DIFERENÇAS PARTILHADAS... BIBLIOTECAS ESCOLARES E PROMOÇÃO DO DIÁLOGO INTERCULTURAL Ações a operacionalizar com toda a comunidade educativa Trabalho realizado no âmbito do Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares (Universidade Aberta) Carla Sofia Castro Ferreira 2012
Bibliotecas Escolares e Promoção do Diálogo Intercultural (Um projeto de investigação-ação num agrupamento de escolas do ensino básico)
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DIFERENÇAS PARTILHADAS…na aprendizagem…
DIFERENÇAS PARTILHADAS...
BIBLIOTECAS ESCOLARES E PROMOÇÃO DO DIÁLOGO INTERCULTURAL
Ações a operacionalizar com toda a comunidade educativa
Trabalho realizado no âmbito do Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares
(Universidade Aberta)
Carla Sofia Castro Ferreira 2012
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DIFERENÇAS PARTILHADAS…na aprendizagem…
“Todos os tipos de bibliotecas devem reflectir, apoiar e promover a
diversidade cultural e linguística, de âmbito local, nacional e
internacional, e desta forma trabalhar pelo diálogo intercultural e por
uma cidadania activa.” (Manifesto da IFLA para a Biblioteca
Multicultural: 2006)
“Vivermos juntos em harmonia deve ser o fim último da educação no século XXI.”
Jacques Delors (coord), (1996). Educação, um tesouro a descobrir
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I
APRESENTAÇÃO
Diferentes documentos, de instituições internacionais, alertam para a necessidade de
implementação de práticas educativas promotoras do diálogo intercultural. Envolver a
comunidade em atividades e diálogos que promovam a diversidade como característica
essencial ao desenvolvimento de cada um; sensibilizar a comunidade para práticas
colaborativas, tentando atenuar as fronteiras entre todas as áreas disciplinares e não
disciplinares e acima de tudo descobrir novas práticas educativas que possam enriquecer-nos a
todos, são os objetivos deste programa.
Apresentam-se algumas sugestões de atividades para os diferentes níveis de ensino. A leitura, a
escrita criativa e as literacias digitais surgem associadas ao desenvolvimento do diálogo
intercultural.
Sugerem-se, ainda, algumas sessões de sensibilização e workshops (parcerias com diferentes
instituições) dirigidos a toda a comunidade educativa.
Foram criados alguns dispositivos educativos que a seguir se apresentam, assim como propostas
de ações a operacionalizar em sala de aula e/ou bibliotecas escolares.
Com este programa pretende-se promover a eco-responsabilidade e a consciência intercultural
como pilares essenciais no atual paradigma de gestão sustentável para as escolas.
Fazer parte de uma “Geração Glocal = Pensar Global, Agir Local” implica descobertas que nos
transformem e nos impulsionem para além dos limiares do egoísmo.
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Título das atividades: “Diferenças partilhadas…com histórias”
Público Alvo: Turmas de Jardim de Infância
Breve enquadramento teórico
Nos projetos educativos (PE) e projetos curriculares de turma (PCT),
os temas da solidariedade, da cooperação e do voluntariado surgem,
frequentemente, como orientadores da ação educativa
A educação das crianças, desde os primeiros anos de idade, deve ser
orientada para uma descoberta da diversidade global como forma de
descoberta de si mesma. De acordo com os estádios de Jean Piaget, a
criança dos 0 aos 2 anos tem uma inteligência essencialmente prática, a
partir dos 2 anos ela começa a representar acontecimentos, através da
imitação diferida, da linguagem, do jogo simbólico, do desenho. Ao nível
pré-operatório, até aos 7-8 anos, o pensamento da criança é essencialmente
egocêntrico.
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Uma das características dominantes do comportamento intelectual da
criança neste estádio é o egocentrismo, que se articula com o realismo, no
sentido em que a criança toma a perspectiva própria como objectiva e
absoluta, tendendo assim à coisificação dos seus pensamentos,
sentimentos e sonhos; o animismo ao atribuir vida a objectos inanimados,
aspecto que vai tendo uma limitação progressiva; e o artificialismo, isto é,
a atribuição da origem das coisas naturais à acção explicita de um criador.
No campo das actividades de leitura ou com ela coordenadas, a imitação
diferida propicia uma inclinação para o jogo dramático espontâneo,
primeiro passo para jogos dramáticos dirigidos. (Bastos, 1999, p. 35)
É precisamente este estádio que importa para o desenvolvimento das
propostas de leitura aqui apresentadas. Através dos livros e da leitura é possível
desenvolver com as crianças atividades lúdicas, jogos dramáticos, momentos de
comunicação e de partilha com os outros. É pela diversidade de experiências que
podemos proporcionar às crianças, que se torna possível dar a conhecer o mundo
e os outros, permitindo a cada uma a possibilidade de se conhecer a si próprio.
“A importância do livro e da leitura na formação da personalidade humana é tida,
desde há muito, como uma verdade universal praticamente inquestionável”.
(Ramos, 2007, p. 166)
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Seleção das obras
Sugere-se uma visita ao site de formação intercultural, “Entreculturas” que
apresenta uma boa seleção de obras, de contos e poemas online:
http://www.entreculturas.pt/Bagagem.aspx?to=221
Metodologia / Atividades
As leituras das obras e a preparação das atividades devem ser planificadas
em colaboração com as educadoras. Sugere-se a inclusão de diferentes
expressões artísticas (musical, plástica e dramática) na apresentação das
leituras. A elaboração de painéis, jornais de parede e Blogues são algumas
das estratégias aconselhadas usadas para exploração das obras.
Exemplo de atividade:
Análise da obra/Sinopse
LIONNI, Leo. Pequeno Azul e Pequeno Amarelo. Matosinhos: Kalandraka