CAÇADORES DE ZUMBIS 3 - DIA DO SUJAMENTO FINAL

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São Paulo, 2013


2013IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Mateus Duque Erthal

Equipe Novo Século

Carolina Ferraz

Monalisa Morato

/ Pedro Simão

Caio Pereira

Kloepfer, John

NovoSéculo Editora, 2013.Título original: Zombie chasers 3 : sludgment day

12-14945 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:1. Literatura infantil 028.5

2. Literatura infantojuvenil 028.5

Copyright © 2011 by Alloy Entertainment and John KloepferPublished by arrangement with Rights People, London

Copyright © 2013 Novo Século Editora


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Para minha sobrinha, Brayton Isabelle - J. K.

Para Leslie -–S. W.





helicóptero preto do Serviço Secreto voava

sob as nuvens por cima de um mar de mortos-

-vivos que assolava a paisagem abaixo.

Dentro da aeronave, Zack Clarke olhava através do

para-brisa curvado, observando a Lua cheia sumir no

céu, para depois reaparecer, como no truque mágico do

desaparecimento da moeda. Já era tarde. Ou já era cedo?

Zack andava perdendo a noção do tempo desde o surto

de zumbis na sexta à noite. Era domingo, e ele estava

exausto, rezando sem esperanças para acordar logo

desse pesadelo zumbi, de volta ao seu quarto, no

Arizona. Mas isso não estava para acontecer. E disso ele

tinha certeza.


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Zack ocupava o assento ao lado de Ozzie Briggs na

cabine do piloto do helicóptero, que roubaram depois de

escapar da Casa Branca, toda zumbificada, com o

antídoto. A irmã do Zack, Zoe, a BFF (best friend forever)

dela, Madison Miller, o melhor amigo de Zack, Rice, e a

Dra. Scott, a ginkgo-dopada cientista zumbi, descansa-

vam na traseira da aeronave. O cãozinho de Madison,

Cintilante, rosnava contente no colo da dona.

– E agora, onde estamos? – Zoe perguntou, com a

voz um pouco cansada.

Ozzie apontou para um ponto vermelho que piscava

no radar, sobre um mapa de neon verde da América do

Norte.

– Perto de Tennessee, em Memphis.

Uma luz laranja piscou no painel de controle, e Ozzie

correu os olhos sobre o medidor de combustível. Ele

puxou as alavancas e apertou alguns botões. O helicóp-

tero começou a descer.

– Temos que abastecer – Ozzie explicou, enquanto

passavam de raspão por cima do topo das árvores.

Abaixo dos galhos, um enxame de lunáticos comedo-

res de carne perambulava ao longo das ruas, rugindo à

luz de um tenebroso luar. Zack deu um giro sobre o


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assento e espiou atrás. Rice dormia com a cabeça jogada

para trás e a boca meio aberta.

– Psiu, Rice... Acorda! Vamos pousar.

Rice se levantou num pulo, meio vesgo de sono, e

limpou um restinho de baba do queixo cheio de catapora.

– Oficial Johnston Rice a serviço, senhor! – Ele levou

a mão direita à testa e cortou para baixo numa saudação

sonolenta, dando um tapa na perna de Zoe.

– Ai, seu mala! – Zoe deu um safanão na

orelha do Rice. – Cuidado!

– Poxa, Zo! – Rice afagou a

lateral da cabeça.

– Shhh! – Madison sibilou

com raiva, sentada na cadeira

de rodas, ainda fraca depois

de uma série de exames de

sangue e retiradas de soro no

laboratório secreto da Casa Branca,

sem contar o ferimento nojento da

mordida que Greg Bansal-Jones deu

nela lá em Tucson. – Tem gente

tentando recobrar as forças aqui –

ela resmungou, e voltou a dormir.


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Zack olhou através da janela da cabine enquanto

voavam sobre o estacionamento de uma loja de carros

usados e alguns restaurantes de fast-food, rumando em

direção a um posto de gasolina Shell, cujo letreiro tinha

a primeira letra apagada.

Ozzie baixou a aeronave sobre o telhado que cobria

as bombas de combustível, e eles pousaram.

– Por que pousamos aqui em cima? – Zack perguntou.

– Melhor ficar acima do nível do solo – Ozzie disse.

– Vem, temos que fazer isso rápido. – Ozzie pegou as

muletas do chão e mancou para fora da cabine, equili-

brando-se na perna boa.

Zack saltou para o telhado plano coberto de cascalho

e observou a vista. O céu estava negro, mas a escuridão

ganhava vida com os gemidos e rugidos dos mortos-vivos.

Rice e Zoe também saltaram da aeronave, e jogaram

a escada de corda sobre a lateral do telhado. Ozzie foi o

primeiro a descer.

– Primeiro as damas – Zoe disse,

gesticulando para que Rice fosse na

frente.

Rice fez uma careta,

mostrou a língua e desceu

depois de Ozzie.


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Zack foi depois da irmã, esticando o pé com medo,

até que encontrou um degrau. Lá vamos nós de novo,

pensou ele, sacolejando a quatro metros do chão.

O garoto gemeu quando seus pés tocaram o chão.

Analisou o perímetro escuro. Nenhum zumbi à vista,

mas o fedor podre da morte logo penetrou suas narinas.

Ele engasgou com o cheiro conforme as sombras ganha-

ram foco.

Os brigões leprosos se aproximaram mancando sob

o brilho fraco de neon que cercava o posto de gasolina.

– Eu vejo gente morta... – Rice brincou.

– Olha só – Ozzie falou, jogando alguma coisa no

peito do Zack. – Ganhe um pouco de tempo com esses

sinalizadores enquanto... você puder. Zoe, me dá os cartões de crédito da sua mãe. Depois, traga aquilo pra


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cá! – Ele apontou a muleta para uma estante de galões vermelhos de gasolina em frente à loja.

– Desculpa então, Sr. Manda-chuva. – Zoe atirou a bolsa no garoto e saiu pisando forte para buscar os galões de gasolina vazios.

Um zilhão de zumbis os cercaram, com os braços esfarrapados bem abertos, os lábios enrugados mostrando os dentes, tossindo muco e cuspindo gosma. Era nojento.

– Pronto? – Rice ergueu o punho e Zack retribuiu, dando um soquinho.

– Hora de dar uma controlada na multidão – disse Rice, acendendo os sinalizadores. Entregou um a Zack, e os dois partiram em direções opostas.

Mais à frente, um zumbi velhinho se arrastava na direção do Zack.

– Pra cá, vovô! – Zack chamou o velhote morto-vivo babão. O zumbi zombou dele, em resposta, revelando os hediondos dentes decompostos. Um furúnculo nojento explodiu como uma bolha de lava na bochecha pulsante do esquisitão velhaco. Zack abanou o sinaliza-

dor na cara do monstro e gesticulou de um lado para o

outro, direcionando a multidão crescente de zumbis

para longe de Ozzie e Zoe, que estavam nas bombas de

combustível.


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Do outro lado do estacionamento, mais zumbis

brotaram da rodovia, arrastando-se em direção à

brilhante luz rosa.

– Andem logo, pessoas! – Rice gritou. – Tá ficando

difícil aqui!

– Estamos indo o mais rápido que podemos! – Zoe

gritou de volta.

– Quase lá! – disse Ozzie.

Os mutantes famintos por cérebros se aproximavam

sem hesitar, formando um semicírculo denso em torno

dos garotos. Zack podia sentir as centenas de olhos

mortos-vivos sobre ele.

– Falta muito? – ele perguntou.

– Ahhh! – Rice gritou.

Zack virou-se e viu o amigo

perdendo o controle do rebanho

zumbi.

– Rice! – Zack berrou,

quando um motoqueiro

morto-vivo, vestindo uma

jaqueta de couro, agarrou

Rice pela perna e o arrastou

pelo asfalto. Zack ficou aflito


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ao ver o melhor amigo sendo engolido pela muvuca de

monstros esfomeados.

– Zack, cuidado! – Zoe gritou. – Atrás de você!

Zack deu meia-volta. Um zumbi gigantesco se preci-

pitou sobre o garoto com um ataque duplo de seus

braços colossais. Zack se esquivou e esticou a perna,

dando uma rasteira no brutamontes zumbificado, derru-

bando-o no asfalto com um barulhento ploft.

Olhou ao redor, procurando por Rice, mas tudo o

que viu foi um fluxo sem fim de zumbis: um açougueiro

barrigudo que usava um avental cheio de sangue; depois,

uma dona de casa com a perna arqueada e o rosto derre-

tendo como em uma cirurgia plástica malfeita; um

pedreiro morto-vivo com os globos oculares girando

dentro dos óculos de proteção.

Nada do Rice.

– Rice! – Zack chamou mais uma vez, começando a

sentir enjoo. O garoto se afastou da horda zumbi que

avançava em sua direção, e um pânico desamparado

tomou conta dele. – Rice!

– Zack! – Ozzie gritou. – Volte à sua posição!

Então, pelo canto dos olhos, Zack avistou o amigo:

Rice engatinhava para fora do amontoado compacto de


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zumbis. Com os óculos tortos, o garoto ficou de pé e

acendeu outro sinalizador. – En garde! – ele berrou,

fazendo uma pose de esgrima, galopando sem sair do

lugar, como um espadachim medieval.

Zack suspirou de alívio e voltou ao trabalho, quando,

de repente, um grito de terror ecoou lá de cima. Madison!

Sobre o telhado, Cintilante latia feito louco, e Zack conse-

guiu ver a Dra. Scott se debatendo dentro do helicóp-

tero. O garoto se afastou da linha de frente zumbi e

correu para a escada de corda.

– Ahhh! – Madison guinchou de novo, e, sem pensar

duas vezes, Zack escalou escada acima, rezando para

não ser tarde demais.


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