O que a Calatonia:A Calatonia uma tcnica de relaxamento profundo
que leva regulao do tnus, promovendo o reequilbrio fsico e psquico
do paciente. Essencialmente falando a Calatonia baseia sua atuao na
sensibilidade tctil, atravs da aplicao de estmulos suaves, em reas
do corpo onde se verifica especial concentrao de receptores
nervosos.Origem do Mtodo:A tcnica foi criada por Peth Sndor, um
mdico hngaro que radicou-se no Brasil desde 1949 (at seu
falecimento em 1992) aqui desenvolvendo trabalhos clnicos, de
pesquisa iniciados quando ainda vivia na Europa na poca do
ps-guerra.reas de aplicao:Desde 1950 a Calatonia vem sendo
utilizada no Brasil, por vrios profissionais, em especial nas reas
de sade e educao (Psiclogos, Mdicos, Terapeutas Ocupacionais,
Fisioterapeutas, Massagistas. Fonoaudilogos, Educadores, entre
outros) em vrios contextos, a saber: consultrios, hospitais,
pr-escolas, centros de sade mental, etc.Descrio do Procedimento
Bsico:O procedimento bsico da Calatonia consiste em uma srie de 9
toques que o terapeuta realiza na rea dos ps: em cada um dos
artelhos, em dois pontos da sola dos ps, calcanhares; tornozelos
alm de mais um toque no incio da barriga das pernas. Pode ser
acrescido do dcimo toque, conhecido como Calatonia da cabea,
aplicado na nuca (regio occipital). Estes toques so feitos em
silncio, de forma simples e suave, durante 2 a 3 minutos em cada um
dos pontos citados.O que so os Toques SutisOs Toques Sutis so as
numerosas modalidades de trabalhos corporais desenvolvidos por Peth
Sndor a partir dos mesmos princpios da Calatonia. Da mesma forma
como na Calatonia, os Toques Sutis utilizam-se do alto potencial da
sensibilidade cutnea, para proporcionar vivncias multissensoriais,
ou seja: os estmulos utilizados se fazem sentir tanto a nvel fsico
quanto psquico, atuando sobre a totalidade do organismo de modo
reestruturador. Estes toques, ou seqncia de toques, so aplicados em
diferentes partes do corpo onde se localizam articulaes,
determinadas reas com extensa sensibilidade nervosa e/ou
circulatria, reas com acesso a processos sseos, etc. Os critrios de
escolha de tais pontos de toque, ou estimulao, variam caso caso, em
funo do histrico e evoluo do processo psicoterpico.A quem se
destina a CalatoniaEm princpio, qualquer pessoa poder se beneficiar
da Calatonia para obteno de um relaxamento profundo. Porm tal
trabalho dever ser sempre acompanhado por um profissional
habilitado, capaz de avaliar e elaborar com o paciente, suas reaes
tcnica, bem como as possveis contra-indicaes aplicao do mtodo. Em
So Paulo, Brasil j dispomos de relatos de profissionais de
diferentes reas sobre a utilizao da Calatonia como recurso auxiliar
na Psicologia, Medicina, Educao, Reabilitao Fsica, Fonoaudiologia,
etc. Embora a utilizao da Calatonia no vise resultados especficos
(uma vez que a reorganizao psicofisica global, e cada organismo
reage sua prpria maneira individual e nica) esta tcnica atua sobre
uma variada gama de queixas diante das quais tem-se observado
resultados bastante positivos. Por exemplo: tenso muscular,
estresse, enxaquecas, asma, obesidade, alergias, distrbios
glandulares, dores, distrbios de ordem psicossomtica, etc.A Origem
da CalatoniaRosa Maria FarahNa poca da segunda grande guerra
mundial Sndor trabalhou no atendimento de feridos e refugiados em
deslocamento pela Europa. Naquele perodo, dadas as precrias condies
geradas pela guerra, com freqncia via-se diante de situaes onde os
recursos mdicos, alm de escassos, eram de pouca ajuda no
atendimento de seus pacientes. Nesse contexto, Dr. Sndor foi
designado para o cuidado de pacientes com os mais variados
traumatismos, conforme ele mesmo relatou ao falar sobre o
surgimento de seu mtodo:"Idealizou-se este mtodo durante a segunda
guerra mundial, com base nas observaes feitas em casos de readaptao
de feridos e congelados, no perodo posterior grande retirada da
Rssia. Num hospital da Cruz Vermelha foram atendidas as mais
diferentes queixas na fase ps operatria, desde membros fantasma e
abalamento nervoso, at depresses e reaes compulsivas"(1)..Era
praticamente impossvel estabelecer um limite entre o traumatismo
fsico e o sofrimento psicolgico que atingia estes pacientes. Mas
Sndor j estava atento s estreitas relaes existentes entre os
processos corporais e o funcionamento psico-emocional. Foi,
portanto, nestas condies dramticas de trabalho que ele tentou
utilizar os 'mtodos de relaxamento' usuais na poca, como por
exemplo o mtodo de Schultz. Mas no obteve sucesso, pois a gravidade
da condio destes pacientes no lhes permitia a concentrao necessria
e eles no se sentiam motivados a colaborar com a aplicao desse
mtodo. Foi quando Sndor observou o seguinte:"Percebeu-se ento, que
alm da medicao costumeira e dos cuidados de rotina, o contato
bipessoal, juntamente com a manipulao suave nas extremidades e na
nuca, com certas modificaes leves quanto posio das partes
manipuladas, produzia descontrao muscular, comutaes vasomotoras e
recondicionamento do nimo dos operados, numa escala pouco
esperada."(2)As duas citaes acima foram extradas de um texto
dirigido profissionais. Mas traduzindo esta ltima citao em
linguagem coloquial, podemos dizer que Sndor est nos contando que
orientado por seu conhecimento mdico e por sua intuio, aplicava
toques nesses pacientes de modo ainda no estruturado em uma tcnica
especfica. Ao observar as reaes positivas a estes toques notou como
a atuao teraputica propiciada pelo contato suave, atento e
cuidadoso ajudava na recuperao dos pacientes, tanto na melhora
fsica como tambm psicolgica.Aqueles que conhecem um pouco da
histria pessoal do Dr. Sndor sabem o quanto ele mesmo, bem como sua
famlia, foi duramente atingido pelos horrores da guerra. No
entanto, percebemos nas entrelinhas de sua descrio a atitude
compassiva e amorosa que assumia diante do sofrimento de seus
pacientes...!Sndor trabalhou na Alemanha por mais trs anos,
cuidando de pacientes com queixas psicolgicas ou neuropsiquitricas.
Neste perodo j comeava a sistematizar e fundamentar sua tcnica - a
primeira seqncia de toques sutis da Calatonia - com base nos
conhecimentos da Psicologia e da Neurologia. Em 1949 emigrou para o
Brasil, onde prosseguiu seu trabalho, atuando principalmente na rea
da Psicologia.Vivendo j em So Paulo, como terapeuta e professor,
comeou a aplicar e ensinar a Calatonia, que passou a ser conhecida
por seus alunos, como um"mtodo de relaxamento".E, como tal,passou a
ser utilizada no atendimento psicoteraputico.Ao longo de mais de
quarenta anos de trabalho, o Prof. Sndor acrescentou inmeros outros
procedimentos quela seqncia inicial conhecida como Calatonia.
Sempre mantendo as mesmas caractersticas bsicas de aplicao (ou
seja, estmulos tteis realizados de forma suave), idealizou vrias
seqncias voas de toques que passaram a ser conhecidas, juntamente
com a Calatonia, como Toques Sutis. Alm disso, realizou e
transmitiu aos seus alunos farta pesquisa sobre os processos
antomo/fisiolgicos envolvidos na aplicao destes toques.O Prof.
Sndor faleceu a 28 de Janeiro de 1992, em plena atividade criativa.
Seu trabalho no entanto continua atravs das atividades de vrios
grupos de estudos, conduzidos por seus ex-alunos. Prosseguem tambm,
no Instituto Sedes Sapientiae de So Paulo, as atividades do curso
de "Cinesiologia Pscolgica", ao qual Sndor vinha se dedicando com
especial empenho nos ltimos anos, promovendo a formao de novos
terapeutas.
procedimento bsico da Calatonia consiste em uma srie de 9 toques
que o terapeuta realiza na rea dos ps: em cada um dos artelhos, em
dois pontos da sola dos ps, calcanhares; tornozelos alm de mais um
toque no incio da barriga das pernas. Pode ser acrescido do dcimo
toque, conhecido como Calatonia da cabea, aplicado na nuca (regio
occipital). Estes toques so feitos em silncio, de forma simples e
suave, durante 2 a 3 minutos em cada um dos pontos citados.
A calatonia uma tcnica de relaxamento composta de toques sutis
em nove pontos do corpo, demorando-se de um a trs minutos em cada
ponto(16). So considerados pontos: regies ungueais de todos os
artelhos (dedos dos ps), as plantas dos ps, os tornozelos, as
convergncias tendinosas do trceps sural, das regies posteriores das
pernas (panturrilhas) e a regio posterior do pescoo (nuca). O
processo realizado em silncio, ocorrendo apenas o toque das mos e
dos dedos sem presso ou frico nos pontos referidos. Para a seqncia
dos toques, necessria que seja feita a identificao dos dedos das
mos do aluno e dos dedos dos ps do paciente, pois alm da seqncia
dos toques, deve-se respeitar a correspondncia dos dedos
(aluno-paciente), como mostra aFigura 1.
Os toques so feitos simultaneamente nos dois lados do corpo do
paciente, todos com a mesma durao, com orientao caudal-ceflica,
tocando-se, em forma de pina, cada dedo do p do paciente com o dedo
da mo do aluno correspondente, como mostrado naFigura 2: 1) Dedo 3
das mos com dedo 3 dos ps; 2) Dedo 2 das mos com dedo 2 dos ps; 3)
Dedo 4 das mos com dedo 4 dos ps; 4) Dedo 5 das mos com dedo 5 dos
ps; 5) Dedos 2, 3, 4 e 5 das mos com dedo 1 dos ps; 6) Aps a
aplicao nos dedos, os prximos pontos so tocados com as palmas das
mos, comeando pelas plantas dos ps do paciente; 7) Tornozelos; 8)
Panturrilhas; 9) Finalizando na nuca, podendo ser utilizadas as
palmas das mos ou as pontas dos dedos. Para o grupo experimental
(calatonia) utilizaram-se os pontos referidos; j para o grupo
controle os pontos foram outros, como mostrados naFigura 3.
DISCUSSOAcredita-se que a atuao direta do Sistema Nervoso
Autnomo no corao propicia rpidas modificaes no dromotropismo do
msculo cardaco, refletindo rapidamente em alteraes mensurveis na
freqncia de pulso e, conseqentemente, na presso arterial e na
freqncia respiratria, embora esta correspondncia no tenha sido
visvel numericamente neste estudo. Os resultados obtidos com a
anlise dos sinais vitais permitem afirmar que a tcnica exerceu
efeito positivo sobre o estado de ansiedade, isto , a aplicao da
tcnica no paciente pr-cirrgico contribuiu para a reduo da sua
ansiedade. Contudo, como explicar a alterao significante apenas nos
valores referentes freqncia de pulso, sabendo que presso arterial e
freqncia respiratria esto diretamente ligadas mesma? Algumas
inferncias foram feitas durante a anlise dos dados, isto , a presso
arterial, apesar de mostrar reduo aps a aplicao da tcnica nos dois
grupos, no foi significante estatisticamente. Isto talvez devido ao
pequeno perodo entre o trmino da tcnica e a mensurao dos sinais
vitais, no qual eram respondidas algumas dvidas e relatadas algumas
impresses referentes calatonia; a freqncia respiratria apresentou
diminuio somente no grupo calatonia, o que talvez corresponda
diminuio significante da freqncia de pulso. Observou-se tambm
ligeiro aumento da temperatura corporal ps-tcnica, o que leva a
associar ao relaxamento da musculatura dos vasos perifricos,
aumentando o fluxo sangneo e elevando a temperatura; a aplicao da
tcnica em 10 minutos provavelmente produziu efeitos menos intensos
do que se a mesma tivesse sido realizada em 30 minutos. O tempo
para aplicao foi suficiente para a grande maioria dos indivduos
desligarem-se da suas preocupaes ou, ao menos, encar-las de forma
mais confiante. Embora alguns pacientes tenham relatado
informalmente ser esse tempo (10 minutos) suficiente apenas para o
incio do processo de relaxamento. Sendo assim, a expanso do tempo
de aplicao, talvez possibilitasse outros resultados Como soluo para
este problema relacionado ao tempo de aplicao, acredita-se que 3
aplicaes contnuas, isto , 3 aplicaes de 10 minutos cada,
intercaladas e respeitando a necessidade de cada um, traria
resultados significantes no relaxamento proposto.Sugere-se associar
instrumentos que pontuem sensaes de bem estar associadas ao alvio
da ansiedade, uma vez que muitos pacientes relataram alm do
relaxamento muscular, sensao de calor e formigamento nos membros
inferiores. So necessrias, ainda, ferramentas que identifiquem suas
estratgias de enfrentamentos, pois provvel que as oscilaes dos
parmetros clnicos avaliados no tenham sido to acentuadas devido aos
mecanismos decopingdesenvolvidos pelos indivduos.CONCLUSONo que se
refere ansiedade relacionada ao grupo calatonia e ao grupo
controle, os indivduos apresentaram em sua maioria baixa ansiedade.
Os parmetros clnicos obtidos aps a aplicao da tcnica de relaxamento
foram consideravelmente menores, tanto do grupo controle como do
grupo calatonia, embora no significantes estatisticamente, com
exceo da freqncia de pulso
(p=0,015).http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002007000200008&script=sci_arttext
3.2.1 Um Pouco da Histria Peth Sndor, hngaro, mdico, nascido em
1916 e falecido em 1992, no Brasil, foi o criador das Tcnicas de
Relaxamento que compreendem a Calatonia, Descompresso Fracionada e
os Toques de Reajustamento nos Pontos de Apoio do Corpo, alm de
inmeros outros Toques denominados de Toques Sutis. 16O Mtodo
Calatnico foi idealizado por Sndor dentro de um contexto
Hospitalar, diante de casos de amputao de feridos e congelados, no
ps-operatrio, abrangendo desde membros fantasmas e abalamento
nervoso, at depresses e reaes compulsivas, para proporcionar alvio
do fsico e do psquico. O Mtodo foi um recurso encontrado pelo seu
criador diante do caos do ambiente pouco favorvel num perodo de
Guerra. O Mtodo, ento, foi desenvolvido por um Cuidador. Sndor foi
mdico obstetra e ginecologista pela Faculdade de Medicina de
Budapeste, formado em 1943, durante a Segunda Grande Guerra na
Europa. Era filho de um juiz de direito e foi educado em um
privilegiado ambiente cultural. Tinha formao para ser cantor de
pera. Os fatos ocorreram ao longo dos caminhos de sua vida e,
assim, aconteceu a histria... Com a presena dos Russos na Hungria,
em 1945, fez-se necessria a busca por um local mais seguro. Fugindo
em um trem, num ms de abril, s vsperas do final da guerra, Sndor e
sua famlia estavam na Alemanha, com o trem parado por falta de
condutor. Durante dois ou mais dias, sem ter o que comer,
resolveram cozinhar em um dos vages. A fumaa do trem chamou a ateno
dos avies americanos. O trem foi atingido e Sndor, como mdico
presente, teve que acudir os mortos e feridos, entre eles seu pai e
sua me. Contava-nos Sndor, em sala de aula, que, diante da
gravidade dos ferimentos de seus pais, disse: quanto a estes no
posso fazer nada, tragam-me os outros. Nesse dia, terminado seu
trabalho exaustivo, ele se permitiu ausentar-se dos outros uns
poucos minutos, com suas perdas, seu luto e sua dor. No final da
Guerra, Sndor desenvolveu um trabalho que chamou dormir em p,
preocupado com as pessoas que eram empilhadas em vages de
transporte, ficando muitas vezes o dia inteiro sem poder sentar.
Esse trabalho consistia em conscientizar os Pontos de Apoio do
Corpo para distribuir melhor o peso. Com o deslocamento da ateno
para o corpo, era conseguido um descanso mental e, durante um certo
tempo, ficavam adormecidos os medos e os pensamentos e, assim, um
pouco de alvio era alcanado (Delmanto, 1997, p. 19). Esse princpio
um pouco de alvio que orienta hoje nosso trabalho no contexto
hospitalar, com as tcnicas adaptadas para tal. Nesse final de
guerra, observando os traumas que causavam quadros de somatizao, os
quais provocavam alteraes no funcionamento do sistema endcrino,
levaram Sndor s questes da neuropsiquiatria. 17Muitas e muitas
vezes, Sndor relatou com seu estilo peculiar, em sala de aula, a
perda de sua esposa. Descrevia sua esposa, me de seus dois filhos,
na poca com dois e trs anos, que veio a falecer com apenas 26 anos.
Falava tambm sobre seu trajeto pelas ruas de bicicleta sob um
rigoroso inverno, quando visitava a esposa no hospital. Recordava
seus cabelos ruivos e sua fragilidade, no resistiu - explicava.
Fazia uma pausa na sua fala, abaixava a cabea. Silncio na sala.
Passavam segundos, Sndor, erguia a cabea, olhava para frente e
continuava a ensinar-nos complexos conceitos da psicologia... Para
mim, esses momentos soaram solenes. Atitudes que reverberavam
criando uma atmosfera de competncia e resilincia diante dos fatos
da vida. Sndor, ao mostrar sua sensibilidade junto as suas perdas,
promovia um encontro. No som do seu silncio, podiase entender que
cada um vislumbrasse aquilo que est destinado a ser e que se
preparasse para cumprir sua incumbncia individual, como unidade
dentro de uma unidade maior. Como se as suas perdas fossem um
preparo para sua incumbncia individual e sua participao como
unidade de uma maior! Um Toque! Ou para nos ensinar a importncia de
aprender a escutar a voz do silncio. Sua caracterstica pessoal.
Seus opostos. Soldados alemes, muitas vezes chamavam-no quando
sentiam dores, pois j sabiam dos toques que tiravam a dor.
Aproveitava essas ocasies para trocar o atendimento por comida, que
era sempre dada aos mais necessitados. Aceitava garantir essa
comida extra, mas exigia ficar sozinho, para que no vissem o seu
trabalho e, assim, guardava o segredo de como tirar dores com as
mos (Delmanto, 1997, p.19). Foram esses segredos que transmitiu aos
seus alunos no Brasil. Sua competncia em re-significar seus lutos,
em transformar suas perdas, esto na sua criao de recursos para
cuidar das pessoas - no reajuste dos pontos de apoio - como , por
ele, mencionado em VELA comentrios. Seus Toques Sutis, com suas
manipulaes suaves, remete-nos elegncia indispensvel, porm, pouco
encontrada quando nos deparamos com a imagem de caos. Nas doenas,
nos abalos pelos furaces, terremotos ou na guerra. Para aceitar
sobrecargas e tomar conscincia da absoluta insegurana da vida,
faz-se necessrio a sutileza, o toque, a alma expressa no corpo...
18O descanso provocado pelas tcnicas de Sndor, mesmo que por pouco
tempo, como nos ensinava, reorganizador. Do encontro entre
consciente e inconsciente, emerge a atividade eminentemente vital e
unificadora da funo transcendente, essa funo complexa, composta de
outras funes. Seu qualificativo de transcendente refere-se ao seu
poder transformador de fazer passar o sujeito de uma disposio a
outra. Jung entende que a passagem de uma disposio ou estado de
dissociao ao estado de harmonia, faz-se pela integrao dos
contrastes mediante a assimilao do inconsciente. As passagens na
vida do criador dessa tcnica de reorganizao psicofsica remetem-nos
a momentos nos quais, diante dos fatos da vida, s nos possvel um
breve descanso integrador. Silenciar preciso para escutar as
sinalizaes de mudana que do expanso para a conscincia de visualizar
novos caminhos. Cada momento uma realidade a ser conhecida. Cada
momento nico. No se repete. Ento, Sndor era um homem cuja presena
silenciava a todos por respeito e admirao, com rigores que se
tornaram bem conhecidos: Freqncia, Ateno, Participao, Pontualidade
(Delmanto, 1997, p.18).
A expresso Calatonia indica uma condio de descontrao, soltura,
porm no apenas do ponto de vista do tnus muscular. Em seu sentido
mais amplo refere-se tambm possibilidade de reorganizao de tenses
internas. A expresso tem origem no verbo grego KHAL (/) que indica
relaxao alimentao afastar-se do estado de ira fria violncia abrir
uma porta desatar as amarras de um odre deixar ir perdoar aos pais
retirar todos os vus dos olhos. Tavares (1997) diz que a Calatonia
e suas aplicaes no se tratam simplesmente de tcnicas e muito menos
de tcnicas de relaxamento, mas que compem um mtodo de regulao de
tnus em seu sentido mais amplo. Estou me referindo repercusso desse
mtodo sobre o modo de ser e de estar no mundo de um organismo, que
no apenas tem um corpo, mas um corpo. Ento, tal repercusso nem
sempre vai coincidir com efeitos agradveis e relaxantes, visto que
tal mtodo incide sobre a complexidade e as contradies que tm lugar
nesse organismo.
Durante a Segunda Guerra, Sndor idealizou o Mtodo em hospitais
da Cruz Vermelha, na Europa, quando ocorreram as primeiras
experincias com a Calatonia, em decorrncia de queixas de pacientes
em situaes ps-operatrias, citando-se como exemplo as amputaes, a
percepo de membros fantasmas e outras situaes gerais de estados de
depresso, reaes compulsivas, em casos de distrbios circulatrios,
abalamentos nervosos do ps-parto, falta de medicamentos, etc.
Utilizando-se de toques suaves na regio dos ps, Sndor observou
resultados positivos nos aspectos psicofsicos. O Mtodo Calatnico
foi desenvolvido pela necessidade de superar obstculos, pela
presena da doena e dos abalamentos nervosos na poca. Hoje, para
lidar com doenas crnicas como o cncer, o estresse ps-traumtico ou
outras situaes de crise, so necessrias intervenes que cuidem do
aspecto bio-fsio-psico-scio-cultural-espiritual.
Peth Sndor, em VELA (um questionrio sobre queixas e sintomas de
Labilidade Vegetativa o qual, por ele, traduzido, ampliado e
comentado) faz referncia psicoterapia organsmica (abordagem
multidimensional). O tratamento simultneo ou complementar, isto ,
uma terapia que observe tanto a indisposio psquica (subjetiva e
objetiva) como a labilidade neuro-vegetativa e a perturbada regulao
somtica, tem que figurar sempre na viso da psicoterapia organsmica
(CORTESE, sd). Tavares (1997) designa Mtodo Organsmico em vez de
simplesmente Mtodo Calatnico,por entender que tal mtodo norteia-se
pelos princpios da orientao organsmica, assumida por Sndor, que
resultaram, entre outros aspectos, na constituio do corpo terico
por ele batizado como Psicologia Organsmica (como referido em
VELAComentrios). Continuarei a utilizar aqui, na presente
monografia, a denominao Mtodo Calatnico, pelos princpios
preconizados por Sndor, denominados em VELA como um Mtodo
Organsmico. Pela perspectiva da abrangncia da atuao do trabalho de
Sndor, possvel, atravs desse mtodo psicoterpico, promover a
resilincia prpria do paciente. um recurso que se manifesta pela
aproximao de contedos j conscientes e queles que nunca o foram,
sreas de apoio transpessoal e quele ncleo da totalidade psquica que
muito mais do que apenas a soma dos seus componentes. De acordo com
Sndor, h diferenas bsicas entre alguns mtodos auto-sugestivos e
exercitativos e a Calatonia. que esta ltima utiliza a sensibilidade
cutnea pela qual a mesma rea pode servir para a percepo e a conduo
das mais diversas variveis (presso, calor, frio, dor e suas gradaes
mltiplas), proporcionando uma vivncia multissensorial ao mesmo
tempo. Alm disso, o estmulo ttil possibilita uma sntese de vrias
particularidades perceptivas e aperceptivas, sintonizadas e
sincronizadas numa configurao singular em cada indivduo. A
sensibilidade cutnea apresenta aspectos entrelaados de categorias
protopticas (componentes com acentuao vital-afetiva) e epicrticas
(representaes lgico-conceituais), numa intensidade que ultrapassa
aquela manifestada em outras reas de percepo sensorial.
Em Tcnicas de Relaxamento, Sndor salienta a posio de Stokvis e
Wiesenhutter sobre a aplicao do relaxamento em casos como: insnia
estados espticos na neurose obsessiva na falsa imaginao
auto-sugestiva (hipocondria) nas perturbaes do autocontrole nas
somatizaes como meio de diagnose diferencial Os autores citados por
Sndor falam das contra-indicaes nos exerccios auto-sugestivos nos
casos tais como: paciente com falta de autoconfiana e de cooperao
com manifestaes intensas de angstias com fixao mrbida paciente que
quer exercer demais sua vontade produzindo tenses novas Dado o
peculiar condicionamento propiciado pelo processo calatnico, Sndor
afirma que o mtodo pode ser aplicado e utilizado com resultados
patentes em todos os casos de contra-indicaes e insucessos
anteriormente mencionados, at possibilitando, aos pacientes, a
aprendizagem dos exerccios auto-induzidos. Ressalta que, talvez,
uma exceo seria a fase agitada da psicose.
O uso de tcnicas mais simples no incio do contato com o
paciente, a confiana do paciente no terapeuta e uma mtua
sensibilidade mais aprimorada so fatores favorveis para receber os
toques mais sutis. As questes com a propriocepo no estado do
adoecer e a posio deitada so, no meu entendimento, facilitadoras
para toques mais sutis. Percebo 22que no h necessidade de o
paciente ter se submetido anteriormente s tcnicas, antes do seu
estado de adoecer. O paciente responde com o que necessrio para ele
no momento, conforme falava Sndor. Para o autor, a presena do bom
senso do terapeuta faz parte dos trabalhos, assim como aPara o
autor, a presena do bom senso do terapeuta faz parte dos trabalhos,
assim como as condies fsicas do paciente. Tambm deve estar presente
um cuidadoso critrio de escolha dos toques. Fala tambm dos cuidados
que devem ser tomados com os quadros de grandes distrbios psquicos
ou de alteraes por drogas, bem como com as doenas resultantes de
processos infecciosos. Salienta, ainda, que, nas gestantes, o
perodo de gravidez tambm requer uma ateno especial na seleo dos
toques. Percebe-se, ento, que indispensvel um conhecimento mais
aprofundado para o manejo dessas tcnicas. Sobre isso que tratam os
lembretes de Sndor. Sndor aconselhava a delicadeza e espontaneidade
nos trabalhos corporais, sugerindo deixar surgir no momento a idia
do toque. No aconselhava planejamento prvio. Conforme refora
Delmanto (1997, p. 52), convidar a pessoa a soltar-se com
conscincia e aceitao um bom caminho que pode criar as condies para
que o trabalho possa ser desenvolvido. Tambm os movimentos
espontneos, que surgem durante o contato, devem ser valorizados.
Caso sintam que, durante a aplicao do toque, um dos dedos se prope
mais do que os outros, deixem que o trabalho seja feito por ele. No
planejem com antecedncia o toque que vo aplicar...Convm no prever o
que vai ocorrer... Deixem que surja no momento a idia para o
toque... O Mtodo Calatnico tambm possibilita o emergir das Imagens
Calatnicas. So muitos os recursos teraputicos que utilizam as
imagens mentais como transdutor de informaes, com especial
significado nos processos de sade e cura, como tambm reconhecido
nos dias de hoje os trabalhos com imagens baseados nos estudos que
propem o sistema lmbico-hipotalmico como um efetivo canal de troca
entre o ambiente interno e o externo; entre psique e soma, entre o
Homem e o Divino, entre Instinto e Espiritualidade. As imagens
calatnicas constituem um recurso para acessar dinamismos
intrapsquicos como so os sonhos na psicologia analtica.
As Imagens Calatnicas apresentam-se em duas categorias: 1-
quando o contedo psquico em processo de manifestao ainda no chegou
condensao e articulao necessrias para emergir como linguagem falada
ou, o que j um passo mais avanado, como comunicao escrita; 2-
quando especialmente sob forma de configuraes com contedo abstrato,
o sentido tem que desabrochar em idias, cuja redao pode ocorrer,
melhor pela linguagem escrita e s depois ser desenrodilhada numa
fala ora mais consistente elaborada, ora mais prolixa. A rea de
manifestao corporal (somestesias, sinestesias, ativaes
termoceptivas, etc.) pode fornecer informaes significativas para
uma tentativa de compreenso mais integrada da vivncia de imagens
calatnicas. Sendo tais experincias naturalmente feitas com qualquer
tcnica de relaxamento que permita o emergir do estado intermedirio
entre viglia e sono e no tente dirigir constantemente o exerccio.
Ainda em VELA - Comentrios, item 3.14, Sndor discorre sobre a Pele:
Uma estimulao local ou geral da pele desencadeia reflexos que se
manifestam por sudorese, reao pilo-motoras e alteraes do tnus dos
vasos. Em vrias tcnicas corpreas, nas mais enrgicas como nas mais
suaves, possvel observ-los. Distinguemse de modo geral, trs grupos
principais de reflexos: reaes totais envolvendo o crebro e a pele
inteira por exemplo numa vasoconstrio geral depois de um estmulo. H
os que acham que nem se trata de reflexo; mas, de reaes, porque
ocorre uma descarga de impulsos ao longo dos trajetos vegetativos
como resposta a um estmulo que mobiliza emoo. Outras descargas do
crebro para a pele podem ser eliciadas por estmulos no nervosos,
por exemplo, o centro do hipotlamo, que controla a temperatura do
corpo, pode ser influenciado pela temperatura do sangue
os reflexos espinais diretos podem abranger apenas um seguimento
espinal, mas em geral o lado aferente ramifica-se para cima e para
baixo, e, dessa maneira, vrios segmentos esto envolvidos na reao
que pode ser unilateral, contra lateral e bilateral.as fibras
sensitivas que inervam a pele podem ser envolvidas tambm no lado
aferente do arco reflexo. Esse reflexo axnio no tem nem sinapses
nem clulas nervosas no seu trajeto. O estmulo, ento, no se dirige
correspondente clula ganglionar, mas permanece limitado s
ramificaes perifricas de um neurnio nico. Esse reflexo axnio
representa uma peculiaridade do sistema nervoso cutneo (pode ter
tambm origem muscular) e pode ser eliciado por estmulos mecnicos ou
eltricos, pela liberao autctona de histamina e por outros estmulos
os mais variados. O reflexo axnico deve ter certo papel na piloereo
e na sudorese; pode ser constatada a sua falta quando as fibras
cutneas terminais dos nervos sensitivos da pele passam, por
qualquer razo, pelo processo de degenerao, por exemplo, fases
posteriores a um traumatismo de nervos perifricos, ou de zonas de
anestesia de determinado tipo de lepra. Ao contrario, em regies em
que as fibras simpticas foram destrudas, pode ser observado o assim
chamado eritema axnio.Um reflexo generalizado de vasoconstrio est
coligado com a funo do hipotlamo. Os mais variados estmulos podem
causar tal reao, como dor, rudo inesperado, intenso resfriamento,
mas o estmulo mais comum a baixa temperatura do sangue, atuando
sobre o centro hipotalmico; certamente tm certo papel tambm os
impulsos aferentes originados na pele e o efeito da adrenalina e
noradrenalina, liberadas da medula da glndula supra-renal. A situao
contrria no esquentamento da superfcie do corpo, que inibe o tnus
(vasoconstrio) dos vasos da pele. Pensemos aqui, naturalmente, nos
impulsos aferentes dos termorreceptores cutneosLembramos ainda os
conhecidos reflexos vscero-cutneos, que causam hiperalgesias nos
dermtomos coligados a vsceras adoentadas do mesmo metmero em geral
do lado homolateral. Eventualmente participam tambm os dermtomos
vizinhos. No ocorre a vasoconstrio ou vasodilatao simultaneamente,
na maioria dos casos, nem alteraes da temperatura da pele. Mas no
outro lado no afetado, em tais zonas muitas vezes h eritema,
sudorese e resistncia capilar aumentada, explicando, eventualmente
a distribuio de certos quadros dermatolgicos.A Pele, como um rgo
que transmite para e reage diretamente frente ao meio, tem inmeras
funes. Essas podem ser perturbadas separadamente ou no seu todo
como expresso de uma enfermidade interna ou de uma falha
constitucional, ou como reao inadequada s influncias externas.
Assim, por exemplo, so conhecidos como fenmenos psicovegetativos, a
alterao da cor do rosto, a dermografia aumentada em determinadas
situaes, o eritema que aparece em momentos de irritao, alegria ou
perplexidade, e as vasoconstries e vasodilataes fugazes ou mais
duradouras em pessoas nervosas. Supe-se que o simptico produz a
vasoconstrio cutnea, e nos casos da diminuio do seu impulso
aparentemente ocorre a vasodilatao. Os nervos cutneos protegem o
corpo contra extremas temperaturas externas e contra prejuzos por
efeitos mecnicos, sinalizando calor, frio e dor. O tato permite ao
ser humano explorar e conhecer seu meio (crianas) participando
tambm largamente na propriocepo. A pele tem ainda a tarefa de
regular a temperatura do corpo pela inervao dos vasos e pelas
glndulas sudorparas. A pele est sendo atravessada constantemente
pelos raios csmicosA coordenao da inervao dos vasos da pele
(vasoconstrio vasodilatao) na realidade, essa questo, nem ainda
hoje, est inteiramente esclarecida. Ainda no est satisfatoriamente
definida se uma vasodilatao na pele ocorre pela atividade fibras
vasodilatadoras ou se atuam nesse processo determinadas substncias
mediadoras ou se ocorre simplesmente a inibio ou inatividade das
fibras vasoconstritoras. Observaram tambm que a coordenao da
vasoconstrio e da vasodilatao em diversas reas do corpo, e em
diversas pessoas, ocorre de formas, modos e intensidades
diferentes. Por isso podem ser constatadas reaes diferentes, a
respeito, em vrios indivduos, ao aplicarmos certas seqncias de
tcnicas da psicoterapia organsmica. Assim, parece que a irrigao
sangunea da mo humana est sendo regulada, em primeiro lugar, por
fibras vasoconstritoras, mas no antebrao atuam vasodilatadoras. Est
sendo apenas investigada a conexo entre a coordenao da atividade
dos vasos sanguneos e a dos vasos linfticos. Naturalmente deve ser
considerada a circulao venosa sujeita igualmente a dispositivos
vegetativos. J foi muitas vezes constatada, mesmo que no
inteiramente esclarecida, a efetividade recproca dos processos
integrativoshierarquicamente organizados dos dispositivos senso ou
ideomotores e dos psico ou ideovegetativos. O efeito dos estmulos
sensoriais e emotivos sobre as veias, atravs de trajetos
vegetativos poderia ser bem verificado s que nesse ponto vrios
autores salientam que melhor no recorrer obrigatoriamente ao
antagonismo simpaticotonia-vagotonia, enfatizando aqui tambm o fato
de que a hiperatividade do simptico em diversas regies pode ser
seguida pelo cessar do tnus simptico nas veias, sem ser possvel
verificar efeitos especficos de uma predominncia dos dispositivos
parassimpticos. As funes das partes laterais do centro vasomotor
medular, do qual emergem predominantemente fibras simpticas
(vasoconstrio), podem ser constatadas tambm na atividade da formao
reticular, da ponte, do mesencfalo e do diencfalo. Verificou-se que
a os neurnios podem estimular ou inibir o centro vasomotor da
medula. O hipotlamo, como um dispositivo de ligao ent re emoes e o
sistema vegetativo, pode fazer algo semelhante com a participao das
reas lmbica e motora e tambm o giro cngulo. A pele no um rgo
passivo, mas por causa de sua origem em parte ectodermal est em
conexo ntima tanto com o sistema nervoso central como os rgos,
refletindo a atividade destes em condies normais ou patolgicas.
Essas funes mais complicadas e sutis atuam nas suas ligaes com o
sistema nervoso, com os hormnios e neurohormnios e com o sistema
imunolgico.Desde a fecundao at a morte, as estruturas e as funes do
corpo alteram-se constantemente em vrios nveis por causa das reaes
dos sistemas neuro-imunoendocrinolgicos frente aos estmulos dos
meios externo e interno (condies psquicas, metania, individuao,
revezamento dos dinamismos e smbolos arquetpicos, atitudes frente
Sombra, ao Animus ou Anima, desmontagem e remontagem da Persona).
fato que a anatomia e a fisiologia no esto de uma vez e para sempre
fixadas, mas encontram-se num fluxo constante, condicionadas,
modificadas e acompanhadas pela efetividade reguladora dos
sistemas, acima apontados, e, tambm, sujeitas a constantes alteraes
em um funcionamento conjugado. Se tal conjugao sofrer falhas ou
defasagens em qualquer ponto de articulao podem aparecer as mais
diversas perturbaes, noincio talvez apenas funcionais mas, mais
tarde, sob forma de processos patentemente patolgicos, em
determinados ou em vrios rgos em maior ou menor.
Tcnicas da Calatonia BsicaA Calatonia aplicada nos pontos
mostrados na Figura 9. Para a aplicao da Calatonia nos ps, o
paciente deve deitar-se em decbito dorsal, com os braos bem abertos
ao longo do corpo, com as palmas das mos voltadas para cima.
Sugere-se que feche os olhos, podendo abri-los se quiser.
Solicita-se que aceite as mudanas que podero ocorrer em seu estado
geral, sem procurar interferir e que no pense em relaxar, apenas
que deixe acontecer. O terapeuta senta-se num banquinho aos ps da
cama e toca os ps do paciente, sem apertar, movimentar ou
massagear, apenas limitando-se ao contato suave. Nos artelhos, o
estmulo aplicado nas falanges distais, mais precisamente, na base
da unha. Cada toque deve ter a durao aproximada de 1 a 3 minutos.
Os ps so tocados simultaneamente na seguinte seqncia:Local do toque
no paciente Execuo do toque pelo terapeuta 1 terceiro artelho Tocar
com o dedo mediano acima e polegar na polpa do terceiro artelho. 2
segundo artelho Tocar com indicador e polegar. 3 quarto artelho
Tocar com anular e polegar. 4 quinto artelho Tocar com mnimo e
polegar. 5 hlux Tocar com todos os dedos, estando o polegar por
baixo, indicador e mnimo nas laterais e os anulares e medianos em
cima, na base da unha. 6 1 ponto planta dos ps arco longitudinal
extremidade metatrsica Tocar com os dedos indicador, mdio e anular
juntos. 7 2 ponto concavidade do arco longitudinal Tocar da mesma
forma que em 6 (anterior). 8 calcanhar apoiado suavemente pelas
mos, cujos dedos tocam logo abaixo dos malolos mediais, por um
lado, e os polegares circundam os malolos laterais pelo outro lado.
9 perna Tendo o calcanhar apoiado no antebrao, tocar o ponto com os
dedos indicador, mdio e anular juntos. Quando for contra-indicado o
trabalho corporal na rea dos ps (amputao, micoseeczema, mau cheiro,
etc.) ou devido a alguma outra razo parece mais adequado inici-lo
pelos membros superiores, pode-se optar pela seguinte seqncia das
mos: Posio do paciente: - em decbito dorsal, levanta os braos, que
no devero estar em ngulo superior a 90, em relao ao corpo; - palmas
das mos voltadas para cima;
- se as mos do paciente no se apiam na cama, deve-se coloc-las
sobre almofadinhas. Toques:- tocar nos dedos e nas palmas das mos,
da mesma forma como na seqncia dos ps, mas o polegar dever tocar a
base da unha e outro dedo dever tocar na polpa do dedo
correspondente no paciente; - o 8 toque consiste em segurar o pulso
sem algem-lo; - o 9 toque pulso sobre pulso, repousando as mos
suavemente sobre os antebraos do paciente, sem exercer presso ou
imobiliz-los, o que poder causar uma desagradvel sensao de dominao
ou imposio. Para aplicao das tcnicas na cabea do paciente, deve-se
segur-la com as duas mos, tendo as pontas dos dedos unidas na fossa
occipital, as orelhas entre os dedos e os polegares. Tcnicas da
Descompresso Fracionada A Descompresso Fracionada pode ser
realizada em qualquer rea do corpo: no trax, no rosto, cabea, na
rea das costas, na perna. A estimulao realizada basicamente em trs
etapas: - na primeira etapa, o terapeuta coloca as mos sobre a pele
do paciente, exercendo sobre a rea de contato um toque firme, de
maneira a exercer certa presso, ainda que de forma bastante suave.
Mantm a mesma presso suave durante o tempo de durao de
aproximadamente trs ciclos respiratrios do paciente; - no incio do
quarto ciclo respiratrio, o terapeuta comea a sutilizar a presso
exercida por suas mos. No stimo ciclo, seu toque deve ser o mais
sutil possvel. O sutilizar do contato ocorre no incio da expirao do
paciente, em trs tempos do ciclo respiratrio do paciente;
- a partir do stimo ciclo, o terapeuta deve manter as suas mos
ainda em contato com o corpo do paciente de maneira sutil, durante
trs ciclos da respirao do mesmo. Farah (1995, p.312-316) apresenta
a descrio das tcnicas com maiores detalhes. A sincronizao entre
ritmos respiratrios, entre paciente e terapeuta, estabelecida
gradativamente depende do preparo do terapeuta e de sua
familiaridade com as tcnicas, bem como suas condies para lidar
adequadamente com suas prprias tenses corporais. Considerada uma
tcnica til no trabalho com pacientes que apresentam dificuldades em
lidar com os limites em termos dos limites do prprio corpo, assim
como na vida em geral. Toques de Reajustamento nos Pontos de Apoio
do CorpoConsistem em toques suaves, realizados pelo terapeuta na
pele do paciente. So utilizados quando se pretende estimular
especificamente os pontos em que se apia a estrutura do corpo do
paciente. Os locais de toque consistem, em sua grande maioria, nas
articulaes. Enumerar aqui os pontos seria uma tarefa demais
extensa. Genericamente falando, podemos considerar como ponto de
toque cada uma das articulaes do corpo (Farah, 1995, p.
316-319).