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BIOMA PANTANAL
|04 de Dezembro de 2014 | atualizado em 05/12/2014
Carne com sabor de Pantanal No bioma 87% preservado, onde bois,
pacas e jacars convivem, Korin(*) lana um novo produto orgnico
(**)
POR SEBASTIO NASCIMENTO
| O bovino do Pantanal, regio onde a rea preservada de 87% quem
garante a Embrapa , acaba de virar marca de carne natural gourmet
(Foto: Valdemir Cunha/Ed. Globo)
O gado nelore, dcil, porm no muito, convive amistosamente com
pacas, veados, onas, jacars e outros bichos no
belo e hostil Pantanal. Come pastagem nativa ou antropizada
livres de agrotxicos, e adubos qumicos no solo so
proibidos. Ureia na engorda, antibiticos, nem pensar. A boiada
enfrenta seis meses de seca brava e passa a outra
metade do ano com o casco submerso. Devido s chuvas que caem a
cntaros, costumeiramente levada por uma
comitiva de pees para um local seguro. Essa , em resumo, a
rotina da pecuria pantaneira. H 250 anos.
O bovino do Pantanal, regio onde a rea preservada de 87% quem
garante a Embrapa , acaba de virar marca de
carne natural gourmet. A Korin, empresa de Ipena (SP), pioneira
na produo em escala de alimentos orgnicos, como
aves e ovos, faz sua estreia no mercado de carne bovina lanando
uma linha sustentvel em cujo rtulo est retratado o
cenrio pantaneiro. A Korin um dos elos recentes da parceria que
a Associao Brasileira de Produtores Orgnicos
(ABPO) e o WWF-Brasil, ONG ambientalista, firmaram h dez anos
para a produo de carne certificada. Orientando e
avalizando o trabalho no campo est a Embrapa Pantanal, que criou
uma cartilha chamada Fazenda pantaneira
sustentvel com instrues aos pecuaristas e cujo foco est na
produo de um alimento saudvel, saboroso e em escala.
Ao mesmo tempo, objetiva a preservao da cultura do homem
pantaneiro e do ecossistema secular quase imaculado.
O acesso ao mercado fecha um crculo cujo objetivo manter o
pantaneiro numa das nicas atividades rentveis na
regio, a pecuria, explica Reginaldo Morikawa, diretor da Korin.
A inteno abater 400 animais por semana at o
final de 2015, informa Marcelo de Barros, de 31 anos, que, junto
ao pai Nilson, de 61, faz cria, recria e engorda em duas
fazendas do Pantanal. A Korin entende de mercado e sabe o que o
consumidor deseja. o que faltava para ns que
trabalhamos muito bem da porteira para dentro.
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A Korin adentrou o Pantanal e durante trs anos estudou as
propriedades. Paralelamente, constatou a lacuna no varejo
pela carne bovina natural.
(*) Korin uma empresa paulista que comercializa produtos
(vegetal/animal) orgnicos. (**) Produtos orgnicos produtos
elaborados/plantados/criados sem a utilizao de agrotxicos,
fertilizantes artificiais, antibiticos, corantes no naturais.
http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Boi/noticia/2014/12/carne-com-sabor-de-pantanal.html
Conheam o Pantanal Sebastio Nascimento e o fotgrafo Valdemir
Cunha colhem momentos de tristeza e de alegria pantaneiras POR
SEBASTIO NASCIMENTO
Estivemos no Pantanal na semana passada. Eu e o fotgrafo
Valdemir Cunha. Ele colheu alguns momentos de tristeza e
alegria pantaneiras. Eu no preciso dizer mais nada. o Pantanal
maravilhoso.
As fotos do veadinho recm nascido e do tatu canastra so do
pecuarista Marcelo de Barros. Repito sempre: conheam o
Pantanal.
Abandonado pela prpria me
Peo carrega o bezerrinho a caminho do "orfanato" (Foto: Valdemir
Cunha/Ed. Globo)
No colo de um peo, o bezerrinho estava
sendo levado para o orfanato, local
onde se reuniria com outros pequenos
para recomear a vida. que ele havia
sido abandonado pela me no pasto. Foi
o que me explicaram os trabalhadores,
entre eles o Tio, meu xar, e os
fazendeiros Nilson de Barros e Marcelo,
pai e filho. Ele permanece uns trs
meses no orfanato e depois retorna para
o rebanho, me disse Marcelo. A foto foi
tirada na fazenda Santa Janete, a 60
quilmetros de Rio Verde.
Veadinho recm-nascido
O veadinho-campeiro recm-nascido (Foto: Marcelo de Barros/
Acervo pessoal)
Retornvamos de Rio Verde para Campo
Grande quando Marcelo pediu repentina-
mente para brecar o carro. Desembarcou e
correu para um pedao de mata. M-quina s
mos, fotografou um veadinho-campeiro que
tinha acabado de nascer. Mamfero, o veado-
campeiro pode ser encontrado nas regies Sul
e Centro-Oeste, em especial no Pantanal Mato-
Grossense. Sua pelagem marrom na regio
do dorso e branca ao redor da boca, dos olhos
e na barriga. Muito, muito bonito
Impressionante: a me caminhava at uns 50
metros, observava ao redor e retornava
serelepe para ver se tudo estava bem com o
filhotinho.
Marcelo fez a foto rapidamente para no preocupar a me.
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Tatu-canastra
O tatu-canastra correndo para a toca (Foto: Marcelo de Barros/
Acervo pessoal)
Marcelo de Barros fotografou o tatu-canastra. difcil ver a
espcie no
Pantanal, Marcelo me conta que o tatu-canastra pode medir mais
de 1
metro de comprimento. Ele possui os sentidos e a viso pouco
desen-
volvidos. Seu olfato, no entanto, em busca de alimento,
aguado.
Preste ateno: Marcelo disse que um pouco depois, o animal,
que
estava escavando a terra, nela adentraria e permaneceria por um
bom
tempo.
Senhores, eu vi !!!!
http://revistagloborural.globo.com/Colunas/sebastiao-nascimento/noticia/2014/11/conhecam-o-pantanal.html
Edio 183 - Fevereiro 2012
Descaso com nascentes e rios ameaa o Pantanal Aldem Bourscheit
Jornalista do WWF-Brasil
Estudo indito englobando Brasil, Bolvia, Paraguai e Argentina
aponta reas que precisam de mais ateno para garantir a sobrevivncia
da maior plancie alagvel do Planeta, de populaes e de economias
A conservao da Bacia do Rio Paraguai e a sobrevivncia do
Pantanal esto ameaadas, principalmente pela degradao de nascentes e
barramento de rios que fluem de reas de planalto (Cerrado) para a
plancie pantaneira.
Por isso, a indita Anlise de Risco Ecolgico da Bacia do Rio
Paraguai lanada s vsperas do Dia Mundial das reas midas (2 de
Fevereiro), evidenciando que metade dos ambientes aquticos (rios,
nascentes, lagoas e afins) a bacia pantaneira est sob alto e mdio
risco ambiental, e que 14% dela necessitam ser protegidos com
urgncia, por sua grande capacidade de fornecer gua e manter os
ciclos de cheias e vazantes que do vida ao Pantanal.
O estudo contou com mais de 30 especialistas dos quatro pases e
exigiu trs anos de esforos, evidenciando tambm que essas reas (em
vermelho e amarelo no mapa) esto majoritariamente em pores elevadas
nas bordas da bacia e so as maiores fornecedoras de gua plancie,
rea que ainda apresenta boas condies ecolgicas. Conhecendo a sade
do Pantanal podemos nos antecipar a problemas futuros, como o das
mudanas climticas, mas a sade pantaneira est ameaada por aes em
curso, no presente, ressaltou Glauco Kimura, coordenador interino
do Programa gua para a Vida do WWF-Brasil.
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As principais ameaas Bacia do rio Paraguai so o desmatamento e o
manejo inadequado de terras para agropecuria, causadores de eroses
e sedimentao de rios, por exemplo. Barramentos hidreltricos esto
alterando o regime hdrico natural do Pantanal. O crescimento urbano
e populacional seguido por mais obras de infraestrutura, como
rodovias, barragens, portos e hidrovias, colocando em risco o frgil
equilbrio ambiental pantaneiro.
Essas ameaas interagem em conjunto ou isoladamente em cada regio
mais crtica analisada: cabeceiras e tributrios no Cerrado e Bosque
Chiquitano brasileiros; Mata Atlntica da Bacia do rio Paraguai;
Eixo de Desenvolvimento Salta/Jujuy; e Puerto Suarez e vale do
Tucavaca (Bolvia).
Apenas 11% (ou 123.600 Km) da bacia esto protegidos de alguma
forma, e meros 5% (56.800 Km) sob proteo integral, em parques
nacionais ou estaduais e estaes ecolgicas. Alm disso, as mais de
170 reas protegidas no esto distribudas de forma adequada para
proteger as regies que mais fornecem gua, ou as mais ricas em
biodiversidade.
O estudo, realizado em parceria pelo WWF, The Nature Conservancy
e Centro de Pesquisas do Pantanal, com apoio do HSBC e Caterpillar,
um forte alerta para que pases, estados e municpios adotem uma
agenda de reduo de riscos e revertam modelos insustentveis de
desenvolvimento. No h mais espao para uma cultura de abundncia e de
desperdcio, como se houvesse um estoque infinito de florestas
nativas para derrubar, de gua onde lanar poluentes e de terras para
minerar. A Bacia do rio Paraguai e o Pantanal no devem ser
protegidos apenas pelas incontveis espcies de animais e plantas l
abrigados, pelas belezas e servios ambientais que oferecem, mas
tambm porque da sade regional dependem mais de oito milhes de
pessoas e economias hoje focadas em 30 milhes de cabeas de gado e
quase 7 milhes de hectares plantados, rea equivalente a um tero do
estado de So Paulo.
Recomendaes
O Pantanal, alm de ser um abrigo natural de espcies e mantenedor
de populaes e economias, tambm uma preciosa reserva estratgica de
gua doce, ainda mais importante frente ao futuro incerto das
mudanas climticas.
Logo, alterar modelos de desenvolvimento e criar mais reas
protegidas (pblicas e privadas), especialmente em regies de
cabeceiras, so aes inteligentes e estratgicas para os quatro pases
responsveis por sua manuteno, bem como desenvolver uma agenda de
adaptao da bacia s alteraes do clima.
A pecuria extensiva precisa de maior apoio tcnico e econmico
para que melhores prticas cheguem aos produtores, como conservao de
gua e solo, manejo e recuperao de pastagens e integrao
lavoura-pecuria. O plantio direto na palha uma boa alternativa,
porque protege o solo da chuva e dos ventos, mantendo-o mais rico e
produtivo. Mesmo assim, persiste o uso extensivo de agrotxicos em
culturas como a da soja, venenos que chegam aos rios que abastecem
o Pantanal, comentou Kimura.
Alm da agropecuria, a bacia tem importantes reas de minerao,
destacando-se regies andinas como a de Potos (Bolvia), de extrao de
gs natural, na transio do Chaco para os Andes, de ouro e diamantes,
no Mato Grosso, e ainda de ferro, mangans e calcrio, no Mato Grosso
do Sul. No caso de hidreltricas em operao, o caminho implantar
esquemas de operao que mantenham os ciclos de cheias e vazantes de
modo semelhante ao natural. Para barragens em planejamento,
necessrio avaliar seus impactos cumulativos nos rios e na bacia,
apontando quais reas podero ou no arcar com esses custos ambientais
sem prejudicar o Pantanal.
Barramentos ameaam a durao e a intensidade dos ciclos de cheias
e vazantes, colocando em cheque a vida, economias e populaes que
dependem do equilbrio ecolgico do Pantanal. Reservatrios alteram a
circulao de nutrientes as emisses de Gases de Efeito Estufa,
parmetros que precisam ser mais bem dimensionados, destacou Albano
Arajo, coordenador da Estratgia de gua Doce do Programa de
Conservao da Mata Atlntica e das Savanas Centrais da The Nature
Conservancy.
Notas: 1) O rio Paraguai nasce na regio de Diamantino (MT) e
percorre 2,6 mil quilmetros at encontrar o Rio Paran, j em
Corrientes (Argentina). Sua bacia cobre 1,2 milho de quilmetros
quadrados em quatro pases, rea com quase o tamanho do Estado do Par
e altamente diversificada em termos de ecossistemas e de realidades
socioeconmicas.
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2) A avaliao dos riscos ecolgicos de uma bacia hidrogrfica
essencial para se estimar sua capacidade de recuperao frente aos
impactos esperados do aquecimento global, pois algumas ameaas
podero ganhar fora em detrimento de outras. Alm disso, ecossistemas
naturais, atividades econmicas, cidades e pessoas, todos esto
vulnerveis s mudanas climticas eu maior ou menor grau. Esse estudo
justamente visa compreender quais so os riscos atuais aos
ecossistemas aquticos da Bacia do Paraguai e como podemos nos
preparar a um futuro de incertezas.
3) A Embrapa estimou (2008) em US$ 112 bilhes por ano os servios
ambientais prestados gratuitamente pelo Pantanal. Logo, vale muito
mais manter a regio preservada do que zone-la com agropecuria, cujo
lucro estimado seria de apenas US$ 414 milhes anuais.
O WWF-Brasil uma organizao no-governamental brasileira dedicada
conservao da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade
humana com a conservao da biodiversidade e promover o uso racional
dos recursos naturais em benefcio dos cidados de hoje e das futuras
geraes. O WWF-Brasil, criado em 1996 e sediado em Braslia,
desenvolve projetos em todo o pas e integra a Rede WWF, a maior
rede independente de conservao da natureza, com atuao em mais de
100 pases e o apoio de cerca de 5 milhes de pessoas, incluindo
associados e voluntrios.
http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=2663
Dados Gerais do Pantanal Aspectos Gerais: O Pantanal, uma das
maiores plancies de sedimentao do mundo, ocupa grande parte do
centro oeste brasileiro e se estende pela Argentina, Bolvia e
Paraguai, onde recebe outras denominaes. Dificilmente pode ser
estabelecido um clculo exato de suas dimenses, sabendo-se porm que
a poro brasileira, localizada em partes dos Estados do Mato Grosso
e do Mato Grosso do Sul, est estimada em cerca de 150.000 km2.
Essa imensa plancie, levemente ondulada, pontilhada por raros
morros isolados e rica em depresses rasas, tem seus limites
marcados por variados sistemas de elevaes, como chapadas, serras e
macios e cortada por grande quantidade de rios, todos pertencentes
Bacia do Rio Paraguai.
Situado no centro do Continente Sul-Americano, o Pantanal
circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por
terrenos de altitude entre 600-700 m, estende-se a oeste at os
contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas
plancies pampeanas centrais. As terras do entorno, muitas delas de
origem sedimentar ou formadas por rochas solveis e friveis,
continuamente erodidas pela ao do vento e das guas, fornecem enorme
quantidade de sedimentos que so depositados na plancie, num
processo contnuo de entulhamento. Formam-se assim terrenos de
aluvio, muito permeveis, de composio argilo-arenosa.
Na paisagem pantaneira, a fisionomia altera-se profundamente nas
duas estaes bem definidas do ano : a seca e a chuvosa. Durante a
seca, nos campos extensos cobertos predominantemente por gramneas e
vegetao de cerrado, a gua de superfcie chega a escassear,
restringindo-se aos rios perenes, com leito definido, s grandes
lagoas prximas a esses rios e a algumas lagoas menores e banhados
em reas mais baixas da plancie. Em muitos locais torna-se necessrio
recorrer aos estoques subterrneos, utilizando-se bombas manuais e
moinhos de vento para garantir o fornecimento s casas e bebedouros
de animais domsticos.
Os tons pardo-acinzentados da vegetao ressequida no s so
substitudos pelo verde nos terrenos prximos gua superficial ou
abastecidos pelo lenol fretico.
As primeiras chuvas da estao caem sobre um solo seco e poroso e
so facilmente absorvidas. Com o constante umidecimento da terra a
plancie rapidamente se torna verde devido ao rebrotamento de
inmeras espcies resistentes falta d gua dos meses precedentes.
Em poucos dias o solo se encharca e no consegue mais absorver a
gua da chuva que passa a encher os banhados, as lagoas e
transbordar dos leitos mais rasos, formando cursos de localizao e
volume variveis.
Esse grande aumento peridico da rede hdrica no Pantanal, a baixa
declividade da plancie e a dificuldade de escoamento das guas pelo
encharcamento do solo, so responsveis por inundaes nas reas mais
baixas, o que confere regio um aspecto de imenso mar interior.
Somente os terrenos mais elevados e os morros isolados sobressaem
como verdadeiras ilhas cobertas de vegetao, onde muitos animais se
refugiam procura de abrigo contra a subida das guas.
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Localizao: No corao da Amrica do Sul, entre os paralelos 16 e 22
graus de longitude sul e os meridianos 55 e 58 graus de longitude
oeste.
rea: Ocupa uma rea na regio Centro Oeste do Brasil de 189 mil
quilmetros quadrados, conforme o Dicionrio Geogrfico do IBGE, dos
quais 63% em Mato Grosso do Sul e 37% em Mato Grosso.
Altitude: Mdia de 110 metros.
Declividade: De 6 a 12 cm por quilmetro no sentido leste-oeste e
de 1 a 2 cm por quilmetro no sentido norte-sul.
Temperatura: O clima tipo quente no vero, com temperatura mdia
em torno de 32C e frio e seco no inverno, com mdia em torno de 21C,
ocorrendo ocasionalmente, geadas nos meses de julho e agosto. A
precipitao pluviomtrica anual est entre 1.000 e 1.400 mm, sendo
dezembro e janeiro os meses mais chuvosos. No vero, entre outubro e
maio, poca das chuvas, as terras so literalmente inundadas. Podemos
dividir o clima na regio tambm em quatro estaes distintas: seca (de
junho a setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (de
janeiro a maro) e vazante (abril e maio).
Umidade relativa do ar: De 50% 60% no inverno e em torno de 80%
no vero.
Chuvas: Diluvianas de Novembro a Fevereiro, quando se registram
por ms de 150mm 300mm. De Julho a Agosto (seca), entre 5mm e
50mm.
Geologia: AB'SABER (1988), em um extenso trabalho sobre a origem
do Pantanal Matogrossense, desenvolve a idia de que o que hoje uma
depresso teria sido no passado uma vasta abbada de escudo, que
funcionava como rea de fornecimento detrtico para as bacias
sedimentares do Grupo Bauru (Alto Paran) e Parecis.
Hoje o Pantanal Matogrossense se caracteriza por extensas
plancies de acumulao, com cotas inferiores a 200 metros. Sua evoluo
pretrita, atual e futura est submetida s condies das reas elevadas
que o rodeiam, pois estas constituem sua fonte de gua e sedimentos
(Godi Filho, 1986).
Clima e Solo No Pantanal, o clima predominantemente tropical,
apresenta caractersticas de continentalidade, com diferenas bem
marcantes entre as estaes seca e chuvosa. Localizada na poro
centro-sul do Continente Sul-Americano, a regio no sofre influncias
ocenicas, mas est exposta invaso de massas frias provenientes das
pores mais meridionais, com penetrao rpida pelas plancies dos
pampas e do chaco. A temperatura usualmente alta, pode baixar
rapidamente e at haver ocorrncias de geadas, ficando as mnimas ao
redor de 0 enquanto as mximas atingem quase 40. As mdias anuais
registradas, em torno de 25, tm como mnima 15 e mxima 34.
De abril a setembro a estao seca ou inverno, com chuvas raras e
temperatura bastante agradvel. Durante o dia pode fazer calor, mas
as noites so frescas ou frias. Com o incio das chuvas, geralmente
em outubro, comea o vero que se prolonga at maro. A temperatura,
bastante elevada, s cai durante e logo aps as pancadas fortes,
voltando a subir at que novamente as grossas massas d gua desabem
sobre a regio. quando o Pantanal, mido e quente, se transforma em
imenso alagado onde os rios, banhados e lagoas se misturam. A
partir de maro o nvel das guas vai baixando e o Pantanal comea a
secar. No pice da seca, entre julho e setembro, a gua fica restrita
aos leitos dos rios ou aos banhados e lagoas localizadas em pores
baixas da plancie, em permanente comunicao com os rios ou com o
lenol fretico.
O regime de chuvas determina uma alternncia nas condies do solo,
que alagado no vero e seco no inverno. H regies altas que nunca so
atingidas pelas cheias, regies baixas que ficam quase sempre
submersas e regies de altitude intermediria, que se apresentam
secas a maior parte do ano e alagadas durante alguns meses.
Por sua composio predominante argilo-arenosa os solos do
Pantanal so caracterizados como pobres em sua parte mais profunda,
mas como muito frteis na camada superficial, graas deposio de
matria orgnica resultante da decomposio de restos animais e
vegetais. Elementos da Paisagem A paisagem do Pantanal
caracterizada por terrenos muito vastos e planos, onde se
sobressaem elevaes como a as cordilheiras, os morros isolados e as
serras, e depresses pouco profundas, a maioria preenchida durante
grande parte do ano por gua dos rios, lagoas e banhados. A altitude
mdia de toda essa imensa plancie pouco superior a 100 m. Sua
cobertura vegetal predominante aquela caracterstica dos campos
limpos e cerrados e das matas.
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CAMPOS: So as formaes mais frequentes no Pantanal, podendo se
apresentar sob dois aspectos diferentes : em regies no inundveis,
de solo cido e pobre, encontram-se os campos cerrados, onde a
vegetao pouco densa representada por espcies permanentes e efmeras.
Entre as permanentes, encontram-se arbustos e rvores de porte mdio,
caracterizados por troncos e galhos tortuosos, casca grossa e
folhas coriceas ou cobertas de pelos. O grupo das efmeras
compreende inmeras ervas e gramneas.
Em regies mais baixas, sujeitas a inundaes, os campos cerrados
so substitudos por campos limpos ou campinas sem rvores, onde raras
plantas lenhosas arbustivas ocorrem em meio a um tapete de capins.
So excelentes pastagens naturais para o gado e para muitos
herbvoros silvestres. MATAS: Sobressaindo por entre a vegetao dos
campos veem-se conjuntos muito diversificados de vegetais, formados
por rvores de grande porte, arbustos, vegetao rasteira e
trepadeiras. Podem se apresentar sob dois aspectos :
Matas ciliares ou galerias, encontradas margeando os rios e se
estendendo por reas mantidas midas pelos cursos d gua;
Capes, ou manchas de vegetao de porte alto, encontradas nas
partes elevadas das ondulaes da plancie, onde o solo rico e o
abastecimento da gua garantido pelo lenol subterrneo. SERRAS: So as
elevaes de maior altitude na regio, chegando a 1000m de altitude
como o Macio do Urucum, formadas por terrenos rochosos, calcrios e
secos. A cobertura vegetal constituda por espcies comuns do
cerrado, entremeadas por vegetao tpica de caatinga, tanto mais
frequente quanto mais elevado e pobre for o terreno. Podem
apresentar manchas de pastagens naturais em suas encostas. MORROS
ISOLADOS: Espalhados em alguns pontos da plancie, como elementos
isolados, encontram-se elevaes de pequena altura, com 150 a 200m em
mdia e formato geralmente arredondado. So tambm chamados de
inselbergues, pois durante a poca das cheias destacam-se nas reas
inundadas, como verdadeiras ilhas cobertas de vegetao. No sop
desses morros isolados a vegetao semelhante a dos capes e do
cerrado. Nas proximidades do topo, o terreno cada vez mais
pedregoso e seco coberto por espcies tpicas de caatinga, como
ocorre nas serras.
RIOS: So cursos d gua de leito definido, de volume bastante
varivel conforme a poca do ano, limitados por praias arenosas,
barrancos, campos firmes ou alagadios. Com guas geralmente
barrentas, que no correm com muita velocidade, esses rios de
plancie apresentam numerosos meandros e afluentes, onde so comuns
os bancos de areia e raras as corredeiras e os leitos rochosos.
Suas margens so cobertas por vegetao de campo limpo, de cerrado, de
mata ou de brejo. No Pantanal so conhecidos como corixos os cursos
d gua menores, de volume e leito variveis conforme a poca do ano,
mas que correm o ano todo, alimentados por um rio de grande porte.
Durante a estao seca podem se reduzir a filetes d gua, enquanto que
na cheia ficam to volumosos que se confundem com os rios
principais. Nesta poca, tambm nas vazantes como so conhecidos os
canais de comunicao ou de drenagem entre os rios e lagoas,
encontra-se grande quantidade de gua. Na estao seca porm, ela
praticamente
Vegetao: A diversidade de condies ambientais determina uma
grande variedade de tipos de vegetao, designada por alguns autores
com complexo do Pantanal por considerarem que essa denominao
exprime o complexo de condies e de tipos de vegetao ali existentes
(Ferri, 1980). Na verdade, o Pantanal se nos afigura como o lugar
onde todos os tipos de vegetao do continente vm fundir-se,
aparecendo na vasta rea amostras de cada um deles e, em certos
pontos, verdadeira mistura (Gonzaga de Campos, 1912).
Nas regies de altitude intermediria, onde o solo arenoso e cido
e a gua retida apenas no sub-solo, encontra-se vegetao tpica de
cerrado. Os elementos predominantes neste tipo de formao so as
rvores de porte mdio, de casca grossa, folhas recobertas por pelos
ou cera e razes muito profundas. Elas se distribuem no muito prximo
uma das outras, entremeadas de arbustos e plantas rasteiras,
representadas por inmeras espcies de ervas e gramneas. Na poca da
seca, como proteo contra a dessecao, muitas rvores e arbustos
perdem totalmente os ramos e folhas; outros limitam-se a derrubar
as folhas, mas os ramos persistem e podem florescer. Nessa poca
comum a prtica de queimadas nas fazendas, para limpar o campo das
partes secas da vegetao. Realizada de maneira controlada, a
queimada, no de todo prejudicial, como seria em outros ambientes,
pois estimula o rebrotamento de muitas plantas do cerrado. No
entanto, se o fogo se alastrar repentinamente por outras reas,
muitos animais e vegetais podero ser inutilmente sacrificados.
Assim, essa prtica s ser aconselhvel se puder ser executada com
bastante cuidado.
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Em regies mais baixas e midas, onde as gramneas predominam,
encontram-se os campos limpos, pastagens ideais para a criao do
gado que l convive em harmonia com muitas espcies de animais
silvestres. Em pequenas elevaes, quando o solo rico, encontram-se
capes de mato formados por rvores de porte elevado, como aroeira,
imbiruu, angico, ips. Hidrografia: A principal bacia hidrogrfica a
do rio Paraguai com 1400km de extenso. Os principais afluentes do
rio Paraguai so: So Loureno (560km), o Miranda (264km) e Taquari
(850km). A Bacia Hidrogrfia do Alto Paraguai te, como base a cota
de 200m acima do nvel do mar (a.n.m.). Compreende uma rea de
107.400 km, o que corresponde a 24% da rea total do Estado. Regies
Inundadas do Pantanal Os alagamentos no Pantanal so peridicos e,
medida em que se verifica uma mudana na topografia, percebe-se uma
diferenciao idntica nos perodos de tempo em que cada poro permanece
inundada durante o ano. Fauna: So aproximadamente 280 espcies de
peixes, 90 de mamferos, 600 de aves e 50 de rpteis. Flora: So
aproximadamente 1500 espcies de plantas estimadas pela EMBRAPA.
Curiosidades sobre o Pantanal A maior cobra do Pantanal a sucuri
amarela. Mede at 4,5 metros e se alimenta de peixes, aves e
pequenos mamferos.
Tuiui, ave-smbolo do Pantanal, tem mais de 2 metros de
envergadura com as asas abertas.
O jacar do Pantanal mede at 2,5 metros de comprimento,
alimentando-se principalmente de peixes.
O maior peixe do Pantanal o ja, um bagre gigante que chega a 1,5
metro de comprimento, pesando at 120 quilos.
O Pantanal apresenta grande diversidade de espcies de plantas
superiores, como rvores e arbustos (1.647 espcies) e alta
diversidade de fauna: 263 espcies de peixes, 122 espcies de
mamferos, 93 espcies de rpteis, 1.132 espcies de borboletas e 656
espcies de aves.
As cheias anuais dos rios da regio atingem cerca de 80% do
Pantanal e transformam a regio em um impressionante lenol d'gua,
afastando parte da populao rural que migra temporariamente para as
cidades ou vilas.
O Pantanal atrai cerca de 700 mil turistas por ano, 65% dos
quais so pescadores.
Os 210 mil quilmetros quadrados do Pantanal equivalem soma das
reas de quatro pases europeus Blgica, Sua, Portugal e Holanda.
A ona pintada do Pantanal chega a pesar 150 quilos,
alimentando-se de aproximadamente 85 espcies de animais que vivem
na regio.
O Pantanal brasileiro tem 144.294 km2 de plancie alagvel, 61,9%
dos quais (89.318 km2) no Mato Grosso do Sul, e 38,1% (54.976 km2)
em Mato Grosso.
O bioma do Pantanal foi reconhecido em 2000 como Reserva da
Biosfera. Essas reservas, declaradas pela Unesco, so instrumentos
de gesto e manejo sustentvel integrados que permanecem sob a
jurisdio dos pases nos quais esto localizadas.
O reduzido desnvel da regio produz a inundao peridica do
Pantanal. Alm disso, o relevo faz com que o Rio Paraguai ande bem
devagar. Uma canoa deriva no rio demoraria cerca de seis meses para
atravessar o Pantanal.
A cada 24 horas, cerca de 178 bilhes de litros de gua entram na
plancie pantaneira.
Existem mais espcies de aves no Pantanal (656 espcies) do que na
Amrica do Norte (cerca de 500) e mais espcies de peixes do que na
Europa (263 no Pantanal contra aproximadamente 200 em rios
europeus).
http://www.portalpantanal.com.br/variedades/47-curiosidadespantanal.html