http://cilaschulman.com/2008/07/09/como-organizar-uma-campanha-eleitoral-i/
Como organizar uma campanha eleitoral I Organizar uma campanha
eleitoral como abrir uma empresa que tem como meta a liderana de um
setor. Mas em tempo recorde e sem direito a falhas. Sim, como
fundar uma empresa que comea do nada e tem que funcionar em poucas
semanas se no perfeitamente, ao menos muito melhor que as suas
concorrentes. Essa tarefa inclui desde contratar um grande time que
nunca trabalhou junto at estabelecer hierarquias, estruturas,
fluxos, padres, estratgia, tticas. E depois de tudo alcanado, mesmo
que seja campe, esta empresa de sucesso est fadada ao mesmo fim das
empresas fracassadas: fechar suas portas. O CANDIDATO Tudo comea
por voc e aqui vou usar uma expresso que jamais uso para definir um
candidato, porm como partimos do pressuposto de que a campanha uma
empresa, no tem jeito, aqui vai: voc, candidato, no vai ser o dono,
nem o presidente, nem mesmo o diretor ou gerente desta empresa
chamada campanha. Simplesmente porque voc o nico elemento
insubstituvel, a razo de ser da empresa: isso mesmo, voc o produto
(desculpa de novo pela definio, mas mais fcil pra entender). E se
voc, produto, tem que se tornar o projeto de vida de todos os
funcionrios da empresa para ser o objeto do desejo do consumidor
final, no caso, o eleitor, tem que estar bem apresentado, atraente,
disponvel, enfim, no d pra voc ser o gerento e ainda querer estar
em tudo que prateleira, certo? Trocando em midos: voc, que o centro
de tudo ter que ir em busca de uma palavrinha mgica chamada
profissionalizao. Isso mesmo, como nas empresas familiares em
determinadas sucesses, voc tem que procurar um presidente
profissional para a sua empresa, alm de um diretor-financeiro, de
um diretor de marketing, de um diretor de logstica, de um
diretor-administrativo, de um diretor de recursos humanos, de um
diretor-jurdico Cada empresa, ops, cada campanha, estabelece um
organograma um pouco diferente da outra, um fluxograma idem. Mas as
regras bsicas de administrao so as mesmas, basta voc entender quais
so as suas possibilidades (vai ser empresa de fundo de quintal?
microempresa? multinacional?) e se ater a ser o mais eficiente
dentro da sua categoria. O segundo passo encontrar pessoas-chave de
confiana e de competncia comprovada em suas reas. A partir da voc
tem que deixar o barco correr, pois qualquer interveno sua e pode
ser a gota dgua. ORGANOGRAMA Primeira regra: no deixe que se faa um
organograma muito grande. Isso coisa de amador, de gente indecisa,
de gente que quer agradar a torcida e pensa no sculo retrasado
(lembra alguma coisa?). Mas ento: campanha no nem hora nem lugar
para fazer poltica. Calma, eu explico: claro que uma campanha sobre
poltica e que preciso abrir espao para o mximo de gente participar,
mas tome cuidado para no burocratizar o que deve funcionar sem
entraves: o que vamos chamar de a sua diretoria-executiva. Esta
deve ser acima de tudo eficiente. E ponto final. COORDENADOR-GERAL
A primeira pessoa a ser escolhida o presidente da empresa, no nosso
caso o coordenador-geral de campanha. ele quem vai dar o tom, o
ritmo do trabalho. Sugiro que voc busque um executivo de alto
padro, embora essa gente queira cada vez menos se envolver com
campanhas eleitorais. Mas insista, que vale a pena: sempre tem um
sujeito pronto para ser mordido pela mosca azul da competio. Pense
bem. Pode ser um amigo seu, algum que j trabalhou com voc, um
familiar, sobretudo algum em quem voc confie (acho melhor sua me
no, que ela pode confundir as coisas). Srio, voc tem que confiar na
pessoa para quem voc vai entregar o seu futuro. Pense em algum que
tenha poder de deciso (e vontade de exerc-lo), bom carter,
capacidade de liderana e boas condies de sade, disposio e
disponibilidade. Tambm tem que ser algum disposto a morrer por voc,
ou pelo menos pela sua causa. Se voc encontrar algum com estas
qualidades, meio caminho estar andado. O coordenador-geral de
campanha, juntamente com voc, quem deve formar a equipe. Se a
campanha vai ser comandada por ele e no por voc, pense bem antes de
impor um coordenador mala que seu amigo mas que ter dificuldade de
funcionar sob o comando de outra pessoa. Evite levar gente que
representa confuso para o centro de deciso de sua campanha.
CONSELHO POLTICO Logo abaixo do coordenador de campanha, mas no
acima do resto da diretoria, deve vir o Conselho Poltico da
campanha. Essa sim uma turma a ser pensada. Devem estar ali
representados os partidos da sua coligao, alm de alguns polticos
mais notveis de sua regio ou de seu grupo (atuais ou ex senadores,
governadores, prefeitos etc.).
Tome cuidado para ter um pequeno conselho que seja deliberador,
para aqueles momentos de crise da campanha, e outro que seja mais
amplo e no qual voc tenha um coordenador poltico experiente com
capacidade para encaminhar os assuntos sem que os participantes
sintam-se menosprezados. importante que esse coordenador seja tambm
um elemento de ligao entre as decises do grupo e as demais reas da
campanha. Porque no h nada pior que submeter o candidato a
assemblias no calor da luta ou, quase pior, o pessoal da comunicao
e de outras reas executivas a ouvir palpites e reclamaes de um sem
nmero de pessoas bem na hora em que precisariam estar produzindo.
Veja, as colaboraes de polticos e de amigos so muito importantes,
mas no as de todo mundo e nem a toda hora. Se voc o candidato,
cuide que o seu coordenador-geral preserve a equipe, que o mnimo
que ele pode fazer pelo time que est em campo pra ganhar com voc.
FINANCEIRO Este quadradinho do seu organograma deve estar na mesma
altura daquele do Conselho Poltico, abaixo do coordenador-geral.
Entenda que a grande maioria das decises da campanha vai depender
do coordenador financeiro, pois ele que movimenta a mquina. O
coordenador-financeiro no apenas um caixa pagador e sim um
administrador das finanas desta grande empresa chamada campanha.
Ele precisa ter viso estratgica para saber como vai arrecadar e
tambm para resolver quanto e como vai pagar cada um dos servios da
campanha. Claro que junto dele devem estar mais arrecadadores
(gente de extrema confiana, claro), contadores e advogados (hoje
essa rea de prestao de contas a mais importante de todas devido
nova legislao) e o prprio caixa, aquele que organiza e libera os
pagamentos nas datas combinadas. COMUNICAO, JURDICO, LOGSTICA,
MOBILIZAO, PROGRAMA DE GOVERNO Numa linha horizontal e com mesma
importncia no organograma ficam todas as outras reas das campanhas.
Nos prximos dias vou complementar este post detalhando cada uma
destas reas e sugerindo como organizar o fluxograma para que tudo
funcione direito. Como uma empresa daquelas lderes de mercado. Como
organizar uma campanha eleitoral II Escolhidos os coordenadores
geral e financeiro da campanha, caber a eles a tarefa de definir os
custos e o cronograma de atividades. Sim, companheiro, primeiro voc
tem que definir o budget, o oramento, depois procurar os
profissionais para realizar o trabalho. Estranhou? Est acostumado a
sair perguntando o que a pessoa/empresa prope e quanto custa isso?
Pois t errado. Ento vamos a um passo a passo: Comeamos comparando a
montagem de uma campanha eleitoral fundao de uma empresa. Se
concordamos com isso vamos concordar tambm com o fato de que toda a
empresa que se preze tem oramento e meta, certo? Ou voc j viu
alguma empresa que sai gastando, gastando, contratando amigos,
familiares, filhos de amigos, aposentados, apadrinhados e depois
vai ver como ficou, como paga as contas? Se voc j viu, certamente
no v mais, pois a tal empresa deve ter falido ou vive de favores.
Ento se voc daqueles que pergunta quanto custa antes de saber o que
quer, no pretendo ser grosseira, mas sinto muito, voc um amador. Eu
at entendo, nem toda campanha eleitoral no Brasil profissionalizada
e essa batata quente caiu na sua mo meio sem querer, agora voc tem
que resolver de qualquer jeito (literalmente). Se este o seu caso,
vai aqui um conselho de graa: procure antes se informar, veja o
quanto voc pode gastar, enxergue o quadro de forma geral, veja
quais so as suas possibilidades, procure os melhores profissionais
para depois formar a equipe e contratar servios. E se, ao contrrio,
voc j no mais marinheiro de primeira viagem e continua cometendo os
mesmos erros, humdeixa pra l, que a amizade continua, afinal,
amigos, amigos, negcios parte. Prosseguindo: no confunda ficar no
budget com pechinchar servios profissionais. Vou ser mais clara:
faa um oramento e procure contratar o que tem de melhor, de mais
eficiente, dentro desse preo. No faa politicagem com o que tem de
mais fundamental nessa hora, que o dinheiro que vai fazer a sua
campanha rodar de forma competente. Fale com quem entende. Procure
o que tem de melhor dentro da sua realidade. No prometa o que no
pode pagar, nem contrate quem voc no pode demitir. Tambm no
contrate um servio apenas porque mais barato ou porque amigo.
Contrate menos porm melhor. Ou seja, no jogue dinheiro fora com
excessos, firulas, bobagens, frescuras, medalhes, gente que no
trabalha ou que trabalha pouco, mas tambm no desrespeite quem
profissional questionando preos s pra dizer que esperto. Tambm no
vai gastar tudo com um, dois, dez profissionais e pagar salrios de
fome pro resto s porque eles tm outro tipo de relao com voc (j so
seus funcionrios, dependem de voc, no tm outra sada, etc. e tal).
Alm de injusto perigoso: gente insatisfeita e sentindo-se
injustiada dentro de comit eleitoral um rastro de plvora.
Deu pra entender at aqui ou quer que eu desenhe? Desculpa, mas
esse assunto de quanto custa uma campanha enlouquecedor. E a melhor
resposta, de longe, : depende da campanha. Tem a da improvisao e
tem a pra ganhar. Tem a da burocracia e tem a profissional. Tem a
do time coeso e tem a da diviso. Tem a dos apoios leais e tem a dos
arrivistas. Tem a dos que s vo na boa e tem a dos que esto l em
todas as horas. Tem a do desperdcio e tem a da eficincia. Qual vai
ser a sua? Depois de saber sua real possibilidade de gastos, o
recomendvel hoje em dia contratar logo o seu coordenador jurdico.
Como diz o meu amigo Mario Edson, nos tempos atuais melhor ter um
candidato ruim com um jurdico bom do que ter um candidato bom com
um jurdico ruim. Pensa que ele t exagerando s porque vai se formar
advogado? Um pouco , mas num tanto ele tem razo. Outro dia citei
essa frase numa palestra e o advogado eleitoral que falou depois de
mim disse que era a primeira vez que recebia um elogio de uma
coordenadora de comunicao. Mas quer saber? verdade. Se no souber a
legislao, se no estiver em dia com o que pode e com o que no pode,
se o jurdico no for muito gil e preparado, voc corre o risco de
ganhar mas no levar. Duvida? D uma olhadinha rpida no site do TSE e
acompanhe as cassaes. Loucura! A esta altura voc j deve ter pelo
menos um advogado em sua equipe, pois se candidato esse ano voc j
realizou conveno, j registrou sua candidatura, j est constituindo
seu comit financeiro. Mas pode ser que ainda no tenha formado todo
o time jurdico, cujo trabalho vai l at o Dia D. Para levantar os
custos desta contratao, leve em considerao que voc vai precisar de
profissionais que acompanhem especificamente as reas financeira e
de comunicao bem de perto, pois so dois setores que precisam de
assessoria jurdica o tempo todo. Veja bem como vai distribuir a sua
estrutura, inclusive fisicamente. O seu coordenador jurdico pode
ser um profissional independente ou representar um escritrio. O
importante dar a ele liberdade para que atue com os profissionais
da sua (a dele) confiana e que haja relacionamento fcil com as
demais reas da campanha. Se a sua campanha vai ousar, procure um
advogado mais peitudo. Se a sua campanha vai ser papaicom-mame, v
pelo mais tradicional. Contrate sabendo quem quem e no apenas quem
est mais perto. Cada um tem um estilo. Cada campanha tem uma
estratgia. Mas se for para definir o ponto bsico na hora de
contratar, a questo a prestar ateno se o time do jurdico tem
experincia em campanha eleitoral. No acompanhou a conversa? Pois j
estive em campanha grande com jurdico amigo da famlia que nunca
tinha participado de uma eleio por dentro. Por melhor que seja o
escritrio, no adianta. At o cara entender, chegou o 5 de outubro.
Mas se no tem outro jeito, se no seu municpio no tem algum
especializado, ento opte por gente batalhadora e bem-relacionada.
Um time de advogados lutadores, incansveis e informados j um bom
comeo. Porm tome cuidado: as aes jurdicas fazem parte da estratgia
geral da campanha, no podem ser dissociadas. Se voc a favor da
liberdade de expresso, no pode o seu jurdico sair caando tudo que
blogueiro. Outra coisa: erros e inocncias jurdicas deixam os juzes
furiosos. E com razo: eles tm um sem nmero de aes para examinar, se
algum entra com bobagem que significa perda de tempo, s por entrar
ou para fazer a vontade do chefe (voc!), d mau humor mesmo. Ento,
todo cuidado pouco, todo profissionalismo fundamental na hora de
escolher o seu jurdico. Nunca pegue aqueles que jogam pra torcida.
Bons de tomar usque junto, ruins de servio. E isso vale para todas
as reas. Voltando mais uma vez ao comeo: lembre sempre que o seu
coordenador-geral quem dirige a estratgia e as diversas tticas da
campanha como um todo. Ele tem realmente que coordenar todas as
reas, saber como fazer, como definir, como decidir, seno, por
melhor que sejam os vrios profissionais contratados, sem comandante
qualquer barco afunda. A seguir: os outros quadradinhos do seu
organograma. A comunicao, a logstica, a mobilizao e muito mais. Num
post em breve, perto de voc! Como organizar uma campanha eleitoral
III J falamos aqui que o organograma da equipe da campanha
eleitoral deve ser enxuto, eficiente e, mais do que tudo, ser
liderado por um coordenador-geral com perfil executivo. Cabe ao
coordenador, entre outras funes, conhecer o histrico e a realidade
eleitoral do local onde se realizar a campanha. Conhecer no
significa apenas ter memria, muito menos opinio, e sim ter feito a
lio de casa de ir atrs de dados concretos sobre o passado do
eleitor e dos candidatos, seja atravs de levantamentos no TRE, na
imprensa, assistindo s campanhas anteriorese ter organizadas todas
as informaes do presente, como apoios, possibilidades e movimentao
dos candidatos das chapas majoritria e proporcional, mapas, relao
de lideranasSim, d trabalho, mas no basta ser importante, tem que
participar! Um bom formato de trabalho para o coordenador o da War
Room, a sala de guerra, onde ele tem acesso a todos os dados e
pessoas para tomar decises rpidas e certeiras, como prprio da sua
tarefa.
J detalhamos um pouco aqui tambm as funes do Conselho Poltico,
do Jurdico e do Financeiro. Vamos agora examinar duas outras
atividades fundamentais para a campanha, que muitas vezes so
deixadas de lado ou perdem a importncia diante de outras reas, mas
que so vitais para o bom desempenho da mquina eleitoral. So elas a
Logstica e a Mobilizao. Meu compadre Gerson Guelmann, que hoje se
dedica mais a fazer crescer seu imprio de sfihas do que a caar
votos por a, um mestre no assunto. Em campanhas passadas deram a
ele o apelido de xerife, em outras de prefeito. Porque era ele, na
liderana de seu (dele) fiel e grande time, quem montava a estrutura
necessria para fazer o quartel-general da campanha funcionar e
todos os seus pees se movimentarem na direo correta at o Dia D.
Parece pouco? Pois muito. Ainda mais com o bom humor, a inteligncia
e a competncia com que ele fazia (e ainda faz) isso tudo. Fora o
show de fogos de artifcio que ele proporcionava cada vez que o
candidato subia na pesquisa. Copacabana em noite de reveillon
morria de inveja. T bom, voc est pensando que s comadragem minha,
mas no no, inclusive porque ele foi escolhido padrinho do meu filho
por essas e por outras numa campanha eleitoral, claro. Alis, na
verdade duas. Fiquei grvida em junho de 96 e enfrentei duas eleies
para prefeito (uma no primeiro, outra no segundo turno, ambas
vitoriosas) de barrigo, tendo o companheirismo, o apoio, o carinho
e a cumplicidade daquele incansvel xerife de campanha que o Gerson
Guelmann. Bem, mas voltando ao organograma e s suas funes, que voc
est ansioso, eu sei: A Logstica uma rea bastante sensvel da
campanha, pois envolve muitos custos, muita estrutura e muita
gente. J foi ainda mais complexa quando a legislao permitia a
distribuio de brindes, camisetas e a realizao de showmcios e
jantares. Ainda assim o coordenador de logstica deve ser uma pessoa
de total confiana (como todas as outras, d!) e de muita experincia,
pois caber a ele administrar setores gigantes, como os de
estrutura, compras, produo e distribuio de materiais, e contratao
de pessoal. Detalhando um pouco, caber a ele montar toda a base
fsica da campanha (aluguis de comits, desde o central at os
regionais, incluindo instalao e pagamento de luz, gua, telefone,
mobilirio, informtica e equipamentos mveis, como telefones
celulares e rdios, e s vezes setores inteiros como telemarketing e
outros), providenciar todos os veculos e seu devido abastecimento
de combustvel, montar e controlar o almoxarifado de materiais para
distribuio (folhetos, adesivos, praguinhas, jornais), alm do
almoxarifado de materiais internos de escritrio , produtos de
limpeza e alimentao (vamos combinar que sem pelo menos gua e caf,
no d, n? Chama a Katia! Deixa pra l). Deu para acompanhar at aqui?
A Logstica envolve muito recurso financeiro e muita administrao
para funcionar direito. Fora a parte mais complicada, que eu deixei
para o final: o coordenador de logstica tem que gerenciar toda a
rea de RH (recursos humanos) e isso quer dizer contratar todo o
pessoal interno (secretrias, telefonistas motoristas, faxineiras,
copeiras, seguranas etc.) e todo o pessoal de rua (gente que
distribui material, que cola adesivo, que faz casaa-casa, que
balana bandeira na esquina) e obviamente dar a eles vale-transporte
e alimentao. Voc j viu aquela cena de greve na frente de comit, do
pessoal de rua que faz manifestao por salrio atrasado? Pois , no h
nada pior para a imagem de uma campanha do que isso, voc no cuidar
nem de quem est suando a camiseta e o coletinho para a sua eleio.
Tenha d, vai. Ento, vou ter que ir embora e deixar a Mobilizao pro
prximo post, sinto muito. E ainda faltam a Comunicao e o Plano de
Governo para concluir o nosso organograma, fora toda a parte de
cronograma e hierarquia, eu sei, no precisa pressionar, a gente j
chega l. E sem querer me desculpar mas me desculpando, nestes
ltimos dias estou de novo em Curitiba e aqui t difcil ficar num
lugar s e quando fico acesso uma conexo com a internet que d de
piscar de vez em quando. Em resumo: problemas de logstica. Melhor
no t-los, mas se no temosAt j! Como organizar uma campanha
eleitoral IV Defino mobilizao como a vida que pulsa na campanha.
Porque, vamos combinar, sem gente nas ruas, sem o colorido das
bandeiras, sem a movimentao nos bairros, sem os carros de som, sem
a conversa ao p do ouvido, sem os adesivos nos carros, sem
discurso, sem palanque, sem um eventinho aqui, outro acol, a
campanha fica muito morna. verdade ou no ? Ou voc daqueles que
odeiam quando um alto-falante toca jingle poltico embaixo da sua
janela? Sem ofensa, mas voc t fazendo o que aqui? Quanto a mim
enquanto pessoa, lembro da decepo que tive na primeira vez que
acompanhei um dia de votao nos Estados Unidos, em NYC, h muitos
anos: cad o povo? Cad a confuso? Na-da. Porque l no feriado nem o
voto obrigatrio nem tem essa nossa algazarra brazuca. Mas que falta
de clima, que coisa chata, que tristezada eu senti por aqueles
eleitores to imensamente infelizes. Ento, objetivando: a gente j
falou aqui da coordenao-geral da campanha, do organograma, do
conselho poltico, do financeiro, do jurdico, da logstica, vamos
saber agora como organizar bem essa rea, a da mobilizao.
Antes de pegar no pesado, s mais um parntese, juro que
importante: a gente sabe que as campanhas vm mudando muito nos
ltimos anos, que a nossa democracia est em processo de
amadurecimento e que, tambm por isso, a cada eleio novas regras so
incorporadas, nunca a mesma coisa. Isso faz com que todos ns
tenhamos que nos adaptar o financeiro, a comunicao e o jurdico so
reas que a cada dois anos, nestes ltimos anos, quase que precisaram
se reinventar, pois tiveram que adaptar prticas j tradicionais a
alguma nova legislao ou tecnologia. Mas isso peixe pequeno perto
das transformaes que ocorreram na rea da mobilizao. Primeiro por
causa dos humanos. Sim, no incio existia a militncia. Sabe, aquelas
pessoas que empunhavam bandeiras, literalmente, pela causa e saam
cabulando votos dia-e-noite, brigavam na rua pelo seu candidato? A
na sua cidade esse pessoal tambm foi abduzido? Pois , aqui sumiram
todos e foram substitudos por um povo com cara de mosca-morta que
mal equilibra suas bandeiras e s em horrio comercial nas (mesmas)
principais esquinas por onde a gente passa. Alm destes tais
militantes, tambm sumiram, desde as ltimas eleies, aqueles outros
humanos do tipo que s diziam sim, por uma coisa toa, uma boa
noitada de comcio, uma camiseta, um brinde, uma linguiada, qualquer
coisa assim. T, no era ali que a gente ganhava voto. Mas os
showmcios produziam imagens grandiosas, davam emoo na edio da TV,
era uma beleza pra comunicao. Agora, como reunir uns gatos pingados
sem ser produo pra filmar comercial de campanha? Como mostrar que o
povo vestiu a camisa do candidato se nem camiseta mais tem? No, eu
no sou contra a legislao; no, eu tambm acho que as campanhas j
estavam ficando meio Rockn'Rio, despropositadas. Mas que ficou mais
difcil pro pessoal da mobilizao, ah, isso ficou. Ento vamos a ela,
pronto, que nem tudo est perdido: A primeira tarefa do coordenador
de mobilizao conhecer muito bem as estruturas da chapa
proporcional. Em portugus claro: saber quem so todos os candidatos
a vereador da coligao do seu candidato a prefeito, quantos votos
podem fazer, em quais regies, como, quando e com quem. J fiz isso
em campanha pobre sim, como cita a minha me, j fui rico e j fui
pobre, rico melhor pegando carona no esquema de mobilizao dos
candidatos proporcionais, muitas vezes muito maior que o nosso, do
majoritrio. E ainda que a sua campanha nade em dinheiro (se for
esse o seu caso, me liga mesmo que seja a cobrar, j!), uma das
tarefas da mobilizao coordenar a agenda do majoritrio com os
proporcionais, o que bom pra todo mundo. Ganha o candidato a
vereador com a presena em seu evento do candidato a prefeito, ganha
o candidato a prefeito falando para os eleitores do seu apoiador.
Depois da chapa proporcional, procure levantar quem so os demais
apoiadores e as principais lideranas que esto ou que podem estar na
sua campanha. Um presidente de associao de bairro, algum que foi
candidato em outra eleio e j fez votos na regio, uma liderana
comunitria, tnica, sindical, de categoria profissional, podem ser
amigos, enfim, faa uma lista de gente que tem vontade de trabalhar
e poder de mobilizao. Entre em contato com cada um deles e monte
uma agenda. Coordene com eles a abertura de comits, a distribuio de
materiais, os eventos que eles vo fazer e que podem (ou no) contar
com a presena do candidato, e assim por diante. O fundamental que
voc possa ter nas mos, ou melhor, na parede, um grande e detalhado
mapa com todo o seu exrcito, podendo mov-lo de acordo com as suas
necessidades e possibilidades. Eu falei no incio que os militantes
no existem mais. Isso praticamente verdade. Mas no totalmente.
Ainda tem gente interessada em abrir a casa e reunir os amigos para
conhecer o seu candidato, ainda tem gente que quer liderar um
comit, ainda tem famlia, amigos, funcionrios, colaboradores que
querem ser voluntrios numa campanha eleitoral. Pois no perca essa
gente de jeito nenhum, cuide para que elas sejam um pontinho no seu
mapa, pois assim alm de saber o que elas andam fazendo, voc ainda
pode dar tarefa para elas. E na verdade todo mundo gosta de receber
tarefa, que melhor que inventar o que fazer, certo? Caber a voc
tambm organizar a ocupao visual da sua cidade e a distribuio do
material do seu candidato. Essa uma tarefa que voc vai fazer junto
com o coordenador de logstica, que conforme a gente j viu quem vai
encomendar o quantitativo de material e tambm quem vai contratar o
pessoal pago para balanar bandeira, colar adesivo, distribuir
jornalzinho e panfleto e tudo mais que voc programar. Cuide para
aplicar os recursos disponveis de forma racional: nem muito nem
pouco. J vi campanha perder por excesso de gente paga, de material
caro, de bandeira demais nas esquinas. Juro que no estou
inventando: o povo no bobo e no gosta desse tal de abuso do poder
econmico. Tome cuidado tambm para no ser to modesto (ou
imprevidente, vai l) e deixar o seu adversrio tomar as ruas e voc
ficar de fora. Porque tambm tem aquela mxima verdadeira de que o
eleitor no quer perder o voto. E se voc no existe nas ruas, as
pessoas entendem que voc no competitivo. Dois + dois = muito bem! A
prtica chamada casa a casa j foi um enorme diferencial de campanha,
quando pouca gente sabia como fazer. Hoje todo-mundo-faz, seja com
geoprocessamento, com estudantes contratados, com funcionrios
pblicos em frias, com exrcito de tudo quanto jeito. Mas ainda uma
cincia que merece a sua dedicao. Porque sem casa a casa, sou a
primeira a dizer: a campanha no rola. Porque no casa a casa que
d pra entender bem o que est pensando o eleitor, no casa a casa que
d pra ganhar intimidade, no casa a casa que d pra preparar terreno
pra visita do candidato no bairro, no casa a casa que d pra
distribuir material qualificado, no casa a casa que d pra mapear o
seu eleitor, no casa a casa que Recomendo forte, mesmo que voc no
possa cobrir a cidade toda, organize um casa a casa competente e
seus votos vo se multiplicar. Vai fundo! Parte importante da
mobilizao, a dos eventos, desde 2006, ficou bem chatinha. No d pra
oferecer comida nem show nem nada. Ento me diga, do fundo do corao:
quem que vai num evento, que seja um aniversrio de criana, sem
msica, sem brigadeiro, sem lembrancinha? Tudo bem, voc diria, s pra
cantar parabns, quer dizer, pra discutir a proposta. Bem, se voc
conseguir juntar mais de 10 pessoas diferentes por noite na sua
campanha, a seco, s pra discutir a sua proposta, tambm pode me
ligar a cobrar, do mesmo telefone do cara da campanha milionria l
de cima, combinado? Enfim, evento tem que ter e a vai depender da
sua criatividade e da generosidade dos seus apoiadores. Pois diz a
lei que o candidato no pode oferecer nenhum benefcio para os seus
eleitores, mas no diz que os eleitores no podem oferecer benefcio
para os candidatos. Como jantar, almoo, lanche, linguiada, chope,
caf-da-manh, ch com bolo e outras refeies menos votadas significam,
para a legislao, benefcio, o caminho arrumar quem queira pagar pra
jantar com o seu candidato. Deve existir gente assim, no? Oras
Finalmente, a ltima tarefa da mobilizao tambm a ltima da campanha:
o Dia D. No, no vamos ocupar a Normandia, mas temos que ocupar a
cidade no dia da eleio. fundamental, embora hoje tenha muita
proibio. Ainda assim, sua obrigao credenciar fiscais para todas as
sees eleitorais e trein-los com antecedncia junto com o pessoal do
jurdico. Como necessria uma multido para esta ocupao, ento sugiro
que voc comece logo a pensar onde voc vai encontrar tanta gente de
confiana. Isso mesmo: corre pra procurar, em vez de ficar navegando
na internet, cara, que o tempo Candidato, o caador de votos Fao
campanhas eleitorais profissionalmente h exatos 20 anos. A
primeira, aquela que a gente nunca esquece, foi a memorvel campanha
dos 12 dias, que elegeu o prefeito de Curitiba, Jaime Lerner. Eu
era muito jovem, claro (s pra justificar os 20 anos, credo!). O
fato que desde ento eu nunca deixei de recomendar a um candidato:
pea o voto. Porque muitos esquecem. Srio, no s porque voc o melhor
que o eleitor vai entender a sua mensagem. Como diz a minha colega
Elga Lopes, o candidato um caador de votos, no um pregador de
idias. Ento, vamos l, tem que caar voto, tem que pedir, seno perde.
Comprovei essa tese muitas eleies depois de eu j acreditar nisso.
Foi quando eu passei um perodo na Graduate School of Political
Management, da George Washington University, em 1999. Na primeira
aula do meu querido professor Christopher Arterton, dean da
faculdade, ele arrecadou US$ 20 de cada aluno e props um jogo
eleitoral: quem quisesse podia se lanar candidato com uma proposta
para o uso do dinheiro. Eu era recm-chegada, brasileira, e embora
tivesse infinitamente mais experincia profissional que todos os
garotos ali, no me senti apta a ser candidata. Outros, entretanto,
imediatamente divulgaram suas plataformas: no lembro de todas, mas
sei que um deles planejou investir em uma grande festa com direito
a barbecue, cerveja e dj,com a presena de todos os alunos, outro
sugeriu um sorteio de toda a bolada para um nico ganhador e outro
ainda props doar os recursos para uma causa social. Creio que uma
meia dzia de colegas se candidatou. Eu apenas observava. Alguns
dias depois, atendi o telefone na minha casa e era um dos meus
colegas americanos, candidato, pedindo o meu engajamento e o meu
voto. Parece bobagem, mas fui invadida na hora por uma onda de
carinho. Que tamanha importncia tinha eu, uma estrangeira,
desconhecida, para ele se preocupar comigo? Como ele tinha
descoberto o meu telefone? Sabia o meu nome, sabia quem eu era?
Falei sim na hora. Ainda bem que era o candidato da causa social,
mas confesso que, talvez, se fosse o da festa ou o da rifa ou
qualquer outro, eu provavelmente tambm teria me sensibilizado com
aquele pedido. O incrvel que nenhum outro candidato ao longo do
semestre pediu o meu voto. Resultado: por estas e por outas o meu
candidato ganhou a eleio. Foi uma boa lio. Pensei nisso hoje porque
recebi uma mensagem do jornalista e escritor Laurentino Gomes,
autor do best-seller 1808. Conheo o Laurentino de longa data, de
antes da minha primeira campanha. Eu era nenm. No, mentira, eu j
era jornalista e ocupei a vaga dele em O Estado de S.Paulo na
sucursal do Paran quando ele foi para a Veja. Eu era menina mas era
grandinha (sempre fui alta, hahaha). Depois, quando ele assumiu a
direo da sucursal da Veja em Braslia, me chamou para fazer parte da
equipe (de jovens reprteres e isso verdade). Eu aceitei e fui
trabalhar na Veja em Braslia, claro, e era o ano da Constituinte, e
essa foi uma experincia profissional fundamental na minha formao
poltica. Enfim, sou amiga do Laurentino de muitos anos e hoje ele
me pediu um voto. para o prmio Artista Prime do Ano, da revista
Bravo, numa categoria em que os internautas escolhem o vencedor.
Entrei no link e vi que todos os
concorrentes mereceriam o meu voto. Mas o nico que me pediu foi
o Laurentino. Acompanhou aonde eu quero chegar? Eu j votei no
Laurentino. E voc? Vote Laurentino Gomes tambm, t pedindo!
Propaganda poltica: o que pode e o que no pode Da revista
Consultor Jurdico: por Vitor Santos A propaganda eleitoral o ato de
divulgar os nomes e o os nmeros de candidatos a prefeitos e a
vereadores, os slogans, os partidos e as coligaes para sensibilizar
os eleitores e conquistar votos, regida pela Lei 9.504 de 1997,
artigos 36 a 57 e 73 e Resoluo TSE 22.718 de 2008. aquela que tem
como finalidade levar ao conhecimento geral, ainda que de forma
dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ao
poltica que se pretende desenvolver ou razes que induzam a concluir
que o beneficirio o mais apto ao exerccio de funo pblica. Sem tais
caractersticas, poder haver mera promoo pessoal, apta, em
determinadas circunstncias a configurar abuso de poder econmico,
mas no propaganda eleitoral. () (AC 16.183, de 17/2/2000, rel. Min.
Eduardo Alckmin; no mesmo sentido o AC 15.732, de 15/4/1999, do
mesmo relator, e o AC 16.426, de 28/11/2000, rel. Min. Fernando
Neves.). A propaganda eleitoral somente permitida a partir do dia 6
de julho de 2008. Caso a propaganda ocorra antes da data prevista,
estar caracterizada uma conduta vedada de propaganda antecipada, ou
propaganda extempornea, neste caso o responsvel pela divulgao,
estar sujeito ao pagamento da multa no valor de 20 mil a 50 mil
Ufirs ou equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.
permitido a propaganda intra-partidria com vistas indicao do nome
do pr-candidato na quinzena anterior, que antecede a conveno para
escolha do candidato pelo partido, neste caso vedado o uso de rdio,
televiso e outdoor, sob pena de sujeitar o responsvel pela divulgao
da propaganda. Quando comprovado seu prvio conhecimento, o
beneficirio ser condenado a pagar multa no valor de 20 mil a 50 mil
Ufirs ou equivalente ao custo da propaganda, se este for maior. Da
veiculao da propaganda no Rdio e na Televiso: no Rdio a propaganda
gratuita ser veiculadas das 7h s 7h30 horas e das 12h s 12h30
horas, para prefeito e vice na segunda-feira, quarta-feira e
sexta-feira; para vereadores na terafeira, quinta-feira e sbado. Na
Televiso, das 13h s 13h30 horas e das 20h30 s 21h horas; para
prefeito e vice na segunda, quarta e sexta; e para vereadores na
tera, quinta e sbado, a partir de 19 de agosto. Propaganda gratuita
na internet permitida desde que em sitio especfico (can.br), aps o
registro da candidatura, constando apenas o nome, o nmero e o
partido. Propaganda paga nos jornais, no mximo, 1/8 da pgina, at a
antevspera da eleio. permitido propaganda por meio de
telemarketing, torpedos e mala direta, a divulgao de pesquisas
eleitorais com registro prvio na Justia eleitoral. No permitida
propaganda eleitoral em outdoors. O seu descumprimento acarretar
sanes a empresa responsvel, aos partidos, coligaes e candidatos,
imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa
no valor de 5 mil a 15 mil Ufirs. vedada na campanha eleitoral a
confeco, utilizao e distribuio por comit do candidato, ou com a sua
autorizao, de camisetas, chaveiros, bons, canetas, brindes, cestas
bsicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam
proporcionar vantagem ao eleitor. permitido o funcionamento de
alto-falantes ou amplificadores de som para veicular jingle da
campanha nos comcios das 8h s 22 horas. O uso de teles permitido
apenas para transmitir imagem e mensagem do candidato durante o
evento. proibida a realizao de showmcio ou de evento assemelhado
para promoo de candidatos, e a apresentao, remunerada ou no, de
artistas com a finalidade de animar o comcio e a reunio eleitoral.
permitida a distribuio em farol ou cruzamento de ruas e avenidas
como movimento intenso, jornal de campanha, santinho, volante,
cartazes, display e adesivos. As carreatas e passeatas com
simpatizantes em carro de som, so permitidas, ficando vedada
somente na vspera das eleies transformar o ato em comcio. Na
campanha eleitoral, vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem
pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou funo pblica,
desde o registro da candidatura at o dia da eleio. permitida a
propaganda eleitoral por meio de fixao de faixas, placas, cartazes,
pinturas ou inscries em bens particulares (muros), com tamanho de 4
metros quadrados em residncias e terrenos particulares, desde que
autorizado
pelo proprietrio ou possuidor do bem, ressalvados os preceitos
de higiene e esttica urbana constantes da legislao municipal
pertinente. Tambm permitido o uso de bonecos e cartazes mveis ao
longo das vias pblicas, desde que no dificultem o bom andamento do
trnsito. No permitida a propaganda eleitoral que use smbolos,
frases ou imagens, associadas ou semelhantes s empregadas por rgos
de governo, empresa pblica ou sociedade de economia mista. O
descumprimento da regra constitui crime, punvel com deteno, de seis
meses a um ano, com a alternativa de prestao de servios comunidade
pelo mesmo perodo, e multa no valor de 10 mil a 20 mil Ufirs. A
propaganda eleitoral no pode ser cerceada ou constituir-se objeto
de multa, sob o pretexto do exerccio do poder de polcia, desde que
realizada em obedincia aos permissivos legais. Se forem veiculadas
propagandas eleitorais nos bens pblicos, o responsvel fica sujeito,
aps a notificao e comprovao, restaurao do bem e, caso no cumprida
no prazo, a multa no valor de R$ 2 mil a R$ 8 mil. No dia da eleio
no permitido o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a
promoo de comcio ou carreata, constituindo crime punvel com deteno,
de seis meses a um ano, com a alternativa de prestao de servios
comunidade pelo mesmo perodo, e multa no valor de 5 mil a 15 mil
Ufirs. So vedados a instalao e o uso de alto-falantes ou
amplificadores de som em distncia inferior a 200 metros: das sedes
dos Poderes Executivo e Legislativo da Unio, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municpios, das sedes dos Tribunais
Judiciais, dos quartis e outros estabelecimentos militares, dos
hospitais e casas de sade, das escolas, bibliotecas pblicas,
igrejas e teatros, quando em funcionamento. No dia da eleio vedado
a arregimentao de eleitor ou a propaganda de boca-de-urna e a
divulgao de qualquer espcie de propaganda de partidos polticos ou
de seus candidatos, mediante publicaes, cartazes, camisas, bons,
broches ou dsticos em vesturio, ambas tidas por crimes punveis com
deteno, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestao de
servios comunidade pelo mesmo perodo, e multa no valor de 5 mil a
15 mil Ufirs. Nos bens pblicos cujo uso dependa de cesso ou
permisso do Poder Pblico, ou que a ele pertenam, e nos de uso
comum, inclusive postes de iluminao pblica e sinalizao de trfego,
viadutos, passarelas, pontes, paradas de nibus e outros
equipamentos urbanos, vedada a veiculao de propaganda de qualquer
natureza, inclusive pichao, inscrio a tinta, fixao de placas,
estandartes, faixas e assemelhados. Nas dependncias da Cmara
Municipal podem ser utilizadas para propaganda eleitoral ficando a
cargo da mesa diretora a sua regulamentao. No permitida a compra de
votos, caso seja comprovada a captao ilcita de votos, o candidato
estar sujeito a pena de multa de 1 mil a 50 mil Ufirs e a cassao do
registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no artigo
22 da Lei Complementar 64 de 1990. Os candidatos a vereador podero
utilizar material impresso desde que conste o partido o nmero e a
coligao, para prefeitos obrigatrio que o material impresso inclua o
nome do vice, o nome da coligao e referencie as legendas que dela
fazem parte. No material impresso de campanha eleitoral, necessrio
que conste obrigatoriamente o CNPJ ou o CPF do responsvel pela
confeco, bem como de quem o contratou e a respectiva tiragem. No
dia da eleio os fiscais partidrios podero identificar-se somente
com o nome do partido e da coligao. Qualquer ato de propaganda
partidria ou eleitoral, seja em recinto aberto ou fechado,
independe de licena da polcia. No entanto, o candidato, partido ou
coligao promotora do evento far a devida comunicao autoridade
policial em no mnimo, 24 horas antes de sua realizao, a fim de que
esta lhe assegure as necessrias condies de sua realizao, segurana,
e funcionamento do trfego e dos servios pblicos que o evento possa
afetar, evitando assim que dois ou mais partidos utilizem o mesmo
local no mesmo dia e horrio.
http://caiquemarcatti.blogspot.com.br/2010/02/como-montar-estrutura-basica-para-fase_13.html
Como montar a estrutura bsica para a fase pr-campanha I Cada
campanha nica, nas suas peculiaridades e circunstncias, exige um
"traje feito sob medida" Temos recebido, muitas solicitaes, para
orientar a montagem da estrutura bsica de campanha de candidatos
para a eleio deste ano. So candidatos a Dep. Estadual Dep. Federal,
alguns buscam a reeleio, outros vo disputar pela primeira vez, e,
outros ainda so assessores e auxiliares de candidatos. O
assessoramento, para ser til, precisa de continuidade.
No possvel, no limitado espao das colunas deste blog, lidar com
estes temas em toda a sua profundidade e complexidade. Por esta
razo estou publicando um Caderno, que me permite analisar estas
questes de maneira satisfatria. Alm disso, meu cuidado em oferecer
orientaes redobrado porque o primeiro requisito do profissionalismo
e seriedade reconhecer as suas limitaes. Cada campanha nica, nas
suas peculiaridades e circunstncias, exige um "traje feito sob
medida", e o assessoramento, para ser til, alm de conhecer a
realidade da campanha, precisa possuir um mnimo de continuidade. De
qualquer forma, h algumas regras bem gerais que podem ser valiosas,
e que se aplicam a todas as campanhas. sobre essas regras que esta
coluna vai veicular textos, sem esquecer as ressalvas
cabveis.Imaginemos ento um candidato que est disposto e motivado a
concorrer a uma eleio neste ano, seja para uma campanha a deputado
ou mesmo para um cargo no Executivo.
Planejamento do Tempo: um cronograma preliminar Sua primeira
preocupao deve ser entender que se encontra a aproximadamente um
ano do dia da eleio. Este o tempo com o qual poder contar. A seguir
ele dever dividir este tempo em fases Neste momento ele se encontra
na fase pr-campanha, sem ter ainda formalizado sua candidatura no
partido e na Justia Eleitoral. Quando sua candidatura for
homologada no partido e na Justia Eleitoral, comear a fase da
campanha propriamente dita.
Ateno:esta , pois, uma poca em que no permitido fazer campanha.
O candidato no pode sair a distribuir "santinhos", fazer cartazes
etc. Isto porm no significa que no possa iniciar a sua
campanha.
Todo o trabalho de preparao, que no for extensivo e no o
apresente como candidato, pode ser realizado neste perodo,
sobretudo no que se refere ao tema desta coluna: Organizar sua
estrutura bsica de campanha para esta fase.
A estrutura bsica (mnima e de baixo custo) inicial, adequada
para esta fase de pr-campanha se constitui de:
Sede Equipamentos "Biblioteca" Equipe Financiamento
"semente"
1. Sede
O candidato deve ter uma sede para sua campanha. Se lhe for
possvel, deve tentar conseguir emprestado um escritrio, ou uma casa
desocupada. Se no for possvel, a sede ser seu escritrio ou sua
casa. A sede importante, porque a primeira materializao de que uma
campanha existe, um ponto de encontro para a equipe e de guarda de
material. No necessariamente a sede definitiva, mas deve ser um
lugar que garanta a privacidade, e que permita a concentrao no
trabalho, sem distraes. Deve tambm ser o local para onde so
levados, e guardados, os primeiros materiais de campanha.
Se lhe for possvel ter um espao exclusivo para a sede fora de
sua residncia, importante alugar uma linha telefnica prpria, fazer
algumas adaptaes no espao, principalmente para ter uma sala de
reunies separada, uma recepo, e um espao para trabalho de vrias
pessoas
2. Equipamentos
Os equipamentos que voc vai necessitar inicialmente so poucos e,
possivelmente, voc j os possua. So basicamente trs: um computador,
uma impressora e uma copiadora. bvio que estou listando apenas o
mnimo. Havendo meios dever haver mais computadores e seus
perifricos, assim como FAX, rede telefnica, e celulares.
O computador absolutamente indispensvel. Ele j deve ser
formatado para organizar as informaes em diretrios e pastas que, no
incio, estaro em muitos casos vazias. Seu computador deve ter uma
boa configurao (processador e memria RAM) e voc deve adquirir o
hbito de fazer "back up" de tudo que for importante. O acesso ao
computador dever ser seletivo, e as informaes mais sigilosas devem
estar protegidas. O ideal ser que haja dois computadores: um de uso
exclusivo seu, e outro de uso mltiplo pelos seus colaboradores.
Ainda neste item, voc deve ter uma ligao com a internet, de
preferncia de "banda larga". Com ela voc ter acesso s notcias em
tempo real, a sites que podem ajud-lo, e a todo o servio de
correspondncia via e-mail. A impressora e a copiadora dispensam
justificativas e garantem que seus materiais e textos no corram o
risco de serem vistos ou copiados por terceiros.
A
"Biblioteca"
O termo biblioteca est sendo escrito entre aspas para significar
que no se trata de uma biblioteca convencional. Por biblioteca deve
se entender o armazenamento organizado de materiais impressos e
gravados que voc ou seus amigos j possuem, e que podem vir a ser
teis na campanha. Nela se encontraro os resultados de eleies
anteriores; dados estatsticos sobre o municpio; cpias de pesquisas
de opinio j feitas na cidade; matrias jornalsticas sobre problemas
da cidade; declaraes de adversrios; material publicitrio de
campanhas j realizadas na cidade; Catlogos e guias sobre a cidade;
mapas com a planta fsica da cidade e dos bairros; material
produzido pelo partido; livros, e publicaes sobre legislao
eleitoral; listas de associaes; outras listas como as de doadores
potenciais, de jornalistas, de apoio potencial, de fornecedores
etc; fotos, reportagens impressas, material gravado sobre o
candidato e sobre os adversrios; relatrio circunstanciado de
atividades, votos, projetos de lei encaminhados, trabalhos de
comisses etc, para o candidato que busca a reeleio; relatrio
circunstanciado sobre a administrao, obras , situao financeira,
projetos em andamento, reportagens e comentrios da imprensa, para
quem busca a reeleio ao cargo de prefeito; etc.
A "Biblioteca", como se v, uma estrutura de apoio a todos os
setores campanha. Como tal, uma vez iniciada, continuar crescendo
sem parar, de acordo com o princpio estabelecido de que papel
sempre gera mais papel. Sua utilidade pode ser avaliada fazendo-se
um raciocnio pelo contrrio, isto , se ela no existisse. Neste caso,
a todo o momento se estariam organizando expedies para a busca
"daquele" documento, texto, reportagem, nos mais variados lugares e
junto a todos os membros da equipe, com a inevitvel perda de tempo,
exasperao e insegurana que esta situao acarretaria.
Mesmo uma estrutura modesta pode fazer uma campanha moderna.
preciso equilibrar com estratgia, sagacidade, esforo e
criatividade, sua inferioridade em recursos econmicos.
De pouco adiantaria, para a maioria de meus leitores, apresentar
a estrutura de uma campanha rica, que fique muito fora da sua
realidade. fundamental no esquecer, entretanto, que mesmo uma
estrutura modesta pode fazer uma campanha moderna. Mais ainda,
exatamente a campanha com poucos recursos que depende da sua
modernizao para equilibrar com estratgia, sagacidade, esforo e
criatividade, sua inferioridade em recursos econmicos. O dinheiro
pode comprar os melhores especialistas, mas isto no significa que
formaro a melhor equipe. Equipe Esta uma rea onde, mesmo com poucos
recursos, voc pode levar vantagem. Uma equipe composta de pessoas
inteligentes, dedicadas e responsveis, disciplinada e leal faz
muita diferena numa campanha eleitoral. O dinheiro pode comprar os
melhores especialistas, mas isto no significa que formaro a melhor
equipe. Campanhas ricas, compostas de "estrelas" em cada rea, nem
sempre consegue dar origem a uma "equipe" que sabe trabalhar em
conjunto. O mais das vezes no consegue. Voc pode, ento, dependendo
de suas relaes pessoais e das de seus amigos e familiares, formar
uma equipe solidria, idealista, criativa e trabalhadora para
disputar sua eleio local. Na eleio local, sobretudo em cidades de
porte pequeno ou mdio, o contato pessoal com a maioria, ou
totalidade dos eleitores possvel, e, sendo este mtodo o mais
eficiente para conquistar votos, o fator "recursos financeiros"
pode ser contra-balanado. Alm disso, o fato de que, na imensa
maioria dos municpios brasileiros no h campanha por TV, faz com que
o diferencial entre as candidaturas dependa menos do dinheiro do
que da qualidade de seu programa pelo rdio, de peas publicitrias
grficas atraentes e eficientes, de bons cabos eleitorais, e do
contato sincero e simples com o eleitor seja de forma pessoal, seja
por suas malas diretas. Esta equipe precisa ter algumas pessoas
que, se no so profissionais do setor, pelo menos tenham talento nas
respectivas reas. Assim, voc dever ter na equipe um assessor de
imprensa, que ser normalmente um jornalista seu amigo; um
coordenador de campanha, usualmente um executivo ou um membro do
partido com experincia no ramo. Este o homem para administrar a
campanha no seu conjunto. Precisa ser algum muito leal a voc, mas
com certa autonomia para tomar decises, firme mas atencioso,
organizado e disciplinado, em suma um exemplo de trabalho, dedicao
e lealdade. Esta equipe precisa ter algumas pessoas que, se no so
profissionais do setor, pelo menos tenham talento nas respectivas
reas. Assim, voc dever ter na equipe um assessor de imprensa, que
ser normalmente um jornalista seu amigo; um coordenador de
campanha, usualmente um executivo ou um membro do partido com
experincia no ramo. Este o homem para administrar a campanha no seu
conjunto. Precisa ser algum muito leal a voc, mas com certa
autonomia para tomar decises, firme mas atencioso, organizado e
disciplinado, em suma um exemplo de trabalho, dedicao e lealdade.
No que respeita comunicao, voc precisar da ajuda de um publicitrio
para programar graficamente suas peas impressas. Se voc no tiver um
amigo seu desta especialidade, dever contratar um para toda a
campanha ou para a realizao de "jobs" especficos. Na falta de
recursos para contrat-lo, voc poder tentar ainda um estudante de
publicidade, que sempre ter acesso a seus professores. Ainda na rea
da comunicao, voc precisa de um redator. O ideal que esta pessoa
seja tambm um publicitrio, mas se no for possvel, talvez seu
assessor de imprensa, como jornalista, possa ocupar esta funo. No
esquea que criar slogans, frases fortes (soundbites), linguagem
clara, simples e acessvel, so talentos que nem todos possuem. A
equipe no estaria completa se voc no reunisse nela seus principais
conselheiros polticos (que possam trabalhar em conjunto) e que
funcionaro como sua assessoria estratgica. Se lhe for possvel
inclua tambm um cientista poltico com experincia em pesquisa e com
alguma vivncia ou pelo menos "gosto e talento" para campanhas
eleitorais, para que ele cubra sua rea de pesquisa e participe da
elaborao estratgica. Voc talvez no disponha de recursos para fazer
pesquisas, mas com um cientista poltico que tenha conhecimentos,
voc pode conseguir colocar perguntas "de carona" numa pesquisa que
esteja sendo feita por seu partido, ou pelo candidato a prefeito,
voc ter algum capacitado a interpretar resultados de pesquisas
feitas pelos meios de comunicao social, ou, no mnimo, algum
treinado para "filtrar" opinies, relatos, experincias, em informaes
com as quais se pode trabalhar.
Finalmente, voc tambm vai querer ter a seu lado um radialista,
para conceber um programa radiofnico para a candidatura, o que bem
diferente do que simplesmente usar o rdio para a sua propaganda.
Com esta equipe bsica voc est em condies de comear uma campanha
moderna, a custos muito baixos. O segredo est na sua capacidade de
escolher pessoas que possam desempenhar bem aquelas funes, mesmo
que no sejam profissionais famosos e experientes. Na falta do timo,
use o bom! Os sete "C" da Comunicao Poltica A campanha um processo
de comunicao entre o candidato e o eleitor. Por isso, uma campanha
modesta pode superar suas dificuldades e vencer, se for capaz de
desenvolver uma comunicao eficiente Uma campanha eleitoral pode ser
definida resumidamente como o trabalho coordenado de comunicao da
mensagem certa para os segmentos do eleitorado que podem vir a
votar no candidato Como tal, a campanha eleitoral , essencialmente,
um processo de comunicao entre o candidato e o eleitor, no qual o
primeiro tenta persuadir os votantes a escolher a sua mensagem
dentre as demais, e a eleg-lo com seus votos. Eleies, portanto, so
combates em torno de idias e das pessoas e organizaes que as
encarnam. A primeira regra a seguir refere-se, pois, qualidade da
comunicao Pouco adianta ter um bom candidato e uma campanha rica se
a comunicao com o eleitor ineficiente. Por outro lado, uma campanha
modesta pode superar suas dificuldades e vencer, se for capaz de
desenvolver uma comunicao eficiente. Os principais atributos de uma
boa comunicao so : Clareza Fcil de comunicar e fcil de entender. As
idias so apresentadas de maneira simples e direta (mesmo idias
complexas podem ser apresentadas de forma simples e acessvel), sem
ambigidades e sem desnecessrias complicaes. Quando a comunicao
clara, todos os que a recebem tendem a entend-la da mesma forma. A
preocupao com a clareza permanente e se aplica a todas as peas de
comunicao com o eleitor, do primeiro ao ltimo dia da campanha.
Especial ateno deve ser dada quelas situaes em que se utilizam
dados estatsticos. Nestes casos a regra de ouro usar apenas o dado
mais importante para o argumento, se possvel ilustrando-o com um
grfico simples. O excesso de nmeros torna a argumentao pesada,
confusa e enfadonha.
Conciso Quando as idias so claras fcil apresent-las de maneira
concisa. Conciso significa economia sem perda de contedo. A
comunicao concisa facilita o entendimento e a reteno da idia na
memria. O ideal formular as principais idias em frases curtas,
originais e impactantes que resumem a mensagem da candidatura e que
so retidas na memria do eleitor por sua expressividade.
Conexo A comunicao clara e concisa da mensagem deve ser capaz de
conectar-se com as principais preocupaes, expectativas e interesses
do eleitor. Conexo significa sintonia entre mensagem (candidato) e
expectativas e interesses (eleitor). No se deve confundir eleio com
pregao O objetivo da eleio a vitria, o da pregao a converso e o
proselitismo. Na pregao, o contedo da mensagem o que conta e os
ouvintes que a acatam devem adaptar suas vidas a ela; na eleio o
contrrio, o que conta o interesse do eleitor, que vai apoiar a
mensagem e o candidato que, no seu entendimento, atende melhor aos
seus interesses.
Fala-se o que importante para eles, para ganhar o direito de
tambm falar sobre o que importante para ns. Conexo mostrar que se
sensvel aos problemas deles, que se os conhece, que eles no nos
enojam nem nos afastam. Se, por exemplo, o tema for saneamento
bsico, deve-se comear pela realidade da ausncia de saneamento e os
males que produz. Aproxime-se, no desenvolvimento do tema, o mais
possvel da realidade deles: fale das baratas, dos ratos, do mau
cheiro, das doenas, muito mais do que sobre quantos metros de
encanamento so necessrios, do custo da obra, dos detalhes de sua
execuo. O encanamento (a soluo) vem depois da sua identificao com o
problema. Primeiro se fala bastante do problema de forma inclusive
visual. As pessoas do mais importncia, e esto mais interessadas em
falar sobre as chagas do que sobre a terapia. As chagas so
dramticas, cada um tem a sua histria a contar. A terapia, primeiro
refere-se ao futuro (o que sempre um pouco dbio), depois ela carece
de dramaticidade. O mesmo procedimento se adota com questes como
habitao, segurana, sade, educao e outras questes sociais. Evite
sempre comear falando sobre seu plano de governo e projetos.
Aproxime-se antes da realidade deles.
Convincente A mensagem clara, concisa e conectada precisa tambm
ser convincente. Os argumentos que sustentam a pretenso de ser
eleito precisam persuadir e convencer os eleitores da superioridade
da candidatura sobre as demais. importante assinalar que a meno aos
argumentos no significa que somente a comunicao racional
convincente. O atributo convincente abrange tanto o lado racional
da comunicao (propostas, por exemplo) como o emocional
(credibilidade do candidato). A comunicao convincente quando
consegue transmitir ao eleitor o sentimento de segurana de que o
candidato, se eleito, ter a competncia, vontade e fora poltica para
realizar aquilo que props na campanha.
Contraste A comunicao tambm deve ser capaz de estabelecer
diferenas ntidas entre o candidato e seus adversrios. Durante a
campanha o eleitor constantemente assediado por programas polticos
na rdio e na TV, comerciais, banners, outdoors, cartazes, pixaes,
panfletos, santinhos, produzidos por todos os candidatos, alm do
noticirio da mdia sobre a eleio. Como as pessoas gastam a maior
parte do seu tempo no trabalho, estudo, na vida familiar e no seu
lazer, restando pouco tempo para acompanhar a poltica, esta
sobrecarga de informao processada com dificuldade. Assim, o
acompanhamento que o eleitor comum faz da campanha fragmentrio e
descontnuo, tendendo portanto superficialidade. O atributo do
contraste passa a ser decisivo para o sucesso da comunicao. Fixar a
identidade da candidatura, distinguindo-a das demais, o grande
desafio criativo da equipe de marketing, do qual depende em grande
medida o sucesso eleitoral.
Consistncia Consistncia diz respeito harmonia e coerncia que
deve existir entre todas as peas de comunicao. A mensagem uma s,
ainda que se desdobre em mltiplas peas, e aceite diferentes nfases.
A regra da consistncia se aplica pessoa do candidato (sua imagem,
seu discurso bsico, seu comportamento devem ser coerentes com a
mensagem); s propostas da candidatura; assim como aos aliados do
candidato e sua publicidade. Um candidato no pode defender a
conteno de gastos e fazer propostas de campanha que implicam
maiores despesas; no pode propor mudana e cercar-se de aliados que
historicamente so contra aquelas mudanas etc. Parece bvio mas no .
A regra da consistncia usualmente entra em conflito com o desejo de
conseguir mais votos seja por promessas, seja por alianas.
Continuidade Continuidade significa repetio. Aqui vale o
princpio fundamental do circo: muda o pblico, mas o nmero do
artista no muda. Como o eleitor faz um acompanhamento fragmentrio
da campanha, cada pea produzida, cada discurso proferido, deve ser
encarado como se fosse a nica chance de se comunicar com uma
parcela do eleitorado. claro que repetio no significa dizer
mecanicamente sempre as mesmas coisas da mesma forma. Repetio
significa manter o foco. O que se repete a mensagem bsica da
candidatura, suas idias e propostas principais, aquelas que a
estratgia identificou como as mais importantes para a deciso de
voto daqueles eleitores que podem vir a votar no candidato. Seja
qual for a questo proposta numa entrevista, num debate entre
candidatos, numa palestra, numa reunio com eleitores, o candidato
deve ser capaz de conect-la com sua mensagem. Na vida normal, a
repetitividade percebida como um defeito de comunicao; na campanha
poltica a repetio uma qualidade da comunicao eficiente. O candidato
no deve jamais esquecer que, se no for capaz de articular em 25
palavras as razes pelas quais candidato e merece ser votado nada
mais importa. A eleio j est perdida antes de comear. surpreendente
como at mesmo polticos experimentados encontram dificuldade para
dar uma resposta clara, articulada e persuasiva a esta pergunta. O
exemplo clssico a entrevista de Edward Kennedy em 1979 ao
jornalista Roger Mudd da CBS. Perguntado porque queria ser
Presidente, Kennedy atrapalhou-se na resposta revelando-se incapaz
de apresentar, de maneira clara, firme e afirmativa, as razes da
sua pretenso. A entrevista foi ao ar e a candidatura de Ted Kennedy
morreu naquele momento. O Poder - Falar em poltica falar em poder
Este um conceito da vida diria, que pode ser aplicado tambm para
muitos outros aspectos da vida
Nenhum conceito mais usado na linguagem da poltica do que o de
poder. Falar em poltica falar em poder. Entretanto, este um
conceito da vida diria, que se aplica tambm para muitos outros
aspectos da vida, diferentes da poltica. Alm disso, poder um
conceito muito prximo de outros, particularmente do termo
influncia. O que , ento, verdadeiramente o poder na poltica? Em que
consiste? Qual a sua funo na vida social? O que o distingue de
outros termos assemelhados, como influncia? Porque as sociedades
organizam-se com base no poder, e no em outros princpios? O poder
pode ser visto como uma massa de energia que a sociedade coloca nas
mos do governante, dentro de marcos legais estabelecidos, para
realizar os objetivos dos seus membros. Esta massa de energia
composta de recursos financeiros, de ativos instalados e em operao
(usinas, estradas, redes de energia etc), e de pessoal contratado
para operar as instalaes pblicas e fazer a "mquina" do governo
funcionar, em todas as suas frentes. Quem comanda esta massa de
energia detm o poder, comanda o governo, assumindo a
responsabilidade pelo funcionamento do governo (provendo bens e
servios pblicos para a populao) e pelas suas realizaes (tudo que
feito alm do que j existia). Este o poder poltico, em qualquer
nvel. O enunciado acima vlido para uma cidade, para um Estado assim
como para o Pas. Luta-se pelo poder exatamente para adquirir o
comando desta "massa de energia", com a qual torna-se possvel
realizar objetivos de natureza coletiva. Por sua prpria natureza, o
poder no convida, manda; no sugere, determina. H toda uma estrutura
legal que legitima inclusive o "uso ou ameaa do uso da sano fsica"
para garantir que as decises do poder (obtidas em respeito
Constituio) sejam cumpridas e obedecidas pelos cidados. Portanto, o
poder uma energia muito eficiente para realizar tarefas e para
afetar o comportamento das pessoas.
Enquanto a influncia, para induzir um comportamento, depender
sempre da aceitao do influenciado, da sua anuncia, o poder induz o
comportamento desejado, independente da anuncia, aceitao, boa ou m
vontade do indivduo afetado. A influncia sugestiva, o poder
autoritrio, embora, numa democracia, seja o exerccio de uma
autoridade legtima, dentro dos marcos legais estabelecidos. Por que
as sociedades se organizam com base no poder e no com base na
influncia? Porque a proviso de bens e servios pblicos, da qual
depende a prpria sobrevivncia da sociedade, exige que o governo
tenha capacidade de ao e meios sua disposio para execut-los, mesmo
contrariando interesses de sua populao. Ningum gosta de pagar
impostos, e, se este pagamento fosse voluntrio, no haveria como
financiar o governo; ningum gosta de ir para a guerra, e se esta
deciso fosse voluntria, no se poderia organizar as Foras Armadas
para a defesa nacional. Da mesma forma, todos gostariam de dirigir
seus carros como bem entendem. Mas se isso ocorresse, o trnsito se
tornaria um caos. Os exemplos podem ser multiplicados, mas em todos
os casos nos defrontaremos com a realidade de que, se a vida social
tivesse a sua base fundada na influncia, na persuaso, jamais
haveria a certeza de que os bens pblicos (sade, educao, segurana,
limpeza, transporte, investimentos etc) seriam providos populao.
Somente fundando-se a vida social no poder, pode-se ter segurana de
que os servios e bens pblicos sero providos aos indivduos, e que
estes tero que adaptar seu comportamento s regras legalmente
vigentes. Segundo Bertrand Russell, na sua elegante definio, o
"poder a produo de efeitos desejados". O poder simplificador, um
"atalho". Como ele se exterioriza por comandos, garantidos por
sanes, a probabilidade de que tais comandos venham a ser observados
e cumpridos muito alta. Esta a razo porque os grupos sociais se
organizam politicamente para conquistar o poder. Quem o conquista,
ganha o governo, e, com ele, o poder. Em outras palavras, ganha o
direito legtimo de usar aquela "massa de energia" para realizar os
objetivos para os quais foi escolhido. O competente exerccio do
poder, ento, no apenas um atributo ou qualificativo de uma
liderana. Muito mais que isto, ele um imperativo da sobrevivncia da
sociedade, do seu ordeiro regramento, e da vida civilizada. SE VOC
VAI CONCORRER, PREPARE-SE DESDE J A eleio ainda est relativamente
distante. Mas j h providncias que voc pode ir tomando para garantir
menos intranquilidade durante o desenvolvimento de sua campanha. Se
voc decidiu que vai concorrer a um cargo pblico na eleio deste ano,
est mais do que na hora de dar incio preparao da campanha e de sua
candidatura. Tudo o que puder ser feito agora tempo precioso que
voc est economizando para o contato direto com os eleitores. H
inmeras providncias que podem ser tomadas desde j e que so
indispensveis para trabalhar sem maiores sustos e sobressaltos.
Ponha em ordem sua documentao H certos documentos que voc deve ter
mo quando comear a campanha. Provavelmente voc no vai precisar
uslos. Mas nunca se sabe. Procurar documentos com a campanha em
andamento perda de tempo, acrscimo de stress e arriscado
politicamente. Assim, suas declaraes para o Imposto de Renda, por
exemplo, devem estar disposio e atualizadas. O mesmo vale para os
papis relativos propriedade de seus bens. No esquea daquele terreno
na praia, aonde voc nunca vai, mas que o adversrio pode descobrir e
usar como prova de que voc esconde suas propriedades. Multas de
trnsito e documentos que registram a ocorrncia de acidentes de
carro tambm devem estar com a quitao comprovada - e as questes
relativas ao fato muito bem esclarecidas, sobretudo se houve leses
corporais. Se voc tiver algum processo em andamento, sempre melhor
imaginar que ele ser usado contra voc. Aqui, todo cuidado pouco.
Politicamente, os piores so processos criminais, financeiros e
trabalhistas. Pea ao seu advogado para reunir a documentao que voc
precisaria em caso de o assunto ser levantado na campanha. Faa
cpias e guarde consigo a sete chaves. H muitos outros documentos
que voc dever checar, como carteira de motorista vencida,
pagamentos de impostos em dia, etc. O princpio o mesmo para todos
os casos: voc no pode ser surpreendido durante a campanha por uma
situao em que voc precise do documento naquela hora e no o tenha
mo.
Ponha em ordem suas finanas As razes para esta preocupao e s
providncias que deve tomar nesta fase anterior campanha so as
mesmas. As finanas pessoais costumam ser o calcanhar-de-aquiles de
um poltico em campanha. No somente dvidas, financiamentos,
emprstimos e investimentos devem estar plenamente documentados com
voc, mas tambm outras despesas como viagens, compras de carro,
reformas na sua casa etc. No esquea jamais que, como candidato, voc
uma pessoa pblica e seu direito privacidade ficou muito limitado.
Assim, seu padro de gastos e de propriedades devem estar em
consonncia com a declarao de bens que voc faz junto Justia
Eleitoral. Alm disso, programe-se financeiramente com antecedncia
porque uma campanha sempre vai envolver despesas pessoais - e voc
deve estar preparado para enfrent-las. Mais que isso, haver
momentos em que voc ter de avalizar custos na expectativa do
ingresso de contribuies. Se elas se consumarem, tudo bem. Se no,
voc ter que pagar as dvidas. Faa uma estimativa de quanto voc
pretende - ou pode - gastar na campanha com recursos prprios e
depois acrescente pelo menos 50% sobre tal valor. Ponha em ordem
seu corpo Uma campanha eleitoral implica grande desgaste fsico e um
potencial desequilbrio de seu organismo. Seus hbitos de lazer,
alimentao, sono, bem como o nvel de stresscom o qual voc est
acostumado a viver sero todos radicalmente alterados. Se voc est
obeso ou acima do peso, hora de emagrecer. Voc tem ainda algum
tempo pela frente para fazer uma dieta eficiente e sem sacrifcios
exagerados. Se est fora de forma, hora de fazer exerccios - correr,
caminhar - para poder enfrentar a maratona da campanha em boas
condies. tambm um bom momento para fazer um check up. Na campanha
voc vai ter que subir muitas escadas, caminhar bastante, andar sob
a chuva, usar e abusar de sua voz em todas as situaes de
temperatura e clima, dormir tarde e acordar cedo - para citar
algumas das provas a que ter que se submeter. Voc no vai querer
aparecer ofegante diante dos eleitores depois de subir alguns lanos
de escada; suando aps uma caminhada; com dores pelo corpo que o
obriguem a procurar uma cadeira; com olheiras por no dormir o
suficiente ou, o que ainda pior, cochilando durante reunies e
encontros. Como candidato, voc no obrigado a ser um atleta, mas
precisa estar em muito boa forma. certo que aquela escada vem
depois de um dia inteiro de caminhadas, subidas, falar em p, de um
resfriado que se insinua etc. Mas para quem esperou por uma
oportunidade, aquele o primeiro contato do dia com voc. Se parecer
cansado, nervoso, desanimado, distrado, malvestido, vai decepcionar
as pessoas e alimentar dvidas quanto a sua disposio, capacidade de
vencer, seu entusiasmo, sua juventude e, at, sua sade. Organize sua
agenda para assegurar momentos de repouso, conforme suas
necessidades, sua idade, sua compleio fsica, seu estado geral. Mas,
quando aparecer para os eleitores, trate de mostrar o melhor de
voc: animado, disposto, bem vestido, atento a tudo e a todos,
incansvel na busca de cumprimentar e conversar com todos que puder,
eloquente, confiante na vitria, transmitindo, com palavras e
comportamento, confiana e entusiasmo. Uma palavra final: Evite
comer enquanto estiver em alguma atividade de campanha. Voc comer
demais - e comer o que no deve. Faa de conta que come, mas deixe
para se alimentar de verdade dentro de um esquema prprio de horrios
e de cardpios. Beba somente gua. E solte logo o copo. No o fique
segurando, no seja fotografado com copo na mo, mesmo que seja
refrigerante. D uma forma definitiva ao seu currculo Seu currculo
sua biografia resumida, a base de sua imagem e o registro de suas
credenciais para o cargo que pleiteia. No , pois, assunto que se
trata com desleixo. Um erro factual pode ser explorado como
mentira, como deturpao que lhe favorece ou como evidncia de sua
falta de credibilidade. Basta lembrar a controvrsia que envolveu
Ciro Gomes na eleio presidencial de 2002. Um descuido do candidato
fez com que se atribusse dois ou trs anos a mais de frequncia
escola pblica do que ele efetivamente cursou. Imprudncia
aparentemente irrelevante. Aparentemente... Explorada por seus
adversrios, fez com que Ciro tivesse que gastar minutos preciosos
do tempo na TV para se explicar. O currculo para a campanha deve
ser elaborado com todo cuidado. No deve omitir nada de importante -
ou os adversrios se encarregaro de complet-lo durante a campanha -
e no deve estender nenhuma realizao alm do que efetivamente ocorreu
- se voc no chegou a terminar aquele curso, embora tenha dele
participado intensamente at o fim, no estique esta informao,
dizendo que fez o curso. As regras fundamentais so a sinceridade, a
verdade e a preciso. Voc no est obrigado, entretanto, a dar conta
de cada ano de sua vida, tampouco informar itens absolutamente
irrelevantes disputa e ao cargo.
Um currculo sempre construdo com um objetivo em mente. Assim, as
realizaes que recomendam uma pessoa para um concurso pblico ou para
um emprego numa empresa no so necessariamente as mesmas que vo
interessar o eleitor. Sem mentir e distorcer, voc deve fazer uma
seleo criteriosa de seu passado, valorizando mais aquelas informaes
que o credenciam para o cargo. O ideal, do ponto de vista
eleitoral, que o currculo contenha uma histria na qual obviamente
voc o protagonista. Algo que facilite sua identificao com o eleitor
e que contenha os atributos de um conto: enredo e personagens
capazes de dar consistncia a uma narrativa interessante. Na eleio
presidencial de 2002, Lula contou a histria de sua vida como uma
narrativa dramtica - o nascimento em Pernambuco, a viagem no
pau-de-arara para So Paulo, os primeiros empregos, o acidente que
provocou a perda do dedo, a famlia que constituiu, a experincia
como lder sindical, a batalha para criar o PT, as disputas
presidenciais. A histria pessoal contada assim sempre atrativa. As
pessoas tm curiosidade sobre a vida de famosos e importantes e a
narrativa uma frmula que encontra ressonncia no eleitor, que com
ela est familiarizado desde criana.
Ateno! Se voc tem uma histria de vida que pode ser apresentada
como uma narrativa ou que contenha um episdio
que possua tais caractersticas, use-a. Vai tornar muito mais
fcil a aceitao de sua candidatura pelos eleitores. Mas se voc no
tem, no invente uma. Forjar uma biografia para favorec-lo um ato
que o eleitor no perdoa - e que o adversrio explora at o seu ltimo
limite. Preparar-se para a eleio atualizar-se A atual fase o
momento prprio para voc preparar-se para a campanha sob o ngulo
intelectual. Nada na poltica tem evoludo com maior rapidez e
profundidade do que a tecnologia da campanha eleitoral. Voc precisa
tomar conhecimento destas tcnicas que esto a seu alcance. Todos,
mesmo os polticos mais experientes, tm muito a aprender - e muito
mais a reformular - na forma como conduzem suas campanhas. No pense
que campanha moderna sinnimo de campanha rica. A campanha moderna
est ao alcance de todos, desde que os candidatos se deem ao
trabalho de conhec-la e pratic-la. Pesquisa, estratgia e marketing
constituem o ncleo central da campanha moderna. Mais ainda que a
campanha rica, a pobre depende da tecnologia para compensar com o
crebro e o corao o que carece de recursos. Produo de material
grfico, mala-direta, o uso do telefone, os prprios e clssicos
corpo-a- corpo e porta-a-porta, o rdio, o trabalho de voluntrios, a
TV, a tcnica da segmentao, os meios de adquirir informao confivel,
a administrao da agenda, os princpios estratgicos e erros mais
comuns que se cometem constituem um corpo de conhecimentos slido -
e, em muitos casos, comprovado por pesquisas cientficas - que no
pode ser ignorado. Todos estes itens e outros mais foram
profundamente alterados na tecnologia da moderna campanha
eleitoral, com vistas a torn-los mais eficientes e produtivos. Voc
no vai querer se arrepender por ignor-los. Esta a hora certa para
se atualizar. Ateno estratgia Neste momento, voc se encontra ainda
a meses da data da eleio. Se voc deu ateno s advertncias feitas
anteriormente, a algumas providncias voc j deu andamento -
regularizao de documentos, das finanas, da condio fsica, do
currculo, do estudo e da atualizao. No se supe aqui que tudo nessas
reas j est resolvido, mas que esto em andamento. Estudo e
atualizao, por exemplo, so atividades permanentes. Regularizao da
documentao s vezes exige mais tempo etc. Portanto, algumas coisas
esto feitas e em andamento. , pois, o momento de comear outras de
natureza mais complexa. Comea agora a sua preparao estratgica para
a campanha, que se desdobra em:
1.Posicionamento da candidatura 2. Formatao da comunicao
publicitria 3. Segmentao do eleitorado 4. Organizao do trabalho de
campo
Ateno! imprudente deixar tais questes para mais tarde, j que voc
dispe de tempo agora. Mas no incida no erro oposto: o de pretender
equacion-las definitivamente agora. Trata-se de comear as tarefas.
Elas demandaro ainda algum tempo para serem finalizadas. Comeando
agora, voc ganha tempo precioso, mas no h como finaliz-las neste
momento. Falta ainda a atmosfera poltica que a maior proximidade da
campanha traz, assim como faltam os adversrios e, sobretudo, a
ateno mais focada e o interesse definido do eleitor pela campanha.
Essas so tarefas, entretanto, que voc no conseguir realizar
sozinho. Antes de empreend-las, voc j deve ter constitudo o seu
estado-maior, isto , aquelas pessoas cuja confiana, lealdade,
experincia e conhecimento as credenciam para assessor-lo na
campanha. A constituio dessse grupo um desafio a sua capacidade de
selecionar as pessoas certas para as funes adequadas. Algumas
delas, talvez, j o assessoram h mais tempo. Outras comearo a
integrar sua equipe a partir de agora. Devem constituir um grupo
capaz de trabalhar bem coletivamente, secundarizando vaidades e
interesses individuais pelo objetivo maior de ganhar a eleio.
Campanhas eleitorais costumam atrair egos fortes e afirmativos,
lderes nos seus campos especficos de atuao. O reconhecimento do
mrito e o prmio competncia so sempre a aprovao do candidato. Dessa
situao decorre um certo grau de competitividade entre os membros
que, mantido dentro dos limites fixados pelo objetivo maior de
ganhar, positivo. Extrapolar tais limites, entretanto, tornando-se
uma rivalidade pessoal, altamente destrutivo. Cincia e arte a
servio da estratgia Alm do potencial desentendimento entre os
membros mais prximos do candidato, h tambm os fatos de natureza
poltica e estratgica. A definio da estratgia sempre o resultado da
cincia e da arte. A cincia, sobretudo a pesquisa, leva a equipe com
segurana,at um certo ponto. A partir dali, obra da criatividade, da
imaginao e do talento. Trata-se de uma criatividade que se erige
sobre fundamentos slidos do conhecimento confivel, mas a formatao
final da estratgia, sua linha de comunicao com o eleitor, obra da
arte: da imagem bem escolhida, das frases bem apanhadas; da histria
narrada de forma atraente; da sintonia com o sentimento do eleitor;
do slogan, dojingle e da marca que aderem ao candidato e o
identificam para o eleitor; das propostas apresentadas com clareza
e persuaso; das cores, do movimento e do ritmo das peas
publicitrias. Por isso, insistimos tanto na capacidade de a equipe
saber trabalhar junto, respeitar-se e no permitir jamais que a
brilhantina pessoal, a vaidade e a competio interna adquiram mais
importncia que o objetivo de vencer. A equipe que voc vai formar
ter seus cientistas (pesquisa), seus tericos (estrategistas) e seus
artistas (publicitrios). Todos devem saber quais so seu momento e
seu limite. Como regra, o trabalho cientfico pesquisa e segmentao
do eleitorado vem antes. Sua tarefa definir com clareza qual a
mensagem certa para o eleitorado certo. Ou seja, a mensagem da
candidatura que corresponde aos sentimentos e prioridades do
eleitor - e qual eleitor pode vir a votar em voc. Definida essa
questo, a publicidade se encarrega de formatar a mensagem de
maneira a dot-la da capacidade de comunicao. mediante a propaganda
que a mensagem certa chega aos eleitores certos, de forma atraente,
envolvente e persuasiva. Esse um trabalho muito mais da arte que da
cincia. A separao da elaborao estratgica entre as duas significa
que publicitrios podem dar ideias e ter o que dizer sobre as
pesquisas, assim como os estrategistas e pesquisadores tambm sejam
ouvidos sobre a comunicao. Se a equipe trabalha bem em grupo, tm-se
muito a ganhar com esta fertilizao cruzada. Ateno! A penltima
palavra sobre um campo e outro pertence aos respectivos
especialistas. A ltima palavra deve sempre ser a sua. So cuidados
que podem parecer excessivos. Esteja, entretanto, certo de que no o
so. Ao contrrio, constituem um investimento seguro na eficincia de
sua campanha. Material impresso numa Campanha eleitoral Mesmo com o
alcance inquestionvel da TV, toda e qualquer campanha eleitoral
necessita dos materiais impressos (panfleto, jornal, mala-direta,
santinho, programa de governo, cartazes, etc). Principalmente nas
candidaturas proporcionais, que possuem no mximo 15 segundos no
Horrio Gratuito de Propaganda Eleitoral na televiso. Os candidatos
ao governo estadual e municipal tambm utilizam com freqncia os
materiais impressos, seja por falta de tempo na TV ou na tentativa
de explicar melhor uma proposta de campanha, expor o histrico do
candidato ou atacar um adversrio.
Contudo, existem regras para a produo do material impresso que s
vezes so mais importantes que o prprio material impresso. De nada
adianta criar um panfleto mal elaborado; que no prender a ateno do
eleitor ou pior ainda; que contenha uma mensagem com rudos
(interferncia fsica ou psicolgica) que atrapalhe o processo de
comunicao. As vantagens da mdia impressa numa campanha
eleitoral
A mdia impressa possui singularidades que fazem a diferena se
comparado com outros meios. Por exemplo, aceita textos mais longos
e bem fundamentado. Como j de conhecimento comum, a TV possui um
formato que requer agilidade e pouco discurso. Nesse sentido, uma
proposta de campanha ou um tema delicado pode ter uma apresentao
mais longa via o impresso.
Outro ponto positivo da mdia impressa trata do fato de que ela
completa o mdia mix da campanha. Ou seja, anncios em jornais ou
panfletos podem ser usados para repercutir, reiterar e registrar
matrias feitas em outras mdias, como
rdio, TV e internet. Como tambm, convidar o eleitor para visitar
um site ou assistir ao programa eleitoral. Alm disso, toda a mdia
impressa, por ser fsica, sobrevive mais, pode ser lida por diversas
pessoas ao ser repassada. Materiais mais longos, e que exigem mais
espao, como programa de governo, biografia do candidato e suas
principais idias 8 so Regras mais para bem a apresentados produo de
na forma material impressa. impresso
Toda e qualquer pea publicitria deve ter como objetivo despertar
a curiosidade e chamar a ateno do eleitor para a mensagem que se
est veiculando. A pea precisa se destacar diante das candidaturas
majoritrias ou as centenas de candidaturas ao legislativo.
Infelizmente, a lata de lixo o destino comum dos panfletos e
jornais de campanha. Muitos por conter uma baixa qualidade
material, falta de clareza no discurso ou texto em excesso.
As regras a seguir foram extradas do livro Manual completo de
campanha eleitoral Francisco Ferraz. Faa layouts simples
Ajude o olho do leitor a percorrer a pgina com facilidade e
neutralidade. O ttulo da matria em cima, uma linha de apoio, um
grfico ou uma foto com um texto breve, claro, conclusivo e a
assinatura em baixo. O que se quer chamar a ateno do eleitor com o
ttulo, lev-lo, a seguir, para o grfico/foto, e deste para o texto.
pouco. Sempre haveria mais a dizer e a mostrar. Mas prefervel
contentar-se com o pouco que ser lido (o essencial da mensagem) do
que o muito que O afasta uso de o leitor. grficos
No sobrecarregue seu texto com estatsticas complicadas e dados
tcnicos. Transforme-os em grficos para apresentlos de maneira
atraente. No esquea, o objetivo tornar simples e compreensvel uma
informao complicada. Use nas mos com apenas uma espaos frase curta
escrita, quase em 100% certo que voc ler a branco frase.
Quanto maior o espao em branco, maior a tentao de ler o que nele
est escrito. Se voc tiver uma pgina em branco
Acostume-se a encarar o espao em branco como seu aliado, e no
como espao a ser necessariamente ocupado. Espao em branco torna a
pea mais leve, mais bonita e mais legvel, e, por contraste, chama a
ateno para o texto. Use ttulos provocativos
O ttulo ser lido primeiro. nele que se trava ento a primeira
batalha pela leitura. Voc precisa capturar a ateno do leitor j no
ttulo. comum apresentar o ttulo sobre forma de uma pergunta; ou de
forma dramtica; ou um jogo de palavras; ou ainda uma frase de
humor. O que no pode acontecer usar um ttulo sem imaginao, incapaz
de tocar na sensibilidade Use linhas ou de curiosidade apoio do e
eleitor. subttulos
A combinao do ttulo com uma ou duas linhas de apoio pode resumir
um argumento, apresentar uma idia, contar uma histria. Ttulo e
linhas de apoio devem ser redigidos com uma minuciosa escolha de
palavras. Devem ser palavras expressivas, compondo frases de efeito
para serem retidas, de forma que, com o mnimo de frases, o mximo de
contedo seja transmitido.
preciso possuir talentos de redator (se possvel publicitrio)
para conseguir um texto enxuto, claro, atraente e conciso. No texto
principal, subttulos conduzem a leitura e resumem a seqncia da
matria, quebrando-a em pedaos menores. A para mensagem ele e sua
deve famlia. ser No de tente lutar interesse contra do esta leitor
realidade.
Voc tem muito a dizer para o eleitor, mas ele possui um filtro
poderoso: o que ele considera prioridade e importante
Sua mensagem deve ir ao encontro das necessidades e prioridades
do eleitor. O ttulo e o grfico/foto devem dramatizar
o tema, e o texto deve dar os seus argumentos e idias, reforados
por dados e detalhes especficos. Deixe o eleitor completar o
argumento
Esta uma regra que raramente respeitada pelos comunicadores de
uma campanha. O redator se coloca numa posio de superioridade total
em relao ao eleitor. Ele deve, com seu texto, no apenas convenc-lo,
como formular para ele a concluso, e determinar o seu
comportamento.
claro que toda a pea deve ser feita de maneira a conduzir a uma
concluso, mas deixe a concluso final para o eleitor. No ceda tentao
de concluir por ele. Deixe a ele o direito de sentir-se responsvel
pela concluso. Se a pea foi bem feita, a concluso ser a que voc
pretende que ele tenha. Se foi bem feita e assim mesmo no
convenceu, no ser extraindo para ele a concluso que voc vai
conseguir o que quer. No esquea nunca que a persuaso se encontra No
na argumentao, nos dados e documentos. em A concluso, embora usar
bvia, deve ser dele. fotos
hesite
Uma boa foto fala mais que um texto longo ou um discurso bem
elaborado. bvio que estamos falando de fotos produzidas com arte
e/ou oportunidade, no a foto comum. A foto-argumento deve falar por
si mesma e, ao mesmo tempo, aceitar uma breve argumentao
textual.
Somente 1 em cada 5 leitores l mais que as manchetes e
subttulos. Faa manchetes e subttulo provocadores e intrigantes, sem
torn-los espetaculosos. Apie o seu texto em fotos, sobretudo fotos
em movimento. No se satisfaa com a sua foto estampada como um
quadro. O que importa que a foto atraia a ateno do eleitor para a
legenda, e depois o texto que a ela se refere. Fotos de externas,
com voc em ao e em movimento, acompanhado de outras pessoas. Se a
foto for especialmente boa, no se perturbe em usar at a metade da
pgina com ela. As fotos devem mostrar que alguma coisa estava
acontecendo quando ela foi tirada. Em outras palavras, evite a foto
que qualquer pessoa identifica como poltica. Use a foto notcia.
Publicidade impressa com estas caractersticas distingue-se da
convencional. Ela pea publicitria que merece a mesma ateno e apuro
que a da mdia eletrnica. A ESCOLHA DA PLATAFORMA NUMA CAMPANHA
ELEITORAL Plataforma o conjunto de ideias, crticas propostas e
posies assumidas por um candidato durante uma campanha eleitoral. o
elemento fundamental na elaborao de um plano de campanha e sua
importncia pode ser verificada por meio de trs motivos bsicos: o
principal fator de formao da imagem do candidato, contribuindo
decisivamente para a fixao dessa imagem junto ao eleitorado;
caracteriza e d personalidade a uma campanha, distinguindo-a das
demais; representa o compromisso que o candidato assume com os
eleitores. Seu contedo um dos fatores que iro determinar o grau de
memorizao do pblico em relao ao candidato, o que faz com que a
escolha dos temas, assuma importncia decisiva para o sucesso e
eficincia de uma campanha. A ESCOLHA DOS TEMAS O principal
requisito de uma boa plataforma sua consistncia, e, para que esta
seja forte, os temas escolhidos devero ser claros e objetivos, a
linguagem empregada dever evitar termos sofisticados ou rebuscados,
a fim de que, uma vez transmitida a mensagem, possa ser rapidamente
absorvida e entendida pelo eleitor, de qualquer nvel social,
cultural ou econmico, pois cabe lembrar que o candidato dispes de
pouco tempo para transmit-la em seus discursos, sob pena de
alongar-se demais e acabar entediando seus ouvintes.
Da mesma forma, os temas devem versar sobre assuntos de real
interesse do pblico, ao qual se destinam, para despertar e prender
sua ateno do incio ao fim do discurso. A simplicidade na abordagem
dos temas facilita ainda o seu processo de retransmisso pelo pblico
e pelos cabos eleitorais aos seus crculos de influncia, pois nem
sempre estes possuem a convico e eloquncia do candidato, ao
abord-los. Outro detalhe importante da temtica de uma plataforma a
coerncia que ela deve ter com o mandato pretendido pelo candidato.
comum encontrarmos candidatos a vereador defendendo em seus
discursos temas de esfera federal, prefeitos com plataformas
apropriadas a governadores, bem como candidatos ao senado
apropriando-se de temas municipais. Texto extrado do livro
Marketing poltico: Manual de campanha eleitoral. (Ronald A. Kuntz)
http://cio.uol.com.br/gestao/2009/06/17/a-forma-certa-de-montar-uma-politica-de-seguranca-parte-1/
A forma certa de montar uma poltica de segurana - Parte 1 Alm de
garantir que todos os lderes de negcio estejam de acordo com as
regras de proteo de dados, o gestor deve adequar tais normas a,
pelo menos, um dos padres internacionais Jennifer Bayuk* Para ter
sucesso efetivo, a poltica de segurana da informao - que contempla
as regras e melhores prticas para a manipulao de dados e informaes
da corporaes - precisa ser elaborada a partir da colaborao de todos
os departamentos da companhia. Para tanto, o executivo responsvel
pela iniciativa deve mapear as necessidades de todas as reas de
negcio da organizao e criar normas factveis a todos os
departamentos. Mesmo que parea difcil, todos os lderes da companhia
devem estar de acordo com as polticas de segurana. Isso porque, se
um executivo no concorda com alguma delas, certamente no a cumprir
e, por consequncia, no exigir que sua equipe o faa. O caminho para
que o gestor de segurana alcance o objetivo de conciliar as opinies
de todos os segmentos da organizao comea pelo entendimento da
percepo do alto comando quanto importncia estratgica da blindagem
de informaes e dados corporativos. Depois disso, esse profissional
tem o desafio de entrevistar todos os comandantes da empresa,
absorver suas expectativas e necessidades de proteo de informaes e
elaborar um documento que expresse o nvel de segurana que a
companhia, como um todo, exige. Vale lembrar que, no momento da
entrevista com os lderes, os executivos de segurana devem fazer
pelo menos trs perguntas essenciais: Como voc classificaria os
diferentes tipos de dados aos quais tem acesso para desempenhar
suas funes? Dentro dessa classificao, quais so as informaes
utilizadas para a tomada de decises importantes? Voc utiliza dados
secretos em suas funes? Eles deveriam ser mais protegidos que os
outros? A partir das respostas, o gestor da rea de segurana da
informao deve classificar os nveis de importncia de cada conjunto
de