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BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Maria Amélia Matos (Dept. Psicologia - USP) BEHAVIORISMO como vocês já devem saber é uma palavra de origem inglesa, que se refere ao estudo do comportamento:"Behavior", em inglês. O Behaviorismo surgiu no começo deste século como uma proposta para a Psicologia, para tomar como seu objeto de estudo o comportamento, ele próprio, e não como indicador de alguma outra coisa, como indício da existência de alguma outra coisa que se expressasse pelo ou através do comportamento. Na Idade Média, a igreja explicava a ação, o comportar-se pelo homem pela posse de uma alma. No início deste século, os cientistas o faziam pela existência de uma mente. As faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o comportamento deste homem. Os objetos e eventos criavam idéias em suas mentes e estas impressões mentais ou idéias geravam seu comportamento. Vejam que ambas são posições essencialmente dualistas: o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física, como quiserem. É uma posição difícil, conflitante, porque devo demonstrar como essas naturezas contatuam, já que estão em planos diferentes. Notem além disso, a circularidade do argumento: ao mesmo tempo em que essa alma ou mente causavam e explicavam o comportamento, esse comportamento era a única evidência desta alma ou desta mente. No mentalismo, o acesso às idéias ou imagens se faria somente através da introspecção, que seria então revelada através de uma ação, gesto ou palavra. Temos aqui um modelo causal de ciência: (a) o indivíduo passivo recebe impressões do mundo; (b) estas impressões são impressas na sua mente constituindo sua consciência; (c) que é então a entidade agente responsável por, ou local onde ocorrem processos responsáveis por nossas ações. É preciso destacar que os processos cognitivos, tão falados hoje em dia, são uma forma de animismo ou mentalismo, em suas origens. A cognição é algo a que não tenho acesso direto mas que fica evidente no comportamento lingüístico das pessoas, no seu resolver problemas, no seu lembrar, etc., esquecendo que linguagem é produto de comportamento verbal; que solução de problemas é produto de contingências alternativas, e que lembrar é produto de manipulação de estímulos discriminativos.
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BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL

Mar 23, 2023

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BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL

Maria Amélia Matos

(Dept. Psicologia - USP)

BEHAVIORISMO como vocês já devem saber é uma palavra de origem inglesa, que se refere ao estudo do comportamento:"Behavior", em inglês. O Behaviorismo surgiu no começo deste século como uma propostapara a Psicologia, para tomar como seu objeto de estudo o comportamento, ele próprio, e não como indicador de alguma outra coisa, como indício da existência de alguma outra coisa que se expressasse pelo ou através do comportamento.

Na Idade Média, a igreja explicava a ação, o comportar-se pelo homem pela posse de uma alma. No início deste século, os cientistas o faziampela existência de uma mente. As faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o comportamento deste homem. Os objetos e eventos criavam idéias em suas mentes e estas impressões mentais ou idéias geravam seu comportamento. Vejam que ambas são posições essencialmente dualistas: o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física, comoquiserem.

É uma posição difícil, conflitante, porque devo demonstrar como essas naturezas contatuam, já que estão em planos diferentes. Notem além disso, a circularidade do argumento: ao mesmo tempo em que essa alma ou mente causavam e explicavam o comportamento, esse comportamento eraa única evidência desta alma ou desta mente.

No mentalismo, o acesso às idéias ou imagens se faria somente através da introspecção, que seria então revelada através de uma ação, gesto ou palavra. Temos aqui um modelo causal de ciência: (a) o indivíduo passivo recebe impressões do mundo; (b) estas impressões são impressasna sua mente constituindo sua consciência; (c) que é então a entidade agente responsável por, ou local onde ocorrem processos responsáveis por nossas ações.

É preciso destacar que os processos cognitivos, tão falados hoje em dia, são uma forma de animismo ou mentalismo, em suas origens. A cognição é algo a que não tenho acesso direto mas que fica evidente nocomportamento lingüístico das pessoas, no seu resolver problemas, no seu lembrar, etc., esquecendo que linguagem é produto de comportamentoverbal; que solução de problemas é produto de contingências alternativas, e que lembrar é produto de manipulação de estímulos discriminativos.

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O cognitivista recupera o conceito de consciência quando afirma estados disposicionais e/ou motivacionais que poderiam ser modificadosde fora (instruções) ou de dentro (auto-controle) através de reestruturações cognitivas alcançadas por trocas verbais (ou seja, o comportamento verbal do outro é decodificado por mim e meu relato verbal, versão moderna da introspecção, dá acesso ao outro às minhas cognições). Estes estados disposicionais assim modificados, agiriam então afetando e modificando comportamentos expressos. Não estou negando que existam crenças, sugestões, representações etc., mas estassão formas de se comportar, são classes de respostas, não eventos mediacionais, não causas diretas do comportamento. Aceito consciência como uma metáfora, um resumo de minhas experiências passadas (assim também aceito personalidade, como um conceito equivalente a repertóriocomportamental). Mas rejeito consciência como self, como agente decisor, causador, ou mediador do comportamento.

De qualquer modo, o Behaviorismo surgiu em oposição ao mentalismo e aointrospeccionismo. Em fins do século passado a ciência de modo geral começou a colocar uma forte ênfase na obtenção de dados ditos objetivos, em medidas, em definições claras, em demonstração e experimentação. Esta influência se fez sentir na Psicologia, no começodeste século, com a proposta behaviorista feita por Watson em 1924:

"Por que não fazemos daquilo que podemos observar, o corpo de estudo da Psicologia?" Ou, em outras palavras:

- estudar o comportamento por si mesmo;

- opor-se ao mentalismo;

- aderir ao evolucionismo biológico;

- adotar o determinismo materialístico;

- usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a introspecção;

- realizar experimentação;

- realizar testes de hipótese de preferência com grupo controle;

- observar consensualmente.    

* Com exceção das duas últimas características, as demais também se aplicam ao que mais tarde veio a se chamar behaviorismo Radical. 

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Notem que estamos aqui diante de duas vertentes: uma filosófica (expressa nas quatro primeiras frases) e uma metodológica (expressa nas quatro últimas). Elas refletem a influência de várias tendências sobre o pensamento científico desde o final do século passado até o começo deste:    

- O Positivismo Social de Auguste Comte, considerando que a ciência é uma atividade do homem, e o homem um ser social, postula a natureza socialdo conhecimento científico, rejeita a introspecção e estabelece como critério de verdade o observável consensual, isto é, o observável partilhado e sancionado pelo outro.    

-O Positivismo Lógico do Círculo de Viena, considerando que eu só tenho acesso à informação que meus sentidos me trazem, não posso ter informações sobre minha consciência, cuja natureza difere da de meu corpo. É verdade que não posso negá-la, mas também não posso estudá-la. (É interessante que esta influência também levou ao idealismo e aosubjetivismo: já que não tenho acesso a nada senão minhas sensações, omundo não existe, somente minhas impressões dele, só minhas idéias sãoreais).    

-O Operacionismo, derivado da influência do Positivismo Lógico sobre a Física: se somente tenho acesso às informações que meus sentidos trazem, então a linguagem pela qual expresso e estruturo essas informações é o mais importante em ciência. A definição dos conceitos é fundamental, e definir é descrever as operações envolvidas no processo de medir o conceito. Essa descrição deve ser objetiva e referir-se a termos observáveis.

"Observação", pois, tornou-se um termo e uma operação fundamental parao Behaviorismo: ela define a categoria "comportamento", seu objeto de estudo. Comportamento é o observável e, por definição, observável pelooutro, isto é, externamente observável. Comportamento, para ser objetode estudo do behaviorista, deve ocorrer afetando os sentidos do outro,deve poder ser contado e medido pelo outro. Dai dizer-se que em observação o que importa é a concordância de observadores, e portanto,a necessidade de um treino rigoroso nos procedimentos de registro e análise. Esta ênfase no procedimento de medida, na operação de

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acessamento levou mais tarde a que se comunicasse a aderência a estas características de BEHAVIORISMO METODOLÓGICO.

Mas o que é comportamento? E é aqui que as coisas começam a rachar. Comportamento não era visto como mais uma função biológica, isto é, própria do organismo vivo, e que se realiza em seu contato com o ambiente em que vive, como o respirar, o digerir. Dentro de uma Físicanewtoniana mecanicista da época, todo fenômeno devia ter uma causa (uma concepção funcionalista falaria em condições), e dentro da rejeição mentalista a causa do comportamento não poderia ser a mente, seria então algo externo ao organismo e observável, o ambiente, o estímulo. Vejam que afinal a concepção behaviorista é tão dualista quanto a posição mentalista: o corpo precisa ser animado pela alma tanto quanto o comportamento é expressão da mente ou produto da instigação do estímulo. A palavra "estímulo" veio de Pavlov (outra influência sofrida por Watson e os behavioristas da época e da qual também Skinner não conseguiu se livrar), e referia-se à troca de energia entre o ambiente e o organismo, quanto à operação realizada pelo experimentador em seu laboratório, uma parte ou mudança em parte do mundo físico que causava uma mudança no organismo ou parte do organismo, a resposta. Essa mudança observável no organismo biológico seria o comportamento. A manipulação experimental por excelência seriaa reprodução desse modelo, a operação S-R. E é por isso que esta formade behaviorismo ficou sendo conhecida por muitos como "a Psicologia dacontração muscular e da secreção glandular".

Diante deste quadro vamos parar um pouco e analisar cinco frases:    

1. Eu estou falando.

2. Eu escrevi esta palestra.

3. Eu vejo vocês.

4. Eu estou com sede.

5. Eu estou com dor dente.    

Enquanto falo, vocês estão vendo mudanças em meu organismo e ouvindo oproduto destas mudanças, os sons da minha fala.

Vocês não viram meu comportamento de escrever, mas se concordarmos sobre a operação que define o escrever (deslocamento de minha mão segurando um objeto por sobre uma superfície deixando nela

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inscrições), vocês também concordarão que o produto do escrever, este papel, é sua evidência.

Qual a evidência consensual da frase 3? Ninguém vê ou ouve o meu "ver", e o meu ver só tem produtos para mim, não para vocês. No entanto o behaviorista metodológico aceitaria esta frase como um bom exemplo de descrição do comportamento de ver, assim como aceitaria meuregistro da salivação de cão como evidência dessa salivação. Meu registro equivale a dizer que eu vi o cão salivar! Este registro seriaaceito porque outras pessoas também poderiam relatar ter visto o cão salivar, a salivação do cão é observável consensualmente. Mas o que está em pauta aqui não é o salivar, e sim o meu ver. Esta contradição não foi resolvida pelo Behaviorismo Metodológico. E se várias pessoas relatarem que viram o cão salivar, isto será considerado um relato válido. Assim, um comportamento que em si não é observável e não poderia ser objeto de estudo do behaviorista metodológico, torna-se não obstante, fonte de dados para a construção da ciência deste behaviorista!

Já a frase 4 não apresenta evidência observável exatamente, nem produto, nem referencial externo acessível por todos. Neste momento o Behaviorismo Metodológico se deixou contaminar pela fisiologia, versãona qual subsiste até hoje. "Eu posso invadir o organismo e medir o equilíbrio hídrico dos tecidos, esta medida é um indicador da minha sede." Esta medida é um indicador do equilíbrio hídrico dos tecidos domeu corpo, não da minha sensação! Não do meu comportamento de sentir! (a linguagem é insuficiente, eu deveria dizer simplesmente "do meu sentir", mas sentir está vinculado a sentir emoção, sentir estados afetivos).

Vocês notam como o behaviorista metodológico começa a escorregar nas frases 3 e 4 e a apresentar rachaduras em seu modelo. Ele muda seu objeto de estudo para não mudar sua insistência num critério social deverdade. Mas a verdade é que eu sinto dor-de-dente! Assim como vocês não podem observar o "meu ver", não podem observar "meu sentir sede", e não podem observar "meu sentir dor-de dente". Isto contudo não tornaestas sensações menos reais para mim. E é aqui que começa a ficar evidente uma primeira e fundamental diferença entre o behaviorismo proposto por Skinner e aquele praticado pelos behavioristas metodológicos: o homem é a medida de todas as coisas, não o social.

Influenciado pelo Positivismo Lógico, Skinner aceita que o que existe para o indivíduo, existe! (daí aceitar e defender uma metodologia do N=1). Mas, para não cair no subjetivismo e idealismo, é importante analisar as evidências desta existência. E aqui estamos diante de um ponto importante (e difícil) que aproxima Skinner e os fenomenólogos: a evidência da existência do mundo, de um evento, etc. É a experiênciado observador. A tarefa pois da ciência é analisar esta experiência, eele inclui aqui, como essencial, a análise da experiência do cientistacomo parte do processo de construção do conhecimento científico (daí aimportância do estudo do comportamento verbal para Skinner. A análise

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do comportamento verbal me permitiria estudar as circunstâncias em queessa experiência se deu, e assim entendê-la).

Ora, ocorre que a experiência que alguém tem de uma situação é um evento privado. E Skinner assim a aceita. Para Skinner, os estudos de eventos internos inclui-se legitimamente dentro do campo de estudos daPsicologia, de uma ciência do comportamento. Assim ele é radical em dois sentidos: por negar radicalmente (i.e., negar absolutamente) a existência de algo que escapa ao mundo físico, que não tenha uma existência identificável no espaço e no tempo (mente, consciência, cognição); e por radicalmente aceitar (i.e., aceitar integralmente) todos os fenômenos comportamentais.

O behaviorista metodológico não nega a existência da mente, mas nega-lhe status científico ao afirmar que não podemos estudá-la pela sua inacessibilidade. O behaviorista radical nega a existência da mente e assemelhados, mas aceita estudar eventos internos. Esta posição de Skinner se insere dentro da tradição do Positivismo Lógico, mas ao mesmo tempo se constitui num desvio desta forma de positivismo, talvezpor ter sido mais influenciado por Mach que por Bridgman, e mais por Wittgenstein que por Carnap. Já que só temos informação do mundo pelossentidos, porque excluir sensações do mundo interno e privilegiar as do mundo externo? Porque o critério de objeto da ciência deveria ser dado pela natureza do sistema sensorial envolvido? (proprioceptivo, interoceptivo e exteroceptivo). Nesse sentido, Skinner (embora reconhecendo a dificuldade de se ter acesso ao primeiro) não separa mundo interno de mundo externo. E é por isso que para ele não existem estímulos e respostas, existe uma unidade interativa Comportamento-Ambiente (não esquecendo que Ambiente é tudo aquilo que é externo ao Comportamento, não importando se é um piscar de luz, um desequilíbrio hídrico, um derrame de adrenalina, ou um objeto ausente associado a umevento presente; não importando se sua relação com o comportamento é de contiguidade espaço/temporal (o que é exigido pelo mecanismo metodológico para a troca de energias) ou não. É por isso que a psicologia proposta por Skinner não é uma psicologia S-R. Para ele nãoexiste Comportamento (no sentido de não "podemos entender") sem as circunstâncias em que ocorre; e não tem sentido falarmos em circunstâncias sem a especificação do comportamento que circunstanciam.

Mas, porque afinal, o behaviorista metodológico rejeita estudar eventos internos se reconhece sua existência? Porque dá importância filosófica à diferença na localização -interna/externa- de eventos; porque praticamente equaciona eventos internos com eventos mentais; por que rejeita a introspecção?

Para o behaviorista metodológico, a evidência de que vejo vocês é que os outros vêem vocês. A evidência que vocês existem é que outros vêem vocês. A existência do mundo e do comportamento, a natureza do conhecimento que tenho deles é a experiência partilhada. Para o behaviorista radical, a evidência de que vejo vocês é meu

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comportamento, a evidência de que vocês existem também é meu comportamento. Para o behaviorista metodológico, o louco e o mentirososão associados por não partilharem das experiências do outro. Para o behaviorista radical, o louco se comporta na ausência da coisa vista (como eu o faço em sonhos, nas minhas rememorações etc.) com mais freqüência do eu que faço, mas de acordo com as mesmas leis. Está sob controle de outras contingências, não as do aqui e agora, o mentiroso também.

Mas atenção! Ao observar eventos internos não estou observando nem minha mente nem minha personalidade, e sim meu próprio corpo.

Dizer que tenho dor-de-dente não é evidência da existência de uma dor-de-dente; não é relato da dor-de-dente (ou seja, o equivalente verbal da dor); é uma verbalização que precisa ser explicada, entendida, interpretada, é um comportamento que eu digo que ocorre na presença dedeterminadas sensações internas; que um dentista diz que ocorre na presença de determinada condição da minha gengiva/dente, etc., mas quepode também ocorrer na presença de uma tarefa aborrecida que não desejo executar. Dizer que tenho dor-de-dente pode ser considerado um meio, assim como as descrições minhas e do meu dentista, das condiçõesexistentes, para começar a entender minhas sensações. Mas como sua natureza é verbal, esse entendimento não se dará enquanto não entendermos melhor o que é comportamento verbal e como é adquirido.

Evento privado é um objeto de estudo válido para a ciência, sua existência não precisa ser colocada sob critérios sociais, basta um observador, mas seus dados precisam ser replicáveis, preciso entender melhor suas variáveis.

Acredito que evento interno é o protótipo da concepção skinneriana de comportamento como unidade interativa: nele mais que em qualquer outroexemplo, definitivamente não posso separar comportamento e ambiente. Evento interno pode ser uma mudança no ambiente interno, pode ser uma reação a essa mudança, ou pode ser o efeito interno de mudanças externas. Algumas vezes posso identificar seu antecedente remoto externo, mas o imediato interno se mescla irremediavelmente com o evento comportamental.

Vou agora voltar atrás e falar do Behaviorismo Radical de uma forma umpouco mais sistemática. O Behaviorismo Radical é uma forma de behaviorismo praticada por B.F.Skinner e adotada por vários outros psicólogos: Ferster, Sidman, Schoenfeld, Catania, Hineline, Jack Michael, etc. Constitue-se numa interpretação filosófica (isto é, baseada numa ideologia) de dados obtidos através da investigação sistemática do comportamento (o corpo desta investigação propriamente dita é a Análise Experimental/Funcional do Comportamento).

Esta interpretação descreve basicamente relações funcionais entre Comportamento e Ambiente (isto é, relações entre discriminações de mudanças na realidade observada e descrições das condições em que

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essas mudanças se dão) (como produto temos, não explicações realistas,não relações de causa-efeito, não leis baseadas no modelo da Física Mecânica de troca de energia, e sim a construção de seqüências regulares de eventos que eventualmente poderão ser descritas por funções matemáticas).

O behaviorista radical rejeita o mentalismo por ser materialista, e acaba com o dualismo por acreditar que o comportamento é uma função biológica do organismo vivo. Não preciso da mente para respirar, não explico a digestão por processos cognitivos, porque explicaria o comportamento por um ou outro?

O behaviorista radical propõe que existam dois tipos de transações entre o Comportamento e o Ambiente:    

a) conseqüências seletivas (que ocorrem após o comportamento e modificam a probabilidade futura de ocorrerem comportamentos equivalentes, i.e., da mesma classe);

b) contextos que estabelecem a ocasião para o comportamento ser afetado por suas conseqüências (e que portanto ocorreriam antes do comportamento e que igualmente afetariam a probabilidade desse comportamento).    

Estas duas classes possíveis de interações são denominadas "contingências" e constituem as duas classes conceituais fundamentais para a análise do comportamento. Relações funcionais são estabelecidasna medida em que registramos mudanças na probabilidade de ocorrência dos comportamentos que procuramos entender em relação a mudanças quer nas conseqüências, quer nos contextos, quer em ambos.

Por lidarmos com explicações funcionais e não causais, o importante é coletar informações ao longo do tempo, repetidas do mesmo evento, com os mesmos personagens (o behaviorista metodológico prefere observaçõespontuais em diferentes sujeitos, ou seja, o estudo em grupo, o que leva à estatística para descrever e/ou anular a variabilidade. Para o radical isto é uma heresia, de vez que estou tentando estudar a experiência daquele sujeito. Ao coletarmos registros ao longo do tempodevemos comparar o sujeito consigo mesmo, sua história passada é sua linha de base.

Mas, por outro lado, indivíduos de uma mesma espécie partilham de um mesmo conjunto de contingências filogenéticas, e indivíduos com histórias passadas semelhantes podem partilhar de contingências

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ontogenéticas semelhantes e, portanto, para certas variáveis é possível descrever funções semelhantes para diferentes indivíduos.

Para sua rejeição do mentalismo/cognitivismo como explicação do comportamento, e por sua posição não reducionista diante de eventos neurais (Skinner não aceita que eventos fisiológicos/neurológicos expliquem o comportamento, estas são outras tantas funções biológicas a serem explicadas. O comportamento é um campo de estudo em si mesmo. Evidentemente que há interação entre essas funções do organismo, mas essa relação não é de causalidade.) O behaviorismo radical é considerado um ambientalista e acusado de esvaziar o organismo, de estudar uma caixa preta... Não! Estas críticas se originam de uma postura pré-galileica, do que poderíamos chamar organocentrismo em Psicologia. O homem é o fenômeno de interesse, é a origem de todas as coisas, não sua interação com o universo. Para Skinner, o organismo não é nem gerente nem iniciador de ações, é o palco onde as interaçõesComportamento-Ambiente de dão.

1 Palestra apresentada no II Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental, Campinas, out/93. Versão revisada encontra-sepublicada em: Bernard Rangé (org) Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Campinas, Editorial Psy, 1995.

Behaviorismo Radical x Behaviorismo metodológico: Paradigmas da abordagem comportamentalEduardo Alencar [eduardo_alencar]

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13/9/06Autor: Eduardo Alencar

Resumo

A Psicologia não possui uma única unidade conceitual e / ou metodológica, isso por que até hoje, tal ciência não chegou a um acordo de como estudar o seu objeto de estudo (o homem), dentre algumas abordagens, podemos destacar como unidades de analise desteobjeto de estudo: o comportamento, a mente, a existência, a personalidade, a subjetividade, dentre outras que surgem frente aosavanços e investimentos científicos que sustentam o deslanche destaciência. 

O presente trabalho visa destacar a importância do comportamento humano como unidade de análise para a compreensão do homem enquantoobjeto de estudo da psicologia, sob ao olhar da Analise do Comportamento que mantém suas raízes filosóficas no Behaviorismo Radical do Americano B.F. Skinner diferenciando-a do Behaviorismo Metodológico de J.Watson que segundo Thomaz, Silva, Alencar, Bueno e Rocha (2005 ; 2006), uma das causas para o levantamento de injustas críticas à Analise do Comportamento seria a concepção errada que alunos recebem na graduação, como por exemplo, generalizar o behaviorismo radical com o metodológico acreditando que tal abordagem ignora sentimentos, subjetividade, consciência e outros eventos de “natureza” interna.

Palavras Chaves: Behaviorismo Radical, Behaviorismo Metodológico, Análise do Comportamento, Abordagem Comportamental.

Behaviorismo radical, behaviorismometodológico, psicologia comportamental,analise do comportamento, analise aplicada docomportamento, analise experimental docomportamento, psicologia cognitivo –comportamental, psicologia analítico –comportamental, psicologia cognitivista,psicologia experimental, psicologia da

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aprendizagem, comportamentalismo....quem passoupela graduação de psicologia certamente sedeparou com uma destas terminologias que muitasvezes acabam sendo interpretadas como uma únicacoisa: Abordagem comportamental.

Assim como as abordagens psicodinâmicasenglobam para muitos a psicanálise, apsicologia analítica, lacaniana....E nasabordagens existenciais encontram-se afenomenologia, psicologia humanista, gestalt,psicologia existencial, dentre outras,verificamos enquanto psicólogos, que cada vezmais, abordagens surgem focando diferentesunidades de analise, ou defendendo cada vezmais sua concepção, na (s) maneira (s) em quedevemos ou deveríamos estudar o homem(comportamento, personalidade, existência,etc.) e dentro destas abordagens (as consideradas comportamentais, psicodinâmicas,existenciais, etc.) encontramos uma saudável“discussão” dentro de cada “ramificação”.

 

Não significa que tais “ramificações” defendama mesma unidade de analise 100% iguais. É ocaso de Skinner (behaviorismo radical) quecontrapões Watson (behaviorismo metodológico)conforme veremos na seqüência deste artigo. É

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importante deixar claro que há ainda,“ramificações” dentro destas abordagens queservem para estudos específicos, como porexemplo: o Behaviorismo Radical é a filosofiada analise do comportamento, analise aplicadado comportamento, psicologia experimental,psicologia analítico – comportamental,psicologia cognitivo – comportamental, ou seja,enquanto filosofia, visa trazer subsídiosepistemológicos para um sólido embasamentoteórico, que posteriormente, fornecerá meiospara o deslanche de experimentos (psicologiaexperimental, estudos de laboratório, etc.), deformação de conceitos (analise docomportamento, psicologia comportamental, etc.)e aplicação de conceitos (analise aplicada docomportamento, psicologia analítico –comportamental, etc.), assim como obehaviorismo metodológico é a filosofia docomportamentalismo.

Segundo Malerbi (2003), para o behaviorismometodológico, o ambiente refere-se apenas àscondições externas, neste sentido talbehaviorismo considera importante o critério de“verdade” via consenso público, ou seja, o qualsó pode ser alcançado para eventos externos epúblicos (visto igualmente por mais pessoasalém do observador). Na medida em que osaspectos do ambiente interno não são, e nãopodem ser observados por observadoresindependentes, eles não poderiam, segundo essaabordagem, ser objeto de uma ciência, nestesentido, defendem que o objeto de estudo seja

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somente o comportamento observável, mesmo quenão ignorasse os sentimentos, subjetividade,Watson não acreditava que estes deveriam serunidades de analise sobre o homem, enquanto umobjeto de estudo.

Figueiredo e Santi (2003), afirmam que aperspectiva do comportamentalismo de Watsonenquadra-se na busca de uma sociedadeadministrativa e estritamente funcional, onde ocomportamentalismo na verdade não seria umprojeto de psicologia científica, mas umprojeto de uma nova ciência , ou seja, umaciência do comportamento que viria ocupar olugar da psicologia. Esta deveria ser, segundoWatson, uma ciência natural, um ramo dabiologia, onde o sujeito era caracterizado comoum sujeito que não sente, não pensa, nãodecide, não deseja e não é responsável pelosseus atos, seria então, apenas um organismo eenquanto organismo, o ser humano seassemelharia a qualquer outro animal. Por estasinfluências é que a forma de conhecer apsicologia científica dedicou grande atençãoaos estudos dos seres humanos com ratos,pombos, cachorros e macacos, dentre outrosanimais.

Matos e Tomanari (2002), por sua vez trazem avisão do behaviorismo radical que propõe que oobjeto de estudo da psicologia deva ser ocomportamento dos seres vivos, especialmente dohomem. É radical na medida em que nega aopsiquismo a função de explicar o comportamento,

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embora não negue a possibilidade de , por meiode uma estrutura da linguagem, estudar eventosencobertos, tais como pensamento e as emoções,só acessíveis ao próprio sujeito. 

Segundo Forisha e Milhollan (1978), devido asua preocupação com controles científicos,Skinner, frente aos rigores científicos, nãofez diferente, realizou a maioria de suasexperiências com animais inferiores -principalmente pombo e rato branco. Desenvolveuo que se tornou conhecido como "caixa deSkinner", um aparelho adequado para o estudoanimal. Tipicamente, um rato era colocadodentro de uma caixa fechada que contém apenasuma alavanca e um fornecedor de alimento,quando o animal aperta a alavanca sob ascondições / critérios estabelecidos peloexperimentador, uma bolinha de alimento caisobre a tigela, recompensando-o, após o animalter fornecido esta resposta, o experimentadorpoderia então, colocar o comportamento desteanimal sob controle de uma infinita variedadede estímulos, além disso, tal (is)comportamento (s) poderia ainda, ser modeladoou modificado gradativamente até que apareceremrespostas que ordinariamente não faziam partedo repertório comportamental do indivíduo, ouseja, diferente de Watson, êxitos nestesesforços levaram Skinner a acreditar que asleis da aprendizagem aplicam-se a todos osorganismos vivos, independente de “entidade”internalista.

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Matos e Tomanari (2002), complementam ainda queum grande passo dado por Skinner que superou os“buracos” do behaviorismo metodológico foi o deconsiderar o comportamento como algo que estásempre em reconstrução, ou seja, acreditar emum modelo de seleção pelas conseqüências, nãosó frente as características anatômicas efisiológicas, mas também as comportamentais quepassam por sucessivos crivos de uma seleçãobaseada nos contatos com dos organismos vivoscom o seu ambiente, neste crivo, algunscomportamentos são eliminados, por inadequados,e outros são mantidos, por eficazes em garantira adaptação e sobrevivência, isto é, ocomportamento humano passou a ser compreendido,considerando-se que o homem sofre influênciasde contingências filogenéticas (atuando nonível do banco genético das espécies), decontingências ontogenéticas (atuando no nívelde repertórios comportamentais dos indivíduos)e de contingências culturais (atuando no níveldas práticas grupais de uma cultura ousociedade), ou seja, a integração destes trêsníveis trouxe aos analistas do comportamento aferramenta para avaliar o sujeito como um todo,incluindo os seus aspectos subjetivos como aconsciência e o autoconhecimento por exemplo. AAnalise funcional do comportamento (estimuloantecedente – resposta do organismo – eventoconseqüente à resposta), ferramenta coerentecom os determinantes citados por Matos eTomanari (2002) busca dar ao observador,terapeuta, cientista do comportamento uma “luz”que esclareça ordem entre eventos sujeito –

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ambiente.

Além de considerar sentimentos, subjetividade,consciência, o analista do comportamento combase filosófica no behaviorismo radical defendeo uso de laboratório (analise experimental docomportamento, por exemplo) com algunsdiferenciais, que segundo Sidman (2003),podemos citar como exemplos a possibilidade deacompanhar todas as mudanças nas condiçõesexperimentais relevantes para a pergunta quefazemos (problema de pesquisa), onde talrestrição permite definições e medidasprecisas, objetivas, tanto da conduta que nospreocupa, como das condições de observação,considerar que o laboratório permite alterar oambiente de um sujeito e então retorná-lo aoseu estado original, neste sentido, obtemoscontrole sobre as condições experimentais,tornando-as possíveis de descobertas, como porexemplo, se um evento em particular realmentefaz um indivíduo agir diferentemente, dentreoutras variáveis metodológicas que nãorestringem o nosso objeto de estudo como ocomportamentalismo de Watson fazia. 

Na graduação de psicólogo dos cursosdisponíveis no Brasil hoje, estão presentes aténas abordagens de Desenvolvimento Humano ascontribuições da abordagem comportamentalenquanto possibilidade de compreensão do homem.Quando Carvalho (1999), afirma que aodiscriminarmos aquilo que sentimos e falamossobre sentimentos, nada mais é do que

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comportamentos aprendidos, produtos dacomunidade verbal em que interagimos, que nosensina a descrever o que fazemos, o quepensamos e o que sentimos e por tanto o que écerto, errado, tristeza, alegra, estamosconsiderando, que eventos internos, antesconsiderado via determinantes internalistas,começaram a ser compreendidos via unidade deanalise comportamental, o que contrapõe asinjustas críticas de que o behaviorismo radicalnega eventos internos.

Oito dias antes de sua morte, Skinner recebeuda APA – American psychologist Association oprêmio por “Destacada a contribuição àpsicologia ao longo da vida”, deste a fundaçãodesta associação (1974), Behavioristas doBrasil e do Mundo, cerca de 6.500 espalhadospelo planeta, segundo Hubner (2005), vêemtomando os cuidados científicos oriundos dafilosofia do behaviorismo radical, abandonandoo comportamentalismo de Watson, que no contextohistórico – cultural de hoje, deixa como marca,contribuições para ter gerado em segundainstância, a ciência do comportamento deSkinner, mais completa, cientificamenteadaptada para abarcar as demandas que exijamuma intervenção comportamental.

Hubner (2005), parece concordar com Thomaz,Silva, Alencar, Bueno e Rocha (2005 ; 2006),que no resumo deste artigo, destacou uma dascausas das injustas críticas à Analise doComportamento como sendo a construção de uma

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incorreta concepção de alunos enquantograduandos de psicologia, quando afirma que noBrasil, ainda há, mesmo com este reconhecimentointernacional (APA), com a presença da mídia,com as comprovações científicas dosexperimentalistas, profissionais e alunoscontrapondo-se a abordagem comportamental porfalhas na compreensão de sua metodologia, comopor exemplo, ao generalizar as práticas decientistas do comportamento com basesfilosóficas do behaviorismo radical comcientistas do comportamento que utilizam-se deferramentas embasadas no behaviorismometodológico de Watson.

Hubner (2005) ilustra este fato exemplificandoque ao se referir a Skinner para alguns alunose profissionais, recebemos como palavraschaves: S-R, experimento com ratos, caixa deSkinner, condicionamento, onde poucos sabem queeste autor dedicou grande parte de sua obra emtemas como utopia, educação, amor, humor e umadas mais reconhecidas: a linguagem e ocomportamento verbal.

A Autora destaca ainda que, ao contrário do quemuitas pessoas confundem, o behaviorismoradical se propõe a estudar eventos nãoobserváveis (consciência, raiva, ciúmes, etc.),neste sentido é que o seu “behaviorismo” éconsiderado radical, não de extremo, mas de iraté a “raiz” dos eventos para buscar a ordementre os eventos, para isso, suascaracterísticas enquanto ciência, foca cuidados

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para jamais tornar-se uma ciência dualista oumentalista que transfere e modifica a funçãodos eventos encobertos. Ao decorrer seu artigo,Hubner (2005) finaliza esta discussão comopiniões que vão de encontro com os dadosapontados até o momento separando obehaviorismo radical do metodológico e portanto as práticas de cientistas que tomam comoembasamento teórico os X ou Y behaviorismo.

CONCLUSÃO

Hubner (2005), Thomaz, Silva, Alencar, Bueno eRocha (2005 ; 2006), dentre outros autores jálevantaram dados para nos fazer refletir sobrea importância da multiplicação adequada deinformações na relação entre professores –alunos em um ambiente escolar. Um aluno que nãocompreende a teoria, certamente, terá suaprática comprometida, é neste sentido que esteartigo objetivou deixar claro algumasdiferenças entre o behaviorismo radical x obehaviorismo metodológico, para que sériosanalistas do comportamento, não sejaminjustamente criticados pelas suas práticas.

Poderíamos abordar a diferença entre Skinner eWatson durante páginas e páginas, para quemtiver a curiosidade de checar as produçõesbibliográficas do americano B.F. Skinner, terádados suficientes para dizer que o behaviorismoradical preocupou-se por demais com as questõessociais, comportamentos de grupos e

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individuais, agências controladoras,comportamento verbal, enfim, neste caminho, oprêmio da APA foi mais do que merecido, semSkinner, talvez ainda estaríamos aplicando aspráticas do behaviorismo metodológicos, o que,com os avanços atuais da psicologia, seria umaerro agravante para a prática de psicólogos. 

BIBLIOGRAFIA

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