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QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013Mensal . Ano 2 . N.24
www.cm-cascais.pt
INFOMAIL
JOO CEPEDA PERFIL DO MUNCIPELUS CARLOS ALVES PERFIL DO
COLABORADOR BO
LETI
M M
UNIC
IPAL
p.10-11
CASCAIS DESTAQUE
Cascais: a sua cmara municipal distncia de um clique
Pacote de Emprego: abriram inscries para estgiosp.5 p.12-13
Conjunto de medidas inovadoras esto a ser aplicadas pelo
municpio utilizando a internet como ferramenta de contacto e
trabalho en-tre muncipes e autarquia. A ideia poupa o seu tempo e o
seu dinheiro, ao mesmo tempo que promove mais e melhores servios
pblicos.
Ao abrigo do protocolo estabelecido entre a Cmara Municipal de
Cascais e o Instituto de Emprego e Formao Profissional, esto j
abertas as candidaturas aos Programas de Es-tgio de Cascais. A
medida insere-se no Plano Concelhio de Promoo da
Empregabilidade.
ENTREVISTA
p.18-19
O Estoril Jazz mantm os mesmos critrios desde o primeiro dia
Duarte Mendona
Estivemos conversa com um dos nomes grandes da cena musical
portuguesa. A histria do Jazz, de Duarte Mendona e do evento que
criou para o Estoril para ler nesta edio do C.
Anna Catharina, HOLANDA
Eu usaria uma palavra para descrever Cascais: humanidade.
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ELEVMETROEDITORIAL
Envie-nos comentrios e sugestes atravs do
e-mail:[email protected] ou, por carta, para C - Boletim
Municipal, C-mara Municipal de Cascais, Praa 5 de Outubro 2754-501
Cascais.
FICHA TCNICA
PROPRIEDADE Cmara Municipal de Cascais
COORDENAO Departamento de Inovao e Comunicao
EDIO Gonalo Venncio
REDAO Ana Cristina Almeida, Antnio Maria Correia, Ftima
Henriques, Isabel Alexandra Martins, Las Castro, Mrio Duarte, Marta
Silvestre, Patrcia Sousa, Susana Atade
FOTOGRAFIA Ins Dionsio, Las Castro, Lus Bento, Marta Silvestre,
Sibila Lind
MULTIMDIA Ana Laura Alcntara, Antnio Maria Correia, Gonalo Dias,
Miguel Caramelo, Pedro Ramos, Rodrigo Saraiva
GRAFISMO E PAGINAO Ana Rita Garcia
TIRAGEM 135.000 exemplares
PERIODICIDADE Mensal
DEPSITO LEGAL 332367/11
Informao atualizada
em:www.cm-cascais.ptwww.facebook.com/CMcascais
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30anos10
aniversrio
A presena de cidados moldavos em Cascais h muito que assumiu uma
vocao cvica. A face mais visvel do trabalho da comunidade o seu
Centro Cultural Moldavo que se encontra a comemorar uma dcada de
atividade. A oca-sio foi assinalada, em si- multneo, com a realizao
do 8 Festival Mar- tisor. Carlos Carreiras, presidente da Cmara, e
Alexandre Faria, vereador das relaes internaciona-is, foram
agraciados com uma das mais altas con-decoraes do Governo da
Moldvia, o Diploma e Medalha de Mrito.
CENTRO CULTU-RAL MOLDAVO
Est inaugurada mais uma ludobiblioteca, desta feita na Escola
Bsica Ral Lino, no Monte Estoril. Com um esplio de 2414 documentos,
o equipamento construdo de raiz servir os 250 alu-nos da escola e
toda a co-munidade interessada, aos sbados das 09h30 s 13h. Esta a
dcima ludobiblio-teca do concelho e insere-se numa viso municipal
da escola como ncora de vivncias comunitrias.
LUDO BIBLIOTECA
2414
2obras OP
documentos
A pouco e pouco os pro-jetos vencedores do Or-amento
Participativo de 2011 comeam a ganhar forma. J foi inaugurada a
segunda obra decorrente deste processo. Depois da requalificao de
um espa-o pblico em Carcavelos, foi colocada ao servio da
comunidade a zona cober-tura multiusos da Associa-o Jernimo Usera.
Ana Tojal, presidente da AJU, sublinhou o entusiasmo e a
responsabilidade de toda a comunidade que sente estre projeto como
seu.
COBERTURA AJU
Diversidade, tolerncia, multiculturalidade. Nenhum destes
valores abstrato. E em Cascais sabemo-lo bem. Em pouco mais de 99
km quadrados de territrio moram 140 nacio-nalidades. Fiel sua
tradio de liberdade e de abertura ao mundo, Cascais a orgulhosa
casa de cidados que repre-sentam perto de 80% das naes do mundo.
Alis, uma das festas mais comemoradas nos quatro cantos do planeta,
o St. Patricks Day, reuniu este ano a comunidade irlandesa em
Portugal precisamente em Cascais. Uma festa que fomos acompanhar,
aproveitando para recordar a notria influncia irlandesa na cultura
e vida de Cascais. , por isso, um Cascais de muitas caras e de
muitas cores, aquele que trazemos a t si, nesta edio 24 do C. A
nossa equipa de reportagem andou pelo concelho procura de
cas-calenses que vieram de longe. Gente que escolheu a nossa terra
para ser a sua casa. Pelas mais diversas razes. Gente to diferente,
como Elvia e Carlos Oviedo, da Colmbia, ou Branislav Mihajlovic, da
Srvia, que tendo chegado a Cascais por razes distintas, aqui
ficaram pelos mesmos motivos: a luz de Cascais, a beleza de
Cascais, as pessoas de Cascais. Mais histrias de pessoas de Cascais
que lhe trazemos, tambm, nas pginas deste boletim. Conhea Joo
Lisboa, um jovem cascalense pelo mundo que vive e trabalha em
Atlanta; recorde, na primeira pessoa, episdios de vida de um smbolo
do futebol do Estoril: Joo Cepeda, o torpedo da Amoreira; desvende
algumas dos episdios ainda no contados pela equipa de velejadores
cascalenses que, em So Francisco, conquistou um lugar ao sol na
maior prova de vela do mundo para a sua categoria: a Red Bull Youth
Americas Cup. Porque maio est a chegar, e ms de grandes msicas no
Estoril, estivemos conversa com Duarte Mendona, um dos nomes mticos
do Jazz portugus e promotor do Estoril Jazz. Fazemos uma visita
guiada ao cartaz do Estoril Jazz ao qual, recentemente, a UNESCO se
associou, classificando-o como evento comemorativo do Jazz.Olhando
para o futuro, desvendamos as linhas orientadoras do processo de
reviso do PDM de Cascais, e apresentamos um pacote de medidas
destinadas a fazer da Cmara Munici-pal, um melhor prestador de
servios e um agente facilitador da sua vida
Cascais Elevada s Pessoas.
Passaram, no passado dia 18 de maro, 30 anos sobre a morte do
Rei Umberto II de Itlia. Figura muito querida dos italianos e dos
cascalenses Cascais, des-tino de exlio, foi a sua casa durante
dcadas - o Rei Um- berto II foi recordado numa grande cerimnia que
decorreu, em simultneo, em Npoles e Turim. Na ocasio, e por
solici-tao dos organizadores, foi lida uma mensagem de Cascais ao
povo italiano.
REI UMBERTO II
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03
OPINIO
SNIA FERNANDES
A arte de falhar.
A Cmara Municipal de Cascais cometeu um enorme Falhano no
passado dia 2 de Maro. No s concordou em apoiar um evento que
pretendia apenas e s celebrar Falhanos e desmistificar Sucessos,
como o seu Presidente, Carlos Carreiras, fez honra a tal misso
sendo o primeiro de dez oradores presentes na Casa das Histrias
Paula Rego nesse dia. E foi, para quem no testemunhou tal
acontecimento, absolutamente digno de nota e inesquecvel, um motivo
de orgulho para todas as pessoas que fazem de Cascais a sua terra.O
The (First Ever) World Failurists Congress tinha a modesta misso de
mostrar e provar que o caminho para o Sucesso invariavelmente
composto por Falhanos. Ou seja, por muitos becos sem sada, muitas
curvas e contracurvas, muitos retrocessos e paragens bruscas e,
acima de tudo, muitos reclculos de caminho para que se chegue,
minimamente inteiro, ao destino (seja este qual for). Por outras
palavras, queria-se comprovar que no existe Sucesso (ou verso do
mesmo) que no contemple uma boa dose
de Falhano na sua construo. E a necessidade de desmistificar tal
processo uma que tem vindo a ganhar cada vez mais fora. Vejamos.O
passar dos anos tem-nos convencido que a melhor medida da vida de
uma pessoa o sucesso que consegue (ou no) atingir. Sem sucesso,
poucos somos, pouco temos e ainda menos podemos aspirar a ser ou
ter. Temos de ter (e ser!) sucesso custe o que custar. Todos
sentimos o inegvel peso do sucesso em cima dos ombros e todos
sabemos o que provoca um fortssimo medo de Falhar, medo de arriscar
e medo de tentar sequer. O sucesso, assim sendo, provoca medo. E
como tal assustador, dizer que o Falhano faz parte do caminho
parece contranatura. Desconfiamos de tal processo mas no sabemos
lidar com ele, no sabemos decifr-lo e muito menos sabemos viver com
os seus desgnios. Tal, infelizmente, tambm acontece com o sucesso.
Como disse Celso Martinho, co-fundador do Sapo e orador do WFC, em
Portugal estigmatiza-se o falhano e penaliza-se o sucesso. E
verdade; quem Falha um Falhado e as pessoas que atingem o Sucesso
no so dignas ou fizeram-no atravs de batota. No meio destes dois
extremos, natural que andemos perdidos e sem saber para onde ir,
como ir ou se j l chegmos sequer. Assim, no passado dia 2 de
Mar-
com o mesmo e, por fim, Pedro Aniceto fechou o certame com chave
de ouro, realando a dificuldade que todos temos em avaliar as
situaes com que nos deparamos e os consequentes falhanos da
provenientes. O WFC foi um inesperado Sucesso (o que em si um
Falhano pois nunca tal resultado tinha sido devidamente
equacionado). As pessoas saram de l inspiradas e com um pouco menos
medo de Falhar. Ouviram-se histrias hilariantes, testemunhos
sensveis, situaes inacreditveis todas elas contadas por seres
humanos corajosos que quiseram, de alguma forma, repor a verdade
sobre os percursos profissionais que viveram e vivem. No final do
dia, pairava no ar uma crena mais forte no que
realmente importa e dever reger as nossas vidas: no o medo de
Falhar mas sim o medo de nem sequer tentar e ficar para sempre na
dvida. seguindo este ensinamento que o WFC, na sua verso The
(Second Ever) World Failurists Congress, vai acontecer no Porto com
o apoio da AEP. Quando? Ainda est por decidir. Oradores? Por
enquanto, um confirmado. Local? Tambm se decidir, certamente.Tudo
poder Falhar at l. Pelo menos essa a esperana.E no esqueamos:
Falhados so os atos, as expectativas, os objetivos mal definidos,
nunca as pessoas.
Desempregada de Sucesso e elemento nico do Comit de
(des)Organizao do WFC. [www.wfc.pt [email protected]]
o, ocorreu a estreia do evento mais improvvel dos ltimos anos em
Portugal com o objetivo de aliviar o peso do sucesso e do falhano
na vida das pessoas atravs de testemunhos reais, bem-humorados e
cndidos de um grupo de pessoas corajosas que quiserem, de certa
forma, repor a verdade sobre o que tm feito a nvel
profissional.Alberta Marques Fernandes foi Madrinha e Apresentadora
do evento; Carlos Carreiras fez um discurso absolutamente delicioso
sobre o que considera ser o Falhano e a forma como to mal lidamos
com o mesmo; Celso Martinho revelou os maiores Falhanos da sua
carreira em termos de projetos e levou fotografias que o provaram;
Susana Rodrigues (Diretora da Escola Superior de Artes e Design do
IP Leiria) mostrou como as quedas no so o fim da viagem (e levou
Hirudoid para todos) e Ricardo Diniz (navegador solitrio)
contou-nos das suas viagens cheias de peripcias, incluindo
encontros imediatos com contentores em alto mar e salvamentos em
cruzeiros Noruegueses.O ambiente na sala no podia ter sido melhor.
As pessoas presentes estavam verdadeiramente aten-tas,
participaram, colocaram questes e, acima de tudo, iam percebendo
que at mesmo as pessoas supostamente de maior sucesso tiveram que
passar pelo Falhano para chegarem onde tinham chegado e continuarem
em frente. Da parte da tarde, Fernando Alvim (Antena 3 e +tvi)
contou-nos como conseguiu Falhar a organizao de eventos musicais e
a forma como lidou com as consequncias nefastas; Pedro Domingos
(Co-fundador do site de crowdfunding ppl.com.pt) explicou quais os
maiores falhanos das campanhas de crowdfunding em Portugal; Pedro
Janela (da WYGroup) fez as contas e disse exatamente quantas
oportunidades, projetos e dinheiro tinha perdido ao longo dos seus
anos de carreira; M Joo Nogueira (blogger em Jonasnuts) explicou
como detesta o Falhano ao ponto de to bem saber lidar e
aprender
... dizer que o Falhano faz parte do caminho parece
contranatura.
Falhados so os atos, as expectativas, os objetivos mal
definidos, nunca as pessoas.
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
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04
CASCAISPERFIL DO COLABORADOR
LUS CARLOS ALVES
Nasceu em Angola, Gabela, a terra do caf e do nevoeiro. Em 1969
viajou pela primeira vez para Portugal com apenas cinco anos. Como
nos contou, esta no foi uma viagem de frias planea-das para vir
conhecer a terra dos seus pais e avs. A infncia vivida e
descontrada aos sabores de frica, foi interrompida por uma viagem
forada pelos ventos da descolonizao que, em 1974, ob-rigou milhares
de portugueses a trilhar um caminho de no retor-
Informtico
no em direo metrpole e a uma vida nova feita do nada. As suas
recordaes de Angola so escassas, mas Lus Carlos lembra-se bem do
momento da partida, do colo da me, da sensao de que alguma coisa no
estava a correr bem, do som das rajadas de me-tralhadora, da
angstia motivada pela espera de dias e noites pas-sadas numa
garagem onde tam- bm estavam muitos outros por-tugueses. Tal como a
sua famlia, estas eram pessoas que engros-savam as listas de espera
das es-coltas at ao aeroporto, de onde todos partiriam em direo a
Portugal. Hoje, 39 anos aps ter pisado solo ptrio e depois de
al-guns amigos lhe mostrarem foto-grafias atuais da casa onde viveu
em Angola, destruda, Lus Carlos no sente vontade de voltar. A
nostalgia do regresso no lhe toca to profundamente como queles que
regressaram j mais velhos e com um ba cheio de memrias de um tempo
feliz. E se a despedida de Angola foi dura, os primeiros anos em
Por-tugal no foram menos difceis. A famlia viu-se forada a
comear
do zero e os primeiros anos de Lus Carlos em Portugal so
pas-sados na terra da me e dos avs maternos, em Casal Sancho,
Vi-seu. Como era preciso garantir a subsistncia da famlia, o pai
tenta de tudo e arranja trabalho na distante Lisboa. Durante al-gum
tempo, e at que a situao laboral do pai permitisse reunir de novo
toda a famlia, Lus Car-los continuou com a me e a irm, em Viseu,
onde iniciou os estudos primrios. Mais tarde, j em Lis-boa,
prosseguiu os estudos e no liceu comeou a interessar-se por
informtica. Computadores e motores eram j na altura as paixes de
Lus Car-los. A adorao por carros e motas tal que se pudesse, para
alm de informtico, seria piloto de Fr-mula 1. Decidido, Lus Carlos
ain- da no tinha 18 anos quando ju-rou que tinha que tirar a carta
de conduo de automveis. A maio-ridade, contudo, tinha-lhe guarda-do
uma das maiores provas da sua vida. Problemas de sade levam-no, por
diversas ve-zes, mesa de operaes, a que se seguiram dois anos de
fisioterapia intensa no Centro de Medicina e Reabilitao de Alcoito
que lhe devolveram a mobilidade poss-vel. Ao lembrar esta passagem
da sua vida, sente- -se a gratido nas palavras de Lus Carlos.
Gratido imensa por todos aqueles que, em Alcoito, o ajudaram a
inverter um caminho que no raras vezes se pensou ser irreversvel. J
com 23 anos de casa, so pou-cos os que na Cmara de Cascais no
conhecem o Lus Carlos. E o percurso na autarquia comea aos 20 anos,
quando na sua primeira experincia profissional, Lus Carlos consegue
uma colocao como administrativo nas Oficinas Municipais. Desse
tempo recorda o Chefe, engenheiro Daniel Barri-ga, que lhe dizia
que a felicidade depende muito da forma como encaramos a vida. Se
nos acomo-darmos, a vida nunca nos sorrir. Ensinamento que Lus
Carlos nun- ca esqueceu porque nunca deixou de lutar pelos seus
sonhos. J a trabalhar consegue, em simult-neo, licenciar-se em
Informtica de Gesto. J doutor, e espera
de definio da sua situao na autarquia, concorre a um lugar na
banca. Obteve a melhor clas-sificao no processo mas na fase de
entrevista negam-lhe aberta-mente a possibilidade de traba-lhar no
grupo por causa do seu problema de mobilidade. Nesse momento, pela
primeira vez, Lus Carlos sentiu na pele que existem preconceitos
que podem sobre-por-se competncia das pes-soas. Felizmente, hoje, a
nossa sociedade encara estas situaes com mentalidade mais aberta e
de forma mais justa, afirma.Mas por cada janela que se fecha h uma
porta que se abre. Pouco depois surge a oportunidade de ir
trabalhar para o Gabinete de In-formtica da Cmara Municipal de
Cascais. Na poca, Lus Carlos era o nico elemento com uma
licenciatura na rea. Ser infor-mtico quase como ser mdico, porque
para se estar atualizado tem que se continuar a estudar pela vida
fora. Das palavras aos atos, algum tempo depois Lus Carlos voltou
aos bancos da uni-versidade para fazer uma ps-graduao em Sistemas
de In-formao porque, como explica, o progresso na rea informtica no
deixa de nos surpreender to-dos os dias, rola a uma velocidade
vertiginosa. A necessidade de se atualizar , por isso, constante.
Tirando as histrias infantis que
faz questo de ler todos os dias s duas filhas, as suas leituras
re-sumem-se, atualmente, a manuais de informtica. No seu dia de
trabalho no h ro-tinas. Todos os dias apresentam-se como desafios
aos quais ele e toda a equipa tm de dar respos-tas rpidas e
eficazes. Ao Gabi-nete de Informtica da Autarquia cabe fazer a
manuteno de todo o parque informtico, o que se tra-duz em muitas
questes para dar resposta todos os dias. J pas-sei algumas noites
sem dormir procura de solues para tentar resolver problemas
informticos, mas no me arrependo porque na minha rea aprendemos
coisas novas todos os dias. Esses pro-blemas tornam-nos todos os
dias mais capazes. A nossa autarquia a nvel infor-mtico no fica
atrs do que de melhor se faz em Portugal nesta rea. Devemos estar
muito perto de atingir o rcio de um computa-dor por utilizador,
acrescenta com satisfao. Sempre que pode, Lus vai at ao autdromo do
Estoril sentir o som, o cheiro e a adrenalina dos motores. Mesmo
que chova co-piosamente e que seja o nico espetador na bancada.
Afinal de contas, no preciso ser piloto para ganhar uma corrida,
nem para vencer as difceis voltas que a vida d. IAM
Ser informtico quase como ser mdico, porque para se estar
atualizado tem que se continuar a estudar pela vida fora.
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE CULTURA
AGENDAENTREVISTA
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DURAO DO ESTGIO12 meses
DESTINATRIOSEntre os 18 e 25 anos.
PROGRAMA DE FORMAO E ACOMPANHAMENTO TCNICO DINAMIZADO PELA CMARA
MUNICIPAL DE CASCAIS . Mdulos de Formao Comportamental para
estagirios;. Sesses de grupo de Acompanhamento e Desenvolvimento
Pessoal;. Acompanhamento tcnico das entidades empregadoras e
estagirios
05
CASCAIS
INSCRIES ABERTAS PARA ESTGIOS PROFISSIONAIS
Decidida a tentar mitigar, no concelho de Cascais, o problema do
desemprego, especialmente entre os mais jovens, a Cmara Municipal
de Cascais acaba de estabelecer uma parceria com o Instituto de
Emprego e Forma-o Profissional (IEFP) para a implementao do
programa Es-tgios Profissionais em Cascais. As inscries j esto
abertas. Este protocolo surge no mbito do Plano de Ao Local para o
Emprego 2013 e beneficia do conhecimento adquirido pela edilidade
em seis edies do pro-grama municipal Jovens Ativos. No
desenvolvimento dos Est-gios Profissionais o municpio vai manter os
aspetos diferen-ciadores do programa Munici-pal Jovens Ativos, que
regista uma taxa de empregabilidade aps estgio de 80% e que, nos
ltimos anos, abriu a porta a es-tgios profissionais a 245 jovens de
Cascais. No mbito deste pro-grama os jovens receberam uma forte
componente de formao em competncias transversais e desenvolvimento
pessoal as quais vo agora ser reforadas com a promoo de Estgios
Profissionais em parceria com o IEFP.
Municpio e IEFP promovem emprego para jovensentre 18 e 30
anos
Com o programa Estgios Profis-sionais sair reforada a
compo-nente de formao e acompanha-mento tcnico, semelhana do que
tem sido prtica municipal nos programas de apoio em-pregabilidade.
De acordo com a idade, os jovens podem candidatar-se a dois tipos
de medidas de Estgios Profis-sionais: (I) Medida Estgios
Pro-fissionais e (II) Medida Passa-porte Emprego Impulso Jovem. Em
ambos os casos a Cmara Municipal de Cascais garante apoio/informao
s entidades, formao comportamental para os estagirios (mdulo de
co-municao, trabalho em equipa, etc.), acompanhamento tcnico dos
estgios. Est previsto tam-bm um incentivo contratao aps o estgio
atravs de uma majorao financeira, quando o mesmo realizado no mbito
do Programa de Estgios Profission-ais do IEFP e comparticipado at
75% pelo referido programa. Estas medidas destinam-se a promover o
sucesso do estgio, maximizando a probabilidade de continuar a
colaborao aps o estgio, e a aumentar a empre-gabilidade e as
competncias dos estagirios.
DURAO DO ESTGIO9 meses
DESTINATRIOSEntre os 18 e os 30 anos com 12 profissional ou
mais, e pessoas com deficincia ou incapacidade, desempregados
integrados em famlia monoparental ou casal com ambos desempregados,
independentemente da idade e nvel de qualificao.
PROGRAMA DE FORMAO E ACOMPANHAMENTO TCNICO DINAMIZADO PELA CMARA
MUNICIPAL DE CASCAIS . Mdulos de Formao Comportamental para
estagirios;. Sesses de grupo de Acompanhamento e Desenvol- vimento
Pessoal;. Acompanhamento tcnico das entidades emprega- doras e
estagirios
As vagas para estgio so anun-ciadas em www.cm-cascais.pt,
encontrando-se atualmente sete vagas disponveis. Os interes-sados
que tenham os requisitos referidos anteriormente podem ainda
procurar um estgio pro-fissional sua medida candi-datando-se junto
das entidades empregadoras do seu interesse e apresentando a
possibilidade da entidade integrar este Programa. As empresas,
associaes, in-stituies sociais ou outras que pretendam mais
informao so-bre o programa devero contac-tar a Unidade de Promoo do
Emprego da Cmara Municipal de Cascais atravs do nmero 21 481 53 63
ou atravs do endereo de e-mail:
[email protected].
Para apoiar esta procura ativa de estgios, a Cmara Municipal de
Cascais organiza regu-larmente sesses de informao Encontra o teu
Estgio Profissional em Cascais.
Marque na sua agenda as prximas sesses: 15 de abril, 15h00Centro
de Interpretao Ambiental da Pedra do Sal | So Pedro do Estoril
2 de maio, 15h00Loja Gerao C de So Miguel das Encostas
15 de maio, 16h00Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana
17 de junho, 15h00Junta de Freguesia de Carcavelos
As inscries nestas sesses devero ser realizadas em
www.cm-cascais.pt.
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
O combate ao desemprego uma prioridade entre prioridades.
[Carlos Carreiras]
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Nesta edio de Cascalenses pelo Mundo estabelecemos contacto com
Atlanta para conhecer Joo Lisboa. Jogador de tnis, aos 18 anos Joo
foi estudar para os Es-tados Unidos com uma bolsa de mrito
desportivo e l que traba-lha, como staff accountant numa empresa
portuguesa. Conhea a vida americana de um cascalense na Gergia: um
estado onde, aos 20 anos, no pode beber uma cer-veja, mas pode ter
porte de arma.
Joo, como que foi o seu per-curso em Cascais, antes de partir
para os Estados Unidos? Sou cascalense h 22 anos. Vivi sempre em
Cascais, com muitas experincias e boas memrias difceis de esquecer.
Frequentei escolas perto da minha residncia, na Parede. O St.
Georges School, o Colgio D.Luisa Sigea e o mtico Liceu de S. Joo do
Estoril. Come-cei a jogar tnis com quatro anos, na Quinta da
Marinha, num clube que infelizmente j no existe, substitudo por um
novo hotel. A adquiri uma grande paixo pelo
06
JOO LISBOAMATCH POINT PARA O SONHO AMERICANO
CASCALENSES PELO MUNDO
JOO LISBOA
22 ANOS
PROFISSO:
STAFF ACCO
UNTANT
CIDADE DE AC
OLHIMENTO:
ATLANTA, GE
ORGIA, EUA
DISTNCIA A C
ASA:
6550KM
tnis, que j era o desporto preferi-do da famlia. Mais tarde, no
Quin-ta da Marinha Health & Racquet Club, fiz os ltimos
preparativos para embarcar numa nova e ines-perada aventura pelas
Amricas. Uma nova aventura, mas levando comigo as recordaes dos
tem-pos passados na minha Praia das Avencas, do calmo e pacato Caf
do Lago no Monte Estoril e das idas nocturnas ao Tamariz.
O que que o motivou a ir estu-dar para os Estados Unidos? Foi
durante o ensino secundrio que cresci, abri horizontes e ganhei
alguma maturidade. Nessa altura da minha vida senti que queria algo
diferente, surgiu a oportuni-dade e agarrei-a com as duas mos.
Motivou-me a possibilidade de poder tirar um curso universi-trio
num pas cujo ensino tem grande prestgio, aliado ao facto de poder
continuar a jogar tnis de competio. Foi o sentimento de
competitividade e de desafio que me levou a dizer sim vida
universitria nos Estados Unidos.
Mas foi difcil. Disse o sim com o eco do no na minha mente. Do
no ao deixar pais, irmos, res-tante famlia e amigos. Do no a deixar
as praias e a gastronomia nacional. Do no de deixar Cas-cais e
Portugal. Entrou no Emmanuel College, na Gergia. Como que a vida
num campus americano? Digo-lhe, com toda a certeza, que a melhor
experincia acadmica que guardo foi o dia-a-dia no cam-pus
universitrio. Foi um choque cultural. Uma maneira totalmente
diferente de interagir e falar com as pessoas. Mtodos de estudo e
estilos de vida diferentes. Foi uma excelente experincia, que me
levou a desenvolver a minha au-tonomia e sentido de
responsabi-lidade, com total liberdade para planear o meu tempo. O
mtodo acadmico nos Estados Unidos muito diferente do Portugus.
muito prtico, criativo, aberto opinio e anlise, sempre com o total
apoio dos professores. De certo modo muito aberto ao nvel cultural
devido s mltiplas na-cionalidades, religies e tradies. Enfim,
precisaria de um volume da Guerra e Paz para descrever as
diferenas.
A vida num campus americano mesmo como vemos nos filmes de
Hollywood? Depende. A vida universitria nos Estados Unidos muito
rica na sua diversidade. A minha univer-sidade pequena (8.000
alunos) e est situada no meio do campo, na Gergia. Normalmente via
esqui-los e um ou outro veado a vaguear pelos campos. Mas se me
deslocar uns quarenta minutos para sul chego University of Georgia,
que tem volta de quarenta mil alunos e um estdio de futebol
americano maior do que Wembley, com ca-pacidade para 96 mil
pessoas. um campus com um estilo de vida diferente, est no meio da
ci-dade de Athens, tem mais vida, especialmente nas noitadas dos
bares e pubs. E se for para Atlanta encontro o campus do Geor-gia
Tech, rodeado por arranha-cus e multides. Portanto uma questo muito
relativa apesar de pensar que existe alguma veraci-dade demonstrada
nas produes de Hollywood.
Como que se faz a adaptao a uma realidade to distante?
Com tempo. Apesar de j conhe-cer algumas grandes cidades como
Londres, Paris ou Madrid, a adaptao foi complicada. O mais difcil
foi aprender a aceitar a men-talidade e os hbitos da populao de um
estado um pouco mais con-servador. O porqu de toda esta fast-food,
dos carros grandes e da euforia por um desporto, a meu ver,
aborrecido: o Baseball. Eu tento perceber. Falo, criam-se debates,
mas no fim, mesmo no compreendendo, aprendi a aceitar as pessoas
como elas so, tornan-do a minha integrao na socie-dade mais
fcil.
Encontra algum ponto de ligao entre a realidade da Gergia e a
nacional?Ligao? Muito pouca. Apesar de serem duas sociedades de
cultura ocidental, navegar para o outro lado do Atlntico encontrar
outra realidade. Por exemplo, vivo numa sociedade onde aos 20 anos
no se pode beber uma cerveja mas pode-se andar armado. Repare, uma
vez conheci uma marine que tinha trs espingardas no porta-bagagens
e uma pistola no porta-luvas.
Foi para os EUA como jogador de tnis e ganhou uma bolsa
des-portiva. Fez parte das equipas universitrias... uma experin-cia
nica... Foi essa bolsa que me permitiu ir para os EUA, de outro
modo teria sido impossvel, j que os preos das propinas so
proibitivos. Fui o nmero trs da equipa uni-versitria durante quatro
anos. , sem dvida, uma das melhores recordaes que guardarei.
Viaj-mos bastante, especialmente para outros estados. Foram algumas
viagens de doze horas em grandes carrinhas brancas com muita
con-versa. Infelizmente sofri algumas leses nos joelhos, a provocar
trs intervenes cirrgicas, o que no permitiu que evolusse tanto como
desejaria.
Sente falta de alguma coisa que aqui dava como adquirida?
Sabe-mos que o atum americano no grande coisa curioso que me fale
do atum. Na semana passada fui a um res-taurante grego perto do meu
escritrio. O dono portugus. Comprei azeite, alheiras, atum Bom
Petisco e uma dzia de pastis de nata congelados. H duas semanas
comi bacalhau
Braz num restaurante cujo chefe era madeirense. Disseram-me que
fazem um almoo portugus uma vez por ms. Estiveram no restau-rante
cerca de cem portugueses para a sardinhada. O portugus est por todo
o lado. Mas o que me faz mesmo falta so as praias e o clima de
Cascais.
E no demorou muito at que en-contrasse emprego no final do seu
curso. Verdade?A boa mdia de curso (18 valores) e as distines
acadmicas foram, em conjunto com muito afinco, uma grande ajuda na
procura de emprego. Quando estava a fi-nalizar o curso comecei a
enviar currculos para vrias empresas. Entretanto, por feliz
coincidncia, tive conhecimento da existncia de uma empresa
portuguesa com escritrios em Atlanta. Enviei o meu cv e consegui
uma entrevista duas semanas antes de acabar o curso. Passados trs
meses estava a trabalhar. Sou staff accountant e trabalho no
departamento finan-ceiro da empresa.
Como que dos EUA se olha hoje para a crise nacional?Com
preocupao. Os EUA olham para a crise portuguesa como parte
integrante da crise europeia. E esta que os preocupa, j que a
interligao das economias euro-peia e americana muito forte. Por
isso se diz que quando a America espirra a Europa constipa-se.
um observador privilegiado da realidade americana. Em que
sentido que, na sua opinio, os Estados Unidos esto a
evoluir?Cheguei aos EUA duas semanas antes de Obama tomar posse
para o primeiro mandato. Foi um grande marco para evoluo cons-tante
e non-stop deste pas. A questo da evoluo econmica muito
interessante. Na Europa encontramos um regime mais aus-tero, com
aumento de impostos e redues de despesa. Nos Estados Unidos a
realidade diferente, es-tando sempre presente o seu bem conhecido
capitalismo. Penso que os Americanos se encontram num momento de
grande impasse. A dvida continua a subir e no h consenso para um
desfecho posi-tivo. Uns querem aumentar impos-tos e reduzir
despesa, outros s querem cortar na despesa. Enfim, muitos caminhos
mas nenhum consenso para uma soluo.
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE
-
07
CASCAIS
Texto: Patrcia Sousa | Fotos: Lus Bento
Cepeda. O torpedo da Amoreira.
PERFIL DO MUNCIPE
um dos casos em que a alcunha basta para apresentar o homem: Joo
Cepeda, ou Torpedo da Amoreira, homem forte, de tron-co largo e
remate blico, mantm a fama que justifica o nome de batismo
futebolstico e que lhe garantiu a presena em inmeras cadernetas.
Para os cascalenses, principalmente para os estorilis-tas, um dos
cromos mais apete-cidos. Ponto prvio para os leitores nas-cidos
depois da dcada de 70: Joo Cepeda , ainda hoje, lem-brado como um
futebolista in-vulgar que marcou uma gerao no clube da Amoreira.
Tanto pela sua velocidade como pela sua potncia de remate, Cepeda
era um dos jogadores mais temidos pelos adversrios e o seu talento
mostrava-se capaz de desfazer as mais slidas defesas adversrias. Ao
ponto de, em 1974, estar muito perto de representar o seu Ben-fica,
clube de que scio desde os 16 anos, o que no acontece porque a
revoluo de abril deita por terra todos os planos. Mas a histria
futebolstica do Torpedo da Amoreira comea noutros campos, antes dos
anos de ouro no Estoril, onde atingiu o estatuto de dolo:
contribuiu para sucessivas subidas de diviso da equipa e venceu uma
Taa Ri-beiro dos Reis. Joo Manuel Guedes Cepeda, nome no bilhete de
identidade,
nasceu em outubro de 1949, em casa, nas Areias, em S. Joo do
Estoril. Estudou no Murtal, fez o ensino secundrio na Escola
Francisco Arruda e a escola in-dustrial na Escola Marqus de Pombal,
em Lisboa. Tinha 13 anos quando comeou a jogar bola no Dramtico de
Cascais. Por l continua at aos 18 anos. A maioridade, e a obrigao
de cumprir o servio militar, levou-o at Alverca. A partir daqui,
daria o salto para a outra margem do Tejo, para jogar no
Barreirense no campeonato de 69/70. no final dessa temporada que
Cepeda fi-nalmente regressa a casa. Ingres-sa no Estoril Praia em
1970 e ficou na Amoreira at ao final da poca de 77/78. Ao longo
deste tempo, Cepeda escreveu pginas de ouro na histria do Estoril
acompan-hado, de resto, por nomes con-hecidos como Fernando Santos,
Vieirinha, Ferro, Verglio, Peixo-to, Nlson Reis, Torres, Simes,
Fontoura, Clsio, Amlcar, Rui Paulino, Norberto ou Hagan. Ho-mens
que recorda com saudade e com quem partilhou grandes emoes. Veloz,
possante, marcou golos que se fartou, algo estranho para um homem
com a sua fisionomia o que, paradoxalmente, acabava por ser a sua
imagem de marca sempre de barriga encolhida e peito espetado.
Muitos achavam estranho como que um gordo
corria tanto Mas eu no era gor-do, tinha era uma caixa torcica
muito grande diz o ex-jogador. H episdios que um craque no esquece.
Principalmente o con-fronto com os grandes clubes na-cionais.
Cepeda conta um desses episdios com gozo particular. Era um jogo da
3. eliminatria da Taa de Portugal contra o F.C. Porto. Ganhmos por
3-0 e o Joo Lachever, mtico dirigente do Es-toril que levou o clube
I Diviso, chegou a sentir-se mal nesse jogo, conta. Longe das
mordomias que hoje se prestam aos grandes jogadores e a milhas de
distncia da reali-dade do grande negcio que o futebol contemporneo,
Cepeda
tinha um contrato de 7.500 escu-dos (ou sete contos e
quinhen-tos, 37,50 a preos de hoje). E esta apenas uma das pequenas
diferenas entre o seu futebol e o de hoje que, apesar de todos os
defeitos e de todos os milhes, at nem sai mal na fotografia quando
se avalia a verdade desportiva. Naquela altura roubava-se bem no
futebol. Era o sistema e no ha-via as televises sempre atrs de ns.
Apesar disso, tnhamos bons rbitros ao contrrio do que acon-tece
hoje, principalmente porque esto mal preparados e lhes falta
categoria. Cepeda lembra os tempos em que ir ao futebol era como ir
missa. Era tudo bonito. Muito cansativo mas glorificante. ramos
muitos homens a subir e descer as cabi-nes. Tnhamos recees
magnfi-cas. A frugalidade das condies era inversamente proporcional
riqueza das emoes. A equipa vestia equipamentos do exrcito e
treinava em campos pelados. Era um Estoril pobrezinho, o daquela
altura, recorda. Feliz-mente, o presidente de ento, o falecido
Lapinha, levantou um clube que estava na III Diviso e praticamente
a descer para a regional prossegue, concluindo de seguida: Foi ele
que relvou o
campo, j em 1975. A partir da as condies melhoraram. Em 1978,
Cepeda faz a viagem do Estoril para o Restelo e assina pelo
Belenenses. Enverga a cami-sola azul com Cruz de Cristo at 1982,
poca que assinala a re-forma dos relvados, com 32 anos. Pouco tempo
depois, em 1983, comea a trabalhar no Bingo do Casino do Estoril
onde se mante-ria at 2008. Hoje joga noutra equipa, a do
restaurante Mars Vivas, na Amoreira, onde lhe cabe o papel de ponta
de lana nas relaes pblicas do negcio do amigo Jos Manuel Peixoto.
fcil per-ceber que o Mars Vivas uma casa canarinha. As paredes esto
recheadas com elementos alusi-vos carreira de Cepeda e do Es-toril
camisolas, recortes de jor-nais, faixas de campeo, as botas com que
pisou os relvados pela ltima vez e fotos tiradas por em-blemticos
fotgrafos de Cascais como Tony, Ferrari ou Capela. Isto quase uma
SAD do Estoril. Os jogadores comem aqui e todos os anos, por altura
do Natal, orga-nizo o Almoo dos Canarinhos, para antigas glrias do
futebol. Provas de que Cepeda, mesmo fora dos relvados, continua a
fazer o que melhor sabe: marcar golos.
Era tudo bonito. Muito cansativo mas glorificante. ramos muitos
homens a subir e descer as cabines. Tnhamos recees magnficas.
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
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DESTAQUEUMA VISO SOBRE A CASCAIS DO FUTURO
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE CULTURA
AGENDAENTREVISTA08
Forte conteno urbanstica, mais espaos para a indstria de valor
acrescentado, criao de dinmicas geradoras de emprego, preservao e
exten-so do patrimnio ambiental, promoo da nossa cultura, da nossa
identidade e da nossa comunidade, anulao das as-simetrias urbanas
criando um territrio uno do ponto de vista social, cultural e
econmico: em precisamente 50 palavras se resumem as prioridades do
documento que emergiu da re-viso do Plano Diretor Munici-pal (PDM)
de Cascais.Ciente dos desafios que os tempos trazem consigo, quer
ao nvel ambiental (com as al-teraes climticas), quer ao nvel
financeiro (com as alte-raes constantes de quadros macroeconmicos),
quer ainda ao nvel social (com as altera-es nas condies de vida), a
Cmara Municipal de Cascais iniciou, em maio de 2011, um processo de
reviso do PDM concelhio. Destinado a defender a quali-dade de vida
dos cidados, ao mesmo tempo que se as-sume como ferramenta de
en-quadramento estratgico para as opes polticas a tomar no que diz
respeito ao desenvolvi-mento sustentado do territrio, o processo de
reviso do PDM est praticamente fechado em-bora no deva ser aprovado
an-tes de novembro. Dizem os livros de histria que h trs pr-condies
cruciais para a viabilidade de uma uni-dade poltica,
independente-mente da sua natureza. Essas trs pr-condies so a
exis-tncia de territrio, de re-cursos e de populao. Ora,
precisamente sobre es-sas trs variantes que deve ope- rar um PDM
ou, pelo menos, um que se queira adaptado s exigncias do sculo XXI.
Foi precisamente sobre esses trs grandes elementos que a re-
Desvendamos as primeiras linhas do projeto de reviso do Plano
Diretor Municipal
viso do PDM operou. Partindo de uma anlise swot do concelho, foi
feita uma ra-diografia do concelho, iden-tificando-se pontos fortes
e pontos fracos no territrio. Por exemplo, foram considerados como
pontos fortes: (1) as zo-nas de elevado valor ecolgico e qualidade
paisagstica; (2) a conjugao da histria e da modernidade; (3) o
parque habitacional jovem e a riqueza dos centros urbanos
histricos; (4) o fato do concelho ser um destino consolidado,
interna-cionalmente, do ponto de vista turstico; (5) a elevada
quali-ficao da populao e uma taxa de crescimento populacio-nal
superior mdia nacional; (6) bons acessos martimos, areos e
rodovirios; (7) boas redes de equipamento cul-tural, educativo,
sade e social; (8) forte base de apoio ao em-preendedorismo e
dinmica empresarial. Do lado dos pon-tos fracos, reconhece-se: (a)
desordenamento do territrio, existncias de zonas desquali-ficadas e
a progressiva deserti-ficao do centro histrico; (b) assimetrias na
distribuio da populao; (c) obstculos e bar-reiras mobilidade de
pees e ciclistas; (d) modelo de empre-sarial assente em atividades
de baixo valor acrescentado e fraca incorporao de inovao e
tecnologia; (e) mobilidade assente, especialmente, no uso
individual do automvel.
Foi esta identificao de base que permitiu esboar as linhas do
PDM para o futuro, tirando partido das vantagens e anu-lando os
fatores negativos que tm sido causadores de atrito ao
desenvolvimento.
DA PRTICA AODesenvolvimento sustentvel e coeso territorial so
objetivos polticos claros do PDM. Para os concretizar, o PDM vai
as-sentar em cinco eixos estrat-gicos. O primeiro eixo, denominado
Cascais, Territrio com quali-dade de vida urbana, prende--se
sobretudo com a unidade integral do concelho e com a qualidade dos
equipamentos ao servio dessa ideia de unidade. Pretende-se
ultrapassar a dua-lidade litoral-interior, sendo que para isso
necessrio, por exemplo, promover uma rede urbana qualificada e
articu-lada, criar espaos pblicos de qualidade e proximidade
(dan-do primazia ao peo), melhorar a rede de transportes pblicos ao
mesmo tempo que se pro-move a intermodalidade, ou cri-ar redes
pedonais e clicveis.J o segundo eixo, Cascais, Territrio de
Criatividade, Conhecimento e Inovao, as-senta nos pressupostos de
que necessrio fixar, captar e de-senvolver talento e criatividade
para elevar a competitividade territorial. Nesse sentido, e
po-tenciando a micro-geopoltica de Cascais, sugerido o
desen-volvimento do ensino univer-sitrio, bem como a fixao de
empresas de elevado potencial criativo. Ainda dentro desta linha de
ao, a promoo da atividade econmica de ele-vado perfil um desgnio,
quer atravs da promoo da oferta turstica de excelncia, quer atravs
da criao de no-vas centralidades ancoradas nas cincias da sade e da
vida, atraindo o talento dos nichos
de especialidade. Quanto ao terceiro eixo, Cas-cais, Territrio
de Valores Am-bientais, e como o prprio nome indica, aponta para um
enquadramento das polticas de eficincia energtica, para a preservao
da diversidade biolgica, para a salvaguarda do ambiente e para a
preven-o na produo de resduos. Cascais, Territrio Coeso e
In-clusivo o tema do quarto eixo, um eixo sobretudo centrado nas
pessoas e nas relaes entre pessoas. Daqui se depreende que a
multiculturalidade um patrimnio de Cascais e que a preservao do
mesmo uma obrigao. Ao mesmo tempo, o PDM sinaliza a necessidade de
apostar na diversidade social promoo de um territrio in-clusivo
para todas as geraes, polticas de regenerao ur-bana, combate
segregao urbana so apenas algumas das expresses utilizadas no
documento. O acesso a ser-vios de qualidade, o fomento do
empreendedorismo social e a promoo da identidade ur-bana e do
sentido coletivo de
pertena, devem ser tambm fortemente estimulados. O quinto e
ltimo eixo, Cas-cais, Territrio de Cidadania Activa, foca o reforo
da ca-pacidade do cidado exercer os seus direitos bem como o seu
sentido de responsabilidade social.Em pinceladas largas, esta a
filosofia que enquadra o novo PDM. Um documento que se quer assumir
como carta es-tratgica do concelho para os prximos anos, indo ao
encon-tro das alteraes tectnicas que se esto a operar a todos os
nveis no mundo contempor-neo. Resumindo, este um projeto de PDM que
tem um objetivo claro: honrar o contrato social entre geraes. Isso
significa cuidar e honrar o presente, ao mesmo tempo deixando s
ge-raes do futuro, um territrio mais solidrio, mais uno e mais
prspero do que aquele que por ns foi herdado.
Este PDM prepara--nos para tempos que preciso fazer mais e
melhor, com menos [Carlos Carreiras]
-
PERGUNTA E RESPOSTA. CARLOS CARREIRASA verso preliminar do novo
PDM de Cascais est pronta. Para que destino aponta este
documento?Diziam os velhos lobos-do-mar, aqui de Cascais, que
seguindo sempre as mesmas rotas e os mesmos mapas iriamos sem-pre
dar aos mesmos destinos. O PDM que ainda est em vigor, e que de
1997, levou-nos por caminhos que no so os que os cascalenses, de
forma unnime, desejavam. Foi um PDM respon-svel por uma grande
massifica-o do territrio e pela expanso da mancha de construo a que
tivemos de pr travo a fundo. Se no o fizssemos, teramos sido
cmplices de um violento ataque ao nosso patrimnio, deixando para as
geraes do futuro um mau legado. por isso que era da maior
relevn-cia pensar um novo PDM para
Cascais. Desde maio de 2011 que entrmos em processo de reviso.
Acresce a isto que o municipalismo entrou naquilo que eu considero
ser a sua ter-ceira fase.
E que fase essa? Se considerarmos que a primei-ra fase foi a da
infraestrutura-o do territrio (redes virias, de abastecimento, por
exem-plo), que a segunda fase foi de equipamento (escolas, centros
de sade, bibliotecas, etc), en-tramos agora numa terceira fa- se:
uma fase que j no de har-dware mas sim de software. uma fase
centrada, sobretudo, no capital humano, nas pessoas. para a que
aponta o PDM. Queremos um PDM que se assu- ma como um documento
verda-deiramente estratgico, como um mapa para o futuro de
Cascais.
Como esse futuro? o de um concelho sustentvel, do ponto de vista
financeiro e ambiental. o de um concelho que caminha para a
autossu-ficincia. um de um concelho pronto para dar respostas
robus-tas e resilientes s alteraes climticas. o de um concelho que
defende intransigente-mente o seu patrimnio mate-rial e imaterial.
, por fim, o de um concelho economicamente forte, que cria
oportunidades para todos os seus muncipes. Por ser tudo isto, um
futuro de um Cascais mais uno, mais prs-pero e mais solidrio, onde
cada cidado tem mais capacidade de decidir o seu prprio destino. No
fundo, um documento fiel ao que tenho dito: no tempo para grandes
obras, mas para obras que faam uma grande diferena.
Quais so, agora, as principais fases at aprovao final do
PDM?Acabmos de apresentar o do-cumento Comisso Tcnica de
Acompanhamento compos- ta por mais de duas dezenas de entidades -,
na presena dos ele- mentos da Assembleia Munici-pal, da Vereao e de
tcnicos da CMC. A comisso tem agora um prazo para se pronunciar,
seguindo os trmites normais deste processo. Mas, antes dis- so,
iremos abrir uma exposio sobre o PDM e iremos promo-ver uma srie de
debates com a populao nas freguesias. Ainda antes da abertura
formal
e legal da consulta pblica, que-remos j integrar os cidados no
processo. Porque este tam-bm um PDM feito com e para os
cidados.
E a aprovao, ficar para quando?Depois da consulta pblica, o
documento ser votado pelo Executivo e pela Assembleia Municipal.
Acredito que o pro-cesso decorrer, como at aqui, com enorme
normalidade e par-ticipao pblica. Contudo, por uma questo de tica,
nunca ser votado antes das eleies de outubro.
-
Sabia que 12% da populao residente em Cascais es-trangeira? E
que 140 das 180 na-cionalidades do globo esto c recenseadas? Isto
significa que em apenas 99km quadrados de territrio esto
representadas 80% das naes do mundo. Cas-cais assim: amante da
diversi-dade, cmplice da tolerncia. E tem orgulho nisso. Porque so
essas caractersticas, esse pat-rimnio, que faz deste territrio uma
ambio, uma aspirao, ou um porto de abrigo. Gostamos
Vera Luca veio da Moldvia. Est em Cascais h 11 anos. Faz
atendimento no Centro Cultural Moldavo do nosso concelho.
Janine Gonalves veio da frica do Sul. Est em Cascais h 15 anos.
scia gerente da empresa SOS. Medical-Cascais.Gosta de viver aqui
por tem uma qualidade de vida que no existe em muitos stios.
Tom Correia veio da Guin-Bissau. Est h 17 anos em Cascais.
Trabalha na associao de guineenses do concelho.
Gabriela Blattner e Gunther Wiesend vieram da Alemanha. Esto em
Cascais h 13 e 8 anos, respetivamente. Realizaram um dos seus
sonhos: viver junto ao mar. No pensam voltar Alemanha porque aqui
est a nossa vida.
Elvia e Carlos Oviedo, me e filho, viram da Colmbia. Esto em
Cascais h 15 anos. Destacam a tranquilidade e a paz do
concelho.
e incentivamos que aqui, neste canto nas margens do Atlntico,
cada um d asas aos seus son-hos, independentemente da sua raa,
credo ou provenincia. E onde muitos preferem erguer os muros da
diferena, ns preferi-mos construir as pontes da uni-dade. Aqui no
vemos o mundo a preto e brando, nem dividimos a humanidade entre
bons e maus, ricos ou pobres. Aqui, com-preendemos o outro porque o
outro faz parte de ns, um dos nossos. A histria de Cascais
assim, a unidade construda a partir da diversidade. S isso
ex-plica que tanta gente, de pontos to distantes do planeta, com
opinies to diferentes sobre os homens e sobre a vida, coincida num
ponto: ter feito de Cascais a sua escolha de vida.
Trazemos at si caras, cores e cheiros de terras longnquas
transportadas at c por quem fez de Cascais a sua casa. Temos o
prazer de lhe apresentar cas-calenses que vieram de longe.
Tornar Claro o nome do prmio que pretende distin-guir os
trabalhos na rea da promoo da diversidade cul-tural, no concelho de
Cascais, atravs dos media locais.
Para mais informaes con-sulte o site www.cm-cascais.pt
Patrcia Maria de Jesus veio do Brasil. Est em Cascais h 7 anos.
gerente do Caf Pampilheira. Acredita que Cascais se desenvolveu ao
ponto em que tem tudo.A vila faz-lhe lembrar Minas Gerais, a sua
terra natal.
Fotos: Ins Dionsio e Sibila Lind
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11
Tobias Jansen veio de Espanha. Est em Cascais desde o vero
passado. artista de rua e acha que a vila um stio muito agradvel e
muito bonito.
Soi Leng Ng veio da China. Est em Cascais h 15 anos.Sente-se em
casa, tem amigos aqui, e no pensa em voltar para o seu pas de
origem.
Ivor Lambe veio da Irlanda. Est em Cascais h 14 anos. Gere o
Irish Pub. Adora Cascais: vivo ao p do mar como na minha casa, na
Irlanda, s que aqui tenho sol quase todos os dias.
Anna Catharina veio da Holanda. Est em Cascais h 3 anos e meio.
gerente do caf-galeria House of Wonders. Adoro Cascais, adoro a sua
luz, adoro fazer as pessoas felizes com coisas simples.
Branislav Mihajlovic veio da Srvia. Est em Cascais h 20 anos.
pintor. Cascais soberbo, no h lugar assim no mundo.
Sara e Virginia vieram do Paraguai. Esto em Cascais h 11 anos.
Uma ex-jogadora de futebol, a outra praticante de ioga.
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12
CASCAIS...
Processo de modernizao administrativa da Cmara Municipal de
Cascais
Qual a importncia da internet na vida dos cidados? H um am-plo
consenso social na sua rele-vncia. Mas seremos capazes de medir a
sua presena no nosso quotidiano? Ou, dito de outra forma, num mundo
de escolhas, seramos capazes de abdicar de alguma coisa para ter
internet? Foi isso que uma revista inter-nacional tentou fazer,
realizando uma sondagem pan-europeia. Os resultados indicam opes
sur-preendentes. As pessoas esto de tal modo dependentes da
in-ternet para ir ao banco, para ler jornais, para aceder cultura
ou para pagar compras e servios que 80% dos inquiridos prefe-riam
ficar sem fast food do que sem internet. Uma percentagem
semelhante, preferia abdicar de chocolate do que ficar privado do
acesso net. Isto prova de que
forma a internet se tornou viral e como tem um lugar central na
organizao social dos nos-sos dias. A presena massiva da internet em
todos os domnios da vida sejam eles poltico, econmico ou social -
um pro-cesso irreversvel. A internet e as novas tecnologias no
tornaram o mundo apenas mais pequeno. Elas so responsveis por
ga-nhos econmicos sem preceden-tes, por um radical incremento da
liberdade individual e por um saudvel reforo dos poderes dos
cidados escala planetria.Ciente disto, e utilizando todo o
potencial das novas tecnologias, a Cmara Municipal de Cascais
mergulhou num dos mais ambi-ciosos planos de modernizao
administrativa alguma vez em-preendidos por uma autarquia. No
passado dia 5 de maro, no
Centro Cultural de Cascais, foram apresentadas 15 medidas que tm
objetivos concretos: simplificar a vida do cidado, garantir acesso
informao, reduzir a ineficincia econmi-ca, aumentar os poderes de
es-crutnio dos muncipes sobre os seus representantes e garantir a
proximidade entre autarquia e cidados. Para Carlos Carreiras,
presidente da Cmara Municipal de Cascais, este um processo sem
precedentes e que marca o inicio de uma viagem sem re-torno em
direo ao futuro. Por exemplo, ao permitirmos o aces-so online dos
cidados s Assem-bleias Municipais e s reunies de Cmara, queremos
potenciar a cidadania. Ao desmaterializa- rmos os processos,
especial-mente os do urbanismo, que-remos ser facilitadores da
ini-
A mudana de atitudes um grande desafio no processo demodernizao
administrativa. Em Cascais comemos por questionar os nossos
procedimentos internos.[Miguel Pinto Luz]
ciativa e da ao individual. Ao permitirmos o acompanhamento de
todos os processos online, em cada uma das suas fases, mostra-mos
que queremos ser escrutina-dos e avaliados pelo que de bom
e menos bom fazemos, conclui o presidente da autarquia.
Apresentamos-lhe 10 das novas medidas que vo ter reflexo na sua
vida.
Carlos Carreiras, presidente da CMC, na apresentao do Programa
Cascais distncia de um clique
-
A partir de abril, os servios prestados pela autarquia na rea
urbanstica sero desmaterializa-dos. O muncipe pode requerer licenas
ou pedir a apreciao de processos a partir de casa ou do
DESMATERIALIZAO DOS SERVIOS URBANSTICOS
escritrio, sem necessidade de se deslocar Loja Cascais. Para
tal, basta aceder ao Portal da Cma-ra
[www.cm-cascais.pt],registar-se como utilizador [A Minha rea] e dar
incio ao pro-cesso. No momento em que se-lecionar o tipo de servio
que pretende ficar a saber quais os documentos que dever juntar ao
processo. Sempre que haja lugar a paga-mento ser gerada uma
refern-cia multibanco.
Com a digitalizao de todas as propostas, registou-se uma reduo
substancial da utilizao de papel (menos 100 mil folhas) e do tempo
de trabalho necessrio para a preparao dos vrios ex-emplares que
quinzenalmente eram entregues a cada membro do executivo municipal
(pou-pana de 3000 horas anuais).
REUNIES DE CMARA. DESMATERIALIZAO DAS PROPOSTAS
Consulta dos processos online: o muncipe pode tomar
conhe-cimento do andamento dos pro-cessos ou da deciso tomada em
relao aos mesmos sem ter que se deslocar loja ou mesmo tele-fonar.
Depois de efetuar o seu registo no Portal da autarquia consegue
aceder base de dados onde se encontram averbados todos os servios
que requereu autarquia por via digital.
TRANSPARNCIA NOS SERVIOSPRESTADOS AOS MUNCIPES
INTERVENES ONLINE NAS REUNIES PBLICAS EM TEMPO REAL
Em breve, os muncipes podero fazer as suas intervenes nas
reunies pblicas de Cmara, on-line e em tempo real, sem se
des-locarem ao Auditrio do Centro Cultural de Cascais. Atualmente,
o agendamento das intervenes do pblico nas reunies de C-mara j pode
ser formalizado por inscrio online (A Minha rea).
ASSISTIR S REUNIES DE CMARA E DE ASSEMBLEIA MUNICIPAL SEM SAIR
DE CASA
Os muncipes que no tm dis-ponibilidade para estar presentes nas
reunies pblicas da Cmara e da Assembleia Municipal que se realizam
no Centro Cultural de
Cascais, podem, posteriormente, assistir s mesmas atravs dos
vdeos colocados na pgina da internet da autarquia.
NOVA VERSO DO SISTEMA DE INFORMAO GEOGRFICA. GEO CASCAIS
Com uma nova apresentao ori-entada para o pblico em geral,
mantendo a verso anterior di-rigida a profissionais, tcnicos e
especialistas (GEO Cascais - http://geocascais.cm-cascais.pt). O
novo GeoCascais dispe de in-formao detalhada sobre temas
relacionados com as reas de
RELATAR OCORRNCIAS ATRAVS DO ENVIO DE FOTOS OU VDEOS
No necessrio deslocar-se Cmara para informar-se sobre uma
determinada ocorrncia ou problema detetado na sua rua ou localidade
porque j o pode fazer enviando fotos ou vdeos para a autarquia e
acompanhar a reso-luo da ocorrncia pelo portal de servios online.
Brevemente, disponibilizaremos uma nova aplicao mobile que permite
o registo simplificado, bem como a localizao geogrfica recolhida
pelo equipamento [smartphone ou tablet].
INCENTIVOS UTILIZAO DOS SERVIOS ONLINE
Ao optar por realizar pedidos de servio online na rea do
ur-banismo, o muncipe vai poder beneficiar de 30 por cento de
desconto nas taxas de apreciao dos processos, mas para usufruir
deste incentivo, todos os pro-cedimentos relacionados com o mesmo,
tero de ser submetidos online.
28 maro | Alcabideche Grupo Musical e Desportivo 1 de Julho de
Alcoito
11 de abril | Carcavelos Centro Comunitrio da Parquia de
Carcavelos
30 de maio | Parede Escola Sec.Fernando Lopes-Graa
20 de junho | Estoril Centro Social e Paroquial de S. Pedro e S.
Joo do Estoril
11 de julho | Cascais Centro Cultural de CascaisHorrio: Das
21h00 s 23h00
Ferramenta de comunicao on-line multiplataforma e de par- tilha
de contedos entre os co-laboradores, aumentando a efi- cincia na
comunicao e par-tilha de informao entre depar-tamentos.
MELHORIA DA COMUNICAO ENTREDEPARTAMENTOS
gesto do municpio, como ur-banismo, atividades econmi-cas,
desporto, Plano Diretor Municipal, entre outros. Dis-pe,
igualmente, de vistas areas oblquas, vistas de rua streetview e em
breve ser possvel navegar por Cascais em 3D.
No mbito do programa promo-vido ao longo do ano de 2013 pela
Cmara Municipal de Cascais, enquanto Capital da Cidadania e da
Democracia Participativa, so criadas em todas as fregue-sias do
concelho, as Assembleias Locais, fruns de discusso que decorrem
entre maro e julho, com o objetivo de desenvolver uma maior
interligao entre o poder executivo e os cidados. As intervenes esto
sujeitas a marcao prvia atravs da Di-viso da Cidadania e
Participa-o por email ([email protected]) ou telefone
(214815340).
ASSEMBLEIAS LOCAIS EM TODAS AS FREGUESIAS DO CONCELHO
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AMBIENTECASCAIS CELEBRA A SEMANA DO AMBIENTE Borboletrio, Ncleo
de Interpretao da Cresmina e Pedra do Sal em destaque
Texto: Las Castro | Foto: Ins Dionsio e Sibila Lind
Hoje, 21 de maro, celebra-se o Dia Mundial da rvore, data
comemorada em Cascais com a realizao de trs momentos de celebrao da
Natureza: a inaugurao do Borboletrio do Parque Urbano Quinta de
Rana (11h) e do Ncleo de Interpreta-o da Duna da Cresmina (14h), e
a reabertura do Centro de In-terpretao Ambiental da Pedra do Sal.
Os eventos assinalam o culminar da Semana do Ambi-ente 2013, que
arrancou no dia 11 de maro e foi marcada por diversas atividades
dirigidas a toda a populao.
Espao singular em todo o con-celho, o Borboletrio que hoje
inaugura foi concebido pela Cmara Municipal de Cascais com o
objetivo de divulgar a vida das borboletas, que ali es-taro em
liberdade, permitindo aos visitantes estar em contacto direto com
as espcies mais emblemticas da regio e com as que encontramos
frequen- temente em todo o pas e em
21 de maro ainda a data de inau-gurao do Ncleo de Interpre-tao
da Duna da Cresmina, que dar a conhecer a fauna e flora nicas
associadas ao sistema du-nar Guincho-Cresmina, servindo tambm de
ponto de partida para um percurso interpretativo que levar os
visitantes a conhe-cerem, atravs de passadios so-bre-elevados, os
valores naturais inerentes a estes ecossistemas. Estas dunas so uma
pequena parcela do complexo Guincho-Oitavos, com caractersticas
par-ticulares associadas migrao das areias, atravs da ao dos
ventos. O sistema dunar permite, assim, a existncia de diversas
espcies animais, como insetos, rpteis, aves e seus predadores. A
soluo encontrada pela C-
Aps ser alvo de obras de remo-delao, o Centro de Interpreta-o
Ambiental da Pedra do Sal reabre com a exposio temtica Cascais da
Terra ao Mar, que rene contedos temticos e in-terativos sobre as
caractersticas biofsicas da costa cascalense: mars, geomorfologia,
costas rochosas, habitats subaquti-cos, ZIBA - Zona de Interesse
Biofsico das Avencas, ribeiras costeiras e pesca sustentvel. A
partir de hoje, o espao est dis-ponvel de tera a sexta, das 10h s
13h e das 14h s 17h; aos fins de semana, das 10h s 13h e das 14h s
18h; e aos feriados, das 14h s 17h.
A Semana do Ambiente foi mar-cada pela realizao de diversas aes
de plantao de rvores nativas, que contaram com a par-ticipao de
alunos das escolas do concelho, colaboradores de empresas e da
Cmara Munici-pal, Jovens Ativos e tambm de toda a populao
cascalense. Realizou-se, ainda, o Roteiro das rvores de Cascais
(percurso interpretativo pela baixa da vila, que revela as
especificidades das espcies de rvores a exis-tentes) e workshops
temticos sobre compostagem e plantas aromticas. Houve ainda espao
para uma ao de controlo e er-radicao de espcies invasoras exticas
da orla costeira - que teve lugar junto do miradouro do Farol Raso
- e para a realizao de uma sesso de esclarecimen-to populao sobre
eficincia energtica, no mbito do projeto Caa Watts.
outros pontos do globo. O Bor-boletrio est ainda preparado para
receber grupos escolares e especialistas que, no laboratrio, podero
estudar o desenvolvim-ento dos ovos, crislidas e lagar-tas, bem
como a reproduo das borboletas em cativeiro. O espao est aberto s
segun-das, quartas e sextas, das 9h30 s 17h, e aos sbados, das 9h s
13h.
BORBOLETAS DE CASCAIS DISTNCIA DE UM TOQUE
EXPLORAR AS DUNAS SEM PREJUDICAR A NATUREZA
mara Municipal de Cascais para ordenar a visitao de forma a
preservar a Natureza passou pela criao dos passadios, cujo
per-curso acompanhado por pai-
nis que ajudam os visitantes a conhecer e interpretar os valores
naturais. O Ncleo abre de tera a domin-go, das 9h s 18h.
PEDRA DO SAL COM NOVOS CONTEDOS TEMTICOS
ATIVIDADES PARA TODOS OS GOSTOS E IDADES
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE CULTURA
AGENDAENTREVISTA
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AMBIENTE
NA PSCOA QUEM PAGA O MEXILHOCampanha alerta populao para as
quantidades-limite da apanha do mexilho
Texto: Las Castro | Fotos: DR
A Pscoa est a chegar e, como tradio desta poca festiva, famlias
e amigos saem para as praias na Sexta-feira Santa para a apanhar
mexilho. Mas o que muitos desconhecem que, se essa captura for
excessiva, pode prejudicar os ecossistemas mari-nhos. Tudo porque,
num curto es-pao de tempo, centenas - se no milhares - de pessoas
apanham grandes quantidades de mexi-lho, no diferenciando os
peque-nos e mdios - que iro crescer e reproduzir-se - dos grandes,
que j atingiram a fase adulta e esto a encerrar o seu ciclo
reprodutivo. Consequncia: h uma enorme razia nas populaes de
mexilho jovem em determinados locais, colocando em causa o seu
normal desenvolvimento e reproduo, e podendo mesmo interferir na
ca-deia alimentar da fauna marinha. para alertar a populao para
esta questo e apelar a uma apanha controlada que a Cmara Municipal
de Cascais realiza a campanha de sensibilizao Na Pscoa quem paga o
mexilho, que estar nas ruas durante o ms de maro.A iniciativa vai
incidir nos res-taurantes do concelho, que vo receber informao
sobre os peri-gos de comercializar moluscos bivalves de origem
desconhecida.
Pretende-se, assim, que os res-ponsveis destes estabelecimen-tos
adquiram apenas mexilho capturado por profissionais que cumpram as
normas legais para a chamada apanha profissional, que estabelece um
limite de cap-tura de 150 quilos de mexilho por dia,
obrigatoriamente triados, de forma a serem escolhidos ape-nas os
indivduos maiores - que j atingiram a fase adulta. Nesta lei esto
tambm includos os per-ceves, cujo limite de captura so 20 quilos
por dia, devendo tam-bm ser triados. O ponto alto da campanha ser a
Sexta-feira Santa, 29 de maro. Entre as 7h e as 11h, uma equipa de
tcnicos municipais estar presente em trs pontos do con-celho -
Avencas, Mexilhoeiro e Cabo Raso - para informar a populao sobre os
limites le-gais da chamada apanha ldi-ca, que permite a captura de
dois quilos de mexilho por dia e por pessoa, e de 0,5 quilos de
perceves por dia e por pessoa, devendo tambm ser escolhidos os
indivduos maiores. Acom-panhada pela Polcia Municipal e pela Polcia
Martima, a equi- pa vai fiscalizar as quantidades apanhadas pelos
muncipes. Para alm disso, a seguir Sexta-feira Santa, a Polcia
Martima ir fis-
calizar preventivamente a costa do concelho durante os perodos
de mar baixa, de forma a garan-tir que os limites de captura esto a
ser respeitados.
CAMPANHA COM RESULTADOS POSITIVOSA campanha Na Pscoa quem paga o
mexilho realiza-se consecutivamente h dois anos, sendo esta a
terceira edio. J h resultados positivos: o com-primento mdio dos
mexilhes analisados em 2012 foi maior do que o comprimento mdio dos
mexilhes estudados em 2011. Ou seja, a espcie tem consegui-do
desenvolver-se normalmente neste perodo do ano, porque as pessoas
esto mais conscientes da importncia de apanharem ape- nas os
mexilhes maiores e em quantidades limitadas.Para alm disso, no ano
passado foi possvel verificar que os maris- cadores profissionais
presentes nos trs locais fiscalizados pos-suam licenas de pesca e
es-tavam informados sobre os limi-tes de captura. Registou-se
ainda, em 2012, uma diminuio da afluncia de gru-pos organizados de
apanhado- res ldicos, que tradicionalmente apanhavam mais do que o
permi-tido por lei.
. 2 kg de mexilho por pessoa/dia
. 0,5 Kg de perceves por pessoa/dia
. 150 kg de mexilho por apanhador profissional/dia
. 20 kg de perceves por apanhador profissional/dia
. Escolher SEMPRE os mexilhes maiores [adultos]
SE VAI APANHAR MEXILHO NA PSCOA, NO ESQUEA OS LIMITES:
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
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DESPORTOO C NOS BASTIDORES DA YOUTH AMERICAS CUPAs emoes
contadas pelo capito da equipa Roff/Cascais Sailing Team
25 de fevereiro, So Francisco (EUA). Depois de uma com-petio
intensa, as equipas que participaram na Red Bull Youth Americas
aguardam o veredito do jri para saber quais foram as apuradas para
a fase final da competio. Uma a uma, vo caindo de entre doze
equipas, os nomes dos cinco apurados. Saem Nova Zelndia, Austrlia,
Sua, Alemanha. Hans-Peter Steina-cher, o diretor desportivo da
prova, faz uma pausa. A sala inquieta-se e oito equipas espe-ram
saber se tm ou no viagem marcada para a grande regata de setembro.
Por fim, termina o suspense: Last but not least, (nova pausa)
PORTUGAL! Ou-vem-se gritos de alegria na sala. A equipa
Roff/Cascais Sailing Team, com sete velejadores de
Cascais, ganha um lugar na fase Final da Youth Americas Cup, a
prova jnior da Taa Amria, um dos maiores eventos desportivos do
planeta. Em setembro, e ap-enas uma semana antes da com-petio dos
sniores, as equipas jovens nacionais j apuradas vo discutir a
vitria contra cinco equipas apoiadas pela Americas Cup- a Oracle
(duas equipas), Artemis, Energy e Emirates.Para nos contar os
episdios mais significativos da magnfica prestao da equipa que
defen-deu as cores de Cascais em So Francisco, falmos com Antnio
Mello, capito de equipa. Fica a promessa de levar ainda mais longe
o nome de Cascais e de Portugal numa das mais com-petitivas e
prestigiadas provas desportivas do mundo.
Antnio, como que foram as ltimas horas passadas em Por-tugal?
Antes da partida para So Fran-cisco a nossa equipa teve um treino
fora do comum. Para for-talecer o espirito de unio de equipa,
realizamos um exerccio de team-building. Invertemos as posies dos
navegadores e dessa forma percebemos as dificuldades de cada um dos
ele-mentos da equipa. A cooperao do grupo importante e foi isso que
o treinador lvaro Marinho nos quis transmitir: uma equipa coesa e
unida capaz de chegar longe.
E a ltima noite antes da parti-da (ansiedade, nervosismo)?
Podamos ter dormido mais horas mas a preocupao em fazer as malas
foi grande. Preo-cupmo-nos com os equipamen-tos de mar, as nossas
roupas, as barras energticas e os sumos. Foi uma noite engraada
porque nem a deixmos de comunicar. Recordo-me de estar a fazer a
mala e falar com o meu colega e dizer-lhe no te esqueas do colete,
no te esqueas da pasta de dentes. A noite at acabou por ser
tranquila, muito devido ao esforo dos treinos e porque estvamos
cansados. Nem deu tempo para pensar no que ia acontecer a
seguir.
Para alguns foi a primeira vez que tiveram em So Francisco. Como
que foi o primeiro im-pacto com a cidade? Para dizer a verdade no
houve tempo para conhecer So Fran-cisco. A nica coisa que
con-seguimos conhecer bem foi no mar. [risos]
Com que dificuldades se depa-raram?Estava muito frio, mais do
que estvamos espera. Assim tivemos que comprar mais rou-pa de
aquecimento porque no suportvamos as baixas tem-peraturas. Mas ao
chegar a So
Francisco tivemos outro obst-culo: o tipo de alimentao era muito
base de gorduras. Ora, ns tnhamos chegado de Por-tugal com um
regime alimentar rigoroso e em So Francisco de-paramo-nos com um
regime dife-rente. Tivemos que resolver esse problema
rapidamente.
Ultrapassada a questo alimen-tar, como que era o vosso dia-a-dia
durante a competio?Comeava tudo muito cedo. Per-to das 06h30 j
estvamos acor-dados para mais uma batalha no mundo da vela. A
adaptao ao pas no foi fcil, a alimenta-o e o frio foram as
principais dificuldades encontradas. No ho-tel dividamos os quartos
dois a dois
Falavam sobre a estratgia fora da competio e antecipavam
cenrios, estudavam os ad-versrios? Sim. Havia tempo para conver-sar
sobre o aperfeioamento de tcnicas que s vezes podiam ser mal
aplicadas na prova. Tam-bm falvamos sobre as outras equipas, havia
sempre reunies para debater estratgias de com-petio, ao almoo e ao
jantar. Posso dizer que ns respirva-mos vela.
Ainda no falmos disso, mas o
barco que usaram na prova tam-bm levantou problemas? Apesar de
ser diferente da em-barcao de treino, o catamar da prova era muito
parecido com o X 40. Tnhamos muitos truques, o que nos permitiu,
com alguma rapidez, a adaptao embarca-o de prova. Outra dificuldade
que tivemos foi a temperatura da gua. Muito, muito baixa.
Com-pletamente diferente do mar de Cascais.
Ao longo da prova, algumas equipas foram desistindo. Como que
olhavam para isso? Pensa-vam que podiam ser os prxi-mos? Ns sabamos
que os nossos testes fsicos tinham sido muito exigentes. Estvamos
bem pre-parados desde o primeiro dia de treinos em Portugal. Quando
vamos as desistncias dos out-ros participantes, tentvamos ganhar
ainda mais fora para ul-trapassar esse obstculo.
Por falar em obstculos, estiveram quase a virar o vosso barco
verdade, isso aconteceu porque levmos sempre a embarcao ao limite.
Numa prova de treino, falhamos a direo da boia e no conseguimos
realizar algumas manobras. O vento apanhou as velas em cheio e
quase que virvamos a
embarcao. So erros que acon-tecem muitas vezes.
Como que lidaram com a se-leo das equipas para a ltima fase da
prova?Foi complicado gerir as emoes nesse momento. Tnhamos no-o que
estvamos no mesmo patamar das outras equipas. O nome de Portugal
foi o ltimo a ser referido, e, at ltima man-tivemos a esperana no
apura-mento. E foi o que aconteceu. As nossas famlias acompanharam
desde do incio esta prova e es-tiveram sempre confiantes que
podamos chegar longe.
De regresso, uma festa. Justifi-cada, alis.No estvamos espera
que esta prova tivesse estas propores. Quando chegmos, o aeroporto
estava cheio de familiares e ami-gos. Foram sensaes sentidas no
momento que no consegui-mos transmitir.
Depois da celebrao, j de re-gresso ao trabalho para pre-parar a
prxima fase da Youth Americas CupJ iniciamos os treinos fsicos e, a
partir de maio, comeam os treinos dentro de gua. Em Cascais vamos
realizar treinos normais e no Porto e em Istambul vamos fazer
regatas contra profissionais.
Texto: Mrio Duarte| Fotos: DR e Lus Bento
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE CULTURA
AGENDAENTREVISTA
Equipa ROFF/Cascais em ao na Red Bull Youth Americas Cup e,
depois, recebida na CMC
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Durante dois meses, a elite do surf mundial vai toda viver na
mesma casa: Cascais.
Portugal , por estes dias, um dos principais spots mundiais para
a prtica de surf. Cascais apanhou a onda e a praia de Carcavelos
ser o palco principal do maior evento de surf alguma vez visto na
Europa. Chama-se Moche Se-ries-Cascais Trophy e reunir, entre
setembro e outubro de 2013, os melhores surfistas do planeta e a
tribo internacional do surf no nosso concelho. Ao todo, estaro em
disputa 30 mil pontos para os circuitos da modalidade e um
prize-money de um milho de dlares.Tendo Carcavelos como base, o
evento desdobra-se em quatro provas, (ver calendrio) que pas-sam
por Peniche e So Miguel. Na apresentao pblica do Moche Series-
Cascais Trophy, Carlos Carreiras, presidente da Cmara de Cascais,
assinalou o
regresso do surf sua casa. No h dvida de que foi nesta costa de
Cascais que o surf (portu-gus) nasceu, referiu o autarca, admitindo
que h tambm um interesse do municpio em aco-lher a prova numa
estratgia de desenvolvimento para o conce-lho. Temos de aproveitar
o nosso patrimnio, em particular o mar nas suas mais variadas
poten-cialidades. O surf uma dessas potencialidades. Seria uma
irres-ponsabilidade para os decisores polticos no entenderem isto,
acrescentou. Presente na apre-sentao da prova, Antnio Jos Correia,
presidente da Cmara Municipal de Peniche, salientou que todas as
entidades envolvi-das estavam a fazer histria, congratulando-se
tambm com o entendimento estratgico entre duas autarquias
portuguesas.
A MAIOR PROVA DE SURF ALGUMA VEZ REALIZADA NA EUROPA
J Francisco Spnola, um dos res-ponsveis da organizao, afirma que
esta vai ser maior prova de surf realizada na Europa at hoje. Para
o organizador, o Moche Se-ries- Cascais Trophy s encontra paralelo
no Havai, que realiza
provas desta envergadura h 30 anos. Quisemos criar um eixo
estratgico inter-municipal en-tre Cascais e Peniche, para criar um
polo de eventos. Vamos ain-da aos Aores fazer uma quali- ficao.
Estamos em crer que esta competio vai ser a base para que Portugal
venha a ter um triple crown (trs provas na cate-goria masculina e
trs provas para feminino). Durante dois meses, os fs das ondas
podem ver a elite do surf. Temos a certe-za que s por o nome
Cascais figurar nesta prova, isso vai ser um selo de qualidade de
ondas internacionais. E isso uma base importante, no s para a
moda-lidade, mas tambm para dinami- zar o turismo do surf, afirma,
confiante, Francisco Spnola. A todos os surfistas, fica o desafio
de marcar encontro aqui em Cas-cais, j em setembro.
Marque na sua agenda desportiva: domingo, dia 7 de abril, entre
as 09h e as 13h, a Marginal vai fechar-se ao trnsito entre
Carcavelos e So Pedro. Pegue no skate, ponha uns patins, monte uma
bicicleta ou simplesmente caminhe. A Marginal sua. este o desafio
que lhe lan-amos para celebrar o Dia Mundial da Atividade Fsica.
Organizado pela Cmara Municipal de Cascais e com a parceria da Rdio
Comer-cial, a iniciativa vai atrair milhares de pessoas que se
deixaram seduzir por um estilo de vida saudvel e animado. No fim de
contas, a Mar-ginal vai ser transformada num gi-gantesco ginsio ao
ar livre. A C-mara Municipal vai disponibilizar bicas, trikes e
veculos a pedal para usufruir da Marginal ao mesmo tempo que, no
areal de Carcavelos, so dinamizadas inmeras iniciati-vas. Ganhe
flego para o que temos para lhe oferecer: dana, yoga, step, body
vive, surf, beach tnis, shbam, bodyboard, futebol, beach rugby,
futevolei e beach rugby. A entrada livre. A nica dificuldade mesmo
escolher.
Domingo sem carros . mas com muito exerccio
Calendrio de Etapas
SATA Azores Pro - WQS de 6 estrelas ir decorrer de 3 a 8 de
setembro, em So Miguel
EDP Cascais Girls Pro, de 2 a 7 de outubro em Carcavelos
World Championship Tour (WCT) masculino, de 9 a 20 de outubro em
Supertubos
Prime Masculino, de 22 a 27 de outubro em Carcavelos
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
Lus Avelar, administrador da PT, Carlos Carreiras, presidente da
C.M. Cascais, e Antnio Jos Correia , presidente da C.M. Peniche
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ENTREVISTA
Lemos, recentemente, a notcia que a UNESCO distinguiu o Es-
toril Jazz como um evento come- morativo do Jazz. Qual a im-
portncia do reconhecimento?A UNESCO designou, em 2011, o dia 30 de
Abril como Dia Internacional do Jazz. Contactaram-me para associar
a UNESCO ao Estoril Jazz, tendo em conta diversos fatores: sou o
produtor de jazz mais antigo de Portugal, o peso histrico do
Estoril Jazz e a proximidade das
DUARTE MENDONA.
TENHO MAIS DE 10 MIL CDS E 4 MIL LPS
Entrevista: Antnio Maria Correia | Fotos: Ins Dionsio
10 MAIO, SEXTA-FEIRA Orquestra Hot Clube de Portugal uma presena
que j estava prevista. A marcao ficou feita de um ano para o outro.
Ainda em 2012, falei com a diretora do Hot Club manifestando-lhe o
desejo que este ano viessem tocar entre ns, alternando com a
Orquestra de Matosinhos.
11 MAIO, SBADOTierney Sutton Band A vocalista desta banda uma
cantora que pratica um jazz vocal de alta qualidade, de cmara,
podemos dizer assim. J c vem h doze anos e na Europa, onde tem tudo
para vingar, ningum a conhece. um drama que toca esta rapariga -
estranhssimo,
Dia a dia, o mentor do festival diz-nos o que podemos esperar
dos grandes nomes do Jazz j confirmados para a edio de 2013.
VISITA GUIADA PELO CARTAZ DO ESTORIL JAZZ 2013, POR DUARTE
MENDONA
O C esteve conversa com um nome incontornvel da msica nacional.
Duarte Mendona, scio fundador da Projazz e promotor do Estoril Jazz
o responsvel pela presena em Cascais e nos pas dos maiores estrelas
da histria do Jazz.
datas do evento e da efemride. Assim, o Estoril Jazz vai
contribuir para a efemride da UNESCO, sendo considerado
oficialmente como evento comemorativo da data.
Duarte Mendona, a sua vida facilmente se confunde com o Jazz, a
msica e o homem so indistintos. Quer partilhar connosco um pouco da
sua vida e da sua msica. Destes 40 anos de vida no jazz. verdade.
Fao quarenta anos de atividade ininterrupta. Iniciei-me na edio de
1974, precisamente
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE CULTURA
AGENDAENTREVISTA
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ENTREVISTA
nem sequer tem concorrncia. Tem dez lbuns, todos com um mnimo de
quatro estrelas da crtica e o ltimo, American Road, foi nomeado
para um Grammy. Toca com um grupo que se mantm junto h dezoito
anos. Isto cria uma empatia e uma qumica absolutamente fabulosa
entre aqueles quatro msicos que a acompanham. Alm de estudiosa, tem
recursos naturais e um feeling muito grande. Mesmo em duo, s com
piano ou guitarra, extraordinria. No para qualquer um.
12 MAIO, DOMINGO Harold Mabern com Eric Alexander e Vincent
Herring Quinteto - O grupo do pianista
Harold Mabern foi-me proposto e, pelo facto de j terem atuaes na
Europa, aproveitei a boelia para traz-lo at c. Muitas pessoas no os
conhecem - o que lamentvel e por isso tm mesmo que ir ver. Mesmo no
sendo mediticos - s o crculo do jazz que os conhece - , tem dois
grandes saxofonistas, o Eric Alexander e o Vincent Herring. O ltimo
um msico da escola do Cannonball Adderley. Era discpulo dele quando
eu estava em Nova Iorque e assisti, inclusivamente, a uma atuao sua
num clube. Hoje em dia ele evoluiu muito. Uma das coisas que estes
dois saxofonistas fazem replicar uma batalha de saxofones entre o
Eddie Lockjaw Davis e o Johnny Griffin que ficou na
histria do jazz. Era uma coisa do outro mundo. Tm tocado muito
com o Harold Mabern, que muito mais velho e tem uma carreira
brilhante. Ele acompanhou tudo o que era gente da Histria do
jazz.
17 MAIO, SEXTA-FEIRAGary Burton Novo Quarteto - um vibrafonista
lendrio que tocou em Cascais pela primeira vez na dcada de 70, com
o Joe Henderson. Era um mido na altura, tinha acabado de sair da
Berklee College of Music. Mais tarde, eu e o Luiz Villas-Boas
trouxemo-lo Aula Magna. Levei-o ao Algarve para tocar em duo com o
Chick Corea. Desta vez, apresenta-se com um quarteto sem piano e
com um
VISITA GUIADA PELO CARTAZ DO ESTORIL JAZZ 2013, POR DUARTE
MENDONAguitarrista novo, chamado Julian Lage. Gostei muito de
ouvi-lo e tenho lido que h uma grande expetativa no desenvolvimento
dele.
18 MAIO, SBADO Warren Vach UK All Stars Sexteto - um msico que
veio da tradio do swing, passou pelo bebop e mantm-se numa linha
que intermdia aos dois estilos. Adapta-se a tocar com msicos do
bebop ou do swing e grava com msicos ingleses, incluindo o Alan
Barnes, que vem com ele, tal como a minha seco rtmica de eleio, que
tento trazer todos os anos: o baterista Steve Brown e o
contrabaixista Dave Green.
19 MAIO, DOMINGOWycliffe Gordon Quarteto - considerado, hoje em
dia, um dos melhores trombonistas dos Estados Unidos. H quatro ou
cinco ao mesmo nvel. Este ano foi eleito como tal pela revista
DownBeat - e finalmente, porque j merecia isso h mais anos. A
carreira dele coincidente com a dos irmos Marsalis, Branford e
Wynton, porque comeou em Nova Orlees, e passou pela Academia
Marsalis, do pai Ellis Marsalis Jr.. Tocou com o sexteto do Wynton
e continua a tocar com a Lincoln Center Jazz Orchestra, que
dirigida pelo Wynton Marsalis, orquestra de referncia em todo o
mundo.
no ano da revoluo. Comecei a ouvir jazz muito novo, antes mesmo
de comprar o primeiro disco de 78 rotaes, em 1946. Lembro-me bem, o
Drum Boogie, que era da orquestra do Gene Krupa. Ainda na dcada de
40, eu e a minha irm ouvamos jazz num aparelho de rdio de onda
curta, que o meu pai tinha comprado. Aproveitvamos para ouvir o
programa Voice of America e sabamos tudo o que se passava na altura
nos Estados Unidos. Lamos tambm a revista Modern Cinema, que tinha
uma pgina de jazz. Mas foi quando ouvi o Charlie Parker que tudo
mudou - passou a ser a minha msica.
nas introdues e nos temas. Alis, frequente que cada tema, tocado
em dias diferentes, tenha solos diferentes.
Deve ter tambm muitas me-mrias dos seus festivais. Gran-des
momentos? Houve atuaes que me tocaram emocionalmente. Uma delas foi
no primeiro festival que realizei sozinho, no Parque Palmela, antes
do Estoril Jazz, em 1989: trouxe o Joe Williams, cantor que ficou
muito conhecido na Orquestra do Count Basie. Ficou clebre por
cantar a msica Every Day I Have The Blues. Era uma pessoa amvel e
trouxe um trio com amigos meus, como o Norman Simmons e o Red
Rodney, que tocou com o Charlie Parker e que j tinha estado em
minha casa em 1975. Uma segunda foi em 93 ou 94, quando trouxe a
Orquestra do Count Basie ao Parque Palmela. Estava um dia sem vento
e sem frio. Eram mais de mil pessoas, tivemos de acrescentar uma
bancada. Foi o evento da minha vida. O maestro, o Frank Foster, j
de cadeira de rodas, foi o nico msico que me lembro a pronunciar o
meu nome da forma correta [risos].
Qual o segredo da vitalidade do Estoril Jazz? H, por certo,
muitas dificuldades para ul-trapassar. Agradeo Cmara Municipal de
Cascais por ter tanto carinho pelo Estoril Jazz. Na vigncia dos dez
presidentes, ou mais, que j conheci, o Estoril Jazz e o Cascais
Jazz foram sempre muito acarinhados. essencial que haja patrocnios
de quem gosta de jazz, nas grandes empresas, que assine o cheque
com os milhares
necessrios para trazer nomes como o Sonny Rollins, que toca com
frequncia na Alemanha, onde h interesse e dinheiro. As receitas de
bilheteira nunca cobrem os cachets dos maiores nomes do jazz, de
maneira nenhuma. Na edio deste ano era para vir o meu querido amigo
Branford Marsalis, mas j tinha compromissos em Abril e vir para o
prximo ano.
Ainda assim difcil levar o jazz ao grande pblicoVerdade, muito
difcil fazer passar a mensagem para os media. Ao contrrio do que
acontece em Frana, por exemplo, onde h cadeiras de jazz nos
conservatrios e o jazz passa num canal de televiso, o Mezzo, em
Portugal no h nada disso. J no h jazz na televiso; na rdio, os
programas tm acabado; as revistas no esto ao alcance da juventude;
e as pessoas at aos trinta anos focam-se no rock.
H artistas que faam o crossover para a rea do rock no cartaz
deste ano? Haver h, mas no os trago c para isso (risos). H trs
festivais de jazz conservadores na Europa - um deles o Estoril
Jazz.
Ao fim destes anos todos, portanto, orgulha-se da iden-tidade do
festivalO festival mantm os critrios desde o primeiro dia. Nunca,
nem uma vez sequer, o Luiz Villas Boas e eu tivemos uma divergncia
de opinio nas marcaes do Estoril Jazz.
[nos anos 90] Trouxe a orquestra do Count Basie ao Parque
Palmela. Eram mais de mil pessoas. Tivemos de acrescentar uma
bancada. Foi o evento da minha vida.
Comprei o primeiro disco de 78 rotaes em 1946, o Drum Boogie
Nunca aprendi a tocar um instrumento. Mas tenho um feeling
especial.
Tem um inventrio dos seus discos? Tenho, ao todo, mais de dez
mil CDs e quatro mil LPs, incluindo raridades. Tenho todas as edies
dos meus festivais, imensas bobines de filme e trezentos discos de
78 rotaes. Comprei agora um gramofone de campnula, que toca discos
de um material chamado shellac (goma laca), com uma qualidade
inacreditvel.
E no meio disto tudo, toca alguma coisa? Nunca aprendi um
instrumento e no sei msica. Tenho um grande feeling para este
estilo, com a perceo correta. Fazem-me testes e adivinho as msicas
logo nos primeiros acordes. No todas, obviamente, at pelas
variaes
Comprei o primeiro disco de 78 rotaes em 1946, o Drum Boogie
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
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CULTURAST. PATRICKS DAY EM CASCAIS
DESTAQUEOPINIO CASCAIS DESPORTOAMBIENTE CULTURA
AGENDAENTREVISTA
Msica, dana e cerveja preta: condimentos de uma noite com
sotaque irlands.
Ajustamento, austeridade e troi-ka. So trs palavras a que tanto
portugueses como irlandeses j se habituaram a encaixar no
dia-a-dia. Felizmente, h muito mais do que as meras circunstncias
econmicas a unir os dois povos. A amizade dos dois pases lon-ga e,
em Cascais, a presena de irlandeses bvia e notria. Mas j l iremos.
Apesar da distncia, irlandeses e portugueses su-plantam os
esteretipos fsicos quando se olha mais fundo e se percebe que todos
partilhamos um genuno gosto pela vida e, claro, por uma boa festa.
Foi isso que a equipa do C foi descobrir depois de ter sido
con-vidada pela Associao Irlandesa em Portugal a Irish Association
Portugal - para fazer parte das comemoraes do St Patricks Day ou
Dia de So Patrcio. uma das mais comemoradas e festejadas tradies em
todo o mundo a dispora irlandesa est, como a portuguesa, pelos
cinco continentes , este ano o dia foi inclusivamente celebrada
Texto: Marta Silvestre | Fotos: Sibila Lind
na estao espacial internacional cujo comandante, Chris Hadfield,
tem ADN irlands. Com os ps bem assentes na terra, mas com uma vista
igualmente deslum-brante, o St. Patricks Day dos ir-landeses em
Portugal foi este ano comemorado em Cascais. A festa (e que festa),
teve lugar no Hotel Villa Itlia no passado sbado. Ao todo, mais de
200 convidados e outras tantas Guiness, gente vestida
essencialmente de verde e onde os trevos de trs folhas es-tiveram
omnipresentes. Provando que as primeiras impresses enganam, a noite
comeou calma. Mas o ar denun-ciava a boa disposio irlande-sa. As
conversas em decibis elevados ao bom estilo latino , as msicas e as
pints tiradas pelos prprios marcavam o am-biente, deixando antever
uma noite de festa. Um dos convidados de honra foi o Embaixador da
Ilha Verde, Declan ODonovan, que nos ex-plicou a importncia desta
cele- brao: um dia incomum
Reza a histria que nasceu em 387 numa ilha britnica com o nome
de batismo Maewyn Suc-cat. sequestrado aos 16 anos e levado para a
Irlanda como escravo, fugindo de l seis anos mais tarde para Frana
(Glia), onde iniciou os seus estudos Cristos. como padre que adota
o Patrick e que volta ilha verde, em 432, para evan-gelizar os
nativos. Um dos smbolos mais presen-tes nas comemoraes e que melhor
representa a Irlanda o trevo de trs folhas que, de acordo com
relatos da poca, estava sempre nas vestes do re-ligioso,
representando a Divina Trindade - Pai, Filho e Esprito
de celebrao, pois no o dia do nascimento de uma nao, nem da
independncia, nem da repblica. um dia de um santo que viveu no sc.
V que os irlan-deses capturaram, vivendo na Irlanda durante seis
anos como escravo e que, depois de fugir, voltou como padre para
nos evangelizar, recorda. (ver caixa sobre So Patrcio).Para este
representante irlan-ds, Portugal um stio muito agradvel para se
viver e con-sidera os portugueses como amigveis e muito prestveis.
No entanto, revela-nos que sen-te saudade da famlia e amigos e s
vezes, por muito estranho que parea, sinto falta do tempo ir-lands,
revela com um sorriso.
A PRESENA IRLANDESA EM CASCAISEm Cascais, a presena dos
ir-landeses notria. H muitos e tradicionais Irish Pubs pelas ruas
mais antigas da Vila, a maior parte deles geridos por irland-eses.
E, todos os anos mais de
50 mil nacionais da Irlanda visi-tam Cascais, escolhendo a nossa
regio como importante destino de frias. A presena irlandesa em
Cascais no vive, contudo, apenas de sinais do presente. Um dos
nos-sos maiores patrimnios, o Mu-seu Condes de Castro Guimares, tem
mo irlandesa. A Torre de So Sebastio (atual Museu-Bi-blioteca
Condes de Castro Gui-mares) foi edificada na transio dos sculos XIX
e XX pelo aris-tocrata irlands, George ONeill. Duas das suas
principais atraes so, precisamente, a magnfica Sala dos Trevos (um
dos smbolos nacionais da irlanda) e a Sala de Armas (com os brases
de armas da familia). Para alm do Museu-Biblioteca Condes de Castro
Gui-mares, a Casa Verdades de Faria, onde uma das Torres a de So
Patrcio, e a Casa de Santa Maria, mandada construir para a sua
fi-lha, so tambm patrimnios com a marca irlandesa e a chancela
ONeill.Mas voltemos ao jantar. A refeio comea com pompa e
circunstn-
QUEM FOI SO PATRCIO?
Santo. Durante a sua vida, percorre a Irlanda construindo
conven-tos, escolas e igrejas. A lenda e crena popular relatam
alguns milagres. Um deles que o Padre Patrcio conseguiu ex-pulsar
todas as cobras da ilha, forando-as a ir para o mar. At hoje, na
Irlanda, estes rpteis s podem ser encontrados em jardins
zoolgicos.
Morre a 17 de maro de 461, o Dia da celebrao e, embora nunca
tenha sido canonizado, considerado Santo desde o sculo sete e em
todo o mundo h diversas igrejas em sua ho-menagem.
um dia incomum de celebrao, pois no o dia do nas-cimento de uma
nao, nem da in-dependncia, nem da repblica. um dia de um santo que
viveu no sc. V que os irlan-deses capturaram, vivendo na Irlanda
durante seis anos como escravo e que, depois de fugir, voltou como
padre para nos evangeli-zar
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CULTURA
QUINTA-FEIRA, 21 MARO 2013
CASCAIS LEVA-TE
ESTGIOS INTERNACIONAIS
ATAMI [JAPO] ou WUXI [CHINA]
Estgios profissionais em cidades