Na Se~ao 3 . 5 alegamos que as det er - minantes da produ~ao no modelo c1as - sico sao t odas as variavei s do lado da oferta. A visao tradicional afirmava que essas vari aveis do lado da ofert a mudam lentamente no decorrer do tempo. Mas, se a produ~ao e det er - minada por variavei s que mudam len- tamente no decorrer do tempo, de que forma 0 mode lo c1assico pode expl i - car os acentuados movimentos cfcl icos da produ~ao? 0 PIB real, dos Estados Unidos por exemplo, caiu 2, 5% em 1982, subiu 6,8% em 1984 e caiu 30%entre 1929 e 1933. Fo i 0a pa - rente fr acasso do modelo de equi li - bri oclassico que, nao consegui ndo ex - plicar os movimentos cfcli cos do pro - duto, causou a revolu~ao keynesi ana. No entant o, no periodo post e rior a decada de 1980, alguns economis- tas afi rmaram que 0cici o de nego- cios e causado por mudan~as das variaveis reais do lado da ofert a, bas- tante de acordo com a postura cl as- sica. Esses economistas nao aceitam o pont o de vista de que os fat ores do lado da oferta mudam lentamen - te no decorr er do tempo. Eles ac re - dit am que as mudan~as tecnol ogicas, os choques que afetam a forma~ao de capi tal e a produt ivi dade do tra - bal ho, as s im como os di sturbios que infl uenciam a di sponibi li dade e os pre~os dos re c ursos natura is, podem explicar as fl utua~oes de curto pra - zo da produ~ao, assim como sua tra- jet or ia de cre sc im ento a lon go pra - zo o Os modelos c on st ru i dos por es - ses economistas sao chamados mo - del os de dc/os reai s de neg6dos. No modelo deste capi tulo, os teori - cos dos ciclos de negoci os veem as fl utua~oes do produto real e do em- prego como resul tado de deslocamen- tos da fun~ao produ~ao e das curvas de demanda por tr abal ho da Figura 3.4. Se as preferencias dos trabalha - dores mudam, a curva de ofert a de tr abalho tambem pode mudar . Eventos como 0 choque do s pre~os do petrol eo pela OPEP (Organiza~ao dos Paises Exportadores de P e tr o - leo), em 1974, levaram todos os eco - nomistas a reconhecer que, as vezes, os choques do lado da oferta podem afetar 0 compor ta m en t o ci cl ico do produto. Todavia, 0 ponto de vista de que os fat or es do lado real da ofert a podem expl icar compl etamen - te os ci clos de negoci os e pol emico. Vamos examinar detalhadam ent e m o - del os de ciclos reai s de negoci os no Capitulo 12.
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'~:'i~;i':f{ft/!' Capitulo 3 - A Macroeconomia CI6ssica (I) 63
O
aspecto surpreendente do modelo classico e a natureza de "determi-
na~ao pela of erta" do prod uta real e do emprego. Essa propriedade
do modelo e decorrente da curva de oferta agregada classica. A curvade oferta agregada classica e vertical, como acabamos de vel', em razao das supo-
si~oes que adotamos para a mercado de rrabalho. Vak a pena reconhecer expli-
citamente a natureza dessas suposi~oes. Geralmente, as descri~oes dos mercados
de trabalho e produtos f eitas neste capitulo podem ser caracterizadas pelo termo
mercado leiloeiro. Supoe-se que 0trabalho e a prod uta se jam trocados em
mercados que estao continuamente em equiHbrio e nos quais todos as partici-
pantes tomam decisoes com base em taxas anunciadas de salario real e pre~os de
produtos. Uma balsa de val ores e um mercado contemporineo com caracteris-
ricas semelhantes a essas. Estao implicitas nessa representa~ao classica do merca-
do de trabalho duas suposi~oes:
I. Pre~os e salarios perf eiramente f lexiveis.
2. Informa~ao perf eita sabre as pre~os de mercado, par parte de todos as seus
partici pan tes.
Se ja qual for a horizonte de tempo durante a qual suponhamos que a mode-
10 de equilibria determina a emprego e a produto, a equilibria deve ser atingido.Se esse modelo river de explicar a emprego e a produto no curto prazo, as
pre~os e as salarios deverao permanecer petfeitamente f lexiveis no mesmo periodo.
A caracteriza~ao do mercado de trabalho como mercado leiloeiro tambem
exige que as participantes no mercado disponham de informa~ao perf eita sabre
as pre~os de mercado. Tanto as f ornecedores quanta as compradores de traba-
Iho devem conhecer as pre~os comerciais relevantes. Isso exige que ao vender e
comprar trabalho a um dado salario nominal W tanto as trabalhadores quanta
as empregadores conhe~am a poder de compra, em termos de mercadorias,
resultante desse salario ( W / P ).
Essas duas suposi~oes, essenciais para a natureza do equilibria do emprego
e do produto na teoria classica, sao as elementos da teoria que Keynes atacou.
Antes de considerar a natureza desse ataque, vamos examinar as outl"OS ele-
mentos importantes a teoria classica.
Questoes para Revisio,
I. Em que sentido a ataque dos classicos contra a mercantilismo f oi importante
na forma~ao das visoes dos economistas classicos sabre as questoes