Um beijo no pé Um beijo no pé, de Maria Teresa Maia Gonzalez Maria Teresa Maia Gonzalez nasceu em Coimbra, 1958. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Variante de estudos franceses e ingleses. Foi professora de Língua Portuguesa de 1982 a 1997, no ensino oficial e particular. Tem vários livros editados: “Gaspar e Mariana” “A fonte dos segredos” “O guarda da praia” “O incendiário misterioso” “A lua de Joana” “Histórias com Jesus e a cruz vazia” É co-autora da colecção O Clube das Chaves
Incentivo à Leitura- despetar de curiosidade para o livro.
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Um beijo no péUm beijo no pé,, de Maria Teresa Maia Gonzalez
Maria Teresa Maia Gonzalez nasceu em Coimbra, 1958. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Variante de estudos franceses e ingleses. Foi professora de Língua Portuguesa de 1982 a 1997, no ensino oficial e particular.Tem vários livros editados:“Gaspar e Mariana”“A fonte dos segredos”“O guarda da praia”“O incendiário misterioso”“A lua de Joana”“Histórias com Jesus e a cruz vazia”É co-autora da colecção O Clube das Chaves
Filipa e Miguel são dois jovens adolescentes de 17 anos de idade. Conhecem-se desde os seis anos e são namorados desde os dez. Crescem juntos e descobrem o amor que os une. Filipa está grávida. Miguel, consciente das dificuldades que terão de enfrentar, fica feliz e sente-se capaz de enfrentar uma nova vida.Os pais têm conhecimento da sua gravidez e influenciam-na a abortar. Filipa está confusa e acaba por decidir sozinha, sem
comunicar a sua decisão a Miguel, que vai abortar.
SITUAÇÃO INICIAL:SITUAÇÃO INICIAL:
«De cabeça perdida, com o coração a anunciar-lhe o fim de
um sonho que ele julgava interminável, o Miguel pousou o telefone e, sem sequer vestir o blusão, correu até à porta e saiu para a rua.
O vento frio da tarde cortava-lhe a respiração, mas os seus passos ganharam uma velocidade que lhe vinha toda da enorme ansiedade em que o telefonema da Filipa o deixara.»
Quando Miguel chega a casa, Filipa pede-lhe um beijo e espera a sua compreensão. Chora e conta-lhe que abortou. Miguel não quer ouvir mais.
FAMÍLIA do Miguel
Família numerosa, católica e muito unida. Aprenderam a sobreviver às dificuldades e a funcionar como um todo. Os irmãos, apesar de terem idades diferentes e características próprias, são muito unidos. Cada um sabe exactamente qual o seu papel na vida familiar e todos contribuem para a harmonia.
Mãe, Filomena Mãe de oito filhos, viúva. Tem um restaurante e esforça-se
para que nada falte em casa. É uma mulher lutadora, que nunca se queixa das dificuldades. Atenta, dócil e muito compreensiva.
O Pedro e o Álvaro, já universitários, vigiam salas de estudo num colégio do bairro, para não terem de pedir mesada.
São muito unidos, colaboram e não sobrecarregam a mãe com exigências às quais ela não poderia dar resposta.
Graça, 14 anos, a irmã confidente de Miguel. Solidarizou-se com o irmão pela enorme decepção que sofrera.
A avó Carlota é muito importante na vida do Miguel. Mora numa quinta perto de Vila Franca de Xira. Tem uma influência muito positiva no Miguel. A avó compreende que o Miguel enfrenta um problema e, respeitando o seu silêncio, ajuda-o a enfrentá-lo.
Miguel tem bom feitio, é paciente. Está sempre disponível para ajudar toda a gente que lhe pede auxílio. É ao Miguel que todos recorrem, especialmente os irmãos mais novos.
Torres é o melhor amigo de Miguel. Ajuda-o a reflectir e a lutar pelo que mais deseja.
FAMÍLIA da Filipa
Maria Lúcia, Malú, a melhor amiga e confidente de Filipa. Tem, ao longo da história um papel muito importante. Inicialmente, desconhece o que perturba a amiga. Quando, finalmente, tem conhecimento do problema que vive a Filipa, divide com ela a sua dor, não julgando nem condenando ninguém, apesar de achar que os pais da amiga não deviam ter interferido. Mais tarde, ajuda Miguel a compreender a decisão da amiga e faz-lhe ver que a Filipa sofre pelo que aconteceu.
O ano lectivo estava quase a terminar, quando Filipa é operada de
urgência ao apêndice. Miguel sente-se muito culpado, por não ter acompanhado a Filipa nos momentos em que ela mais precisara dele. Pela primeira vez, desde há muito tempo, Miguel sentia vontade de fazer algo. Escreveu uma carta… mas acabou por ir a casa de Filipa. Vê-la era tudo o que mais desejava, no entanto, não conseguiu…
(…)Entrelaçados como cisnes apaixonados, atravessaram em silêncio a velha porta de madeira e foram sentar-se mais adiante, no pomar, de músculos doridos do desejo e do cansaço.
-Vês aquela macieira tão carregada de frutos? –perguntou ele, apontando-a com o dedo.
Ela sorriu, passando-lhe a mão lentamente pelos cabelos, ao mesmo tempo que lhe adivinhava os pensamentos.
E ele anunciou-lhe o futuro, como quem dá um presente: -É assim que te vejo: a árvore dos meus frutos; a árvore
perfeita para dar frutos perfeitos. E eu serei a terra sob os teus pés; a terra molhada que te agarra e alimenta cada dia, para darmos frutos perfeitos: iguais a ti.