Fábio Trindade DA AGÊNCIA ANHANGUERA [email protected] Na literatura é assim: quando uma obra faz muito sucesso, o mercado se volta para aquele segmento e procura autores e outros livros do gê- nero para acompanhar a on- da do momento. A saga Har- ry Potter, por exemplo, de J.K. Rowling, revolucionou a literatura fantástica contem- porânea e obras no estilo pi- pocam no mercado editorial até hoje. Já quando surgiu a série de Stephenie Meyer chamada Crepúsculo, os vam- piros passaram a dominar as ideias de novos escritores, as- sim como muitas produções audiovisuais. Então Suzanne Collins lançou Jogos Vorazes e livros sobre distopia com ficção científica, no momen- to, são a bola da vez, tendo a franquia Divergente, de Vero- nica Roth, como melhor exemplo de livros que embar- caram nesse sucesso — mas é apenas um entre vários. A trilogia Legend, da chine- sa radicada nos Estados Uni- dos Marie Lu, de 30 anos, também é uma filha do gêne- ro da vez que já garantiu su- cesso mundial. Ambientada na República, nação instala- da numa região outrora co- nhecida como Costa Oeste dos EUA e que vive em guer- ra contra as Colônias (qual- quer lembrança de Jogos Vo- razes é totalmente aceitável), a série acompanha o roman- ce improvável entre dois jo- vens de origens distintas nu- ma realidade opressora. O primeiro livro da trilo- gia, Legend, foi lançado em 2011 e, na ocasião, a autora declarou ter se inspirado no clássico de Victor Hugo Os Miseráveis. Segundo ela, a intenção era recriar o confli- to entre Jean Valjean e Ja- vert na versão adolescente. O fato é que a crítica espe- cializada americana gostou do resultado, conseguindo excelentes avaliações de jor- nais como Los Angeles Ti- mes e The New York Times. “Uma tensa e emocionante brincadeira para todos os ti- pos de leitores com detalhes criativamente inventados que eliminam as chances do livro cair no clichê”, decla- rou o primeiro periódico, en- quanto o jornal mais famo- so do mundo escreveu se tratar de “um ótimo exem- plo de ficção comercial com enredo afiado, profundo e excitante”. Com isso, Marie Lu caiu nas graças dos leitores e o se- gundo título, Prodigy, lança- do aqui no ano passado, foi um sucesso de vendas. Algo que também é esperado ago- ra para Champion, o último livro da trilogia que acaba de chegar às lojas pela editora Rocco (304 págs., R$ 34,50). A obra vai mostrar o desenro- lar de Day e June, casal prota- gonista que busca, enfim, se acertar e resolver os proble- mas da República. Vale lembrar que os direi- tos autorais de Legend já fo- ram adquiridos pela produto- ra CBS Films, tendo os pro- dutores da saga Crepúsculo, Wyck Godfrey e Marty Bo- wen, por trás da obra. Jona- than Levine, diretor de 50/50, está previsto para dirigir o longa, que deve ter como ro- teiristas Andrew Barrer e Ga- be Ferrari (dupla de Sabrina - A Aprendiz de Feiticeira). Ateliê Aberto abre amanhã mostra de artistas mineiros ARTE / LITERATURA JOVEM / Bola da vez é a trilogia Legend, da chinesa Marie Lu O blog (In)Utilidade Pública, especializado em cultura jovem, listou sete motivos para ler a trilogia Legend. Confira: 1 - É uma distopia Desde a ascensão de Jogos Vorazes, tanto nos cinemas quanto nas livrarias, esse estilo literário virou febre entre os adolescentes. Um governo absolutista, um jovem que inicia a rebelião contra o governo e a ascensão dos direitos iguais. Essa é a receita para todas as distopias e com a trilogia Legend não é diferente. 2 - História É uma distopia, OK. Mas o que fala a história? No primeiro livro, o cenário é os Estados Unidos pós-apocalíptico, agora divido entre República e Colônias que vivem em constante guerra. O jovem Day — um criminoso perigoso, um dos mais procurados da República — e a esperta June — soldado prodígio, com um futuro brilhante nas forças armadas — são os protagonistas que acabam se encontrando por acaso. E, após muita emoção, choro e ranger de dentes, eles descobrem que precisam lutar contra a República para salvar as próprias vidas e de muitos outros. Já no segundo volume, Day e June têm a missão de continuar o legado que construíram e representar uma classe por seus direitos autorais, no meio de tanta confusão e guerras. E, por último, em Champion, os personagens vão fazer escolhas extremamente surpreendentes que podem ao mesmo tempo frustrar e construir um final épico. 3 - Personagens A autora Marie Lu criou em cada personagem características bem peculiares e marcantes, deixando a história mais gostosa de ler. Além disso, como não poderia ser diferente, eles se completam, sempre ajudando um ao outro, o que cria um laço forte entre eles. 4 - Nada de “mimimi” Ao contrário de muitas distopias, os personagens de Legend não ficam de mimimi o tempo todo. Eles fazem o que é preciso quase sem pensar, e sabem agir de acordo com o que fizeram. Também não temos um relacionamento muito grudento entre os personagens, o que acaba agradando a parcela masculina dos leitores. 5 - Prodigy não decepciona Na maioria das trilogias, o segundo volume acaba sendo sempre o mais fraco, com “bobeiras” para a história correr. Prodigy passa longe disso. A autora surpreende e consegue um ótimo gancho para deixar todos loucos para ver o que vai acontecer no terceiro livro. 6 - Escrita A autora usou várias técnicas para deixar os livros fáceis de ler. Capítulos curtos, narração em primeira pessoa, dois pontos de vista, entre outras coisas, deixaram os livros mais leves que o normal. Fora que ela tem um estilo muito próprio, sem muita extravagância, de escrever e mostrar o que quer com uma excelência não muito encontrada hoje em dia. 7- Edição A edição da Rocco é caprichada. As bordas das páginas contam com efeitos que dão a impressão de documentos antigos, deixando os livros um charme. E os capítulos contam com fontes diferentes para diferenciar quando a história é narrada pela June e quando é pelo Day. Distopia ainda rende livro de sucesso Fotos: Divulgação A escritora chinesa radicada nos Estados Unidos Marie Lu, autora da trilogia Legend: série é ambientada na República, nação instalada numa região outrora conhecida como Costa Oeste dos EUA O Ateliê Aberto realiza amanhã o vernissage da exposição A Palavra, O Homem, O Mundo, dos artistas mineiros Flávia Regaldo e Aruan Mattos. Eles produziram instalações e objetos buscando provocar no visitante um questionamento sobre os impactos das máquinas na construção no cotidiano. Durante a abertura, das 19h às 22h, haverá ainda mais uma edição do Projeto Sonzeira com Jovem Palerosi, de São Paulo. Depois, a mostra poderá ser visitada de 2ª a 6ª-feira, das 14h às 19h, ou por agendamento (atendimento @atelieaberto.art.br), até 5 de dezembro. O Ateliê Aberto fica na Rua Major Solon, 911, Cambuí, Campinas, fone: 3251-7937). A entrada é franca. (AAN) Trama segue a trilha de obras como Jogos Vorazes e Divergente SAIBA MAIS C6 CORREIO POPULAR C6 Campinas, domingo, 19 de outubro de 2014 CADERNO C