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DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 2012 - - DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 2012 Rebeka Figueiredo rebeka.fi[email protected] H á pelo menos 30 anos, o Brasil vive uma epidemia que já tirou a vida de mais de um milhão de pesso- as. Só em 2010, foram 49.932 mortos. Mesmo com o 6 o lugar na lista das dez nações mais ricas do mundo, o País não consegue controlar os números escandalosos da violência. Um brasileiro é assassinado a cada 9 minutos e 48 segundos. Se continuar nesse ritmo, o ano vai terminar com 53,8 mil ho- micídios, segundo o Instituto Avante Brasil (IAB). “É uma pandemia estrutural, difícil de erradicar”, avalia o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, res- ponsável pela série de estudos “Mapa da Violência”. Os homicídios cresceram 259% entre 1980 e 2010. No mesmo período, a taxa de mor- tes entre crianças e adolescen- tes até 19 anos subiu 346,4% e os assassinatos de mulheres aumentaram 230%. O “Mapa da Violência 2012 - A Cor dos Homicídios”, divulgado há poucos dias pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, mostra que morrem vítimas de homicídio 132,3% mais negros do que brancos. “O desrespeito aos direitos humanos está presente no País, faz parte do histórico de escravidão, pobreza e de- sigualdade social. Não temos conflitos, mas há uma situa- ção de guerra”, diz Maurício Santoro, assessor de Direitos Humanos da ONG Anistia In- ternacional no Brasil. “Demo- ramos para pensar em segu- rança pública, isso só começou a mudar agora.” A opinião é reforçada por Natália Macedo Samzo- Brasil: violência em 1 o lugar País ostenta títulos horripilantes na área de segurança. As pessoas têm medo de arrastões em prédios, restaurantes, nos faróis... A violência está em todo lugar e atinge todas as classes e regiões brasileiras CRONÔMETRO DA MORTE: A cada 9 minutos e 48 segundos um brasileiro é assassinado no País AE vo, do IAB. “Enquanto países com destaque na economia têm bons índices de desenvolvimen- to humano, no Brasil faltam in- vestimentos em educação e em políticas que tornem o país mais igualitário”, diz. A variação do número de homicídios entre os Estados, que chega a 66,8 mortos por 100 mil habitantes em Alagoas, exige estratégias diferenciadas de segurança pública. “A gen- te precisa identificar fatores de risco e elaborar a prevenção. Roubo seguido de morte, briga, tráfico, mortes de jovens, para cada ‘doença’ há um ‘remédio’. Aí entram o papel da cultura, da assistência social e o do controle de armas”, opina a diretora do Instituto Sou da Paz, Luciana Guimarães. ( veja mais informações EM 30 ANOS, OS HOMICÍDIOS CRESCERAM 259%. A TAXA DE MORTE ENTRE CRIANÇAS E JOVENS SUBIU 346% sobre as taxas de homicídio nas capi- tais brasileiras na pág. 14) “Só tivemos medidas ‘tópi- cas’ imediatas, mas o problema é nacional. É obrigação do go- verno federal articular estraté- gias para combater as organiza- ções criminosas”, defende Julio Jacobo Waiselfisz. O analista criminal Guaracy Mingardi, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, tem opi- nião semelhante. Ele apoia a co- operação anunciada em novem- bro pelo Ministério da Justiça e pelo governo de São Paulo para combater a onda de crimes no Estado. Apesar de ter a menor taxa de homicídios do País, São Paulo registra centenas de civis mortos, muitos em chacinas, e 100 policiais assassinados desde junho. Só em outubro, os ho- micídios aumentaram 48% em relação ao mesmo período de 2011. O ex delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, admitiu, antes de deixar o cargo no fim de novembro, que havia indícios da partici- pação de policiais militares nos assassinatos. Procurada pela Folha Universal , a Secreta- ria de Segurança Pública (SSP) afirmou que todas as hipóteses estão sendo apuradas. “O aumento das mortes foi provocado pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas) contra policiais e pela resposta de grupos de A gente precisa identificar fatores de risco e elaborar a prevenção. Roubo seguido de morte, briga, tráfico, morte de jovens, para cada 'doença' há um 'remédio' Luciana Guimarães, diretora do Instituto Sou da Paz, sobre a epidemia de violência no País ARTE: EDI EDSON / FOTO: AE O total de negros assas- sinados no Brasil é 132% maior do que o de brancos. A taxa de homicídios entre brancos caiu 24,8% de 2002 a 2010, a de negros cresceu 5,6%. A situação é pior en- tre os jovens. A cada jovem branco vítima de homicídio morrem 2,5 jovens negros. Alagoas é onde morrem mais negros, proporcional- mente. São 80,5 casos por 100 mil, contra 4,4 em 100 mil entre brancos. Os dados são do “Mapa da Violência 2012 – A cor dos homicí- dios”, feito em parceria com a Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial. Pretos e pardos são considerados negros. Pelo estudo, o aumento da viti- mização de negros remete a políticas de segurança e pro- teção da cidadania que inci- dem de forma diferenciada nos segmentos da popula- ção. “É fruto de 500 anos de um país que se construiu com a escravidão. A morte de negros não choca”, diz Douglas Belchior, integran- te do Comitê Contra o Ge- nocídio da Juventude Negra e Periférica de São Paulo. Negros jovens são alvo maior 12 c apa capa 13
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Brasil: violência em 1º lugar

Jul 09, 2015

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Page 1: Brasil: violência em 1º lugar

DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 2012 - - DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 2012

Rebeka [email protected]

Há pelo menos 30 anos, o Brasil vive uma epidemia que já tirou a vida de

mais de um milhão de pesso-as. Só em 2010, foram 49.932 mortos. Mesmo com o 6o lugar na lista das dez nações mais ricas do mundo, o País não consegue controlar os números escandalosos da violência. Um brasileiro é assassinado a cada 9 minutos e 48 segundos. Se

continuar nesse ritmo, o ano vai terminar com 53,8 mil ho-micídios, segundo o Instituto Avante Brasil (IAB). “É uma pandemia estrutural, difícil de erradicar”, avalia o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, res-ponsável pela série de estudos “Mapa da Violência”.

Os homicídios cresceram 259% entre 1980 e 2010. No mesmo período, a taxa de mor-tes entre crianças e adolescen-tes até 19 anos subiu 346,4% e os assassinatos de mulheres aumentaram 230%. O “Mapa

da Violência 2012 - A Cor dos Homicídios”, divulgado há poucos dias pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, mostra que morrem vítimas de homicídio

132,3% mais negros do que brancos. “O desrespeito aos direitos humanos está presente no País, faz parte do histórico de escravidão, pobreza e de-sigualdade social. Não temos conflitos, mas há uma situa-ção de guerra”, diz Maurício Santoro, assessor de Direitos Humanos da ONG Anistia In-ternacional no Brasil. “Demo-ramos para pensar em segu-rança pública, isso só começou a mudar agora.”

A opinião é reforçada por Natália Macedo Samzo-

Brasil: violência em 1o lugar

País ostenta títulos horripilantes na área de segurança. As pessoas têm medo de arrastões em prédios, restaurantes, nos faróis... A violência está em todo lugar e atinge todas as classes e regiões brasileiras

cronÔmetro da morte: A cada 9 minutos e 48 segundos um brasileiro é assassinado no País

Ae

vo, do IAB. “Enquanto países com destaque na economia têm bons índices de desenvolvimen-to humano, no Brasil faltam in-vestimentos em educação e em políticas que tornem o país mais igualitário”, diz.

A variação do número de homicídios entre os Estados, que chega a 66,8 mortos por 100 mil habitantes em Alagoas, exige estratégias diferenciadas de segurança pública. “A gen-te precisa identificar fatores de risco e elaborar a prevenção. Roubo seguido de morte, briga, tráfico, mortes de jovens, para cada ‘doença’ há um ‘remédio’. Aí entram o papel da cultura, da assistência social e o do controle de armas”, opina a diretora do Instituto Sou da Paz, Luciana Guimarães. (veja mais informações

EM 30 anos,

os hoMicídios

crEscEraM 259%.

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EntrE crianças E

jovEns suBiu 346%

sobre as taxas de homicídio nas capi-tais brasileiras na pág. 14)

“Só tivemos medidas ‘tópi-cas’ imediatas, mas o problema é nacional. É obrigação do go-verno federal articular estraté-gias para combater as organiza-ções criminosas”, defende Julio Jacobo Waiselfisz.

O analista criminal Guaracy Mingardi, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, tem opi-nião semelhante. Ele apoia a co-operação anunciada em novem-bro pelo Ministério da Justiça e pelo governo de São Paulo para combater a onda de crimes no Estado. Apesar de ter a menor taxa de homicídios do País, São Paulo registra centenas de civis mortos, muitos em chacinas, e 100 policiais assassinados desde junho. Só em outubro, os ho-

micídios aumentaram 48% em relação ao mesmo período de 2011. O ex delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, admitiu, antes de deixar o cargo no fim de novembro, que havia indícios da partici-pação de policiais militares nos assassinatos. Procurada pela Folha Universal, a Secreta-ria de Segurança Pública (SSP) afirmou que todas as hipóteses estão sendo apuradas.

“O aumento das mortes foi provocado pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas) contra policiais e pela resposta de grupos de

A gente precisa identificar fatores de risco e elaborar a prevenção. Roubo seguido de morte, briga, tráfico, morte de jovens, para cada 'doença' há um 'remédio'

Luciana Guimarães, diretora do Instituto Sou da Paz, sobre a

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O total de negros assas-sinados no Brasil é 132% maior do que o de brancos. A taxa de homicídios entre brancos caiu 24,8% de 2002 a 2010, a de negros cresceu 5,6%. A situação é pior en-tre os jovens. A cada jovem branco vítima de homicídio morrem 2,5 jovens negros. Alagoas é onde morrem mais negros, proporcional-mente. São 80,5 casos por 100 mil, contra 4,4 em 100 mil entre brancos. Os dados são do “Mapa da Violência 2012 – A cor dos homicí-dios”, feito em parceria com a Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial. Pretos e pardos são considerados negros. Pelo estudo, o aumento da viti-mização de negros remete a políticas de segurança e pro-teção da cidadania que inci-dem de forma diferenciada nos segmentos da popula-ção. “É fruto de 500 anos de um país que se construiu com a escravidão. A morte de negros não choca”, diz Douglas Belchior, integran-te do Comitê Contra o Ge-nocídio da Juventude Negra e Periférica de São Paulo.

negros jovens são alvo maior

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Page 2: Brasil: violência em 1º lugar

DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 2012 - - DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO DE 2012

não tenho ódio nem raiva, eu vejo o amor. Quero mobilizar a sociedade para combater os assassinatos, só quem é mãe sabe a angústia de perder um filho

carmen Sacramento de aquino, que teve o filho, Ricardo, morto pela polícia, por engano, em julho deste

ano na zona oeste de São Paulo

extermínio a supostos crimino-sos. Acabaram matando ino-centes”, diz Guaracy. Para ele, a solução é criar forças-tarefa para investigar e coibir assassi-natos de civis e policiais, além de desarticular o crime organizado a médio e longo prazos. “Inves-tir em treinamento é importan-te, muitos policiais não estão preparados.”

A atuação agressiva de al-guns policiais e a falta de po-líticas de prevenção também são apontadas como entraves para o controle da violência. A avaliação é da coordenadora do movimento Mães de Maio, Débora Maria da Silva, que de-fende a desmilitarização da PM.

Débora criou o Mães de Maio depois que o filho, o gari Edson Rogério da Silva dos

Santos, de 29 anos, foi assas-sinado na série de execuções ocorridas no Estado de São Paulo entre 12 e 20 de maio de 2006. “Os crimes de maio não foram investigados, morreram trabalhadores e policiais, a im-punidade mata”, afirma.

O relatório “São Paulo sob achaque”, publicado em 2011 pela ONG Justiça Global e pela Clínica Internacional de Di-reitos Humanos da Uni-versidade de Har-vard, apontou indícios de envolvimento de policiais em 122 execuções que teriam ocorrido em confrontos com o PCC ou por ações de grupos de exter-mínio. Ao todo, 43 agentes

públicos morreram. “Quem mora na periferia é criminali-zado, tratado como suspeito”, alerta Débora, reforçando a necessidade de políticas sociais e de educação direcionadas. “A dor é a mesma para a mãe do cidadão comum, do bandido ou do policial”, completa.

Carmen Sacramento Pru-dente de Aquino é outra mãe que perdeu o filho assassinado. O publicitário Ricardo Pruden-te de Aquino, de 39 anos, foi executado em julho deste ano, dentro do carro dele, durante abordagem policial num bairro nobre da zona oeste de São Pau-lo. Três policiais chegaram a ser presos, mas respondem ao pro-cesso em liberdade. Carmen e familiares criaram o movimen-to “Quero Mais, Quero Paz” logo após a morte de Ricardo. “Não tenho ódio nem raiva, eu vejo amor. Quero mobilizar a sociedade para combater os as-sassinatos, só quem é mãe sabe a angústia de perder um filho”, desabafa. “Há notícias de mor-tes em todos os lugares, não tem essa de pobre ou rico, são pesso-as morrendo sem controle.”

Defensores de direitos hu-manos também são alvos da violência, indica o relatório di-vulgado no último dia 7 pela Anistia Internacional. Entre 300 casos analisados em 13 paí-

Brigas de bar, conflitos no trânsito, discussões e ciúme são as causas de boa parte dos assassinatos no País. Entre 25% e 80% dos homicídios registrados entre 2011 e 2012 foram cometidos por impulso ou motivo fútil, segundo levantamen-to do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com dados de 15 Estados e do Distrito Federal. A campanha “Conte até 10” foi lançada em novembro para tentar rever-ter esse quadro e faz parte da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública. “A violência se banalizou, estamos tão acostumados que os assassinatos já não chocam. A ideia é chamar a atenção para um ato impensado, que pode ser evi-tado com uma atitude mais pacífica”, explica Taís Ferraz, conselheira do CNMP e coordenadora da campanha. “Pre-

cisamos romper esse ciclo de violência e disseminar a paz. Aqueles que crescem em contextos de violência tendem a repetir e a aceitar essa realidade”. Em 2013, a campanha vai promover ações específicas em escolas e estádios de futebol, entre outros locais.proteSto em Sp: em 26 de novembro, dezenas

de paulistanos fizeram passeata no centro

impunidade: débora da Silva com cartaz do filho morto durante a onda de crimes em maio de 2006

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ses, está o da juíza brasileira Pa-trícia Acioli, responsável por jul-gar crimes de violência policial no Rio, assassinada em 2011. O documento “Transformando Dor em Esperança - Defenso-ras e Defensores dos Direitos Humanos nas Américas” reve-la que os ativistas mais intimi-dados estão ligados a questões como recursos naturais, direito das mulheres e de lésbicas, gays,

bissexuais, intersexuais, abusos contra migrantes, jornalistas e sindicalistas. Segundo o estudo, a perseguição seria promovida por forças de segurança, grupos paramilitares e crime organiza-do. Para o presidente da ONG no Brasil, Atila Roque, vários “programas de expansão da área agrícola ou de infraestru-tura são acompanhados de forte componente de violência e de violação de direitos”. A redução da violência passa por uma re-forma no sistema prisional, crê Maurício Santoro. “A prisão é parte da solução, temos de fazer com que os criminosos não con-tinuem no crime. Há 500 mil presos, é tanta gente que acaba criando uma massa de manobra para organizações criminosas.”

O Brasil é o 70 país com mais homicídios de mulhe-res entre 84 nações, segun-do o “Mapa da Violência 2012: Homicídios de Mu-lheres”. De 1980 a 2010, es-ses crimes cresceram 230%. Das quase 92 mil mortes em 30 anos, 43,4 mil ocorreram entre 2000 e 2010. Mais de 70% dos agressores são

cônjuges ou companheiros da vítima e 69% dos casos ocorrem em casa. Mesmo com os 6 anos da Lei Ma-ria da Penha, a impunidade ainda é obstáculo. “A lei está entre as melhores do mun-do, mas é precisa ser bem aplicada. Há um compro-misso com o Ministério Pú-blico e o Conselho Nacional de Justiça para agilizar os processos”, diz Glaucia de Souza, coordenadora-geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento da Secreta-ria de Políticas para as Mu-lheres. “Estamos ampliando a rede de atendimento. Ou-tro problema são os valores machistas, precisamos mu-dar esses conceitos”, diz.

Mulheres são mortas em casa

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briGa no trÂnSito: Por lataria amassada, existe quem mate e quem morra nas grandes cidades

nataL de 2011: Ricardo de Aquino, ao lado da mãe, carmen, 7 meses antes da polícia matá-lo

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com a repressão à violência nas grandes metrópoles e os novos polos econômicos no País, a criminalidade se espalhou para estados até então com índices de mortes relativamente baixos

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