas principais do trabalho.
Havíamos no primeiro sub-capítulo deste trabalho, levantado uma polêmica com
relação às pesquisas que tratam do tema bacia hidrográfica, sem, necessariamente,
saber do que se trata este conceito, sendo que nós mesmos, não apresentamos,
naquela ocasião, uma definição conceitual deste tema. Não se trata de
esquecimento, e sim, de conduta precavida de pesquisador, pois passado algum
tempo e todo o processo de investigação, fica mais fácil apresentar nossa definição,
ainda que corramos o risco de em nossa própria pesquisa, ter feito mal uso do
mesmo.
Neste sentido, podemos dizer que para nós, uma bacia hidrográfica foi e sempre
será, um espaço territorial de circulação vertical e horizontal das águas em canais de
drenagem que em conjunto, compõem uma rede hidrográfica hierarquizada ou não
e, que responde pela hidrografia em superfície e sub-superfície dos terrenos
inseridos no conjunto desse espaço territorial. Trata-se de uma definição que
462
intenciona a tentativa de evocar todas as situações geomórficas de bacias
hidrográficas que são encontradas na natureza.
Com relação às proposições para estudos mais avançados, aos interessados em
adotar uma linha de pesquisa similar a esta, fica a nossa dica para algumas
questões.
É preciso definir melhor os tipos de captura fluvial encontrados na bacia, em
comparação com o que já foi estudado pela literatura acerca do tema, ou seja, quais
as suas verdadeiras implicações hidrográficas, fluviais, geomórficas, evolutivas e
ecológicas. Há participação de variáveis advindas de uma tectônica moderna, ou
são somente processos de erosão diferencial? Haveria a possibilidade de datá-las
conforme a morfologia das coberturas pedológicas que se instalam nos colos de
relevo das drenagens abortadas? Em outras palavras, ao serem capturados, alguns
canais de leitos rochosos, tiveram suas drenagens abortadas, e a partir deste
momento, uma cobertura pedológica se instalou nesta superfície rochosa, formando
um colo de relevo. A datação e o estudo desta cobertura pedológica, possibilitaria
prever com mais precisão o evento de captura?
As planícies alveolares que estão sofrendo re-afeiçoamento. Quais as implicações
hidráulicas e hidrogeomórficas? Por que estas planícies alveolares a montante de
sistemas de knickpoints, estão sofrendo ligeiro processos de reafeiçoamento?
Tratar-se-ia de problemas tectônicos, ou seria uma dinâmica de evolução processual
inerente a própria hidráulica dos canais, uma vez que, algumas apresentam tais
situações e outras não.
463
Estas são só algumas das questões que levantamos ao longo do tempo deste
processo de pesquisa e esperamos que em um futuro próximo elas possam ser
todas elucidadas. Já passamos da época de tal feito.
464
Referências Bibliográficas.
AB’SÁBER, A. N. Significado geomorfológico da rede hidrográfica do Nordeste
Oriental brasileiro. Anuário da Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”. São
Paulo: (1956-1957), p. 69 – 76.
______. Relevo, estrutura e rede hidrográfica do Brasil. Boletim Geográfico. Ano
XIV, n° 132, Conselho Nacional de Geografia, IBGE, Rio de Janeiro, 1956, 28 p.
______. Da Participação das Depressões Periféricas e Superfícies Aplainadas na
Compartimentação do Planalto Brasileiro. Tese de Livre Docência – FFLCH – USP,
São Paulo: 1965, 179 p.
______. Um conceito de geomorfologia a serviço das pesquisas sobre o
Quaternário. Boletim do Instituto de Geografia – USP, São Paulo, n.18, 1969.
______. Megageomorfologia do Território Brasileiro. In: GUERRA, A. J. T. e CUNHA,
S. B da. (org.). Geomorfologia do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2001,
cáp. 02, p. 71-106.
ABREU, A. A. de,. Surrell e as Leis da Morfologia Fluvial. In Craton & Intracraton –
Escritos e Documentos. São José do Rio Preto, São Paulo, IBILCE-UNESP, 1980.
___________ Análise Geomorfológica: Reflexão e Aplicação. Tese de Livre
Docência apresentada a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo,1982.
ALMEIDA. F. F M. de. O cráton do São Francisco. Revista Brasileira de
Geociências, 7(4): 349-364, 1977.
465
_________. O cráton do Paramirim e suas relações com o do São Francisco. In:
SBG, Simpósio sobre o cráton do São Francisco e suas Faixas Marginais, Salvador,
Anais, p. 1-10, 1981.
_________. Os fundamentos geológicos. In: Brasil a Terra e o Homem. (org. por
Aroldo de Azevedo). São Paulo, 1964, v. 1, p. 55 – 133.
AMADOR, E. S. O Barreiras Pleistocênico no Estado do Espírito Santo e seu
relacionamento com depósitos de minerais pesados. Anais do Congresso Brasileiro
de Geologia, 32, Salvador, 1982a, SBG, v.04 p. 1462-1473.
AMADOR, E. S. Depósitos relacionados à unidade inferior do Grupo Barreiras no
Espírito Santo. Anais do Congresso Brasileiro de Geologia, 32, Salvador, 1982b,
SBG, v.04 p. 1451-1461.
BAGNOLD, R. A. Some Aspects of the Shape of River Meanders. Geological Survey
Professional Paper, 282 – E, p. 135 – 144, 1960.
BRICE, J. C. Erosion and Deposition in the Loess-Mantled Great Plains Medicine
Creek Drainage Basin, Nebraska. Geological Survey Professional Paper, 422 – D,
1964, p. 255 – 335.
______. Meandering Pattens of the White River in Indiana – An Analysis. In:
MORISAWA, M. (ed.). Fluvial Geomorphology. A Proceedings Volume of the Fourth
Annual Geomorphology Symposia Series held at Binghamton, New York, 1973, p.
178 – 200.
BRYAN. K. Erosion and sedimentation in the Papayo country, Arizona. U.S. Geol.
Sur. Bull., 1922, 730, p. 19-90.
466
BRUSH JÚNIOR, L. M. Drainage Basins, Channels, and Flow Characteristics of
Selected Streams in Central Pennsylvania. Geological Survey Professional Paper,
282 – F, 1961, p. 145 – 181.
BÜDEL, J. Climatic Geomorphology. Tradução Fischer e Busche, Princeton, 1982,
U.P. Princeton.
BUWALDA, J. P. Intersequent, a new type of stream. (abstract), Geol. Soc. Am. Bull.,
vol. 43, 1932, p. 228.
CAMÂRA DO VALE, C. Séries Geomórficas Costeiras do Estado do Espírito Santo e
os Habitats para o Desenvolvimento dos Manguezais: Uma Visão Sistêmica. São
Paulo, FFLCH – USP, Tese de doutorado, 2004.
CAMPANHA. G. D da C. O papel das zonas de cisalhamento transcorrentes na
configuração da porção meridional da Faixa Ribeira. São Paulo, IGc-USP. Tese de
livre docência, 105 p. 2002.
__________. O Lineamento de Além Paraíba na área de Três Rios, (RJ). São Paulo,
IGc-USP, Dissertação de Mestrado, 1980, 109 p.
CHITALE, S. V. River channel patterns. Journal Hydraulics Division, ASCE, 96(1),
1970, p. 201-221.
CHORLEY, R. J. (1969). The drainage basin as a fundamental geomorphic unit. In:
Water, Earth and Man. R. J. Chorley (ed.). London, Methuen, pp. 77-99.
CHORLEY, R., DUNN, A.J. & BECKINSALE, R.P. The history of the study of
landforms. Vol. 01, London: Methuen, 1964, 678 p.
467
CHRISTIE-BLICK, N., BIDDLE, K.T. Deformation and basin formation along strike-
slip faults. In: BIDDLE, K. T., CHRISTIE-BLICK, N. (ed.). Strike-slip deformation,
basin formation and sedimentation. Society of Economic Paleontologists and
Mineralogists Special Publication, n. 37, 1985, p. 1-34.
CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica de bacias hidrográficas do Planalto de
Poços de Caldas (MG). (1970), 215 p. Tese de Livre Docência apresentada a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, 1970.
______. Geomorfologia Fluvial. São Paulo: Edgard Blücher, 1981, 292 p.
CHRISTOFOLETTI, A. e PEREZ FILHO, A. Estudo comparativo entre a
documentação cartográfica (1:50.000) e a aerofotográfica (1:25.000) para a análise
da drenagem. Departamento de Geografia, Instituto de Ciências Humana, Pontifícia
Universidade Católica, Campinas, 1975, 15 (30): 55-64, dezembro.
COELHO NETTO, A. L. Evolução de Cabeceiras de Drenagem no Médio Vale do
Rio Paraíba do Sul (SP/RJ): a Formação e o Crescimento da Rede de Canais sob
Controle Estrutural. Revista Brasileira de Geomorfologia. Ano 4, n°2 (2003), p. 69-
100.
CORATO, R. M. S. e BOTELHO, R. G. M. A Microbacia como Unidade Espacial de
Análise em Geografia Física. IX Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada,
Recife, 2001a.
_____. Uso da Microbacia como Unidade Fundamental de Análise em Ciências
Ambientais: uma avaliação a partir dos Simpósios Nacionais de Controle de Erosão.
VII Simpósio Nacional de Controle de Erosão. (CD ROM), Goiânia, 2001b.
DAVIS. W. M. The geographical cycle. Geographical Journal, 1899. 14: 481-504 p.
______. Sheetfloods and Streamfloods. Geological Soc. Am. Bull, New York, 1938,
49, p. 1337-1416.
468
______. Base level, grade, and peneplain. Journal Geol. Chicago, 1902, 10: p. 77-
111.
DEAN. D. R. James Hutton’s rôle in the history of geomorphology. In: TINKLER, K. J.
(ed.) The History of Geomorphology: from Hutton to Hack. Proceedings of the 19 th
Annual Binghamton Geomorphology Symposium, 1989, p. 73 – 84.
DELGADO. I. de M. et. al. Geotectônica do Escudo Atlântico. In: BIZZI. L. C. (ORG.).
Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil: texto, mapas & SIG. Brasília:
CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cáp. IV, p. 227-334, 2003.
FÉBOLI, W. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Carta
Geológica, Carta Metalogenética/Previsional, escala 1: 100.000. Folha Domingos
Martins, SF. 24-V-A-III, Estado do Espírito Santo. Brasília, DNPM/CPRM, 1993a.
FÉBOLI, W. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Carta
Geológica, Carta Metalogenética/Previsional, escala 1: 100.000. Folha Piúma, SF.
24-V-A-VI, Estado do Espírito Santo. Brasília, DNPM/CPRM, 1993b.
FRANÇA, G. V. de. Interpretação fotográfica de bacias e de redes de drenagem
aplicada a solos da região de Piracicaba. Tese de doutoramento apresentada à
Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz, mimeografado, Piracicaba, 1968,
151 p.
FREITAS, R. O. (1952). Textura de drenagem e sua aplicação geomorfológica.
Boletim Paulista de Geografia n°11, pp. 53-57.
GALLAGHER, K.; HAWKESWORTH, C.J.; MANTOVANI, M.S.M. The denudation
history of the onshore continental margin of SE Brazil inferred from apatite fission
track data. Journal of Geophysical Research, vol. 99, NO. B9, september 10, 1994,
p. 117-18,145.
469
GANDOLFI, N. Bacia do Mogi-Guaçu: morfometria da drenagem, sedimentologia e
investigação físico-química. Tese de doutoramento apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos, 1968, 123 p. mais figuras.
GILBERT, G. K. Report on the Geology of the Henry Mountains. In: SCHUMM, S. A.
(ed.). River Morphology. Strousdsburg Pennsylvania: Dowden, Hutchinson & Ross,
1972, cap.02, p. 41-77.
______. The transportation of debris by running water. U.S. Geol. Surv. Prof. Paper,
1914, 86, 263 p.
GLOCK, W. S. The development of drainage systems: a synoptic view. Geogr. Rev.
21, 1931, p. 475-482.
GONTIJO. A. H. F. Morfotectônica do Médio Vale do Rio Paraíba do Sul: região da
Serra da Bocaina, Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Tese de Doutorado,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP – Rio Claro, 1999, 259 p.
HACK, J. T. Studies of longitudinal stream profiles in Virginia and Maryland. U. S.
Geological Survey Professional Paper, 294-B, 1957, p. 53-63.
______. Stream-profile analysis and stream-gradient index. Journal of Research of
the United States Geological Survey, 1973a, v. 1, n°4, pp. 421-429.
______. Drainage Adjustment in the Appalachians. In: MORISAWA, M. (ed.). Fluvial
Geomorphology. A Proceedings Volume of the Fourth Annual Geomorphology
Symposia Series held at Binghamton, New York, 1973b, p. 51 – 69.
HASUY, Y., SENA COSTA, J.B. Zonas e Cinturões de Cisalhamento. Belém, UFPA,
1990, 144 p.
HASUY, Y. Neotectônica e tectônica ressurgente no Brasil. In: Workshop
Neotectônica e Sedimentação Continental Cenozóica do SE do Brasil, 1, Belo
Horizonte, 1990, Anais, SBG/MG. Boletim 11, p. 1-32.
470
HEILBRON. M. et al. Província Mantiqueira. In: MANTESSO-NETO, V. et al. (org.).
Geologia do Continente Sul-Americano: evolução da obra de Fernando Flávio
Marques de Almeida. Beca: São Paulo. Cáp. XIII, p. 203-235, 2004.
HICKIN, E. J. Hydraulic Factors Controlling Channel Migration. In DAVIDSON, A.
(ed.). Research in Fluvial Systems. Published by W. Nickiling Geo Abstracts LTD.
University of East Anglia, England, 1978, p. cap. 03.
HORTON, R. E. (1945). Erosional development of streams and their drainage basins:
hydrophysical approach to quantitative morphology. Geol. Soc. Amer. Bulletin, vol.
56, n° 3, pp. 275-370.
HOWARD, A. D. Drainage analysis in geologic interpretation: a summation. American
Association of Petroleum Geologists Bulletin 51, 1967, p. 2246 – 2259.
HOWARD, A. D. Simulation of stream network by headward growth and branching.
Geogr. Anal. 3, 1971, p. 29-50.
KELLER, E. A. e MELHORN, W. N. Bedforms and Fluvial Processes in Alluvial
Stream Channel: Selected Observations. In: MORISAWA, M. (ed.). Fluvial
Geomorphology. A Proceedings Volume of the Fourth Annual Geomorphology
Symposia Series held at Binghamton, New York, 1973, p. 253 – 283.
KING. L. Canons of landscape evolution. Bull. Geol. Soc. of America. New York,
1953, 64 (7), p. 721-752.
_____. A Geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia. Rio de
Janeiro, 1956, 18 (2), p. 147-266.
LEOPOLD, L. B. e MADDOCK, T. The hydraulic geometry of stream channels and
some physiographic implications. U. S. Geological Survey Professional Paper, 252,
Washington, 1953, 57 p.
471
LEOPOLD, L. B. WOLMAN, M. G., MILLER, J. P. Fluvial Processes in
Geomorphology. W. H. Freeman & Co., San Francisco, EUA, 1964, 522 p.
________. LEOPOLD, L. B. (et al). Flow Resistance in Sinuous or Irregular
Channels. Geological Survey Professional Paper, 282 – D, 1960, p. 111 – 134.
LEOPOLD, L. B. e LANGBEIN, W. B. Asociación e Indeterminación en
Geomorfología. In: ALBRITTON, C.C. J. (ed.). Filosofia de La Geologia. Companhia
Editorial Continental S.A. México, Argentina, Espanã, Chile,1970.
_______. The concept of Entropy in Landscape Evolution. U. S. Geological Survey
Professional Paper, 500 – A, 1962, p. 1 – 20.
LEOPOLD, L. B. e MILLER, J. P. Ephemeral Streams – Hydraulic Factors and Their
Relation to the Drainage Net. U. S. Geological Survey Professional Paper 282 – A,
1956, p. 1 - 37.
LEOPOLD, L. B. e WOLMAN, M. G. River Channel Pattens: Braided, Meadering and
Straight. U. S. Geological Survey Professional Paper, 282 – B, 1957, p. 39 – 85.
MELLO, C. L. et al. Tectônica Cenozóica no médio vale do Rio Doce. In: Congresso
Brasileiro de Geologia, 40, Belo Horizonte, 1998, Anais..., Belo Horizonte: SBG/MG.
p. 89.
MENDES, J. C. et al. Charnockitóides do maciço de Várzea Alegre: um novo
exemplo do magmatismo cálcio-alcalino de alto-K no arco magmático do Espírito
Santo. Revista Brasileira de Geociências, 27 (1): 13-24, março de 1997.
MENDES, J. C. et al. Conditions of formation of charnokitic magmatic rocks from the
Várzea Alegre massif, Espírito Santo, southeast Brazil. Revista Brasileira de
Geociências, 29: p. 47-54, 1999.
472
MENDES, J. C. et al. Norito e Charnoenderbitos da Borda do Maciço Intrusivo de
Venda Nova, Espírito Santo. Anuário do Instituto de Geociências, Departamento de
Geologia, UFRJ, volume 25, p. 99-124, 2002.
MECERJAKOV, J. P. Les Concepts de Morphostruture et de Morphosculture: un
novel instrument de l’analyse geomorphologique. Annales de Geographie, 77 e
anées 423, Paris, 1968.
MORAES, R. et. al. Granulitos do Brasil. In: MANTESSO-NETO, V. et al. (org.).
Geologia do Continente Sul-Americano: evolução da obra de Fernando Flávio
Marques de Almeida. Beca: São Paulo. Cáp. XIX, p. 321-345, 2004.
MORISAWA. M. Rivers – Forms and process. (Série – Geomorphology Texts 07),
New York: Longman Inc., 1985, 221 p.
NIMER, E. Climatologia da Região Sudeste do Brasil. Introdução à Climatologia
Dinâmica. Revista Brasileira de Geografia, 1972, ano 34, n°1, janeiro/março.
_______. Climatologia do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio
de Janeiro, 1989, RJ: 421 p.
ORME. A. R. Shifting paradigms in geomorphology: the fate of research ideas in an
educational context. Geomorphology, n° 47, (2002), p. 325-342.
PENCK, W. Morphological analysis of land forms. Tradução e edição H. CZECH e
K.C. BOSWELL. London, Macmillan, 1953, 429 p.
PINTO, N. L. de S. (et al). Hidrologia Básica. São Paulo: Editora Edgard Blücher,
1976, 278 p.
RAMSAY, J. G. e HUBER, M. I. The techniques of modern Sctrutural Geology. V.2:
Folds and Fractures. Academic Press, 700 p. 1987.
473
RHOADS, B. L. e THORN, C. E. Observation in Geomorphology. In: The scientific
nature of geomorphology. Ed. RHOADS, B. L. e THORN. C. E. Chichester, U.K.:
Wiley, 1996, p. 21-56.
RHOADS, B. L. The Dynamic Basis of Geomorphology Reenvisioned. Annals of the
Association of American Geographers, 96 (1), 2006, p. 14-30.
RITTER, D. F. Landscape analysis and the search for geomorphic unity. Geological
Society of América, v. 100, February 1988, p. 160-171.
ROSS, J. L. S. (1992). O Registro Cartográfico dos Fatos Geomórficos e a Questão
da Taxonomia do Relevo. Revista do Departamento de Geografia – FFLCH – USP,
n°6, São Paulo: 17-30.
_______ Estudo e Cartografia Geomorfológica da Província Serrana – MT. Tese de
Doutorado apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1987, 323 p.
_______ Geomorfologia: ambiente e planejamento. 4ª edição, São Paulo: Contexto,
1997, 88 p.
RUELLAN, F. O Escudo Brasileiro e os Dobramentos de Fundo. Universidade do
Brasil, Faculdade Nacional de Filosofia, Departamento de Geografia (curso de
especialização em geomorfologia). Rio de Janeiro, 1952, 61 p.
SADOWSKI. G. R. Sobre a Geologia Estrutural de cinturões de cisalhamento
continentais. São Paulo, IGc-USP, Tese de livre docência, 108 p. 1983.
SAADI, A. Neotectônica da Plataforma Brasileira: esboço e interpretações
preliminares. Geonomos, Belo Horizonte, 1993, v 1, n. 1, p. 1-15.
_________. Neotectônica da área de tabuleiros do sul da bahia. In: Projeto Porto
Seguro – Santa Cruz Cabrália – Programa Informações para Gestão Territorial.
Salvador: CPRM/CBPM/SEAGRI-DDF, 2000, Vol. Geologia, p. 40 – 55.
474
SCHUMM, S. A. e KHAN, H. R. Experimental Study of Channel Pattens. Geological
Society of América Bulletin, v. 83, 1972, p. 1755 – 1770.
SCHUMM, S. A. (1956). Evolution of drainage systems and slopes in badlands of
Perth Amboy. U. S. Geol. Soc. Amer. Bulletin, vol. 67, pp. 597-646.
______. The Shape of Alluvial Channels in Relation to Sediment Type. U. S.
Geological Survey Professional Paper 352-5, 1960, p. 17-30.
______. The Effect of Sediment Characteristics on Erosion and Deposition in
Ephemeral Stream Channels. U. S. Geological Survey Professional Paper, 352 – C,
1961, p. 31 – 70.
_______. Evolution and Response of the Fluvial System, Sedimentologic
Implications. In ETHRIDGE, F. G. e FLORES, R. M. (ed.). Recent and ancient
nonmarine depositional environments: Models for exploration. Society of Economic
Paleontologist and Mineralogists. Special Publication 31, Tulsa, Oklahoma, 1981, p.
19-29.
SCHUMM, S. A; KHAN, H. R. Experimental Study of Channel Pattens. Geological
Society of America Bulletin, v. 83, june 1972, p.1755 – 1770.
SCHUMM, S. A.; MORLEY, M. P.; WEAVER, W.E. Experimental Fluvial
Geomorphology. By a Wiley – Interscience Publication, Chichester, John Wiley e
Sons, 1987.
SILVA, J. N. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Carta
Geológica, Carta Metalogenética/Previsional, escala 1: 100.000. Folha Cachoeiro do
Itapemirim, SF. 24-V-A-V, Estado do Espírito Santo. Brasília, DNPM/CPRM, 1993.
SILVEIRA, A. L. L. da. Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. In: TUCCI, C. E. M. (et
al.). Hidrologia – ciência e aplicação. 3ª ed., primeira reimpressão, Porto Alegre:
Editora da UFRGS/ABRH, 2004, 943 p.
475
SMART, J. S. The Random Model in Fluvial Geomorphology. In: MORISAWA, M.
(ed.). Fluvial Geomorphology. A Proceedings Volume of the Fourth Annual
Geomorphology Symposia Series held at Binghamton, New York, 1973, p. 27 – 49.
STRAHLER, A. N. (1952). Hypsometric (area-altitude) analysis of erosional
topography. Geol. Soc. Amer. Bulletin, vol. 63, pp 1117-1142.
________. Dynamics basis of geomorphology. Bulletin of the Geological Society of
America, 63, 1952, p. 923-938.
_______. Dimensional analysis applied to fluvialy eroded landforms. Bull. Geol. Soc.
Am. 69, 1958, p. 279 – 300.
SUNDBORG, A. The River Klarälven: a study of fluvial processes. Geograf. Ann. 38,
1956, p. 127-316.
SUMMERFIELD, M. A. Tectonic Geomorphology macroscale perspectives. Progress
in Physical Geography, 1986, 10: p. 227-238.
SUMMERFIELD, M. A. Global Geomorphology. 1ª ed., Harlow: Longman Scientific &
Technical, 1991, 537 p.
TRICART. J. Método de Estudos Hidrológicos. Vol. VII, Publicações da Universidade
da Bahia – Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, Salvador: 1960,
Brasil, 14 p.
______. Os Tipos de Leitos Fluviais. Notícia Geomorfológica, ano VI, n° 11,
Campinas, junho de 1966, p. 41 – 49.
TUCCI, C. E. M. (et al.). Hidrologia – ciência e aplicação. 3ª ed., primeira
reimpressão, Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH, 2004, 943 p.
476
TUCCI, C. E. M. Modelos Hidrológicos. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH,
1998, 652 p.
TUPINAMBÁ. M. Evolução tectônica e magmática da Faixa Ribeira na Região
Serrana do Estado do Rio de Janeiro. São Paulo, IGc-USP, Tese doutorado, 221p.
1999.
VAUCHEZ, A. Tectônica de escape na terminação de um cráton: a Faixa Ribeira.
Anais do 37° Congresso Brasileiro de Geologia, boletim de resumos expandidos,
SBG/SP, São Paulo, p. 373-374, 1992.
VIEIRA DA SILVA, R. C. V. da. MASCARENHAS, F. C. B., MIGUEZ. M. G.
Hidráulica Fluvial. Vol. 01, 2ª ed., Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 2007, 306 p.
VIEIRA DA SILVA, R. C. V. da. e JÚNIOR, G. W. Hidráulica Fluvial. Vol. 02, Rio de
Janeiro: COPPE/UFRJ, 2005, 256 p.
VIEIRA, V.S. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Carta
Geológica, Carta Metalogenética/Previsional, escala 1: 100.000. Folha Baixo
Guandu, SE. 24-Y-C-V, Estado de Minas Gerais e Espírito Santo. Brasília,
DNPM/CPRM, 1993.
VIEIRA, V. S. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Carta
Geológica, Carta Metalogenética/Previsional, escala 1: 250.000. Folha Cachoeiro do
Itapemirim, SF.24-Z-V-A, Estado do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Brasília, DNPM/CPRM, 1997.
VIGNOL-LELARGE, M. L. M. ; SOLIANI JR.,E. POUPEAU, G. 1994. Datação pelos
traços de fissão do domínio meridional da Serra do Mar (Arco de Ponta Grossa –
Brasil). Congresso Brasileiro de Geologia, 38, Camboriú, Boletim de Resumos
Expandidos, SBG. V.2, 1994, p. 379-380.
VERVLOET, R. J. H. M. Análise integrada de elementos de formas de relevo no
Parque da Fonte Grande – Maciço Central de Vitória – Espírito Santo. Monografia
477
para conclusão do bacharelado em Geografia, Departamento de Geografia, UFES,
2006, 115 p.
_________. Evolução de Vertentes no Meio Tropical Úmido. O Estudo da Cobertura
Pedológica e a Configuração das Rupturas Geométricas. Anais do VII Simpósio
Nacional de Geomorfologia – SINAGEO. Instituto de Geociências, UFMG, 2008, 12
p.
WIEDEMANN, C. M. et. al. Maciços intrusivos do sul do Espírito Santo e seu
contexto regional. Revista Brasileira de Geociências, 16 (1): 24-37, março de 1986.
WIEDEMANN, C. M. The Evolution of the Early Paleozoic, Late-to Post-Collisional
Magmatic Arc of the Coastal Móbile Belt, in the state of Espírito Santo, eastern
Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 65 (1): 163-181, 1993.
WIEDEMANN, C. M. Evolução Magmática Brasiliana do Cinturão Móvel Ribeira, no
Estado do Espírito Santo. Anais do 37° Congresso Brasileiro de Geologia, São
Paulo, p. 376-377, 1992.
WIEDEMANN, C. M. e MENDES, J. C. Contribuição à Geologia e Petrografia do
Complexo Intrusivo de Rio Novo do Sul. Anais do I Simpósio de Geologia Regional
RJ-ES, SBG, Rio de Janeiro, p. 109-118, 1987.
WOLMAN, M. G. e LEOPOLD, L. B. River Flood Plains: Some Observations On
Their Formation. U. S. Geological Survey Professional Paper, 282 – C, 1957, p. 87 –
109.
WOLMAN, M. G. e BRUSH JÚNIOR, L. M. Factors Controlling the Size and Shape of
Stream Channels in Coarse Noncohesive Sands. U. S. Geological Survey
Professional Paper, 282 – G, 1961, p. 183 – 210.
YANG, C. T. e STALL, J. B. Unit Stream Power in Dynamic Stream Systems. In:
MORISAWA, M. (ed.). Fluvial Geomorphology. A Proceedings Volume of the Fourth
478
Annual Geomorphology Symposia Series held at Binghamton, New York: 1973, p.
285 – 287.
ZERNITZ, E. R. Drainage Patterns and Their Significance. The Journal of Geology,
Volume XL, number 05, July/August, 1932, p. 408-521.
479
Índice
C apitulo 01 – Introdução aos estudos de geomorfologia fluvial. 1
.1 – Bacias hidrográficas: problemas conceituais e características gerais................
21
1.2 – Da teoria, do método e do procedimento técnico na investigação
geomorfológica de processos fluviais. Um breve apanhado histórico...................
34
1.2.1 – A investigação dos processos hidráulicos e hidrodinâmicos em canais fluviais........................
38
1.2.2 – A classificação dos fatos da paisagem e os processos fluviais.................................................
47
1 .2.3 – A época da experimentação e de estudo dos processos.......................................................... 64
1
.2.4 – O período das integrações........................................................................................................ 70
1 .3 – Da base teórica e metodológica adotada...........................................................
1
76
.4 – Do procedimento técnico-operacional utilizado e dos objetivos da pesquisa.....
83
C apítulo 02 – A área em estudo: bacia hidrográfica do Rio Benevente.
2 .1 - A bacia fluvial do Rio Benevente: uma das redes de drenagem lateral na
achada atlântica Espírito Santense............................................................................ f
96
2 .2 – Dinâmica hidrológica do Rio Benevente......................................................................... 101
2 .3 – Aspectos climáticos da bacia.............................................................................. 114
2 .4 - Os atributos litológicos e tectono-estruturais da região da bacia........................
2
124
.4.1 – o quadro tectônico e os elementos estruturais........................................................................ 2
132
.4.2 – O quadro litológico diverso e sua distribuição. ......................................................................... 155
2 .4.2.1 – As rochas do Complexo Paraíba do Sul................................................................................. 156
2 .4.2.2 – As Intrusicas Sin a Tardi Tangenciais.................................................................................... 2
161
.4.2.3 – As Intrusivas Ácidas a Básicas Tardi-a Pós-Transcorrentes.......................................... 2
165
.4.2.4 – As Intrusivas Ácidas Pós-Transcorrentes............................................................................... 2
169
.4.2.5 – O Grupo Barreiras...................................................................................................................
170
2.4.2.6 – Os Depósitos Sedimentares....................................................................................................
171
480
C apítulo 03 – Compartimentação geomorfológica e propriedades
luviais da rede hidrográfica. f
3 .1 – Problemas na compartimentação de bacias hidrográficas. ............................... 174
3 .2 – O trabalho e o poder dos rios na dinâmica da paisagem................................... 195
3 .3 – Os padrões de canais e os processos correspondentes....................................
223
3 .4 – Os modelos de evolução da rede hidrográfica na literatura geomorfológica......
232
C apitulo 04 – Os compartimentos de relevo e a projeção dos
arâmetros hidrográficos. p 4
.1 - Os compartimentos de relevo gerados e os parâmetros hidrográficos............... 243
4 .2 – Domínio Morfotectônico Litorâneo (Fragmento de Crosta Inferior).................... 4
243
.2.1 – Unidade Estuarina...................................................................................................................... 4
243
.2.2 – Unidade Rio Pongal – 01 (URP)................................................................................................ 4
244
.2.3 – Unidade Rio Grande (URG).......................................................................................................
255
4 .3 – Domínio Morfotectônico Oriental – DOR............................................................
268
4 .3.1 – Unidade Córrego do Pabuçu (UCP)...........................................................................................
268
4 .3.2 – Unidade Rio Corindiba (URC)....................................................................................................
281
4 .3.3 – Unidade Rio Joeba (URJ)...........................................................................................................
301
4 .3.4 – Unidade Rio Batatal (URB).........................................................................................................
318
4 .3.5 – Unidade Ribeirão São Joaquim (URSJ).................................................................................... 338
4 .3.6 – Unidade Rio Iriritimirim (URI).....................................................................................................
4
362
.4 – Domínio Morfotectônico de Arco Magmático – DAM..........................................
384
4.4.1 – Unidade Rio Maravilha (URM)................................................................................................... 4
384
.4.2 – Unidade Córrego do Redentor (UCR)........................................................................................
408
481
Capítulo 05 – Conclusões gerais 5.1 - Repercussão geomorfológica dos dobramentos de fundo e evolução da
drenagem – Revisitando Francis Ruellan....................................................................
425
5.2 – O papel das falhas e das estruturas de dobramento em cinturões de
cisalhamento da fachada Atlântica na evolução hidrográfica do Rio Benevente........
432
5.3 – Os sistemas de captura fluvial e o controle litestrutural dos grupos de formas relevo. .........................................................................................................................
445
5.4 – Evolução hidrográfica da bacia: do encaixamento da drenagem sobre estruturas proterozóicas versus o modelo de Glock....................................................
451
5.5 – Análise crítica e proposições para estudos mais avançados............................. 459
482 482