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2014 CARTILHA BR BOAS PRÁTICAS DE MANEJO, COMERCIALIZAÇÃO E BENEFICIAMENTO DOS FRUTOS DE AÇAÍ Euterpe precatoria Conservação
17

Beneficiamento Acai WWF

Sep 30, 2015

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Alex Vanessa

Açaí
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  • 2014

    CARTILHABR

    BOAS PRTICAS DE MANEJO, COMERCIALIZAO EBENEFICIAMENTO DOS FRUTOS DE AA Euterpe precatoria

    Conservao

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    APRESENTAOA floresta amaznica considerada a maior floresta tropical do mun-do, e sua importncia para o equilbrio do planeta notria. Para sua conservao, necessria a criao e manuteno de modelos de desen-volvimento econmico que tornem as florestas valorosas em p e conte-nham o desmatamento desordenado. O principal desafio diversificar e aumentar a produtividade destas reas, de modo que as populaes tradicionais da floresta no Acre possam obter renda da floresta e zelar pela sua preservao.

    Para tornar valorosas as florestas e conter o desmatamento, o desafio das populaes tradicionais da floresta no Acre diversificar e aumentar a produtividade destas reas e obter sua sustentabilidade.

    O manejo de recursos florestais pode ser um dos principais caminhos para se alcanar um desenvolvimento com bases realmente sustent-veis, sendo economicamente vivel, socialmente justo e ambientalmen-te correto.

    Se conduzido de maneira racional, o manejo de Produtos Florestais No Madeireiros (PFNMs) torna as florestas rentveis e, em muitos ca-sos, mantm sua estrutura e biodiversidade praticamente intactas. Os PFNMs envolvem uma grande variedade de produtos provenientes de centenas de espcies que trazem benefcios a povos e comunidades da Amaznia e a consumidores em todas as partes do planeta.

  • 2 3

    Introduo 5Colheita e manejo dos frutos 5Debulha 8Pr-armazenamento 9Transporte 10Agroindstria ou despolpador informal de aa 11

    Introduo 12Comercializao 12Agroindstria ou despolpador informal de aa 13Edifcios e instalaes 13gua de abastecimento 18Equipamentos e utenslios 19Higiene dos equipamentos e utenslios 20Sade e higiene pessoal 21Superviso 23Higienizao e processamento de frutos para obteno da polpa 24Envase e rotulagem 24Congelamento e armazenagem 26Anexos 27Referncias bibliogrficas 29

    PARTE I BOAS PRTICAS DE MANEJO DO FRUTO DE AA

    PARTE II BOAS PRTICAS DE COMERCIALIZAO E BENEFICIAMENTO

    Dentre estes produtos destaca-se o aa, fruto do aaizeiro (Euterpe pre-catoria), que uma palmeira tpica da Amaznia. Muito apreciado pelo excelente sabor de sua polpa, atualmente o aa uma das frutas amaz-nicas mais conhecidas no Brasil e no mundo, e h grandes perspectivas para a conquista de novos mercados.

    Considerando que se trata de um produto florestal cuja produo natu-ral tem crescido, e que representa grande potencial econmico para as comunidades extrativistas, necessrio que sejam definidas tcnicas de manejo para assegurar a sustentabilidade de seu sistema produtivo.

    Este documento um roteiro sobre boas prticas na coleta de aa no estado do Acre. Seu objetivo a conscientizao a respeito do uso de boas prticas durante a coleta dos frutos, atravs da disponibilizao de informaes tcnicas que possibilitem uma explorao que no traga maiores riscos para o coletor, a espcie e a prpria cadeia produtiva.

    O roteiro direcionado a coletores/debulhadores e pequenos intermedi-rios da cadeia (produtor/coletor/despolpador), e foi dividido em duas partes: I. Boas prticas de manejo dos frutos de aa e II. Boas prticas de comercializao e beneficiamento do fruto de aa.

    SUMRIO

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    INTRODUO

    O aaizeiro, palmeira tipicamente tropical, encontrado em estado silvestre em matas de terra firme, vrzea e igap de toda a Amaznia. Seus frutos so usados, principalmente, para produo do tradicional vinho do aa, cuja principal caracterstica seu alto valor energtico e nutricional. Para coletar, processar e armazenar os frutos de forma adequada e segura necessrio que sejam seguidas seguir algumas re-comendaes:

    COLHEITA E MANEJO DOS FRUTOS

    Para ter melhor controle de sua produo, procure escolher a rea de colheita dentro dos limites da sua propriedade.

    importante observar o aaizeiro de onde os frutos sero retirados. Eles devem estar saudveis, sem brocas, retos e produtivos.

    S

    IMO

    N R

    AWLE

    S / W

    WF-U

    K

    PARTE I BOAS PRTICAS DE MANEJO DO FRUTO DE AA

    WWF-BRASIL

    Secretria-GeralMaria Ceclia Wey de Brito

    Superintendente de ConservaoMauro Jos Capossoli Armelin

    Coordenao do Programa AmazniaMarco Lentini e Ricardo Mello

    FICHA TCNICA

    OrganizaoKaline Rossi do Nascimento WWF-Brasil

    Edio e revisoKaline Rossi do Nascimento WWF-Brasil (Analista de Conservao)Fernanda Melonio da Costa WWF-Brasil (Analista de Comunicao)Lucas Souza Silva WWF-Brasil (Assistente Tcnico de Conservao)Flavio Quental Rodrigues WWF-Brasil (Analista de Conservao)

    Organizaes envolvidas no processoMAPA, SEAPROF, ANVISA, EMBRAPA/AC, UFAC, FUNTAC, SEMA, SEBRAE, ICMBio, INPA

    FotografiaSimon Rawles / WWF-UK

    IlustraoClementino Almeida de Lima / WWF-Brasil

    Design grficoGuilherme K. Noronha gknoronha.com

    Publicado porWWF-Brasil

    Edio EletrnicaISBN: 978-85-86440-79-3

  • 6 7

    Mantenha seus equipamentos limpos e conservados. Eles salvam vidas. Descarte os equipamentos danificados.

    O binculo auxiliar na escolha dos frutos, pois o coletor pode-r visualizar se esto maduros e prontos para coleta. No se deve cortar o p de aa para re-tirar os frutos.

    Utilizar equipamento de seguran-a fundamental. Colete seu aa usando: cinto de segurana tala-barte, camisa, luvas, podo e bai-nha para proteger o terado, que deve ser preso cintura.

    Procure utilizar todos os equi-pamentos indicados. Isso evi-ta acidentes e torna o trabalho mais produtivo.

    Coletor de aa colhendo os cachos com equipamentos de segurana.

    Coletor de aa com equipamentos de segurana.

    Visualizao dos cachos de aa bons para colheita

    utilizando binculo.

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    DEBULHA

    Depois da coleta dos cachos, os frutos precisam ser debulhados com a lona esticada no cho, o que ajudar a manter a higiene durante o pro-cesso. Lance os frutos ruins na floresta, pois desta forma as sementes da-ro origem a novos ps de aa que ajudaro na preservao da espcie naquele ambiente. Tambm devem ser jogados fora quaisquer materiais estranhos como: insetos, talos, folhas, areia, barro e outros resduos.

    importante que os utenslios usados na coleta sejam guardados em local limpo e organizado e que permaneam em boas condies de uso. Sempre que for realizar uma nova coleta, verifique a qualidade dos equipamentos, descarte o que estiver danificado e higienize lonas e caixas plsticas. Isso evita contaminao e prolonga a qualidade dos frutos coletados.

    O local de depsito dos ma-teriais deve ser sempre lim-po, organizado e sem acesso para animais ou crianas. No se esquea de higienizar lonas, caixas plsticas e latas aps o uso.

    Por medida de segurana, o produtor deve evitar realizar a coleta nas primeiras ho-ras da manh, quando ainda pode estar chovendo ou os frutos esto cobertos de or-valho ou molhados de chuva, para evitar que acumulem umidade e apodream mais rapidamente.

    PR-ARMAZENAMENTO

    Ao retirar os frutos coletados da floresta, deve-se evitar contato com o corpo do ani-mal ou com o cho das em-barcaes e/ou carros/car-roas. Os frutos devem ser comercializados em at dois dias, de modo que seu sabor e sua qualidade no sejam comprometidos.

    Limpeza dos utenslios aps uso.

    Produtor realizando a debulha dos cachos corretamente.

    Acondicionar adequadamente o aa coletado muito importante. Procure evitar contato com o corpo do animal ou com o cho da embarcao.

  • 10 11

    O ideal que os estrados sejam de plstico, mas tambm podem ser utili-zados estrados de madeira que devem ser substitudos a cada trs meses.

    TRANSPORTE

    Forre o barco e/ou caminho com lona limpa e seca para evitar umi-dade e contaminao da produ-o. recomendado que os frutos sejam transportados de manh, quando esto com a temperatura mais baixa, o que ajuda a retardar o processo de degradao.

    Os barcos e/ou caminhes usa-dos para o transporte do aa de-vem ser limpos periodicamente.

    O local de pr-armazenamento dos frutos, antes do transporte para os processadores, precisa ser exclusivo para o aa, devendo ser evitada a mistura com qualquer tipo de material que possa contaminar a produ-o. Os sacos de rfia ou caixas plsticas contendo os frutos devem ser colocados sobre estrados, afastados do cho para proteger contra a umi-dade e evitar o contato com insetos, roedores e animais domsticos.

    AGROINDSTRIA OU DESPOLPADOR INFORMAL DE AA

    Acerte o perodo de entre-ga com o comprador, pois desta forma voc garante a comercializao de toda sua produo. Lembre-se: aps a colheita e debulha, os frutos de aa devem ser entregues na fbrica em at 12 horas. Se os frutos estiverem em cachos, a en-trega pode ser feita em at dois dias.

    O ambiente de acondiciona-mento de aa deve ser limpo

    e organizado. Evitando acesso para animais e crianas.

    Caminho de transporte do aa sendo higienizado.

    Entrega do aa na agroindstria.

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    INTRODUO

    A comercializao do aa sofre restries por conta da alta perecibi-lidade do seu vinho, que no resiste mais do que 72 horas, mesmo em ambiente refrigerado. Alm do mais, como toda fruta tropical, o aa torna-se escasso no mercado durante a entressafra.

    Para eliminar os diferentes riscos de contaminao, garantindo assim a qualidade do produto e a segurana da sade do consumidor, devem ser observadas algumas recomendaes:

    COMERCIALIZAO

    Caso tenha contato direto com os frutos, evite o manuseio de dinheiro. Procure manter suas mos sempre limpas.

    AGROINDSTRIA OU DESPOLPADOR INFORMAL DE AA

    O lugar de processamento do fruto deve estar localizado em reas isentas de odores indesejveis, fumaa, p e outros contaminantes que possam representar perigos potenciais ao produto processado (polpa ou bebida aa). Caso j esteja estabelecido em um local, avalie se o mesmo atende a estes critrios de limpeza.

    EDIFCIOS E INSTALAES

    O edifcio e as instalaes para o local de processamento de polpa devem ter construes slidas e de fcil limpeza e sanificao.

    As paredes devem ser pintadas com tintas lavveis, preferencialmente de cor branca. Recomenda-se utilizar um antimofo na tinta. Na rea de processamento devem ser utilizados azulejos de cor branca e os ngulos Evite pegar em dinheiro enquanto estiver em contato com o aa.

    PARTE II BOAS PRTICAS DE COMERCIALIZAO E BENEFICIAMENTO

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    entre paredes e piso devem ser abaulados para facilitar a limpeza e sa-nitizao.

    O teto pode ser de alumnio ou cimento, pintado de branco, forrado com material branco para facilitar a limpeza, dificultar o aparecimento de poeiras, insetos e propiciar melhor aparncia. A altura recomendada para o p direito na rea de processamento de 4,0 m a 4,5 m.

    O piso deve ser de material resistente, impermevel, lavvel e antider-rapante, alm de no possuir frestas e ser de fcil limpeza e desinfeco, devendo ser levemente inclinado para facilitar o escoamento da gua, alm de ter um ralo (tipo sifo ou similar) para evitar o acmulo de gua na rea.

    Evite a presena de animais e insetos na rea de processamento. To-das as janelas e outras aberturas de acesso ao local devem ser teladas.

    As portas devem ter superfcies lisas, no absorventes, com fechamento automtico (mola ou sistema eletrnico) e abertura mxima de 1,0 cm de piso. Como complemento para evitar a entrada de insetos, tambm podem ser utilizadas cortinas de ar entre as reas.

    IluminaoA iluminao das reas de produo de polpa pode ser artificial ou natu-ral, utilizando-se das aberturas das janelas teladas.

    As fontes de luz artificial devem:

    Ser colocadas diretamente no teto, preferencialmente embutidas ou no aparentes na rea de manipulao dos alimentos;

    Estar protegidas, mas sem sombras ou alterao de cor, para evi-tar perigos no caso de quebras e exploses;

    No devem ser colocadas em cima das linhas de produo ou de locais que armazenam insumos e/ou ingredientes;

    Quando exteriores, as instalaes devem ser revestidas por tubu-laes isolantes;

    As conexes eltricas devem ser isoladas para possibilitar fcil limpeza;

    As reas externas devem ser iluminadas, preferencialmente afas-tadas das portas para reduzir a atrao de insetos noturnos;

    A iluminao deve ter padres mnimos como: 1000 lux - reas de inspeo; 250 lux - reas de processamento; 150 lux - outras reas.

    VentilaoA unidade de processamento de polpa deve ter um sistema de ventila-o adequado, natural ou induzido atravs de condicionadores de ar. recomendvel tambm a instalao de exaustores, principalmente na rea de produo, para possibilitar a retirada do ar quente e amenizar a temperatura da sala de processamento.

    Instalaes da rea de processamento da agroindstria.

  • 16 17

    Estoque e armazenamentoOs insumos, as matrias-primas e os produtos acabados devem estar lo-calizados sobre estrados e separados das paredes para permitir a correta limpeza e sanitizao do local.

    Higiene e limpeza do edifcio e das instalaesRecomenda-se a instalao de lavabos nas reas de produo, com utilizao de sabes ou detergentes neutros, com papel toalha ou com as toalhas tradi-cionalmente utilizadas em cozinhas residenciais. Deve-se conservar reci-pientes contendo uma soluo de lcool a 70% para higienizar as mos do manipulador antes de iniciar qualquer etapa na linha de produo.

    Requisitos bsicos para banheiros e vestirios:

    Ser bem iluminados e ventilados, ter lavabos suficientes para a higiene dos funcionrios;

    Dispor de sabo ou sabonetes lquidos, detergentes e desinfetan-tes, para ajudar na eficincia da limpeza; toalhas descartveis (papel toalha) para secar as mos e recomenda-se a utilizao de lixeiras com tampas prximas aos lavabos para evitar atrao de insetos;

    Limpeza peridica (diria) dos vestirios e dos banheiros. Orien-ta-se fixao de avisos e cartazes com orientaes e formas corre-tas sobre hbitos de higiene.

    Resduos e efluentes

    As guas residuais devem ser escoadas para fora das instalaes e pre-vistas no sistema de saneamento da regio.

    Os resduos gerados pelo processamento de polpa devem ser dispostos em locais reservados para o armazenamento de lixo. Recomenda-se con-trole constante do contedo das lixeiras e que o lixo seja eliminado em locais onde a coleta diria, para que no acumule sujeiras na parte externa e interna da rea e atraia pragas e microrganismos que possam contaminar os produtos.

    Local de estoque e armazenamento.

    Lixo e demais resduos devem sempre estar em locais adequados.

    Saiba mais nos anexos 1, 2 e 3.

  • 18 19

    GUA DE ABASTECIMENTO

    A gua que abastece a agroindstria de pol-pas pode ter vrias procedncias: abasteci-mento pblico, poos artesianos e, em alguns casos, fontes naturais. Deve-se conhecer a procedncia da gua para o preparo da polpa, bem como suas condies fsico-qumicas. Recomenda-se a anlise de potabilidade da gua de abastecimento usada. Caso seja uti-lizada gua de poo, necessrio instalar um filtro prprio e um dosador de cloro, este l-timo aps o filtro da gua.

    O reservatrio de gua deve ser revestido de material que no comprometa a qualidade da gua, estar livre de rachaduras, vazamentos, infiltraes, descascamen-tos e em adequado estado de conservao, devendo ser higienizado a cada 6 meses e ser mantido sempre tampado.

    EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS

    O material dos equipamentos e utenslios utilizados no processamento de polpa de frutas deve ser preferencialmente de ao inoxidvel, pois alm deste material ser resistente corroso, fcil de limpar e no transmite substncias txicas, odores e sabores aos produtos.

    No caso de baldes e tanques de plstico, recomenda-se que sejam utili-zados por pouco tempo, pois este material apresenta alta capacidade de absoro de resduos e odores, o que compromete a qualidade do pro-duto. No recomendado o uso de tanques de azulejos, pois apresentam frestas que facilitam o acmulo de sujeira, dificultando o processo de limpeza e favorecendo a contaminao.

    Batedeiras e tanques plsticos para o beneficiamento do aa.

  • 20 21

    HIGIENE DOS EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS

    A higiene de equipamentos como despolpadora, freezer, geladeira e de-mais utenslios (bacias, conchas, funil, dosador, reservatrio de gua, piso, parede, porta, banheiro, janela, ralos e outros) deve ser feita la-vando com gua e detergente, enxaguando, desinfetando com soluo clorada a 200 ppm, usando para cada litro de gua uma colher de sopa de gua sanitria, deixando em contato por 15 minutos, e deixando se-car ao ar.

    Todos os detalhes sobre o padro para a construo da indstria e a legislao sobre as boas prticas devem ser consultados no Manual de Boas Prticas de Fabricao para Indstria de Alimentos da Socieda-de Brasileira de Cincia e Tecnologia de Alimentos (SBCTA), Portaria 1.428 do Ministrio da Sade.

    O programa de controle de higiene e desinfeco deve ser determinado por meio das Boas Prticas de Fabricao (BPF) por um responsvel tc-nico qualificado. A Capacitao em Higiene para os administradores e os funcionrios deve levar em considerao os seguintes aspectos:

    Mtodos gerais para limpeza e desinfeco numa indstria de alimentos;

    Procedimentos gerais de higiene, ordem e desinfeco; Definies de higiene e sanificao, seleo dos melhores

    detergentes e sanificantes para uma indstria de polpa;

    Papel do manipulador no processamento de polpa e boas prticas de fabricao e sua relao com as condies higi-nico-sanitrias do estabelecimento, processos e produtos.

    SADE E HIGIENE PESSOAL

    Todos os envolvidos no processo de colhei-ta at o beneficiamento devem passar por exames mdicos peridicos. No processo de admisso, o candidato deve estar em plena sade fsica e sem nenhum tipo de leso ou doena de pele. Pessoas com ferimentos, afeces cutneas ou doenas infectoconta-giosas precisam ser tratadas e afastadas das reas produtivas e de armazenamento.

    O exame mdico deve ser renovado perio-dicamente ou aps afastamento por enfermidade.

    Boas prticas bsicas de higiene:

    Evitar coar a cabea, introduzir dedos nas orelhas, nariz e boca fora dos banheiros;

    Sempre cobrir a boca e o nariz com leno de papel ao tossir e/ou espirrar prximo s operaes de produo. Aps este ato, lavar e desinfetar as mos antes de retornar produo;

    Tomar banho antes de iniciar a produo do dia; Utilizar uniformes preferencialmente de cor branca e lim-

    pos. Para processamento de polpa de frutas, recomenda-se utilizar aventais de plstico por cima dos uniformes, pois eles podem ser lavados diariamente;

    Utilizar gorros, luvas, mscaras e botas de cor branca du-rante a produo de polpas. A mscara e a touca devem ser descartveis sendo trocadas sempre que mudar de atividade e no final de cada perodo trabalhado;

    As botas devem ser de borracha e no podem possuir aber-turas nas pontas e calcanhares;

    Os homens devem estar sempre bem barbeados;

  • 22 23

    As unhas devem ser mantidas curtas, limpas e livres de qualquer tipo de esmalte;

    Mulheres no devem usar clios e unhas postias; Evitar o uso de adornos pessoais como brincos, colares, re-

    lgios, pulseiras etc.;

    No manipular o produto se estiver com ferimentos ou doente.

    Pessoas que no fazem parte do quadro de funcionrios e que visitam as instalaes da fbrica tambm devem cumprir as recomendaes de higiene.

    SUPERVISO

    O procedimento de lavagem de mos dos funcionrios deve ser efetuado sempre que:

    entrar na rea de produo; iniciar o processamento; manipular utenslios e/ou equipamentos sujos; iniciar nova operao com alimentos; usar os sanitrios.

    Lembre-se de sempre usar o uniforme: avental, touca, mscara, botas e luvas durante o manuseio do aa.

    Higiene:Lavar as mos com sabo sempre.

    Os estabelecimentos produtores de polpa devem ter um supervisor capa-citado em processamento e que seja responsvel pelas boas prticas de fabricao. Para este cargo, recomenda-se um engenheiro de alimentos.

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    HIGIENIZAO E PROCESSAMENTO DE FRUTOS PARA OBTENO DA POLPA

    A vida dos frutos do aaizeiro ps-colheita pode ser prolongada mantendo-os em ambiente refrigerado sob temperatura de 10 C (cmara fria).

    Etapas do processamento dos frutos de aa 1. Primeira Lavagem: Depois da seleo, os frutos devem ser la-

    vados com gua potvel corrente para a retirada de impurezas provenientes do campo e do transporte;

    2. Segunda Lavagem (higienizao): os frutos devem permane-cer imersos em uma soluo contendo hipoclorito a 150ppm (7,5 ml de gua sanitria a 2,5%) durante 20 minutos. Nesta etapa, devem ser feitos vrios revolvimentos nos frutos e, com o auxlio de uma peneira, a remoo das partculas ou impurezas em sus-penso;

    3. Terceira Lavagem: realizar nova lavagem com gua potvel para retirar o excesso de cloro;

    4. Branqueamento: colocar o aa em uma peneira de inox e imergi-lo em gua a 80 C por 10s. Logo em seguida, realizar a imerso em gua com gelo por 10s;

    5. Despolpamentos: realizado em despolpadora vertical, cilndri-ca e dotada de peneira na parte inferior, especfica para a extra-o do Aa. Adicione gua constante, cuja quantidade depende do tipo de polpa que se deseja obter.

    ENVASE E ROTULAGEM

    A polpa do aa pode ser envasada em diferentes embalagens, depen-dendo do destino da produo: em embalagens plsticas de 100g, 500g e 1.000g, sendo aconselhado que a polpa seja direcionada por meio de tubulaes diretamente para as dosadoras.

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  • 26 27

    CONGELAMENTO E ARMAZENAGEM

    Aps o envase, a polpa de aa deve ser imediatamente congelada em locais prprios com temperatura de -4C. Aps o congelamento, pode ser transferida para local de armazenamento congelado, onde mantida a -18C.

    As sobras de aa processado devem ser colocadas em embalagens apropriadas e conservadas refrigeradas temperatura de 7C pelo pe-rodo mximo de 24 horas. Caso falte energia eltrica por mais de trs horas ou se o produto descongelar, consumir imediatamente e no voltar a congelar.

    Agora o aa est pronto para ser comercializado.

    Qualidade em primeiro lugar!

    ANEXO 1Procedimento operacional padro para sanitizar engradado/caixa de plstico, saco de rfia, lonas, luvas ou outros utenslios usados na colheita, coleta, pr-armazenagem, embalagem, armazenagem, transporte e beneficiamento do aa

    Lavar as caixas, sacos, lonas, luvas ou outros utenslios com gua e detergente neutro (sabo liquido), utilizando uma esco-va, e enxaguar com gua potvel corrente limpa;

    Sanitizar/higienizar, aps a lavagem e o enxague, cada material acima citado com uma soluo clorada a 200 ppm, preparada com agua potvel limpa e hipoclorito de sdio (cloro), devendo prepar-la usando uma colher de sopa de agua sanitria a 2,5% de cloro ativo para cada litro de agua potvel limpa, e deixar cada utenslio mergulhado durante 15 minutos;

    Retirar o material aps os 15 minutos e deix-lo secar natural-mente para enfim comear a utiliz-lo.

    ANEXO 2Procedimento operacional padro para limpeza e sanitizao de caixa dagua

    Feche o registro e esvazie a caixa dgua; Feche a sada de gua da caixa dgua; Retire a sujeira com escova; Lave as paredes e o fundo da caixa dgua com gua e sabo. Os

    utenslios como vassoura, escova, rodo e pano devem ser de uso exclusivo para este fim;

    Abra a sada de gua e retire todo o sabo com gua corrente; Feche a sada de gua;

  • 29

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BRASIL. Ministrio da Sade. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo de Diretoria Colegiada - RDC n 216, de 15 de setembro de 2004. D.O.U de 16/09/ 2004. Dispe sobre Regulamento Tcnico de Boas Prticas para Servios de Alimentao. Disponvel em: . Acesso em: 01 mar. 2006.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo de Diretoria Colegiada RDC n18, de 29 de julho de 2005. D.O.U de 1/08/2005. Dispe sobre o Regulamento Tcnico de Procedimentos Higinico-Sanitrios para Manipulao de Alimentos e Bebidas Preparados com Vegetais. 2005. Disponvel em: . Acesso em: 10 ago. 2013.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n 1428, de 26 de novembro de 1993. Regulamento tcnico sobre as inspees sanitrias, boas prticas de produo/prestao de servios e padro de identidade e qualidade na rea de alimentos. D.O.U, Seo I, pg. 18.412 de 02/12/93.Braslia, DF, 22 dez. 1993.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n 326, de 30 de julho de 1997. Estabelece regulamento tcnico condies higinico-sanitrias e de boas prticas de fabricao para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. D.O.U, Seo I, de 01/08/97 Braslia, DF, 01 ago. 1997.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria de defesa Agropecuria. Instruo Normativa n 5, de 31 de maro de 2000. D.O.U, Seo I , p. 10 de 05/04/2000. Aprova o Regulamento Tcnico para a fabricao de bebidas e vinagres, inclusive vinhos e derivados da uva e do vinho, dirigido aos estabelecimentos que especifica. Braslia, DF, 08 abr. 2000.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura e do Abastecimento. Decreto n 6.871, de 4 de Junho de 2009. D.O.U., Seo 1. 05/06/2009. p. 20. Regulamenta a Lei n 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispe sobre a padronizao, a classificao, o registro, a inspeo, a produo e a fiscalizao de bebidas. Braslia, DF, 04 de jun. 2009.

    OMS. Organizao Mundial de Sade. Higiene dos Alimentos Textos Bsicos. Organizao Pan-Americana da Sade; Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria; Food and Agriculture Organization of the United Nations. Braslia, DF: Organizao Pan-Americana da Sade, 2006. 64 p.

    SBCTA. Associao Brasileira dos Profissionais da Qualidade dos Alimentos. Boas prticas de fabricao para empresas processadoras de alimentos. 4. ed. So Paulo: SBCTA, 1995. 30 p. (Manual Srie Qualidade).

    WADT, L.H.de O; RIGAMONTE-AZEVEDO, O. N.; FERREIRA, E. J. L.; CARTAXO, C. B. da CUNHA. Manejo de Aa Solteiro (Euterpe Precatoria Mart) para produo de frutos. SEAPROF: Documento Tcnico. Rio Branco, AC: Secretaria de Extrativismo e Produo Familiar, 2004. 34 p.

    Prepare a soluo desinfetante, diluindo 1 litro de gua sanitria a 2,5 de cloro em 5 litros de gua limpa. Este volume apropria-do para sanitizar uma caixa dgua de 1.000 litros;

    Espalhe a soluo desinfetante nas paredes e fundo da caixa dgua com uma broxa ou pano. Aguarde por 30 minutos;

    Enxgue a caixa dgua com gua corrente, retirando todo o resduo de desinfetante;

    Esgote toda a gua acumulada; Agora a caixa dgua est limpa, sanitizada e pronta para ser

    cheia com gua.

    ANEXO 3Procedimento para lavagem correta das mos do manipulador

    Utilize gua corrente para molhar as mos; Esfregue a palma e o dorso das mos com sabonete ou sabo

    neutro lquido, inclusive as unhas e os espaos entre os dedos, ate o antebrao, por aproximadamente 15 segundos;

    Enxgue bem com gua corrente, retirando todo o sabonete ou sabo;

    Seque com papel toalha ou outro sistema de secagem eficiente; Esfregue as mos com um pouco de produto antissptico, como

    lcool a 70%, e deixe secar naturalmente;

    Finalmente suas mos esto limpas e prontas para manipular alimentos!

  • WWF.ORG.BR BOAS PRTICAS DE MANEJO, COMERCIALIZAO E BENEFICIAMENTO DOS FRUTOS DE AA

    Por que existimos.Para interromper a degradao do meio ambiente e construir umfuturo no qual seres humanos vivam em harmonia com a natureza._____________________________________________________wwf.org.br

    1986 Smbolo Panda WWF WWF uma marca registrada da rede WWFWWF-Brasil: SHIS EQ QL 6/8, Conjunto E CEP 71620-430, Braslia, DF (61) 3364-7400

    Sobre o Aa

    40%Da produo de aa no estado do Acre est na regio de atuao do Projeto WWF-Sky Rainforest Rescue.

    1.702 t/ano Foi a produo de frutos de aa oriundos da coleta extrativista no Acre.

    80%Da produo de frutos tm origem no extrativismo e aaizais manejados, enquanto os 20% restantes so provenientes de aaizais cultivados em vrzea e terra firme na Amaznia brasileira.

    129.630 t/ano a demanda brasileira por polpa de aa. Isso demonstra o amplo espao onde a produo acriana dever crescer nos prximos anos.