Y Portugal 2013 BIOTECNOLOGIA CARACTERIZAÇÃO DO SETOR ESTUDO DESENVOLVIDO NO ÂMBITO DO PROJETO “PROMOÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE CLUSTERS TECNOLÓGICOS EMERGENTES”
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ESTUDO DESENVOLVIDO NO ÂMBITO DO
PROJETO “PROMOÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE
CLUSTERS TECNOLÓGICOS EMERGENTES”
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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Março 2013 Imagem da capa: http://2.bp.blogspot.com/-3afTbgeyni0/TcHlAREnOdI/AAAAAAAAAAk/YHRl5zg4F2U/s1600/Bio.jpg
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Índice
1. Sumário Executivo ............................................................................................... 6
1.1. Definição ........................................................................................................ 6
1.2. Nanotecnologia em Portugal .......................................................................... 6
1.3. Futuro ............................................................................................................. 6
2. Enquadramento do Estudo ................................................................................... 8
3. Biotecnologia: Introdução ao setor ....................................................................... 9
3.1. O caminho desde a biotecnologia tradicional à moderna ............................... 9
3.2. Biotecnologia: O conceito ............................................................................. 15
3.3. As aplicações da biotecnologia .................................................................... 19
4. O setor da biotecnologia a nível mundial ........................................................... 31
4.1. O mercado biotecnológico a nível mundial ................................................... 32
4.2. Número de empresas biotecnológicas por países, ano 2011 ou último ano
disponível ............................................................................................................... 43
4.3. Registo de patentes internacionais PCT em matéria de biotecnologia ........ 45
5. Diagnóstico do setor biotecnológico em Portugal. Análise dos principais
indicadores ................................................................................................................ 47
5.1. Considerações metodológicas ..................................................................... 47
5 ......................................................................................................................... 48
5.2. Classificação das empresas biotecnológicas de Portugal segundo as suas
áreas de atividade ................................................................................................. 51
5.3. Tipo de empresas biotecnológicas portuguesas segundo a sua dimensão . 52
5.4. Distribuição geográfica das empresas biotecnológicas em Portugal ........... 55
5.5. Volume de exploração das empresas biotecnológicas em Portugal ............ 56
5.6. Número de empregos gerados pelas empresas biotecnológicas em Portugal .
..................................................................................................................... 61
6. Os instrumentos de financiamento da I&D&I ...................................................... 64
6.1. Projetos do 7.º PROGRAMA-Quadro ........................................................... 64
6.2. Projetos EUREKA ........................................................................................ 67
6.3. Projetos IBEROEKA ...................................................................................... 75
6.4. Projetos QREN ............................................................................................. 83
6.5. Convocatória NEOTEC ................................................................................ 89
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7. Instrumentos de apoio no âmbito da biotecnologia ............................................ 93
7.1. Programa estratégico para o empreendedorismo e inovação (+E+I) ........... 94
7.2. Sistemas de incentivos do QREN ................................................................ 95
7.3. Sistemas de apoio a parques de ciência e tecnologia e incubadoras de
empresas de base tecnológica ............................................................................ 101
7.4. Sistemas de incentivos a acções colectivas (SIAC) ................................... 103
7.5. Capital de risco .......................................................................................... 104
7.6. Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional
................................................................................................................... 106
8. Agentes envolvidos no setor da Biotecnologia em portugal ............................. 109
8.1. Associações biotecnológicas ..................................................................... 109
8.2. Institutos tecnológicos ................................................................................ 112
8.3. Parques tecnológicos ................................................................................. 117
8.4. Agências de inovação ................................................................................ 122
8.5. Portal de notícias ....................................................................................... 123
8.6. Fundações ................................................................................................. 123
8.7. Centros tecnológicos .................................................................................. 124
8.8. Agentes na Europa..................................................................................... 129
9. Fatores de sucesso do setor da biotecnologia em Portugal e oportunidades do
meio ........................................................................................................................ 135
10. Aspetos críticos do setor biotecnológico em Portugal e ameaças do meio ...... 142
11. Tendências no setor biotecnológico ................................................................. 151
11.1. À espera do Horizonte 2020 ................................................................... 151
11.2. Tendências do setor biotecnológico ........................................................ 152
11.3. Tendências nos principais setores que aplicam a biotecnologia ............. 155
11.4. A inovação aberta e a difusão das capacidades ..................................... 165
11.5. A internacionalização como saída da crise nas empresas biotecnológicas ..
................................................................................................................ 167
12. Proposta estratégica para o setor biotecnológico em Portugal ........................ 169
12.1. A abordagem da política estratégica. A figura do cluster ........................ 169
12.2. Atuações estratégicas ............................................................................. 171
13. Reflexões finais ................................................................................................ 175
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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Bibliografia ....................................................................................................... 179
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1. Definição
A biotecnologia é a ciência que faz uso de organismos vivos ou parte deles para a produção
de bens e serviços. Nesta definição enquadra-se um conjunto de atividades que o homem
vem desenvolvendo há milhares de anos, como a produção de alimentos fermentados (pão,
vinho, iogurte, cerveja, entre outros). Por outro lado, a biotecnologia moderna é a que utiliza
a informação genética, integrando técnicas de ADN recombinante.
A biotecnologia combina disciplinas tais como a genética, a biologia molecular, a bioquímica,
a embriologia e a biologia celular, com a engenharia química, as tecnologias de informação,
a robótica, a bioética e o biodireito, entre outras.
1.2. Nanotecnologia em Portugal
A investigação em biotecnologia desenvolve-se um pouco por todo o país e Regiões
Autónomas, tendo sido já constituídos diversos grupos de unidades científicas de
investigação aplicada e empresas especializadas, entre os quais se encontra um Parque
Tecnológico dedicado à biotecnologia e institutos integrados de investigação multidisciplinar
reconhecidos a nível europeu.
O processo de desenvolvimento da biotecnologia em Portugal teve o seu início formal em
1989 com a criação da primeira organização de investigação especializada em
biotecnologia.
As áreas tecnológicas com desenvolvimento mais significativo incluem as ciências da vida,
(designadamente doenças genéticas, doenças infeciosas e imunologia, neurociências,
stress e biologia estrutural), os biomateriais, os materiais biodegradáveis e biomiméticos.
1.3. Futuro
Em termos industriais, tem-se assistido à criação de diversas empresas, resultantes, na sua
maior parte, de processos de empresarialização de resultados académicos e científicos. Em
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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1998, foi criada a APbio (Associação Portuguesa de Bioindústrias) que atualmente conta,
entre os seus associados, com mais de 30 empresas e diversos centros de investigação e
incubação.
Um dos problemas desta área empresarial é o tempo até ao mercado, que varia
normalmente entre 8 e 15 anos, exigindo grandes investimentos até os produtos chegarem
aos consumidores. A falta de empresas de capital de risco especializadas e com recursos
suficientes para suportar o esforço necessário ao processo de desenvolvimento,
certificação, testes e aprovação é a principal ameaça ao sucesso desta área tecnológica em
Portugal.
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2. ENQUADRAMENTO DO ESTUDO
Perante a conjuntura atual e a necessidade de uma rápida reconversão da estrutura
económica, a BICS, Associação dos Centros de Empresa e Inovação Portugueses, com
o projeto de “Dinamização de Clusters Tecnológicos Emergentes” pretende envolver os
principais agentes de 4 áreas estratégicas emergentes: Nanotecnologia, Digital Media,
Clean Tech e Biotecnologia, para o impulsionamento de uma clusterização dinâmica.
Deste projeto deve resultar uma distinção pela positiva de clusters mais dinâmicos e
com maior potencial, fomentando debates de índole regional, recorrendo à promoção do
networking e a sistemas de open innovation e oriented innovation, além de criar condições
para a geração de externalidades indutoras de efeitos de arrastamento na economia,
sendo sensibilizador e incitador do Empreendedorismo, da Inovação e da Cooperação
Institucional em Portugal.
O projeto decorre paralelamente aos objetivos gerais dos BIC de fortalecer a
comunicação e cooperação com as Universidades, Institutos Politécnicos, Centros de
Transferência de Tecnologia e Entidades de Apoio às Empresas e aos
Empreendedores no sentido de fortalecer as redes regionais de desenvolvimento
económico e social, numa perspetiva de sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida e
competitividade das regiões.
No quadro deste projeto, o estudo de diagnóstico do setor biotecnológico em Portugal
pretende analisar a atual situação do setor e demonstrar a biotecnologia como um setor
horizontal que conta com grandes ferramentas para o desenvolvimento sustentável da
indústria nacional.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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3. BIOTECNOLOGIA: INTRODUÇÃO AO SETOR
3.1. O caminho desde a biotecnologia tradicional à moderna
A biotecnologia tradicional baseia-se na obtenção e utilização dos produtos do
metabolismo de certos micro-organismos. Pode ser definida como “a utilização de
organismos vivos para a obtenção de um bem ou serviço útil para o homem”.
Embora biotecnologia seja um termo que ao público em geral possa soar como inovador,
esta faz parte da vida humana há mais tempo do que as pessoas possam imaginar. A
aplicação da biologia na transformação da natureza é uma tecnologia muito antiga, isto é,
desde há séculos passados que o homem tem aplicado o uso de processos
biológicos como ferramentas de transformação de matérias-primas em produtos
finais.
Um claro exemplo da utilização da biotecnologia por parte do homem observa-se há
séculos na descoberta da fermentação. Ao fermentar as uvas obtinha-se um produto final,
o vinho, o mesmo acontecia com a fermentação dos cereais (a cerveja) ou das maçãs (a
sidra). Nestes processos intervêm micro-organismos que transformam componentes do
suco de frutas ou de cereais em álcool. A biotecnologia também faz parte da fabricação de
pão mediante a utilização de leveduras, conseguir produzir queijos através da adição de
bactérias, iogurte, entre outros. Embora, naquela altura, os homens não entendessem como
ocorriam estes processos, nem conhecessem a existência de micro-organismos, podiam
utilizá-los para seu benefício.
Todos estes processos foram desenvolvidos a partir de mecanismos de tentativa e
erro e “afinados” desde o século XIX com diversas técnicas (em consonância com o
desenvolvimento da química). Algo semelhante ocorreu com o desenvolvimento das
vacinas e de outros medicamentos de origem biológica: identificado o agente, a sua
atenuação permitia a cultura reprodutiva controlada e com isso a geração de vacinas.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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O documento intitulado "Biotecnologia" e desenvolvido por ArgenBio1 faz referência a que a
biotecnologia começa a ser estudada nos inícios do século XIX, quando a procura de
mão-de-obra para a indústria incipiente estimulou o êxodo da população do campo para a
cidade. Como consequência, as condições sanitárias, doenças e fome eram cada vez
piores. Ao mesmo tempo, o progresso exigia processos industriais mais eficientes. Portanto,
o entendimento dos fenómenos naturais tornou-se indispensável para responder às
necessidades da sociedade.
A partir de 1850 surgem novas áreas do conhecimento; nascem a microbiologia, a
imunologia, a bioquímica e a genética. A química industrial evolui aceleradamente e,
também, aumenta a intervenção da engenharia agrícola e da pecuária na administração do
campo.
Em 1914, Karl Ereky, um engenheiro agrónomo húngaro, desenvolve um plano de criação
de porcos para substituir as práticas tradicionais por uma indústria agrícola capitalista,
baseada no conhecimento científico. Deve-se a Ereky (1919) a primeira definição de
biotecnologia, “a ciência dos métodos que permitem a obtenção de produtos a partir de
matéria-prima, mediante a intervenção de organismos vivos”. Para ele, a era bioquímica
substituiria a Idade da Pedra e do Ferro.
O século XX assiste a um desenvolvimento extraordinário da ciência e da tecnologia
(eletrónica e informática). Da convergência de ambas resultam êxitos extraordinários em
vários setores produtivos, onde os seres vivos constituem a base de aplicações tão diversas
como a geração de variedades vegetais mais produtivas, a fabricação de novos alimentos, o
tratamento dos resíduos e a produção de enzimas e antibióticos.
Sob esta premissa, definir-se-ia a biotecnologia moderna como a aplicação científica e
tecnológica a organismos vivos, as suas partes, produtos e modelos destinados a modificar
organismos vivos e/ou materiais aplicados à produção de conhecimentos, bens e serviços
(OCDE, 2006).
1 Estudo intitulado: BIOTECNOLOGIA. Elaborado para o ArgenBio e a Universidade de Quilmes Editorial. Autora: María Antonia Muñoz de Malajovich.
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Pier Paolo Saviotti2 introduz-nos no início da biotecnologia moderna através do Relatório de
Vigilância Tecnológica, Comissão Europeia. Neste estudo indica que a biotecnologia
moderna deriva do aparecimento da biologia molecular, uma nova disciplina fundada nos
anos 1930 com o objetivo de aplicar os métodos da física à biologia. A descoberta da
estrutura do ADN por Watson e Crick demonstrou que os genes contêm a informação para
a produção de proteínas. Apesar de que foi imediatamente evidente que esta descoberta
poderia ter aplicações potenciais enormes para a medicina bem como para muitas outras
áreas de atividade, a aplicação prática deste potencial não começou a ser usada até a
descoberta do ADN recombinante e dos anticorpos monoclonais nos inícios dos anos
1970 (McKelvey, 1997; Goujon, 2001; Eliasson, 2000).
Estas duas descobertas abriram o caminho às aplicações industriais, das quais eram
esperados resultados económicos em períodos de tempo relativamente curtos. A isto
seguiu-se uma onda de investimentos que conduziram à criação de muitas empresas e a
uma nova forma de organização industrial. Assim, desde o seu começo, a biotecnologia
foi uma tecnologia muito intensa a nível científico. Os desenvolvimentos posteriores
dependeram fortemente do progresso técnico, por exemplo, da reação em cadeia da
polimerase (PCR), que permite a amplificação de quantidades de ADN e de material
genético para que esteja disponível para os investigadores, da emergência da
bioinformática (Saviotti et al, 2000), uma nova disciplina na interface entre a biologia e as
Tecnologias da Informação (TI), que provocou a automatização do sequenciamento de
ADN e acelerou, em grande parte, o Projeto Genoma Humano. Este projeto abriu a porta a
uma ampla gama de novas aplicações potenciais.
Como consequência, o desenvolvimento posterior da biotecnologia pode ser
caracterizado como um processo crescente de especialização no qual certas doenças se
converteram no centro das atenções e alguns desenvolvimentos técnicos emergentes foram
reconhecidos como subdisciplinas da biotecnologia.
A biotecnologia abrange hoje uma ampla área do conhecimento que surge da ciência
básica (biologia molecular, microbiologia, biologia celular, genética, etc.), da ciência
aplicada (técnicas imunológicas e bioquímicas, bem como técnicas baseadas na física e na
2 Pier Paolo Saviotti (UMR-GAEL, Grenoble e GREDEC, Sophia Antipolis). Informe de Vigilancia Tecnológica, Serie de informes de tecnologías clave de la Comisión Europea, Biotecnología. Mi+d. www.madrimasd.org
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eletrónica) e de outras tecnologias (fermentações, separações, purificações, informáticas,
robótica e controle de processos) 3. Trata-se de uma rede complexa de conhecimentos onde
a ciência e a tecnologia se entrelaçam e se complementam.
O processo da biotecnologia como ciência à tecnologia aplicada
O documento Biotecnologia e desenvolvimento gerado por CEPAL (Nações Unidas) 4 serve
como base para analisar o processo de um desenvolvimento científico a uma técnica e
o desta a uma tecnologia com validade comercial.
No caso da biotecnologia, este processo implica uma vasta quantidade de procedimentos
interrelacionados - com as suas respetivas buscas para atividades terciárias - que podem
ser efetuadas por um único agente ou por vários (sendo requeridos, neste caso,
mecanismos de direitos de propriedade que facilitem os intercâmbios). Ou seja, trata-se de
uma atividade que apresenta uma vasta quantidade de “pontos de fuga” ou de “pontos de
rendimento” o que facilita ou requer a possibilidade de interligações.
É comum a todas as aplicações posteriores um primeiro conjunto de técnicas. Casos como
a identificação de espécies utilizando marcadores moleculares ou as técnicas básicas de
clonagem não diferem substantivamente segundo a sua aplicação posterior.
Este conjunto de desenvolvimentos é conhecido como tecnologias horizontais e estas são
relativamente padronizadas e passíveis de ser integradas como parte de processos formais
de formação de recursos humanos (cursos universitários e similares). Têm como elementos
críticos elevados níveis de conhecimentos em biologia, química fina, e inclusive
bioinformática.
Por outro lado, um segundo conjunto de tecnologias é de uso específico em aplicações e
casos concretos, daí o seu maior grau de especificidade. Geralmente, o seu
desenvolvimento e circulação é limitado a empresas ou instituições, ou faz parte de acordos
3 Fonte: BIOTECNOLOGIA. Elaborado para o ArgenBio e a Universidade de Quilmes Editorial. Autora: María Antonia Muñoz de Malajovich. 4 Documento Biotecnologia e desenvolvimento. Este documento foi preparado por Roberto Bisang e Verónica Cessa, consultores, e Mercedes Campi, assistente de investigação do gabinete da Comissão Económica para a América Latina e Caribe (CEPAL) em Buenos Aires a pedido do gabinete da Secretaria Executiva da CEPAL.
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entre ambos. Os seus elementos críticos estão associados a atividades específicas tanto em
termos de conhecimentos (fisiologia vegetal e bovina; patologias humanas, etc.), como
operacionais (variedades vegetais e animais, equipamentos, etc.).
Somado a isso e incrementando a complexidade analítica, cabe acrescentar outros
elementos desde a perspetiva da posterior aplicação territorial destas técnicas, ao campo
específico. Se se referirem à sua utilização em agricultura e/ou gado, a sua aplicação deve
contemplar as especificidades dos solos e dos climas regionais (por outras palavras, a
inexistência de solos e climas homogéneos no mundo limita a possibilidade de uma
aplicação biotecnológica universal e uniforme); se a aplicação de técnicas gerais e/ou
específicas recai sobre o campo da saúde humana, também não é comum encontrar
patologias universais únicas, mas sim múltiplas doenças regionais, etc.
O processo que vai de uma ideia a um produto, no caso da biotecnologia, tem algumas
características específicas:
Geralmente, as “buscas científicas” (isolamento de um gene, relação entre um
gene e o traço que determina, mapas genéticos, etc.) estão orientadas desde o início
pelo desafio de resolver um problema (que gene determina a insuficiência
suprarrenal?; qual é o desequilíbrio que altera o comportamento de algumas células
e as torna cancerígenas?). O próprio desafio requer uma pré-orientação dos
desenvolvimentos científicos; trata-se de usos genéricos.
Próximo de realizar a pergunta de investigação, surge a eventual aplicação à
solução técnica de um problema. Estamos a um passo do pré-competitivo, no
entanto, o caminho técnico selecionado pode não ser o adequado, o qual reformula
as ações iniciais do biólogo ou de outro cientista. Trata-se de usos específicos.
Obtida a solução técnica, o passo seguinte é a viabilidade produtiva. Dado que o
processo é geralmente maleável, isso obriga a reformular todo o esquema de
desenvolvimento prévio. Desta maneira, os próprios desafios da biotecnologia
implicam uma maior relação entre “o científico”, “o tecnológico” e “os negócios”.
A complexidade dos desenvolvimentos científicos recomenda a “desmontagem”
das atividades até o ponto de que se geram múltiplas oportunidades/necessidades
(novas) de intercâmbio, que sob determinadas circunstâncias, se convertem em
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mercados (reais ou potenciais). Isso leva a revalorizar conhecimentos desenvolvidos
previamente e a propor novos mercados.
Existe um conjunto de tecnologias comuns a todos os desenvolvimentos,
tecnologias horizontais, e outras tecnologias específicas para o desenvolvimento
de aplicações concretas em setores novos ou em processos novos de atividades
pré-existentes. Geralmente, as especificidades locais (climas e solos, patologias,
perfis alimentares, etc.) limitam a “universalidade” destas tecnologias, obrigando a
processos adaptativos locais.
O caminho de um desenvolvimento em laboratório a um produto provado (funcionalmente) e
aprovado (a nível regulamentar), que seja economicamente rentável e que com isso permita
um processo de acumulação que estabeleça as bases para o desenvolvimento, implica
outra longa série de etapas:
Desenvolvido o produto/processo é necessário o escalamento industrial, etapa
menos simples que em outras atividades, dado que se trata de produtos biológicos.
Esta etapa é concomitante com outro aspeto relevante como é o enquadramento
regulamentar. Isto refere-se não só aos direitos de propriedade, mas também às
condições de segurança, inocuidade e eficiência dos desenvolvimentos.
A etapa produtiva (incluindo fornecedores de um fator de produção, equipas,
capacidade laboral, balanço entre a produção interna e a subcontratação, etc.).
A distribuição e outros procedimentos até chegar ao consumidor. Dadas as
áreas de aplicação final da biotecnologia (medicamentos, vacinas, terapias
genéticas, produtos industriais, alimentos, etc.), alguns ativos complementares
reclamam importância, como as marcas, as relações contratuais prévias, o
armazenamento, as cadeias de frio e, em geral, a logística de distribuição.
Em síntese, a total captação do rendimento tecnológico e produtivo, requer não só domínio
tecnológico, mas também e fundamentalmente, controlo produtivo, capacidades para dar
resposta às regulações e utilização dos canais comerciais do produto até chegar ao
consumidor. Em perspetiva, o controlo tecnológico nos desenvolvimentos iniciais funciona
só como modo de condição necessária para captação de rendimentos. As condições
suficientes associam-se ao controlo das restantes etapas.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
15
Obviamente, isto implica dois modelos polares de organização, formados, o primeiro por
grandes empresas com uma alta integração técnica e produtiva (especialmente nas
atividades estratégicas) e, o segundo, pela segmentação de atividades em cadeias
produtivas mais desconcentradas.
3.2. Biotecnologia: O conceito
A biotecnologia é um campo fortemente transversal e heterogéneo, que implica a utilização
de diferentes técnicas provenientes de diferentes ramos da ciência e com campos de
aplicação muitos variados. Assim, a definição de biotecnologia é um desafio importante que
tem sido abordado a partir de diferentes perspetivas nos últimos anos.
A palavra biotecnologia 5 é o resultado da união de outras duas: biologia e tecnologia. E a
biotecnologia é exatamente isso: tecnologia biológica. Os seres vivos podem ser
considerados máquinas biológicas. Utilizamos maquinaria biológica em forma de moléculas
para nos movermos, obtermos energia a partir do que comemos, respirarmos, pensarmos,
etc.
A biotecnologia consiste precisamente na utilização da maquinaria biológica de outros
seres vivos para que resulte num benefício para o ser humano, seja porque se obtém um
produto valioso ou porque se melhora um procedimento industrial. Através da biotecnologia,
os cientistas procuram formas de aproveitar a "tecnologia biológica" dos seres vivos para
gerar alimentos mais saudáveis, medicamentos melhores, materiais mais resistentes ou
menos poluentes, culturas mais produtivas, fontes de energia renováveis e inclusive
sistemas para eliminar a contaminação.
O Inventário diagnóstico das biotecnologias no MERCOSUL e a comparação com a União
Europeia apresenta os conceitos biotecnológicos existentes6.
Neste relatório, estabelece-se que na literatura existem duas opções principais quando se
trata de estabelecer uma definição de biotecnologia: por um lado, estabelecer um
enunciado único que englobe as possíveis atividades do campo ou utilizar uma lista de
5 Extrato de texto proveniente do portal www.biopositivizate.com 6 O relatório “Inventario diagnóstico de las biotecnologías en MERCOSUR y comparación con la Unión Europea” (BIOTECH ASA-2005-017-350-C2), foi realizado pelo Centro Redes para o Programa Biotech. Direção: Mario Albornoz ([email protected])
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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definições de diferentes tipos de biotecnologias. Nos Estados Unidos, durante a primeira
metade dos anos oitenta, foram utilizados os dois tipos de definição. A primeira considera a
biotecnologia como uma técnica, ou um conjunto de técnicas, que utiliza organismos
vivos - ou partes deles - para obter ou modificar produtos, melhorar plantas ou animais, ou
para desenvolver micro-organismos com usos determinados. Esta definição contém os
novos instrumentos biológicos e os métodos tradicionais de seleção genética. A segunda
definição define a biotecnologia em função da utilização das técnicas modernas do
ADNr, a fusão celular e os procedimentos de bioengenharia.
A definição da Enciclopédia Britânica destaca a importância da investigação, sem fazer
referência a uma área de conhecimento específica: “a aplicação dos avanços nas técnicas e
instrumentos de investigação das ciências biológicas à indústria”. No dicionário europeu
EURODICAUTOM, define-se a biotecnologia como toda a aplicação tecnológica que utilize
sistemas biológicos e organismos vivos ou seus derivados para criar ou modificar produtos
ou processos para usos específicos.
Num sentido estrito, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE) 7 define a biotecnologia como um conjunto de técnicas que modificam organismos
vivos (ou parte dos mesmos), transformam substâncias de origem orgânica ou utilizam
processos biológicos para produzir um novo conhecimento, ou desenvolver produtos e
serviços. Esta definição abrange tanto a biotecnologia tradicional como a moderna, surgida
nos anos 1980, já que inclui técnicas de produção utilizadas há milhares de anos, como são
o uso de leveduras para a fermentação do pão ou produtos lácteos e técnicas de engenharia
genética, utilizadas para modificar e transferir genes de um organismo a outro.
Dada a marcada transversalidade da biotecnologia, esta classificação conceitual baseia-se
em métodos e técnicas da biotecnologia moderna, que dão como resultado aplicações
biotecnológicas. Por sua vez, o controlo da aplicação destas técnicas abrange um amplo
leque de situações que incluem:
Investigação e desenvolvimento experimental
Comercialização
Utilização para o desenvolvimento de novos produtos
7 Definição desenvolvida pela OCDE, atualizada em 2005. www.oecd.org
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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Utilização para a produção de bens e serviços biotecnológicos
Atividades chave em biotecnologia
I+D biotecnológica
Investigação de técnicas biotecnológicas e desenvolvimento de produtos ou processos
Produtos de conheciment
Produtos finais destas técnicas, utilizações finais de produtos biotecnológicos,
Técnicas baseadas em ADN/ARN, por genómica
Proteínas e outras moléculas
Cultura e engenharia celular e de tecidos
Técnicas
Técnicas que definem a
biotecnología
Aspetos que podem ser
medidos no
Produtos e processos biotecnológicos
I+D biotecnológica
Empresas biotecnológicas
Vendas e rendimentos biotecnológi
Modelo conceptual para as estatísticas em biotecnologia da OCDE
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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Num sentido ainda mais extenso, a biotecnologia pode também ser definida como o
conjunto de técnicas que utiliza organismos vivos ou parte deles, para fabricar ou modificar
produtos, melhorar plantas ou animais, ou desenvolver micro-organismos para usos
específicos (Office of Technology Assessment - OTA, 1990). Esta definição englobaria a
biotecnologia tradicional.
Uma definição aceite internacionalmente é a proposta pela Nações Unidas8, segundo a
qual a biotecnologia se refere a toda aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos e
organismos vivos ou os seus derivados para a criação ou modificação de produtos ou
processos para usos específicos.
Na prática, a eleição de uma só definição de biotecnologia é complicada, pelos diferentes
significados atribuídos ao conceito em diferentes setores de aplicação.
A biotecnologia na agricultura costuma referir-se aos OGM (Organismos Geneticamente
Modificados) e às tecnologias associadas como os marcadores de ADN; costuma incluir a
cultura de tecidos, mas não as tecnologias tradicionais. A biotecnologia para as aplicações
meio-ambientais e industriais inclui tecnologias que não usam OGM, como a biorremediação
de terras contaminadas ou o branqueamento da polpa da madeira. No setor da saúde, a
biotecnologia refere-se a várias tecnologias avançadas, como a engenharia genética,
genómica e proteómica, mas inclui disciplinas, como a química combinatória, que se aplicam
em síntese de química tradicional.
Utilizar uma lista básica de definições pode ajudar a reduzir algumas das confusões que
rodeiam uma só definição e é útil quando as políticas públicas estão orientadas às
aplicações e benefícios da biotecnologia, as que variarão com o tipo de biotecnologia em
tilização. Também se torna útil quando empresas grandes e diversificadas utilizam a
biotecnologia em muitos setores diferentes, dado que possibilitam identificar as mesmas e
avaliar o grau de intensidade dos seus respetivos usos.
8 Definição desenvolvida pela Nações Unidas, Convention on Biological Diversity, Article 2. Use of Terms, United Nations. 1992
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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3.3. As aplicações da biotecnologia
A solução de problemas por métodos biotecnológicos implica abordá-los de maneira
multidisciplinar, com ferramentas de uso comum em diferentes disciplinas científicas
(biologia, bioquímica, genética, virologia, agronomia, engenharia, química e medicina, entre
outras). Na atualidade, o uso destes métodos está a ter um grande impacto nos diferentes
setores industriais. Por isso, surgiram várias classificações do conceito de biotecnologia
e as suas diferentes aplicações. Uma das mais simplificadas, embora não totalmente
aceite, foi desenvolvida durante o Congresso Europeu de Biotecnologia em 2005 e
engloba a biotecnologia em quatro áreas principais, dependendo do seu setor de aplicação:
vermelha, verde, branca e azul.
Biotecnologia
Vermelha
É a biotecnologia que abrange as aplicações e
investigações relativas à saúde
Biotecnologia Verde
É a biotecnologia que inclui as aplicações e
investigações agrícolas, pecuárias e florestais
Biotecnologia Branca
É a biotecnologia que se dedica às aplicações e
investigações industriais e ambientais
Biotecnologia Azul
É a biotecnologia que se dedica às aplicações com
origem em organismos aquáticos.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
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Com o objetivo de aprofundar esta classificação, o observatório Bioemprende9 descreve
cada uma das biotecnologias e as áreas onde se podem aplicar:
9 O Observatório BIOEMPRENDE é um observatório transfronteiriço de inovação em biotecnologia. observatorio.bioemprende.eu
Biotecnologia Vermelha ou Sanitária
Esta área inclui a utilização de processos relacionados com a medicina e a
farmacologia e baseados na manipulação genética de organismos. Compreende as
aplicações terapêuticas, diagnósticas, de saúde animal e de investigação
biomédica.
Em referência ao anterior, é importante mencionar as seguintes áreas de
aplicação:
Diagnóstico molecular e biossensores: Baseia-se na deteção de marcadores
moleculares, sensíveis e específicos, presentes nos seres vivos que sejam
indicadores de alguma característica do estado fisiológico do corpo (patologias e
doenças, estados de stress celular...). Isto permite um diagnóstico precoce,
comprovar o estado da doença e inclusive a seleção do melhor tratamento. Entre
os marcadores presentes encontram-se marcadores genéticos (variedades
genéticas que predispõem a certas doenças, como o cancro), proteicos (enzimas
que silenciam genes ou têm defeitos...) ou moleculares (produtos secundários do
metabolismo...). Para isto, utilizam-se microarrays (arrays ou biochips), tanto de
genes como de proteínas, técnicas imunohistoquímicas, etc. Desta forma implanta-
se a chamada medicina personalizada, onde se administra o medicamento
adequado, com a concentração e local exatos graças ao estudo genético, proteico
e histológico do paciente.
Engenharia celular e de tecidos: Baseia-se na produção de células e tecidos que
substituam aqueles que estão danificados, que tenham sido extirpados ou que
perderam a sua função, pelo que se considera também medicina regenerativa.
Para isso, utilizam o conhecimento da engenharia, culturas celulares, células-
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
21
tronco, entre outros.
Proteínas recombinantes e anticorpos monoclonais: Baseia-se na utilização
das células como ferramentas para produzir fármacos de forma barata e eficiente.
Com base nestas tecnologias foi possível descobrir e produzir muitas substâncias
com capacidade terapêutica.
Terapia genética: Baseia-se na modificação do material genético das células (só
na linha somática e não na germinativa, totalmente proibida na legislação), para
aumentar, substituir, diminuir ou silenciar a expressão de certos genes e as suas
respetivas proteínas decorrentes, com o objetivo de curar alguma doença ou
característica fisiológica não desejada.
Novos alvos terapêuticos, novos fármacos e novas vacinas: Em conjunto com
outras áreas da biotecnologia foi possível descobrir novos fármacos (a partir de
dados naturais do mundo marinho, de plantas ou animais) que têm capacidade
terapêutica em alvos de doenças já conhecidos ou novos (recetores de membrana,
enzimas ou os próprios genes). Da mesma forma, estão a descobrir-se novas
vacinas mais eficazes para todo o tipo de doenças, como as chamadas vacinas
recombinantes, que utilizam só as partes que conferem imunidade ao corpo sem
ter que utilizar o patogénico na sua totalidade.
Novos sistemas de administração de fármacos e vacinas: Graças à
implantação da nanotecnologia e ao avanço da química, existem novas e
promissoras formas de administrar fármacos e vacinas. Por exemplo, a
administração controlada de fármacos, que só são libertados perante
circunstâncias muito determinadas, à concentração adequada e só na zona
afetada.
Genética de populações e farmacogenética: Consiste no estudo da distribuição
e evolução da variabilidade genética entre os indivíduos de uma ou várias
populações, o que faz com que respondam, junto com as variáveis ambientais, de
forma diferente às doenças e às diferentes terapias. Desta forma pode obter-se
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
22
informação valiosa sobre as diferentes variáveis genéticas e a sua relação com as
doenças e com a resposta às suas diferentes terapias (para assim conseguir uma
“medicina personalizada”).
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
23
Biotecnologia Verde
A biotecnologia verde é a que se dedica a dar produtos e serviços à área
agroalimentar, mais concretamente trata-se de biotecnologia aplicada a processos
agrícolas.
Em referência ao anterior, é importante mencionar as seguintes áreas de
aplicação:
Organismos Geneticamente Modificados e plantas transgénicas: Graças aos
avanços em engenharia genética é possível criar plantas transgénicas, a partir da
variedade de espécies de plantas agrícolas, com uma variedade de novas
capacidades: resistência a pragas e pesticidas, resistências a fatores ambientais
(secas, salinidade, falta de luz, etc.), aumento da produtividade ou aceleração do
crescimento, conteúdo nutricional melhorado (com maior quantidade de certas
substâncias ou presença das mesmas quando antes essa planta não as tinha),
plantas como biofarmácias (com presença de substâncias terapêuticas), etc. As
possibilidades comerciais e de desenvolvimento são muito amplas, com um
importante objetivo de aliviar os problemas dos países em desenvolvimento (como
o chamado “arroz dourado”).
Bactérias e leveduras transgénicas: Consiste na mesma ideia, aplicada aos
elementos encarregados de modificar alimentos (produção de vinho, cerveja,
queijo...), para que se produzam alimentos com características especiais (melhores
características organoléticas, novas substâncias, maior capacidade de tolerância
ambiental…) ou melhorar a produção (crescimento mais rápido, melhor eficácia
enzimática...).
Alimentos funcionais: São aqueles que, sem ter capacidade terapêutica,
melhoram o estado de saúde ou previnem em relação a certas doenças (vitaminas,
fibra, antioxidantes, probióticos...). Estão cada vez mais presentes numa variedade
de alimentos quotidianos. Por exemplo, as sementes de soja com níveis superiores
de ácidos gordos monoinsaturados, que conseguem um azeite mais saudável, que
resiste mais a altas temperaturas e, portanto, permite um maior usam nas frituras.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
24
Produtos vegetais enriquecidos em macronutrientes e em micronutrientes
(vitaminas, minerais), que poderiam melhorar as deficiências nutritivas,
especialmente em países pobres cujas populações têm pouca variedade dietética.
Inclusive, se se avançar na tecnologia de transferência de múltiplos genes de uma
só vez, seria possível, por exemplo, enriquecer o conteúdo de aminoácidos
essenciais nas sementes (que os nossos corpos não podem fabricar por si
mesmos).
Não esqueçamos que muitos países africanos também estão a beneficiar de uma
biotecnologia não genética, limpa, barata e real: as culturas in vitro de tecidos e a
micropropagação (prática que consiste em multiplicar rapidamente e/ou regenerar
matéria vegetal para produzir uma grande quantidade de novas plantas
geneticamente idênticas, com métodos laboratoriais modernos) estão a permitir a
distribuição material de sementeira livre de vírus e dotada de resistência a fatores
adversos.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
25
Biotecnologia Branca
Conhecida como biotecnologia industrial, é a que se aplica à indústria e a
processos industriais. Esta categoria é muito ampla e engloba muitos setores
industriais, incluindo o setor químico, alimentar, meio ambiente, energia, etc. Inclui
também a biotecnologia ambiental: aplicação da biotecnologia na conservação do
meio ambiente.
Este tipo de atividade está a procurar substituir as tecnologias poluentes por outras
mais limpas ou amigas do ambiente. Basicamente, emprega organismos vivos e
enzimas para obter produtos mais fáceis de degradar, e que requeiram menos
energia e gerem menos resíduos durante a sua produção.
O uso de enzimas ou biocatalizadores é um dos avanços mais significativos na
área da biotecnologia branca. As vantagens da sua utilização residem na alta
seletividade e eficiência das enzimas em comparação com os processos químicos.
Enquanto os processos químicos convencionais requerem alta pressão e alta
temperatura, os micro-organismos e as suas enzimas trabalham a pressão e
temperaturas normais. Além disso, as enzimas são biodegradáveis e muitas delas
podem funcionar em solventes orgânicos, alta concentração de sais e outras
condições extremas. As enzimas são aplicadas hoje a praticamente todas as
indústrias, incluindo a farmacêutica, alimentar, química, têxtil, de detergentes, do
papel, etc.
Neste sentido, a biotecnologia branca pode ajudar em diferentes áreas:
Novas fontes de energia e novas tecnologias: Produção de tecnologias limpas
ou verdes, como podem ser os processos de biotransformação ou biomateriais que
geram resíduos biodegradáveis reduzindo os efeitos tóxicos sobre o meio ambiente
(bioplásticos, novos tecidos, materiais para a construção como teias de aranha,
etc.). Novas fontes de energia como são os biocombustíveis obtidos a partir de
recursos renováveis e menos poluentes que os combustíveis fósseis utilizados
atualmente (bioetanol e o biodiesel, ou a biomassa). A substituição destes por
biocarburantes supõe uma diminuição das emissões gasosas poluentes. Além
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
26
Biotecnologia Branca
disso, por serem biodegradáveis, diminuem o nível do impacto ambiental de
derramamentos acidentais. Um dos benefícios mais importantes dos
biocombustíveis é a sua contribuição praticamente nula ao aumento de gases com
efeito de estufa na atmosfera.
Química e Nanobiotecnologia: Os avanços nos conhecimentos biotecnológicos
estão a permitir realizar transformações químicas de uma forma mais eficiente e
eficaz, utilizando enzimas ou células inteiras desenhadas para otimizar
transformações conhecidas e outras ainda por conhecer, que dão lugar a produtos
de química básica (como o hidrogénio), biomateriais (como o propanodiol) e de
química fina ou bioquímicos (como as vitaminas). Assim, e graças ao
desenvolvimento da nanotecnologia, está a começar-se a controlar e a utilizar as
moléculas provenientes dos seres vivos como base para produzir novos produtos e
serviços (como novos sequenciadores de ácidos nucleicos e proteínas, células
artificiais, biossensores...).
Fábricas celulares e bioprocessos: Utilizando as células como fábricas e o
estudo dos diferentes bioprocessos, estão a ser produzidos todo o tipo de produtos
de uma forma mais eficiente ou inovadora. Como novas enzimas para detergentes,
degradação ou conservação de materiais, vitaminas, proteínas recombinantes
aplicados à saúde ou à alimentação.
Limpeza de poluentes: Utilizando plantas e micro-organismos conseguem-se
descontaminar águas (lodos ativos e digestões anaeróbias), solos (fitorremediação)
e a atmosfera (biofiltros).
Melhoria dos processos industriais: Graças à eficiência dos processos
biológicos, a biotecnologia ambiental consegue otimizar processos industriais
tradicionais ou o desenvolvimento e a geração de outros novos (por exemplo, o uso
da bactéria Thiobacillus ferrooxidans nos processos de extração do cobre e ouro).
Conservação da biodiversidade: Proporciona ferramentas muito valiosas quanto
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
27
Biotecnologia Branca
à identificação, classificação e preservação da biodiversidade. Descoberta e
caracterização de novas espécies, especialmente de micro-organismos e fungos;
desenvolver e otimizar métodos para a marcação e o controlo de exemplares;
conservação da biodiversidade, especialmente no que se refere a diagnósticos
veterinários e forenses aplicados à fauna silvestre; análise das vantagens e dos
riscos para o meio ambiente dos organismos geneticamente modificados (OGM);
utilização respeitável e sustentável da biodiversidade.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
28
Biotecnologia Azul ou Marinha
A biotecnologia azul ocupa-se da aplicação de métodos moleculares e biológicos
aos organismos marinhos e de água doce. Isto implica o uso destes organismos, e
seus derivados, para fins como aumentar a oferta de produtos do mar e a
segurança, o controlo da proliferação de micro-organismos nocivos transmitidos
pela água e o desenvolvimento de novos medicamentos.
Aquicultura: Consiste na criação ou cultivo de organismos aquáticos tendo em
vista a sua maior produção. Para isso é necessário um estudo minucioso da forma
de cultivo e crescimento, criação, dietas e padrões alimentares, patologias,
consequências no meio, etc. Por exemplo, as microalgas podem proporcionar uma
fonte de alimento fresco para as espécies cultivadas. Deste modo, será possível
obter dietas mais adaptadas para as espécies cultivadas que permitam melhorar a
produtividade e a qualidade das mesmas.
Novas fontes: O mar, uma das zonas menos conhecidas do planeta, é uma fonte
potencial de novas espécies e moléculas com capacidade terapêuticas,
cosméticas, etc.; novas fontes de energia; novos alimentos e modelos para a
descontaminação do meio ambiente ou a biorremediação; biomateriais e estruturas
biodegradáveis.
Na medicina, por exemplo, espera-se que a biotecnologia azul e a investigação em
biologia marinha contribuam para o avanço mediante o desenvolvimento de novas
substâncias de origem marinha como compostos bioativos, adesivos, antiadesivos,
coloides biocompatíveis, nanoestruturas e materiais porosos. Da mesma forma,
existe o potencial de descobrir novas moléculas que alteram a capacidade das
células tumorais de se unirem e se multiplicarem ou originarem metástases. Além
disso, um grande desafio com o qual os cientistas se deparam atualmente é que se
pode isolar uma grande quantidade de compostos inovadores provenientes de
invertebrados marinhos. Estudar todas estas moléculas e as suas atividades é
muito complicado e requer novas tecnologias em isolamento, identificação,
caracterização e técnicas de screening.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
29
Biotecnologia Azul ou Marinha
Algologia ou ficologia: O seu estudo e cultura estão a ter como resultado muitas
aplicações práticas como biossensores, novos alimentos, biorremediação,
cosméticos, produção de novos fármacos, etc. Um dos campos de interesse tem
relação com os derramamentos de hidrocarburantes, já que é uma das fontes de
contaminação mais importante dos oceanos. Estão a ser desenvolvidos novos
dispersores, micro-organismos e enzimas de origem marinha que permitam
controlar os derramamentos e favoreçam a sua eliminação. Outro dos campos que
está na ordem do dia é o de desenvolver novas fontes de energia não poluentes
que ajudem a reduzir as emissões de CO2 e contribuam para o controlo da
mudança climática. Neste sentido, as microalgas e as bactérias fotossintéticas
constituem uma aposta promissora como fonte para a obtenção de hidrogénio de
origem biotecnológica e para a obtenção de biodiesel.
Como foi comentado no princípio desta secção, existem várias classificações do conceito de
biotecnologia e das suas diferentes aplicações. Uma delas, a cada vez mais utilizada,
amplia a classificação anterior (biotecnologia vermelha, biotecnologia verde, biotecnologia
branca e biotecnologia azul) em mais duas áreas com os seus respetivos setores de
aplicação:
Biotecnologia
Preta
É a biotecnologia que abrange as aplicações e
investigações relativas com o bioterrorismo.
Trata-se da investigação sobre todos os aspetos
relacionados com o bioterrorismo: áreas militares, policiais,
de vigilância, luta contra o terrorismo, guerra biológica,
entre outros.
Biotecnologia
Cinza
É a biotecnologia relacionada diretamente com o meio
ambiente.
Divide-se em duas áreas: manutenção da biodiversidade e
a eliminação de resíduos poluentes.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
30
Por último, Edgar J. DaSilva difunde a Divisão de Ciências da Vida da UNESCO (2005).
Nesta divisão propõe-se uma nova classificação que integra as classificações vistas até
agora com quatro áreas novas: biotecnologia dourada, biotecnologia castanha,
biotecnologia rosa e biotecnologia amarela:
Biotecnologia
Dourada
Bioinformática e bionanotecnologia.
Uso das ferramentas informáticas e modelos
computacionais disponíveis na Internet para a conceção
de genes, enzimas, vias metabólicas (in silico); bem como
também nanoestruturas inovadoras dentro de contextos
biológicos.
Biotecnologia
Castanha
É a biotecnologia conhecida como biotecnologia de
desertos e zonas áridas, que procura aplicar a
biotecnologia neste tipo de terrenos.
Biotecnologia
Rosa
Relativa ao âmbito de patentes, publicações e invenções.
Os processos nos que intervém algum organismo vivo ou
alguma biomolécula obtida a partir destes são protegidos
por patentes. No entanto, ainda é um tema bastante
complexo.
Biotecnologia
Amarela
Biotecnologia de alimentos, Ciências da Nutrição.
Refere-se ao uso dos organismos vivos e/ou biomoléculas
na indústria alimentar. Baseia-se principalmente no uso
de enzimas para a produção e processamento dos
alimentos.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
31
4. O SETOR DA BIOTECNOLOGIA A NÍVEL MUNDIAL
A biotecnologia é uma indústria relativamente nova com um grande potencial de
crescimento. O desenvolvimento de novos produtos, um enquadramento regulamentar
favorável, o envelhecimento da população e um relativo bom acesso ao capital são fatores
que estão a contribuir de forma muito positiva para a sua expansão.
Apesar da crise económico-financeira que assola as indústrias a nível mundial desde 2008,
o setor da biotecnologia mostra sinais de crescimento desde 2010, após um 2009 que
demonstrou sintomas de estagnação e inclusive de leve retrocesso. Em 2012, a
biotecnologia atingiu um volume de negócio de 83,4 mil milhões de dólares (Ernst &
Young 2012), número semelhante ao registado no ano 2000, quando o negócio
biotecnológico estava no seu auge.
Parte do sucesso reside em ser uma indústria nascente, que há apenas uma década atrás
não existia, pelo que se deram até a data grandes crescimentos. Dado o potencial das
aplicações da biotecnologia moderna numa ampla variedade de setores, tais como
produtos biofarmacêuticos, plant breeding e a produção biotecnológica dos produtos
químicos, a biotecnologia é vista como uma das tecnologias essenciais deste século.
Ao mesmo tempo, contribuiu para importantes avanços na ciência básica e é objeto de
grandes programas nacionais de incentivo e financiamento.
Além disso, a biotecnologia apresenta-se como uma indústria facilitadora de novas
oportunidades para fazer frente a muitas necessidades e, portanto, é considerada como
um fator importante para o sucesso dos objetivos políticos no crescimento económico e na
criação de emprego, na saúde pública, na proteção do meio ambiente e no
desenvolvimento sustentável.
É um setor com grandes necessidades de investimento, tanto público como privado. A sua
capitalização na bolsa a nível mundial já supera os 376 mil milhões de dólares e
espera-se que chegue ao bilião de dólares em 2020.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
32
No entanto, apesar do potencial da biotecnologia, os dados sobre o consumo real da
mesma nos diferentes setores da indústria mundial são ainda escassos, mas é certo
que nos Estados Unidos da América (doravante EUA) a situação é melhor que no resto do
mundo, já que foram pioneiros neste setor.
Na atualidade, existe uma crescente preocupação a nível mundial sobre como afetará o
setor o agravamento da crise nos últimos anos, não só nos cortes de ajudas públicas, das
quais são tão dependentes as empresas baseadas na I&D, sobretudo na União Europeia,
mas também em outras indústrias de aplicação ou consumo de biotecnologia.
4.1. O mercado biotecnológico a nível mundial
Nesta secção, é realizado um diagnóstico do mercado biotecnológico a nível mundial,
prestando especial atenção ao mercado dos EUA e da União Europeia, líderes do setor
biotecnológico à escala internacional.
Diagnóstico do setor biotecnológico mundial
Diagnóstico global de empresas de biotecnologia, 2010-11 (em mil milhões de
dólares)
2011 2010 % variação % variação
(base normalizada)10
Dados públicos de empresas
Rendimentos 83,4 84,1 -1% 10%
Despesas em I&D 23,1 22,6 2% 9%
Rendimentos
líquidos 3,8 5,0 -24% -5%
Capitalização na
bolsa 376 401,1 -6% 0,20%
Número de
trabalhadores 163.630 177.100 -8% 4%
Número de empresas
10
As empresasempresas Genzyme, Cephalon e Talecris foram adquiridas por empresasempresas não biotecnológicas, visto que os seus resultados não são considerados para o setor em 2011, realiza-se uma base normalizada para obter uma percentagem de variação ajustada à saída das ditas empresas. 2
Ernst & Young Beyond Borders: Global Biotechnology Report, 2012. Este estudo está focado na análise da situação atual e das tendências da indústria biotecnológica a nível mundial.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
33
Empresas públicas
(Public companies) 617 629 -2% -1%
Fonte: Ernst &Young e dados das demonstrações financeiras de empresas.
Segundo se conclui do estudo realizado por Ernst & Young Beyond Borders: Global
Biotechnology Report 201211, os resultados atingidos pelo setor biotecnológico em 2011
são animadores. Consolida-se a recuperação da indústria biotecnológica que começou
em 2010, ano em que o comportamento mostrado pelas empresas biotecnológicas foi muito
positivo, iniciando uma drástica recuperação em relação à situação vivida durante 2009,
momento em que o setor se viu fortemente afetado pela crise financeira, refletida nos
inúmeros cortes sofridos e nas quedas na bolsa das empresas biotecnológicas cotadas no
mercado de valores.
Com o objetivo de obter uma visão mais realista do comportamento mundial demonstrado
pelo setor em 2011, a Ernst & Young constata a saída de três das grandes empresas
biotecnológicas americanas, que foram adquiridas por holdings não biotecnológicas. Não
representar estas três empresas, Genzyme Corp., Cephalon e Talecris Biotherapeutics, que
no seu conjunto contabilizavam rendimentos de 8,5 mil milhões de dólares, afeta negativa e
significativamente o comportamento global da indústria biotecnológica neste ano a que se
refere o estudo.
Portanto, a recuperação em 2011 da indústria da biotecnologia para níveis anteriores à
crise de 2008, reflete-se no crescimento dos rendimentos das empresas cotadas na
bolsa de valores, rendimentos que regressaram aos dois dígitos pela primeira vez desde
que estalou a crise, mostrando uma variação positiva nos rendimentos de 10% entre os
anos 2011 e 2010, quando a comparação com os dois anos anteriores se situava num
crescimento de 8%, 2010-2009. É certo que estes resultados ainda estão longe das altas
taxas de crescimento atingidas pela indústria na década anterior, certamente porque a crise
provocou mudanças em aspetos como a prudência dos investidores e a pressão exercida
sobre compradores/pagadores, sobretudo em ajustes de preço e pagamento, que é maior.
Outro dado que reflete a boa saúde do setor biotecnológico é o referente às despesas em
I&D. O investimento em I&D aumentou 9% em 2011, continuando com o crescimento
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
34
mostrado em 2010, somente 2%, e superando completamente o retrocesso vivido em 2009,
onde pela primeira vez o orçamento das despesas em I&D diminuiu 21%.
Este aumento das despesas em I&D estende-se a todas as categorias da indústria, não se
concentrando simplesmente nas grandes empresas do setor. Nos EUA, 62% das empresas
aumentaram a despesa em I&D em 2011, em consonância com as tendências históricas,
face aos 51% das empresas que aumentaram o orçamento das despesas em I&D em 2010.
A situação na Europa é semelhante, 58% das empresas aumentam o I&D em 2011
(face aos 55% em 2010).
Por outro lado, os rendimentos líquidos da indústria biotecnológica registaram um
ligeiro retrocesso em 2011, consequência das profundas políticas de redução de
custos das empresas do setor, iniciadas em 2009 e 2010, que fizeram com que as
empresas vissem reduzidos os seus investimentos e, portanto, os seus rendimentos. Além
disso, as grandes empresas líderes do setor viram os seus rendimentos líquidos reduzidos
por motivos alheios à crise como, por exemplo, a Amgen (780 milhões de dólares por
assuntos legais), a Amylin Pharmaceuticals (431 milhões de dólares relacionados com uma
aliança estratégica) e a Actelion (407 milhões de dólares fruto de litígios legais).
Apesar de os enormes lucros acumulados nos últimos dois anos serem um acontecimento
digno de menção, trata-se de uma indústria que tem estado em números negativos ao longo
da sua curta história. Uma diminuição dos seus rendimentos líquidos pode ser simplesmente
um sinal de que as coisas estão realmente a começar a voltar à normalidade.
O mercado biotecnológico nos Estados Unidos (EUA)
Diagnóstico do setor biotecnológico nos EUA, 2010-11 (em mil milhões de dólares)
2011 2010 % variação % variação (base
normalizada)12
Dados públicos de empresas
Rendimentos 58,8 61,1 -4% 12%
3 As empresas Genzyme, Cephalon e Talecris foram adquiridas por empresas não biotecnológicas, visto que os seus
resultados não são considerados para o setor em 2011, se realiza uma base normalizada para obter uma porcentagem de variação ajustado à saída de ditas empresasempresasempresas.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
35
Despesas em I&D 17,2 17,2 0% 9%
Rendimentos
líquidos (perdas) 3,3 5,2 -36% -21%
Capitalização na
bolsa 278,0 292,1 -5% 4%
Número de
trabalhadores 98.560 113.010 -13% 5%
Financiamento
Capital obtido por
empresas públicas
(Public
companies)
25,4 17,1 49% 49%
Número de IPOs 10 15 -33% -33%
Capital obtido
pelas restantes
empresas
4,4 4,4 -1% -1%
Número de empresas
Número de
empresas 1.870 1.914 -2% -2%
Fonte: Ernst &Young e dados das demonstrações financeiras de empresas.
O estudo Ernst & Young Beyond Borders: Global Biotechnology Report 2012, situa os
EUA como o país que lidera a indústria biotecnológica mundialmente, a nível de
rendimentos, despesas em I&D, rentabilidade, patentes registadas e emprego gerado.
A indústria da biotecnologia nos EUA, com rendimentos em 2011 de 58,8 mil milhões de
dólares, só tem explorada uma pequena parte das suas numerosas aplicações potenciais.
Durante os últimos cinco anos, o seu crescimento anual foi de 2,0% em média.
Em 2009, a indústria registou pela primeira vez um saldo líquido positivo nos EUA
enquanto os resultados no resto do mundo ainda não superaram a etapa inicial de perdas.
Os seus números em 2011 assemelham-se aos resultados globais do setor. As vendas
das empresas biotecnológicas americanas cotadas na bolsa de valores contraíram-se
principalmente devido à aquisição de empresas como a Genzyme, Cephalon e Talecris por
empresas não biotecnológicas e, portanto, os seus resultados não foram considerados para
o setor. No entanto, após a normalização destas grandes aquisições, os rendimentos da
indústria dos EUA aumentaram 12%, superando a taxa de crescimento de 10%
registada em 2010 e 2009. Em termos de rendimentos líquidos, o setor vê um retrocesso
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
36
em cerca de 35% passando de rendimentos líquidos de 5,2 mil milhões de dólares a
rendimentos de 3,3 mil milhões de dólares em 2011.
Se nos centrarmos no número de empresas ativas em 2011 nos EUA, os valores não são
tão negativos num ambiente de crise mundial como aos que estão submetidas as restantes
indústrias. As empresas diminuíram cerca de 2%, número que mostra que a drástica
queda produzida em anos anteriores se vê contida e estabilizada, mantendo-se pela
primeira vez em níveis estáveis que refletem que o setor sai da crise e volta a ser altamente
competitivo. Este crescimento da indústria biotecnológica traduz-se no emprego
gerado, que cresce 5% em 2011 (sobre a base normalizada depois das aquisições de
grandes empresas biotecnológicas dos EUA) e idêntico ao aumento do quadro em 2010.
A biotecnologia nos EUA: Líderes comerciais e outras empresas, 2010-11 (em mil
milhões de dólares)
2011 2010 Saldo (US$) % variação
Líderes comerciais
Rendimentos 48,0 50,3 (2,3) -5%
Despesa em I&D 9,2 9,4 (0,2) -2%
Rendimentos
líquidos (perdas) 10,0 11,5 (1,5) -13%
Capitalização na
bolsa 190,6 193,4 (2,7) -1%
Número de
trabalhadores 64.050 79.000 (14,950) -19%
Outras empresas
Faturação 10,8 10,8 (0,0) 0%
Despesas em I&D 7,9 7,7 0,1 2%
Rendimentos
líquidos (perdas) (6,6) (6,2) (0,4) 6%
Capitalização na
bolsa 87,0 97,1 (10,1) -10%
Número de
trabalhadores 34.510 34.010 500 1%
Fonte: Ernst &Young e dados das demonstrações financeiras de empresas.
Com o objetivo de fazer uma análise global sobre a situação das empresas
biotecnológicas nos EUA, Ernst & Young elabora uma lista em função das seguintes
medidas: rendimentos, despesas em I&D, rendimentos líquidos, capitalização na bolsa e
número de empregados. A partir destas medidas a Ernst & Young realiza a classificação de
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
37
dois grandes grupos: por um lado as empresas representativas ou líderes do setor, e por
outro, um grupo que contém as restantes empresas.
Apesar de o número de líderes comerciais se manter sem mudanças nos últimos 16 anos,
as grandes empresas que foram adquiridas por empresas não biotecnológicas (Genzyme,
Cephalon e Talecris) eram bem maiores que as três empresas que as substituíram. Como
resultado, estas aquisições tiveram um impacto significativo no rendimento generalizado dos
líderes comerciais da indústria. Sobre a base normalizada (isto é, a eliminação das três
empresas adquiridas e a substituição destas por três líderes comerciais novos a partir dos
números obtidos em 2010 e 2011), os rendimentos dos líderes comerciais cresceram
9% e as despesas de I&D aumentaram 4%. No entanto, a rentabilidade líquida
diminuiu 7%.
As grandes empresas concentram 64.050 trabalhadores, 19% menos que os
trabalhadores registados em 2010, resultado menor devido à substituição das três empresas
adquiridas por empresas não biotecnológicas, citadas anteriormente, por outras empresas
de menor dimensão.
No que se refere à capitalização na bolsa de valores, o valor das empresas líderes
supera os 190 mil milhões de dólares, enquanto o resto das empresas biotecnológicas
incluídas no restante grupo rondam os 90 mil millhões de dólares.
O desempenho das outras sociedades - a grande maioria de pequenas e médias
empresas cotadas na bolsa de valores - foi relativamente plano, sem mudanças
substanciais nas medidas estabelecidas, sobretudo no que se refere aos
rendimentos, às despesas de I&D e à perda líquida.
Os rendimentos destas empresas situaram-se em 10,8 mil millhões de dólares, com uma
despesa em I&D de 7,9 mil millhões de dólares. A perda líquida aumenta 0,4% com
respeito a 2010, justificado pelos fortes investimentos que realizam estas empresas para
incrementar futuras potencialidades.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
38
Um ponto a destacar é o número de trabalhadores. Enquanto nas empresas líderes
diminui, o número de empregados no grupo de empresas de menor dimensão aumenta até
situar-se em 24.510 empregos.
O mercado biotecnológico na União Europeia (UE)
Diagnóstico do setor biotecnológico na UE, 2010-11 (em milhões de dólares)
2011 2010 % variação
Dados públicos de empresas
Rendimentos 18.911 17.233 10%
Despesas em I&D 4.921 4.513 9%
Rendimentos líquidos
(perdas) (0,3) (568) -100%
Capitalização na bolsa 71.519 78.639 -9%
Número de
trabalhadores 48.330 46.450 4%
Financiamento
Capital obtido pelas
empresas públicas
(Public companies)
1.570 2.407 -35%
Número de IPOs 6 10 -40%
Capital obtido pelas
restantes empresas 1.321 1.371 -4%
Número de empresas
Número de empresas 1.883 1.928 -2%
Fonte: Ernst &Young e dados das demonstrações financeiras de empresas.
A Europa conta atualmente com uma forte e crescente indústria biotecnológica. A União
Europeia (UE) considera a biotecnologia como uma das indústrias chave para o crescimento
da sua economia e de potencial para o desenvolvimento de emprego. É por isso que
procura incentivar esta indústria através de políticas específicas para o setor e programas
nacionais de financiamento de investigação.
Segundo se conclui do estudo realizado por Ernst & Young, Ernst & Young Beyond
Borders: Global Biotechnology Report 2012, na Europa, como nos EUA, o setor
biotecnológico continua com a tendência positiva iniciada em 2010, quando voltou ao
caminho do crescimento depois de uns anos, 2008 e 2009, de desaceleração fruto da crise
económico-financeira mundial.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
39
Este crescimento reflete-se nos rendimentos da indústria biotecnológica que atingiram
os 18.911 milhões de dólares, 10% mais que em 2010 e 19% mais que em 2009. Por sua
vez, as despesas em I&D, que tinham diminuído 2% em 2009 e aumentado ligeiramente
5% em 2010, aumentou de forma drástica em 2011, 9% mais que no ano anterior.
A diferença mais significativa sobre a boa saúde do setor refere-se às perdas líquidas.
As empresas biotecnológicas europeias refletiram uma perda líquida de 0,3 milhões de
dólares, quando em 2010 este número atingia os 568 milhões de dólares, uma
percentagem que se reduziu em mais de 100%, situando o setor à beira da rentabilidade
agregada pela primeira vez na sua história.
Apesar de o número de empresas se ter reduzido sensivelmente, somente 2%, o número
de empregados aumentou 4%, situando-se em 48.330 empregados, face a 1% em 2010 e
2009, outro índice realmente positivo.
A biotecnologia na UE: Líderes comerciais e outras empresas, 2010-11 (em milhões de
dólares)
2011 2010 Saldo (US$) % variação
Líderes comerciais
Rendimentos 15.522 13.042 2.480 19%
Despesas em I&D 2.641 2.100 541 26%
Rendimentos
líquidos (perdas) 2.024 1.429 595 42%
Capitalização na
bolsa 51.667 48.697 2.970 6%
Número de
trabalhadores 33.570 30.970 2.600 8%
Outras empresas
Faturação 3.389 4.191 (802) -19%
Despesas em I&D 2.280 2.413 (133) -6%
Rendimentos
líquidos (perdas) (2.024) (1.997) (27) 1%
Capitalização na
bolsa 19.852 29.942 (10.090) -34%
Número de
trabalhadores 14.760 15.480 (720) -5%
Fonte: Ernst &Young e dados das demonstrações financeiras de empresas.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
40
Como na mesma secção desenvolvida para os EUA, com o objetivo de fazer uma análise
global sobre a situação das empresas biotecnológicas nos EUA, a Ernst & Young
elabora uma lista em função das seguintes medidas: rendimentos, despesas em I&D,
rendimentos líquidos, capitalização na bolsa de valores e número de empregados. A partir
destas medidas, a Ernst & Young realiza a classificação de dois grandes grupos: por um
lado as empresas representativas ou líderes do setor, e por outro, um grupo que contém as
restantes empresas.
Nos EUA, a lista de líderes comerciais sofreu mudanças significativas devido a algumas
sociedades terem sido absorvidas e outras superaram o limite fixado para estabelecer a
diferença entre empresas líderes e convencionais. Na Europa, no entanto, a lista dos
líderes comerciais - Actelion, Elan Corporation, Eurofins Scientific, Ipsen, Meda,
Novozymes, Qiagen e Shire, entre outros - não mudou desde 2007.
Em 2011, o rendimento destes líderes comerciais contrastava fortemente com o do resto da
indústria. Os rendimentos dos líderes comerciais aumentaram 19%, enquanto as das
outras empresas diminuíram numa percentagem idêntica, -19%.
O mesmo padrão repete-se em todos os indicadores principais, mostrando a boa situação
dos líderes comerciais e o ligeiro retrocesso das restantes empresas:
As despesas em I&D das grandes empresas aumentam 26%, no resto da indústria
diminui 6%
Os rendimentos líquidos são positivos nos líderes do setor, aumentando em 42%
em relação ao ano anterior, enquanto as restantes empresas registam perdas
líquidas no valor de 2.024 milhões de dólares.
A capitalização na bolsa de valores é de 51.667 milhões de dólares, enquanto no
resto da indústria é de 19.852 milhões de dólares.
Ambos os grupos geram cerca de 50.000 postos de trabalhos.
Resumo comparativo em função dos principais indicadores biotecnológicos
analisados
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
41
Os rendimentos das empresas
biotecnológicas a nível mundial em
2011 foram cifrados em 83,4 mil
milhões de dólares, dos quais 57%
(48 mil milhões de dólares) provêm
dos rendimentos obtidos por
empresas dos EUA, e 22% (18,9 mil
milhões de dólares) por empresas
provenientes da UE.
Estes rendimentos supõem 1%
menos em relação a 2010.
Fonte: Elaboração própria com
dados Ernst &Young e dados das
demonstrações financeiras de
empresas.
As despesas destinadas a I&D a
nível mundial em 2011 ascenderam
a 23,1 mil milhões de dólares, 2%
mais que em 2010.
O orçamento de despesas em I&D
das empresas dos EUA ascende a
17,2 mil milhões de dólares,
representando 74% sobre a
despesa mundial em I&D.
O orçamento de despesas em I&D
das empresas da UE ascende a 4,9
mil milhões de dólares,
representando 21% sobre a
despesa mundial em I&D.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
42
Fonte: Elaboração própria com
dados Ernst &Young e dados das
demonstrações financeiras de
empresas.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
43
Resumo comparativo em função dos principais indicadores biotecnológicos
analisados
A capitalização mundial, na bolsa
de valores, das empresas
biotecnológicas já supera os 376 mil
milhões de dólares, dos quais 278
mil milhões de dólares é o valor de
capitalização das empresas dos
EUA, e 71,5 mil milhões de dólares
correspondem ao valor de
capitalização das empresas da UE.
Fonte: Elaboração própria com dados Ernst
&Young e dados das demonstrações
financeiras de empresas.
O número de emprego gerado pelas
empresas biotecnológicas a nível
mundial ascende a 163.630
trabalhadores.Nos EUA, o valor está
fixado em 98.560 postos de trabalho
gerados, enquanto na UE o número
de trabalhadores é de 48.330.
Estes números são ligeiramente
inferiores aos obtidos em 2010.
Fonte: Elaboração própria com dados Ernst
&Young e dados das demonstrações
financeiras de empresas.
4.2. Número de empresas biotecnológicas por países, ano 2011 ou
último ano disponível
Para entender os dados apresentados na seguinte tabela informativa desenvolvida pela
OCDE, é necessário ter em conta a seguinte informação:
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
44
Empresas biotecnológicas (biotech firms): Empresas que utilizam/consomem
biotecnologia para produzir bens ou serviços e/ou para realizar I&D biotecnológica.
Empresas cuja atividade principal é a biotecnologia (Dedicated biotech firms):
Empresas cuja atividade principal consiste na aplicação de técnicas de biotecnologia
para produzir bens ou serviços e/ou para realizar I&D biotecnológica.
Biotech R&D firms: Uma empresa que realiza a biotecnologia de I&D.
Países
Número de
empresas
biotecnológicas
Empresas
cuja atividade
principal é a
biotecnologia
Ano
Tipo de empresas
biotecnológicas
predominantes
% Dedicado
à
biotecnologia
EUA 6.213 2.370 2009 Biotech R&D firms 38%
Espanha 1.715 617 2010 Biotech firms 36%
França 1.481 941 2010 Biotech R&D firms 64%
Coreia 885 325 2010
Biotech
firms/Dedicated biotech
R&D firms
37%
Alemanha 678 552 2011 Biotech firms 81%
Austrália 527 384 2006 Biotech firms 73%
Japão 523 .. 2010 Biotech firms ..
Reino Unido13 488 .. 2011 Biotech firms ..
Nova Zelândia 369 135 2011 Biotech firms 37%
Suíça 288 156 2008 Biotech R&D firms 54%
Itália 265 146 2010
Biotech
firms/Dedicated biotech
R&D firms
55%
Países Baixos
14 262 65 2010 Biotech R&D firms 25%
Irlanda 237 193 2011 Biotech R&D firms 81%
Israel 233 216 2010 Biotech R&D firms 93%
Bélgica 224 .. 2010 Biotech firms ..
Noruega 192 .. 2010 Biotech R&D firms ..
Dinamarca 157 66 2009 Biotech R&D firms 42%
Finlândia 157 70 2011 Biotech R&D firms 45%
Suécia 5
129 65 2011 Biotech R&D firms 50%
Portugal 121 51 2010 Biotech R&D firms 42%
Áustria 113 77 2010 Biotech firms 68%
República
Checa 112 77 2011 Biotech R&D firms 69%
Polónia 91 31 2011 Biotech firms 34%
13 Para o Reino Unido, estima-se que 66% das empresas de biotecnologia realizam atividades de I&D. 14 Para os Países Baixos e Suécia, somente estão relacionadas na tabela aquelas que contam com 10 ou mais empregados.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
45
África do Sul 78 38 2006 Biotech firms 49%
Estónia 45 34 2011 Biotech R&D firms 76%
Eslovénia 15 33 14 2011 Biotech R&D firms 42%
República
Eslovaca 15 13 2011 Biotech R&D firms 87%
Fonte: OCDE, Biotechnology Statistics Database, dezembro de 2012
4.3. Registo de patentes internacionais PCT em matéria de
biotecnologia
Dos últimos dados apresentados pela OCDE em dezembro de 2012 relativos a patentes
internacionais PCT, conclui-se que os EUA ocupam a primeira posição como o país que
mais registou patentes entre os anos 2008-2010, com 41% de patentes apresentadas em
virtude do PCT sobre o total. Em seguida, encontra-se a União Europeia (UE) com 28%
das patentes registadas: Alemanha (6,8%), França (4,80%) e Espanha (1,79%) lideram na
UE neste aspeto.
O Japão, com 11,5% de patentes registadas, e a BRICS, sigla utilizada para referir-se
conjuntamente aos países representados pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
com 5,3%, seriam os países mais representativos em patentes biotecnológicas depois dos
EUA e da UE.
Participação dos países em patentes internacionais biotecnológicas em virtude do
PCT, 2008-10
Classificação dos 26 primeiros países com maiores percentagens de patentes
internacionais biotecnológicas %
EUA 40,96
UE 27 27,95
Japão 11,49
Alemanha 6,77
BRICS 5,30
França 4,80
Reino Unido 3,92
Coreia 3,74
China 3,12
Canadá 2,64
Países Baixos 2,44
15 Para a Eslovénia os dados são provisórios.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
46
Espanha 1,79
Itália 1,68
Austrália 1,68
Dinamarca 1,60
Suíça 1,50
Israel 1,49
Bélgica 1,29
Suécia 1,21
Índia 1,11
Áustria 0,76
Singapura 0,70
Finlândia 0,57
Rússia 0,48
Brasil 0,41
Nova Zelândia 0,38
Noruega 0,35
Irlanda 0,32
Taipé Chinês 0,28
Fonte: OCDE, Patent Database, dezembro de 2012
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
47
5. DIAGNÓSTICO DO SETOR BIOTECNOLÓGICO EM PORTUGAL. ANÁLISE DOS
PRINCIPAIS INDICADORES
Neste capítulo, pretende-se medir a situação da indústria biotecnológica através da
análise de uma série de indicadores que nos aproximem da realidade da mesma.
O objetivo é examinar o número de empresas que fazem parte da cadeia de valor da
indústria biotecnológica classificando-as pelas áreas dependentes do seu setor de
aplicação, biotecnologia vermelha, biotecnologia verde, biotecnologia branca e biotecnologia
azul, para assim analisar os indicadores relativos ao tamanho da empresa, volume de
faturação e emprego, bem como a distribuição das empresas pela geografia de Portugal.
Como as instituições e administrações públicas, bem como os agentes especializados de
biotecnologia em Portugal, não dispõem de um diretório central de empresas e agentes que
formam o setor biotecnológico, nem de nenhum estudo identificativo de resultados da
biotecnologia no país, foi necessário estabelecer uma metodologia de identificação das
empresas que formam o setor.
5.1. Considerações metodológicas
A biotecnologia tem um forte caráter transversal, pelo qual no momento de identificar o
conjunto de empresas que formam o setor biotecnológico em Portugal, não só se deve
considerar aquelas empresas cuja atividade principal é a biotecnologia, como também se
deve ter em conta aquelas empresas que utilizam, consomem biotecnologia ou aplicam
técnicas de biotecnologia nos seus processos para a obtenção de bens ou serviços e/ou
para realizar I&D biotecnológica.
O conjunto de empresas que formam o setor biotecnológico podem ser classificadas em três
grandes grupos:
Empresas biotecnológicas (biotech firms): Empresas que utilizam/consomem
biotecnologia para produzir bens ou serviços e/ou para realizar I&D biotecnológica.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
48
Empresas cuja atividade principal é a biotecnologia (dedicated biotech firms):
Empresas cuja atividade principal consiste na aplicação de técnicas de biotecnologia
para produzir bens ou serviços e/ou para realizar I&D biotecnológica.
Biotech R&D firms: Uma empresa que realiza a biotecnologia de I&D.
Processo de identificação das empresas do setor biotecnológico português
Para a caracterização do setor de biotecnologia em Portugal pretendemos identificar
aquelas empresas agrupadas nos três grupos mencionados anteriormente (biotech firms,
dedicated biotech firms e biotech R&D firms).
Por isso, estabelecem-se dois processos de procura com o objetivo de identificar as
empresas que fazem parte da cadeia de valor da indústria biotecnológica de Portugal:
Identificação dos setores e agentes chave biotecnológicos de Portugal
Identificação das empresas que formam o setor biotecnológico de Portugal
A. Identificação dos setores e agentes chave biotecnológicos de Portugal
Primeiramente, parte-se da análise daqueles setores ou agentes chave que representam
de forma diferenciada o desenvolvimento da biotecnologia em Portugal e a sua aplicação no
mercado, e nos quais se baseou a procura e identificação das empresas biotecnológicas
portuguesas utilizadas para a análise dos indicadores propostos.
Os setores e agentes biotecnológicos analisados com o objetivo de identificar as empresas
que aplicam ou desenvolvem biotecnologia foram os seguintes:
Setores identificados por código CAE - Classificação das Atividades
Económicas Portuguesa por Ramos de Atividade 16:
SECÇÃO M - ATIVIDADES DE CONSULTORIA, CIENTÍFICAS,
TÉCNICAS E SIMILARES
DIVISÃO 72 - Atividades de investigação científica e de desenvolvimento
GRUPO 721- Investigação e desenvolvimento das ciências físicas e
naturais
CLASSE 7211 – Investigação e desenvolvimento em
biotecnologia
16 Classificação Portuguesa de Atividades Económicas http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=caerev3&xpid=INE
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
49
SECÇÃO C - Indústrias transformadoras
DIVISÃO 10 - Indústrias alimentares e bebidas
DIVISÃO 13 - Fabricação de têxteis
DIVISÃO 20 - Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou
artificiais, exceto produtos farmacêuticos
DIVISÃO 21 - Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de
preparações farmacêuticas
DIVISÃO 22 - Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas
Agentes públicos ou privados relacionados com a biotecnologia 17 como:
Centros tecnológicos
Parques tecnológicos
Parques biotecnológicos
Associações ligadas à biotecnologia e à bioindústria
Institutos tecnológicos
Incubadoras
Agências de inovação
Instituições tecnológicas públicas e privadas
Universidades
Portais de Internet sobre biotecnologia
Redes europeias de biotecnologia
B. Identificação das empresas que formam o setor biotecnológico de Portugal
A identificação das empresas objeto de estudo inicia-se com a análise dos agentes e
setores relacionados com a biotecnologia.
A primeira filtragem de empresas foi realizada para selecionar aquelas empresas que pela
sua atividade podiam fazer parte do setor objeto de análise, obtendo um total de 504
empresas distribuídas, por origem de procura da seguinte maneira:
Indústrias transformadoras: 308 empresas (a grande maioria, farmacêuticas)
Atividades de investigação científica e de desenvolvimento: 89 empresas
Agentes tecnológicos e biotecnológicos: 107 empresas
17 Ver capítulo de descrição dos principais agentes nacionais e europeus do setor bio. Página 105
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
50
O segundo filtro procurou simplesmente eliminar duplicidades entre todas as buscas,
registando um total de 78 duplicidades, que foram eliminadas do primeiro banco de dados
criado. O total de empresas que resultou deste segundo filtro foi de 426 empresas.
Terceiro e quarto filtros. Com o objetivo de se aproximar a um número real, foi decidido
estabelecer-se dois critérios de filtragem para as empresas identificadas em cada um dos
blocos estabelecidos; Indústrias transformadoras, Atividades de investigação científica e de
desenvolvimento e Agentes tecnológicos e biotecnológicos.
Terceiro filtro: Seleção das empresas que participaram em programas/projetos de
I&D relacionados com a biotecnologia. Programas como: Qren, Eureka, Iberoeka,
NEOTEC, VII Programa Marco.
Quarto filtro: Eliminação das empresas cuja atividade principal é a
comercialização e distribuição de produtos. Este critério estabelece-se porque
não consideramos como empresas de biotecnologia aquelas empresas que
comercializam produtos biotecnológicos já elaborados. Assim eliminam-se, por
exemplo, as grandes farmacêuticas internacionais ou as grandes distribuidoras
internacionais deste tipo de produtos, que embora tenham sede em Portugal, a
biotecnologia é realizada nos seus países de origem.
Não obstante, se alguma destas empresas for filtrada pelo terceiro filtro não serão afetadas
por este critério.
Durante a aplicação destes critérios integrou-se desde um primeiro momento as empresas
pertencentes às associações biotecnológicas detetadas, bem como àquelas empresas cuja
atividade é CLASSE 7211 – Investigação e desenvolvimento em biotecnologia, já que
estas últimas compreendem a investigação e desenvolvimento (I&D) experimental em
biotecnologia, nomeadamente, sobre:
ADN/ARN (genómicos, farmacogenómicos, marcadores de genes, engenharia
genética, sequências/sínteses/amplificações do ADN/ARN, perfil da expressão do
gene e utilização da tecnologia antimenssageiro). O ADN (Ácido Desoxirribonucleico)
consiste numa molécula biológica complexa que determina a estrutura proteica e
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
51
codifica a informação genética e/ou o ARN (Ácido Ribonucleico) permite que o ADN
realize a síntese proteica.
Proteínas e outras moléculas (sequências/sínteses/engenharia de proteínas e
peptídeos, grandes moléculas de hormonas, melhoria dos métodos de entrega para
grandes moléculas medicamentosas; proteómica, isolamento e purificação de
proteínas, sinalização, identificação de recetores de células; cultura de tecidos,
células e engenharia (cultura de células/tecidos, engenharia de tecidos, “esqueletos”
de tecidos, engenharia biomédica, fusão celular, estimulantes, vacinas/imune e
manipulação de embriões);
Técnicas do processo biotecnológico (fermentação utilizando birreatores,
bioprocessamento, biolixiviação, biodesfibração, biodeslocação, biodessulfuração,
biorecuperação, biofiltragem e fitorecuperação);
Vetores ARN e gene (terapêutica genética e vetores virais);
Bioinformática (construção de base de dados de genomas, sequências de
proteínas, modelização complexa de processos e sistemas biológicos);
Nanobiotecnologia (aplica as ferramentas e processo nano - microfabricação para
construir dispositivos para estudar biossistemas e aplicações na entrega de
medicamentos, diagnósticos e outras aplicações).
Uma vez ultrapassados todos os filtros, a amostra a analisar é composta por 174 empresas.
5.2. Classificação das empresas biotecnológicas de Portugal
segundo as suas áreas de atividade
Como comentado no capítulo de caracterização deste estudo, as empresas biotecnológicas
podem ser classificadas em função das suas diferentes aplicações ou áreas de atividade,
pertencendo, portanto, à biotecnologia vermelha, verde, branca ou azul.
De acordo com a exploração dos dados da amostra de empresas sobre a qual se apoia este
estudo, podemos considerar que as empresas biotecnológicas portuguesas se dedicam
numa ampla percentagem, 70% sobre o total, às aplicações e investigações relativas à
saúde (biotecnologia vermelha). São geralmente empresas cuja atividade principal
consiste na aplicação de técnicas de biotecnologia para produzir bens ou serviços e/ou para
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
52
realizar I&D biotecnológica (dedicated biotech firms), embora muitas destas sejam Biotech
R&D firms, isto é, realizam biotecnologia de I&D.
30% das restantes empresas seriam empresas que utilizam/consomem biotecnologia para
produzir bens ou serviços e, portanto, realizam atividades próprias da biotecnologia verde
(10%), branca (18%) e azul (2%).
A baixa percentagem de empresas cujas aplicações correspondem à biotecnologia azul,
deve-se ao facto deste tipo de biotecnologia se encontrar ainda numa fase inicial de
desenvolvimento. Falta ainda muito que investigar e que conhecer para poder desenvolver
novos bens e serviços baseados na biotecnologia azul.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida.
Como vemos neste gráfico, as empresas que realizam biotecnologia vermelha representam
70% do total, as que realizam biotecnologia azul, 2%, as que realizam biotecnologia verde,
10%, e as que realizam biotecnologia branca, 18%.
5.3. Tipo de empresas biotecnológicas portuguesas segundo a sua
dimensão
As estruturas produtivas dos países, seja qual for o seu nível de desenvolvimento
económico, revelam uma clara prevalência das empresas de menor dimensão sobre as
2%
18%
70%
10%
Empresas biotecnológicas portuguesas segundo as suas áreas de atividade
AZUL
BRANCA
VERMELHA
VERDE
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
53
empresas grandes. A recomendação da Comissão Europeia da União Europeia18 em
2003 define os requisitos que deve ter uma empresa para ser uma PME ou uma grande
empresa:
Tipo de empresa Empregados Faturação
(Milhões de €)
Total do Balanço
(Milhões de €)
Microempresa ≤ 2 y ≤ 2 o ≤ 2
Pequena empresa ≤ 10 y ≤ 10 o ≤ 10
Média empresa ≤ 50 y ≤ 50 o ≤ 43
Se nos basearmos nesta recomendação, o setor biotecnológico em Portugal não é diferente
do resto das indústrias produtivas do país. Sobre o censo de empresas nas que se baseia
este estudo, pode dizer-se que 75% das empresas biotecnológicas de Portugal são
microempresas, isto é, faturam menos de dois milhões de euros.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida
Como é possível observar, as restantes empresas seriam 15% pequenas empresas, 7%
médiasw empresas e somente 3% seriam grandes empresas.
Por ramo biotecnológico, o resultado é praticamente o mesmo. Predominam as
microempresas em níveis que rondam 75% em empresas de biotecnologia vermelha e 67%
18 Recomendação da Comissão Europeia da UE, de 6 de maio de 2003, baseada na Carta Europeia das Pequenas Empresas do Conselho Europeu de Santa Maria da Feira, de junho de 2000, em vigor desde 1 de janeiro de 2005, que define as condições que deve ter uma empresa para ser PME ou grande empresa.
3% 7%
75%
15%
Tipo de empresa biotecnológica
Grande empresa Média empresa
Microempresa Pequena empresa
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
54
em empresas de biotecnologia verde. As pequenas empresas seriam a categoria
predominante seguinte nos diferentes ramos biotecnológicos, embora nas empresas cuja
atividade está focada na biotecnologia branca predominam mais as médias empresas. Isto
deve-se ao facto de serem empresas industriais.
Tamanho das empresas biotecnológicas segundo o tipo de biotecnologia
Área/Tamanho Microempresa Pequena empresa Média empresa Grande empresa
AZUL 100% - - -
BRANCA 75% 8% 3% 4%
VERMELHA 76% 17% 5% 3%
VERDE 8% 25% 1% -
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
55
5.4. Distribuição geográfica das empresas biotecnológicas em
Portugal
Continuando com a análise do banco de dados registado, é estabelecida a distribuição
geográfica das empresas de biotecnologia em Portugal.
As áreas de Porto, Lisboa e Coimbra são as que contam com maior peso no setor da
biotecnologia. Quase 50% das empresas biotecnológicas estão concentradas nestas três
áreas, embora seja Lisboa a província que concentra o maior número de empresas, com
32%. Coimbra com 18% e Porto com 17% seriam as áreas seguintes de maior influência.
As demais empresas biotecnológicas estão bastante distribuídas, sendo importante destacar
as províncias de Braga, com 7% de concentração de empresas biotecnológicas, Setúbal e
Aveiro, com 5% de empresas.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
% de compañías biotecnológicas
Distribuição geográfica das empresas bio
Vila Real Viana Do Castelo Portalegre Ponta Delgada
Guarda Bragança Santarém Leira
Evora Castelo Branco Viseu Funchal
Faro Aveiro Setubal Braga
Porto Coimbra Lisboa
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
56
5.5. Volume de exploração das empresas biotecnológicas em
Portugal
Os dados utilizados nesta secção correspondem à amostra de empresas
biotecnológicas sobre as que se apoia este estudo e foram extraídos do Sabi, Sistema
de Análise de Balanços Ibéricos, disponível através de informa 2012.
Biotecnologia Vermelha
Segundo os dados extraídos para o censo estabelecido, as empresas cuja atividade está
centrada nas aplicações e investigações relativas à saúde (biotecnologia vermelha),
concentram o maior volume de faturação da indústria biotecnológica, com cerca de 727
milhões de euros. Este resultado está apoiado, sobretudo, em empresas cuja atividade se
relaciona com a investigação e desenvolvimento em biotecnologia, e em empresas
farmacêuticas de base biotecnológica.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
Como foi comentado ao longo do estudo, o crescimento observado no setor deve-se, entre
outros fatores, ao facto do setor da biotecnologia ser relativamente novo, pelo que os
níveis de crescimento são próprios de uma indústria jovem e com grande potencial.
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
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Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
Volume de exploração das empresas cuja atividade se centra no desenvolvimento de biotecnologia vermelha
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
57
A taxa de crescimento interanual entre os anos 2008 e 2009 foi de 4,46%, passando de
431,8 milhões de euros a aproximadamente 451,1 milhões de euros. Este salto quantitativo
produzido entre os anos 2009 e 2010, com uma taxa de crescimento de 57% até se situar
em 712,3 milhões de euros, poderia ser explicado pelo aumento da faturação da empresa
GILEAD SCIENCES, LDA., que cresceu cerca de 353%.
Segundo se observa, o setor da biotecnologia vermelha parece ter atingido os seus maiores
índices de aproveitamento depois de registar uma queda na faturação de cerca de 21%,
situando-se em resultados de 727,4 milhões de euros em 2011.
Biotecnologia branca, azul e verde
Para analisar as restantes empresas representativas da amostra estabelecida e cuja
atividade está ligada à biotecnologia verde, azul e branca, deve considerar-se que
estas empresas não têm como principal atividade o desenvolvimento de
biotecnologia, mas sim que estas utilizam/consomem biotecnologia para produzir
bens ou serviços. Por isso, para efeitos práticos, considerar-se-á que cerca de 25%
dos rendimentos de exploração destas empresas provêm da biotecnologia.
As empresas portuguesas ligadas à biotecnologia branca, representativas da amostra
estabelecida, refletem um crescimento constante desde 2008 até 2011, com uma taxa de
crescimento média de 9%. Em 2008, os rendimentos de exploração destas empresas
fixavam-se em 72,8 milhões de euros, número que seria superado nos anos seguintes: 77,3
milhões de euros em 2009, 86,5 milhões de euros em 2010, e 95,1 milhões de euros em
2011.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
58
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
Como se pode observar neste gráfico, as empresas representativas da biotecnologia branca
tiveram um crescimento constante em relação à sua faturação, 6,11% em 2009, 11,94%
em 2010, e 9,91% em 2011.
Por outro lado, as empresas representativas da biotecnologia azul, não atingem uma
faturação de destaque sobre o total do setor. Como se mencionou em mais de uma ocasião,
é um tipo de biotecnologia ainda em fase de desenvolvimento e, portanto, são poucas as
empresas ligadas a esta atividade.
No entanto, o setor atingiu em 2010 503,7 mil euros, ano de maior destaque dos quatro
anos em análise. Até 2010 as empresas mantiveram uma taxa de crescimento de 6,11%
entre os anos 2008 e 2009, passando de uma faturação de 396,2 mil euros em 2008 a uma
faturação de 458,7 mil euros em 2009.
No ano 2011, ano sobre o qual se tem os últimos dados de faturação, as empresas
representativas da biotecnologia azul, obtiveram uma faturação de 383 mil euros, valor que
as coloca em níveis de 2008. Isto supõe um retrocesso de 23% em relação ao ano anterior.
0
10000
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Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
Volume de exploração das empresas cuja atividade se centra no desenvolvimento de biotecnologia branca
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
59
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
Por último, vamos analisar as empresas de Portugal ligadas à biotecnologia verde,
representativas do censo estabelecido. Estas empresas obtiveram um crescimento
continuado iniciado entre os anos 2008 e 2009, passando de uma faturação de 14,62
milhões de euros para 16,22 milhões de euros, refletindo uma taxa de crescimento de
11%. Em 2010, atingiu o valor mais alto dos últimos anos, 19,163 milhões de euros, número
que precede o obtido em 2011, 17,74 milhões de euros, que mostra uma redução de cerca
de 7,3%.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
0
100
200
300
400
500
600
Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
Volume de exploração das empresas cuja atividade se centra no desenvolvimento de biotecnologia azul
0
5000
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25000
Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
Volume de exploração das empresas cuja atividade se centra no desenvolvimento de biotecnologia
verde
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
60
Por último, pretendemos refletir o gráfico seguinte que mostra a evolução global do setor
biotecnológico em Portugal, segundo o banco de dados utilizado. Este setor obteve um
crescimento de 61,7% entre os anos de 2008 e 2011.
Rendimentos totais da exploração (milhares de euros)
Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
519722,5 545098,5 818561 840679,25
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do Sabi, 2012.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
Embora os dados possam parecer chamativos, devido à situação generalizada da
economia, não devemos esquecer que a indústria biotecnológica a nível mundial, muito mais
madura que em Portugal, mostra índices de crescimento positivo nos resultados atingidos,
denotando assim que é uma das indústrias que melhor está a aguentar a crise económico-
financeira iniciada em 2008.
0
100000
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900000
Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
Volume de exploração do setor biotecnológico em Portugal
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
61
5.6. Número de empregos gerados pelas empresas biotecnológicas
em Portugal
Os dados utilizados nesta secção correspondem à amostra de empresas
biotecnológicas sobre as que se apoia este estudo e foram extraídos do Sabi, Sistema
de Análise de Balanços Ibéricos, disponível através de informa 2012.
Tal como na secção anterior, para efeitos práticos, considerar-se-á 25% dos trabalhadores
das empresas representativas da amostra estabelecida para as áreas da biotecnologia
verde, azul e branca. Devemos considerar que estas empresas não têm como principal
atividade o desenvolvimento de biotecnologia, senão que estas utilizam/consomem
biotecnologia para produzir bens ou serviços.
Volume de emprego gerado pelo setor biotecnológico
As empresas representativas da amostra estabelecida no presente estudo concentraram um
volume total de emprego de 2.626 trabalhadores no ano 2011. Segundo os dados
manipulados neste estudo, pode afirmar-se que o setor biotecnológico em Portugal é fonte
geradora de emprego refletindo uma taxa de crescimento de 17%, entre os anos 2008 e
2011.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
2.253
2.369
2.543
2.626
Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011
Evolução do emprego biotecnológico
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
62
No ano 2008, primeiro ano de análise deste estudo, o número de trabalhadores aumentou
para 2.253. Segundo se observa no gráfico seguinte, as empresas representativas da
biotecnologia vermelha concentraram a maioria dos empregos com 80,98%, seguidas pelas
empresas ligadas à indústria branca com 15,84%. A área da biotecnologia relacionada à
biotecnologia azul, corresponde a 0,32% sobre o total.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
No ano 2009, a taxa de emprego cresceu cerca de 5% em relação ao ano anterior, atingido
o valor de 2.369 postos de trabalho. As empresas associadas à biotecnologia da saúde
continuaram a contribuir com 82% dos empregos, enquanto as representativas da
biotecnologia branca retrocederam um ponto em relação ao ano anterior.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
81%
0% 16% 3%
Distribuição dos trabalhadores por área biotecnológica, 2008
VERMELHA AZUL BRANCA VERDE
81%
0% 16%
3%
Distribuição dos trabalhadores por área biotecnológica, 2009
VERMELHA AZUL BRANCA VERDE
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
63
No ano 2010, o emprego gerado pelas empresas biotecnológicas continuou com a sua
ascensão. A taxa de crescimento em relação ao ano anterior foi de 7%, com um registo de
trabalhadores no ano 2010 de 2.543 empregos. A distribuição seguiu as linhas
estabelecidas nos anos anteriores, embora seja neste ano que as empresas ligadas à
biotecnologia verde cresceram um quarto de ponto até se situarem em 3,25% sobre o
volume de emprego total.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
No ano 2011, último ano do qual dispomos de dados, o emprego atingiu, tal como
comentado no princípio desta secção, o valor de 2.626 trabalhadores. A taxa de
crescimento continuou sendo positiva, mas reduziu os seus níveis de crescimento situando-
se em 3%. Os empregos distribuídos por ramos biotecnológicos não registaram mudanças
destacáveis, o que mostra que a tendência será seguida nos próximos anos.
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da amostra estabelecida e extraídos do
Sabi, 2012.
82%
0% 15%
3%
Distribuição dos trabalhadores por área biotecnológica, 2010
VERMELHA AZUL BRANCA VERDE
82%
0% 15% 3%
Distribuição dos trabalhadores por área biotecnológica, 2011
VERMELHA AZUL BRANCA VERDE
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
64
6. OS INSTRUMENTOS DE FINANCIAMENTO DA I&D&I
No enquadramento do presente relatório e com o objetivo de demonstrar a atividade dos
agentes portugueses em projetos de I&D&I e também de apoiar a deteção das empresas
e organismos mais ativos neste âmbito, foi elaborado este capítulo no qual se reflete a
importância do investimento em I&D&I por parte dos agentes do sistema português de
inovação, tomando como referência as empresas, universidades e centros de
investigação do setor biotecnológico de Portugal que participaram em projetos de I&D&I
cofinanciados com fundos comunitários e estatais, conforme seja o caso.
Os objetivos desta secção são os seguintes:
Destacar o investimento em I&D&I que o setor realiza.
Identificar que empresas participaram em projetos I&D&I, tanto a nível nacional como
europeu.
Identificar que universidades participaram em projetos I&D&I nacionais e europeus.
Identificar que projetos de I&D&I foram realizados nos últimos anos e que possíveis
projetos poderiam ser cofinanciados no futuro.
Para isso, reúne-se nesta secção informação sobre a participação dos diferentes agentes
portugueses em diferentes convocatórias públicas de projetos de I&D&I no âmbito da
biotecnologia, com o objetivo de realizar uma pequena análise sobre os tipos de agentes
participantes, a concentração das participações de acordo com os agentes, a evolução
temporal das mesmas, etc.
6.1. Projetos do 7.º PROGRAMA-Quadro
O Programa-Quadro é a principal iniciativa comunitária de fomento e apoio à I&D na União
Europeia, tendo como principal objetivo a melhoria da competitividade mediante o
financiamento fundamentalmente de atividades de I&DT, demonstração e inovação em
regime de colaboração transnacional entre empresas e instituições de investigação
pertencentes tanto aos países da União Europeia e estados associados como a países
terceiros.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
65
Além disto, o programa oferece apoio financeiro à melhoria e coordenação das
infraestruturas de investigação europeias, à promoção e formação do pessoal investigador,
à investigação básica e, especialmente a partir do atual 7.º Programa-Quadro, à
coordenação dos programas nacionais de I&D e à operacionalização de plataformas
tecnológicas europeias (PTE), concebidas para promover agendas estratégicas de
investigação em setores chave com a participação de todos os atores implicados. Ao
mesmo tempo, as PTE estão a promover, a nível estatal, as plataformas nacionais.
A atividade no Programa-Quadro centra-se nas convocatórias publicadas uma ou duas
vezes ao ano e os participantes recebem normalmente 50% dos custos reais pela sua
atividade nos projetos e, no caso de PME e investigadores, incluindo os centros
tecnológicos, 75% além do importante adiantamento na altura da assinatura do contrato.
Fonte: Base de dados CORDIS.
O Sétimo Programa-Quadro (7.º Programa-Quadro) agrupa todas as iniciativas
comunitárias atuais relativas à investigação sob um mesmo teto e desempenha um papel
crucial no êxito dos objetivos de crescimento, competitividade e emprego. Os amplos
objetivos do 7.º Programa-Quadro agruparam-se em quatro categorias: Cooperação,
Ideias, Pessoas e Capacidades. Para cada tipo de objetivo há um programa específico que
corresponde às áreas principais da política de investigação da UE. Todos os programas
específicos colaboram na promoção e criação de polos europeus de excelência (científica).
0
2
4
6
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10
12
Distribuição das participações portuguesas em projetos do Programa-Quadro segundo a tipologia de agentes
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
66
Em seguida, recolhem-se as participações de Portugal no âmbito biotecnológico neste tipo
de projetos aprovados no período 2008-2013. Além disso, fornecem-se também algumas
conclusões extraídas da análise destes dados:
As participações de agentes portugueses em projetos dos diferentes programas -
quadro relacionados com biotecnologia ascendem a 73.
Estas participações correspondem a 54 projetos diferentes, dentro de diferentes
programas dos sucessivos Programas-Quadro.
Durante anos, 34 destas participações são anteriores ao ano 2000 e 26 delas estão
dentro do 7.º Programa-Quadro.
Dentro da edição do programa-quadro que está prestes a finalizar, é em 2009 que se
dão mais participações de agentes portugueses no âmbito da biotecnologia: 8
participações. Em 2010 e 2012 as intervenções portuguesas são 5.
O agente com maior número de participações em projetos do Programa-Quadro é a
Fundação Calouste Gulbenkian, com 7 (5 delas dentro da convocatória FP7-IDEIAS-
ERC e outra da FP5-LIFE QUALITY).
Com 5 participações cada um, figuram o Instituto de Medicina Molecular, a
Universidade do Minho e a Universidade Nova de Lisboa, embora nos três casos
parte dos projetos são anteriores ao 7.º Programa-Quadro.
Como agentes, os organismos públicos de investigação representam quase 60% do
total das participações portuguesas e as empresas 19%. Além disso, há outro tipo de
agentes (fundações e associações, fundamentalmente) que supõem mais 19%.
Finalmente, a Administração suporia os restantes 19%.
Portanto, são os grupos de caráter universitário os de maior presença nos projetos
europeus de investigação relacionados com a biotecnologia, executados por agentes
portugueses, com 34% da participação.
Os projetos com maior número de participantes portugueses são Development of
microalgal pigments for aquaculture (1997) com 4 agentes e Exploiting new solutes
from hyperthermophiles for the preservation of biomaterials: cell factories for
production of hypersolutes (2001, FP5-LIFE QUALITY) e Folate-based
nanobiodevices for integrated diagnosis/therapy targeting chronic inflammatory
diseases (2009, FP7-NMP) com 3 agentes, cada um deles.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
67
Dentro das 25 participações portuguesas no âmbito da biotecnologia nos diferentes
programas recolhidos no 7.º Programa-Quadro, 56% são no FP7-NMP, 20% no FP7-
NMP, 16% no FP7-SME e os restantes 8% no FP7-REGPOT.
6.2. Projetos EUREKA
Os projetos EUREKA são projetos internacionais de cooperação tecnológica que avaliam
mediante um selo de qualidade os projetos aprovados.
Este selo Eureka, além de ser de um elemento promocional e de reconhecimento do nível
tecnológico da empresa promotora, torna-a credora de um financiamento público
especialmente favorável.
Assim que a proposta apresentada for certificada como projeto Eureka, cada sócio
solicitará financiamento no seu país para a sua participação no projeto. O tipo de
ajuda, bem como os mecanismos e esquemas de financiamento serão os utilizados
internamente em cada país para a promoção da investigação científica e do
desenvolvimento tecnológico.
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do programa Eureka.
São apresentadas, em seguida, as participações portuguesas neste tipo de projetos e
no âmbito da biotecnologia ou áreas afins. A fonte de informação destas listas foi a própria
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Evolução temporal das participações portuguesas no programa Eureka
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
68
página web do programa Eureka. A partir das informações, foram extraídas algumas
reflexões que são mostradas em seguida:
As participações no programa EUREKA dos agentes portugueses no âmbito da
biotecnologia ascendem a 90.
10 destas participações são anteriores ao ano 2000.
Além disso, 32 delas são de 2010 ou posteriores.
No ano 2009, foi o ano em que se acabaram mais projetos com participação
portuguesa (15). Em seguida, está 2012 com 13, posteriormente 2002 e 2010, com
10 em cada um deles.
Estas participações encontram-se em projetos relacionados com a saúde, o meio
ambiente, a gestão de resíduos e os biocombustíveis, a indústria agroalimentar ou a
aquicultura, entre outros âmbitos.
Pelo que se refere aos tipos de agentes executantes, as empresas representam 53%
do total, seguidas dos centros públicos de investigação (26%) e dos grupos
universitários (14%). A Administração (6%) e os Centros Tecnológicos (1%) têm um
peso residual.
O agente com maior número de participações é o Instituto de Biologia Experimental e
Tecnologia, com 8. Já com 3, estão o Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia
Industrial – INETI, e a Universidade Católica Portuguesa (em conjunto com a Escola
Superior de Biotecnologia). Com duas participações estão a Kiwi Ibéria, S.A.R.L.,
GenIbet Biopharmaceuticals, S.A., Sparos, Lda.; Laboratoty of Plant Biotechnology,
Viveiros Jorge Boehm, Lda., Universidade Técnica de Lisboa e a Agência de
Inovação – ADI. Os restantes agentes participantes contam somente com 1
participação.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
69
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do programa Eureka
Os projetos relacionados com a biotecnologia que concentram o maior número de
intervenções por parte de agentes portugueses são o Application of Eco-Fungiplug in
the Control of Pathogenic Fungi and Studies on its Effect on Mycorrhizal Fungi
(ECOPLUGMIC) e Alternative Forages for Dairy Cows (GRASSMILK), ambas com 5.
Meristematic Cleaning of Grapevine Clones (GRAPEVINE) e Integrated Centre for
Recycling and Treatment of Medical and Industrial Hazardous Waste (CIVTRHI), com
4 em cada uma delas.
Por último, de referir que destas 90 participações portuguesas em projetos
relacionados com a biotecnologia previamente analisadas, três estão dentro de
projetos Umbrella e 8 Eurostar.
Na página seguinte, é fornecida uma tabela com as participações dos agentes portugueses
na convocatória de projetos de Eureka: Lista de participações portuguesas em projetos
do programa Eureka.
6%
1%
53%
26%
14%
Distribuição das participações portuguesas no programa Eureka segundo o tipo do agente
ADMON CT E OPI U
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
70
Lista de participações portuguesas em projetos do programa Eureka.
Ano Entidades / Organismos Título Código Tipo de
projeto
2011 Empreendimentos Hot. Outeiro dos Cêpos, Lda. Investigation for the development of a more healthy,
easy-to-spread and oxidation resistant butter 6722- UNICLA RANGE 2011 Panicongelados, S.A.
2011 Raízes do Prado, Lda.
1997 Kiwi Ibérica, S.A.R.L. Advances in kiwi fruit production, storage and marketing 1132- EUROKIWI
2010 Investigação e Desenvolvimento de Produtos
Farmacêuticos, Lda.
Development of Carbon Monoxide Releasing Molecules
for the Treatment of Post-operative Ileus 5507- CORMPOI EUROSTAR
2001 Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar,
Dep. Produção Aq. Use of the crab Polybius henslow as food for aquaculture 2315- POLYBIUS
2001 Sanamar Comércio, Import. e Export. de
Produtos Alimentares
2009 Greenpharma, S.A. Development and Dermatological Screening of a
Hemisynthetic Library 2885- NATCHEM
2001 Escola Superior Agrária de Ponte de Lima -
ESAPL Development of new artificial pollination and growth
regulators to increase kiwi fruit production and quality 1862- KIWIREKA
2001 Kiwi Ibérica, S.A.R.L.
2011 Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e
Ambiental Offshore Cultivation of Seaweed 6027 SEAWEED-STAR EUROSTAR
2012 Biosurfit, S.A. Enabling large scale production of microfluidic cartridges 6851 BLISK EUROSTAR
1993 Universidade Técnica de Lisboa Processing of bitter lupins into high protein feed 292 LUPINPUR
1993 Europroteina, S.A.
2001 Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas,
S.A. - NECTON Microbial Specialty Feed for Aquaculture 2001 MISFA
2011 Ingredientes para a Indústria de Lacticínio, Lda. -
Frulact Novel formulations and technology optimisation for pro-
and symbiotic fruit matrices 5392 PROBIOFRU
2011 Universidade Católica de Portugal
2000 RAR - Refinarias de Açúcar Reunidas, S.A. Reducing Effluents in the Sugar Industry: New Alternative
Systems. 1974 RESINAS
2012 Instituto de Tecnologia Química e Biologia - ITQB New Technologies Oriented to Improve Sustainable
Management In the European Forestry Sector.
2144 EUROFOREST
(IMP)
2012 Centro de Estudos Florestais
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
71
Ano Entidades / Organismos Título Código Tipo de
projeto
1997 Nutrição Animal e Produtos para a Pecuária, S.A.
- NUTASA
Quality Standardisation of Cured Products of Iberian Pigs
and Feedstuff Studies 1554 QIP
2010 Fundação da Universidade do Porto - Faculdade
de Engenharia Identification of molecules to treat Parkinson’s disease
(PD) using a novel zebrafish model 5553 PARK
2010 TechnoPhage, S.A., Investigação e
Desenvolvimento em Biotecnologia
2010 Instituto de Medicina Molecular
2010 Gestão de Redes e Resíduos, Lda. - GERAR Simultaneous Removal of Carbon and Nutrients from
Waste Water Through High Frequency Oxygen
Oscillations (HFO)
1697 HFO 2010 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia
2000 Centro de Tecnologia Química e Biológica
2012 Sparos, Lda. Developing a weaning- diet and protocol for bluefin tuna 7994 WEANTUNA
2004 Laboratory of Plant Biotechnology - LPB-ICAT
Optimization of Microbial Production of Lactic Acid (LA) 1870 BIOLACTATE 2004
Cooperativa de Produtores de Queijos da Beira -
Baixa C.R.L.
1996 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia Integrated Biotechnological Processing 1136 INBIOPRO
2009 Simbiotec LDA. Eco-Friendly Revitalization of Urban, Forestry and
Fruitculture Trees 4789 ECOTREE
2007 Universidade Técnica de Lisboa Improvement of Fertility in Swine: Control of Semen
Quality and Animal Welfare in Artificial Insemination
Centres
3427 FERT IA 2007 Agro Pecuária Valinho, S.A.
1995 Empresa de Investigação e Desenvolvimento em
Biotecnologia, S.A. - BIOEID S.A.
Rapid Diagnosis of, and Vaccination against Canine
Leishmaniosis 177 LEISHMANIOSIS
1998 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia Development of Virus-Like Particle (VIP) Candidate for
HIV Produced by Baculo Multi-Gene Expression Vectors 1243 HIVAC
2010 Casa Agrícola Cecílio Lda. Development and adaptation of the rice cultivars of other
areas to obtain high quality seeds 4167 CERTISEED
2012 Sociedade de Óleos e Rações, S.A. - SORGAL
Protein Concentrates for Aquaculture 5021 EUproteinAqua 2012
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro -
UTAD
2012 Engenharia de Sistemas, Lda. - UAVision Capsicum annuum L, a breeding strategy for constructing 7226 Ca-BS
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
72
Ano Entidades / Organismos Título Código Tipo de
projeto
2012 Raúl Patrocínio Duarte, S.A. multiresistant genotypes adapted for cultivation under
IPM
2004 Sociedade de Inovação Ambiental, Lda. - SIA Bioreactor For Innovative Mass Bacteria Culture 2497 BIOMAC
2012 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia Development of a GMP pilot scale production process for
a bivalent vaccine against typhoid & paratyphoid enteric
fevers
4533 TYPHIVAC 2012 GenIbet Biopharmaceuticals, S.A.
2009 Associação para a Inovação e Desenvolvimento
Empresarial - INOVISA
Innovative and Advanced Technologies for Agriculture,
Food and Feed Industries 3038 EUROAGRI+ Umbrella
2009 Sovena Group - S.G.P.S., S.A.
Olive Oil for the World 4997 State-of-the-olive 2009 Logoplaste - Consultores Técnicos, SA
2009 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia
2009 Universidade Nova de Lisboa Novel device for standardized and rapid blood Plasma
Separation and Stabilization (PSST) 4816 PSST EUROSTAR
2002 Escola Superior Agrária de Bragança
Application of Eco-Fungiplug in the Control of Pathogenic
Fungi and Studies on its Effect on Mycorrhizal Fungi. 1845 ECOPLUGMIC
2002 Laboratory of Plant Biotechnology - LPB-ICAT
2002 Direção Geral das Florestas - CENASEF
2002 Castânia, Sociedade Agroforestal, S.A.
2002 Viveiros Jorge Boehm, Lda. - PLANSEL
2009 Agência de Inovação - ADI
To strengthen the competitiveness of the European agri-
food sector through facilitating the development of new
innovative products and processes as well as supporting
technologies.
4914 EUROAGRI
FOODCHAIN
2009 Eco-Partner S.A.
Integrated Centre for Recycling and Treatment of Medical
and Industrial Hazardous Waste 4521 CIVTRHI
2009 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia
2009 Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia
Industrial - INETI
2009 Serviço de Utilização Comum de Hospitais -
SUCH
2009 GenIbet Biopharmaceuticals, S.A. Development of a GMP pilot scale process for the
production of clinical grade oncolytical adenovirus for 4947 OncoVir
2009 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
73
Ano Entidades / Organismos Título Código Tipo de
projeto
cancer therapy
2000 Estação Fruteira do Montejunto, C.R.L. -
FRUTUS Preservation of Fruits Using Natural Substances 1714 ECOFRUIT
2000 Frucar - Comércio de Frutas, Lda.
2000 Cooperativa Agrícola de Bombarral C.R.L.
2009 Simbiotec, Lda. Microbe-based organic cultivation of fruit and vegetable
crops 4366 MICROFRUIT
2006 Viveiros Centrais Riba-Douro, Soc. Agr. Lda.
Selection/Multiplication of Chestnut Specimens Resistant
to Chestnut Ink Disease. Characterization of Resistance
Source.
2689 RECATI
2002 Universidade Técnica de Lisboa - ISA
Alternative Forages for Dairy Cows 2282 GRASSMILK
2002 Instituto para o Desenvolvimento Agrário da
Região Norte - IDARN
2002 União das Cooperativas de Produção de Leite de
Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes - AGROS
2002 Instituto de Ciências e Tecnologias Agro-
Alimentares - ICETA
2002
Direção Regional de Agricultura de Entre Douro
e Minho. Estação Regional de Culturas Arvenses
e Divisão de Produção Agrícola - DRAEDM
2010 Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia
Industrial - INETI Environmental Technologies Network 330 EUROENVIRON Umbrella
2011 Investigação e Desenvolvimento de Produtos
Farmacêuticos, Lda. - Alfama
Development of Carbon Monoxide-Releasing Molecules
for the Treatment of Non-Healing Wounds 5946 CORM-HEAL EUROSTAR
2012 Instituto Nacional de Recursos Biológicos - INRB Preserved zooplankton as a diet for marine aquaculture
species 6923 MARAQUAFEED EUROSTAR
2012 Sparos, Lda.
2013 Universidade do Minho
Production of biofuels from micro-algae with a high
content of starch and lipids using flue gas CO2 as a
carbon source
4493 ALGANOL
2010 Agência de Inovação - ADI European Network for innovative Aquaculture 3610 INNOFISK Umbrella
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
74
Ano Entidades / Organismos Título Código Tipo de
projeto
2001 Escola Superior Agrária de Santarém - ESAS
Meristematic Cleaning of Grapevine Clones 2284 GRAPEVINE 2001 Universidade do Algarve
2001 Estação Agronómica Nacional
2001 Viveiros Jorge Boehm, Lda. - PLANSEL
2003 Universidade Católica de Portugal Euroagri 718 EUROAGRI
2010 Dão Sul - Sociedade Vitivinícola, S.A. Evaluation of new technologies for the reduction of
sulphur dioxide in wines 4506 WINESULFREE
2010 Universidade de Aveiro
2012 Clamitec Myco Solutions, LDA. Improving microbiological products for sustainable crop
management 7364 Poch-art EUROSTAR
2005 Produtos Nefrológicos, S.A. - PRONEFRO New Filter for Heparin Biocompatible for Infusion and
Dialysis Therapy. 2664 EPARIMED
2002 Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia Structural Analyses of Steroid Receptors for Drug Design 1948 SASTEREC
1999 Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia
Industrial - INETI
European Mechanism for the Validation and Approval of
New Methods to Detect/Identify Microorganisms in Food
and Drinks
998 MICROVAL
1999 Universidade Católica de Portugal
1998 Refinarias de Açúcar Reunidas, S.A. - RAR Separation by Ultrafiltration as a General Alternative to
Refining. 820 SUGAR
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do Programa Eureka.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
75
6.3. Projetos IBEROEKA
Os projetos IBEROEKA são projetos internacionais de cooperação tecnológica onde
existe um compromisso entre os Organismos Gestores Iberoeka dos países
participantes mediante o qual o financiamento dos projetos é descentralizado e cada
país assume este financiamento de acordo com os recursos disponíveis em cada
momento. Assim que a proposta apresentada for certificada como projeto Iberoeka,
cada sócio solicitará financiamento no seu país para a sua participação no projeto. O
tipo de ajuda, bem como os mecanismos e esquemas de financiamento serão os
utilizados internamente em cada país para a promoção da investigação científica, do
desenvolvimento tecnológico e da transferência ou assimilação da tecnologia.
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do Programa Iberoeka.
Em seguida, são apresentadas as participações portuguesas neste tipo de projetos.
Estas foram extraídas de procuras na base de dados do Programa Ibero-americano da
Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CYTED). Além disso, são fornecidas
algumas conclusões provenientes da análise destes dados:
Portugal acumula 91 participações nas convocatórias IBEROEKA no âmbito
biotecnológico.
Do total, 14 são anteriores ao ano 2000 e 17 são do ano 2000 ou posterior.
Estes projetos abrangem áreas relacionadas com a saúde, o meio ambiente, a
gestão de resíduos e os biocombustíveis, a indústria agroalimentar ou a
aquicultura.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
19961998199920002001200220032004200620082009201020112012
Evolução temporal das participações portuguesas no programa Iberoeka
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
76
Por outro lado, e no que se refere ao tipo de agentes participantes, 47% das
participações correspondem a grupos universitários. Em segundo lugar, com
um peso relativo de 31% estão as empresas, e a seguir os centros públicos de
investigação, com 20%. A Administração tem um peso muito pouco
representativo, com apenas 2%.
Atendendo aos dois possíveis tipos de participações no programa IBEROEKA
(quer sejam de investigação ou de inovação), 62,63% são em projetos de
inovação e 37,36% em convocatórias de investigação, fundamentalmente
redes temáticas.
O tecido empresarial faz parte, em maior escala, de consórcios para projetos
dentro das convocatórias de inovação, enquanto os centros públicos de
investigação escolhem mais claramente projetos de investigação. No caso dos
grupos universitários, é muito similar o peso de um ou outro programa.
O agente com mais participações em projetos relacionados com a
biotecnologia dentro da convocatória IBEROEKA é a Universidade Técnica de
Lisboa com 8, seguida da Universidade de Porto com 6, e o INETI ou a
Universidade Católica Portuguesa com 5.
2008, 2002 e 2010 são os anos com maior número de participações em
projetos biotecnológicos aprovados nessa data, com 14 no primeiro caso e 11
nos dois seguintes. Paradoxalmente, em 2011 só foi aprovado um projeto
neste âmbito, embora em 2012 se perceba já uma verdadeira recuperação,
embora tímida.
Estas participações anteriormente comentadas correspondem a 32 projetos
IBEROEKA.
O projeto relacionado com biotecnologia que contou com maior número de
participações portuguesas foi o da Rede Ibero-americana de genética
molecular aplicada à medicina forense (1998), com 5 agentes, todos estes
organismos públicos de investigação. A seguir, estão o de Mirtilo com inovação
- desenvolvimento de novos produtos funcionais a partir do mirtilo e seus
subprodutos (MYRTILLUS, de 2010) e Microestabilização de aromas naturais
em azeite português de alta qualidade; incorporação de agentes de plantas
com ações na promoção da saúde; estudo da sua viabilidade no mercado
brasileiro (PHARMAOIL, 1999), com 5 em cada uma delas.
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
77
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do Programa Iberoeka.
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do Programa Iberoeka.
Em seguida, é fornecida uma tabela com as participações dos agentes de Portugal na
convocatória de projetos de Iberoeka: Lista de participações portuguesas em projetos do
programa Iberoeka.
2%
31%
20%
47%
Distribuição das participações portuguesas no programa Iberoeka segundo o tipo do agente
ADMON E OPI U
0
5
10
15
20
25
30
INNOVACIÓN INVESTIGACIÓN
Distribuição das participações portuguesas no programa Iberoeka segundo o tipo do agente e o tipo de projeto
ADMON
E
OPI
U
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
78
Lista de participações portuguesas em projetos do programa Iberoeka.
Ano Participantes Código Sigla Título
2002 Tratamento de Águas e
Biotecnologia, Lda. - STAB
IBK 02-279 SPYI-VINHO
Aplicação de métodos rápidos de diagnóstico das leveduras
contaminantes dekkera sp. e zygosaccharomyces sp. na
indústria do vinho: expansão para o mercado iberomericano
e estudo da incidência em vinhos do Uruguai 2002
Investigação e Serviços em
Ciências Biológicas, Lda. - STAB
VIDA
2004 Instituto Nacional de Engenharia,
Tecnologia e Inovação - INETI
IBK 04-383 BIOVALOR
Biotecnologia de hemiceluloses: biomoléculas de uso
industrial, alimentar e farmacêutico a partir de subprodutos
lenhocelulósicos
2004 Gabinete de Comercialização da
Ciência, Lda. - ATGC
2004 Universidade Técnica de Lisboa
2004 Jaba Farmacêutica, S.A.
2004 Universidade do Minho
2004 Universidade Técnica de Lisboa
2012 Universidade do Porto
Red 112RT0460 CORNUCOPIA
Caracterización y evaluación funcional y de seguridad de
compuestos bioactivos de frutas iberoamericanas como
ingredientes alimentarios 2012 Universidade do Algarve
2012 Circleroad, Lda. IBK 12-707
PROBIOKFG
Desarrollo de una mezcla microbiana probiótica adicionada
de prebióticos y fitogénicos como suplemento de la dieta
para pollos 2012
Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias IBK 12-707
2011 Escola Superior de Biotecnologia -
UCAPOR Red 111RT0421 FRUTACTIVA
Desenvolvimento de ingredientes bioativos a partir de frutas
tropicais não tradicionais (nativas e exóticas) da Ibero
América: identificação, avaliação, produção e segurança
2008 Instituto Nacional de Engenharia,
Tecnologia e Inovação - INETI IBK 08-564 LIGNOETANOL
Desenvolvimento de processo de obtenção do etanol
ligninocelulósico da biomassa de cana-de-açúcar, com
enfoque na palha 2008 Universidade Técnica de Lisboa
2010 Universidade Católica Portuguesa
IBK 10-633 PROBIO-PEIXE
Desenvolvimento sustentável da aquacultura:
implementação de um plano de imunização, uso de
probióticos e de dietas vegetais
2010 Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro - UTAD
2010 Consultoria e Desenvolvimento de
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
79
Ano Participantes Código Sigla Título
Projectos Bioquímicos, S.A. -
BIOSTRUMENT
2010
Centro Interdisciplinar de
Investigação Marinha e Ambiental
- CIIMAR
2004 Gecaro Exploração e Serviços
Agrícolas, Lda. IBK 04-373 ENDOSIMA
Estudio e investigación de la degradación del endosulfán y
de compuestos triazínicos en el olivar ecológico.
monitorización ambiental
1999 Aditiva - Fármacos e Suplementos,
Lda. IBK 99-059 UNCARIA 2000 Estudo das espécies de uncaria existentes no Peru
2000 Produtos Farmacêuticos, S.A. -
Laboratório MEDINFAR
IBK 00-105 PROTMAL Estudos sobre antimaláricos com relevância para protéases,
genes e plantas medicinais
2000 Centro de Química Fina e
Biotecnologia
2000 Instituto Nacional de Engenharia,
Tecnologia e Inovação - INETI
2000 Instituto de Higiene e Medicina
Tropical
2008 Instituto Nacional dos Recursos
Biológicos Red 108RT0336 BIOFAG
Fertilizantes biológicos para la agricultura y el medio
ambiente 2008 Universidade de Aveiro
2008 Universidade de Lisboa
2006 Olivar Fontes dos Frades, Lda. IBK 06-465 ALPECOM
I+D del proceso de compostaje de residuos sólidos
resultantes de la elaboración del aceite de oliva por
centrifugación en dos fases
2001 Universidade Técnica de Lisboa
IBK 01-149 LONG LIFE OIL Identificación de antioxidantes naturales con interés
comercial para uso en aceites alimenticios
2001 Plumapor, Lda.
2001 Universidade Técnica de Lisboa
2001 Innovation and Engineering in
Biotech - BIOTREND
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
80
Ano Participantes Código Sigla Título
2010 Escola Superior de Biotecnologia -
UCAPOR Acción 110AC0386 IBEROFUN
Incorporación de nuevos ingredientes funcionales a
alimentos como contribución a la promoción de la salud y/o a
la prevención de enfermedades de la población
iberoamericana 2010
Ingredientes para a Indústria de
Lacticínios, S.A. - FRULACT
2002 Instituto Superior de Agronomia
IBK 02-278 INOVINI
Influencia de tecnologías innovadoras de maduración sobre
las características de vinos tintos de dos variedades de
paises iberoamericanos 2002 Finagra, S.A.
2002 Monsanto II, Lda. IBK 02-269 NUTECAC Investigación sobre nuevas tecnologías para su aplicación
en reforestación de tierras agrarias
1996 Universidade do Porto Acción II.2
Localización, caracterización y evaluación del potencial
extractivo de artemia, con destino a la acuicultura 1996 Universidade de Lisboa
2000 Universidade Técnica de Lisboa
IBK 99-021 PHARMAOIL
Microestabilização de aromas naturais em azeite português
de alta qualidade; incorporação de agentes de plantas com
ações na promoção da saúde; estudo da sua viabilidade no
mercado brasileiro
2000 Direcção Regional de Agricultura
2000 Universidade Técnica de Lisboa
2000 Plumapor, Lda.
2000 Universidade de Coimbra
2010 Sociedade de Produtores Horto-
Frutícolas, Lda. - MIRTILUSA
IBK 10-634 MYRTILLUS Mirtilo com inovação - desenvolvimento de novos produtos
funcionais a partir do mirtilo e seus subprodutos
2010 Ingredientes para a Indústria de
Lacticínios, S.A. - FRULACT
2010 Universidade Católica Portuguesa
2010 Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro - UTAD
2010 Universidade do Porto
2003
Comercialização e Consultadoria
em Hortofrutícolas, S.A. -
CAMPOTEC IBK 03-331 CLEANTECH
Novas tecnologias limpas e introdução de embalagens
ativas para maior eficácia na manutenção da qualidade
intrínseca e prolongamento da vida de produtos hortícolas
minimamente processados 2003
Instituto Nacional de Engenharia,
Tecnologia e Inovação - INETI
2003 Instituto Superior de Agronomia
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
81
Ano Participantes Código Sigla Título
1999 Direcção Geral de Protecção de
Culturas IBK 99-045 PMF
Obtención de nuevas variedades (cultivo in vitro) y
fitopatología en planta madre de fresón 1999
Sociedade de Fomento Hortícola,
Lda. - MULTIPLANTA
2009 Caesar Park Hotel Portugal, S.A.
IBK 09-601 ECO2 Obtención de sumideros de CO2 urbanos 2009 Fadigas + Partners, Lda.
2009 GJP Arquictetos
2009 Grupo MSF
2008 Ingredientes para a Indústria de
Lacticínios, S.A. - FRULACT IBK 08-575 FRUTAMAIS Preservação de características funcionais, nutricionais e
organoléticas de frutas e alimentos derivados 2008 Universidade Católica Portuguesa
2002 Quinta dos Ingleses IBK 02-237 ZIMLAC
Produção de enzimas para a indústria alimentar por
fermentação da lactose do soro de queijo 2002 Universidade do Minho
2008 Universidade do Minho
Producción de energía mediante la digestión anaerobia de
los residuos orgánicos provenientes de agroindustrias -
biogas, biocombustibles
2006 IPB-P
Red 306RT0279 BIOCOMRED Red de nuevas tecnologías para la obtención de
biocombustibles
2006 LSRE-UP
2006 Instituto Nacional de Engenharia,
Tecnologia e Inovação - INETI
2003 Instituto Nacional de Investigação
Agrária Red III.D BIOFAG Red iberoamericana de biofertilizantes microbianos para la
agricultura 2003 Universidade Técnica de Lisboa
2006 Universidade da Beira Interior Red 206RT0290 RIFF
Red iberoamericana de farmacogenetica: impacto en salud
publica 2006 Universidade do Algarve
1998 Centro de Genética Clínica
Red III.C Red iberoamericana de genética molecular aplicada a la
medicina forense
1998 Universidade de Aveiro
1998 Universidade do Porto
1998 Laboratório de Política Científica
1998 Instituto de Medicina Legal
Caracterização do Setor BIOTECNOLOGIA
82
Ano Participantes Código Sigla Título
1996 Universidade Nova Lisboa
Red III.C Red iberoamericana de genética molecular aplicada a la
medicina forense
1996 Universidade do Porto
1996 Universidade de Coimbra
1996 Universidade da Beira Interior
2012 Instituto Nacional de Saúde
Ricardo Jorge Red 112RT0445 IBERCAROT
Red iberoamericana para el estudio de nuevos carotenoides
bioactivos como ingredientes de alimentos
2008 Universidade de Coimbra
Red 108RT0362
SUERO DE
QUESERÍA
PROBIÓTICO
Red iberoamericana para evaluar la factibilidad del
desarrollo de nuevos productos en la alimentación animal.
aprovechamiento de efluentes de quesería para la
producción de probióticos
2008 Universidade Católica Portuguesa
2008 Instituto Superior de Agronomia Red 108RT0346 ENZNUT
Red iberoamericana para la extraccion y transformacion
enzimatica de ingredientes funcionales y nutraceuticos de
plantas y agro-residuos regionales
2008 Universidade de Coimbra
Red 208RT0340 BIOFAB Rede ibero-americana de biofabricação: materiais,
processos e simulação 2008
Escola Superior de Artes de
Design
2008 Instituto Politécnico de Leiria
2002 Viveiros Jorge Boehm, Lda. IBK 02-228 RESISTEVID Resistência adquirida aos fungos de podridão da videira
2002 Universidade do Porto Acción XI.20 Tecnología de películas biodegradables para alimentos en
ibero-américa
2002 Lacticínios, S.A. - MAROFA II
IBK 02-215 PROBIOSORO
Utilização de matrizes obtidas a partir do lactossoro para
incorporação de estirpes probióticas, como processo de
valorização daquele subproduto 2002 Universidade Católica Portuguesa
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados do Programa Iberoeka.
83
6.4. Projetos QREN
O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) constitui o enquadramento para a
aplicação em Portugal, no período 2007-2013, dos fundos oriundos da política de coesão da
União Europeia, traduzida num investimento comunitário de cerca de 21,5 mil milhões de
euros, ao serviço do desenvolvimento do país.
O QREN assume para este efeito cinco grandes prioridades estratégicas nacionais:
qualificação dos cidadãos; dinamização do crescimento sustentado; promoção da coesão
social; qualificação dos territórios e das cidades e aumento da eficiência e qualidade dos
serviços públicos.
No final de 2012 (informação reportada a 31 de dezembro de 2012), a taxa de execução do
QREN chegou aos 56,9% da dotação total dos fundos prevista executar até 2015, o que
corresponde a um volume de despesa validada de 12,2 mil milhões de euros de fundo.
Segundo um relatório da Agência de Inovação Portuguesa (ADI) sobre o impacto dos
resultados dos projetos de I&D financiados pela entidade entre 1993 e 2011, para este
período mais de 76% dos projetos são de inovação em meios de produção, com ou objetivo
de serem posteriormente vendidos a outras empresas, sob a forma de equipamentos,
software de gestão industrial, serviços às empresas ou bens intermediários. Isto é, os
resultados destes projetos de I&D, são depois difundidos pelas empresas suas clientes, sob
a forma de novos inputs mais eficientes e inovadores, sendo ainda suporte de transferência
de know-how.
Da elaboração de uma matriz que relacione as tecnologias com os setores de aplicação
para a cada um dos projetos financiados neste período é extraída informação sobre quais
são os setores que mais se beneficiaram desse processo de desenvolvimento e de
transferência da inovação tecnológica19.
19Na realidade, a densidade das relações de transferência de resultados é ainda mais rica, porque um mesmo projeto tem, em geral, aplicação em mais de um setor. Mas por razões metodológicas optaram por só quantificar o principal mercado de destino de cada projeto. Só para os casos em que isso seria uma simplificação muito grosseira, criamos um “setor” denominado “transversal ou vários setores”.
84
Como se estabelece neste documento, a biotecnologia representa 8,8% do total dos
projetos que gozaram de financiamento através destas linhas do QREN, o que a posiciona
como a quinta tecnologia em ordem de importância, atrás das TIC, Materiais, Eletrónica e
Instrumentação e Agrárias e Alimentares. Quanto ao benefício transferido a cada um dos
setores, o que tem mais vantagem é o da Indústria farmacêutica, seguido da de Saúde e
Agroalimentar e de Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pescas.
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados da ADI.
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados da ADI.
1% 2%
48%
19%
30%
Distribuição das participações nos programas QREN segundo os tipos de agentes
ADMON CT E OPI U
0
10
20
30
40
50
60
2008 2009 2010 2011
Evolução temporal das participações portuguesas nos programas QREN
85
Em seguida, são apresentadas as participações portuguesas nestes programas no campo
da biotecnologia para o período 2008-2011, além de algumas conclusões extraídas da
análise destes dados reunidos da própria página do QREN:
As participações referem-se fundamentalmente à linha de I&D em Copromoção no
enquadramento do programa QREN.
As participações relacionadas com a biotecnologia nas diferentes convocatórias do
Quadro de Referência Estratégico Nacional Português (QREN) no intervalo 2008-
2011 ascendem a 110.
Nestas, a presença é fundamentalmente de organismos públicos de investigação,
sejam de caráter universitário ou laboratórios e institutos nacionais.
De facto, 48% correspondem a empresas, 30% a grupos universitários e 19% a
centros públicos de investigação.
Estes 110 participantes em projetos participam nos consórcios de 47 projetos.
Além disso, estas participações concentram-se fundamentalmente em 2009 e 2010,
embora possivelmente esta distribuição responda à disponibilidade de dados no
motor de busca de projetos da ADI e não tanto aos dados reais das resoluções das
convocatórias.
O agente com maior número de participações é a Universidade de Porto, com 10,
seguido pela Universidade Católica Portuguesa, com 9. Num segundo grupo estão a
Universidade de Lisboa, com 4, e a Biocant - Associação de Transferência de
Tecnologia, Indústria Agroalimentar, S.A. - FRULACT além da Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro, com 3 cada uma delas.
O projeto com maior número de participações, seja de agentes de investigação ou
empresariais, é Mirtilo com Inovação - Desenvolvimento de novos produtos
funcionais a partir do mirtilo e seus subprodutos (2010), com 5 integrantes do
consórcio, dos quais três são de origem universitária e dois empresariais. Depois
estão AgroControl - Viticultura de Precisão (2009), ECOPISCIS - Gestão e controlo
de emissões: tecnologia aplicada à aquicultura (2009), GreenDiets - Formulação e
teste de novas dietas à base de concentrados de microalgas para aplicação no setor
da aquacultura (2009) e InovWine - Inovação na Fileira do Vinho e da Vinha (2010),
todos eles com 4 sócios.
A quantia do apoio público recebido pelos agentes participantes através destas
ajudas ascende a 21.336.359,46 euros, o que supõe uma ajuda média por projeto de
453.965,09 euros.
86
Em seguida, são apresentadas numa tabela as participações portuguesas no âmbito da
biotecnologia no programa de I&D em Copromoção e no intervalo 2008-2011:
Lista de participações portuguesas em projetos do programa QREN no período 2008-
2011
Sigla do projeto Agente participante
Ano de
concessão
da ajuda
Bicas Unicre Bebidas, S.A. 2008
Universidade do Porto 2008
Microprojecto Micologia Aplicada, Lda. - Microplano 2008
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD 2008
RTI-CD Biopremier, S.A. 2008
Biosurfit, S.A. 2008
AgroControl
Quinta Campos do Lima – Agro-turismo, Lda. 2009
Soluções Aplicadas em Geologia, Hidrogeologia e Ambiente
Lda. - Sinergeo 2009
Soluções de Biotecnologia para a Vitivinicultura Unipessoal
Lda. - Vinalia 2009
Universidade do Minho 2009
ECOPISCIS
Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial - INEGI 2009
Quinta do Salmão - Comércio de Peixe, Lda. 2009
Quinta do Salmão - Comércio de Peixe, Lda. 2009
Universidade do Porto 2009
FatValue
Irmãos Monteiro, S.A. 2009
Universidade do Minho 2009
Universidade do Porto 2009
FRUTAMAIS Indústria Agroalimentar, S.A. - FRULACT 2009
Universidade Católica Portuguesa 2009
GreenDiets
Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, S.A. - NECTON 2009
Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas -
IPIMAR 2009
Sparos, Lda. 2009
Universidade do Algarve 2009
Leite Saudável
Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, C.R.L. 2009
Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares
- ICETA 2009
87
Sigla do projeto Agente participante
Ano de
concessão
da ajuda
NanoForBone
Fluidinova - Engenharia de Fluidos, S.A. 2009
Instituto Nacional de Engenharia Biomédica - INEB 2009
Universidade do Porto 2009
NZYTech Diagnóstico Instituto Nacional de Recursos Biológicos 2009
NZYTech, Lda. 2009
OMNIVIEW-SISPORTO
WEB
Instituto Nacional de Engenharia Biomédica - INEB 2009
Speculum, Artigos Médicos Lda. 2009
OPTISOLE
A. Coelho e Castro, Lda. 2009
Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental -
CIIMAR 2009
PROAMBIENTE
A. Coelho e Castro, Lda. 2009
Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares
- ICETA 2009
Universidade do Porto 2009
PT-LYPTUS
Instituto de Investigação da Floresta e Papel - RAIZ 2009
Instituto Superior de Agronomia - ISA 2009
PortucelSoporcel Florestal - Sociedade de Desenvolvimento
Agro-florestal, S.A. 2009
RAPIDARROZ Ernesto Morgado, S.A. 2009
Universidade Católica Portuguesa 2009
RefinOlea
Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo
Alentejo e Litoral - CEBAL 2009
União das Cooperativas Agrícolas do Sul - UCASUL 2009
Teste Fh8 Biognosis, Lda. 2009
Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge 2009
TyphiVac GenIbet Biopharmaceuticals, S.A. 2009
Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica - IBET 2009
Winesulfree Dão Sul - Sociedade Vitivinícola, S.A. 2009
Universidade de Aveiro 2009
ALGAENE Depsiextracta Tecnologias Biológicas, Lda. 2010
Instituto Nacional dos Recursos Biológicos - IP 2010
Anti EGFR Effective
Prestação de Serviços de Testes de Diagnóstico Genético,
S.A. - Genetest 2010
Universidade do Porto 2010
Biocork Amorim & Irmãos, S.A. 2010
88
Sigla do projeto Agente participante
Ano de
concessão
da ajuda
Universidade do Porto 2010
BIOFUMADOS
Enchidos e Fumados à Moda de Ponte de Lima, Lda. -
MINHOFUMEIRO 2010
Instituto Politécnico de Viana do Castelo 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
Brainiac1 Ablynx, S.A. 2010
Instituto de Biologia Molecular e Celular 2010
ETANE FARE FUN Instituto Superior de Agronomia - ISA 2010
Mundi Globe Trading Comércio Internacional, S.A. 2010
EUProteinAQUA Sociedade de Óleos e Rações, S.A. - SORGAL 2010
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD 2010
Glaukit Biocant - Associação de Transferência de Tecnologia 2010
Interactome, Lda. 2010
iCOD
Pascoal & Filhos, S.A. 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
WeDoTech - Companhia de Ideias e Tecnologias, Lda. 2010
InovWine
Adega Cooperativa de Cantanhede, CRL 2010
Biocant - Associação de Transferência de Tecnologia 2010
Instituto Pedro Nunes - IPN - Associação para a Inovação e
Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia 2010
Viveiros Vitícolas Pierre Boyer, Lda. 2010
LEVEchamp Proenol - Indústria Biotecnológica, LDA 2010
Universidade de Lisboa 2010
LUSOEXTRACT
Serviços, Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia,
S.A. - BIOALVO 2010
Universidade de Lisboa 2010
Universidade Nova de Lisboa 2010
Myrtillus
Indústria Agroalimentar, S.A. - FRULACT 2010
Sociedade de Produtores Hortofrutícolas, Lda. - MIRTILUSA 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD 2010
Universidade do Porto 2010
OBit Plásticos Reforçados da Bairrada, Lda. - WePalvidro 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
ONCOVIR GenIbet Biopharmaceuticals, S.A. 2010
89
Sigla do projeto Agente participante
Ano de
concessão
da ajuda
Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica - IBET 2010
PDT Bluepharma - Indústria Farmacêutica, S.A. 2010
Luzitin, Lda. 2010
PROBIOFRU Indústria Agroalimentar, S.A. - FRULACT 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
PROBIO-SOLEA
Consultadoria e Desenvolvimento de Projetos Bioquímicos,
S.A. - Biostrument 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
Universidade do Porto 2010
Sounds4Health Intelligent Sensing in Healthcare, Lda. - INTELLICARE 2010
Universidade de Lisboa 2010
TriBone Medmat Innovation - Materiais Médicos, Lda. 2010
ValorPeixe
Fábrica de Conservas "A Poveira", Lda. 2010
Universidade Católica Portuguesa 2010
Universidade do Porto 2010
AMILOTERA
Biomolecular Simulations, Lda. - BSIM2 2011
Centro de Neurociências e Biologia Celular 2011
Universidade de Coimbra 2011
BioClarVino Biocant - Associação de Transferência de Tecnologia 2011
Proenol - Indústria Biotecnológica, LDA 2011
FACIB Companhia Industrial Produtora de Antibióticos, S.A. - CIPAN 2011
Universidade de Lisboa 2011
INUTR Sparos, Lda. 2011
Universidade do Algarve 2011
6.5. Convocatória NEOTEC
Na continuidade da missão da Agência de Inovação de promover a valorização de
resultados de I&D surge a Iniciativa NEOTEC, lançada em 2005, que apoia a criação de
empresas de base tecnológica.
Esta iniciativa tem por objetivo acompanhar o amadurecimento do projeto empresarial
desde a prova de conceito até ao primeiro ano de atividade da nova empresa. É financiada
90
pelo Programa Operacional Sociedade do Conhecimento, até um máximo de
100.000€ euros, durante não mais de 24 meses.
A Iniciativa NEOTEC – Novas Empresas de Base Tecnológica estimula:
A constituição de novas empresas de base tecnológica com elevado potencial de
crescimento, abrangendo as diferentes fases deste processo, desde a identificação
do potencial de mercado das tecnologias envolvidas até à fase inicial de
operacionalização e comercialização de resultados;
A mudança de atitude dos atores do Sistema Científico Nacional, induzindo-os a
incorporar nas suas atividades regulares o desenvolvimento e a aplicação de
métodos para a valorização do conhecimento que geram.
A Iniciativa NEOTEC visa, assim, facilitar a transferência de conhecimento das
instituições do Sistema Científico Nacional para o mercado, transformando o potencial de
ideias em inovação, o que se traduz em novos produtos, processos ou serviços com valor
no mercado.
Os projetos de criação e desenvolvimento de empresas, a apoiar pela Iniciativa NEOTEC,
compreendem três fases sequenciais distintas, com uma duração máxima cumulativa de 36
meses:
Fase 1 – Geração de conceitos de produtos, serviços ou processos
Esta fase, com a duração máxima de 6 meses, tem por objetivo apoiar a geração
de conceitos de produtos, serviços ou processos a partir de tecnologias
inovadoras e a análise da sua potencial aceitação por parte do mercado.
O projeto é considerado apto a passar à fase seguinte quando os seus
promotores conseguirem demonstrar o potencial das tecnologias em causa para
gerar produtos, serviços ou processos inovadores.
Fase 2 – Desenvolvimento de um modelo e de um plano de negócio
Esta fase, com a duração máxima de 6 meses, consiste na análise da viabilidade
técnica, económica e financeira do projeto definido na fase 1.
O projeto é considerado apto a passar à fase seguinte quando os promotores
conseguirem demonstrar a viabilidade do projeto e a capacidade de reunirem
uma equipa de gestão capaz de sustentar o negócio proposto.
A apresentação de parceiros ou investidores no final desta fase é considerada
desejável.
91
Fase 3 – Constituição e arranque da empresa
Esta fase, com a duração máxima de 14 meses, inclui os procedimentos para a
constituição e o arranque da empresa, segundo o projeto definido nas fases
anteriores.
Os promotores, na sua totalidade ou em parte, devem ter participado na
constituição de uma sociedade comercial cujo objetivo seja o de materializar o
projeto nas fases anteriores.
Entre os programas realizados por instituições do Sistema Científico Nacional
com o objetivo de promoverem o conhecimento nelas gerado serão
particularmente valorizados aqueles que envolvam parcerias entre aquelas
instituições.
Em seguida, são analisadas as concessões destas ajudas a empresas portuguesas no
âmbito audiovisual:
As participações identificadas na convocatória NEOTEC no âmbito biotecnológico
ascendem a 19 no intervalo 2006-2008.
Delas, uma é de 2006, 8 de 2007 e 10 de 2008.
O custo total das ajudas ascende a 1.448.519,84 euros para todo o intervalo,
603.250,79 no ano 2007 e 775.269,05 em 2008.
Isto supõe um orçamento médio por projeto de 76.237,89 euros.
Dado o propósito do projeto, os agentes que coincidem a este financiamento são
sempre de caráter privado e do meio empresarial.
92
Participações portuguesas no programa NEOTEC no âmbito da biotecnologia.
2006-2008
Sigla do projeto Título do projeto Ano de
concessão
BIOTECA Bioteca - Preservação de Células Estaminais, S.A. 2008
BIOPOLIF Biocrático - Natural Plant Extracts Research Development, Lda. 2008
ALGAFUEL Algafuel, S.A. 2008
INNOPHAGE InnoPhage, Lda. 2008
SICGEN SicGen - Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia, Lda. 2008
BIOSPINE Neurónios Especiais, Lda. 2008
PROBLAD Consumo em Verde - Biotecnologia das Plantas, S.A. 2008
CELLZYME NZYTech, Lda. 2008
VINOV Enomem, Lda. 2008
BIOHITEC WeDoTech - Companhia de Ideias e Tecnologias, Lda. 2007
BIOTECA Preservação de Células Estaminais, S.A. - BIOTECA 2008
EDIBLE_FRUITS 80 g, Lda. 2007
INDAIRCONTROL IndAirControl, Lda. 2007
MICOPLANT Micoplant - Micologia Aplicada, Lda. 2007
NEUROEYE Electromedicina e Psicofisiologia da Visão, Lda. - NEUROEYE 2007
Gene PreDiT Gene PreDiT, S.A. 2007
BIOALVO Serviços, Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia, S.A. -
BIOALVO 2006
RFH8
PorINTRADERMOREACÇÃO Biognosis, Lda. 2007
B-ONSTEM Stemmatters, Biotecnologia e Medicina Regenerativa, S.A. 2007
Fonte: Elaboração própria, a partir da base de dados da ADI
93
7. INSTRUMENTOS DE APOIO NO ÂMBITO DA BIOTECNOLOGIA
Em Portugal, são vários os instrumentos de apoio no âmbito da biotecnologia:
Programa Estratégico para o Empreendedorismo e Inovação.
Sistemas de Incentivos (nomeadamente, SI I&DT e SI Inovação, Si Qualificação
Internacionalização PME).
Sistema de Apoio a Parques de Ciência e Tecnologia e Incubadoras de Empresas de
Base Tecnológica.
Sistema de Incentivos às Ações Coletivas.
Capital de Risco.
Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional.
Em termos substanciais, estas políticas e estes instrumentos encontram-se inseridos no
contexto do QREN20 (Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013), no âmbito do
COMPETE21 (Programa Operacional Factores de Competitividade) e dos POR22 (Programas
Operacionais Regionais), aplicando-se de forma mais ou menos transversal a todo o país,
embora, em parte, tenham financiamento de base regional (baseado nos POR).
QREN, Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013
O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) constitui o enquadramento para a
aplicação da Política Comunitária de Coesão Económica e Social em Portugal no período
2007-2013.
O QREN define as orientações fundamentais para a utilização nacional dos fundos
comunitários com caráter estrutural e para a estruturação dos programas operacionais
temáticos e regionais. Assume como grande desígnio estratégico a qualificação dos
portugueses, valorizando o Conhecimento, a Ciência, a Tecnologia e a Inovação, bem
como a promoção de níveis elevados e sustentados de desenvolvimento económico e
sociocultural e de qualificação territorial, num quadro de valorização da igualdade de
oportunidades e o aumento da eficiência e qualidade das Instituições Públicas.
20 QREN, Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013. www.qren.pt 21 COMPETE, Programa Operacional Factores de Competitividade. www.pofc.qren.pt 22 POR, Programas Operacionais Regionais. www.ifdr.pt
94
O QREN oferece uma nova oportunidade para o país e as suas regiões investirem e
realizarem ações de desenvolvimento, que na ausência deste quadro financeiro, ficariam por
fazer, ou seriam realizadas em menor grau ou com menor ambição.
COMPETE, Programa Operacional Factores de Competitividade
A Autoridade de Gestão do COMPETE é a estrutura de missão responsável pela gestão e
execução do Programa Operacional Temático Factores de Competitividade - COMPETE
- inserido no Quadro de Referência Estratégico Nacional.
A Comissão Diretiva do COMPETE assegura ainda a articulação com as Comissões
Diretivas dos PO Regionais no âmbito dos Sistemas de Incentivos ao investimento
empresarial apoiados pelo FEDER, visando a eficácia e uma gestão coordenada, no que
respeita nomeadamente à elaboração e aprovação do Plano Anual de Concursos dos
Sistemas de Incentivos, à promoção da abertura dos avisos para apresentação de
candidaturas, e ao funcionamento da Comissão de Seleção dos Sistemas de Incentivos.
A Autoridade de Gestão do COMPETE é ainda a entidade competente pelo processo de
reconhecimento, acompanhamento e avaliação dos Polos de Competitividade e Tecnologia
e outros Clusters.
7.1. Programa estratégico para o empreendedorismo e inovação
(+E+I)
O Programa Estratégico +E+I (Resolução do Conselho de Ministros nº 54/2011, de 16 de
dezembro) ambiciona uma sociedade mais empreendedora, uma base alargada de
empresas inovadoras e com forte componente exportadora, um país em rede e inserido nas
redes internacionais de empreendedorismo, conhecimento e inovação, e orientado a
resultados.
Este programa quer apoiar projetos de empreendedorismo inovador e/ou com potencial
de elevado crescimento, por parte de jovens qualificados, através de um conjunto de
medidas de apoio específicas, complementadas com a prestação de assistência técnica ao
longo do desenvolvimento do projeto.
95
Iniciativas específicas Assistência Técnica
Oferta de instrumentos de capacitação e
de alargamento de competências na área
do empreendedorismo
Assistência técnica no desenvolvimento
do modelo de negócio e na execução do
plano de negócios para projetos com um
elevado grau de complexidade
Promoção do acesso a mecanismos
financeiros de crédito e de capital de
risco, mediante aprovação do projeto
pelas entidades competentes
Acesso a bolsa para o desenvolvimento
de projeto empresarial a jovens (1,65
*IAS)
Acesso a uma rede de mentores e
promoção de redes de contactos para
apresentação dos projetos a investidores
privados e sociedades de capital de risco
Estudos de viabilidade técnica -científica
Assistência tecnológica, incluindo
prototipagem
Serviços de transferência de tecnologia
Consultoria para utilização de normas e
serviços de ensaio
Consultoria especializada para patentes
internacionais
Auxílio na conversão de ideias em
projetos empresariais estruturados, para
efeitos de apresentação a investidores
Intermediação na procura de parceiros
Financiadores ou empresariais
Candidaturas
São apresentadas junto do IAPMEI, I.P., mediante preenchimento de ficha com modelo
próprio: www.ei.gov.pt
7.2. Sistemas de incentivos do QREN
Os sistemas de incentivos do QREN23, em vigor no 2007-2013, afirmam-se como um dos
instrumentos públicos de apoio ao empreendedorismo tecnológico mais relevantes em
Portugal.
23 http://www.pofc.qren.pt/areas-do-compete/incentivos-as-empresas
96
São três os sistemas de incentivos atualmente disponíveis no QREN:
Tipologia de SI Principais Objetivos dos Sistemas de Incentivos
SI I&DT
Intensificar o esforço empresarial nacional de I&DT
Criar novos conhecimentos com vista ao aumento da competitividade
das empresas
Promover a inserção das empresas em redes internacionais de
conhecimento, estimulando a criação e endogeneização de novos
conhecimentos indutores de novas oportunidades económicas
Promover a cooperação e o desenvolvimento de projetos de I&DT entre
as empresas e as entidades do Sistema Científico e Tecnológico (SCT)
Estimular a demonstração, experimentação tecnológica, a
disseminação e a transferência de tecnologia
SI Inovação
Promover a inovação no tecido empresarial, pela via da produção de
novos bens, serviços e processos que suportem a sua progressão na
cadeia de valor
Reforçar a orientação das empresas para os mercados internacionais
Estimular o empreendedorismo qualificado e o investimento
estruturante em novas áreas com potencial crescimento
SI Qualificação e
Internacionalização
de PME
Promoção da competitividade das empresas através do aumento da
produtividade, da flexibilidade e da capacidade de resposta e presença
ativa das PME no mercado global
Sistemas de incentivos I&DT (SI I&DT)
O SI I&DT afirma-se como um instrumento privilegiado para a promoção do
empreendedorismo tecnológico. Permite apoiar o desenvolvimento de ideias inovadoras
com conteúdo tecnológico em fases iniciais, mas ainda assim relativamente próximas do
mercado (investigação industrial e desenvolvimento experimental), favorecendo a
emergência de start-ups ou de spin-offs.
O SI I&DT apoia quatro tipos de projetos:
Projetos individuais, a realizar por empresas segundo uma lógica mais ou menos
autónoma;
Projetos em copromoção, a realizar em parceria entre empresas ou entre estas e
entidades do SCT, segundo lógicas de complementaridade de competências ou de
interesses comuns;
Projetos mobilizadores, com elevado conteúdo tecnológico e de inovação e com
impactos significativos a nível multissetorial, regional, de clusters e cadeias de valor;
Núcleos de I&DT, destinados a criar competências internas de I&DT nas empresas;
97
Projetos simplificados (Vale I&DT), para aquisição de serviços de I&DT a
entidades do SCT.
As tipologias de projetos mais adaptadas ao apoio do empreendedorismo tecnológico são a
dos projetos individuais e a das copromoções, embora seja típico alguns mobilizadores
originarem o nascimento de novas empresas de base tecnológica (nomeadamente
produtoras de equipamentos).
As despesas elegíveis no SI I&DT são muito diversas, cobrindo o grosso das necessidades
usuais associadas normalmente ao desenvolvimento de um projeto de I&D:
Tipo de Projetos Itens específicos de Investimento
Projetos
Individuais
Despesas c/ pessoal técnico do promotor dedicado a atividades de I&DT
Aquisição de patentes
MP e componentes para a construção de protótipos e demonstração
Aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e
consultoria
Aquisição de instrumentos e equipamento científico e técnico
Aquisição de software específico
Registo de propriedade intelectual
Promoção e divulgação de resultados
Missões Internacionais
Certificação do sistema de I+D+I
Custos indiretos
Projetos em
Copromoção
Projetos
Mobilizadores
Núcleos de
I&DT
Despesa com 3 novos quadros técnicos, por 24 meses
Equipamento científico e técnico afeto a atividades de I&DT, incluindo
licenças de software e certificação do Sistema de Gestão da I+D+I
Adaptação de instalações se imprescindível p/ projeto
Vale I&DT Aquisição de serviços a terceiros, incluindo assistência técnica, científica e
consultoria
Os incentivos concedidos ao abrigo do SI I&DT são do tipo não reembolsável, até certos
limites máximos definidos para cada tipo de projeto, passando depois a ser reembolsáveis.
As taxas de incentivo no SI I&DT variam substancialmente em função da tipologia de
projetos:
Tipo de Projetos Limites dos incentivos
Projetos
Individuais
Incentivo não reembolsável até 1.000.000€, passando a partir deste
valor a ser 25% reembolsável e 75% não reembolsável
Taxa de base de 25% para desenvolvimento experimental, majorada
em 10 p.p para médias empresas e 20 p.p para pequenas empresas,
25 p.p para investigação industrial e 15 p.p para situações de
cooperação interempresarial ou com entidades do SCT ou que
incluam divulgação ampla de resultados
Projetos em
Copromoção
Projetos
Mobilizadores
Núcleos de I&DT Incentivo não reembolsável até limite máximo de 500.000€
98
Taxa de incentivo de 50% para pequenas empresas, 40% para
médias empresas e 30% para não PME
Vale I&DT Incentivo não reembolsável até limite máximo de 25.000€
Taxa de incentivo de 75%
Sistemas de incentivos I&DT (SI I&DT)
O SI Inovação constitui um sistema de incentivos fundamental para promover a
“industrialização” de projetos de empreendedorismo tecnológico, dado que está fortemente
orientado para apoiar a criação, modernização ou ampliação de capacidades produtivas
inovadoras em novas empresas ou em empresas existentes.
O SI Inovação apoia essencialmente duas tipologias de projetos:
Projetos de empreendedorismo qualificado, promovidos por “novas empresas”
intensivas em tecnologia e/ou conhecimento;
Projetos de inovação produtiva, promovidos por novas empresas ou por empresas
existentes.
Os apoios a conceder no âmbito do SI Inovação são do tipo reembolsável, sem pagamento
de juros ou outros encargos, com prazo de financiamento de 6 anos, com um período de
carência de capital de 3 anos (prazos mais alargados para grandes projetos e construção de
empreendimentos hoteleiros).
A taxa de incentivos de base é de 45%, sendo que esta pode ser majorada tendo em
conta os seguintes critérios: i) PME: 10 p.p para médias empresas e 20 p.p para pequenas
empresas; ii) projetos inseridos em EEC: 10 p.p; iii) projetos de empreendedorismo feminino
ou jovem: 10 p.p.
Os apoios a conceder no âmbito do SI Inovação são do tipo reembolsável, sem pagamento
de juros ou outros encargos, com prazo de financiamento de 6 anos, com um período de
carência de capital de 3 anos (prazos mais alargados para grandes projetos e construção de
empreendimentos hoteleiros).
O incentivo reembolsável poderá ser convertido em incentivo não reembolsável (prémio) até
ao montante máximo de 75% do incentivo reembolsável concedido, em função de duas
avaliações:
99
Avaliação da realização do investimento: os primeiros 35% do “prémio potencial”
serão avaliados logo no encerramento do investimento do projeto, tendo em conta,
essencialmente, o grau de realização do investimento e o tempo gasto para o efeito;
Avaliação das metas estabelecidas em sede de candidatura: os restantes 65%
desse “prémio potencial” serão avaliados com base no grau de cumprimento das metas
do projeto, confrontando o mérito pós-projeto com o mérito pré-projeto no ano pós-
projeto (que é o terceiro exercício completo após a conclusão dos investimentos).
Do ponto de vista das tipologias de despesa elegível, encontramos uma base muito ampla
de apoio, que essencialmente deixa de fora apenas as obras de construção (somente
elegíveis em projetos ligados ao turismo) e os veículos automóveis ou outro material de
transporte:
Tipo de
Despesas Itens específicos de Investimento
Ativo Fixo
Tangível
Equipamentos ligados às áreas da gestão, produção, comercialização e
marketing, comunicações, logística, design, qualidade, segurança e saúde,
controlo laboratorial, eficiência energética e ambiente, e TIC
Sistemas energéticos para consumo próprio utilizando fontes renováveis de
energia
Software standard e específico
Ativo Intangível Despesas de transferência de tecnologia (aquisição de direitos de patentes,
licenças, “saber-fazer” ou conhecimentos técnicos
Outras
Despesas
Estudos associados ao projeto
Investimentos na área de eficiência energética e energias renováveis
Custos associados aos pedidos de direitos de propriedade industrial
Despesas com promoção internacional
Certificação de sistemas, produtos e serviços
Desenvolvimento de sistemas de gestão pela qualidade total
Despesas de obtenção do rótulo ecológico e certificação e marcação de
produtos
Desenvolvimento de insígnias, marcas, coleções próprias e catálogos
eletrónicos de produtos
Construção de edifícios e obras de remodelação e em projetos de turismo
SI Qualificação e Internacionalização de PME (SI Q&I PME)
O SI Qualificação e Internacionalização de PME, pelas suas características, está
globalmente mais orientado para o apoio a fases um pouco mais avançadas do ciclo de
desenvolvimento das empresas, embora possua uma vertente de projetos simplificados
(vales) e uma vertente específica de apoio à internacionalização das empresas (prospeção e
100
presença em mercados externos) que se pode mostrar muito relevante para promover o
desenvolvimento de start-ups e spin-offs.
Com efeito, o SI Q&I PME apoia dois tipos de projetos:
Projetos individuais, que contemplem apostas em propriedade industrial, criação,
moda e design, desenvolvimento e engenharia de produtos, organização e gestão e
TIC, qualidade, ambiente, inovação, eficiência energética, economia digital,
comercialização e marketing, internacionalização, saúde no trabalho e igualdade de
oportunidades, etc.;
Projetos simplificados, de apoio à primeira fase de desenvolvimento das empresas
(Vale Empreendedorismo), à inovação/qualificação (Vale Inovação), à
internacionalização (Vale Internacionalização) e à eficiência energética e ambiente
(Vale Energia ou Ambiente).
As tipologias de despesa elegível no SI Qualificação e Internacionalização de PME são
relativamente abrangentes, cobrindo claramente as principais necessidades das empresas
(existentes ou novas) em matéria de qualificação (em áreas não produtivas) e de
internacionalização:
Tipo de Despesas Itens específicos de Investimento
Ativo Fixo
Tangível
Máquinas e equipamentos ligados às áreas da gestão, comercialização,
marketing, distribuição e logística, design, qualidade, segurança no trabalho,
ambiente, TIC, etc.
Software standard e específico
Equipamentos para superar as normas em matéria de ambiente
Ativo Intangível Despesas transferência de tecnologia (aquisição de direitos de patentes,
licenças, “saber fazer” ou conhecimentos técnicos
Outras Despesas
Estudos associados ao projeto
Investimentos na área de eficiência energética e energias renováveis
Custos associados aos pedidos de direitos de propriedade industrial
Despesas com promoção internacional
Certificação de sistemas, produtos e serviços
Desenvolvimento de sistemas de gestão pela qualidade total
Despesas com a implementação de sistemas de planeamento e controlo
Despesas de obtenção do rótulo ecológico e à certificação e marcação de
produtos
Criação e desenvolvimento de insígnias, marcas, coleções e catálogos
eletrónicos
Os incentivos concedidos ao abrigo do SI Q&I de PME são tipo não reembolsável (fundo
perdido), embora com limites máximos definidos para cada tipo de projeto.
101
A taxa de incentivo de base neste sistema de incentivos é de 45% para aos projetos
individuais e de 75% para os projetos simplificados:
Tipo de
Projetos Limites dos incentivos
Projetos
Individuais
Incentivo não reembolsável até ao limite de 400.000€
Taxa de base de 45%, majorada em 5 p.p para micro e pequenas empresas
e para projetos inseridos em estratégias de eficiência coletiva
Taxa de base de 75% para despesas elegíveis relativas à participação em
feiras e exposições
Projetos
Simplificados
Incentivo não reembolsável
Taxa de base de 75%
Limite de incentivo de 25.000 €
As despesas no âmbito da internacionalização (não só no SI Q&I de PME, mas também no
SI Inovação) estão sujeitas a algumas restrições específicas.
7.3. Sistemas de apoio a parques de ciência e tecnologia e
incubadoras de empresas de base tecnológica
Estes sistemas enquadram-se nos POR (Programas Operacionais Regionais) do QREN e,
mais especificamente, no Eixo Prioritário 1 – Competitividade, Inovação e
Conhecimento.
Principais Objetivos
Criar, promover, consolidar ou expandir infraestruturas de acolhimento e apoio a
atividades de Ciência e Tecnologia (C&T) e à valorização económica e social dessas atividades
e de resultados de Investigação e Desenvolvimento (I&D)
Estimular relações institucionais entre empresas, unidades de I&D e instituições de ensino
superior, fortalecendo sistemas regionais e setoriais de inovação e desenvolvimento de
competências;
Promover processos de transferência de tecnologia entre entidades do Sistema Científico e
Tecnológico Nacional (SCTN) e o tecido produtivo, fomentando a interação entre agentes;
Promover a valorização económica e social da C&T e o empreendedorismo de base
científica e/ou tecnológica, estimulando a criação e o desenvolvimento de empresas de base
científica e/ou tecnológica.
Beneficiários
Os beneficiários potenciais deste programa são:
Entidades sem fins lucrativos do SCTN (públicas ou privadas), ou entidades por elas
participadas.
102
Outras entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos que tenham como objetivo
a promoção do empreendedorismo de base científica e/ou tecnológica.
Business Inovation Centres.
Em termos mais específicos, os beneficiários e destinatários potenciais destes sistemas de
apoio são as entidades do SCTN, os BIC, os PCT, as IEBTs e as empresas de base
científica e/ou tecnológica:
Beneficiários e destinatários potenciais
Entidades do SCTN
Unidades de I&DT do setor público e privado, instituições de ensino
superior, laboratórios associados e do Estado, empresas com atividades
de I&D, infraestruturas de acolhimento de atividades de C&T, organismos
públicos e privados de coordenação e gestão de C&T.
Empresas de base
científica e/ou
tecnológica
Empresas que recorrem a desenvolvimentos científicos e/ou tecnologias
recentes para o exercício da sua atividade, utilizando de forma sistemática
recursos humanos com formação superior.
Business Innovation
Centres (BIC)
Espaço condominial gerido por uma entidade certificada e auditada a nível
Europeu, englobando uma forte componente de serviços avançados de
apoio à gestão e com ligações a centros de I&D e a centros de
transferência de tecnologia, bem como à incubação de empresas.
Parques de Ciência e
Tecnologia (PCT)
Espaços de acolhimento e interação que se organizam e estabelecem, em
parceria com entidades do SCTN, com o objetivo de estimular o fluxo de
conhecimentos e de tecnologias entre entidades do SCTN, empresas e
mercados.
Incubadoras de
empresas de base
tecnológica (IEBT)
Espaços de acolhimento e apoio a empreendedores na criação e
instalação de empresas de base tecnológica.
A tipologia de operações que são apoiadas por este sistema são as seguintes:
Infraestruturas Físicas PCT. Projetos de criação, consolidação, expansão ou
requalificação de PCT: edifícios e instalações específicas de uso comum
(laboratórios, infraestruturas físicas de uso coletivo, infraestruturas viárias,
telecomunicações, infraestruturas de banda larga, distribuição de água e energia,
recolha de resíduos e efluentes e outras tecnicamente necessárias).
Infraestruturas Físicas de Incubação de Empresas de Base Tecnológica.
Projetos de criação, consolidação, expansão ou requalificação de IEBT: edifícios e
instalações específicas de uso comum (laboratórios, infraestruturas físicas de uso
coletivo, infraestruturas viárias, telecomunicações, infraestruturas de banda larga,
distribuição de água e energia, recolha de resíduos e efluentes e outras
tecnicamente necessárias).
103
Empreendedorismo Tecnológico. Projetos estruturados de promoção de novas
empresas de base tecnológica, promovidos pelas entidades gestoras de PCT ou de
IEBT ou por redes institucionais que integrem, entre outros parceiros, as referidas
entidades gestoras, excluindo o cofinanciamento direto de projetos empresariais.
Serviços Partilhados. Reforço da capacidade de gestão e serviços partilhados no
âmbito de PCT e IEBT.
Os incentivos concedidos ao abrigo deste tipo de sistema de apoio são do tipo não
reembolsável, não podendo a taxa máxima de cofinanciamento comunitário de cada
operação exceder os 70%.
Os avisos de abertura de concurso e/ou de orientações técnicas, gerais e específicas dos
PO podem definir condições específicas de admissibilidade e aceitabilidade de
operações, dos beneficiários e de elegibilidade de despesas.
A candidatura é materializada na submissão de um formulário eletrónico devidamente
preenchido e dirigido à Autoridade de Gestão respetiva e acompanhada pela documentação
identificada em sede de aviso de abertura de concurso.
7.4. Sistemas de incentivos a acções colectivas (SIAC)
Os SIAC são iniciativas em parceria ou outras ações de caráter estratégico e
estruturante, lideradas por instituições públicas ou por entidades privadas sem fins
lucrativos, prosseguindo objetivos de natureza geral com vista a resolver falhas de
mercado ou de sistema e a dinamizar a procura, através de um efeito demonstrador e de
disseminação alargada, potenciando as políticas públicas de desenvolvimento económico.
Características deste sistema de apoio
Apoio através de projetos coletivos de dinamização do espírito empresarial e do
empreendedorismo.
O SIAC é complementar aos SI diretamente dirigidos às empresas, potenciando a melhoria
das condições envolventes.
Os projetos, apresentados por uma ou mais entidades organizadas em copromoção,
devem ser representativos de uma região ou setor.
Os beneficiários são as entidades públicas com competências específicas em políticas
públicas no domínio empresarial, as associações empresariais e os centros tecnológicos e
outras entidades do SCT.
O apoio tem a natureza de apoio não reembolsável.
A taxa de financiamento varia entre os 40% e os 80% (85%, em alguns casos).
104
7.5. Capital de risco
O Capital de Risco corresponde a investimento no capital social ou em outros ativos
patrimoniais associados a projetos empresariais iniciais ou de empresas em início de
atividade ou transformação e expansão, visando o sucesso empresarial e o lucro.
Dirige-se a setores de mercado altamente competitivos e caracterizados pela inovação de
produtos, serviços, processos de produção ou distribuição com grande potencial de
crescimento e rentabilidade.
É um tipo de investimento usualmente associado a elevados níveis de risco, realizado por
investidores individuais (business angels) ou institucionais (fundos de capital de risco), por
um prazo limitado, com intervenção direta na gestão dos projetos ou empresas
apoiadas.
O operador de capital de risco tem de acreditar: (i) no potencial de crescimento do
negócio, em resultado de algum tipo de vantagem competitiva; (ii) na credibilidade dos
promotores, com a capacidade e experiência necessária ao êxito do projeto; e (iii) na
disponibilidade dos promotores em aceitar um sócio.
Principais tipologias de Capital de Risco / Fases de investimento
Capital
semente
Dirigido a iniciativas empresariais em fase de projeto e desenvolvimento, antes
mesmo da instalação do negócio.
Pode envolver o apoio a estudos de mercado, para determinar a viabilidade de
um produto ou serviço, e ao desenvolvimento de produto a partir de projetos ou
estudos.
Start-up
Dirigido a empresas já existentes ou em processo final de instalação, com um
projeto desenvolvido, mas que não iniciaram ainda a comercialização dos
produtos ou serviços.
Geralmente o investimento é destinado ao marketing inicial e ao lançamento dos
produtos, serviços ou conceitos desenvolvidos.
Early stage
Dirigido a empresas recém-instaladas, que completaram a fase de
desenvolvimento de produto e que possam já ter iniciado a comercialização, mas
ainda sem lucros.
Investimento destinado à melhoria dos processos de fabrico e comercialização e
ao marketing.
Expansão
Dirigido a empresas que atingiram maturidade, mas que não têm capacidade
própria para expandir o seu negócio, aumentar a sua capacidade de produção ou
desenvolver técnicas de comercialização e promoção.
105
Agentes financiadores de capital de risco
Os agentes financeiros dividem-se fundamentalmente em três:
Fundos Públicos
Fundos Privados
Business Angels
Operadores de capital de risco / Instrumentos
FINICIA – Financiamento à Criação de Novas Empresas: programa, gerido pelo IAPMEI, que
facilita o acesso a soluções de financiamento e assistência técnica na criação de empresas ou em
empresas na fase inicial do seu ciclo de vida, com projetos empresariais diferenciadores, próximos
do mercado ou com potencial de valorização económica.
Eixos de intervenção: http://www.iapmei.pt/iapmeimstplartigo01.php?temaid=102&msid=12
– Resultados de investigação ou projetos em fase de prova de conceito;
– Projetos com forte conteúdo de inovação;
– Projetos emergentes de pequena escala;
– Projetos empresariais de interesse regional/municipal.
Candidaturas abertas em contínuo.
Links essenciais (IAPMEI):
http://www.iapmei.pt/iapmei-mstplindex.php?msid=12
http://www.iapmei.pt/iapmei-mstplartigo-01.php?temaid=108&msid=12
http://www.iapmei.pt/iapmei-mstplartigo-01.php?temaid=109&msid=12
Portugal Ventures: nova operadora de capital de risco público, que concentrou numa única
entidade as competências da INOV Capital, a AICEP Capital e a Turismo Capital.
Eixos de atuação:
– Programa de ‘Ignição’, para financiamento da inovação e projetos com origem em
incubadoras e centros de promoção de empreendedorismo de base científica e tecnológica,
para geração de negócios com elevado potencial de crescimento;
– Participação de capital em start-up's de base tecnológica nas fases iniciais do seu
desenvolvimento e no crescimento do negócio;
– Revitalização do tecido económico tradicional de bens transacionáveis, através da
participação em negócios de reestruturação empresarial e de apoio a processos de
internacionalização de empresas.
Candidaturas (Call for Entrepreneurship) periódicas.
Links essenciais (Portugal Ventures):
http://www.portugalventures.pt/en/contents.html?hrq=150
Associação Portuguesa de Business Angels (APBA): associação de investidores individuais
que pretendem participar na criação de uma nova empresa ou no seu desenvolvimento, partilhar
as suas competências e o seu network (mentoring) com empresários dinâmicos.
Eixos de atuação:
– Elaboração de parecer independente sobre a qualidade de projetos;
– Financiamento e apoio a projetos pelos Business Angels Associados.
Candidaturas abertas em contínuo.
Links essenciais (APBA):
http://www.apba.pt/o-que-e-um
http://www.apba.pt/candidatura
106
Operadores de capital de risco / Instrumentos
Entidades de Capital de Risco Privadas (associados da Associação Portuguesa de
Capital de Risco e de Desenvolvimento): http://www.apcri.pt/node/4
– BANCO EFISA, S.A.
– BANIF CAPITAL - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– BCP CAPITAL - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– BETA CAPITAL, SCR, S.A.
– CAIXA CAPITAL - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– CAPITAL CRIATIVO, SCR, SA
– CRÉDITO AGRÍCOLA CONSULT - Assessoria Financeira e de Gestão, S.A.
– ECS - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– ESPIRÍTO SANTO CAPITAL - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– ESPIRÍTO SANTO VENTURES - S.C.R., S.A.
– EXPLORER INVESTMENTS - S.C.R., S.A.
– INTER-RISCO - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– ISQ - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– NOVABASE CAPITAL - Sociedade de Capital de Risco, S.A.
– ONETIER PARTNERS, SCR, S.A.
– PATHENA SGPS SA
– SDEM - Sociedade de Desenvolvimento Empresarial da Madeira
7.6. Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e
Tecnológico Nacional
O Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional visa o
crescimento e reforço do sistema científico e tecnológico nacional, tornando-o mais
competitivo e agilizando a articulação entre os centros de saber e as empresas.
Aposta no crescimento e no reforço do Sistema Científico e Tecnológico, bem como na
intensificação do esforço de I&D e na criação de novos conhecimentos com vista ao
desenvolvimento do País e ao aumento da sua competitividade.
Objetivos
Promover a cultura científica e tecnológica, através de projetos e atividades
específicas;
Reforçar as competências das instituições científicas e tecnológicas,
nomeadamente, através do financiamento de programas e projetos de Investigação
Científica e Desenvolvimento Tecnológico (IC&DT) em todos os domínios científicos;
Promover projetos de IC&DT orientados para a implementação de políticas
públicas;
107
Promover o desenvolvimento de redes temáticas e parcerias internacionais em
Ciência e Tecnologia;
Estimular o acesso e promover o sucesso da participação de instituições
portuguesas em projetos do 7.º Programa Quadro de IC&DT e outros programas
internacionais de C&T.
Beneficiários
Instituições do Ensino Superior, seus institutos e unidades de I&D;
Laboratórios associados;
Laboratórios do Estado;
Instituições privadas sem fins lucrativos que tenham como objeto principal atividades
de C&T;
Empresas desde que inseridas em projetos de IC&DT liderados por instituições de
I&D, ou em projetos de parcerias internacionais;
Outras instituições públicas e privadas, sem fins lucrativos, que desenvolvam,
promovam ou participem em atividades de investigação científica ou de educação e
cultura científica e tecnológica.
Tipologias de projetos
Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (IC&DT),
compreendendo atividades de investigação fundamental, investigação aplicada, e/ou
desenvolvimento experimental e tecnológico, envolvendo uma ou várias entidades do
SCTN, incluindo empresas, de acordo com as seguintes modalidades:
– Projetos em todos os domínios científicos;
– Projetos de redes temáticas de ciência e tecnologia;
– Projetos de criação e operação de consórcios de IC&DT;
– Projetos orientados para a implementação de políticas públicas ou para a
valorização dos resultados da investigação científica;
– Projetos de cooperação internacional, no âmbito de parcerias e acordos de
cooperação.
Projetos de estímulo à participação no Programa Quadro de IC&DT e outros
programas internacionais,
Projetos de promoção da cultura científica e tecnológica, de caráter transversal,
nomeadamente, no âmbito da “Ciência Viva”.
108
Podem igualmente ser elegíveis outros projetos de IC&DT promovidos por Laboratórios
associados e Unidades de I&D, desde que sejam de relevância e interesse público
reconhecidos por despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Âmbito territorial
Tem aplicação nas regiões do Objetivo Convergência (Regiões NUT II do Norte, Centro
e Alentejo).
Candidaturas
A apresentação das candidaturas efetua-se, em regra, através de concursos cujos
editais ou avisos para apresentação de candidaturas é definida pela Autoridade de
Gestão do POFC em articulação com os Organismos Intermédios, sendo divulgados
através dos respetivos sítios na Internet.
No caso de projetos de redes temáticas e de políticas públicas a apresentação de
candidaturas é precedida de uma fase de pré-qualificação, podendo ser adotada esta
metodologia a outras tipologias de projetos, sempre que se revele adequada.
As candidaturas são submetidas pela Internet através de formulários eletrónicos.
109
8. AGENTES ENVOLVIDOS NO SETOR DA BIOTECNOLOGIA EM PORTUGAL
8.1. Associações biotecnológicas
Nome da organização
ApBio
Tipo de organização
Associação
Morada da sede
Biocant Park - Parque Tecnológico de Cantanhede, Núcleo 04, Lote 02
3060-197 Cantanhede
Telefone 231 410
960
Web www.apbio.pt Email [email protected]
Descrição da organização
Fundada em 1999, tem o objetivo de desenvolver um setor de bioindústrias competitivo, gerador de
valor acrescentado e criador de emprego baseado na qualidade científica de nível internacional e na
excelência de recursos humanos existentes em Portugal.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Alfama - Investigação e Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos, Lda.
AMGEN Biofarmacêutica, Lda.
Bioalvo
Biocant, Centro de Inovação em Biotecnologia
Biopremier - Inovação e Serviços em Biotecnologia, Lda.
Biosckin - Molecular and Cell Therapies S.A.
Biosurfit S.A.
Biotecnol S.A.
Biotempo
Biotrend - Inovação e Engenharia em Biotecnologia S.A.
Cell 2 B- Terapias para a Saúde
CGC - Centro de Genética Clínica
CLAMITEC, Myco solutions, Lda.
Crioestaminal, Saúde e Tecnologia, S.A
ECBio - Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia, SA
Eurotrials - Consultores Científicos S.A.
FSG Produção e Comercialização de Produtos de Biotecnologia Lda.
Gene PreDiT
GenIbet Biopharmaceuticals
Genzyme Portugal
IBET - Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica
LEF - Instituto Farmacêutico de Ciência e Tecnologia, Unipessoal, Lda.
Luzitin SA
Monsanto II, Produtos Químicos e Agrícolas, Sociedade Unipessoal, Lda.
Sartorius SA Representação em Portugal
Silicolife Lda.
Spinlogic
110
Stemmatters, Biotecnologia e Medicina Regenerativa SA
Technophage SA
Thelial Technologies
TTC@UL - Oficina de Transferência de Tecnologia e Conhecimento da Universidade de
Lisboa
Hitag Biotechnology LdaHitag
Equigerminal, Lda.
Bioingenium Unipessoal Lda.
UCB Pharma
MadeBiotech, SAMadeBiotech
Sociedade Portuguesa de Inovação- C.E.F.I. SA
Nome da organização
CiB - Centro de Informação de Biotecnologia
Tipo de organização
Associação
Telefone (+351) 214 469 461 Web www.cibpt.org Email [email protected]
Descrição da organização
O CiB - Centro de Informação de Biotecnologia é uma associação privada sem fins lucrativos que
tem como objetivo promover a divulgação da biotecnologia em Portugal.
Nome da organização
Requimte
Tipo de organização
Associação
Morada da sede
CQFB - Centro de Química Fina e Biotecnologia
Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
2829-516 Caparica, Portugal
Telefone 351.212948575 Web www.requimte.pt Email [email protected]
Descrição da organização
A REQUIMTE é a maior rede de Química e Engenharia Química estabelecida em Portugal e é
reconhecida como o Laboratório Associado à química verde pelo Ministério da Ciência e Tecnologia
e do Ensino Superior desde novembro de 2001. Os conhecimentos científicos e conhecimentos
complementares disponíveis são impulsionados pelos centros de investigação que formam a rede
(Centro de Química Fina e Biotecnologia-UNL e o Centro de Química-UP).
111
Nome da organização
Sociedade Portuguesa
de Biotecnologia
Tipo de organização
Associação
Morada da sede
Departamento de Engenharia Biológica
Universidade do Minho
4710-057 Braga
Telefone (+351)253 604 401 Web www.spbt.pt Emai
l
Descrição da organização
A Sociedade Portuguesa de Biotecnologia tem por objeto estatutário: encorajar, estimular,
apoiar e conduzir o estudo e investigação em biotecnologia e outras ciências diretamente
aplicadas àquela; providenciar um fórum para apresentação, discussão e publicação dos
resultados de investigação e desenvolvimento, para o avanço da comunidade em geral e para
a prossecução do bem-estar comum; e promover a educação em biotecnologia.
Nome da organização
SpinLogi
c
Tipo de organização
Associação
Morada da sede
Universidade Católica Portuguesa - Porto
Campus da Asprela
R. Dr. António Bernardino de Almeida s/n
4200-072 Porto
Telefone (+351)
225580000
Web www.spinlogic.
porto.ucp.pt
Email [email protected]
.pt
Descrição da organização
A iniciativa Spinlogic resultou da questão: "Como otimizar a promoção e a concretização de projetos
empresariais de base tecnológica tirando partido do enorme potencial existente na Universidade
Católica no Porto e na sua envolvente?". Procurando dar resposta a esta questão foi desenvolvido
um 'trabalho de fundo', avaliando a ligação entre o capital intelectual existente e potencialmente
disponível, as 'boas práticas' identificadas a nível internacional neste contexto – e a capacidade e
recursos já existentes de Incubação de Empresas de Base Tecnológica. Desse estudo resultou um
modelo bastante simples e de baixa complexidade que irá permitir concentrar recursos no objetivo
concreto de desenvolver novas empresas de base tecnológica num ambiente universitário.
112
8.2. Institutos tecnológicos
Nome da organização
Escola Superior de Biotecnologia
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Escola Superior de Biotecnologia
Rua Dr. António Bernardino de Almeida
4200-072 Porto
Telefone 22 558 000 Web www.esb.ucp Email [email protected]
Descrição da organização
A Escola Superior de Biotecnologia - ESB - insere-se no Campus da Asprela (junto ao Hospital de S.
João, no Porto) da Universidade Católica Portuguesa e foi fundada em 1984, há já mais de 25 anos.
A sua missão é intervir, de forma marcante, nas comunidades científica, social e económica, através
do desenvolvimento de iniciativas integradas de ensino, investigação e desenvolvimento, extensão e
empreendedorismo no âmbito da biotecnologia, afirmando-se como um fórum de excelência
internacional com forte consciência nacional, que revela e promove o espírito académico numa
perspetiva humanista.
Nome da organização
Institute for Biotechnology and
Bioengineering
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia Av. Rovisco Pais 1049-001 Lisboa - Portugal
Telefone +351 21 841 9065 Web www.ibb.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O IBB é uma unidade da investigação e desenvolvimento fundada em outubro de 2006 com o objetivo
de ser uma infraestrutura estratégica para o desenvolvimento das políticas portuguesas de I&D e
inovação nas áreas de Biotecnologia, Bioengenharia, Biomateriais e Vida, Ciências Biomédicas e da
Agricultura. IBB combina atividades de I&D com educação avançada, transferência de tecnologia,
consultoria e serviços, com o objetivo de fomentar a indústria, agricultura, saúde e meio ambiente.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Instituto de Biotecnologia e Química Fina (IBQF), no Instituto Superior Técnico, a unidade de
investigação líder;
Centro de Engenharia Biológica (CEB), Universidade do Minho;
Grupo de Investigação 3B's-Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos, Universidade do
Minho;
Centro de Genética e Biotecnologia (CGB), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural (CBME), Universidade do Algarve;
113
Nome da organização
Instituto de biologia molecular e
celular | Institute for molecular and
cell biology Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Rua do campo alegre, 823, 4150-180 Porto – Portugal
Telefone +351 226 074 900 Web www.ibmc.up.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O IBMC é uma instituição de investigação multidisciplinar, que foi formado em 1997 com o objetivo de
reunir investigadores que trabalham dentro da Universidade do Porto e hospitais afiliados para
produzir um ambiente único, promover a investigação nas ciências da vida. Unidade de Investigação
reconhecida e financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) de Portugal.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Membros fundadores:
Universidade do Porto
Câmara Municipal do Porto
Centro Hospitalar de S. João
Instituto Nacional de Saúde "Dr. Ricardo Jorge"
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António
Nome da organização
Instituto Gulbenkian de Ciência
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Rua da Quinta Grande, 6
2780-156 Oeiras
Portugal
Telefone + 351 2144079
00
Web www.igc.gulbenkian.pt Emai
l
Descrição da organização
O IGC é um líder internacional em investigação biomédica e um instituto de graduação,
dedicado à excelência científica e à formação de uma nova geração de líderes científicos.
114
Nome da organização
Instituto de Engenharia Biomédica
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Rua do Campo Alegre, 823
4150-180 Porto, Portugal
Telefone 351 226074900 Web www.ineb.up.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O INEB foi constituído formalmente no dia 26 de junho de 1989, como proposta de um grupo de
trabalho formado sob a égide da Reitoria da Universidade do Porto, do Prof. Alberto Amaral. Os
membros do grupo foram os Profs. Nuno Grande (ICBAS), Mário Barbosa (FEUP), Cassiano
Abreu Lima (FMUP) e Marques de Sá (FEUP).
Como membros fundadores de INEB encontram-se: Universidade do Porto, o Hospital de S.
António, o Hospital de S. João, Centro Hospitalar VN Gaia, Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Norte e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais.
Os novos membros que aderiram posteriormente ao INEB são: Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Instituto Português de Oncologia, Instituto Português do Sangue, Centro
de Reabilitação Profissional de Gaia, Artur Salgado Lda. e o Centro de Performance Humana.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Instituto Português de Oncologia, Instituto
Português do Sangue, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia, Artur Salgado Lda. e
Centro de Performance Humana.
Nome da organização
Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET)
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Av. República, Qta. do Marquês
Estação Agronómica Nacional
Edifício IBET/ITQB
2780-157 Oeiras - Portugal
Telefone (+351) 214 427 787 Web www.ibet.pt Email [email protected]
Descrição da organização
Criado em 1989, o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET) é uma instituição
privada e sem fins lucrativos. Como uma Oganização de Investigação em Biotecnologia, o iBET
funciona como uma interface entre as instituições académicas enquanto cria e organiza
conhecimentos autónomos. O iBET reune como parceiros e colaboradores, empresas privadas e
instituições públicas, organizando competência para o desenvolvimento do produto e processo, em
que o mais relevante é o Instituto de Tecnologia Química e Biológica, ITQB / Faculdade de
Ciências e Tecnologia (FCT/UNL).
115
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Medinfar
Fundação Luso Americana
Tecnimede
Bial
Reitoria Universidade Nova Lisboa
Laboratórios Azevedos
Faculdade Ciência Tecnologia/UNL
Iberfar
Instituto Tecnologia Química Biológica/UNL
José Mello Saúde
Fundação Ciência e Tecnologia
Nutrinveste
RAR
Instituto Nacional Recursos Biológicos
Sumol + Compal
Amorim Cork Investigação & Serviços
Instituto Apoio Pequenas Medias Empresas Inovação
Instituto de Investigação Científica e Tropical
Escola Superior Biotecnologia UC
Nome da organização
Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT)
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
R. da Junqueira, 86 - 1º
1300-344 Lisboa
Telefone 21 361 63 40 Web www2.iict.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) é um Instituto que se dedica ao Saber Tropical,
desenvolvendo investigação científica tropical nas áreas das Ciências Humanas e Naturais,
aumentando a capacitação científica e técnica dos países com que coopera e promovendo a
preservação do Património. Este laboratório de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros tem
por missão trabalhar em prol dos países das regiões tropicais, em particular, da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Acompanhar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio e disponibilizar
digitalmente o vasto património histórico e científico aos países da CPLP, como recomendado pelos
Ministros da Ciência e Tecnologia da CPLP no âmbito da chamada “iniciativa portuguesa”, são as
suas principais prioridades. Tendo origem na Comissão de Cartografia, criada em 1883 - o mais
antigo organismo português dedicado à investigação nas áreas tropicais -, o IICT integra três serviços
116
abertos ao público: Arquivo Histórico Ultramarino; Jardim Botânico Tropical e Centro de
Documentação e Informação.
Nome da organização
Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB)
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Av. da República
Estação Agronómica Nacional
2780-157 Oeiras
Portugal
Telefone (+351) 21 446 91 00 Web www.itqb.unl.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) é um instituto de investigação científica e
de formação avançada da Universidade Nova de Lisboa. O ITQB encontra-se na cidade de
Oeiras. Desde 1996 ocupa um edifício dentro do campus da Estação Agrícola Nacional, uma
instituição de I&D do Ministério de Agricultura. As suas instalações estão localizadas na
Estação Agrícola e no Instituto Gulbenkian.
Nome da organização
TecMinho
Tipo de organização
Instituto tecnológico
Morada da sede
Campus de Azurém
4800-058 Guimarães
Telefone +351 253 510
590
Web www.tecminho.uminho
.pt
Emai
l
o.pt
Descrição da organização
Fundada em 1990, a TecMinho é uma associação de direito privado sem fins lucrativos, tendo
tido como promotores a Universidade do Minho e a Associação dos Municípios do Vale do Ave
(AMAVE).
Missão
Enquanto interface da Universidade do Minho, a TecMinho tem como missão a valorização e a
transferência de conhecimento para o tecido empresarial e demais atores económicos e
sociais, contribuindo para a inovação, o empreendedorismo e o desenvolvimento das
competências das organizações e das pessoas.
117
8.3. Parques tecnológicos
Nome da organização
Biocant Park
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Biocant – Associação de Transferência de Tecnologia
Parque Tecnológico de Cantanhede, Núcleo 04, Lote 3
3060-197 Cantanhede
PORTUGAL
Telefone (+ 351) 231 410
890
Web www.biocant.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O BIOCANT Park é o primeiro parque de biotecnologia em Portugal, cujo objetivo é patrocinar,
desenvolver e aplicar o conhecimento avançado na área das ciências da vida, apoiando iniciativas
empresariais de elevado potencial.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
P-BIO - Associação Portuguesa de Bioindústrias
Biocant ventures
Biotrend
Bsim2
A Cnverde
Crioestaminal
Equigerminal
Hitag Biotechnology
Interactome
Gene Box
Genelab
Gene Predit
Klon, Innovate technologies
Matera
Nutri Add
VetDiagnos
4Health
Bioalvo
Cell2B
Hermatos
Laboratorios Vidaurre
NMT
Treat U
118
Nome da organização
MADEIRA
TECNOPOLO
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Caminho da Penteada
9020-105 Funchal
Telefone 291720
000
Web www.madeiratecnopolo.
pt
Email admin@madeiratecnopol
o.pt
Descrição da organização
O Madeira Tecnopolo - Polo Cientifico e Tecnológico da Madeira, assume-se como um Centro
de Competências, num espaço físico que está em constante atualização, com o objetivo de
aproveitar e depois transmitir, as vantagens que advêm das relações estabelecidas. Tem
parcerias e protocolos com diversas entidades regionais ligadas à Investigação &
Desenvolvimento (I&D) quer públicas, quer privadas, que resultam num trabalho conjunto ao
nível de diversas iniciativas e também entidades internacionais. Estão presentes no parque
entidades ligadas quer à Oferta quer à Procura, à Investigação e às Novas Tecnologias.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Centre for Enterprises and Innovation in Madeira – CEIM
Regional Energy and Environment Agency – AREAM
Strategic Nucleus for the Information Society – NESI
Expedita - Architecture and Management of Information Systems, Ltd
In-Formar
Mostramadeira - Fairs, Exhibitions and Congresses
Gabinete de infoexclusão (Info-exclusion commitee)
Proinov - Consultancy in Management, Training and Multimedia
Arkikstudio - Communication Design
Awaiba
Gestools ASP - Online Management, Lda.
IE27, Lda.
ETIQAS - Consultancy and Engineering, Ltd
IndAirControl
Madeira GPS
BIZMadeira
DOMUSCONTROL - Automatic and Intelligent Home Solutions
SKYBLUE
TecParques - Portuguese Association of Technology and Science Parks
119
Nome da organização
PARQUE TECNOLÓGICO DA
MUTELA (ALMADA)
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Av. Aliança Povo MFA 2804-537 Almada
Telefone 212 735 521 Web www.caixadimagens.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Parque Tecnológico da Mutela tem como vocação apoiar e dinamizar o desenvolvimento
tecnológico e de gestão para o aperfeiçoamento do processo produtivo e a modernização da
indústria. Fomenta a concentração de atividades de tecnologias avançadas, formada por empresas,
institutos, organismos de investigação e universidades, com capacidade para transferir tecnologia e
inovação para as empresas industriais e de serviços, o que constitui um instrumento fundamental na
estratégia de desenvolvimento da região.
Dispõe de 10.000 m2 de espaços de escritório e oficinas para ceder em regime, de direito de
superfície ou de aluguer.
Nome da organização
ÓBIDOS TERRA DIGITAL - PARQUE TECNOLÓGICO
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Casa do Largo da Porta da Vila, 1º Andar – Óbidos
2510-089 Óbidos
Telefone 262955 440 Web www.cm-
obidos.pt/or
Email [email protected]
Descrição da organização
O Parque tecnológico “Óbidos Terra Digital” terá como entidade gestora uma sociedade anónima de
capitais mistos, estando aberta à integração de novos acionistas que sejam empresas de referência,
estabelecimentos de ensino superior e profissional, associações empresariais, autarquias e
instituições públicas. Os principais objetivos do Parque Tecnológico de Óbidos passam por criar as
condições para o desenvolvimento de atividades de base tecnológica, essencialmente na área das
indústrias criativas, assegurando uma interligação dinâmica entre as empresas, o mercado e a
atividade académica e de
investigação.
120
Nome da organização
PortusPark
Tipo de organização
Parque tecnológico
Incubadoras
Morada da sede
PortusPark – Rede de Parques C&T e Incubadoras
Rua Eng. Frederico Ulrich 2650
4470-605 Moreira da Maia
Portugal
Telefone +351229 431
690
Web www.portuspark.org Email [email protected]
Descrição da organização
A Rede PortusPark definiu vários objetivos estratégicos para a Região Norte que guiam os seus
projetos e atividades:
Promover e gerir a transferência de conhecimento entre as universidades, instituições de I&D,
empresas e o mercado;
Promover uma cultura de I+D+I no mundo empresarial, em particular nas PME em cooperação
com as universidades e institutos politécnicos;
Apoiar os empreendedores na constituição de novos negócios e no respetivo crescimento;
Captar centros de investigação de grandes empresas;
Criar condições essenciais para desenvolver nas empresas e demais instituições a necessidade
de recorrer a recursos humanos qualificados pela natureza dos seus negócios, criando emprego
qualificado (ajustado às qualificações dos recursos humanos existentes);
Promover a Região Norte como um local apetecível para o investimento que aposte na inovação
e no conhecimento como critérios preferenciais nas suas atividades e projetos;
Amadurecer um modelo de desenvolvimento sustentável baseado no conhecimento, tecnologia e
inovação, consubstanciando-se na prática em empresas de base tecnológica com quadros
altamente qualificados e que ofereçam ao mercado produtos e serviços diferenciadores e de
valor acrescentado no mercado global.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Instituto Empresarial do Minho
Tecmaia
Santo Tirso
Avepark
121
Nome da organização
TAGUSPARQUE
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Taguspark, Núcleo Central, 100 2740-122 Oeiras
Telefone + 351 214 226 900 Web www.taguspark.pt Email [email protected]
Descrição da organização
A Tagusparque é uma sociedade anónima que tem como atividade principal a instalação,
desenvolvimento, promoção e gestão de um Parque de Ciência e Tecnologia, bem como a prestação
de serviços de apoio necessários à sua atividade. Foi criada por iniciativa governamental em 1992 e
é a componente principal de um plano integrado envolvendo cerca de 360 hectares, 200 dos quais
ocupados pelo Parque.
Nome da organização
TECPARQUES – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE
PARQUES DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Taguspark – Núcleo Central, 100
2780-920 Oeiras
Telefone +351 214 226 900 Web www.tecparques.pt Email [email protected]
Descrição da organização
A TECPARQUES tem por objeto a promoção e valorização dos Parques de Ciência e Tecnologia e
da sua interação com outras organizações, quer nacionais quer internacionais, que visem igualmente
a modernização do tecido empresarial pela via da inovação de base tecnológica e da transferência de
conhecimento.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Algarve STP
Bioccant Park
Lispólis
Madan Parque
Madeira Tecnopolo
Parkurbis
Parque de Ciência e Tecnologia do Porto
Pólo Tecnológico da Mutela /Almada
TagusPark
TagusValley
Tecmaia
Tecnopolo de Coimbra
122
Nome da organização
Uptec. Parque de Ciência e Tecnologia
Tipo de organização
Parque tecnológico
Morada da sede
Rua Actor Ferreira da Silva, nº 100
4200-298 Porto
PORTUGAL
Telefone +351 220 301 500 Web uptec.up.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Polo de Biotecnologia do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC BIO)
está orientado para o acolhimento de projetos empresariais nas áreas ligadas à biotecnologia. O
UPTEC BIO oferece infraestruturas e equipamentos tecnológicos que potenciam o desenvolvimento e
a aceleração dos projetos instalados, sejam estes oriundos de conhecimento e competências geradas
na Universidade do Porto ou resultantes da aproximação entre a Universidade e Mercado.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Espírito Santo Ventures
Microsoft Bizspark
Novabase Capital
Oceano XXI
Start UP
8.4. Agências de inovação
Nome da organização
Agência de Inovação
Tipo de organização
Agência de inovação
Morada da sede
Campus do Lumiar, Ed. O, 1º
Estrada do Paço do Lumiar
1649-038 Lisboa
Telefone +351214232100 Web www.adi.pt Email [email protected]
Descrição da organização
Promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico facilitando o aprofundamento das relações
entre o mundo da investigação e o tecido empresarial português é o objetivo central da Agência de
Inovação. A Agência de Inovação, S.A. (Adi) tem o seu capital subscrito em partes iguais pelo
Ministério da Educação e Ciência, através da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia (50%), e
pelo Ministério da Economia e do Emprego, através do IAPMEI (17%) e da PME - Investimentos
(33%).
123
8.5. Portal de notícias
Nome da organização
Biotec ZONE
Tipo de organização
Portal de notícias
Telefone Web www.biotec-zone.net Email [email protected]
Descrição da organização
O Biotec-Zone® é um espaço de promoção e divulgação científica, tecnológica e empresarial no setor
da biotecnologia.
8.6. Fundações
Nome da organização
Fundação para a Ciência e Tecnologia
Tipo de organização
Fundações
Morada da sede
Av. D. Carlos I, 126
1249-074 Lisboa
Portugal
Telefone 213924300 Web www.fct.pt Email
Descrição da organização
A FCT, de acordo com o seu mandato para apoiar a comunidade científica e técnica portuguesa,
oferece apoios numa grande variedade de formatos destinados tanto a investigadores individuais, nas
diferentes fases das suas carreiras, ou a grupos de investigadores ou a instituições. Se conhece o
tipo de apoio em que está interessado, escolha-o no menu do lado direito desta página. Caso
contrário, ou se quiser ter uma perspetiva geral dos tipos de apoio disponíveis, agrupados segundo o
estatuto dos investigadores ou grupos de investigadores para os quais estão disponíveis, continue a
ler.
Para completar a descrição do conjunto de opções disponíveis esta página menciona programas
sobre os quais a FCT não tem responsabilidade, nomeadamente do programa Ciência Viva e das
Ações Marie Curie. De notar que, no caso destas últimas, a expressão europeu deve ser sempre
interpretada como referente a um estado da União Europeia ou Associado.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC)
Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC.INEB)
Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP)
Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB)
Instituto de Medicina Molecular (IMM)
REQUIMTE - Rede de Química e Tecnologia - Associação (REQUIMTE)
Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP)
Instituto de Telecomunicações (IT)
Laboratório de Robótica e Sistemas em Engenharia e Ciência (LARSyS)
124
Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN)
Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO)
Centro de Estudos Sociais (CES)
Instituto de Ciências Sociais (ICS)
INESC Tecnologia e Ciência (INESC TEC)
Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMAR)
Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF)
Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM)
Instituto Dom Luís (IDL)
Laboratório de Processos de Separação e Reacção (LSRE)
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores: I&D Lisboa (INESC - Lisboa)
Laboratório Associado de Energia, Transportes e Aeronáutica (LAETA)
Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia (IBB)
Instituto de Nanotecnologias (IN)
Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N)
ICVS/3Bs - Laboratório Associado (ICVS/3Bs)
Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva (InBIO)
8.7. Centros tecnológicos
Nome da organização
Cebal
Tipo de organização
Centro tecnológico
Morada da sede
Rua Pedro Soares, s.n. Apartado 6158 7801-908 BEJA | PORTUGAL
Telefone +351 284 314 399 Web cebal.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O CEBAL é uma unidade de investigação e desenvolvimento (I&D) privada e sem fins lucrativos,
sediada na cidade de Beja e que tem por objetivo primeiro, o exercício e a promoção da investigação
no campo da biotecnologia como contributo para o desenvolvimento do Alentejo.
Nome da organização
Centro de Biotecnologia dos Açores
Tipo de organização
Centro tecnológico
Morada da sede
Universidade dos Açores
Departamento de Ciências Agrárias
Terra-Chã, 9700-851 Angra do Heroísmo
125
Terceira - Açores – Portugal
Telefone (+351) 295 333 702 Web www.cba.angra.uac.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Centro de Biotecnologia dos Açores (CBA) foi criado em dezembro de 2003 por reconhecimento da
Fundação para a Ciência e Tecnologia. Foi fundado por um grupo de Professores do Departamento
de Ciências Agrárias, da Universidade dos Açores (UAç), tendo por objetivo geral desenvolver
investigação na área da Biotecnologia Agrícola.
O CBA é um organismo integrado na UAç, da qual depende para a gestão e administração financeira
dos seus projetos. Os múltiplos projetos que se estão a desenvolver são financiados pela União
Europeia, Fundação para a Ciência e Tecnologia e por várias instituições do Governo Regional dos
Açores.
Nome da organização
Centre of Biological Engineering of the University of Minho
Tipo de organização
Centro tecnológico
Morada da sede
Campus de Gualtar 4710-057 Braga PORTUGAL
Telefone (+351) 253 604
400
Web www.ceb.uminho.pt Email [email protected]
Nome da organização
Centre for Neuroscience and Cell Biology
Tipo de organização
Centro tecnológico de investigação
Morada da sede
Department of Zoology
University of Coimbra
3004-517 Coimbra – Portugal
Telefone +351 239 855 760 Web www.cnbc.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Centre for Neuroscience and Cell Biology (CNC) é um instituto de investigação comprometido com
a excelência em Biociência e Biomedicina.
Foi o primeiro laboratório associado em Portugal e faz parte da Rede Europeia de Institutos de
Neurociências (ENI). O CNC também está envolvido na colaboração entre o Governo de Portugal e o
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Harvard Medical School (HMS).
126
Nome da organização
Lispolis
Tipo de organização
Centro tecnológico
Morada da sede
Estrada do Paço do Lumiar, 44 – 1600-546 LISBOA
Telefone +351 217 101 700 Web www.lispolis.pt Email [email protected]
Descrição da organização
A LISPOLIS - Associação para o Pólo Tecnológico de Lisboa é uma associação privada sem
fins lucrativos, constituída com o objetivo de gerir o Pólo Tecnológico de Lisboa (PTL), e criar
as condições favoráveis para o sucesso das empresas aí instaladas.
Nome da organização
MADAN PARQUE DE CIÊNCIA
Tipo de organização
Centro tecnológico
Morada da sede
Campus da Caparica FCT-UNL, Edifício VI 2829-516 CAPARICA
Telefone +351 212 949
686
Web www.madanparque.pt Email [email protected]
Descrição da organização
O Madan Parque foi fundado em dezembro de 1995, tendo como associados a Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, a
Câmara Municipal de Almada e o UNINOVA – Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias.
Desde outubro de 2002 que conta também com o apoio da Câmara Municipal do Seixal.
A escolha do nome prende-se com a designação árabe de Almada: Al-madan. Em árabe, al-madan
significa mina. A existência, na altura, de uma mina junto ao atual seminário de Almada justifica a
designação da cidade.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
AMBERPIXEL
AMBIOSFERA
APMP
Artica
BLUEORIZN
CLEVER Ti
CRITICAL KINETICS
EIDT
127
ENDU
EXEDRA
FIT
Geratriz
HOLOS
HST
INSPIRENNOViT
INWISIS
T CODE
KLAB
MEDIGRAYNGNS
NMT
NSOLARTEK
ONE POINT SALE
PARETOIT
QUALITAS INSTRUMENTS
REDPICK
S3 Group
SENHA
SPPS
SQIMI
STAB VIDA
TECNALIA
UCEA
Nome da organização
Tecs
Labs
Tipo de organização
Centro de Inovação
Morada da sede
Campus da FCUL, Campo Grande
1749-016 Lisboa, Portugal
Telefone (0351) 217 500 006 Web www.teclabs.pt Email [email protected]
Descrição da organização
128
O Tec Labs Centro de Inovação acredita na inovação, no rigor e na colaboração. Estes valores
inspiram a visão de uma sociedade que valoriza o conhecimento criado em ambiente universitário.
Nesse sentido, assume como missão valorizar economicamente o conhecimento científico, através
da colaboração universidade-empresas em processos de investigação e desenvolvimento de
tecnologias inovadoras, bem como de incubação de negócios de base tecnológica.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que conformam a sua organização
AQUAFOOD
BIOALVO
BIOPREMIER
BIOSURFIT
EGA
ESCOLA DE MAR
FYTOZIMUS
ICTE
LUMISENSE
PRÉ-WIND
SDSIL
FLUIDDO
OUTMIND
PEOPLEWARE
SPEEDGES
AAVANZ
APD
BIZ4U
GESENGE
LUSITANICUS
MAKE IT BIZZ
OF-PRODUÇÕES
ORTIK
OTHER SIGNS
PAR
SCIENCE4YOU
UPAJE
WE VALUE
129
8.8. Agentes na Europa
Nome da organização
European Biotechnology
Network
Tipo de organização
Associação
Morada da sede
Avenue de Tervueren 13
1040 Brussels, Belgium
Telefone +32 2 50 08 531 Web www.european-
biotechnology.org
Email info@european-
biotechnology.net
Descrição da organização
A European Biotechnology Network (Rede Europeia de Biotecnologia) dedica-se a facilitar a
cooperação entre os profissionais da biotecnologia e as ciências da vida em toda a Europa.
É uma organização sem fins lucrativos que reúne grupos de investigação, universidades, pequenas e
médias empresas, grandes empresas e todos os atores da biotecnologia.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que formam a sua organização
Asclepia Medchem Solutions; Destelbergen, Bélgica
BIOCOM AG; Berlim, Alemanha
Bioversys; Basileia, Suíça
BioWin; Gosselies, Bélgica
Centre for Integrative Biology, University of Trento (CIBIO); Trento, Itália
University of Copenhagen; Copenhaga, Dinamarca
Formula Pharmaceuticals; Berwyn, EUA
Fundación MEDINA; Armilla, Granada, Espanha
GlaxoSmithKline Biologicals; Rixensart, Bélgica
Grünecker, Kinkeldey, Stockmair & Schwanhäusser; Munique, Alemanha
Health Science Scotland; Glasgow, Escócia
Industrial Association of White Biotechnology (IWBio); Darmstadt, Alemanha
IRBM Science Park; Pomezia (RM), Itália
Université de Liège; Lieja, Bélgica
LifeTechnologies; Paisley, Escócia
University of Liverpool; Liverpool, Reino Unido
Network of Reference on Biotechnology of Catalonia (XRB); Barcelona, Espanha
Omnia Molecular SL; Barcelona, Espanha
OncoLab Diagnostics GmbH; Viena, Áustria
PricewaterhouseCoopers; Haia, Países Baixos
Professor Roslyn M. Bill, Aston University; Birmingham, Reino Unido
Pyxis Discovery; Delft, Países Baixos
Swiss Biotech Association; Zurique, Suíça
Technology Vision Group; Santa Cruz, CA, EUA
The Research Network; Sandwich, Reino Unido
Uteron Pharma; Lieja, Bélgica
130
Nome da organização
European Technology
Platform
Tipo de organização
Plataforma tecnológica
PAÍS
Bélgica
Morada da sede
c/o European Seed Association
23/15 rue du Luxembourg (FR)/ Luxemburgstraat 4 (NL)
1000 BRUSSELS - Belgium
Telefone 32 2 7432865 Web www.plantetp.org Email silvia.travella(at)plantetp.
org
Descrição da organização
A European Technology Platform (ETP) "Plantas para o Futuro" é um fórum do setor das plantas
integrado pelos representantes da indústria, da academia e da comunidade agrícola. Serve como
uma plataforma para todas as partes interessadas neste setor, que procura proporcionar opiniões e
defender os seus interesses num processo de debate aberto. Impulsiona uma agenda estratégica de
investigação para o setor da planta europeia com o fim de estabelecer um consenso sobre as
investigações necessárias para cumprir a visão da plataforma. Além disso, esta plataforma defende
as principais questões com as organizações europeias como a Comissão Europeia e o Parlamento
Europeu. Estes temas incluem a importância crescente das plantas e das ciências para encarar os
desafios do futuro. Este papel futuro do setor é expresso na visão de uma Economia baseada em Bio-
Economia (KBBE), na qual as plantas são um pilar principal.
Nome da organização
The Biomedical Research Networking Centre on
Bioengineering, Biomaterials and Nanomedicine,
CIBER-BBN Tipo de organização
Associação
PAÍS
Espanha
Morada da sede
Campus Río Ebro - Edificio I+D
Bloque 5, 1ª planta
c/ Poeta Mariano Esquillor s/n
Zaragoza
Aragon 50018
Spain
Telefone Web http://www.cebr.net Email [email protected]
Descrição da organização
Missão
O CEBR nasce com a missão de construir um setor biotecnológico europeu competitivo no cenário
mundial, mediante a criação de redes, a colaboração, as recomendações para a política e
compartilhar as melhores práticas entre os entes regionais.
131
O CEBR tem por objeto:
reduzir a fragmentação das empresas e regiões na Europa,
criar uma igualdade de condições para operação da empresa,
transformar a competitividade em cooperação entre regiões,
criar uma plataforma de iniciativas da UE a biotecnologia, incluindo os projetos financiados
pela CE.
História
O CEBR iniciou o seu funcionamento em 2006 mediante um projeto financiado pelo 6º Programa-
Quadro destinado aos agrupamentos através da rede de biotecnologia da Europa. O objetivo do
projeto era criar uma rede sustentável a longo prazo através da qual a biotecnologia na Europa e a
sua infraestrutura de apoio se tornou mais harmonizada. A rede estabeleceu-se em junho de 2006 e
reuniu os membros da força e desde então com mais de 100 Membros Associados e completo unir no
lançamento.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que formam a sua organização
Askomil Ltd
Barcelona Science Park
BIO.BE
Biocant Park
Commercialization Center for Innovative Technologies
EMBL-European Bioinformatics Institute
the Decision Group
Nome da organização
European Federation of Biotechnology
Tipo de organização
Associação biotecnológica europeia
PAÍS
Espanha
Morada da sede
European Federation of Biotechnology
Parc Científic Barcelona Torres R+D+I
Baldiri Reixac 4-8
08028 Barcelona
Catalunya, Spain
Telefone +34 93 402 0599 Web www.efb-
central.org
Email efb[at]efb-
central.org
Descrição da organização
Estabelecido por cientistas europeus em 1978, a Federação Europeia de Biotecnologia (EFB) é uma
entidade sem fins lucrativos que pretende integrar todas as federações de Associações Nacionais de
biotecnologia, sociedades científicas, universidades, institutos científicos, empresas de biotecnologia,
entre outros agentes, que trabalham para promover a biotecnologia em toda a Europa.
A missão da EFB é promover o uso seguro, sustentável e beneficioso das ciências da vida, promover
a investigação e a inovação em vanguarda da biotecnologia, para proporcionar um fórum para a
cooperação interdisciplinar e internacional, melhorar a educação científica e facilitar o diálogo entre
os cientistas e a sociedade.
132
Com 108 membros institucionais de toda Europa e 13.500 membros individuais, o EFB tem 14
sucursais regionais na Europa.
O escritório central da EFB (ECO) está localizado em Barcelona, Espanha.
Entre as principais responsabilidades do ECO destacam-se: a administração de membros,
organização de encontros do Conselho Executivo e das Assembleias Gerais, administração de
páginas da Internet e da organização de congressos europeus sobre a biotecnologia.
Parceiros ou empresas de biotecnologia que formam a sua organização
Aachen University of Technology
Adebiotech
AgroBioInstitute (ABI)
Animal Cell Technology Industrial Platform (ACTIP)
Associazione Italiana di Ingegneria Chimica (AIDIC)
Austrian Center of Industrial Biotechnology
Austrian Society for Biotechnology (ÖGMBT)
BCNP Consultants GmbH
Beijing Genomics Institute (BGI), Chinese Academy of Sciences
Bio Blank International
Biomedico Forum
Bioprosperity
BIOSENSE Laboratories AS
Biotechnology Society of Turkey, Orta Dogu Teknik Universitesi (ODTU)
Biotest Pharma
Center of Excellence for Biosensors, Instrumentation and Process Control (COBIK)
Centre For Research and Technology Hellas (CERTH)
Centre of the Region Haná for Biotechnological and Agricultural Research
Chalmers University of Technology
Civil Association Biotrin
Cobra Biologics
Consorzio Interuniversitario Biotecnologie
Cosorzio Italbiotec
Croatian Society of Biotechnology, c/o PBF
Croatian Society of Chemical Engineers, and Technologists (HKDI)
Czech Biotechnology Society (Biotechnologická Spoleãnost)
Dansk Biokemisk Foreing - Danisht Society for Biochemistry and molecular biology
DECHEMA e.V.
EPOS-IASIS
ERA Biotech SL
EUROBIO SA
European Foundation of Traditional Chinese Medicine
Faculty of Life Sciences, University of Copehagen
Flanders Institute for Biotechnology (VIB)
FlandersBio
Fondazione Marino Golinelli
Fraunhofer Institute for Systems and Innovation Research ISI
Fraunhofer-Institut
French Society for Microbiology (SFM)
FUNDACIÓN UNIVERSITARIA BALMES
Global Biodiversity Information Facility
133
HES-SO Valais
HTS BIO
Hungarian Biotechnolgy Association
INGENASA
Institut Biotecnologia i Biomedicina (IBB)
Institute of Chemical Technology Prague
INTERCELL AG
Italian Association of Biotechnologists - ANBI
Limerick Institute of Technology
Medical University of Gdansk
Mediterranean Biosciences
Monsanto Europe
National Institute of Chemistry
Norwegian Biochemical Society (Norsk Biokjemisk Selskap)
Novozymes A/S
Novozymes Biopharma UK
Pasha Group
Polish Academy of Sciences
Polska Federecja Biotechnology
Promega GmbH
Puerto Rico Science, Technology and Research Trust
Research Genetic Cancer Center
RiNA Netzwerk RNA-Technologien GmbH
Royal Institute of Technology (KTH)
Sartorius BBI Systems
Schweizerische Gesellschaft für Lebensmittel-Wissenschaft und Technologie (SGLWT)
SciLifeLab
Shanghai Chuangbo
Sigma-Aldrich Chemie GmbH
SIMGBM
Slovak Academy of Sciences (SAS)
Slovenian Microbiological Society (Slovensko Mikrobiolosko Drustvo)
Sociedade Portuguesa de Biotecnologia
Societatea Romana de Biotehnologie si Bioingeninerie (SRBB)
Società Italiana di Biochimica e Biologia Molecolare (SIB)
Society for Applied Microbiology (SFAM)
Society for General Microbiology (SGM)
Society of Chemical Industry (SCI)
Spanish Society of Biotechnology (SEBIOT)
Swiss Chemical Society (SCS)
Swiss Coordination Committee for Biotechnology (SCCB)
Swiss Society for Microbiology (SSM)
Technical University of Lodz (TUL)
Turku Bio Valley Lt
University of Aarhus
University of Amsterdam
University of Applied Sciences (Hochschule Wädenswil)
134
University of Barcelona (UB)
University of Bologna
University of Insubria
University of Latvia
University of Pannonia
VBIO
VDI-TLS
Verein Osterreichischer Lebensmittel- und BiotechnologInnen (VÖLB)
Vichem Chemie Research Ltd.
Wroclaw University of Environmental and Life Sciences
135
9. FATORES DE SUCESSO DO SETOR DA BIOTECNOLOGIA EM PORTUGAL E
OPORTUNIDADES DO MEIO
A biotecnologia tem potencial para ser um setor estratégico na economia de um território.
Com um número crescente de aplicações, novas oportunidades laborais para profissionais
qualificados e o seu caráter de força de tração da investigação básica de qualidade, o setor
biotecnológico reúne todos os elementos necessários para impulsionar um modelo de
crescimento económico sólido.
A biotecnologia é uma tecnologia disruptiva que provavelmente afetará muitos
setores e proporcionará vantagens competitivas por muito tempo para um amplo
espectro de atividades económicas.
Embora uma das principais aplicações da biotecnologia se restrinja ao âmbito da
saúde e no conjunto das ciências da vida, não se deve esquecer que o campo de
aplicação comercial e industrial da biotecnologia é imenso: diagnósticos para saúde
humana, para agricultura e pecuária, ensaios de qualidade de alimentos ou ambiental,
alimentação e meio ambiente.
Esta multidisciplinaridade do setor torna possível a interação entre diferentes âmbitos do
conhecimento e aproveitamento dos mesmos. Paralelamente, o setor da saúde tem um
marcado componente anticíclico, impermeável aos ciclos económicos. Esta virtude faz
com que o setor tenha uma importante capacidade de atração de investimentos.
As farmacêuticas estão a apostar na biotecnologia através da segregação das suas divisões
de I&D e da compra ou aliança com empresas biotecnológicas. Isso deve-se a que as
primeiras contam com maior disponibilidade de liquidez e com poucos produtos, enquanto
as empresas biotecnológicas são grandes fontes de inovação.
Está cada vez mais consolidada a opinião de que depois das TIC, a biotecnologia será o
próximo avanço da economia baseado nos conhecimentos. Apesar do forte investimento de
capital que esta precisa, a taxa de crescimento do setor durante a década de 1990 e, em
menor medida, no começo do século XXI, foi impressionante. A biotecnologia foi decisiva
em numerosos e importantes avanços nos setores farmacêuticos, agroquímico,
energético e meio-ambiental.
136
O auge da biotecnologia no desenvolvimento de fármacos tem a sua origem, entre outras,
nas seguintes causas:
Nova estratégia de concentração seguida por parte do setor farmacêutico. As
grandes empresas farmacêuticas incrementam ano após ano o seu investimento em
I&D e, no entanto, o número de produtos lançado no mercado vai decrescendo.
Vencimento dos prazos de exploração de patentes no mercado farmacêutico.
Outro dos fatores positivos que está a impulsionar as valorizações das empresas de
biotecnologia encontra-se nas dificuldades que estão a encontrar as grandes
empresas farmacêuticas para comercializar novos medicamentos devido à
aproximação do prazo de vencimento de muitas patentes.
Menor taxa de aprovação da comercialização de medicamentos das
farmacêuticas tradicionais. O sucesso do setor biotecnológico evidencia-se pela
sua produtividade inovadora: nos últimos anos produziu-se um equilíbrio entre os
novos fármacos aprovados pelas autoridades e desenvolvidos por empresas
biotecnológicas, e os provenientes das farmacêuticas clássicas. Portanto,
atualmente, o setor biotecnológico conta com uma taxa de aprovação de
medicamentos maior que as próprias farmacêuticas.
Aposta no desenvolvimento tecnológico e inovação em diagnóstico. O setor
biotecnológico conta com maiores avanços quanto a sistemas inovadores de
diagnóstico de determinadas doenças, sistemas de diagnóstico precoce de cancro,
doenças neurodegenerativas e doenças cardiovasculares (DNA chips, etc.).
Aumento da confiança dos investidores nas empresas biotecnológicas. O setor
biotecnológico soube ganhar confiança dos investidores, tanto privados como
públicos.
Por sua vez, a biotecnologia industrial, com o que contribui à melhoria de bioprocessos
industriais, por um lado, e com a geração de biomateriais inovadores que se está a produzir
nos centros de investigação, por outro, representa uma oportunidade de futuro para
Portugal, se for capaz de incorporar estas tecnologias na rede industrial tradicional
para otimizar a sua eficiência e os custos e abri-la a novos mercados.
Por outro lado, o setor da biotecnologia e a biomedicina e os diferentes subsetores que o
formam, como as tecnologias médicas, estão caracterizados por uma composição
multidisciplinar dos seus conhecimentos e um elevado nível de capacitação formativa
com respeito aos recursos humanos que o compõem.
137
Desde inícios do século XXI, o conceito de cultura da saúde em países como os Estados
Unidos, Canadá ou Alemanha emergiu com muita força. Esta mudança cultural apoia-se não
só na ausência de doença, como também na presença de bem-estar nas suas dimensões
física, psíquica e social. Isto supõe um aumento no consumo de determinados bens
orientados a melhorar este bem-estar. Trata-se de um mercado (o da saúde) no qual há
cada vez mais uma maior necessidade e procura por parte da população, sobretudo nos
países mais industrializados, e que cada vez mais, estará dominado por produtos de
biotecnologia. Trata-se de um claro exemplo de como a biotecnologia está cada vez mais
integrada, não só na vida diária, como também nos processos empresariais e
industriais, como é, por exemplo, o tratamento de resíduos ou a criação de materiais e
combustíveis de base biotecnológica, no caso da biotecnologia branca, ou as melhorias
nutricionais e agrícolas, no caso da biotecnologia verde. Exemplos desta mudança cultural
transferidos para o âmbito setorial são o grande crescimento da indústria da cosmética,
dos alimentos funcionais ou da para-farmacêutica, por nomear alguns deles. Mas, a
profundidade das mudanças não só afeta a setores das ciências da vida, mas também o
turismo, a alimentação e o estilo de vida.
Nos últimos anos, as empresas nacionais iniciaram um processo de internacionalização no
setor da saúde. Os custos de desenvolvimento, cada vez mais elevados, levaram a que as
empresas tivessem de gerar estratégias de internacionalização para poder recuperar
o investimento que amortizasse as despesas da investigação. Isto passa,
necessariamente, por gerar novas estratégias em todos os níveis da cadeia de valor e por
colocar os produtos no mercado global. Assim, as principais empresas farmacêuticas
nacionais implementaram um forte processo de internacionalização de parte da sua
cadeia de valor e das vendas de medicamentos. Por outra parte, a malha de empresas
biotecnológicas tem de tentar abrir as suas estratégias de negócio e o seu âmbito de
atuação a um nível bem mais globalizado que na atualidade, incorporando profissionais
internacionais, tanto ao nível de investigação como ao nível de direção empresarial, criando
acordos de valor com empresas estrangeiras e orientando a atenção a um âmbito muito
mais global.
A nível de emprego, esta estratégia gera, por um lado, a possibilidade de incorporar
talento de fora de Portugal, mas também um elevadíssimo número de oportunidades
laborais no âmbito da investigação no estrangeiro, opção que já enriqueceu o background
científico com a volta e reincorporação no sistema de inovação destes investigadores. Além
138
disso, a possível incorporação de talento estrangeiro à gestão empresarial permitirá elevar a
capacidade de atração e negociação de capital estrangeiro e grupos investidores.
Em Portugal, tal como na Espanha, o surgimento e a promoção dos genéricos por parte
do Sistema Nacional de Saúde supôs uma mudança no modelo empresarial do setor
farmacêutico. Assim, as grandes multinacionais com produtos inovadores viram como a
entrada das empresas de genéricos e biossimilares se tornou num aumento da
concorrência. Isto transformou a estratégia das empresas dedicadas aos medicamentos
inovadores, criando divisões de genéricos, por um lado, ou procurando alianças com
empresas com um catálogo de investigação desenvolvido, para enfrentar a perda de
patentes, pelo outro. Esta situação traduz-se num grande número de fusões e aquisições,
mas também no aparecimento de novas empresas e novos postos de trabalho para
competir no mercado do genérico e dos biossimilares.
Por outro lado, há anos, observa-se uma tendência por parte das grandes empresas
farmacêuticas ao completar os seus catálogos de produto em desenvolvimento com
produtos biotecnológicos ou usando as tecnologias que pode contribuir para este
setor. Assim, há casos nos que a empresa biotecnológica é adquirida e integrada dentro da
estrutura da empresa farmacêutica, ou simplesmente em que se estabelecem alianças
pontuais para desenvolver algum produto ou empregar uma certa tecnologia.
O futuro da biotecnologia e da biomedicina está, inevitavelmente, marcado pela mudança
no modelo de produção na Espanha, e regressa a um modelo de alto valor agregado
numa economia baseada no conhecimento e na I&D. Isto levou a muitos esforços públicos
para criar uma rede empresarial, de universidades e de infraestruturas, que levará ao
desenvolvimento futuro em Portugal de um setor biotecnológico forte. A rede de
biotecnologia, composta na atualidade por pequenas e médias empresas, deveria ver
aumentar a sua massa crítica e promover o aparecimento de médias e grandes empresas, o
que significa uma grande mudança para esse novo modelo.
Por outro lado, e no que se refere à estrutura interna das empresas e à sua organização, é
de referir como a enorme flexibilidade destas empresas constitui uma fortaleza que as
ajuda a sobreviver em tempos de dificuldades económicas como são os atuais. Em tempos
de crise, as empresas reorientam-se, mudam os seus planos de negócio e inclusive, mudam
de mercado.
139
A qualidade do sistema público de alta excelência em investigação básica neste âmbito, e
não só a vinculada ao espaço universitário, situa Portugal numa boa posição internacional
quanto à sua capacidade investigadora. Mas, além deste importante esforço público,
também existe um esforço por parte do setor privado em investir em I&D.
Outro ponto a destacar é o crescente ritmo de criação de empresas que caracteriza este
setor. Como consequência de uma mentalidade muito empreendedora e de novas
oportunidades de negócio e nichos de investigação, muitas entidades públicas, pessoas
empreendedoras e empresas privadas optam por constituir a sua própria empresa e
desenvolver um determinado projeto. É, pois, fundamental o apoio ao empreendedorismo
neste setor, às empresas de base tecnológica e às spin-offs.
Esta é também uma das razões pelas quais dentro do setor da biotecnologia e da
biomedicina se encontra um elevado nível de formação dos recursos humanos pela
existência de estruturas muito planas, nas que não há diferença entre os níveis de
direção empresarial e a parte científica.
Perante este panorama descrito anteriormente, foi identificada uma série de fatores de
sucesso a considerar e de oportunidades que o meio oferece como parte das chaves de
competitividade do setor nos próximos anos:
A União Europeia considera o setor biotecnológico como estratégico, apostando
claramente na investigação básica e aplicada ao campo da saúde.
Evidencia-se o importante papel que a biotecnologia poderia ter para a economia
portuguesa.
Embora uma das principais aplicações da biotecnologia se restrinja ao âmbito da
saúde, não se deve esquecer que o campo de aplicação comercial e industrial da
biotecnologia é imenso.
Constata-se a integração da biotecnologia em cada vez mais processos e âmbitos
empresariais para melhorar a eficiência e, ao mesmo tempo, aumentar a
competitividade do setor.
A penetração dos medicamentos biológicos no mercado para o tratamento de
doenças, mais específicos e com menos efeitos colaterais, significou o impulso
definitivo a um setor jovem em crescimento e consolidação.
A produção energética a partir da biomassa é atualmente uma alternativa real ao uso
de fontes fósseis e é a fonte de energia renovável mais utilizada.
140
Destacar o papel da biotecnologia como ferramenta para diferentes setores
industriais e sanitários face a uma biotecnologia como produto final.
O setor da saúde tem um importante componente anticíclico, insensível aos ciclos
económicos.
Portugal dispõe de algumas infraestruturas e estruturas de alto nível como o
laboratório de nanotecnologia, os parques tecnológicos, algumas empresas, a
importante capacidade de investigação nos centros públicos de investigação, etc.
Este componente anticíclico também começa a exercer atração sobre os
investimentos a partir de outros setores mais tradicionais, o que o dota de uma
importante capacidade de atração de fundos.
Processo de internacionalização vivido pelas empresas no setor da saúde nestes
últimos anos.
Existência de maiores possibilidades de incorporar talento de fora das fronteiras
portuguesas.
Elevado esforço em investimentos dos agentes públicos portugueses e europeus
para a promoção da investigação e da inovação.
Grande número de fusões e aquisições entre as empresas do setor biotecnológico
português.
Crescente interesse por parte dos investidores em participar no financiamento de
projetos especializados com elevado potencial como os que se enquadram nestes
domínios.
Aparecimento de novas empresas e novos postos de trabalho para competir no
mercado dos genéricos e dos biossimilares.
Os produtores de genéricos serão os maiores beneficiados da crise atual e da
mudança experimentada nos sistemas nacionais de saúde.
A ampliação do espectro de aplicações da biotecnologia é contínua.
Está a emergir o modelo VIPCO24, que potencia a malha biotecnológica.
O ritmo de criação de novas empresas no âmbito biotecnológico é superior à média
de outros setores produtivos.
Trata-se de um setor empresarial que dedica um grande esforço às atividades de
I&D.
Conta com ampla experiência na constituição de spin-offs no meio universitário.
24
Trata-se de uma tendência na que se favorece o aparecimento de empresas que exteriorizam grande parte da cadeia de valor a terceiros, com o que se chega a constituir empresas virtuais com muito poucos recursos internos.
141
As empresas biotecnológicas contam geralmente com uma enorme flexibilidade que
lhes atribui vantagens para sobreviver em tempos de dificuldades económicas.
As empresas farmacêuticas e biotecnológicas veem as complementaridades mútuas
como uma fórmula para compartilhar riscos e custos.
O setor conta com um elevado nível formativo e científico do seu quadro de
trabalhadores e investigadores.
É destacável o papel do capital de risco como instrumento de financiamento da
biotecnologia.
É importante o número de grupos de investigação básica e aplicada aos organismos
nestes campos.
A produção científica neste campo tem relevância.
Importância da experiência de colaboração de grupos de investigação universitária,
centros de investigação e hospitais clínicos.
Crescente abertura à colaboração com o exterior dos investigadores portugueses,
principalmente através de projetos de investigação financiados com convocatórias
públicas de caráter internacional.
Existem também políticas e instrumentos nacionais para promover a inovação e a
relação do setor público e privado.
Crescente número de investigadores e médicos formados no sistema universitário
português.
Importante rede de parques científicos e tecnológicos existente em Portugal.
142
10. ASPETOS CRÍTICOS DO SETOR BIOTECNOLÓGICO EM PORTUGAL E
AMEAÇAS DO MEIO
Infelizmente, estas forças e oportunidades detetadas na seção anterior são acompanhadas
de fraquezas, e no estudo do setor são detetados muitos elementos de imaturidade do setor
biotecnológico português, que serão comentados em seguida e que será importante
considerá-los nos próximos anos.
Em primeiro lugar, a biotecnologia é provavelmente um dos setores no que se faz um
uso mais intenso da investigação. Em comparação com outros grandes setores que
também dependem de I&D, como o setor químico ou o farmacêutico, as empresas de
biotecnologia investem, geralmente, uma parte consideravelmente maior dos seus
rendimentos em I&D.
Outra questão a considerar é que em relação a muitos outros setores nos que existe uma
distinção clara entre a investigação básica, realizada pelos organismos públicos de
investigação, e a I&D aplicada, realizada por empresas privadas, na biotecnologia a
investigação básica e a aplicada costumam estar intimamente interrelacionadas.
Frequentemente, a investigação realizada em instituições académicas constitui a base para
a definição de aplicações biotecnológicas e, por sua vez, as empresas de biotecnologia
costumam desenvolver o que alguns consideram investigação básica.
Além disso, e como em qualquer outro setor que dependa da investigação, a proteção dos
resultados da investigação tem uma grande importância e não está a receber a devida
atenção por parte dos agentes portugueses.
Outro aspeto importante a considerar é o facto de que o custo da elaboração de novos
produtos e processos é geralmente muito alto, enquanto o custo da imitação é
relativamente baixo. O custo da investigação biotecnológica deve ser considerado tendo em
vista o alto risco inerente a todo projeto de investigação. Torna-se inicialmente difícil
predizer se os anos de investigação conduzirão a inovações revolucionárias com um grande
potencial comercial, ou se, pelo contrário, a empresa acabará com as mãos vazias, obtendo
resultados de rentabilidade improvável. Dado o alto custo existente na I&D, a relativa
facilidade de imitação é um problema muito preocupante.
143
Alguns trabalhos sobre as barreiras ao desenvolvimento da biotecnologia consideram que a
relação entre o tempo dedicado ao projeto/o custo do mesmo e o acesso ao capital
são os principais obstáculos para o desenvolvimento da bioindústria nacional. A
seguir, classificam os requisitos regulamentares como um fator importante a considerar.
As crescentes dificuldades para desenvolver fármacos inovadores e os cortes
orçamentais aproximam-se cada vez mais as farmacêuticas e as empresas biotecnológicas
que veem nas suas complementaridades uma fórmula para compartilhar riscos e custos.
Tradicionalmente, as farmacêuticas familiares foram relutantes a propor fusões, porque
este tipo de alianças pontuais é cada vez mais atraente e vai dando lugar a acordos de I&D
sem que as empresas comprometam a sua identidade e o seu corpo de acionistas.
Outro dos aspetos que podem moderar o desenvolvimento setorial da biotecnologia, como
consequência da crise económica iniciada em 2009, são os cortes contínuos que os
governos aplicam ao orçamento da saúde e aos preços de referência dos
medicamentos financiados pelo Sistema Nacional de Saúde. Este facto tem impacto
dirto na perda de capacidade das empresas farmacêuticas (um dos principais
investidores e utilizadores da biotecnologia vermelha) para investir em I&D e,
consequentemente, no setor biotecnológico.
A política de contenção da despesa da saúde imposta no nosso meio está a pôr em risco
o crescimento e as margens de lucro das empresas farmacêuticas clássicas. Os sistemas
de preços de referência, as políticas de prescrição por princípio ativo e a substituição por
genéricos, ou a racionalização do consumo, também têm um efeito imediato na rentabilidade
da indústria farmacêutica25. Esta mudança nas políticas de saúde pública intensificou a
concorrência dos medicamentos genéricos. Atualmente, os genéricos podem diminuir os
seus custos e tempo no processo de aprovação, ao demonstrar simplesmente que os seus
produtos contêm os mesmos ingredientes ativos, equivalentes ao do produto de marca.
Nos últimos anos, a taxa de sucesso na introdução de novos medicamentos no
mercado é só metade face ao que era anteriormente, mas os medicamentos
biotecnológicos possuem o dobro de probabilidades de obter a aprovação das agências de
25 Mundialmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), na sua tentativa de incentivar o uso racional dos medicamentos requer à comunidade internacional para que potencialize a prescrição por princípio ativo (DCI) e o consumo de medicamentos genéricos.
144
medicamentos, comparados com os medicamentos químicos tradicionais, pelo menos nos
Estados Unidos, segundo novo estudo elaborado pela Associação BIO e Bio-MedTracker.
De facto, quase todas as empresas biotecnológicas relatam entre as suas grandes
fraquezas o lançamento de biogenéricos no mercado, fármacos de composição igual que
são autorizados quando vence a patente das marcas originais.
A indústria biotecnológica foi objeto de grandes debates e, em muitas ocasiões, causaram
na sociedade a existência de uma perceção negativa ou no mínimo um olhar de
desconfiança frente aos produtos biotecnológicos (por exemplo, os alimentos
transgénicos). No entanto, deve considerar-se que a perceção pública da biotecnologia foi
evoluindo ao longo dos anos e a perceção sobre as suas aplicações são recebidas pela
população com diversas opiniões, passando desde a aceitação incondicional (biotecnologia
aplicada à medicina), em alguns casos, até uma rejeição absoluta (biotecnologia aplicada
aos alimentos) em outros.
Além disso, devem considerar-se as questões éticas que surgem de determinadas
aplicações da biotecnologia (clonagem, investigação com células-tronco, etc.). A perceção
pública desempenha um papel crucial e não devemos esquecer que nas avaliações públicas
da biotecnologia intervêm numerosos fatores que com frequência são muito difíceis de
determinar.
Logicamente, a importante crise económica iniciada em 2009 trouxe importantes cortes
em inovação tanto do setor público como do privado. O setor biotecnológico precisa de
investimentos elevados em I&D sem esquecer o risco inerente que os seus projetos de
desenvolvimento de produtos carregam. Custo, risco e tempo de desenvolvimento são
fatores utilizados para valorizar um produto biotecnológico em desenvolvimento. Mas,
apesar de ter recuperado a confiança dos investidores, as empresas biotecnológicas
precisam de dezenas de milhões de euros para sobreviver.
Por outro lado, os fundos de investimento de capital de risco, que constituem uma via de
financiamento para as novas empresas biotecnológicas, adotaram uma estratégia de
prudência investidora.
Além disso, a indústria de capital de risco da UE, apesar das melhorias consideráveis
obtidas nos anos 1990, está ainda abaixo da dos Estados Unidos. À parte das já
145
mencionadas, uma fraqueza característica da UE vem da forte oposição à utilização da
biotecnologia moderna nos setores agrícola e alimentar.
Outro fator que representa uma verdadeira fraqueza é o facto de que o setor
biotecnológico está constituído por pequenas e médias empresas de fundação
recente, uma boa parte das quais ainda não chegou a comercializar nenhum produto. Em
muitos casos, tornam-se pequenas empresas de biotecnologia depois de ter obtido uma ou
várias patentes resultantes de investigação desenvolvida no seio de universidades ou
instituições públicas, ou em colaboração com elas.
Trata-se de um setor formado por muitas empresas numa fase inicial de maduração, com
pouca massa crítica em grande parte dos casos e com níveis de maturidade pouco
avançados. As causas deste facto são diversas, mas podem ser encontrados importantes
indícios relacionados com a falta de conhecimento empresarial necessário para atingir
objetivos e alianças para fazer crescer a massa crítica. O que leva à impossibilidade de
ter um setor forte e com peso económico em curto prazo. Seria bom contar com mais
exemplos de empresas que já se tenham convertido numa grande empresa como modelo
para exercer um efeito reboque do setor.
Esta pequena dimensão gera uma forte dependência de fontes de financiamento
externas e de capital de risco e vivenciou uma diminuição da injeção de capital nestes
projetos como consequência da crise económica iniciada em 2009.
Também devem ser favorecidas fusões e aquisições que permitam às empresas
adquirir a massa crítica necessária para poder competir no mercado global e empreender
projetos de maior envergadura.
Além disso, e como consequência de alguns dos fatores anteriores, para algumas
empresas de biotecnologia os direitos de propriedade industrial e intelectual são, de
facto, o produto final. Não é invulgar encontrar empresas biotecnológicas que obtêm
invenções inovadoras, as protegem e, a seguir, as licenciam a empresas de maior tamanho
que dispõem de recursos para colocar o produto no mercado. É, pois, possível que essas
empresas não vendam nunca um produto no sentido tradicional, mas que gerem os seus
rendimentos obtendo, protegendo e licenciando inovações.
146
Ao analisar o nível de transferência tecnológica dos centros geradores de
conhecimento para as empresas, evidenciado no número de pedidos de patentes,
observa-se que a Galiza não está à frente em muitos aspetos em relação a outras regiões
mais dinâmicas.
Por outro lado, em Portugal ainda é necessário desenvolver um sistema de promoção do
pessoal científico com a finalidade de interromper a fuga de cérebros a países
estrangeiros para projetos mais atraentes no estrangeiro, pela falta de políticas
relacionadas com a estabilidade laboral, a retribuição e o reconhecimento social da classe
científica.
Nesta linha, evidencia-se que os currículos académicos atuais apresentam uma verdadeira
brecha entre o que se ensina nas aulas e o que o mercado precisa, sobretudo ao nível
de idiomas e de gestão empresarial. Numa análise das empresas biotecnológicas catalãs
realizada por Biocat e que pode ser de aplicação ao caso português, foram detetadas quatro
áreas de melhoria prioritárias: reforço dos órgãos de direção estratégica (conselhos de
administração); desenvolvimento do negócio (análise de mercados e posicionamento);
estratégia de I&D e gestão da carteira de propriedade industrial. Para dirigir e superar
estas fraquezas, as empresas podem recorrer a profissionais internacionais de ampla
experiência, mas nem sempre contam com recursos para fazê-lo.
Outros fatores que dificultaram o desenvolvimento da biotecnologia ao longo do último ano
podem ter sido a orientação da oferta tecnológica pública ao mercado e a fraca
sensibilidade da administração pública face ao setor. É também importante considerar a
orientação da oferta tecnológica pública ao mercado além das dificuldades atuais para
conseguir financiamento para os projetos e a falta de informação sobre o mercado
biotecnológico.
Por último, torna-se fundamental o impulso da internacionalização. O esforço deve ser
orientado tanto para o estabelecimento de colaborações de I&D como à comercialização de
produtos e serviços avançados. Atualmente, a tendência da maioria dos agentes é olhar
excessivamente para o mercado interior, mas o setor deveria focar-se num âmbito mais
internacional desde o início da sua vida.
147
Outras ameaças a considerar para o pleno desenvolvimento da biotecnologia na UE vêm da
concorrência de vários países. Os EUA foram pioneiros em biotecnologia e ainda são os
líderes. A União Europeia começou mais tarde e melhorou a sua posição
consideravelmente, mas sem os alcançar. Ficar atrás não só poderia atrasar os efeitos
de crescimento potenciais desta tecnologia, como também poderia provocar o
crescimento das barreiras de entrada que podem evitar um processo de equilíbrio
pleno com os EUA. À parte dos EUA, outros países emergentes como Canadá, Austrália
ou Israel estão a oferecer uma concorrência crescente.
Face ao panorama descrito anteriormente, identificou-se também uma série de aspetos
críticos do setor biotecnológico em Portugal, a considerar como parte dos pontos principais
da competitividade do setor nos próximos anos:
A biotecnologia é provavelmente um dos setores nos que se faz um uso mais intenso
da investigação.
A investigação básica e a aplicada costumam estar intimamente interrelacionadas no
âmbito biotecnológico.
O custo das investigações neste setor costuma ser muito elevado, por serem
projetos a longo prazo com um peso elevado na investigação básica.
A taxa de sucesso na introdução de novos medicamentos no mercado nestes últimos
anos é só metade do que vem sendo até agora.
A proteção dos resultados da investigação tem grande importância neste setor.
Os direitos de propriedade intelectual são, de facto, o produto final para algumas
empresas de biotecnologia.
São desvantagens na realização dos ensaios clínicos os eventuais atrasos no tempo
e a velocidade de recrutamento de pacientes.
Atraso em relação ao nível de inovação industrial (pedido de patentes e número de
licenças) em Portugal relativamente à Europa.
As empresas encontram dificuldades para avançar desde as fases iniciais até
estados de maturidade, até uma massa crítica mais avançada.
A indústria biotecnológica precisa de um enquadramento de atuação que assegure a
sua sustentabilidade a médio e longo prazo e incentive a atividade inovadora que a
caracteriza.
Limitada priorização estratégica da biomedicina no desenho da política pública de
I&D.
148
É necessário conseguir uma maior coerência entre as políticas de investigação e as
de promoção económica.
A política de compras do setor sanitário público encontra-se desligada da rede
produtiva local e não atua como fator importante de procura.
Têm sido efetuados importantes cortes no investimento em I&D&I por causa da crise
económica iniciada em 2009.
Os produtos mais inovadores como são os biotecnológicos e os medicamentos
órfãos deveriam ser excluídos destes cortes.
Recuperação lenta dos mercados de capitais que influenciará o crescimento futuro e
a resistência do setor biotecnológico.
Observa-se uma fragmentação das iniciativas de I&D&I na área biotecnológica e um
escasso nível de interação entre elas.
Praticaram-se restrições financeiras ao sistema de saúde e às novas infraestruturas
tecnológicas e científicas projetadas neste âmbito.
Escassez de fundos privados e de capital de risco disponíveis para a criação de
empresas de base tecnológica e para financiar a I&D.
Elevado nível de complexidade na acreditação do sistema de I&D para efeitos
fiscais.
É necessário manter os níveis de investimento em investigação para que esta
constitua uma prioridade estratégica do país, assumida por todas as instituições e
forças políticas.
Confere-se uma elevada importância ao investimento de origem público no
financiamento da atividade biotecnológica.
Deve aumentar-se a eficácia dos fundos investidos, evitando as duplicidades e a
dispersão de recursos.
Os cortes no orçamento da saúde podem provocar a perda da capacidade de
inovação por parte das empresas inovadoras.
Ainda existem certas reticências sociais ao uso das biotecnologias.
É necessário procurar formas para impulsionar a transferência de tecnologia no
sistema de investigação público e converter a investigação em inovação para que
chegue à população.
Há uma escassa orientação da oferta tecnológica pública face ao setor e ao
mercado.
149
Escassa cooperação público-privada e elevado nível de incerteza nas atividades de
I&D.
Inexistência em Portugal de um cluster biotecnológico de caráter nacional que
concentre agentes das diferentes etapas da cadeia de valor do setor e que atue
como interlocutor único em relação à administração.
Reduzida capacidade de alguns agentes existentes na atualidade para acompanhar
projetos empresariais específicos na área de biotecnologia.
Ausência de uma transferência efetiva e uso do conhecimento e utilização do mesmo
na criação de valor e fortalecimento da rede económica.
Grande desenvolvimento da biotecnologia em outros pontos do mundo, com a
consequente atração de especialistas a estes territórios, dificultando assim a criação
de massa crítica no território nacional.
Setor empresarial incipiente, integrado com pequenas empresas e com pouca cultura
de cooperação.
Em muitos casos, pode haver uma possível divergência entre a política de patentes
seguida nas universidades e centros de investigação e a estratégia das empresas.
É necessário contar com empresas que exerçam um efeito reboque sobre as
empresas recentemente criadas.
Pouca coordenação entre o sistema de saúde e o setor empresarial.
É conveniente favorecer fusões e aquisições que permitam às empresas adquirir
massa crítica.
Baixo nível de inovação tecnológica nas empresas portuguesas de biotecnologia,
exceto no caso das spin-offs.
Há uma prevalência de grupos de investigação de tamanho pequeno e médio.
Precisa-se, pois, de um sistema de promoção do pessoal científico com a finalidade
de reduzir a fuga crescente de cérebros para países estrangeiros.
São percebidas importantes carências ao nível de conhecimentos empresariais e de
gestão.
Existem divergências entre o currículo académico dado nos centros de formação
superior e a procura do mercado laboral, o que debilita o posterior crescimento do
setor.
Procura-se a criação de mais espaços de bioincubação e parques científicos.
Há uma carência de infraestruturas de investigação avançadas transversais.
150
Observa-se a emergência de novos competidores internacionais também no âmbito
da investigação.
O setor biotecnológico deveria dirigir a sua atenção a um âmbito mais internacional e
orientar-se para a empresa desde as primeiras fases de vida dos projetos.
151
11. TENDÊNCIAS NO SETOR BIOTECNOLÓGICO
11.1. À espera do Horizonte 2020
O lançamento do novo programa europeu de investigação e inovação Horizonte 2020 que
substituirá o 7.º Programa-Quadro a partir do 1 de janeiro de 2014, responde à nova
estratégia Europa 2020 em converter a União Europeia numa economia baseada no
conhecimento, mais competitivo e dinâmico, capaz de crescer economicamente de maneira
sustentável, com mais e melhores empregos, e com maior coesão social.
O novo programa Horizonte 2020 pretende contribuir para nova estratégia e é o maior
programa integrado de investigação e inovação do mundo, com uma dotação estimada de
80.000 milhões de euros até 2020. A proposta da Comissão tem como uma das prioridades
simplificar os procedimentos administrativos para que os agentes de I&D obtenham
subvenções para os seus projetos em melhores condições, aliviando prazos burocráticos e
estabelecendo uma única percentagem por ação em vez das diferentes taxas que
atualmente se aplicam em função do tipo de entidade, atividade ou outras variáveis.
Uma das principais novidades que apresenta Horizonte 2020 é o agrupamento num
mesmo programa de todas as diferentes iniciativas de apoio à investigação e à
inovação nas suas diferentes fases, pelo que se termina com a divergência de
programas, procedimentos geridos pela União Europeia, que encaram as empresas quando
enfrentam uma ajuda europeia.
A proposta da Comissão para o Horizonte 2020 estabelece três linhas de atuação:
A primeira trata da ciência de excelência para financiar projetos de investigação
básica de fronteira do conhecimento, fomentar a mobilidade e a carreira do
investigador e as Tecnologias Futuras e Emergentes (FET);
A segunda refere-se à liderança industrial onde se incluem os projetos sobre
Tecnologias Facilitadoras Industriais como as TIC, Nanotecnologias, Materiais,
Biotecnologia, Fabricação, etc., bem como os instrumentos de financiamento para as
PME e o capital de risco;
152
A terceira e última abrange a investigação sobre desafios sociais como a saúde,
mudança demográfica e bem-estar, alimentação e agricultura sustentável, energia,
mudança climática, transporte e segurança.
Sob esta premissa, a indústria da biotecnologia pode desenvolver um papel crucial
para ajudar e potenciar os setores de principal aplicação desta tecnologia e de
consumo da mesma (setores como o da saúde, agroalimentar, ambiental, energético,
têxtil, entre outros), impulsionando o seu crescimento em produtividade,
competitividade e emprego.
No entanto, para converter o setor biotecnológico num dos motores da economia em
Portugal, é preciso integrar toda a cadeia de valor da indústria através de um novo
agente que atue como interlocutor entre o setor biotecnológico e o resto, liderando
assim as ações em relação à nova estratégia europeia 2020.
11.2. Tendências do setor biotecnológico
Tal e como conclui o estudo realizado no enquadramento do projeto Bioemprende26, as
tendências mundiais revelam que a competitividade dos países, das regiões e das
empresas se apoia sobre propostas diferenciadoras, oferecendo serviços e produtos
de valor acrescentado através da aplicação de tecnologias e modelos de negócio,
onde a I&D&I jogam um papel fundamental. Também, a cooperação com os centros
geradores de conhecimento (quer sejam universidades, centros tecnológicos ou de
investigação) faz parte das tendências globais para a mudança de paradigma para o que se
conhece como Economia do Conhecimento, sendo esta ligação estreita, e o fluxo de
intercâmbio de conhecimentos (tecnológicos e de mercado) os pilares de desenvolvimento,
que deve utilizar mecanismos de proteção da propriedade industrial para assegurar relações
de confiança e simbiose a longo prazo.
Uma vez realizado no presente estudo o diagnóstico da biotecnologia em Portugal e
conhecida a situação da mesma a nível mundial, observa-se que apesar das crises que
estão a afetar a economia mundial, este setor resiste e até mostra índices de crescimento
em todos os aspetos. No entanto, trata-se de um setor relativamente jovem com pouco peso
26 Diagnóstico do Setor da Biotecnologia na Eurorregião Galicia-Norte de Portugal 2011. Bioemprende
153
na estrutura económica portuguesa, se bem que é certo que nas condições da economia do
país, postula-se como um dos motores de desenvolvimento, que baseia o seu
crescimento na aposta em I&D&I e a aplicação da inovação tecnológica que permite
criar novos produtos e processos de um alto valor acrescentado.
Aliás, os investidores veem a biotecnologia como um dos setores com mais
crescimento potencial ao poder aplicar os resultados que nele se geram em muitas
outras indústrias, de maneira que setores como o têxtil, o da saúde, agroalimentar,
ambiental ou energético, entre outros, podem beneficiar dos produtos ou processos
desenvolvidos pela biotecnologia.
Em seguida, apresentam-se algumas das principais tendências para cada uma das três
categorias da biotecnologia: vermelha, branca e verde.
Subárea Tema Tendência
Biotecnologia
vermelha
Conceção de organismos
para produzir antibióticos.
Desenvolvimento de vacinas
mais seguras e novos
fármacos.
Desenvolvimento de terapias
regenerativas.
Desenvolvimento da
engenharia genética para
curar doenças através da
manipulação génetica
Produzir metabólitos cuja análise qualitativa
e quantitativa produza novas alternativas à
medicina.
Desenvolvimento em bioterapias que inclui
engenharia de tecidos, estudos em células-
tronco, vacinas terapêuticas, vírus líticos,
ARN.
Biotecnologia
branca
Captura de CO2
Manejo de resíduos
Biocombustíveis
Enzimas
Processo de geração de
valor
Biopolímeros
Aproveitamento de resíduos
lenhocelulósicos para a produção de
etanol.
Manejo de vinhaças da indústria do álcool
carburante.
Aproveitamento de biomassa residual para
a produção de alimentos, combustíveis,
compostos químicos e energia.
Em produtos industriais de enzimas
trabalha-se com protéases, carbohidrases,
liposes, pectinoses, celuloses e anilases,
154
Subárea Tema Tendência
etc.
Análises, conceção, simulação, aplicação e
otimização de obtenção de matérias-
primas, de pré-tratamento, esquemas de
reação, tecnologia de separação e ciclo de
vida da produção de biodiesel, etanol e
biocombustíveis de primeira.
Integração industrial dos bioprocessos.
Desenvolvimento e investigação em
materiais lenhocelulósicos, glicerol e algas.
Aproveitamento termoquímico da biomassa
para a produção de combustíveis e energia
por liquefação, pirólise e gasificação.
Práticas e estratégias para aumentar os
padrões de sustentabilidade de empresas
através do manuseamento de resíduos.
Redução, reciclagem e recuperação de
matérias-primas.
Fixação de CO2 a partir de algas.
Procura de microrganismos para fixar CO2
e produção de metabólitos.
Catálise para a conversão de CO2.
Captura de CO2 via química em forma de
carbonatos.
Biorremediação
Biotecnologia
verde
Conceção de plantas
transgénicas capazes de
crescer em condições
ambientais desfavoráveis.
Conceção de plantas
resistentes a pragas e
doenças.
Produção de soluções que
respeitem o ambiente em
comparação com os métodos
tradicionais da agricultura
Modificação de genes em plantas para
obter formas, texturas e propriedades que
facilitem o cultivo, a recolha, o
armazenamento e a qualidade.
Engenharia genética voltada à
fitorremediação.
Aumento da produtividade no cultivo por
reciclagem de energia metabólica.
Aumento de produção de matérias-primas
para biocombustíveis.
Modificação de genes em bovinos para a
155
Subárea Tema Tendência
industrial. Exemplo:
biopesticidas e
biofertilizantes.
Desenvolvimento de animais
resistentes a doenças e
pragas.
Aumento da biomassa
animal e vegetal em zonas
rigorosas
obtenção de produtos lácteos com
características específicas.
Combinação genética de espécies para a
obtenção de novos materiais.
Desenvolvimento de novas vacinas.
11.3. Tendências nos principais setores que aplicam a biotecnologia
O estudo “Biotecnologia e Inovação na indústria, estudo de oportunidades
tecnológicas e de mercado” 27 elaborado por COTEC Portugal realiza uma análise sobre
os setores que consomem ou utilizam mais biotecnologia e que marcarão o futuro do setor.
Estes setores são os seguintes:
O setor têxtil
Os desenvolvimentos tecnológicos realizados por grandes empresas com vista à resolução
de problemas técnicos e à criação de novas oportunidades para o seu negócio têm cada vez
mais servido de motor ao desenvolvimento do setor como um todo. A biotecnologia, em
particular, tem vindo a distinguir-se nos últimos tempos pelas suas mais variadas
aplicações na indústria têxtil, que vão desde alternativas tecnológicas a nível da fibra
ou do tecido até ao melhoramento e à otimização dos processos de fabrico, passando
pelo desenvolvimento de novos materiais com novas características de acabamento,
toque e funcionalidades, e chegando mesmo a aplicações que reduzem os custos
energéticos, de água, e do impacto ambiental. Neste último aspeto, a consciencialização
dos consumidores para aspetos ligados ao ambiente atua como uma força motriz para o
desenvolvimento de soluções mais ecológicas.
27 Estudo realizado pelo Instituto Superior Técnico IN+, para COTEC Portugal e Fundação Luso-Americana.
156
Exemplos de biotecnologias aplicadas ao setor têxtil são os seguintes: sondas de
ADN, biossensores, anticorpos monoclonais, plantas geneticamente modificadas, algodão
naturalmente colorido, organismos transgénicos, tosquia biológica, biopolímeros, produção
de corantes, degradação de corantes por via enzimática ou bacteriana, têxteis técnicos e
funcionais, uso de enzimas para processamento têxtil.
A área dos Têxteis Técnicos e Funcionais em Portugal surge como uma oportunidade de
diferenciação, diversificação e criação de valor acrescentado por parte das empresas de
forma a diferenciar-se da concorrência. Esta não será certamente uma solução para todas
as empresas mas poderá ser aproveitada por as que tenham a capacidade de diversificar as
suas atividades e tenham também capacidade financeira para o concretizar.
Por outro lado, a utilização de enzimas no processamento têxtil tem sido de fundamental
importância para a indústria devido ao facto de estas moléculas poderem catalisar reações
de um modo altamente específico e seletivo. Com a intensificação do estudo de processos
biotecnológicos alternativos aos tradicionais, tem-se procurado isolar e produzir enzimas
capazes de suportar condições de operação mais agressivas, com melhor desempenho,
melhor versatilidade nos processos, com tempos de vida mais longos e economicamente
mais atrativas. A utilização de enzimas nas diferentes fases do processamento têxtil é uma
área estabelecida e com claro potencial de crescimento.
O setor agroalimentar
Sendo de origem biológica a maioria das matérias-primas utilizadas no setor de Alimentação
e Bebidas, é natural que a biotecnologia esteja presente nos processos de produção
dos alimentos e de controlo de qualidade dos mesmos, e que se constitua como uma
ferramenta que permita a produção de novos aditivos/ingredientes alimentares ou novos
alimentos. De facto, a biotecnologia é reconhecida como uma das ferramentas mais
promissoras para a inovação e o crescimento no setor de alimentação e bebidas. O setor
alimentar continua a ser aquele que mais utiliza a biotecnologia, fruto da sua introdução há
milhares de anos, particularmente no fabrico de cerveja, vinho, pão e iogurte, com base em
conhecimento empírico e muito antes da perceção dos mecanismos biológicos subjacentes
à preparação daqueles alimentos.
157
Atualmente, as aplicações biotecnológicas no setor são muito diversas e sustentadas por
conhecimento científico; por exemplo:
Melhoria dos processos
Utilização de enzimas para o processamento de sucos, queijos, vinho, óleos
alimentares.
Processos biotecnológicos implementados em larga escala para a produção de
adoçantes, aromas, vitaminas, aminoácidos, entre outros suplementos
alimentares de caráter técnico (com influência no processo ou nas características
físicas do produto) ou funcional (com potencial efeito no organismo).
Utilização da biotecnologia na seleção de microrganismos mais produtivos e
eficientes mesmo em processos mais tradicionais, nos quais a ação dos
microrganismos é utilizada para processar a matéria-prima ou para conferir
aromas e texturas aos alimentos.
Novos alimentos
Emergência de uma nova geração de alimentos, nos quais, para além da
nutrição convencional, se pretende potenciar efeitos benéficos para a saúde,
sendo exemplos os probióticos (microrganismos presentes no alimento que vão
desempenhar funções relevantes no organismo, por exemplo, regulação da flora
intestinal) ou os alimentos com baixo teor de alergénios (nos quais a
probabilidade de reação alérgica é reduzida ou eliminada). A produção de
alimentos que permitam atingir estes objetivos só é possível após uma apurada
investigação científica sobre o alimento, as suas alterações quando processado
durante o fabrico e pelo consumidor antes da sua ingestão, e sobre os efeitos in
vivo.
Produção de alimentos modificados geneticamente, com ganhos na eficiência do
seu processo produtivo e também com vantagens nutricionais. Tal já acontece
em vários países desenvolvidos, mas na Europa a resistência do consumidor, a
pressão política e das ONG europeias têm limitado a sua chegada ao mercado.
Perspetiva-se ainda que os alimentos possam vir a ser utilizados como veículos
de agentes terapêuticos ou vacinas.
Qualidade e segurança alimentar
A biotecnologia tem sido também um aliado no desenvolvimento de métodos
modernos e rápidos de controlo de qualidade alimentar, desde o controlo
158
microbiológico convencional dos alimentos até técnicas utilizando chips de ADN
na deteção rápida de organismos patogénicos ou técnicas de biologia molecular
utilizadas na deteção e quantificação de organismos geneticamente modificados
nos alimentos.
Os exemplos não exaustivos referidos mostram que a inovação tecnológica no
setor alimentar abrange campos tão distintos da biotecnologia como a biologia
molecular, biologia de sistemas, nutrigenómica, microbiologia e engenharia de
bioprocessos, para citar apenas alguns.
159
Tendências europeias
As áreas prioritárias de inovação para o setor de Alimentação e Bebidas, nas quais a
contribuição da biotecnologia se prevê crucial. De notar que estas áreas irão merecer
atenção especial na agenda europeia de investigação, desenvolvimento e inovação no setor
alimentar, através de diversos instrumentos a ser implementados durante o 7º Programa-
Quadro.
Alimentação e Saúde. A introdução de novos hábitos alimentares com base em
desenvolvimentos nas ciências da nutrição e de novos formatos de produtos
inovadores pode ter um impacto significativo na melhoria da qualidade de vida das
populações. São áreas prioritárias de investigação com potencial oportunidade para
a biotecnologia:
Novas estratégias para otimizar o crescimento e desenvolvimento mental nas
crianças; o controlo da massa corporal no adulto, com manutenção da função
muscular e prevenção da obesidade; o bom desempenho do sistema imunitário;
a saúde do trato gastrointestinal; a redução da incidência de doenças
cardiovasculares, de diabetes, de artrite, osteoporose e cancro; influência da
dieta no processo de envelhecimento;
Fortalecimento da base científica em áreas de interface entre a nutrição e a
saúde, tais como a biologia de sistemas, a nutrigenómica e o desenvolvimento de
biomarcadores.
Qualidade dos Alimentos e Tecnologias de Fabrico: Prevê-se o investimento no
desenvolvimento de tecnologias de fabrico inovadoras no sentido de responder às
exigências dos consumidores para produtos novos de elevada qualidade, com
melhores propriedades organoléticas e conveniência de uso. As principais áreas de
investigação com potencial oportunidade para a biotecnologia são:
Melhoria das propriedades organoléticas: redução de açúcar e gordura nos
alimentos sem comprometer as propriedades organoléticas; melhor compreensão
da dinâmica da perceção sensorial desde o recetor até ao cérebro; tecnologias
para a produção de novos alimentos com novas texturas e propriedades
organoléticas.
Inovação nos processos de fabrico, utilizando tecnologias que minimizem a
produção de subprodutos e resíduos; implementação de técnicas analíticas em
160
tempo real a aplicar na receção das matérias-primas e no controlo do processo;
desenvolvimento de tecnologias de embalagens inteligentes ou ativas;
desenvolvimento de novos bioprocessos para a produção de novos ingredientes.
Segurança Alimentar: A necessidade de se produzir alimentos através de
procedimentos que garantam uma elevada segurança alimentar e que mereçam total
confiança dos consumidores é crescente, bem como as obrigações regulamentares,
abrindo oportunidades à investigação biotecnológica nas seguintes áreas:
Desenvolvimento de sistemas de rastreio e identificação de proveniência da
matéria-prima; estudos de vigilância e epidemiologia; ecofisiologia em
microbiologia alimentar e estudo de interações hospedeiro-microrganismo e
alimento-microrganismo; estudo dos mecanismos moleculares de emergência de
novos vírus, parasitas ou microrganismos patogénicos; redução ou eliminação de
testes em animais para avaliação da segurança alimentar.
O setor ambiental
O crescimento do setor poderá ser estimulado, em alguns casos, pelo cumprimento dos
documentos jurídicos em vigor ou prestes a entrar em vigor, devendo as empresas estar
atentas às oportunidades que as ações legislativas e regulamentares podem abrir, como por
exemplo as alterações que podem surgir no âmbito do regulamento das descargas de
águas residuais, passando a ter-se em conta não apenas a concentração da carga
poluente do efluente, mas também o caudal dos efluentes, de modo a se evitar a
mitigação da poluição por diluição. Estes pontos serão sempre um reflexo do facto mais
geral e óbvio de que, para se tornarem mais sustentáveis e competitivas, as empresas
devem sobretudo ser capazes de modificar continuamente os seus produtos, ou lançar
novos produtos, serviços e processos, que sejam mais ecoeficientes do que os
anteriores – e as empresas do setor ambiental servem precisamente para disponibilizar os
meios que permitam ao resto da indústria alcançar esse objetivo. Um exemplo de como
medidas legislativas ou regulamentares podem influenciar a atividade das empresas e dos
mercados é dado pelo caso do Mercado Europeu de Carbono.
Como conclusão, poder-se-á afirmar que, de modo a responder ao desafio da
competitividade num mercado global, as necessidades de evolução tecnológica no seio do
setor ambiental são elevadas, prevendo-se um aumento da dependência em relação às
161
novas tecnologias de modo a tornar o setor ambiental mais competitivo e cada vez mais
relevante economicamente. A partir deste pressuposto poder-se-á então analisar a mais-
valia introduzida pela biotecnologia, e em particular os seus avanços mais recentes, no setor
ambiental. Poder-se-á também, especificamente, avaliar a atuação e as potencialidades do
Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) português relativas à competitividade
e desempenho do setor, avaliando ao mesmo tempo a recetividade do tecido empresarial no
que diz a respeito à incorporação de soluções tecnológicas inovadoras.
Biotecnologia e o ambiente
De entre as várias aplicações da biotecnologia no setor do ambiente poder-se-ão salientar
as seguintes:
O tratamento de efluentes domésticos e industriais (remoção de carga orgânica,
remoção de cor, remoção de nutrientes, digestão anaeróbia, entre outros).
O processamento biológico de subprodutos (lamas) e resíduos (biomassa) com vista
à sua valorização.
A biomonitorização de processos de tratamento de efluentes domésticos, industriais
e agrícolas.
A biomonitorização e deteção de agentes patogénicos, e outros, no ambiente.
A biorremediação de solos e águas subterrâneas (in situ, ex situ e “on-site”,
reabilitação de áreas contaminadas, biodegradação de moléculas xenobióticas e
recalcitrantes, fitorremediação).
O melhoramento de estirpes microbianas em relação à sua capacidade de
biorremediação em larga escala.
O uso de microrganismos geneticamente melhorados em ambientes confinados e
controlados (com propriedades degradadoras – bioadição, bioestimulação – com
capacidade biossurfactante).
A dissolução e precipitação de minerais e remoção de metais pesados, mediada por
microrganismos (bioleaching).
O tratamento de efluentes gasosos – extração e degradação de compostos
orgânicos voláteis em efluentes gasosos.
De notar que de entre as linhas citadas, algumas têm como objetivo a atenuação de
situações indesejáveis imediatas (air stripping, digestão anaeróbia) e outras perspetivam
soluções ou aproveitamento de oportunidades a longo prazo (tipicamente a
fitorremediação ou a biomonitorização). Existem também diferenças de custo entre as várias
162
abordagens. Sendo assim, é lógico que algumas tecnologias – especialmente as que
poderão resolver problemas imediatos – tenham, inicialmente, uma maior facilidade em ser
assimiladas por parte de empresas. É importante realçar, no entanto, que as soluções a
longo prazo são frequentemente aquelas que têm melhor desempenho e no seu conjunto se
traduzem em maiores benefícios para as empresas, sendo por isso, muitas vezes, as mais
valiosas em termos estratégicos.
O setor energético
A produção de energia recorrendo a tecnologias de base biotecnológica tem recebido
particular atenção frente às questões sensíveis com que o setor se depara. A intervenção da
biotecnologia na produção de energia incide sobretudo (i) ao nível dos processos de
conversão, como nos casos da produção de bioetanol, biogás ou bio-hidrogénio e (ii)
no melhoramento de matérias-primas vegetais, utilizadas para a produção de
biocombustíveis líquidos e/ou energia elétrica.
Relativamente aos processos, o crescente conhecimento científico nas ciências da vida tem
permitido um aumento da compreensão dos fenómenos inerentes ao processamento
biológico, possibilitando melhorar e otimizar os processos, quer pela seleção de
microrganismos mais capazes e eficientes, quer pela aplicação dos avanços mais recentes
da biotecnologia. A aplicação da tecnologia do ADN recombinante (i.e. engenharia
genética), em particular, permite desenvolver estratégias promissoras para ultrapassar
dificuldades e deficiências tecnológicas atuais, através do desenvolvimento de
microrganismos com capacidades previamente não existentes. Por outro lado, o
desenvolvimento de novas enzimas tem permitido não só otimizar as aplicações já
existentes e reduzir os custos, mas também abrir a possibilidade de se processarem
diferentes matérias-primas, até então não passíveis de serem valorizadas energeticamente.
Ambas as abordagens se enquadram na denominada “biotecnologia industrial” (ou
biotecnologia “branca”), que está atualmente a gerar expectativas de ponta, nomeadamente
devido ao potencial de obtenção de biocombustíveis competitivos e de substituição dos
atuais produtos derivados da refinação do petróleo.
Ao nível das matérias-primas, por outro lado, o melhoramento de espécies vegetais, ainda
que muitas vezes tendo em vista outras aplicações, tem permitido o desenvolvimento de
163
espécies com características condicentes com uma aplicação industrial mais rentável e
sustentável, incluindo no setor energético.
Alguns exemplos de tipo de aplicações biotecnológicas hoje em curso e seus
objetivos são:
Desenvolvimento de microrganismos geneticamente modificados ou melhorados
para fins industriais – “fábricas celulares” (maiores rendimentos de produção de
etanol; maior tolerância ao etanol e a produtos da pré-hidrólise; capacidade para
metabolizar pentoses, ou seja, potencial de utilização de toda a massa vegetal como
matéria-prima).
Desenvolvimento de tecnologias de sacarificação para pré-tratamento de biomassa
lenhocelulósica, possibilitando o aproveitamento industrial de 100% da planta.
Desenvolvimento de processos integrados de produção de bioetanol (sacarificação e
fermentação em simultâneo).
Desenvolvimento de novas enzimas recombinantes com maior estabilidade e
eficiência de conversão de amido ou outros polímeros (ex. celulósicos) em açúcares
fermentescíveis.
Desenvolvimento de tecnologias eficientes de digestão anaeróbia.
Produção de hidrogénio recorrendo a microrganismos fotossintéticos.
Melhoramento genético das características de plantas para fins energéticos
(crescimento mais rápido; maior resistências a condições de stress abiótico e biótico;
alteração da composição química).
A previsão de tendências futuras e perspetivas de novas oportunidades de negócios,
com:
Biocombustíveis – biodiesel e bioetanol;
Valorização energética de biomassa lenhocelulósica;
Valorização energética de resíduos (ETARs e indústrias agropecuárias e
agroalimentares);
Plantações energéticas.
164
O setor da saúde
Como vimos na parte de análise das diferentes subdivisões biotecnológicas, as
empresas representativas da biotecnologia vermelha (ou da saúde) constituem a maior
fonte de emprego e volume de faturação do setor. O número de empregos que gera este
setor tem aumentado e os rendimentos destas empresas atingiram o seu ponto mais alto.
Como se constata no observatório de Bioemprende28, as tendências e as potencialidades
da biotecnologia aplicada ao setor, em comparação com a síntese química, são maiores e
com altas capacidades de investimento em I&D.
Consideram-se como grandes tendências tecnológicas a curto e médio prazo na
aplicação da biotecnologia ao setor da saúde:
O desenvolvimento de fármacos baseados na proteómica e na genómica;
O diagnóstico molecular e o prognóstico de doenças, através do desenvolvimento de
microarrays e biochips de ADN;
A terapia celular e a engenharia de tecidos, desenvolvidos através da engenharia de
órgãos e tecidos e a biomecânica e a utilização de células pluripotenciais;
A terapia genética, através da introdução de material genético em células para
combater ou impedir doenças, sendo esta tendência tecnológica a mais longo prazo
de aplicação, e considerando-se como a base da medicina do futuro.
A biotecnologia não só se aplica à produção de fármacos, mas também ao
desenvolvimento de terapêuticas inteligentes, à busca de novas formas de
administração, à identificação de biomarcadores aplicados à saúde, aos biomateriais (com
possibilidades de reconhecimento molecular ou sensíveis a mudanças biológicas) ou à
descoberta de novas técnicas de avaliação.
São todos estes campos os que abrem enormes possibilidades a novas empresas,
bioempreendedores e bioempresários, onde não é necessário competir pelo espaço
ocupado pelas grandes corporações farmacêuticas (grandes players mundiais com ampla
capacidade de I&D&I), senão encontrar um espaço para a especialização e a identificação
de nichos de mercado que permitam construir apostas sólidas.
28 www.bioemprende.eu
165
Desta forma, o motor e o vetor de desenvolvimento da biotecnologia aplicada ao setor da
saúde será a investigação desenvolvida pelos grupos de investigação e espera-se que o
setor se desenvolva através da criação de novas empresas de base biotecnológica,
prestando serviços e comercializando produtos em nichos de mercado ou através de
empresas altamente especializadas e com um segmento de mercado reduzido para as
expectativas económicas dos grandes grupos.
Será também especialmente importante a criação de mecanismos de proteção da
propriedade industrial, de proteção de resultados e de transferência de tecnologia
(patentes, contratos e licenças) para a comercialização de resultados de investigação por
parte de empresas já estabelecidas e dos grupos de investigação, quando estes resultados
tenham interesse para a indústria farmacêutica de forma genérica e para estabelecer
relacionamentos de cooperação duradouras e de confiança mútua.
11.4. A inovação aberta e a difusão das capacidades
Devido à fraqueza detetada na transferência do conhecimento gerado nos organismos
públicos de investigação e no tecido empresarial, a necessidade de mostrar às empresas
os resultados e as capacidades de investigação deveria ser uma das principais
preocupações de universidades, organismos de investigação e centros tecnológicos.
Entre os instrumentos de que se podem valer os organismos para promover as suas
capacidades destacam-se: o sítio Web das próprias instituições, laboratórios, grupos ou
institutos universitários, a web 2.0 e as redes sociais, a comunicação presencial por parte
dos próprios investigadores ou dos técnicos atribuídos a estas tarefas, entre outros.
Sendo o contacto direto com clientes potenciais o caminho mais direto, os intermediários
organizados em torno das redes de transferência de tecnologia (de difusão tecnológica,
de intercâmbio de conhecimentos, de interação social, de inovação aberta, etc.) constituem
uma via fundamental para aceder à maioria do mercado. Nesta linha, os market place
tecnológicos são uma alternativa eficaz para a promoção e difusão da tecnologia de grande
interesse para os centros públicos de investigação. Trata-se de um local de encontro online
166
para facilitar que empresas e cientistas identifiquem colaboradores em outras empresas ou
instituições29.
Além deste tipo de iniciativas, para gerir a transferência tecnológica é preciso recorrer a
tipologias de agentes como brokers e consultores privados (fundamentalmente
consultores de inovação e transferência de tecnologia ou technology brokers), redes de
inovação aberta nas que as próprias empresas destinatárias da tecnologia são as que levam
a iniciativa de procurar essas tecnologias ou investigações do seu interesse mediante a
proposta de um problema ou desafio tecnológico, ou as redes empresariais, que são
iniciadas por grandes empresas que sentem a necessidade de criar relações mais estáveis
e intensas com os fornecedores do meio científico e tecnológico, tanto académicos como
empresariais.
Em qualquer caso, embora os locais de oferta e procura podem provocar um conhecimento
das oportunidades por um lado, ou por outro, o desenvolvimento da transferência de
tecnologia necessita do contacto pessoal.
À margem das explicações anteriores, e para efeitos práticos de transferência de tecnologia
e conhecimento, o valor de uma rede é a relação entre os seus membros. A confiança
entre os componentes da rede, bem como as suas qualidades, são sem dúvida os ativos
mais valiosos, independentemente do apoio financeiro ou do suporte oficial que tenha por
trás. De facto, muitas relações informais entre técnicos de transferência de tecnologia
possuem uma alta capacidade de resultados ao serem capazes de chegar a muitos
contactos pessoais (efeito viral).
Neste sentido, o desenvolvimento das redes de transferência de tecnologia cresce em
paralelo ao das redes sociais geradas na Internet. São redes que avançam com uma força
imparável no âmbito dos contatos pessoais, como Facebook ou Myspace, ou profissionais,
como Xing ou LinkedIn. Num futuro próximo, sem dúvida, este tipo de iniciativas
convergirão com as redes de transferência de tecnologia existentes hoje em dia para
se complementarem entre si. Prova disso são os grupos específicos que se criam nas
redes sociais da Internet entre membros de universidades, centros tecnológicos ou outras
29 Funciona como um banco de dados organizado, onde reside informação tecnológica organizada e codificada, com o objetivo de aproveitar o conhecimento existente nos âmbitos intensivos em I&D por parte do meio empresarial. Mais que redes de transferência de tecnologia, este tipo de iniciativas incluir-se-iam melhor no conceito de sítio Web tecnológico, que costumam a ter, além de uma proatividade na procura de parceiros tecnológicos.
167
redes de transferência de tecnologia, que veem nestas plataformas outro canal de conversa
para chegar às empresas, as quais encontram também ali o seu espaço.
11.5. A internacionalização como saída da crise nas empresas
biotecnológicas
O cenário atual em que se desenvolve a atividade económica caracteriza-se por uma crise
económica sem precedentes, que afetou de maneira preocupante numerosos países, entre
eles Portugal, e mais concretamente a sua malha empresarial. A queda dos lucros e do
emprego, as dificuldades de acesso ao crédito e a contração dos mercados são aspetos que
marcaram de forma notável o suceder da economia nacional nos últimos anos.
Para superar esta situação e conseguir o sucesso competitivo, uma opção é a potenciação
da estratégia internacionalizadora. Com independência da opção eleita, a conceção de
uma estratégia adequada de saída ao exterior é uma clara fonte de vantagem
competitiva. Portanto, a procura de novos mercados, quer em países onde os efeitos da
crise abrem oportunidades de negócios para setores e empresas mais competitivos que os
agentes já instalados neles, ou quer em países menos afetados pela crise ou com
expectativas de crescimento rápido e significativo, propõe-se como uma alternativa de
avanço interessante para as PME.
Em definitivo, este panorama deve animar as empresas em geral a aproveitar as diversas
iniciativas de internacionalização que existem em diferentes níveis e de diferentes
organismos, de tal maneira que iniciem, com as máximas garantias, um verdadeiro processo
de penetração em mercados exteriores, fazendo valer as suas vantagens competitivas para
além das fronteiras que delimitam o mercado interior, como um dos fatores que podem
contribuir à superação e saída da crise.
A internacionalização deixou de ser uma opção, e converteu-se numa saída à crise
atual e à falta de procura interna. As empresas que se atreveram a sair para o exterior,
assinalam que os fatores que mais as motivaram para se internacionalizaram foi a positiva
evolução da procura externa, seguida pela concorrência em qualidade e o tipo de mudança.
Graças à atual situação é importante animar as empresas a começarem os seus processos
de internacionalização, já que o mercado nacional não é suficiente para amortizar todas as
168
despesas que uma empresa que faz I&D tem e a solução pode vir dos mercados externos.
A ideia de empresa deve ser global e deve inovar durante todo o seu ciclo de vida.
169
12. PROPOSTA ESTRATÉGICA PARA O SETOR BIOTECNOLÓGICO EM
PORTUGAL
12.1. A abordagem da política estratégica. A figura do cluster
A partir do diagnóstico do setor biotecnológico em Portugal retira-se uma série de
conclusões que afeta diretamente o futuro da cadeia produtiva do setor.
Esta análise evidencia a necessidade de criar uma nova figura, agente, que lidere o setor
em Portugal e integre os atores das diferentes etapas da cadeia de valor do setor
biotecnológico do país. Os agentes suscetíveis de integrar esta nova figura são: empresas
do setor, instituições, centros tecnológicos, associações biotecnológicas, parques
tecnológicos, universidades, entre outros.
Este agente deve apoiar a geração e aplicação de conhecimento científico e
tecnológico, bem como a transferência e comercialização de tecnologia neste tema, a fim
de gerar produtos, processos e/ou serviços inovadores em Biotecnologia Aplicada, que
atendam com excelência a procura do mercado, sirvam de base para a criação de novas
empresas e ajudem o desenvolvimento económico de Portugal.
Em definitivo, esta figura tem de impulsionar a articulação do setor e, em particular, a
rede produtiva, apostando em ser o interlocutor entre os principais atores mencionados
anteriormente e a AAdministração pública a todos os níveis, Câmaras municipais, Governo
português, União Europeia, entre outros.
Este agente do qual estamos a falar, a que corresponderia a geração de sinergias, o
impulso da inovação, a melhoria da competitividade, a promoção do setor e a defesa
dos interesses do setor, tem como nome cluster.
A maioria dos Estados-Membros da UE estão atualmente a desenvolver e implementar
políticas de cluster, tanto a nível nacional como regional, como parte da sua política para
responder aos objetivos da Estratégia de Lisboa.
170
Tal como se tem evidenciado em numerosas experiências de cluster de biotecnologia
de sucesso internacional, o desenvolvimento e a competitividade de um cluster implicam
a necessária combinação de esforços em âmbitos tais como a base científica e de recursos
humanos, a estrutura de apoio financeiro (sistema de crédito, capital de risco, etc.), as
estruturas e ações de cooperação e colaboração, entre outros.
A experiência constata que naqueles casos nos que não existia um setor produtivo forte e
bem estabelecido, como é o caso do setor biotecnológico em Portugal, a atuação do setor
público torna-se crucial na altura de realizar e dinamizar este processo. Neste sentido, é
crucial a definição e funcionamento de um mapa de caráter estratégico, no qual o
cluster, agente que se pretende criar para o setor biotecnológico de Portugal, possa
desempenhar um papel crucial como principal interlocutor do setor.
No entanto, em todas aquelas estruturas industriais onde a figura do cluster é positiva e
lidera em certa medida o futuro do setor, emerge outro tipo de agente externo que serve
de apoio e suporte ao plano de ação dirigido pelo cluster, centrando-se portanto em
fomentar o empreendimento e a inovação como os eixos do futuro do setor biotecnológico, e
que este setor seja fonte de crescimento empresarial e emprego em Portugal.
Os últimos avanços na teoria evolucionista da inovação têm evidenciado a relevância das
políticas estratégicas para o desenvolvimento eficaz de setores como o biotecnológico,
num contexto global e de constantes mudanças como o atual. Esta abordagem relativa à
definição e funcionamento de políticas estratégicas implica uma versão alargada do Ciclo da
Vida da Indústria, que parte do caráter evolutivo dos setores ao longo do seu
desenvolvimento. Ao longo das fases desta evolução, coexistem múltiplos e diversos fatores
que podem impulsionar o setor face à sua maturidade.
Estes fatores, que devem ser impulsionados pelo cluster, podem ser abordados como
dimensões da política estratégica e constituem elementos chave para a tomada de decisões
e o estabelecimento de políticas eficazes para o desenvolvimento do setor.
171
12.2. Atuações estratégicas
O objetivo das atuações estratégicas é identificar os grandes objetivos para o âmbito da
biotecnologia, vinculando-os com as ações implantadas que podem ser chaves para o
desenvolvimento do setor e a consecução dos objetivos propostos.
É indispensável contar com um agente, o cluster, que atue como dinamizador do setor
biotecnológico em Portugal, estabelecendo e desenvolvendo uma estratégia que marque
os objetivos, eixos e atuações sobre os quais se direcionará a estratégia que se deve
desenvolver.
A proposta estratégica do cluster tem como objetivo implantar um plano de ação que
posicione o setor biotecnológico em Portugal como um setor de referência na estrutura
económica, não só a nível nacional como internacional.
Eixos estratégicos
A partir da análise que se realizou neste estudo, pode extrair-se uma imagem fiel sobre a
situação do setor biotecnológico em Portugal e dos fatores de sucesso ou chave que
marcarão as grandes linhas de trabalho que determinem os âmbitos de intervenção
considerados como prioritários.
Dada a grande variedade de ações de melhoria decorrentes do diagnóstico realizado,
considera-se conveniente agrupá-las em linhas de atuação de acordo com a natureza e
grau de complementaridade destas, o que permite delinear um plano estratégico com as
suas respetivas linhas de atuação. Por outro lado, essas linhas devem reordenar-se em
eixos que constituirão os pilares do plano de ação do setor biotecnológico: excelência
setorial, reconhecimento do setor e capital humano.
Esta estratégia deve ser dirigida pela figura do cluster mencionada anteriormente,
embora seja certo que o funcionamento das diferentes ações precisem, como comentado
anteriormente, do apoio de outro agente externo que fomente a inovação e o
empreendimento de maneira constante no setor biotecnológico, para se assegurar que este
setor não se torne estanque e continue a modernizar-se e a crescer no que se refere à
criação de empresas e emprego.
172
Os eixos considerados chave para a dinamização do setor biotecnológico em Portugal são:
Nível I: eixos centrais
Eixo I: melhoria da capacidade inovadora. Impulso da I&D&I
Eixo II: expansão comercial. Novos mercados e internacionalização
Nível II: eixo complementar
Eixo III: empreendimento, crescimento e consolidação empresarial
Nível III: eixos instrumentais
Eixo IV: cooperação empresarial. Networking
Eixo V: comunicação e difusão
Estes cinco eixos centram as diretrizes de um plano de ação focado na melhoria da
competitividade das empresas biotecnológicas através de uma melhor informação e
formação dos recursos humanos para contribuir para a inovação (melhoria da estrutura
produtiva, novos produtos e meios de produção que lhes permita aumentar a sua presença
em novos mercados nacionais e internacionais).
Em seguida, apresenta-se o desenvolvimento do plano de ação sugerindo, para cada um
dos cincos eixos, as suas linhas de atuação:
Eixo I: melhoria da capacidade inovadora. Impulso da I&D&I
Os objetivos deste eixo são impulsionar a I&D biotecnológica potencializando a investigação de
técnicas biotecnológicas e o desenvolvimento ou melhoria de produtos e processos decorrentes da
I&D, procurando assim promover projetos tanto individuais como colaborativos de I&D&i entre
empresas ou centros geradores de conhecimento, melhoria nos processos de produção e
comercialização, potenciar o desenvolvimento de novos produtos e consolidar desta forma a I&D&I
biotecnológica em Portugal.
Além disso, deve procura-ser a melhoria ou conhecimento dos agentes do setor sobre gestão da
inovação, das tendências e dos recursos para a I&D&I.
Ações propostas
– Serviços de apoio à investigação.
– Valorização dos resultados de I&D.
– Investigação colaborativa e alianças estratégicas em I&D.
– Identificação de projetos estratégicos de I&D biotecnológica (focados no desenvolvimento de
novos produtos ou melhoria de outros já existentes, novos processos ou melhoria de outros já
existentes).
– Promoção de projetos colaborativos de I&D entre empresas biotecnológicas ou outros agentes
representados na cadeia de valor do setor, centros tecnológicos, associações biotecnológicas,
universidades, entre outros.
– Beneficiar do potencial do sistema I&D de Portugal, potencializando sinergias entre os agentes
representados na cadeia de valor do setor biotecnológico de Portugal.
– Promover a necessidade de planos institucionais públicos para potenciar o setor biotecnológico
em Portugal.
– Planos de formação orientados à gestão empresarial da inovação e das tendências e dos
recursos para a I&D&I.
Eixo II: expansão comercial. Novos mercados e internacionalização
O setor biotecnológico é um setor voltado aos mercados externos. Desde a investigação básica até a
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produção e comercialização de novos produtos biotecnológicos, todo o setor se move sobre a área
internacional, e a capacidade das empresas de atuar e competir neste meio é a chave para o seu
desenvolvimento e viabilidade futura.
É fundamental apoiar o setor biotecnológico através de diversas atuações vinculadas com o fomento
comercial num contexto de mercado de caráter nacional e internacional.
Ações propostas
– Prospeção de mercados internacionais voltada para conhecer novas tendências e recursos no
setor biotecnológico.
– Impulsionar programas de missões/ações comerciais internacionais.
– Promover os agentes participantes na cadeia de valor do setor através da sua presença em
feiras internacionais bio.
– Serviços orientados a fornecer informações sobre potenciais mercados de interesse para os
atores biotecnológicos do setor.
– Suporte à internalização das empresas.
– Ações vinculadas para posicionar as empresas do setor em novos mercados.
– Promover o setor biotecnológico de Portugal no exterior.
– Impulso de novos canais de distribuição e comercialização.
– Criação de uma rede comercial própria para o setor biotecnológico de Portugal.
– Internacionalização da estratégia de transferência.
Eixo III: empreendimento, crescimento e consolidação empresarial
O fomento da cultura empreendedora e o impulso à criação de novas empresas (start-up e spin-off) a
partir de uma crescente transferência tecnológica dos centros de investigação, universidades e
centros tecnológicos são imprescindíveis para o desenvolvimento do cluster.
O setor biotecnológico caracteriza-se, geralmente, por estar formado por pequenas e médias
empresas competitivas a nível nacional e internacional, mas com uma trajetória reduzida no tempo.
Por isso, é igualmente importante a consolidação e o crescimento das empresas existentes, que
solicitam acesso ao financiamento para além das fases de arranque (capital de risco e semente) e
reforço das estruturas de gestão e direção.
O cluster deve desempenhar um papel chave na interação entre investidores e empresas biotec,
facilitando a identificação de oportunidades e participando na avaliação de projetos inovadores.
Também deve facilitar a criação de consórcios empresariais para grandes projetos de I&D e
acompanhá-los para facilitar-lhes o acesso a fundos competitivos nacionais e internacionais.
Ações propostas
– Promover planos de empreendimento no setor biotecnológico.
– Impulso e aproveitamento de sinergias entre os agentes integrantes da cadeia de valor do setor,
ou sinergias entre o setor biotecnológico e outros setores.
– Otimização da logística e processos.
– Absorção e mobilidade de talento próprio do setor bio.
– Programas orientados ao crescimento, melhoria competitiva e consolidação das empresas
biotecnológicas.
– Apoio e procura de financiamento de projetos biotecnológicos.
– Dinamização de parques empresariais biotecnológicos.
– Projetos dirigidos a gerar novas linhas de negócio e aumentar o valor acrescentado.
– Melhoria da formação e o capital humano.
– Estudos da situação do setor biotecnológico em Portugal.
– Promover a transferência da tecnologia de acordo com a procura empresarial.
Eixo IV: cooperação empresarial. Networking
Por cooperação empresarial entendemos o contacto entre duas empresas, da mesma ou de diferente
nacionalidade, com interesses comuns, com a finalidade de chegar a algum tipo de acordo ou
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associação de caráter empresarial.
Os instrumentos que facilitam às empresas a possibilidade de chegar a ditos acordos são muitos e
variados: feiras, missões comerciais, encontros de cooperação ou plataformas online de procura de
parceiros, entre outros.
Com este eixo procura-se fomentar a cooperação e o trabalho em rede entre empresas do setor
biotecnológico e outros setores ou empresas.
Ações propostas
– Impulso de locais biotecnológicos para promover a procura e oferta relacionados com o setor.
– Promover a cooperação entre os agentes e empresas biotecnológicas do setor com a finalidade
de atingir objetivos comuns.
– Impulsionar convénios/acordos entre agentes de outros setores e as empresas e atores da
cadeia de valor do setor bio.
– Dinamização de uma rede de comercialização nacional com o objetivo de conhecer a procura de
outros setores e assim projetar um plano operativo de oferta que se adapte às necessidades do
mercado.
– Ações encaminhadas a proporcionar a cooperação empresarial para desenvolver ações
científicas e tecnológicas.
Eixo V: comunicação e difusão
Este eixo está projetado para promover e comunicar todos aqueles aspetos relevantes impulsionados
pelo setor biotecnológico de Portugal. Procura dar apoio, em matéria de comunicação, às empresas
biotecnológicas para promover as suas capacidades, projetos executados ou em curso, procura ativa
de parceiros, entre outros.
Além disso, pretende apoiar a difusão dos eventos organizados pelas instituições, parques
empresariais, parques tecnológicos, associações, ou eventos do próprio cluster, entre outros.
Um dos objetivos deste eixo é aproximar a biotecnologia da sociedade.
Ações propostas
– Desenvolvimento de planos de comunicação para as empresas ou integrantes da cadeia de valor
do setor biotecnológico.
– Formação específica para os atores do setor em matéria de comunicação.
– Promoção dos projetos impulsionados pelos agentes e empresas biotecnológicas.
– Novas tendências em comunicação. Sociedade 2.0
– Ações orientadas a aproximar a biotecnologia da sociedade.
– Dinamizar o setor biotecnológico através de ações concretas de comunicação.
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13. REFLEXÕES FINAIS
A mudança que se está a produzir no paradigma de consumo (diminuição do crescimento do
consumo de bens materiais e desmaterialização do consumo) constitui uma nova
oportunidade para os mercados globais e um enorme potencial de desenvolvimento das
aplicações na área da saúde e do bem-estar em todos os países industrializados.
Uma das conclusões retiradas deste trabalho é que existe um potencial a ser explorado
no que se refere ao aproveitamento de biotecnologias por parte de setores
importantes da indústria portuguesa. Assim, as recomendações principais do estudo são
na linha da criação de um mecanismo dedicado à prospeção contínua, a nível nacional e
internacional, de tecnologias que potencialmente venham a preencher as necessidades
tecnológicas das empresas portuguesas e ajudá-las a agarrar as oportunidades de inovação
que apareçam. Além disso, esta nova ferramenta deverá proporcionar informações sobre a
dimensão do setor em Portugal, caracterização do mesmo, principais tendências
empresariais, etc.
Para resolver alguns dos problemas mencionados anteriormente, é essencial manter os
níveis de investimento em investigação e que esta seja uma prioridade estratégica do
país assumida por todas as instituições e forças políticas. Mas, é igualmente importante
que se aumente a eficácia dos fundos investidos, evitando as duplicidades e a
dispersão de recursos.
Por outro lado, deve facilitar-se a criação e o crescimento empresarial, mediante a
eliminação de entraves burocráticos e o impulso de medidas fiscais que tenham em
consideração as especificidades do setor e favoreçam o financiamento. É essencial que se
ampliem as deduções fiscais a investimentos em investigação e que se facilite o acesso
a fundos financeiros sem procura de avais que o tornem impossíveis de enfrentar.
A indústria biotec precisa de um enquadramento de atuação que assegure a sua
sustentabilidade e incentive a atividade inovadora que a caracteriza, base do seu
negócio, dirigida a contribuir com soluções para doenças em muitos casos, hoje em dia,
incuráveis. Por isso, considera-se que deveriam ser excluídos destes cortes os produtos
mais inovadores como são os biotecnológicos e os medicamentos órfãos,
176
especialmente sensíveis a estas medidas, já que a sua investigação requer um esforço
adicional porque estão indicados para um grupo reduzido de pacientes.
O governo deve atuar como força de tração da inovação aplicando de maneira ativa o
seu poder de compra pública e deve velar para que as empresas inovadoras tenham uma
participação compatível à sua liderança científica na compra pública do Estado. Como país,
não se pode permitir que os seus investimentos em investigação gerem o conhecimento
para elaborar um novo fármaco ou um novo sistema de diagnóstico e que, a seguir, a falta
de critérios unificados entre departamentos não permita introduzir essas inovações
no Sistema Nacional de Saúde.
Por outro lado, as várias fraquezas frequentemente apontadas no sistema científico nacional
não só se confirmam, como têm um reflexo profundo na capacidade das grandes empresas
absorverem inovação biotecnológica.
Outra das debilidades mais significativas da indústria biotecnológica portuguesa é a falta de
motivação dos investigadores e instituições académicas para contribuírem para a resolução
de problemas de relevância económica, que dificulta uma harmonização de linguagem,
cultura e objetivos entre o âmbito académico e as indústrias. Mas, também se verificam
problemas que se opõem especificamente à endogeneização da inovação biotecnológica
por parte de um ou de outro setor. Torna-se clara a falta de massa crítica ou tradição
académica relativamente a determinados âmbitos da biotecnologia.
Como já foi anteriormente comentado, está a acontecer uma importante fuga de cérebros
de Portugal para outros países e em paralelo uma importante carência de capacidade para
atrair talento estrangeiro, fundamentalmente no campo da gestão. Este tipo de aspetos
supõem uma desmotivação do pessoal, que se vê atraído a sair para o estrangeiro, a
desenvolver as suas atividades investigadoras pela falta de oportunidades no mercado local,
uma incapacidade das empresas para cobrir as suas necessidades de recursos humanos
formados e, sobretudo, um financiamento por parte do governo português da formação de
ativos que depois não geram retorno ao seu país.
Este trabalho não pretende dar soluções para todos os problemas, mas sim concluir que
existem pontos de intervenção que devem ser vistos como prioritários e que estão ao
alcance das empresas, dos governos e das suas agências e instituições científicas.
177
É importante também abordar a valorização do conhecimento gerado nas instituições
científicas e académicas, através da constituição de empresas de base tecnológica e spin-
offs, a assinatura de acordos de cooperação e de fornecimento de serviços tecnológicos
com as empresas do setor e as operações com a carteira de títulos de propriedade industrial
destes agentes.
A internacionalização deixou de ser uma opção e converteu-se numa saída à crise
atual e à falta de procura interna. É importante animar as empresas a começarem os seus
processos de internacionalização já que o mercado nacional não é suficiente para amortizar
todas as despesas que uma empresa que faz I&D tem, e a solução pode vir dos mercados
externos. A ideia de empresa deve ser global e deve inovar durante todo o seu ciclo de
vida.
Tornou-se evidente ao longo deste estudo a necessidade de criar uma nova figura que
lidere o setor biotecnológico em Portugal e integre os atores das diferentes fases da
cadeia de valor. Este agente servirá de apoio na geração e na aplicação de conhecimento
científico e tecnológico, bem como na transferência e comercialização de tecnologia nesta
matéria, com a finalidade de gerar produtos, processos e/ou serviços inovadores em
biotecnologia, favorecendo a articulação do tecido produtivo setorial e apostando em ser
interlocutor perante a Administração pública a todos os níveis. Para o desenvolvimento
destas ações este novo agente deverá apoiar-se em figuras externas que lhe deem
suporte no projeto e na implementação das suas linhas estratégicas e na busca de sinergias
com outros agentes do sistema.
O Programa-Quadro de Investigação e Inovação da Comissão Europeia conhecido como
Horizonte 2020, que assinala que a biotecnologia é uma das seis tecnologias capacitadas
para impulsionar a economia europeia, apresenta-se como uma importante oportunidade
para financiar atividades de I&D&I neste âmbito e estabelecer uma ligação com as
prioridades da União Europeia quanto à política científica e tecnológica seguida em
Portugal.
Já que se considera que a biotecnologia é um instrumento importante para encarar os
grandes desafios da UE em agricultura sustentável, segurança alimentar, eficiência
dos recursos da bioeconomia, a previdência e o bem-estar da população, abordam-se
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neste programa vários temas, como o financiamento da investigação e da inovação
biotecnológicas, a colaboração entre os setores público e privado e um enquadramento
jurídico coerente e viável que garanta que as ideias e os produtos inventados na Europa se
comercializem na Europa.
179
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