Chapa da categoria Oposição unificada Sindipetro-BA Reconstrução, independência e ação 1 Não basta ser mulher É preciso defender uma Petrobrás 100% estatal e ter política de combate ao assédio e violência às trabalhadoras petroleiras Ter mulheres em cargos importantes não é garantia de melhorias nas condições de vida e de trabalho das mulheres trabalhadoras e pobres em nosso país. Portanto, nossa luta não é sexista, não se trata somente de substituir homens por mulheres em postos de comando. O decisivo é o programa e as políticas que aplicam à frente desses postos. A presidente da Petrobras, Graça Foster, que reza na cartilha do governo, tem intensificado a política de privatização da Petrobrás. Faz isso através dos leilões, do desinvestimento, da redução de direitos, como no caso do regramento da PLR, do aumento da terceirização, da redução do quadro próprio e etc. Desse modo, não podemos esperar que Foster estivesse preocupada e atue no sentido de adotar medidas para coibir o assédio e a violência à mulher dentro da Petrobras. Pela aplicação do ACT Passados anos, a Petrobras cresceu sua produção e seus lucros. Apesar disso, a condição dos trabalhadores e das trabalhadoras tem piorado. Mesmo conquistando com muita luta um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), muitas cláusulas não são aplicadas, principalmente as que tratam das questões mais específicas das mulheres. É o caso da cláusula 184ª , da Diversidade. Nesta, a empresa se compromete em valorizar e garantir respeito às diferenças e a não discriminação. Na cláusula 177ª, se compromete a criar Comissão de Terceirização com os sindicatos, onde poderia tirar ações preventivas voltadas para as terceirizadas. O mesmo se repete na 141ª, do Direitos de Recusa, e nas 138ª e 139ª, de Saúde. Muito poderia se fazer para melhorar o ambiente de trabalho e atender as demandas mais diretas das mulheres. Porém, não é isso o que vemos na Petrobras. Basta de assédio e violência Para a copa o governo investiu em torno de 32 bilhões. Parte deste dinheiro saiu da Petrobras, a mesma empresa que não investe Poucas chances de progressão na carreira. Este plano de avaliação de desempenho não contempla a realidade específica das petroleiras. Por ser subjetiva a avaliação, as mulheres estão sempre em desvantagem. Isso porque a visão machista dos supervisores e gerentes, que veem a mulher com capacidades inferiores ou limitadas, tiram muitas vezes, de forma injusta, a possibilidade de crescimento na carreira. Outras tantas não são indicadas para ser brigadistas, entrar no regime de turno, participar de treinamentos, mudar de atividades dentro do setor. Muitas, diante desta prática, não dão batalha e preferem se mudar de setor ou de região. Junto a isso, enfrentam no dia-a-dia a tentativa de desqualificação através de comentários danosos, pejorativos ou diminutivos. Ou recebendo tarefas a mais e diferentes das suas funções. São situações difíceis de serem percebidas pelas mulheres. Mas, se observar bem, elas acontecem mais do que imaginamos. Principalmente quando detectamos que as mesmas atitudes não são feitas com os homens. A empresa se comprometeu em elaborar e disseminar materiais informativos para toda força de trabalho com o objetivo de prevenir práticas de discriminação. Mas, nada disso é feito. Ao contrário, alguns gerentes e supervisores se utilizam de seu poder para assediar moralmente e sexualmente trabalhadoras. No setor terceirizado, muitas vezes, assédios são utilizados como requisito para contratar trabalhadoras. Nem mesmo nos fóruns, como reuniões de SMS e DDS, são colocadas nas pautas as questões dos assédios. Nada é feito com relação às denúncias que chegam às gerências. Quando estes tomam conhecimento, passam a mão pela cabeça do assediador e punem as vítimas com transferências e demissões. Assédios são formas de violência à mulher. Mesmo quando não há lesão física. Porque a lesão é muitas vezes mental. Agrava diuturnamente a saúde das companheiras: piadas, insinuações, fofocas desqualificantes, difamação, pressões, ameaças de punições e demissões, convites maldosos... A falta ou ausência de condições de trabalho, além de agravo a saúde das mulheres, configuram discriminação, porque não considera a sua condição de mulher. Dupla e tripla jornada de trabalho, que se sobrecarrega ainda na sua função enquanto mãe, pois são impostas as responsabilidades com cuidados e educação dos filho e com os pais. Nem mesmo para realizar exames rotineiros, que são importantes para a saúde das mulheres, são levados em conta. Muitas vezes os gerentes dificultam e cortam o dia das mulheres que precisam se ausentarem para realizar exames ou acompanhar filhos doentes, isto ocorre principalmente com as trabalhadoras de áreas remotas. nem mesmo em uma campanha simples de combate ao assédio e a violência as mulheres. Dilma e Foster continuaram com a privatização da Petrobras, aumentando a terceirização e com ela os calotes. Venderam a preço inferior e entregaram o maior campo de petróleo “de Libra” à iniciativa privada. Com isso, aumentam a exploração dos trabalhadores para lucrar e enriquecer mais a custo de nosso suor e sangue. Nos períodos de mudança de empresa, quando acontece os calotes, foram verificados que mulheres grávidas ficaram de fora e trabalhadores tiverem que abrir mão de seus direitos. Isso é uma violência à condição dessas companheiras. A violência à mulher aumenta no país, no estado e na Petrobras. Para isso devemos nos organizar e lutar para exigir um BASTA DE ASSÉDIO E VIOLÊNCIA À MULHER. O assédio na Petrobrás dia a dia Não basta ser mulher