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do agronegócio BRASILEIRO Brazilian Agribusiness Cepea Report MAIO/2017 BOLETIM CEPEA
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BOLETIM CEPEA do agronegócio BRASILEIRO PIBAG… · no último boletim, a ligeira melhora para o PI-B-renda resultou da combinação da piora na relação de preços e, em contrapartida,

Jul 23, 2020

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do agronegócioBRASILEIRO

Brazilian Agribusiness Cepea Report MAIO/2017

BOLETIM CEPEA

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do Agronegócio BrasileiroBRAZILIAN AGRIBUSINESS CEPEA REPORT

O Boletim Cepea do Agronegócio Brasileiro é uma publicação mensal, elaborada pelo Centro de Estu-dos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, que aborda aspectos da conjuntura e da estrutura do agronegócio brasileiro sob diferentes óticas, oferecendo um panorama completo a respeito do desempenho do setor.

Em todas as suas edições mensais são apresentadas as mais recentes perspectivas e análises a respeito do PIB do agronegócio brasileiro. Complementarmente, volumes trimestrais mais completos abordam também aspectos sobre o mercado de trabalho e o comércio internacional do setor. A cada semestre, há ainda textos de opinião, elabora-dos por analistas envolvidos no setor, visando tratar de problemas específicos relacionados ao agronegócio brasileiro. O agronegócio, setor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosser-viços. A análise desse conjunto de segmentos é feita também para o ramo agrícola e para o pecuário. Consi-derados todos esses elos, obtém-se a análise do agronegócio, como apresentado esquematicamente abaixo:

Especificamente em relação ao PIB do Agronegócio Brasileiro, abordado neste material, trata-se de uma publicação resultante da parceria entre o CEPEA e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Pelo critério metodológico do Cepea/Esalq-USP, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do produto, ou seja, pelo Valor Adicionado total deste setor na economia, a preços de mercado. O PIB do agronegócio bra-sileiro refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agropecuária, na produção primária e se estendendo a todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. A renda, por sua vez, se destina à remuneração dos fatores de produção (terra, capital e trabalho). Para a análise do PIB do setor, o Cepea/Esalq-USP calcula e analisa diferentes indicadores, que retratam o comportamento do setor por diferentes óticas: o PIB-volume Agronegócio, que é medido pelo critério de preços constantes; o De� ator do PIB do Agronegócio, ou índice de inflação do setor; o PIB-renda Agrone-gócio, que reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais; e os Preços relativos, que relacionam os deflatores do agronegócio e seus segmentos com o deflator do PIB nacional.

Destaca-se que as taxas calculadas para cada período consideram o mesmo momento do ano anterior como base, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas, para as quais computa-se a previsão de safra para o ano (frente ao ano anterior). Importante também destacar que cada relatório considera os dados disponíveis – preços e produções observadas e estimativas anuais de produção – até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agre-gadas informações mais atualizadas, é possível, portanto, que os resultados sejam alterados, tanto no que se refere ao mês corrente, como também a meses e anos passados. Recomenda-se, portanto, o uso do relatório mais atualizado.

Para detalhamento metodológico, acessar material completo: http://www.cepea.esalq.usp.br/br/metodologia.aspx

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA). BOLETIM CEPEA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. PIRACICABA, V. 1, N.2, 2017.

EQUIPE RESPONSÁVEL: Coordenação Geral: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/ Esalq/USP;Equipe técnica: MSc. Nicole Rennó Castro, MSc. Leandro Gilio, Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Msc. Gustavo Ferrarezi Giachini e Ana Carolina de Paula Morais.

Agropecuária AgroindústriaInsumos não agropecuários

Notas Metodológicas - BOLETIM CEPEA

PIB DO AGRONEGÓCIO

SERVIÇOS

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PIB do Agronegócio Brasil | MAIO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Notas Metodológicas - BOLETIM CEPEA

Considerando-se as informações disponíveis até maio/17, o PIB-renda do agronegó-cio brasileiro deve ter crescimento anu-

al de 0,9%. Na comparação com a estimativa anterior, com dados até abril/17, verificou-se melhora no resultado esperado para o agro-negócio – na última projeção, a elevação pro-jetada era de 0,1%. Esse aumento deve-se, principalmente, à queda menos acentuada nos volumes e nos preços do segmento agroin-dustrial, na comparação anual (Tabela 1). Para o agregado do agronegócio, as-sim como já observado em estimativas ante-riores, a renda segue pressionada pelo mo-

vimento de preços desfavorável ao setor, enquanto o PIB-volume se mantém com cresci-mento relevante. Como se observa na Tabela 1, a relação entre os deflatores do agronegócio e da economia como um todo apresentou redu-ção de 3,5% na comparação entre os primei-ros cinco meses de 2017 e o mesmo período de 2016. Quanto ao PIB-volume do agrone-gócio, estima-se elevação de 4,5% em 2017. A Tabela 1 apresenta os resul-tados detalhados por ramos e segmen-tos para as variações anuais do PIB-volu-me, dos Preços Relativos e do PIB-renda.

PIB DO AGRONEGÓCIO

AGROINDÚSTRIA APRESENTA SINAIS DE RECUPERAÇÃO, FAVORECENDO OS RESULTADOS DO AGRONEGÓCIO

¹ Considerado o deflator implícito do PIB (e o IGP-DI, da FGV, para estimativas quando indisponível o deflator).

FAVORECENDO OS RESULTADOS DO AGRONEGÓCIO

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PIB do Agronegócio Brasil | MAIO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

No ramo agrícola, a forte elevação do PIB-volume (+7,1%) se sobrepõe à queda estimada na relação de preços

(-5,1%), de modo que, para o PIB-renda, es-tima-se elevação anual de 1,6% em 2017 – ligeiramente superior à estimativa anterior, de +1,4%. Como discutido nos relatórios ante-riores, o relevante crescimento da produção no campo que, por sua vez, estimula indireta-mente os demais segmentos do ramo, segue como principal impulsionador do PIB-volume. Ainda no ramo agrícola, comparando--se as atuais estimativas com as apresentadas no último boletim, a ligeira melhora para o PI-B-renda resultou da combinação da piora na relação de preços e, em contrapartida, uma reestimativa positiva do PIB-volume. No caso da relação de preços, a queda se deu essen-cialmente no segmento primário agrícola, sen-do a principal pressão atrelada às reduções de preço verificadas para o milho e para a soja,

na comparação entre janeiro a maio de 2017 e o mesmo período de 2016. No caso do PIB--volume do ramo agrícola, a melhora frente à estimativa anterior está relacionada principal-mente à queda menos acentuada da indústria, quando consideradas as informações até maio. Apesar da relativa melhora do volu-me da indústria agrícola, na comparação com o mesmo período de 2016, o total ainda está baixo. São destaques negativos no segmen-to a indústria do etanol e a de conservas de frutas, legumes e outros vegetais. Para o caso do etanol, a Conab aponta que o decrésci-mo da produção esperada para o ano atrela--se ao aumento do consumo da gasolina em 2016 e aos preços favoráveis do açúcar. No caso da indústria de fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais, um im-portante componente refere-se à produção de suco de laranja. No caso dessa indústria, a Ci-trusBR aponta que suas empresas associadas

Ramos Segmentos PIB-volumePreços

Relativos*PIB-renda

Ramo agrícola

Insumos 0,6% -4,3% -3,7%

Primário 21,2% -5,0% 15,2%

Indústria -0,6% -5,3% -5,8%

Agrosserviços 5,0% -5,1% -0,4%

Ramo agrícola total 7,1% -5,1% 1,6%

Ramo pecuário

Insumos 3,1% 2,0% 5,2%

Primário -0,8% 0,7% -0,2%

Indústria -2,3% -0,1% -2,4%

Agrosserviços -1,6% 0,2% -1,4%

Ramo pecuário total -1,3% 0,4% -0,9%

AGRONEGÓCIO

Insumos 1,4% -2,2% -0,8%

Primário 13,8% -3,4% 10,0%

Indústria -1,0% -4,1% -5,0%

Agrosserviços 2,7% -3,4% -0,7%

Agronegócio 4,5% -3,5% 0,9%

Tabela 1 - Taxas anuais de crescimento 2017/2016

(dados até maio) Fonte: Cepea/Esalq-USP e CNA. *Relação entre os deflatores do agronegócio e de

seus segmentos e o deflator do PIB Nacional

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PIB do Agronegócio Brasil | MAIO/2017

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

processaram volume 22% menor na compa-ração entre a safra 2016/2017 e a anterior. No ramo pecuário, a estimativa da variação anual do PIB-renda apresentou me-lhora relevante em comparação com os re-sultados anteriores, com queda menos acen-tuada (estimada em -0,9%). Esse resultado atrelou-se principalmente à melhora na rela-ção de preços para o ramo, especificamente na agroindústria e nos agrosserviços. Para o PIB-volume, a estimativa de crescimento segue negativa, em 1,3%, relacionada aos resultados de baixa principalmente para o abate bovino e para a fabricação de laticínios. Como delineado em análises anterio-res divulgadas pelo Cepea, o movimento de queda na relação entre os deflatores do agro-negócio e da economia como um todo repre-

senta, por um ângulo, uma perda de rentabi-lidade da produção do setor frente à média da economia. Como se observa na Tabela 1, esse cenário desfavorável tem marcado, espe-cificamente, o ramo agrícola do agronegócio. Por outro ângulo, a perda de ren-tabilidade do setor tem reflexo positivo na economia e na sociedade, contribuindo para o controle da inflação e para a garantia de acesso a alimentos mais baratos. Produzin-do volumes crescentes a preços acessíveis, o agronegócio ajuda a garantir uma impor-tante dimensão do bem-estar, principalmen-te da população tipicamente mais pobre. Além desta publicação, o Cepea di-vulga, em parceria com a CNA, uma análise detalhada voltada especificamente ao PIB--renda do agronegócio: http://bit.ly/2g524Zd.

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