ANÁLISE SWOT: O AUTOCONHECIMENTO COMO FERRAMENTA PARA O SUCESSO A análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças também pode auxiliar (e muito) a produção rural. 2 Mercado 5 Mídias Scot 6 Mercado de reposição 9 Relação de troca 11 Mercado da carne sem osso 13 Proteínas alternativas 15 Couro e sebo 16 Mercado Futuro 17 Insumos 19 Conjuntura 22 Relação de troca com insumos 24 Agricultura 25 Estatística da pecuária 26 Fique sabendo AGRICULTURA: Projeções apontam para a recuperação da safra de algodão em Mato Grosso 24 PÁGINA RELAÇÃO DE TROCA: Maranhão MERCADO DA CARNE SEM OSSO: Dívida, impostos e crise fazem preços caírem PÁGINA PÁGINA 9 11 MERCADO DE REPOSIÇÃO: Mais oferta que demanda neste começo de ano 6 PÁGINA Ano 21 9 a 15 de janeiro de 2017 Informativo Pecuário Semanal Seu melhor parceiro para bons negócios BOI & COMPANHIA 1216 PÁGINA 19
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ANÁLISE SWOT: O AUTOCONHECIMENTO COMO FERRAMENTA PARA O SUCESSOA análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças também pode auxiliar (e muito) a produção rural.
2 Mercado 5 Mídias Scot 6 Mercado de reposição 9 Relação de troca 11 Mercado da carne sem osso 13 Proteínas alternativas 15 Couro e sebo 16 Mercado Futuro 17 Insumos 19 Conjuntura22 Relação de troca com insumos 24 Agricultura 25 Estatística da pecuária 26 Fique sabendo
AGRICULTURA:Projeções apontam para a recuperação da safra de algodão em Mato Grosso 24
PÁGINARELAÇÃO DE TROCA:Maranhão
MERCADO DA CARNE SEM OSSO:Dívida, impostos e crise fazem preços caírem
PÁGINA PÁGINA
9 11MERCADO DE REPOSIÇÃO:Mais oferta que demanda neste começo de ano 6
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Ano 21 9 a 15 de janeiro de 2017
Informativo Pecuário Semanal
Seu melhor parceiro para bons negócios
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A semana começou lenta, com frigoríficos esperando para “sentir” o mercado. Não havia definição quanto ao cenário de oferta e demanda nos primeiros dias de janeiro e isso os tornava cautelosos quanto as ofertas de compra. Ao mesmo tempo, os pecuaristas seguiam fora dos negócios, típico para o período do ano.
Porém, à medida que o escoamento dos estoques foi “travando”, dia após dia, este fundamento assumiu o “controle” do mercado e as tentativas de compra de boiadas abaixo da referência começaram a ganhar força, embora em algumas poucas praças a falta de matéria-prima mantenha os preços sustentados.
Em contrapartida, no Norte de Minas Gerais, por exemplo, as indústrias tentaram realizar negócios por até R$10,00/@ abaixo da referência. A combinação entre dívidas “carregadas” do final do último ano, pagamento de impostos e os reflexos do encolhimento da economia afastaram o consumidor da carne bovina.
O boi casado de animais castrados acumulou queda de 4,1% desde a abertura do mercado desta semana. Para o curto prazo, o ritmo deve seguir determinado pela venda de carne, que, ao que parece, deve encontrar dificuldades de escoamento.
VENDAS DE CARNE RUINS DITAM O RUMO DO MERCADO
TABELA 1.Atacado de carne em SP - R$/kg, à vista.
FIGURA 1.Boi gordo em Araçatuba-SP - R$/@, a prazo.
* R$/kg ** Inclui a região de Rondonópolis *** preços para descontar funrural / prazo de pagamento de 20 dias
MERCADO
BOI & COMPANHIA - INFORMATIVO PECUÁRIO SEMANAL - SCOT CONSULTORIAEditor-chefe: Hyberville Paulo D’Athayde NetoEquipe técnica: Alcides de M. Torres Jr., Alex Lopes, André Pinho, Breno de Lima, Felippe Reis, Francisco Woolf, Gustavo Aguiar, Isabella Camargo, Juliana Pila, Marco Silva, Milena Marzocchi, Paola Jurca e Rafael Ribeiro.Jornalista responsável: Isabel Torres - MTB 10097Scot Consultoria – Todos os direitos reservados. Este relatório foi preparado para uso de seus assinantes e colaboradores. Para a reprodução é necessária autorização por escrito da Scot Consultoria. Não nos responsabilizamos por negócios realizados através do uso de informações contidas neste informativo.
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PRÓXIMOS EVENTOS • SCOT CONSULTORIA
EVENTOS LOCAL DATA
Palestra da Scot Consultoria Itaparica-BA 04/02/17
Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria
Ribeirão Preto-SP 04/04 a 07/04/2017
Encontro dos Encontros da Scot Consultoria Ribeirão Preto-SP 03/10 a
06/10/2017
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AGENDA SCOT
A CITRICULTURA BRASILEIRA ATINGIU PATAMARES ELEVADOS DE PREÇOS EM 2016/2017
As indústrias processadoras de laranja começam o ano com suas compras adiantadas. Prevendo escassez do fruto, já fizeram aquisições para março, três meses antes do cenário observado em anos anteriores.
A redução de área plantada, tendo como resultado a queda da produção do fruto, e a demanda aquecida, foram os principais fatores que alavancaram os preços, tanto no mercado spot, como no mercado in natura.
Segundo informações do Cepea, em novembro, as cotações atingiram média recorde (série desde 1994), de R$26,00 por caixa (40,8kg) para a laranja pera e as tardias, mas poucos foram os negócios feitos a esse preço, pois a maioria dos citricultores já havia comprometido sua produção antecipadamente em patamar próximo de R$18,00 por caixa.
Na comparação entre o segundo semestre de 2015 e mesmo período de 2016, houve valorização de 79,2% para o produto.
Margem da indústria termina o ano desalinhada ao cenário de crise.
Início de ano com incertezas no mercado do boi gordo.
Custo de produção da pecuária caiu em dezembro.
Desvalorização foi o que mais se viu para a carne bovina em 2016.
2016 termina com custos de produção em alta para a pecuária, na comparação anual.
Mesmo com oferta limitada, demanda fraca desvalorizou o couro em 2016.
Dia 5 de janeiro
Em um sistema de recria e engorda, considerando que o animal de reposição entrou na fazenda em 2015 e foi terminado em algum mês de 2016, os custos de produção, a partir de maio de 2015, variaram sempre acima da variação de preços do boi gordo.
Separando os produtos que compõem o Índice de Custo da Scot Consultoria, os alimentos, suplementos minerais e concentrados, foram uma das categorias que lideraram as altas desde janeiro de 2015, com valorização de 22,3%. Em geral, estes produtos são os que possuem a maior participação dentro de uma fazenda, depois da aquisição de animais.
Entre 30,0% e 40,0% dos custos de um sistema de recria e engorda a pasto, que faz suplementação o ano todo, são provenientes da alimentação do rebanho.
É importante lembrar que essa variação do custo acima da arroba não indica, necessariamente, prejuízo. Mas, para conseguir bons resultados, principalmente comparando a anos anteriores, fica clara a necessidade do ganho em escala.
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A conjuntura do mercado de reposição nesta primeira semana de 2017 não diferiu do cenário verificado no decorrer de 2016: mais oferta que demanda.
As categorias jovens são as que apresentam menor sustentação nas cotações. Considerando a média dos bezerros machos anelorados, o recuo semanal foi de 0,6%.
Outro ponto que merece destaque é o menor interesse por fêmeas, sobretudo para a finalidade reprodutiva, fato que deve persistir em 2017, frente à tendência de redução na atratividade da cria na comparação com anos
TABELA 1. Indicador bezerro Esalq/BM&F - MS, à vista.
MAIS OFERTA QUE DEMANDA NESTE COMEÇO DE ANOCom a queda no preço do bezerro e incremento dos custos de produção, o cenário para a cria deve ser mais desafiador em 2017. Fo
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GUSTAVO AGUIARé zootecnista, mestrando em administração pela UNESP de
desmamado anelorado (6@) nos doze estados pesquisados para a categoria, a cotação da primeira semana de 2017 (R$1.064,17/cabeça) é 10,0% menor que a verificada no mesmo momento de 2016 (R$1.182,50/cabeça).
Tal queda se torna ainda mais brusca quando analisamos os preços corrigidos pela inflação. Junto ao aumento dos custos de produção no decorrer dos últimos doze meses, fica evidente que o cenário para a cria deve ser mais desafiador em 2017.
Com a chegada da chuva no final do ano em algumas regiões, houve melhora das pastagens, o que não foi o suficiente para aquecer o mercado e animar o pecuarista a repor.
Ainda assim, espera-se que esse aumento de suporte das pastagens ajude o mercado a ganhar força no curto prazo e mais negócios sejam efetivados no estado.
A relação de troca, porém, melhorou para quem estiver disposto a repor o rebanho.
Na comparação com o mesmo período do
ano passado o preço do boi gordo caiu 12,4%. No começo de 2016 a arroba no Maranhão estava cotada aproximadamente em R$149,00 a prazo. Atualmente a referência está em R$136,00, nas mesmas condições.
As categorias mais jovens também sofreram recuos consideráveis no período, com destaque para a desmama, cujos preços caíram 17,2%.
Diante disso, se há um ano era possível adquirir 2,02 bezerros desmamados de 6@ com a venda de um boi gordo de 16,5@, atualmente a relação de troca está em 2,14 animais, melhora de 5,8% no poder de compra.
Média =2,19Média = 1,90
Média = 1,39Média = 1,69
MARANHÃO Mercado de reposição ainda em ritmo lento. Com a melhora das pastagens, há expectativa de maior movimentação no mercado.
Foto: Bela Magrela no Confinamento Monte AlegreEdição: Bela Magrela
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MERCADO DE CARNE SEM OSSO
FIGURA 1.Preços médios recebidos pelo traseiro bovino* em SP na semana - R$.
TABELA 1.Preços médios dos cortes sem osso no mercado atacadista de São Paulo na semana.
Mercado de carne bovina em queda. Apesar da crise econômica, a população tende a “gastar” mais no final do ano e isso acaba “carregando” dívidas para janeiro.
Quando a isso se associa o pagamento dos impostos deste período, está completo o quadro de pouco estímulo para as vendas.
E, especialmente em 2017, há toda a inércia dos meses de encolhimento da atividade econômica do país e de seus efeitos diretos para a população.
No acumulado dos últimos sete dias a desvalorização dos cortes sem osso foi de 0,5%, em média. Em 2016, por exemplo, a carne começou sendo vendida por preços 1,65% maiores que os atuais. E, de lá para cá, se foram quase 7,0% de inflação.
Mas, a queda mais forte veio da carne com osso, 4,13% em uma semana. Esse produto tem um prazo de estocagem menor, tornando os negócios entre varejistas e indústrias mais frequentes. Isso passa para o atacado um “sentimento mais imediato” do que está ocorrendo com o consumo.
Em resumo, o cenário para o restante do mês começa a ser desenhado e não há indícios de melhora das vendas. Se a oferta de boiadas aumentar, principalmente em função do descarte de fêmeas que sairão da estação de monta e de boiadas que não foram confinadas em 2016, pode haver uma combinação baixista no mercado.
ATACADO
*Referência boi gordo de 16,5@ com 52,0% de rendimento de carcaça
Mas, de forma geral, as vendas e a reposição de estoques estão lentas. O comportamento das cotações no atacado indica isso.
Os varejistas de São Paulo, porém, estão mais ajustados que os frigoríficos, já que estes conseguiram, ao menos, começar o ano com preços de venda superiores aos do início de 2016, em 2,5%. Mas, ainda assim, sofreram com uma perda real de receita de quase 4,5%.
ALEX LOPESé zootecnista, mestrando em administração pela UNESP de
A queda de preços, tanto para os suínos terminados como para a carcaça no atacado, pode ser entendida como uma dificuldade de escoamento da produção, em um cenário em que o consumo não dá conta da oferta vigente.
Para o curto prazo, fica a expectativa de como o escoamento responderá às quedas de preço. Contudo, a carne de frango também vem apresentado queda nas cotações, o que torna a concorrência mais difícil.
SUÍNOA queda de preços, tanto para os suínos terminados como para a carcaça no atacado, pode ser entendida como uma dificuldade de escoamento da produção.
56,00
60,00
64,00
68,00
72,00
76,00
80,00
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jan
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GUSTAVO AGUIARé zootecnista, mestrando em administração pela UNESP de
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OVOSA abertura do ano trouxe queda para os preços do frango, tanto para a ave na granja como para a carcaça no mercado atacadista.
A redução de preços na granja ocorreu somente na última semana, com o preço da ave tendo saído de R$3,00/kg no fim de 2016 para os atuais R$2,85/kg, recuo de 5,0%.
Contudo, a queda para a carne no atacado já
Seguindo a tendência verificada para as carnes, o preço dos ovos caiu.
Nos últimos sete dias, a queda na granja e no mercado atacadista foi de 14,0% e 13,0%, respectivamente.
FRANGOvem acontecendo desde o início de dezembro. Na comparação com o registrado no fim da primeira semana de dezembro, a carcaça de frango recuou 10,9% no mercado atacadista.
A situação de consumo mais lento neste início do ano é o principal fator de fragilidade para o mercado.
A oferta está elevada e a queda de preços no atacado é uma tentativa de escoar a produção.
O forte calor, que dificulta a conservação do produto, também é uma preocupação dos agentes vendedores.
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COURO E SEBO
COURO
O ano começou com pouca movimentação no mercado de derivados. Não houve alterações para os preços do couro verde, que segue negociado em R$2,50/kg no Brasil Central.
Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as exportações de couros em 2016 somaram 448,0 mil toneladas, volume praticamente estável (recuo de 0,4%) na comparação anual. Em 2015 foram embarcadas 449,7 mil toneladas.
Foi o menor volume dos últimos quatro anos, mas acima do observado em 2012 e até então. Veja a figura 1.
O faturamento em dólares no último ano foi de US$2,03 bilhões, recuo de 10,0% frente ao resultado de 2015.
Devido ao patamar do dólar 4,0% mais valorizado, considerando a média anual, o recuo em 2016 foi menor na moeda brasileira.
A queda foi de 6,4%, com R$7,07 bilhões no último ano, frente a R$7,56 bilhões em 2015.
Com volume praticamente estável, tivemos recuo de preços próximo ao observado para o faturamento. O preço médio do couro exportado caiu 9,7%, de US$5,02/kg em 2015 para US$4,54/kg em 2016. Em reais a redução foi de 6,1%.
SEBO
No mercado do sebo também não ocorreram alterações. Muitos compradores reduziram os negócios nas últimas semanas, mas sem pressão de baixa.
Para as próximas semanas a tendência é de recuperação na movimentação do mercado, mas sem expectativa de oferta grande de boiadas.
Não são esperadas alterações expressivas para o curto prazo.
FIGURA 1.Exportações anuais de couros, em mil toneladas.
TABELA 1.Evolução dos preços do couro verde e do sebo no Brasil Central e Rio Grande do Sul, em R$/kg, sem imposto.
* a prazo - FOB (sem ICMS) **à vista, sem bonificação - FOBFonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Fonte: : Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
REDUÇÃO DE VOLUME E FATURAMENTO COM OS EMBARQUES DE COUROS EM 2016
Quanto às cotações, o mercado de derivados começou o ano calmo.
Em R$/kg SEBO* COURO VERDE**
Dia Brasil Central RS
Brasil Central RS
Primeira linha Comum ou catado Comum ou catado
5-jan 2,60 2,60 2,50 1,95 2,50
4-jan 2,60 2,60 2,50 1,95 2,50
3-jan 2,60 2,60 2,50 1,95 2,50
29-dez 2,60 2,60 2,50 1,95 2,50
28-dez 2,60 2,60 2,50 1,95 2,50
419,4 402,4
307,4 318,6
356,3 352,2
402,5
497,8 496,1
449,7 448,0
280,0
330,0
380,0
430,0
480,0
530,0
200
6
200
7
200
8
200
9
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
HYBERVILLE PAULO D’ATHAYDE NETOé médico veterinário, mestre em administração de organizações
O ano começa dentro da normalidade para o período, ou seja, pouca oferta no mercado físico e a indústria sem muita disposição para pagar preços maiores. A boa notícia, porém, é que as vendas de final de ano surpreenderam positivamente, o que ocasionou reajustes positivos na carcaça e, consequentemente, melhora nas margens da indústria.
A melhora das margens da indústria no fim do ano já é, de certa forma, esperada, e ao longo de janeiro também é esperado que as quedas no preço da carne gerem uma piora nessas margens, porém, o que chama a atenção atualmente é que mesmo considerando alguma diminuição, que certamente ocorrerá, ela tem se mantido desde meados do ano passado em patamares acima dos apresentados nos últimos anos, como pode ser observado na figura 1.
A frieza do número na figura mostrando apenas a diferença entre a venda da carne com osso no mercado interno e o preço da arroba em São Paulo, porém, não mostra a realidade em detalhes. Logicamente que o aumento da ociosidade decorrente da diminuição dos abates gera um incremento de custo para as indústrias e a situação pode não ser tão positiva quanto o gráfico apresenta, porém, se ela não está boa agora, é fato que ela já esteve muito pior.
A situação atual de equilíbrio de forças e preços relativamente estáveis tende a perdurar
no curto prazo, já que as ofertas de venda abaixo de R$150,00/@, à vista em São Paulo não voltaram a ocorrer de forma mais volumosa e, por outro lado, comprando nesses preços a indústria ainda consegue rodar com boas margens. O fiel da balança no curto prazo será mesmo a oferta, já que pelo lado do consumo com certeza não teremos nenhuma surpresa positiva em janeiro.
Nesse início de ano o mercado futuro até tentou esboçar uma reação, com o contrato de jan/17 chegando a ser cotado em R$150,00/@, à vista, na sua máxima e maio/ 17 a R$147,00/@, porém, essa sustentação durou pouco e o ambiente baixista voltou a tomar conta da BMF, com jan/17 cotado abaixo de R$149,00/@ e maio/17 abaixo de R$145,00/@. Ao que tudo indica esse deve ser o tom desta safra e também entressafra, já que os preços do milho seguem em queda no mercado futuro, com set/17 cotado na mínima do contrato a R$31,50/saca, o que geraria uma relação de troca de 4,76 sacas/@ para outubro, número esse bem melhor do que os de 2016. Talvez por isso o contrato de out/17 já tem tido alguma liquidez, o que é muito pouco comum devido à época do ano. Com as altas indo e vindo de forma bem rápida, neste ano será ainda mais importante acompanhar de perto o mercado para poder aproveitar possíveis oportunidades melhores de fixação de preços.
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CONJUNTURA
A análise SWOT é uma tradicional ferramenta utilizada para avaliar e planejar as atividades de uma empresa.
Esta edição abordará como os produtores rurais podem usá-la em seus negócios, através deste material adaptado a partir da publicação “Planejamento estratégico e de cenários na produção rural: gerenciando riscos em tempos dinâmicos”, elaborado pela South Dakota State University e Texas A&M University.
O CONCEITO
O SWOT prevê a análise dos pontos fortes (S), fraquezas (W), oportunidades (O) e ameaças (T) inerentes a uma empresa.
Trata-se de um método simples e objetivo que visa organizar uma visão a respeito da empresa.
Para esta análise, deve-se considerar que os pontos fortes e fracos provêm de dentro da operação, ou seja, são fatores internos
Trata-se de um método que visa organizar uma visão pré-existente a respeito da empresa, motivo que torna esta ferramenta simples e objetiva.
GUSTAVO AGUIARé zootecnista, mestrando em administração pela UNESP de
ANÁLISE SWOT: O AUTOCONHECIMENTO COMO FERRAMENTA PARA O SUCESSOA análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças também pode auxiliar (e muito) a produção rural.
Foto: Bela Magrela na Fazenda Cachoeira Itaberá/SPEdição: Bela Magrela
que, de alguma forma, afetam a fazenda. Já as oportunidades e as ameaças se originam fora da operação, são fatores externos.
Embora a análise SWOT tenha sido originalmente concebida para atender a produção industrial, varejo e empresas prestadoras de serviços, pode ser usado com qualquer linha de negócios, incluindo pecuária e agricultura.
Uma vez que esta análise esteja completa, ajudará a identificar quais questões são importantes para a materialização da sua visão de negócio, além de indicar quais pontos podem impedi-lo de alcançá-la. O PROCESSO
Uma matriz 2x2 é o que se espera de resultado final desta abordagem, tal qual é mostrada na figura 1. Nesta matriz apresentamos um exemplo de uma matriz para uma fazenda pecuária.
FIGURA 1. Exemplo de uma matriz SWOT para uma fazenda pecuária.
FONTE. Adaptado por Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br
Forças Fraquezas
- Sistema de pastejo rotacionado (alta produtividade); - Produção a baixo custo.
- Sistema altamente dependente de mão-de-obra; - Falhas na distribuição de água na fazenda; - Deficiências na comercialização.
Oportunidades Ameaças
- Sucessor terminando a faculdade e com interesse em dedicar-se à atividade rural; - Proximidade com indústrias produtoras de subprodutos.
- Pouca disponibilidade de mão-de-obra; - Seca prolongada nos últimos anos; - Preços do milho em alta.
Foto: Bela Magrela na Fazenda Cachoeira Itaberá/SPEdição: Bela Magrela
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CONJUNTURAEm resumo, apresentamos os seguintes pontos a serem
considerados na elaboração da matriz SWOT.
A. FORÇAS E FRAQUEZAS SÃO FATORES INTERNOS
Pense em uma lista de forças e fraquezas que reflita não somente como você enxerga seu negócio mas como pessoas de fora o veem.
Para as forças, pergunte-se:
- Quais vantagens meu negócio possui?- Quais vantagens meus vizinhos enxergam na minha fazenda?- Quais pontos fortes os compradores veem no meu produto?- Quais são as razões que fazem meu negócio sustentável em
curto e longo prazo?
Para as fraquezas, faça a seguinte auto-crítca:
- Onde posso melhorar?- O que me impede de atingir certos objetivos financeiros?- Que fatores me impedem de acessar melhores mercados?
B. OPORTUNIDADES E AMEAÇAS VÊM DE FORA DO NEGÓCIO
Oportunidades e ameaças são fatores que se opõem. Para elenca-las, pense nos seguintes quesitos:
- Como o mercado deverá se comportar em curto e longo prazo?
- Como estão meus concorrentes? (vale um exercício sobre custos de oportunidade)
- Meu negócio está preparado para se beneficiar do avanço tecnológico em curso?
- Que mudanças estão ocorrendo na comunidade onde minha fazenda está localizada? Como isso pode me beneficiar ou afetar?
- Estou atendendo plenamente a legislação vigente? Há discussões sobre mudanças na legislação capazes de me beneficiar ou prejudicar?
Os fatores externos ao negócio são muito amplos e variados. Além disso, muitas oportunidades podem tornar-se ameças, frente a uma mudança inesperada da conjuntura.
Tal ferramenta ajuda a identificar quais questões são importantes para a materialização da sua visão de negócio, além de indicar quais pontos podem impedi-lo de alcançá-la.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise SWOT é uma abordagem capaz de avaliar o negócio como um todo ou mesmo um simples projeto ou ideia isoladamente, antes de sua execução.
Tal ferramenta representa uma rápida maneira de determinar quais fatores exercem maior impacto e podem levar a fazenda ao sucesso ou insucesso e antecipar tendências e soluções.
Afinal, um bom planejamento e reconhecimento do ambiente em que se encontra é algo que só traz benefícios para as empresas que o fazem.
Foto: Bela Magrela na Fazenda Alta BagagemEdição: Bela Magrela
GUSTAVO AGUIARé zootecnista, mestrando em administração pela UNESP de
Os preços do farelo de soja caíram na segunda quinzena de dezembro, acompanhando os recuos verificados para a soja grão, que, por sua vez, caíram em função dos recentes recuos do dólar frente ao real e a pressão sobre as cotações no mercado internacional.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do farelo de soja ficou cotada, em média, em R$1.268,20, sem o frete, em São Paulo.
A queda foi de 1,3% em relação ao fechamento de novembro. Na comparação com dezembro de 2015, o farelo custava 4,4% menos.
Considerando a praça de São Paulo, atualmente são necessárias 8,40 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de farelo de soja.
A queda no preço do insumo foi maior que os
recuos registrados para a arroba do boi gordo no período.
Com isso, a relação de troca melhorou ligeiramente (0,6%) em dezembro, frente a novembro de 2016. Em relação a dezembro de 2015, o poder de compra melhorou 5,7% (figura 2).
Em curto e médio prazos, os preços do farelo de soja deverão seguir andando de lado, sem espaço para altas no mercado brasileiro, considerando a colheita da soja ganhando força no Brasil e Argentina a partir de janeiro e fevereiro de 2017 e o aumento do esmagamento.
De qualquer maneira, atenção ao câmbio, ao clima e ao desenrolar da colheita na América do Sul (safra 2016/2017).
MÉDIA = 8,42 ARROBAS DE BOI GORDO POR TONELADA DE FARELO DE SOJA
RELAÇÃO DE TROCA COM INSUMOS
MÉDIA = R$ 1296,78 POR TONELADA
PREÇOS DO FARELO DE SOJA VOLTARAM A CAIR NO FINAL DE 2016
Recuos do dólar tiraram sustentação dos preços da soja grão e do farelo.
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AGRICULTURA
Maior responsável pela produção de algodão no país, Mato Grosso tem uma grande influência no volume nacional. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o estado responderá por cerca de dois terços da produção total do país na safra 2016/2017.
Influenciado pelo aumento nos custos de produção e pela queda nas cotações, pressionadas pelos estoques internacionais
TABELA 1. Cotações de milho e soja.
Soja (60kg)
R$ / saca disponível
RS PR SP MT MS GO BA
Passo Fundo Oeste Orlândia Rondonópolis Dourados Rio Verde Luís E. Magalhães
Mesmo com uma menor área plantada, com a expectativa de condições climáticas favoráveis, espera-se uma melhoria na produtividade média das lavouras de algodão em pluma, no estado.
Milho (60kg)
R$ / saca disponível
SC RS PR MT MS SP GO MG
Chapecó Erechim Maringá Cascavel Rondonó-polis Dourados Mogiana Rio
PROJEÇÕES APONTAM PARA A RECUPERAÇÃO DA SAFRA DE ALGODÃO EM MATO GROSSO
elevados, o algodão tende a perder área plantada para a soja. De acordo com o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), na atual safra a cultura terá uma retração de 2,0% na área plantada do estado em relação à anterior.
Mesmo com uma menor área plantada, com a expectativa de condições climáticas favoráveis, espera-se uma melhoria na produtividade
média das lavouras. O IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) estima que a produtividade da cultura será 13,0% superior à da safra anterior, atingindo 110,0@/ha.
Segundo o IMEA, com projeções positivas para a produtividade, a produção tende a crescer e espera-se que a safra 2016/2017 atinja 985 mil toneladas de algodão em pluma no estado, um aumento de 10,8% em relação
ao ciclo anterior, que, devido às condições climáticas adversas, registrou quebra de produção.
Este cenário do algodão é interessante para o pecuarista, que deve se atentar ao mercado, já que os preços podem cair, tornando o caroço de algodão uma alternativa viável na nutrição animal.
BRENO DE LIMAé zootecnista e analista da Scot Consultoria
Projeto gráfico por Bela Magrela www.belamagrela.com.br 259 a 15 de janeiro de 2017 • edição 1216
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ESTATÍSTICA DA PECUÁRIADOURADOS-MS
Na região o cenário é de oferta curta de boiadas, influenciado pelo início de ano, quando muitos pecuaristas ainda não voltaram aos negócios.
Embora o consumo de carne esteja lento, as programações de abate curtas mantêm os preços firmes.
Em 2017 já houve valorização e a arroba tem sido negociada por R$139,00, a prazo, valor 1,5% maior que no mesmo período de 2016.
O cenário atual é de preços firmes. Contudo, para as próximas semanas a tendência é de um aumento gradativo na oferta, mas sem incremento significativo de consumo.
TABELA 1.Cotação do boi gordo em Dourados-MS, em R$/@, a prazo.
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FIQUE SABENDOEXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA IN NATURA TERMINA 2016 COM VOLUME ESTÁVEL E QUEDA NA RECEITA
EM 2016 O MERCADO DO AÇÚCAR CRISTAL TEVE FORTE ALTA
Por Gustavo Aguiar Por André Pinho Ribeiro
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em dezembro último, o Brasil exportou 87,3 mil toneladas métricas de carne bovina in natura.
Apesar do aumento de 15,1% frente a novembro, houve queda de 16,1% na comparação com o mesmo mês de 2015.
O faturamento foi de US$365,91 milhões,
O último ano foi de preços em alta para o açúcar cristal. Segundo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), no último trimestre de 2016, o Indicador superou os R$100,00 por saca de 50kg, valor nominal recorde.
O mercado internacional, sinalizando déficit do produto desde o início do ano, foi o principal fator de alta dos preços no país.
Foto: iepec.com Foto: asgroup.net
aumento de 8,9% na base mensal e queda de 15,4% na comparação anual.
No acumulado de 2016, o país exportou 1,08 milhão de toneladas métricas do produto, o que representou uma estabilidade frente aos números de 2015 (queda de 0,1%). Para o faturamento acumulado, de US$4,35 bilhões, o recuo foi de 6,7%.
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de janeiro a dezembro de 2016 foram exportadas 28,9 milhões de toneladas de açúcar, recorde, superando o anterior, de 2010, que foi de 28,0 milhões de toneladas.