Ano 1 #0
Distribuio gratuita
Novembro de 2006
Filtragem natural em gua doce Ampulrias Ficha de peixes:Naso
vlamingii
Bombas e circulao de gua
de io nto: Ed me na ista de la v liare
a
ario qu
fi
A Biodiversidadee a sua importncia em ecossistemas fechados
A
editorialou mesmo por situaes de menor credibilidade. O mercado
actual, em profunda expanso, exige um apoio rigoroso e de confiana,
traduzido por uma maior e melhor difuso de informao que sirva os
interesses dos leitores, fabricantes, importadores, distribuidores,
lojistas e amantes deste maravilhoso hobby. A bioaquaria surge
neste contexto com o objectivo de responder a esta lacuna na
aquariofilia nacional. Trata-se de um projecto que pretende o
envolvimento de toda a cadeia de valor, que parte de
aquariofilistas para aquariofilistas e que conta ainda com a
participao de bilogos e de todos os que demonstrem paixo pelo
ambiente aqutico. Pretendemos reunir os melhores especialistas
nacionais e alguns internacionais neste projecto. A revista
englobar a aquariofilia de gua doce, salgada, ter uma pequena
componente relacionada com a problemtica ambiental marinha, a
biologia, a aquacultura e o mergulho, todos os eventos realizados,
notcias, aqurios de sucesso, biofichas de peixes, plantas e
invertebrados, aquariofilia na net e tambm ser um espao onde poder
dar opinies, tirar certas dvidas e certamente, se o desejar, de
colaborar. Assim, com imenso prazer que lanamos esta edio n. 0,
totalmente gratuita e online, esNovembro 006
aquariofilia j atingiu no nosso pas um patamar de relevncia,
quer ao nvel quantitativo, ou seja, o nmero elevado de aficionados,
quer qualitativo, revelando alguma maturidade e qualidade de
aqurios e conhecimentos de muitos aquariofilistas. Nos ltimos anos
temos assistido a um desenvolvimento muito significativo da
aquariofilia, quer seja nos prprios conhecimentos dos aficionados,
quer seja no prprio sector que explora produtos especficos para o
hobby e os prprios seres vivos. As tecnologias da informao foram o
principal veculo impulsionador dos conhecimentos que existem sobre
a manuteno de seres aquticos em cativeiro atravs de fruns na
Internet, sites e revistas online. Contudo, importante no esquecer
as publicaes em papel, que representaram e continuam a representar
um importante veculo de comunicao que no substitui nem se torna
obsoleto perante as novas tecnologias, tal como o mercado da
literatura em papel no sofreu com o advento da Internet. No nosso
pas existe actualmente um vazio no que respeita a publicaes
peridicas dedicadas aquariofilia. Assistimos no passado a algumas
tentativas falhadas, quer seja por falta de interesse, gesto,
perando poder contar com todo o vosso apoio e colaborao para
garantir o sucesso deste projecto que, como podero observar, tem a
qualidade necessria. Nesta edio de lanamento, a publicidade
encontra-se completamente ausente. De futuro, para que a revista
progrida e permanea no mercado, contamos com a publicidade de todas
as entidades e empresas do sector. Lanaremos a edio n. 1, em papel,
no primeiro trimestre do ano. Apesar de parecer algum tempo,
preciso compreender que necessrio ultrapassar algumas questes
logsticas para que de futuro a revista no falhe a sua periodicidade
bimestral, e seja tambm capaz de cumprir prazos, garantindo ao
mesmo tempo qualidade e iseno. Estamos a estabelecer parcerias com
clubes, associaes e fruns e a garantir tambm contedos de alguns
autores estrangeiros. No podemos deixar de agradecer a todos os
nossos colaboradores que tm sido fantsticos, nomeadamente todos os
que contriburam com contedos e, especialmente, os que perderam
muitas horas de forma altrusta para a concretizao deste
projecto.
bioaquaria
ndice4 8 Um filtro vivoFiltragem natural em gua doce e
Editores
Joo Cotter Paulo Torres
Acumulao de matria dissolvida e mudas de gua
Reviso
Mtodo analtico para determinar uma soluo adequada
Catarina Fonseca Sandra Campanio
10
As ampulrias
Fotografia
Grandes caracis de gua doce da famlia Ampullaridae
Diogo Lopes; Duarte Conceio; Filipe Oliveira; Joo Ribeiro; Pedro
Conceio; Vasco Gomes
12 14 16 18
BioFicha de peixes BioFicha de peixesRufia - Naso vlamingii
Tetra neon - Paracheirodon innesi
Colaboradores
BioFicha de invertebradosLysmata amboinensis
Bombas e circulao de gua
Tipos de bombas de gua, suas funes e a importncia do
hidrodinamismo em aqurios de gua salgada
25
Aquariofilia na net
Um site utilitrio sobre qumica de gua salgada e outro sobre
crustceos
26
Sustentabilidade do mercado de marinhos ornamentaisViso geral do
apanhador ao aquarifilo
Alexandre Augusto; Andr Nbrega; APC - Associao Portuguesa de
Cicldeos; APK - Associao Portuguesa de Killifilia; Brian Schaff;
Diogo Lopes; Domingos Leito; Duarte Conceio; Eduardo Telles Santos;
Eric Borneman; Frum Aquariofilia; Hugo Gante; Joo Monteiro; Joo
Soares; Lus Simes; Machado de Sousa; Marco Madeira; Miguel
Figueiredo; Nuno Prazeres; ReefForum; Ricardo Calado; Ricardo
Cyrne; Ricardo Rodrigues; Rui Ferreira de Almeida; Rui Gaspar;
Sandra Campanio; Srgio Veterano; Toms Mendes; Vanda Franco; Vitor
Melo
Design e paginaoJoo Cotter Paulo Torres
29
A Biodiversidade e a sua importncia em ecossistemas fechados -
Parte 1
Definio e problemtica do conceito de biodiversidade e suas
implicaes em aqurios
email
[email protected]
37 40
Eventos
Endereo electrnicohttp://bioaquaria.planetaclix.pt
PetFil 2006; 2 Aniversrio ReefForum
Contactos telefnicos+351 96 501 75 63 +351 91 618 87 14
Aqurio do ms
Aqurio de recife de Ricardo Pinto
Foto da capa: Naso vlamingii Joo Ribeiro
bioaquaria
Novembro 006
gua doce
O lago de jardim do autor
Um filtro vivoFiltragem natural em gua doce
Texto e fotografias: Miguel Figueiredo Aquariofilista que mantm
peixes h mais de 30 anos, tendo-se especializado em espcies
africanas de gua doce. O seu interesse pelos peixes leva-o com
frequncia aos bitipos de origem, estudando as espcies no seu meio
natural. Segundo o Miguel, o seu ideal de paraso estar dentro de
gua, num longnquo rio de uma floresta virgem qualquer, observando
tranquilamente os peixes e segurando um camaroeiro, para poder
colectar as espcies mais invulgares...
A
final que filtragem a natureza usa em lagos e rios?
Entre outras coisas, recorre a muitas plantas. As algas, as
plantas aquticas superiores e a grande quantidade de plantas
marginais, sugam avidamente amnia, nitritos, nitratos, fosfatos e
metais pesados. Hoje em dia, as ETARs mais avanadas usam enormes
plantaes de plantas palustres no tratamento dos esgotos das
cidades. Porm, ns no dispomos de
tanto espao como a Natureza... e certamente no queremos montar
uma ETAR em nossa casa. A ideia atraente, usar as prprias plantas
aquticas para filtrar o aqurio, mas ser que funciona? Em recife
possivel atingir esse equilbrio, atravs de uma grande proporo de
rocha viva, movimentao de gua e luz, mas em gua doce eu tinha
dvidas, suspeitava que a quantidade necessria de plantas fosse
enorme, tornando estes filtros impraticveis.Novembro 006
E se fosse mesmo possivel... porque que os outros
aquariofilistas no o faziam? H vrios anos atrs, em 2000, eu tinha
muito mais tempo para me dedicar aquariofilia e fiz uma experincia:
Instalei um aqurio para cicldeos com 120 cm e 240 litros. Um tero
do aqurio estava sebioaquaria
gua doceparado por rede e era totalmente ocupado por duas
espcies de plantas de crescimento rpido: Ceratophyllum demersum e
Elodea densa. Nos restantes dois teros foi colocado um povoamento
completo de peixes: 1 jack dempsey macho com 18 cm, 1 jack dempsey
fmea com 14 cm, 5 chanchitos com 5 - 8 cm, 1 tilpia moambicana
macho com 18 cm, 1 tilpia moambicana fmea com 16 cm, 3 peixes-jia
com 6-8 cm, 3 peixes arco-ris de 7 cm. Grupo de 9 espadas pequenos,
com cerca de 1 cm. Os peixes foram bem alimentados com comida
fresca (mistura de espinafres e marisco). Luz: uma power-glo de 40
W e uma Daylight (luz branca normal) de 36 W. Movimentao da gua:
powerhead com caudal de cerca de 700 L/hora e vlvula venturi para
oxigenao. Parmetros da gua: temperatura 23C, pH: 7,5, GDH: 9 KH: 7
Medies dos compostos amoniacais ao longo de 4 semanas: Amnia (NH3)
Inicial Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 0 0 0 0 0
O filtro de plantas
va bem povoado logo de incio e que os peixes eram bem
alimentados. A acumulao de nitratos foi de 10 ppm por semana. Isto
consistente com uma mudana de 1/3 de gua quinzenal, conseguindo-se
ento baixar os nitratos para valores mdios. As plantas apresentaram
uma elevadissma taxa de crescimento - cerca de 17 cm a cada 7 dias
Nitritos (NO2-) 0 3-4 ppm < 0,5 ppm < 0,5 ppm < 0,5 ppm
Nitratos (NO3-) < 1 ppm 80 ppm 90 ppm 100 ppm 110 ppm
O aqurio da experincia
Inicialmente, os nitritos estoiraram: ateno que mesmo os aqurios
de plantas iro precisar de um perodo de ciclo. O ciclo fez-se em
apenas 15 dias, menos de metade do tempo de um aqurio tradicional -
de realar que o aqurio estabioaquaria
- o que d uma mdia superior a 2 cm/dia. Um casal de peixes-jia
teve uma ninhada, outros peixes, como jack dempseys e tilpias,
apresentavam comportamentos reprodutivos e acabaram por se
reproduzir aps as 4 semanas.Novembro 006
Trs peixes arco-ris, inicialmente introduzidos foram
desaparecendo misteriosamente, provavelmente comidos. Curiosamente,
estes peixes j tinham vivido anos em aqurios de africanos. Os 9
espadas pequenos introduzidos na rea de plantas foram desaparecendo
at no restar nenhum. Os responsveis tero sido os chanchitos que
patrulhavam sistematicamente a divisria. Penso que cada vez que um
desses peixinhos passava para o outro lado era comido. muito
moroso, talvez por falta de prtica, podar todos os
gua docemolhos de plantas do filtro - tarefa que deve ser feita,
pelo menos, uma vez a cada 2 semanas, dada a elevada taxa de
crescimento. Para podar as plantas retiro-as para fora, corto-as a
15-20 cm do topo, deito fora a parte de baixo e volto a fixar as
extremidades ao lastro (pedras presas com tiras feitas de meia de
senhora), isto para todos os molhos presentes no filtro. Demorou-me
mais de uma hora a faz-lo. Retirei 1,5 a 2 kg de biomassa vegetal
bruta. No sei qual a percentagem de azoto dessa biomassa, mas
atravs dela, certamente, retirei muito do azoto, alm de fosfatos,
potssio e outras substncias despejadas sobre a forma de comida. Em
concluso: As plantas podem ser um eficiente sistema de filtragem,
mesmo em aqurios de grandes peixes e reservando um espao com apenas
um tero do volume total de gua. E pergunto eu de novo... - Ento
porque que ningum usa os filtros de plantas? Talvez porque exijam
um pouco mais de percia e um pouco mais de esforo no planeamento.
Eu prprio me penitencio, o aqurio descrito esteve cerca de ano e
meio montado, assistindo ao nascimento de muitas ninhadas de
alevins mas, desde ento, nunca mais voltei a usar filtros dedicados
de plantas. Penso que me faz pena reservar esses grandes volumes do
aqurio s para as plantas, quando afinal o espao acaba sempre por
faltar para os peixes...
Cichlasoma octofasciata - Jack dempsey
Por outro lado, considero que a maneira como separei as plantas
no esttica. Muito melhor seria usar um outro aqurio por trs, ou
dividir o aqurio longitudinalmente, com um vidro. Na divisria mais
afastada seriam introduzidas as plantas e talvez at pequenos
peixes, criando um vistoso fundo verde. Uma bomba iria garantir a
circulao da gua entre os dois espaos. Porm, embora actualmen-
Ceratophyllum submersum
6
Novembro 006
bioaquaria
gua doce
A filtragem por plantas em lago de jardim
Elodea densa
te no use filtros dedicados de plantas, procuro sempre manter
bastantes plantas no aqurio, mesmo em aqurios de cicldeos. Em
certos aqurios, mais densamente plantados e com pequenos peixes,
nem sequer uso filtros, apenas alguma oxigenao. No maior espao
aqutico que disponho, o meu lago de jardim, as plantas so o grande
factor de filtragem e no uso quaisquer aparelhos elctricos. A, os
matagais de vallisnerias, no fundo, oxigenam abundantemente a gua,
enquanto um conjunto de outras plantas glutonas, como
os jacintos de gua, absorvem as substncias amoniacais. As
plantas, alm de serem um dos grandes factores decorativos no aqurio
de gua doce, podem, portanto, tambm dar um grande contributo para a
filtragem do nosso aqurio. Nesta rea, se quisermos realmente ser
diferentes, podemos mesmo montar aqurios para grandes peixes, como
cicldeos ou piranhas, enquadrados por espantosos fundos verdes,
invisivelmente separados do aqurio principal.
Associao Portuguesa de Cicldeos Junte-se ao
Fascnio!http://www.apciclideos.org [email protected]
Novembro 006
manuteno Kevin Pelletier
Texto: Nuno Prazeres Tem aqurios de gua doce e salgada desde
1980. Os seus interesses centram-se, essencialmente, na modelizao
de bitopos e na tentativa de criao de sistemas to auto-sustentados
quanto possvel.
Acumulao de matria dissolvida e mudas de guae a sua frequncia,
mais ineficaz a nossa aco, constituindo-se mais como um adiar de um
problema inevitvel e menos como uma soluo definitiva. Como saber
ento se as nossas mudas de gua so suficienNovembro 006
Mtodo analtico para determinar uma soluo adequada
C
omo sabemos, as mudanas parciais de gua so a mais directa
resposta acumulao de matria nociva nos aqurios. intuitivo perceber
que, quanto mais baixa for a proporo da gua mudada
temente eficazes? Em primeiro lugar, h que encontrar um parmetro
de controlo cujo crescimento represente a degradao do ambiente do
aqurio. Tipicamente, a concentrao de nitratos ser o factor
abioaquaria
manutenocontrolar na maioria dos casos. Bastar ento utilizar a
seguinte frmula: 1 M=Ax --1 p
(
)
em que M o valor mximo que o parmetro de controlo atingir, A o
aumento do valor de controlo entre mudas regulares e p representa a
proporo em percentagem da gua mudada. Vejamos, ento, os seguintes
exemplos prticos que pressupem a resoluo da frmula em funo de
qualquer das trs variveis: Um aquariofilista faz uma troca parcial
de 10% da gua todas as semanas com a concentrao de nitratos a
aumentar sempre 5 ppm durante esses sete dias. Segundo a frmula, a
longo prazo, com essa estratgia, o aqurio vai chegar a uma
concentrao de 45 ppm de nitratos, o que pode ser considerado
demasiado para espcies mais sensveis, pelo que parece mais prudente
usar-se uma metodologia mais agressiva ou o aumento da frequncia
das mudas ou aumento da proporo de gua mudada ou as duas coisas.
Suponhamos agora que temos uma fishroom para discus com filtragem
centralizada na qual se est a instalar um sistema automtico de
mudas de gua dirias de 10%. Sabendo que, devido sensibilidade da
espcie, tem que se evitar que a concentrao dos nitratos ultrapasse
os 5 ppm, qual ser a subida diria mxima deste parmetro que
poderemos tolerar? Aplicando a frmula chegamos ao valor de cerca de
0,55 ppmbioaquaria
que, em situaes com uma quantidade razovel de peixes
frequentemente alimentados que vivem em ambientes sem plantas,
corre o risco de ser atingido. Consequentemente, temos duas
hipteses: ou redimensionamos o sistema de mudas para diariamente
renovar uma quantidade mais aprecivel da gua ou, ento, h que
limitar o nmero de peixes, de modo a que no se atinja esse valor de
concentrao de nitratos. Noutro caso temos um aqurio no qual se
pretende evitar que a conductividade aumente, face ao valor inicial
da gua, mais de 40 S/cm. Sabendo ns que a conductividade (via
acu-
mulao de detritos orgnicos e evaporao) sobe 5 S/cm por cada
quinzena e, como o responsvel pelo aqurio pretende fazer trocas de
gua de quinze em quinze dias, a proporo mnima a utilizar ser de
cerca de 11%.
Nota: Os trs exemplos tm como pressuposto o uso de gua em que os
valores do parmetro a controlar so nulos, o que, na maioria dos
casos, no introduz um erro excessivo se estamos a falar de
nitratos. A frmula pode ser ajustada para contemplar valores no
nulos do parmetro de referncia na gua de substituio, mas isso no
objecto deste artigo.
Egmel
Novembro 006
gua doce
As ampulriasGrandes caracis de gua doce da famlia
Ampullaridae
Texto: Toms Mendes Aquariofilista desde 2003. Fez parte do
projecto da Associao Portuguesa do Guppy e moderador do frum
aquariofilia.net. Prmios conquistados em concursos nacionais de
guppies. Principal responsvel da revista online AQUAZINE.
C
omo do conhecimento de muitos, bastante comum encontrar
ampulrias nas lojas ou a passear nos aqurios domsticos. No entanto,
muitos so os que se descuidam nos cuidados necessrios para que
estes seres vivam saudveis e felizes. Sabia que estes lindos
caracis amarelos (e no s!) podem atingir 15 centmetros de
comprimento? Sabia que mesmo que um espcime 10
de ampulria esteja a flutuar, ele pode ainda estar vivo? Se
pretende ter sucesso com estas espcies maravilhosas ou saber mais
sobre elas, encontrou o artigo certo. Assim, abordarei as questes
mais elementares sobre as ampulrias e espero contribuir para o
vosso sucesso com as mesmas. As ampulrias so, sem dvida, espcies
bastante resistentes. Possuem um oprculo crucialNovembro 006
que permite a sua sobrevivncia em guas pouco oxigenadas e tambm
durante perodos de seca. Durante estes perodos, enterram-se no areo
e entram em hibernao, selando bem a sua concha. O oprculo -lhes
tambm til para os proteger contra alguns predadores. Deste modo,
devido ao desenvolvimento desta placa ssea, aliado a outras
caractersticas que contriburam para o seu sucesso
evolutivo,bioaquaria
gua docepoucos dias. Regra geral, se um peixe conseguir habitar
um aqurio, uma ampulria tambm conseguir, mas preciso prestar alguma
ateno aos parmetros da gua. Para que as suas conchas no se
danifiquem, estes seres precisam duma gua neutra ou dura (pH 7 ou
superior). A temperatura um factor interessante nestes seres. O
intervalo tolerado vai desde os 18 aos 28 graus centgrados. O valor
ideal ronda os 24C. Quanto maior a temperatura, mais activas sero
as suas ampulrias. As temperaturas altas so tambm um incentivo
reproduo embora diminuam o seu ciclo de vida. A reproduo tambm
muito interessante nestas espcies. Os ovos so colocados em
superfcies secas e assim devem permanecer at eclodirem para que os
embries sobrevivam. Essa ecloso acontece duas a quatro semanas aps
a postura. No Toms Mendes
p ra t i c a mente toda a gente consegue mant-las. No entanto,
por muito resistentes que sejam, h que ter grandes cuidados quando
se adquire uma espcie de ampulria devido aos seus diferentes hbitos
alimentares. As espcies mais populares nas lojas da especialidade
so: Pomacea bridgesii, Pomacea caniculata, Marisa cornuarietis e
Pomacea paludosa. As mais comuns so as duas primeiras; porm, j
encontrei as outras venda e j ouvi relatos de amigos que as
adquiriram. complicado explicar como que se diferenciam essas
espcies, principalmente as primeiras duas. Para tal, recorre-se
anlise do formato e dos ngulos das conchas (para saber mais, o
melhor mesmo uma pesquisa num motor de busca). O meu conselho que
escolha uma loja em que confie e pergunte que espcie que est a ser
vendida. Apenas aconselho a adquirir a Pomacea bridgesii pois, com
essa, no dever ter problemas com as plantas. Acredite que apenas
uma Pomacea canaliculata lhe pode desgraar um aqurio plantado
inteiro embioaquaria
se preocupe com a alimentao dos pequenos gastrpodes, pois estes
alimentar-se-o de pequenas algas e restos de comida. Passados
poucos dias, iniciaro uma alimentao semelhante dos seus pais.
Quanto alimentao, satisfazem-se com alface, algas, restos de
comida, plantas (dependendo das espcies) ou matria orgnica morta.
No dever ser um problema, mas conveniente certificar-se que as suas
ampulrias no esto com falta de alimento. Para finalizar, resta-me
dizer que se vir os seus caracis a flutuar durante algum tempo, no
se preocupe pois um comportamento normal. Apenas anormal se reparar
que a concha est vazia e a perder a cor. Nesse caso, por muito que
me custe dizer, penso que a sua linda ampulria no ter muito mais
alegrias para lhe dar.
Nota: Nem todas as espcies possuem o mtodo de reproduo aqui
descrito. Porm, este o mtodo mais comum.
Pomacea bridgesii (Reeve, 1856) Novembro 006
11
BioFicha de peixes Tetra Neon
Texto: Toms Mendes
Q@ Big-E-Mr-G
uem no os conhece? So criados em grande escala em pases da sia,
como a Tailndia, e chegam a Portugal e a outros pases a preos
bastante baixos. Tornam-se assim uma presena bastante habitual nos
primeiros aqurios comunitrios. Porm, no so muito bem tratados e so
dados, muitas vezes, como peixes pouco resistentes.
Classe: Actinopterygii Ordem: Characiformes Famlia: Characidae
Sub-Famlia: Incertae sedis Gnero: Paracheirodon Espcie:
Paracheirodon innesi (Myers, 1936) Nome comum: Tetra Neon Origem:
Amrica do Sul
1
Novembro 006
bioaquaria
pH: preferencialmente valores entre 5,8 e 6,5, embora aceitem
valores at 6,9. dH: 2,0-10,0 dH Temperatura: 23-28C Comprimento
mximo: 4 cm Hbitos alimentares: come tudo! Flocos, alimentos
congelados, vivos e at alguns vegetais. claro que sobreviver apenas
com flocos mas altamente recomendado fornecer tambm alimentos vivos
ou congelados (artmia, dfnia, etc). Reproduo: infelizmente a
reproduo extremamente difcil sendo que quase tarefa impossvel
determinar o sexo de cada um dos exemplares a olho nu. Porm, no
impossvel e h quem relate reprodues com sucesso. Poder sempre ser
um desafio novo Lembre-se sempre que estes peixes so reproduzidos
em cativeiro na sia. Comportamento social: ateno! Trata-se de um
peixe de cardume. S vivero confortveis em pequenos grupos.
Aconselho 10 exemplares no mnimo, mas grupos de 6 j aceitvel. De
resto, estes pequenos carnvoros, dada a sua reduzida di-
menso, so geralmente pacficos. Dimenses mnimas do aqurio: um
pequeno cardume pode prosperar num aqurio com cerca de 10 litros,
desde de que se respeitem as mudas regulares de gua. Disposio do
aqurio: estes cardumes precisaro de espao aberto no seu aqurio para
nadar e costumam nadar no meio
e no topo do mesmo. Recomendaes: fica muito bem em aqurios
plantados ou de discus. No entanto, h que ter cuidado, pois discus
ou escalares podem faz-los desaparecer. de realar que, como peixe
de cardume, a sua vitalidade e segurana dependem muito do
comportamento de grupo exibido por estes organismos.
bioaquaria
@ Pedro Conceio
Novembro 006
1
BioFicha de peixes Rufia
N
esta edio descobrimos um Naso, peixe imponente, territorial mas,
contudo, socivel, que vagueia pelo seu aqurio de recife.Classe:
Actinopterygii Ordem: Perciformes Famlia: Acanthuridae Gnero: Naso
Espcie: Naso vlamingii (Valenciennes, 1835) Nome comum: Rufia
Origem: Indo-Pacfico Comprimento mximo: 60 cm pH: 8,3 Temperatura:
22-28C Descrio: corpo alongado, oval; rostro curto, revelando uma
elevao logo na zona abaixo do olho; dentes so pequenos, cnicos, com
as pontas ligeiramente deprimidas; barbatana caudal direita at
ligeiramente arredondada com dois longos filamentos, um em cada
extremidade; dois espinhos sseos em cada lateral da base da
barbatana caudal, semelhana das outras espcies da mesma famlia.
Colorao: colorao do ama Joo Ribeiro
relo ao castanho com barras azuis irregulares ao longo dos
flancos, e pequenos pontos azuis acima, por debaixo das barras e na
cabea; banda larga azulada anterior aos olhos; lbios azuis;
barbatanas anal e dorsal ama-
Joo Ribeiro
1
Novembro 006
bioaquaria
reladas ou acastanhadas com margens azuis; cauda escura com
filamentos azuis; juvenis apresentam uma cor acastanhada e diversos
pequenos pontos negros espalhados pelo corpo. Habitat: recifes de
coral e rochosos; juvenis so bentnicos e adultos vagueiam ao longo
do recife at uma profundidade de 50 m. Hbitos alimentares:
preferencialmente herbvoro (algas), mas tambm se alimenta de
pequenos crustceos como coppodes, camares e larvas de peixes.
Reproduo: fertilizao exter-
na, sendo que os ovos so pelgicos. Comportamento social: desde
que lhe seja fornecido espao suficiente para o seu desenvolvimento,
no se devero observar comportamentos agressivos com outros
organismos, nomeadamente peixes. Disposio no aqurio: estes peixes
necessitam de muito espao num aqurio. Assim, 1,20 m o comprimento
mnimo necessrio para um espcime pequeno, enquanto que para o
albergar e manter seria aconselhado um comprimento mnimo de 1,80 m.
Estes acanturdeos percorrem o recife colhendo al-
gas que nele se fixam. noite, adquirem uma colorao crptica e
assentam no recife. Parmetros da gua: os nasos so geralmente
tolerantes a variaes das condies da gua, o que significa que os
parmetros standard da gua de um aqurio sero suficientes. Contudo,
convm que seja colocado num sistema estvel para assegurar o
crescimento de algumas algas e reduzir a probabilidade de agresses
inter-especficas. Recomendaes: este um peixe imponente, cujo nico
factor limitante o espao. Sem ele, torna-se potencialmente
agressivo e/ou dbil. Joo Ribeiro
bioaquaria
Novembro 006
1
BioFicha de invertebrados
Lysmata amboinensis
P
ara alguns autores, a espcie atlntica Lysmata grabhami
considerada a mesma espcie. Classe: Malacostraca Ordem: Decapoda
Famlia: Hippolytidae Gnero: Lysmata Espcie: Lysmata amboinensis (De
Man, 1888) pH: 8,28,4 Temperatura: 22-26C
Origem: Indo-Pacfico, Mar Vermelho. Comprimento mximo: 5 cm, em
aqurio 3-4 cm. Habitat: habita, normalmente, na poro exterior de
recife ou em baas. Pode ser encontrado em fundos rochosos e grutas.
Hbitos alimentares: camaro omnvoro que se alimenta de detritos,
fitoplncton, zooplnc-
ton e de parasitas existentes na pele, dentio e brnquias de
peixes. Em cativeiro pode ali-
@ Lucas Thompson
@ Pedro Conceio
Um dos camares mais comuns em aqurios marinhos!
Texto: Sandra Campanio
16
Novembro 006
bioaquaria
mentar-se de alimentos frescos, secos, congelados ou em flocos.
Reproduo: hermafrodita simultneo, ou seja, possui os dois sexos.
provavelmente devido a esta caracterstica que se trata de uma
espcie fcil de criar em cativeiro. Comportamento social: espcie
geralmente socivel. Na natureza, caracteriza-se por ser uma espcie
tmida com hbitos noctvagos, alimentando-se, durante o dia de
parasitas de peixes. Pode existir em casais ou em grupos de cerca
de uma centena de indivduos. Tambm socivel com outros residentes do
aqurio, tendendo a apresentar uma menor timidez do que
no seu meio natural. Deve terse o cuidado de no incluir espcies
de peixes em cuja dieta se incluam invertebrados (ex.: Pterois
volitans). Muito pacato e caracterizado pela sua capacidade de
limpar parasitas de peixes e a zona que o rodeia. Muito pacfico e
tranquilo, adequado a aqurios com peixes de pequeno tamanho e
aqurios de recife com outros invertebrados por no apresentar
qualquer comportamento adverso contra plipos e outros
invertebrados. Est normalmente associado a peixes sedentrios como
as moreias. Disposio no aqurio: reef safe, perfeito para um aqurio
de recife com esconderijos suficientes. Uma das espcies mais
comummente encontrada em aqurios de gua salgada. Parmetros da
gua: espcie sensvel a variaes de salinidade. Para este camaro deve
ser produzida gua sinttica, guardada durante um perodo de uma
semana. Deve ter-se cuidado com medicao com cobre e com os nveis
extremos de nitratos. Para uma muda conveniente, o teor em iodo
deve ser tido em conta. Recomendaes: para que apresente um
comportamento social mais interessante, deve ser mantido em grupo.
necessria uma aclimatao cuidadosa, dado que se trata de uma espcie
sensvel a variaes de pH e salinidade.
bioaquaria
Novembro 006
1
@ Pedro Conceio
equipamentos
Bombas e
circulao de gua
Tipos de bombas de gua, suas funes e a importncia do
hidrodinamismo em aqurios de gua salgada
Texto e fotos: Diogo Lopes Aquariofilista toda a sua vida. Com
18 anos tinha 8 aqurios em casa. Dedicou-se criao de peixes (quase
todos os vivparos, alguns anabantdeos e muitos cicldeos, incluindo
discus). Com 20 anos voltouse para a gua salgada e voluntarizou-se
no Aqurio Vasco da Gama. Criou peixes-palhao (Amphiprion
ocellaris). Desde ento tem-se dedicado aquariofilia de recife.
Escreve e colabora regularmente com as revistas da especialidade e
faz algumas palestras em eventos pblicos.
A
s bombas, de uma forma geral, podem ser divididas em 2 tipos as
bombas de centrifugao e as bombas de diafragma e peristlticas. Nas
primeiras, a gua movimentada atravs de um movimento de centrifugao
de um propulsor instalado na zona central da bomba. Estas so
normalmente utilizadas como bombas de circulao e de retorno pela
sua 1
grande capacidade de movimentao de gua. A maioria das bombas de
centrifugao pode ser completamente submersa, o que a causa de uma
das suas poucas contrariedades, o facto de serem responsveis pelo
aquecimento da gua do aqurio. Por poderem estar submersas, so tambm
mais pequenas, isto porque a temperatura que geNovembro 006
rada pode ser passada para a gua, permitindo, assim, que o seu
corpo possa ser significativamente reduzido. Ora, a temperatura um
dos grandes problemas dos aqurios de recife ebioaquaria
equipamentosdo diafragma comece a reduzir o seu tamanho e o
lquido se comece a deslocar. Estes movimentos so normalmente
sequenciais, fazendo com que os fluxos possam ser controlados de
uma forma muito eficaz. Por esta razo, este tipo de bombas usado
normalmente em sistemas de reposio de gua e em sistemas de
doseamento, como por exemplo, doseamento de kalkwasser com a gua de
reposio. As bombas peristlticas funcionam praticamente da mesma
forma que as de diafragma, mas em vez de um diafragma tm um pequeno
tubo que envolve um pequeno rotor. Este rotor, ao fazer movimentos
circulares, vai criando diferenas de presso dentro do tubo que, por
sua vez, vo provocando o deslocamento do lquido no seu interior.
Existem no mercado diversos tipos de bombas que podem funcionar
como bombas de retorno, mas s faz sentido falarmos destas se
estivermos a pensar montar um aqurio com uma sump. Quando
adquirimos uma bomba, ela normalmente definida pela sua capacidade
de dbito. Este normalmente medido em litros/hora (litros porEric
Weaver
as bombas so uma das causas. De facto bem mais fcil aquecer um
aqurio de recife do que arrefec-lo, sendo por vezes necessrio usar
refrigeradores para esse efeito. As bombas de diafragma e as
peristlticas tm o mesmo tipo de funcionamento, que na sua gnese,
muito semelhante ao corao humano. Basicamente, o seu funcionamento
assenta nas diferentes presses causadas pela movimentao de um
diafragma. Quando o diafragma se estende totalmente, comea a fazer
o movimento em sentido contrrio, fazendo com que a cmara criada
pelo movimentobioaquaria
Bomba centrifugadora submersa (exemplo: Eheim) Novembro 006
1
equipamentos
Bomba de centrifugao externa (exemplo: Iwaki ou Deltec)
hora) e a medida apresentada sempre a medida do dbito caso
tenhamos que transportar gua para uma zona que esteja mesma altura
que a bomba. Assim, medida que elevamos a zona de descarga, mais
baixo ser o dbito da bomba at, no limite, deixar de conseguir fazer
o seu papel. , assim, de fulcral importncia verificar o grfico que
normalmente acompanha a bomba, para nos certificarmos se serve os
nossos propsitos. Este grfico mostra a diminuio de dbito da bomba
comparando-o com a elevao do tubo de descarga. importante frisar
que no s a altura que diminui o dbito de uma bomba. Existem outros
factores, como o 0
tipo de tubo que usamos mais ou menos rugoso, a quantidade de
curvas, etc. Assim, devemos tentar criar um percurso para gua o
mais directo possvel evitando curvas muito acentuadas. Neste caso,
devemos evitar os ngulos rectos que criaro um aumento de presso nos
tubos e, consequentemente, um dbito mais reduzido. Na escolha das
nossas bombas temos que ter em ateno, alm dos factores mencionados
atrs, outros que podem afectar a nossa deciso. Assim, o consumo de
energia, a resistncia gua salgada, a fiabilidade e o barulho que
produzem, a temperatura que transferem para a gua, o tamanho e as
restriNovembro 006
es em termos de colocao e acondicionamento, devero ser factores
a ter em conta. A fiabilidade de uma bomba sem dvida um dos
factores mais importantes e, como tal, antes de comprar qualquer
modelo, convm que consigamos obter o mximo de informao possvel
sobre o equipamento em causa. Depois de nos certificarmos da
fiabilidade do equipamento, devemos conseguir criar um sistema
redundante. Assim, se um dos equipamentos falhar, temos sempre
outro que permite que tudo continue a funcionar, mesmo que com um
dbito mais baixo. A paragem de uma bomba, principalmente se se
tratar de uma bomba de retorno, podebioaquaria
equipamentosuma boa ideia elevar um pouco a bomba. Esta elevao
pode ser feita com um pedao de borracha ou com os suportes que
normalmente so fornecidos com os equipamentos. O retorno da gua ao
aqurio principal pode ser feito de diversas formas. Uma delas, e a
que mais recomendamos, que seja feita junto superfcie,
proporcioBomba peristltica (exemplo: Prominent) nando com o fluxo
do retorno resultar num desastre para todo uma movimentao superfcie
o sistema. que pode causar um efeito de A colocao de uma ou mais
contra-corrente, por exemplo, bombas de retorno tambm com algumas
powerheads, coloum tema que deve ser abordacadas no lado oposto.
do. Assim, como j vimos anteUma outra soluo fazer riormente as
bombas fazem por com que o retorno passe numa natureza algum
barulho (princizona inferior do aqurio. Neste palmente porque
estamos a falar caso, devemos ter em conta que, de bombas de
centrifugao). A se por alguma razo, a corrente sua colocao e
principalmente for interrompida, todo o aqurio o seu
acondicionamento, povazar, pois o retorno funcionadem ser factores
importantes r como um sifo. Esta situao para minimizar esta situao.
As facilmente resolvida com um bombas de retorno devem ser pequeno
furo feito no tubo de colocadas de forma a no ficaretorno junto
superfcie. Este rem em contacto com os vidros far, em caso da gua
inverter laterais da sump. Este contacto o sentido, com que entre
ar no causaria muita vibrao que sesistema, provocando o desferrar
ria amplificada por soalhos e sudo tubo. portes. O contacto com o
vidro As bombas de centrifugao de fundo da sump tambm um podem-se
tambm colocar fora dos factores que aumenta signide gua, mas estas
so sempre ficativamente o barulho provomaiores. Pelo que vimos
acima, cado pelas bombas. Ser, ento, necessitam de um corpo maior
debioaquaria Novembro 006
forma a poder garantir uma refrigerao mais eficaz. No entanto,
no iro promover o aquecimento da gua do aqurio, pelo que podero ser
uma boa opo para bombas de retorno. So, no entanto, mais difceis de
acoplar a um sistema, pois necessitam de uma instalao mais
complicada. Existem dois sistemas possveis o uso de um sifo ou um
furo na sump para alimentar a bomba de gua. O sifo pouco fivel e
difcil de ferrar na maioria dos casos, pois o nvel de gua numa sump
mais baixo do que o seu limite (permitindo que, em caso de falha da
corrente elctrica, toda a gua que cai para a sump, possa ficar nela
contida). A perfurao de uma sump, caso desejemos colocar uma bomba
externa, dever ser feita numa parte inferior, garantindo assim o
funcionamento da bomba mesmo que o nvel de gua seja baixo. A
colocao de um furo bastante abaixo do nvel mximo da sump facilita
tambm a ferragem da bomba pois, na sua
Bomba de fole (exemplo: Iwaki)
1
equipamentosgrande maioria, estas no tm a capacidade de puxar a
gua para o seu interior. Se optarmos por colocar uma bomba externa,
devemos tambm colocar uma vlvula anti-retorno entre a sada da sump
e a bomba para garantir a manuteno da bomba sem termos necessidade
de retirar toda a gua da sump ou mesmo parar o sistema, caso
estejamos a usar uma soluo combinada de uma bomba externa e uma
interna. A circulao de gua , sem dvida, a forma mais eficiente de
oxigenar os nossos aqurios e, por isso, devemos dar uma ateno
especial a este tema quando montamos os nossos aqurios. Se
pudssemos ordenar a importncia de cada componente, poderamos dizer
que este tema estaria talvez, entre os trs mais importantes. Quanto
mais oxignio, maior ser a eficincia das bactrias responsveis pela
reduo dos elementos nocivos e txicos produzidos diariamente nos
nossos aqurios. Quanto maior a oxigenao maior a capacidade que as
bactrias tero de aumentar significativamente a sua populao. muito
comum as pessoas associarem a presena de bolhas oxigenao e, na
realidade, h alguma verdade neste pensamento, pois as bolhas ao
subirem e rebentarem na superfcie provocam alguma movimentao,
permitindo a mistura do ar. No entanto, devemos evitar a todo custo
as bolhas nos aqurios de recife. Estas, quando rebentam na
superfcie de aqurios de gua salgada, fazem com que o sal seja
projectado, aumentando a probabilidade de danificarmos alguns
equipamentos que possam rodear o aqurio. Este sal no mais do que um
conjunto de diferentes elementos que constituem a gua, alguns dos
quais essenciais. Assim, quando temos muitas bolhas no nosso
aqurio, alm de termos uma maior tendncia para as quedas na
densidade, temos tambm uma perda significativa de alguns sais e
elementos importantes. As bolhas na gua salgada so muito finas e
demoram a atingir a superfcie, ficando muito tempo em suspenso pelo
aqurio, o que impede a sua perfeita visualizao. Por fim, e no menos
importante, as bolhas irritam o tecido de alguns corais e
invertebrados, impedindo que estes se
Dispersor
Novembro 006
bioaquaria
equipamentos
Vista geral - circulao de 50X o volume do aqurio sem bombas
visveis
abram completamente para receber luz nos seus corpos, que , como
j vimos anteriormente, fundamental para a sua sobrevivncia. Quando
falamos de circulao de gua, temos tambm de pensar nos organismos
que temos no nosso aqurio e nas suas necessidades. Existem corais
que gostam de muita movimentao e outros pura e simplesmente no
gostam de movimentao. Alm de uma eficiente oxigenao, uma forte
circulao de gua no nosso aqurio exerce tambm outras funes: exercita
os peixes, evitando que se tornem sedentrios, auxiliando o seu
metabolismo; alimenta invertebrados e corais que retiram da gua
elementos importantes para a sua nutrio, promovendo a circulao dos
organismos de que se alimentam; permite que a mucosa protectora dos
peixes seja constantemente renovada e limpa, evitando assim
problemas de pele; ajuda na reduo do stress. Como regra, podemos
seguir a teoria de que o volume de gua a movimentar poder andar
volta de 20x o volume do aqubioaquaria
rio por hora. No basta, no entanto, dizer que temos 20x o volume
em movimentao e achar que temos um sistema perfeito. necessrio que
as correntes sejam bem pensadas e que a gua, ou parte dela, seja
dirigida para a superfcie de forma a criar um efeito de onda que
vai permitir melhores trocas com o exterior e, consequentemente,
aumentar o Potencial Redox. Bombas mais pequenas podero ser
dirigidas para certas zonas do aqurio, especificamente para algum
tipo ou tipos de coral. tambm muito importante, caso queiramos
colocar uma parede de rocha viva, garantir que existe circulao de
gua por trs desta parede, evitando assim, a estagnao de gua ou a
acumulao de detritos. Estas bombas so normalmente chamadas de
powerheads e no so mais do que bombas de circulao, normalmente com
dbitos mais reduzidos. Um desafio grande que enfrentamos conseguir
colocar as bombas dentro do aqurio (caso seja essa a nossa opo),
garantindo uma circulao eficaz e, ao mesmo tempo, conseguir que
estas no sejam demasiadoNovembro 006
ostensivas quando olhamos para o layout como um todo. Como bvio,
neste campo temos que ter alguns cuidados. Entre eles est o facto
de no devermos colocar as bombas em locais onde o seu manuseamento
seja dificultado, pois estas necessitaro, ao longo do tempo, de
manutenes peridicas. Assim, a colocao de bombas por baixo da rocha
viva , de facto, uma m ideia. A melhor colocao, neste caso, ser
perto da superfcie e perto das laterais, pois no s estaro menos
visveis, como tambm, como vimos anteriormente, iro promover uma
melhor oxigenao da gua e uma mais acentuada evaporao da gua. Esta
evaporao muito importante porque no s provoca o arrefecimento da
gua, como possibilita a adio de gua de reposio, onde normalmente
adicionamos alguns suplementos (como veremos mais frente). Quando
colocamos bombas dentro do nosso aqurio h um factor que nunca
devemos descurar, que o facto de termos que proteger a entrada da
bomba. Muitos so os relatos de anmonas, corais e peixes que
equipamentosmorrem presos entrada de uma bomba. Um caso destes,
no s pode matar o animal que fica preso, como tambm pode destruir
um sistema inteiro, caso o animal em causa se decomponha ou liberte
alguma toxina para a gua do aqurio. Assim, existem no mercado
algumas solues para evitar estas situaes. A maior parte das bombas
trazem nos seus componentes uma proteco. Estas podem, no entanto,
ser demasiado pequenas e, ainda assim, no conseguirem proteger a
entrada de gua na bomba, pelo que, neste caso, aconselhamos a
colocao de proteces extra. Hoje em dia, existem mecanismos que
permitem a criao de correntes artificiais dentro do aqurio e a sua
utilizao apenas depende da sua disponibilidade financeira. Devemos,
no entanto, ter em conta que uma grande parte das bombas existentes
no mercado ficam danificadas com o constante ligar e desligar
provocado pelos chamados wavemakers, porque estes, para que possam
ser criadas correntes, ligam e desligam diversas bombas de uma
forma alternada. Existem no mercado vrios kits que vm j preparados
para este tipo de actuao mas, infelizmente, o seu custo est ainda
longe de ser baixo. Assim, antes de montarmos um sistema deste
gnero, devemos ter a certeza que as bombas a adquirir permitem este
tipo de funcionamento. Investir numa ou mais bombas de retorno com
uma alta fiabilidade e num conjunto de bombas de circulao algo
indispensvel na montagem de um aqurio de recife. A questo dever ser
colocada da seguinte forma a economia neste tipo de equipamentos
levar o aquariofilista a gastar dinheiro futuramente para a soluo
de problemas que podem ser evitados com uma circulao eficaz?
Dissimulao de bomba de circulao interior atravs de rocha
falsa
Novembro 006
bioaquaria
internet
aquariofina
lia
net
A bioaquaria traz-lhe, em todas as edies, alguns stios na
Internet relacionados com a aquariofilia e as cincias aquticas, os
quais vale a pena espreitar e navegar um pouco.Nesta edio comeamos
com um site utilitrio sobre qumica de gua salgada e outro sobre
crustceos.
Reef Chemistry
Calculatorhttp://jdieck1.home.comcast.net/chemcalc.html Se tem um
aqurio de gua salgada e anda s voltas com as dosagens de aditivos
de clcio, dureza carbonatada e magnsio, este o site ideal para
visitar. Trata-se de um calculador muito simples e til que permite
indicar dosagens de aditivos adequadas, de acordo com as
concentraes que pretende atingir em relao aos elementos qumicos da
gua j identificados. Imaginemos que pretende elevar o clcio: indica
a capacidade do aqurio, escolhe o aditivo a utilizar (entre vrios
disponveis), indica a concentrao que pretende atingir de clcio e a
actual e o calculador fornece a dosagem e os efeitos secundrios
noutros parmetros da gua.
Crustikon - Crustacean photographic
websitehttp://www.imv.uit.no/crustikon/Index.htm Se gosta
particularmente de crustceos, independentemente do seu tipo de
aqurio, este o site que procura. Aqui poder encontrar fotografias
de qualidade e caracterizaes taxonmicas de muitas das espcies
utilizadas hoje em aquariofilia, assim como referncias
bibliogrficas e links sobre as mais variadas temticas relacionadas
com estes organismos. Este site encontra-se integrado na pgina do
Museu de Troms, pertencente Universidade de Troms, localizada na
Noruega. O autor, Dr. Cdric dUdekem dAcoz, um conceituado
especialista em crustceos, responsvel por muitas publicaes e
investigaes nesta rea.
bioaquaria
Novembro 006
gua salgada
Sustentabilidade do mercado de marinhos ornamentais
E
Viso geral do apanhador ao aquarifilodoce), com cerca de 90% das
espcies comercializadas oriundas de ambientes naturais. So espcies
tipicamente de recifes de coral e tm como principais fornecedores
os pases da zona do Indo-Pacfico, nomeadamente a Indonsia e as
Filipinas. As zonas de recife apresentam uma grande biodiversidade
e uma enorme dinmica ecolgica com elevada produtividade primria,
que serve de base aNovembro 006
Texto: Ricardo Cyrne Tem uma licenciatura em Biologia Marinha e
Pescas na Universidade do Algarve, fez um estgio de 6 meses em
produo de ornamentais marinhos na Lusoreef Lda. e um estgio de
aprendizagem na Univ. do Algarve em 2004 em aquacultura de coppodes
e cadeia trfica.
stima-se que entre 1,5 a 2 milhes de pessoas de todo o mundo
possuam um aqurio marinho. Os Estado Unidos da Amrica surgem como o
maior mercado, seguido da Europa, com particular incidncia na
Gr-Bretanha, Frana e Alemanha, seguidos do Japo. Apesar de bem
difundida, a aquariofilia marinha representa apenas 10% do mercado
ornamental (a restante de gua 6
toda a cadeia trfica. Estas reas encontram-se sobre grande
presso antropognica: turismo excessivo (devido sua beleza e
variedade de espcies); sobreexplorao dos recursos, com tcnicas de
pesca muito destrubioaquaria
gua salgadaexplorao, tambm o mtodo como esta feita afecta
profundamente o ecossistema. Por outro lado, a extraco de rocha
viva apresenta, de igual modo, impactos significativos, uma vez que
so removidos habitats para alm do facto de aumentar a eroso. A
tcnica de pesca mais comum baseiase no uso do cianeto, o que
permite atordoar os animais e apanhlos vivos com alguma facilidade.
uma tcnica altamente destrutiva que, para alm de potencialmente
prejudicial para o organismo alvo, afecta toda a rea em redor,
podendo matar peixes e corais envolventes. Cerca de 75% dos peixes
capturados morre aps a captura e outros 60% durante o trajecto at
ao consumidor final, revelando mercado como altamente exigente,
revelando-se como pouco sustentvel, com uma taxa reduzida de
aproveitamento dos recursos disponveis. Deste modo, imperativo agir
sobre a actividade para se tornar sustentvel, minimizando o seu
impacto ambiental. Algumas restries locais esto j implementadas,
como a interdio sazonal, quotas de apanha, malhagem e tipo de rede.
A nvel internacional, com o objectivo de regular o mercado, surgem
organizaes como o Marine Aquarium Council, que zela para atribuir
certificados cadeia do mercado (desde a apanha ao retalho). Em
1973, foi tambm assinado um tratado na Convention of International
Trade in Endangered Species of Flora and Fauna (CITES), que promove
a proteco da vida selvagem ao assegurar que o mercado internacional
baseado num uso sustentvel que no pe em risco a sobrevivncia das
espcies descritas. Estas so medidas que permitem um maior controlo
no registo de transaces e na regulamentao. Por outro lado, permitem
ao consumidor e todos os elementos da cadeia de mercado, exigir
qualidade e contribuir positivamente para a continuidade da
actividade, reduzindo o impacto ambiental. Este gnero de medidas
internacionais muito interessante e entusiasmante e, do qual, j se
conseguem ver alguns resultados na qualidade dos produtos.
Infelizmente, a certificao MAC, e outras semelhantes, carecem de
uma vigia contnua que assegure a manuteno dos parmetros de
qualidade, embora, por vezes, este certificado seja utili
tivas e no selectivas em relao espcie alvo; poluio; subida da
temperatura do oceano, responsvel pela lixiviao dos corais, a base
do ecossistema. Devido sua dependncia de animais selvagens, o
mercado ornamental marinho exerce alguma presso sobre este
ecossistema. Estima-se que so comercializados entre 20 a 24 milhes
de peixes de 1.471 espcies, 11 a 12 milhes de corais (140 espcies)
e 9 milhes de outros invertebrados (500 espcies). No entanto, para
alm da sobrebioaquaria
muitas deficincias no processamento, desde a captura ao lojista.
Na realidade, em determinadas espcies, apenas 1 em cada 100 chega
ao aqurio do cliente final em boas condies. O transporte , de
facto, um problema, mas, no entanto, este , normalmente, acusado
sem justa causa. Existe uma elevada falta de capacidade das
empresas que apanham os animais e mesmo das que importam para
manter os animais nas melhores condies, revelando-se como um dos
principais problemas camuflados. Assim, define-se oNovembro 006
www.picture-newsletter.com
gua salgadaapanha, transportes inadequados e a chegada ao
distribuidor ou lojista que resultam em mortalidades muito elevadas
e animais em ms condies e que, quando chegam ao aquariofilista,
geram descontentamento e desinteresse. Uma vez que o mercado existe
em grande parte devido ao interesse dos aquarifilos, espera-se dos
mesmos um interesse em procurar espcies que estejam em conformidade
com a conservao da natureza, favorecendo meios de distribuio que
respeitam e implementam este conceito. O sucesso do nosso mercado
depende dos nossos hbitos de consumo. Um consumidor consciente no
deve adquirir espcies que so j conhecidas por serem muito difceis
de manter em aqurio, corais inadequados para serem mantidos em
cativeiro, peixes que no so compatveis uns com os outros, animais
mal aclimatizados e em quarentena, entre outros problemas. Este
tipo de a c o permite reduzir a mortalidade des-
Amphiprion spp. - Peixe-palhao
zado por motivos de marketing, em vez de melhoria de servios.
Estas medidas de conservao, ao restringirem as apanhas, diminuem a
oferta, mas a procura mantm-se, razo pela qual so necessrios outros
meios que permitam manter o stock das espcies procuradas. Assim,
neste contexto, a aquacultura surge como uma fonte alternativa de
fornecimento de peixes e invertebrados ornamentais, bastante citada
hoje em dia. A produo actual est limitada a poucas espcies, caso
dos peixes Amphiprion spp, algumas espcies de Hippocampus spp,
entre outros. Nos invertebrados do gnero Lysmata j existe produo de
L. wurdemani e L. seticaudata. Nos corais existem as chamadas
quintas de corais, que utilizam a propagao como meio de reproduo,
no sendo
Lysmata seticaudata (Risso, 1816)
contudo auto-sustentvel, embora j surja como alternativa apanha
em ambientes selvagens. Alm de aumentar o stock para a indstria, o
cultivo permite o repovoamento de certas reas com reduzido efectivo
populacional, atravs da libertao de juvenis criados em cativeiro.
Permite, igualmente, diminuir o esforo sobre espcies selvagens e,
assim, permitir a continuao do mercado de ornamentais de forma
sustentada. Seja atravs de aqurios pblicos ou privados, a
aquariofilia uma ferramenta muito importante na divulgao e
aprendizagem de assuntos relacionados com o meio marinho e permite
o contacto com animais que, na maioria das vezes, seria
impossibilitada pela distncia geogrfica. importante uma
consciencializao de todos os intervenientes na procura de um
mercado que proporcione o melhor para o hobby e para o meio
ambiente. importante ultrapassaremse os problemas reais, de ms
condies de apanha, aclimatizaes e manuseio errados psNovembro
006
Hippocampus spp.
necessria directa e indirecta, uma vez que, para conseguir essas
espcies, muitas vezes outras so sacrificadas. Poder ser encontrada
mais informao em: www.aquariumcouncil.org www.cites.org
www.ofish.org www.icn.ptbioaquaria
A Biodiversidade e a sua importncia emecossistemas fechadosparte
I
Dan Barbus
bioaquaria
Novembro 006
BioCincia
Pedro Conceio
A
biodiversidade um conceito que, embora o leitor decerto conhece
e identifica, no fcil de definir e muito menos de compreender toda
a sua amplitude e importncia em qualquer sistema de suporte de
vida. Este artigo pretende ajudar o leitor a apreender melhor este
vasto e dinmico conceito e a sua importncia, relacionando-o com um
mundo que todos ns conhecemos a aquariofilia. Neste contexto,
fundamental perceber o papel que a biodiversidade existente em cada
aqurio desempenha, garantindo a existncia e continuidade de um mini
ecossistema funcional e saudvel, essencial para o sucesso de
qualquer aqurio.Parte 1A biodiversidade A biodiversidade ou
diversidade biolgica, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza
(1989), consiste na riqueza da vida na terra, os milhes de plantas,
animais e microorganis0 mos, os genes que eles contm e os
intricados ecossistemas que eles ajudam a construir no meio
ambiente. Vamos tentar perceber melhor este conceito, as suas
implicaes, a sua extenso e toda a sua importncia. Numa primeira
abordagem, denota-se, partida, que esteNovembro 006
Joo Cotter
&
Texto: Paulo Torres
O primeiro autor tem um Mestrado em Biologia e Gesto dos
Recursos Marinhos. Foi Director Editorial da revista Aqurio
Magazine. Tem dezenas de artigos de aquariofilia publicados e
apresentadas algumas palestras em eventos pblicos. investigador no
Instituto de Oceanografia da Faculdade de Cincias da Universidade
de Lisboa. aquariofilista desde a infncia e dedica-se a aqurios de
recife (gua salgada) desde 1992. moderador do frum:
www.aquariofilia.net. O segundo autor tem uma Licenciatura em
Biologia Marinha e um Mestrado em Biologia e Gesto de Recursos
Marinhos. investigador no Laboratrio Martimo da Guia da Faculdade
de Cincias da Universidade de Lisboa e aquariofilista desde
2000.
conceito engloba vrias escalas do micro ao macrocosmo,
considerando trs nveis bem definidos de diversidade. O primeiro,
mais especfico, est relacionado com toda a variao gentica que
existe, tanto intra como inter espcie e/ou populao, e por isso
denominada diversidabioaquaria
BioCinciade gentica. Em seguida, surge uma outra vertente: a
diversidade das espcies, ou seja, toda a sucesso de espcies
existentes na Terra, desde os humildes organismos unicelulares at
aos mais complexos reinos multicelulares dos chamados animais
superiores. Finalmente, h que ter em considerao uma outra vertente
mais geral e abrangente: a diversidade ecolgica, representada pela
imensa variedade de biomas, ecossistemas, comunidades, nichos e
habitats, resultado de uma resposta conjunta das espcies de acordo
com as condies ambientais, originando muitas das zonas mais
produtivas e essenciais para a sobrevivncia do planeta. Todas estas
vertentes so importantes para a sobrevivncia das espcies e
ecossistemas envolventes e, por isso mesmo, cruciais para o Homem.
Talvez seja prefervel dar um exemplo para facilitar ao leitor a
identificao de cada nvel de diversidade, utilizando para isso um
mundo fcil de aceder: o seu prprio aqurio. Assim, toda a variedade
de plantas, peixes, corais, moluscos, crustceos ou equinodermes,
toda a gama de espcies que o seu aqurio possa possuir, representam
a vertente das espcies. Contudo, cada organismo vale tambm pela
sua
bioaquaria
Novembro 006
1
BioCinciaindividualidade e singularidade fornecida pelo seu
cdigo gentico, o que define a diversidade gentica do seu aqurio. Se
ainda assim este nvel for difcil de distinguir do anterior, podemos
pensar, por exemplo, em vrios organismos de uma mesma espcie de
peixe, certamente to diferentes como qualquer um de ns em relao
restante populao humana, que valem pela sua particularidade, cada
qual possuindo um diferente conjunto de genes que o representam e
definem. Todo o conjunto de organismos existentes no seu aqurio
interage como uma comunidade, alterando e influenciando o ambiente
em seu redor, originando ecossistemas diferentes. Deste modo, cada
aqurio em si representa uma variao deste nvel mais amplo de
diversidade. necessrio ter em considerao uma outra particularidade
em relao ao conceito de biodiversidade. As populaes de que trata
esto sujeitas a uma evoluo constante e permanente, o que significa
que um conceito dinmico, o que essencial para melhor apreender este
conceito e perceber alguma da sua problemtica. Diversidade
funcional Em ltima anlise, parece evidente a existncia de uma
imensa diversidade funcional que enquadra esta definio, na medida
em que cada espcie responsvel por uma determinada funo que, directa
ou indirectamente, de acordo com o seu nvel de diversidade,
essencial para a sobrevivncia do mundo natural e importante para o
Homem. Neste sentido, os ecossistemas so responsveis pelo
fornecimento de servios de uso directo, tais como recursos
alimentares, medicina e sade, material industrial, controlo
biolgico de pragas e ecoturismo (ex.: parques
Novembro 006
bioaquaria
BioCincia Michael Scaduto
As florestas de mangal so ecossistemas extremamente importantes
para a manuteno da biodiversidade nos recifes de coral
marinhos), e de uso indirecto, muitas vezes mais cruciais, tais
como a regulao atmosfrica, climtica e hidrolgica, ciclagem de
nutrientes, controlo de pestes e pragas, filtragem de ar e gua,
proteco e estabilizao dos solos, polinizao, entre outros. A partir
da compreenso da extrema importncia que estas funes representam,
logicamente natural que um ecossistema mais diversificado possua
uma maior capacidade de resistncia ao stress e, consequentemente,
seja mais produtivo, ou seja, quanto maior a biodiversidade de um
ecossistema maior ser a sua estabilidade. Deste modo, a perda de
espcies ir resultar numa perda de funes por parte do ecossistema,
diminuindo a sua capacidade de renovao, restabelecimento e
regenerao. As ameaas biodiversidade A biodiversidade tem,
assim,
contribudo de muitas formas para o desenvolvimento da cultura
humana. Porm, o Homem tem retribudo alterando significativamente e,
em certos casos, permanentemente, toda a diversidade do mundo
natural. Durante o ltimo sculo, temse assistido a uma quebra da
biodiversidade. verdade que sempre existiu uma certa continuidade e
equilbrio entre o aparecimento de novas espcies e a extino de
outras. Contudo, o que preocupante, e que se tem vindo a agravar, a
taxa de extino a que se assiste, estimada em cerca de 80 espcies
por dia, ou seja, aproximadamente 3 por hora, o que significa que
se o leitor demorar uma hora a ler esta revista, no final ter-seo
extinguido 3 espcies, o que d que pensar! A grande reduo da
biodiversidade ocorre a todos os nveis com a degradao/destruio de
ecossistemas, comunidades e espcies, sendo estas condu
bioaquaria
Kynne A.T.
Novembro 006
BioCinciazidas extino. Esta reduo deve-se alterao e destruio de
habitats naturais para satisfao das necessidades humanas. Assim, as
principais ameaas biodiversidade, nomeadamente do meio aqutico, so:
a presso sobre as zonas costeiras (destruio de habitats costeiros,
como as florestas de mangal), a produo de energia (barragens), a
extraco/explorao de recursos vivos e no vivos, a poluio atmosfrica
e aqutica, a introduo de espcies exticas e o aquecimento global.
Apesar de se assistir a uma cada vez maior sensibilizao por parte
de alguns governantes, a verdade que ainda h muito a fazer antes
que seja tarde. Ironicamente, estamos a destruir o que responsvel
pela nossa prpria sobrevivncia e um dos problemas que aquilo que no
macroscopicamente visvel ou quantificvel a curto prazo no conta
para muita gente, que nem se apercebe que muitas vezes esses so os
processos mais importantes e essenciais ao sucesso da populao
humana. A verdade que se no formos ns a cuidar do planeta e,
automaticamente, do nosso meio de subsistncia, quem o far? O meio
marinho como um sistema aberto O oceano aberto e os sistemas
costeiros so fontes inesgotveis de biodiversidade. Das mais de 1,5
milhes de espcies descritas, apenas 250.000 so marinhas, porm estas
encontram-se distribudas por um maior nmero de Filos e Classes (32
Filos no oceano e apenas 12
em ambiente terrestre; 21 Filos exclusivamente marinhos). A
ausncia de barreiras fsicas entre os diversos habitats permite o
transporte activo dos seres marinhos e passivo dos seus
Duarte Conceio
ovos e larvas pelas correntes atravs do vasto espao
multidimensional ocenico. Perante essas migraes, a sobrevivncia vai
depender da adaptabilidade das diferentes espcies s varia-
Cadeia trfica simplificada (constituda 84% por peixes) num
recife de coral das Carabas Novembro 006 bioaquaria
BioCincialados e cianobactrias), as macroalgas (ex.: laminrias e
caulerpa) e mesmo as plantas adaptadas ao meio marinho (ex.:
fanerogmicas marinhas e mangais) constituem o incio das cadeias
trficas marinhas, pois alimentaro zooplncton, peixes, crustceos e
outros seres que, por sua vez, iro alimentar outras espcies,
originando-se um entrelaado de relaes mais ou menos complexo. Nos
habitats marinhos, os seres primrios circulam e abundam o
suficiente para garantir a sobrevivncia dos seres dos nveis trficos
seguintes. Temos, desta forma, um sistema aberto na medida em que
se dispe de um fluxo energtico contnuo (ainda que em determinadas
regies geogrficas possa ter caractersticas de variao de intensidade
sazonal) que o alimenta e, por outro lado, a diversidade de tal
ordem que se pode falar em multi-sistemas mais ou menos
interligados e que se compensam, obtendo-se trocas energticas que
beneficiam o ecossistema global, o que no ocorreria em sistemas
fechados ou isolados. O aqurio sistema aberto ou fechado? Garantir
o equilbrio autnomo de produtividade num aqurio de recife algo
extremamente complicado, diramos mesmo impossvel. Um sistema em
cativeiro requer um conjunto de intervenes artificiais ou humanas
para garantir o seu funcionamento. Meios artificiais para garantir
a iluminao, a propulso da gua, a manuteno da temperatura, a
salinidade, o clcio e dureza carbonatada, etc., so utilizados para
simular as condies do habitat natural no meio marinho. Para efeitos
desta anlise, vamos ignorar o facto de que estas condies so
manipuladas artificialmente e consideremo-las como se de um
ecossistema natural se tratasse. Deste ponto de vista, de que que
diferem os nossos aqurios de recife de um recife
es das condies oceanogrficas ao longo do meio marinho
(hidrodinamismo, temperatura, luminosidade, salinidade,
profundidade, disponibilidade de nutrientes, etc.). Apesar destes
constrangimentos, o meio marinho no apresenta verdadeiras barreiras
fsicas (exceptuando plataformas continentais, ilhas e arquiplagos).
A base das cadeias trficas inicia-se com o input energtico
proveniente do sol (salvo excepes como o caso das fontes
hidrotermais, em que a energia obtida de sulfureto de hidrognio).
Esta energia permite o desenvolvimento de algas e plantas, que
constituem a produo primria marinha. O fitoplncton (ex.:
diatomceas, dinoflagebioaquaria
Fanerogmicas marinhas Novembro 006
Consuelo Puchades
BioCincia Paul J. Thompson
tricional por parte do aquariofilista. Determinados seres
planctnicos e planctonvoros simplesmente no sobrevivem num aqurio
porque, ou no encontram a diversidade de alimento de que
necessitam, ou o ambiente demasiado adverso para a sua sobrevivncia
(bombas de gua, demasiados predadores por volume de gua, etc.). O
equilbrio de tal ordem frgil que os elos da cadeia trfica esto e so
facilmente quebrados. Assim, estes sistemas requerem inputs
energticos externos adicionais. O aquariofilista adiciona
frequentemente alimento a peixes, corais e outros invertebrados.
Por outro lado, ocasionalmente repe biodiversidade atravs da adio
de seres marinhos cujas populaes decrescem com o tempo (ex.:
detritvoros). Alguns aquariofilistas simulam ainda aumentos de
produtividade primria, recorrendo adio de concentrados de clulas
fitoplanctnicas. Se, por um lado, os sistemas domsticos so fechados
perante habitats e biodiversidade externa, por outro so nitidamente
abertos, j que beneficiam de constantes inputs energticos e de
diversidade atravs de uma mozinha humana vinda do exterior. Na
prxima edio analisaremos com maior detalhe a biodiversidade marinha
e sua relevncia dentro de um aqurio de recife, nomeadamente as
relaes ecolgicas funcionais.
Produo de fitoplncton para a aquariofilia
natural num ambiente tropical? Num aqurio, ao contrrio do recife
natural, temos verdadeiras barreiras fsicas relativamente ao
exterior. No temos trocas energticas com outros habitats e no h,
portanto, reposio autnoma de vida atravs de movimentos migratrios.
Estamos ento perante um sistema verdadeiramente fechado?
Vejamos...
Num recife domstico a produtividade primria escassa (quem que
pretende ver o desenvolvimento de microalgas no seu aqurio?) e,
mesmo quando no o , dificilmente conseguimos ter presente todos os
nveis trficos que permitam, por exemplo, que todos os nossos peixes
se alimentem autonomamente e que no requeiram qualquer tipo de
interveno nu-
6
Novembro 006
bioaquaria
eventos
PetFil 006
salo dos animais de estimao realizado nos dias a de Setembro em
Lisboa.
R
Miguel Marques
Miguel Marques
troca de impresses e aprendizagem atravs de vrias iniciativas
que ocorreram (palestras e workshops). O nmero de visitantes rondou
os 30.000, sendo que o domingo (dia 24) apresentou um afluxo de
visitantes bastante elevado.
bioaquaria
Novembro 006
Pedro Conceio
Pedro Conceio
ealizou-se no passado ms de Setembro na FIL Feira Internacional
de Lisboa a PetFil, uma das maiores exposies do pas de animais de
companhia, seus produtos e acessrios. A PetFil, com cerca de 15.000
m2, contou com cerca de 300 expositores nas mais variadas reas
ligadas aos animais de companhia, nomeadamente ces, gatos, aves,
animais exticos, equinos e, como no podia deixar de ser, a
aquariofilia. A aquariofilia fez-se representar por vrias empresas
nacionais de distribuio e representao de marcas, lojas, associaes,
clubes e um frum de discusso online. Foi uma oportunidade de
divulgao de produtos, servios e marcas, assim como de
estabelecimento de negcios. Para muitos visitantes aquariofilistas
foram tambm momentos de convvio,
Miguel Marques
eventos
Evento do aniversrio do ReefForum
No passado dia 9 de Setembro comemorou-se o 2 aniversrio do
ReefForum, um frum de aquariofilia nacional na Internet
inteiramente dedicado gua salgada. O evento foi realizado no Centro
Cultural de Belm e contou com a presena de trs mestres da
aquariofilia mundial: Eric Borneman, Anthony Calfo e Gustavo
Duarte.
E
ntre outros aspectos, Gustavo Duarte abordou a importncia e
papis da pigmentao nos corais como factor protector dos mesmos,
relacionando o estado de sade dos mesmos com a fluorescncia
emitida, recorrendo-se medio atravs de um fluormetro. Referiu tambm
a gravidade da situao dos oceanos em
coral como zonas de elevada produtividade e biodiversidade.
Anthony Calfo abordou a sustentabilidade econmica da propagao de
corais em cativeiro. Relatou algumas das suas experincias de
aquacultura de corais e salientou a importncia da propagao de
corais como forma de aliviar a presso da captura nos recifes.
Anthony Calfo
Gustavo Duarte
termos de alteraes climticas e seus impactos nos recifes de
coral, nomeadamente a acidificao dos oceanos devido ao aumento de
CO2 atmosfrico, diluindo-se nos oceanos e contribuindo para uma
menor concentrao de carbonatos. Salientou tambm a importncia
ambiental dos recifes deNovembro 006
Um dos expositores presentes bioaquaria
eventosReferiu que muitas das espcies de coral mais simples de
manter e com taxas de crescimento elevadas apresentam
rentabilidades elevadas em aquacultura, pois a maior parte da
procura concentra-se em iniciantes que adquirem essas espcies em
grandes quantidades. Essa rentabilidade pode at ser significativa
em simples aqurios domsticos. A sua boa disposio foi uma
No workshop a boa disposio foi uma constante
Eric Borneman
O material utilizado no workshop
constante ao longo de todo o evento. Eric Borneman realou a
importncia da alimentao de corais. Colocou a alimentao de corais
como factor ainda mais importante que a prpria iluminao. Para tal
revelou vrias experincias e fez meno a estudos e artigos cientficos
que mostram a necessidade da alimentao de corais para a manuteno da
sua sade e favorecimento do crescimento, nomeadamente em muitas
espcies de Scleractinia, incluindo as espcies com plipos mais
pequenos. O plncton, as bactrias, os detritos e a matria orgnica
constituem elementosbioaquaria
fundamentais na alimentao de corais. Eric resumiu ainda o
projecto Catalaphyllia e toda a investigao que est a ser feita no
sentido de determinar a origem da doena que tem dizimado este
coral. Muito ainda h para ser feito! O evento culminou com um
workshop sobre fragmentao de corais, em que os trs convidados
brindaram o pblico com uma sesso de bricolagem eNovembro 006
foram utilizadas variadssimas ferramentas, algumas delas
inslitas. Foram fragmentados vrios corais e reveladas vrias tcnicas
de corte e fixao. A boa disposio acompanhou todo o workshop.
Estiveram ainda presentes alguns expositores de empresas nacionais
do sector da aquariofilia.
http://www.reefforum.net
AAqurio no incio
qurio do m
S
Nesta nossa primeira edio fomos visitar um pequeno aqurio de
recife, comprovando que at nos aqurios mais pequenos o sucesso pode
ser atingido.Aquariofilista: Ricardo Pinto Dimenses do aqurio: 85 x
55 x 60 cm Capacidade bruta do aqurio: 280 l Dimenses da sump: 70 x
40 x 50 cm. Tipo de aqurio: Recife. Data de montagem: 30 de Outubro
de 2005. Circulao: Bombas Eheim 1262 e OR 3500. Iluminao: Calha
SOHAL 8 x 39 W T5s (4 actnicas) com ventoinha de pc incorporada
dentro da calha. Escumador: Deltec APF 600.
Centropyge loriculus
Euphyllia sp.
Aqurio actualmente
Fungia sp. Novembro 006 bioaquaria
0
Acanthastrea sp.
Adio de clcio: Reactor de kalkwasser com bomba peristltica
Aquamedic SP 3000 ligado durante a noite. Aditivos: Kalk Kent
Marine; Turbo Calcium; Tropical Marine Centre: Pro Coral Phyton
para alimentar a Tridacna. Peixes: Centropyge loriculus;
Cirrhilabrus cyanopleura; Chromis dimidiata; Siganus virgatus.
Corais: Acropora efflorescens; Fungia sp.; Euphyllia sp.;
Acanthastrea sp.; Acropora valida; Montipora sp.; etc. Outros
invertebrados: Lysmata amboinensis; Lysmata seticaudata; Thor
amboinensis; Tridacna crocea; Nassarius sp. Fotos: Ricardo Pinto e
Joo SoaresAcropora sp.
Acropora efflorescens bioaquaria Novembro 006
1
PublicidadeNo incio do prximo ano a bioaquaria vai ser
distribuda pelas lojas de todo o pas. Se tem um negcio ou empresa
ligada aquariofilia ou a qualquer rea de negcio cujo pblico-alvo
seja comum com o da bioaquaria, ento no perca a oportunidade de nos
contactar. Queremos ajudar a publicitar os seus produtos, servios,
marcas e/ou empresas. Temos vrios formatos de anncios disponveis,
inclundo pgina dupla, pgina simples, 1/2 pgina, 1/3 pgina, 1/4
pgina e 1/8 pgina. Pea a tabela de preos de publicidade e reserve j
o seu espao nas primeiras edies da bioaquaria. Temos ainda um espao
dedicado a pequenos anncios atravs da conjugao de mdulos de 36,5 a
57,5 [email protected] Duarte Conceio
Twm
Endereo electrnico
http://bioaquaria.planetaclix.pt
6,
Contactos telefnicos+351 96 501 75 63 +351 91 618 87 14 ,
contacte-nos
Novembro 006 bioaquaria
No perca a Prxima edio...A Biodiversidade e a sua importncia em
sistemas fechados - 2 ParteDepois dos conceitos, no perca o
desenvolvimento deste emocionante tema e descubra a importncia que
cada organismo pode ter directa ou indirectamente no seu
aqurio.
Mitos do Aqurio Manuel M. Almeida
Junte-se a Eric Borneman e desvende alguns dos preunte-se
conceitos e mistrios que assombram os nossos aqurios.
Leitos de folhas
Conhea um dos habitats e refgios mais fantsticos que se podem
ter num aqurio de gua doce.
Nuno Prazeres
No perca a entrevista a Gustavo Duarte, o Bilogo Marinho e
especialista em corais que esteve presente no 2 Aniversrio do
ReefForum.
Entrevista
... e muito mais!
bioaquaria
Novembro 006
Antnio Guerra
Belos, exticos, misteriosos... e perigosos. Conhea estes
fascinantes seres que, embora no muito desejados, so, sem sombra de
dvida, inigualveis.
Nudibrnquios
Duane Moody