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BECU | cultura e design

Mar 28, 2016

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Ana Narciso

BECU é uma publicação cultural que aborda temas relacionados a design e cultura.O seu universo está totalmente ligado com tudo que faz parte da gráfica urbana como pichação lambe-lambe, grafite, letreiros luminosos, etc. Toda essa forma de expressão trás mais cor e vida para cidades de todo mundo e é sobre essa interação urbana que a publicacão irá abordar.
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Ana N

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Flávia Gonto

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Marcela Mario

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o amor é importante PORRA!

na calada do tipo NEON

a arte do gra�tti ARRASTÃO

o mundo do LAMBE-LAMBE

PARADA CULTURAL

nos muros do BECO

BECU é uma publicação cultural que aborda temas relacionados a design e cultura.O seu universo está totalmente ligado com tudo que faz parte da gráfica urbana como pichação lambe-lambe, grafite, letreiros luminosos, etc. Toda essa forma de expressão trás mais cor e vida para cidades de todo mundo e é sobre essa interação urbana

que a publicacão irá abordar.

Page 4: BECU | cultura e design

O mistério por tras da fraseEra um dos dias chuvosos de São Paulo, quando eu caminhava pela

Augusta e pelas ruas adjacentes quando me deparei com a frase

“O AMOR É IMPORTANTE PORRA!” Me desculpem pelo palavrão, mas foi

a mensagem, assim mesmo, nua e crua, que eu encontrei nas ruas da

cidade de São Paulo.

Já tinha visto essa mensagem em outros lugares como na Vila Madalena,

Francisco Matarazzo e até mesmo em Jundiaí, parece que ela persegue os

paulistas por todo canto. a frase também se espalha pelos muros em forma

de pixação e colados em forma de lambe-lambe.; quase como um viral ela

vai se espalhando por todo canto nas ruas e também na internet sendo

tema de vários posts em blogger e como #Trends no Twitter.

Mas em volta de tudo isso rola um certo mistério sobre quem seria

o autor da tão polemica frase, a publicação BECU saiu viajando pelas

ruas e navegando pela internet para desvendar esse tal mistério, buscamos

em diversos blogger e infelizmente não conseguimos chegar ao fim dessa

investigação com uma resposta certa; Apenas diversas suspeitas.

Mas essa investigação continua nas próximas edições da BECU

e aqui deixamos o nosso apelo se você puder nós ajudar envie uma

mensagem para @BECUDESIGN.

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Page 5: BECU | cultura e design

O mistério por tras da fraseEra um dos dias chuvosos de São Paulo, quando eu caminhava pela

Augusta e pelas ruas adjacentes quando me deparei com a frase

“O AMOR É IMPORTANTE PORRA!” Me desculpem pelo palavrão, mas foi

a mensagem, assim mesmo, nua e crua, que eu encontrei nas ruas da

cidade de São Paulo.

Já tinha visto essa mensagem em outros lugares como na Vila Madalena,

Francisco Matarazzo e até mesmo em Jundiaí, parece que ela persegue os

paulistas por todo canto. a frase também se espalha pelos muros em forma

de pixação e colados em forma de lambe-lambe.; quase como um viral ela

vai se espalhando por todo canto nas ruas e também na internet sendo

tema de vários posts em blogger e como #Trends no Twitter.

Mas em volta de tudo isso rola um certo mistério sobre quem seria

o autor da tão polemica frase, a publicação BECU saiu viajando pelas

ruas e navegando pela internet para desvendar esse tal mistério, buscamos

em diversos blogger e infelizmente não conseguimos chegar ao fim dessa

investigação com uma resposta certa; Apenas diversas suspeitas.

Mas essa investigação continua nas próximas edições da BECU

e aqui deixamos o nosso apelo se você puder nós ajudar envie uma

mensagem para @BECUDESIGN.

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NOS MUROS DA VILA

O grafite (ao contrário da pixação)

é uma manifestação artística

consagrada mundialmente. Em

São Paulo, é possível encontrar

alguns belos grafites em locais

públicos, como na Avenida 23 de

Maio ou no túnel sob a Avenida

da Consolação, mas é na Vila

Madalena que se encontra a

principal referência da cidade.

A Vila Madalena é uma das

grandes referências nas artes de

rua, passear pelas ruas do bairro

por si só já é interessante, mas ao

chegar ao chamado Beco Batman ou

também conhecido como Beco do

Grafite, localizado na Rua Gonçalo

Afonso, é que realmente se é possível

entender o fascínio que se esconde

nos muros da Vila.

O Beco antes era um local

ocupado por traficantes de drogas

que como saída para este problema

foi apropriado pela comunidade

e transformado em uma grande

galeria a céu aberto, uma viela com

uma ruazinha estreita de curvas

fechadas, com as paredes das casas,

muros, calçadas e qualquer espaço

nela encontrada coberta de grafites,

reunindo trabalhos de diversos

artistas. Os desenhos são trocados

esporadicamente, ou modificados, e é

impossível achar um pedaço de parede

virgem ali no meio. Passar pelo beco

dá uma sensação de “entrar em uma

história em quadrinhos”.

Os temas dos grafites são os mais

variados abordando desde letras

estilizadas até personagens humanos.

Uma das saídas encontradas para diminuir a enorme quantidade de pichações em São Paulo foi o incentivo ao que se é considerada uma forma alternativa de arte.

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NOS MUROS DA VILA

O grafite (ao contrário da pixação)

é uma manifestação artística

consagrada mundialmente. Em

São Paulo, é possível encontrar

alguns belos grafites em locais

públicos, como na Avenida 23 de

Maio ou no túnel sob a Avenida

da Consolação, mas é na Vila

Madalena que se encontra a

principal referência da cidade.

A Vila Madalena é uma das

grandes referências nas artes de

rua, passear pelas ruas do bairro

por si só já é interessante, mas ao

chegar ao chamado Beco Batman ou

também conhecido como Beco do

Grafite, localizado na Rua Gonçalo

Afonso, é que realmente se é possível

entender o fascínio que se esconde

nos muros da Vila.

O Beco antes era um local

ocupado por traficantes de drogas

que como saída para este problema

foi apropriado pela comunidade

e transformado em uma grande

galeria a céu aberto, uma viela com

uma ruazinha estreita de curvas

fechadas, com as paredes das casas,

muros, calçadas e qualquer espaço

nela encontrada coberta de grafites,

reunindo trabalhos de diversos

artistas. Os desenhos são trocados

esporadicamente, ou modificados, e é

impossível achar um pedaço de parede

virgem ali no meio. Passar pelo beco

dá uma sensação de “entrar em uma

história em quadrinhos”.

Os temas dos grafites são os mais

variados abordando desde letras

estilizadas até personagens humanos.

Uma das saídas encontradas para diminuir a enorme quantidade de pichações em São Paulo foi o incentivo ao que se é considerada uma forma alternativa de arte.

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Page 8: BECU | cultura e design

Sua história é remonta desde a

década de 80, quando um desenho

do homem-morcego apareceu

naquele canto do bairro. A partir

daí, estudantes de artes plásticas

passaram a cobrir o cinza dos

muros com regularidade. “Quando

chegamos, em 1985, o lugar estava

sujo, deteriorado e sem vida.

Passamos a pintar sistematicamente,

todas as semanas”, relembra Rui

Amaral, autor de algumas das

primeiras pinceladas por lá, ao lado

do americano John Howard.

Em quase três décadas, a viela

passou a servir de cenário para

fotos de publicidade, festas e

passeios turísticos. O colorido

chamou a atenção da rede de TV e

rádio inglesa BBC, que em seu site

descreveu o local como cheio de

“energia criativa”.

As ruas apertadas do beco fazem

parte de um dos principais hot

spots de grafites do mundo, os

grafites são lindos, e uma volta a

pé por ali rende ótimas fotos. Cena

comum é você chegar aos sábados

e encontrar turmas fotografando

aproveitando o visual bem diferente

do local! Verdadeiras excursões são

montadas para visitar o beco, o

movimento de pessoas a pé ou de

carro a passar pelo local é grande

a todo o momento. O passeio é

simples, mas que vale a pena, com

certeza você sai do Beco, com um

novo olhar o movimento e bastante

admirado com a dimensão e beleza

da arte.

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Sua história é remonta desde a

década de 80, quando um desenho

do homem-morcego apareceu

naquele canto do bairro. A partir

daí, estudantes de artes plásticas

passaram a cobrir o cinza dos

muros com regularidade. “Quando

chegamos, em 1985, o lugar estava

sujo, deteriorado e sem vida.

Passamos a pintar sistematicamente,

todas as semanas”, relembra Rui

Amaral, autor de algumas das

primeiras pinceladas por lá, ao lado

do americano John Howard.

Em quase três décadas, a viela

passou a servir de cenário para

fotos de publicidade, festas e

passeios turísticos. O colorido

chamou a atenção da rede de TV e

rádio inglesa BBC, que em seu site

descreveu o local como cheio de

“energia criativa”.

As ruas apertadas do beco fazem

parte de um dos principais hot

spots de grafites do mundo, os

grafites são lindos, e uma volta a

pé por ali rende ótimas fotos. Cena

comum é você chegar aos sábados

e encontrar turmas fotografando

aproveitando o visual bem diferente

do local! Verdadeiras excursões são

montadas para visitar o beco, o

movimento de pessoas a pé ou de

carro a passar pelo local é grande

a todo o momento. O passeio é

simples, mas que vale a pena, com

certeza você sai do Beco, com um

novo olhar o movimento e bastante

admirado com a dimensão e beleza

da arte.

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Page 10: BECU | cultura e design

Na calada da noite o que rola como gráfica urbana são os letreiros

luminosos, geralmente utilizados como arte de Comunicação.

Este modo surgiu para adequar a comunicação aos avanços e

necessidades do novo século, que além de tecnológica, é a geração

24h; esta comunicação é formada por um objeto encontrado

justamente nesse ambiente, as chamadas Luzes de Neon são sucesso

em eventos noturnos.

As Luzes de Neon oferece uma alternativa mais atraente de meio

publicitário. Neon é a mais nova moda, além de estar espalhado pelas

ruas, pode ser encontrado em esmaltes, pulseiras, colares, roupas que

dificilmente passam despercebidosBECU | 10

Page 11: BECU | cultura e design

Na calada da noite o que rola como gráfica urbana são os letreiros

luminosos, geralmente utilizados como arte de Comunicação.

Este modo surgiu para adequar a comunicação aos avanços e

necessidades do novo século, que além de tecnológica, é a geração

24h; esta comunicação é formada por um objeto encontrado

justamente nesse ambiente, as chamadas Luzes de Neon são sucesso

em eventos noturnos.

As Luzes de Neon oferece uma alternativa mais atraente de meio

publicitário. Neon é a mais nova moda, além de estar espalhado pelas

ruas, pode ser encontrado em esmaltes, pulseiras, colares, roupas que

dificilmente passam despercebidosBECU | 11

Page 12: BECU | cultura e design

Um jeito diferente de retirar crianças e jovens das ruas e inseri-las na vida cultural

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Um jeito diferente de retirar crianças e jovens das ruas e inseri-las na vida cultural

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Page 14: BECU | cultura e design

Fundado a 42 anos, em 1968, por um grupo de voluntárias, o Projeto Arrastão é uma organização sem fins lucrativos que trabalha o desenvolvimento comunitário por meio de ações de promoção social, educacional e cultural, na região de Campo Limpo. Atualmente realiza cerca 1.300 atendimentos diários para crianças, adolescentes, jovens e adultos, somando cerca de cinco mil atendimentos indiretos por mês, onde seus ensinamentos são transmitidos a crianças de faixa etaria de 02-10 anos e a jovens de 11-18 anos, atraves da Arte do Grafitti, Gastronomia, Meio Ambiente e aos adultos e mães das crianças participantes do projeto são oferecidos trabalhos auxilio as necessidades da comunidade e em costumização de roupas e bolsas de lona que são revendidas atraves do projeto Design Possivel.

A ong possui parceria com entidades reconhecidas mundialmente como a Unicef, Prefeitura do Estado de São Paulo, Universidade Mackenzie e Industria de Plasticos Risana.Em visita ao Projeto, fomos guiados por Gamão, um dos grandes simbolos da comunidade, garfitteito e Mc de 25 anos, que grafita a 11 anos, onde ha 7 participa do Projeto Arrastão com intervenções no campo de Arte e Educação, através de aulas Grafitti, Hip hop, oferecimento de Oficinas e Work Shop, voluntariamente. Durante a visita a comunidade e ao projeto, Gamão nos sedeu entrevista, esclarecendo o modo pelo qual o projeto e a arte com a qual trabalha é vista.

A integração das ciranças e jovens com o mundo da arte e do grafitti, foi um modo pelo qual o projeto encontrou, para tira-los das ruas e as inserirem no mundo da cultura, ampliando suas visões. Gamão tenta repassar a seus alunos, sua paixão e a responsabilidade que possue nas mãos atraves do Grafitti, segundo ele, o Grafitti é “Olhar, gostar, nem pensar, fazer!”, tentando assim mostra-los como atraves da arte podem atingir grandes proporções e podem transforma-la em suas armas de expressão, modo de serem observados.

Porem o termo Grafitti, acabou sendo utilizado, por um grande numero de pessoas para denominar todos os tipos de artes realizadas pelos muros da cidade, principalmente porque ainda há quem não concorde, equiparando o valor artístico do grafite ao da pixação, que é bem mais controverso. Questionado Gamão sobre essa associação, ele relata que esta generalização incomoda bastante, não apenas a ele, mas a todos envolvidos na arte, pois, acaba sendo uma forma de desvalorização da indevidualidade e importancia de cada segmento.

Conforme informaçoes de Gamão,

ha quatro tipos de artes realizadas pelos muros da cidade, são elas:

Pixação - escrever ou rabiscar, usando tinta em spray aerosol. No geral, são escritas frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais ou mesmo declarações de amor, embora a pichação seja também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos – às vezes gangues rivais.

Bomb - a mistura do grafitti com a pixação. Geralmente são realizadas assinaturas, palavras, de maneira rapida e legalizada.

Grafitti - desenho considerado como forma de expressão incluída nas artes visuais, da street art ou arte urbana – onde o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Pintando com rolo, spray aerosol. AeroGrafia – A aerografia é uma técnica de pintura e ilustração semelhante ao grafite, mas que utiliza compressor de ar para sua execução. Equipamento que possibilita maior precisão nos traços. Esta tecnica é ao contrario do grafiti em sua maior parte como profissão. Segundo Gamão ha leis basicas dentro do universo do grafitti que devem ser respeitadas por todos os artistas envolvidos nos movimentos, por exemplo, ao contrario da população, eles não podem nomear suas artes de forma incorreta, pois cada tecnica tem sua dificuldade e nomea-la de forma incorreta, é considerado forma de insulto, porem erro gravissimo e “imperdoavel” se faz quando uma nova arte é criada passando por cima de outra, mesmo que em pequeno espaço.

Mas os projetos do Arrastão vão bem mais longe e começam a alcançar maiores dimensões e reconhecimento.

“Sua missão é formar cidadãos capazes de transformar a realidade e o meio em que vivem sempre considerando o espírito coletivo de não dar o peixe, mas ensinar a pescar.”

Em 1997 Gamão, seu irmão Chambs e um grupo de amigos, cria O “Da Vila” foi um projeto criado que se originou de um grupo de Break que se apos seu termino, os integrantes decidiram unir a arte da dança do break, o grafitti e o lowrider (arte em carros).

Em 10 de Agosto de 2008, criam o “o dia do Projeto Da Villa”, onde desde então, anualmente, em data definida de acordo com a disponibilidade da comunidade e dos integrante, é realizado durante todo o dia um encontro entre grafiteiros, apaixonados por lowrider e hip hop da região e convidados, para se unirem escutarem musica, dançar enquanto pintam e observam as apresentaçãoes de lowrider. Tanto o Projeto quanto a festa são abertos ao publico, os integrantes fazem deste evento um trabalho cultural , sem grandes publicidades. Relatam que ja receberam propostas de

“Responsabilidade. Cada um sabe o que faz, mas ganhar responsabilidade é se tornar referencia pelo seu trabalho e com ele acaba por mudar a ideia das pessoas. A maioria das pessoas acredita na mudança e por isso apoia o projeto. As vezes somos confundidos com bandidos devido ao local onde moramos e a arte que realizamos. Estamos parando de fazer grafittis que de certa forma possa realizar apologia as drogas, pois estamos percebendo que não podemos apenas apensar em como nos vivemos, sem pensar no reflexo que estamos dando as crianças e jovens que admiram nosso trabalho” (Gamão)

canais de TV para que o evento fosse transmitido e recebesse maior proporção e divulgação, porem não aceitaram, pois o sentido deste movimento não é chamar a atenção e sim disponibilizar a comunidade e aos interessados um dia de alegria e contato cultural.

O mascote do projeto é o macaco, pois este simbolo possuia bastante interferencia na região devido ao clube de futebol Ponte Preta e ha uma marca de roupad da comunidades, unindo estas interferencias e a paixão de Chambs por pintar macacos, chegaram a conclusão que este seria o mascote que melhor os representaria e a ideia deu certo, hoje ao questinar a comunidade sobre o significado do macaco, eles lhe darão tres respostas, Ponte Preta, Marca de Roupas e “Da Vila”.

Desde 2006 o “Da vila” foi incluso no circuito “Fora de Eixo” que se trata de um projeto com o intuito de gerar

integração entre eventos culturais de todo o Brasil. Os organizadores do projeto solicitam dois representantes de cada evento espalhado pelo pais e os leva para eventos, realizados em outros estados, custeando todos os gastos.

O Arrastão é a prova de que mesmo que com pouco recurso, mas com muita força de vontade e perceverança é possivel sim, a transformação de uma realidade até então pré-impostas as pessoas que devido ao local onde vive acabam por receber descriminações e a exclusão, ele vem mostrar que o bem, a união e o acreditar são instrumentos capazes de impulsionar e motivar.

O projeto é o bom exemplo de que podemos sim realizar o bem, mesmo que em condições controversas, que nossas realidades já não nasce formadas, tudo é questão de força de mudança e acreditar.

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Fundado a 42 anos, em 1968, por um grupo de voluntárias, o Projeto Arrastão é uma organização sem fins lucrativos que trabalha o desenvolvimento comunitário por meio de ações de promoção social, educacional e cultural, na região de Campo Limpo. Atualmente realiza cerca 1.300 atendimentos diários para crianças, adolescentes, jovens e adultos, somando cerca de cinco mil atendimentos indiretos por mês, onde seus ensinamentos são transmitidos a crianças de faixa etaria de 02-10 anos e a jovens de 11-18 anos, atraves da Arte do Grafitti, Gastronomia, Meio Ambiente e aos adultos e mães das crianças participantes do projeto são oferecidos trabalhos auxilio as necessidades da comunidade e em costumização de roupas e bolsas de lona que são revendidas atraves do projeto Design Possivel.

A ong possui parceria com entidades reconhecidas mundialmente como a Unicef, Prefeitura do Estado de São Paulo, Universidade Mackenzie e Industria de Plasticos Risana.Em visita ao Projeto, fomos guiados por Gamão, um dos grandes simbolos da comunidade, garfitteito e Mc de 25 anos, que grafita a 11 anos, onde ha 7 participa do Projeto Arrastão com intervenções no campo de Arte e Educação, através de aulas Grafitti, Hip hop, oferecimento de Oficinas e Work Shop, voluntariamente. Durante a visita a comunidade e ao projeto, Gamão nos sedeu entrevista, esclarecendo o modo pelo qual o projeto e a arte com a qual trabalha é vista.

A integração das ciranças e jovens com o mundo da arte e do grafitti, foi um modo pelo qual o projeto encontrou, para tira-los das ruas e as inserirem no mundo da cultura, ampliando suas visões. Gamão tenta repassar a seus alunos, sua paixão e a responsabilidade que possue nas mãos atraves do Grafitti, segundo ele, o Grafitti é “Olhar, gostar, nem pensar, fazer!”, tentando assim mostra-los como atraves da arte podem atingir grandes proporções e podem transforma-la em suas armas de expressão, modo de serem observados.

Porem o termo Grafitti, acabou sendo utilizado, por um grande numero de pessoas para denominar todos os tipos de artes realizadas pelos muros da cidade, principalmente porque ainda há quem não concorde, equiparando o valor artístico do grafite ao da pixação, que é bem mais controverso. Questionado Gamão sobre essa associação, ele relata que esta generalização incomoda bastante, não apenas a ele, mas a todos envolvidos na arte, pois, acaba sendo uma forma de desvalorização da indevidualidade e importancia de cada segmento.

Conforme informaçoes de Gamão,

ha quatro tipos de artes realizadas pelos muros da cidade, são elas:

Pixação - escrever ou rabiscar, usando tinta em spray aerosol. No geral, são escritas frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais ou mesmo declarações de amor, embora a pichação seja também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos – às vezes gangues rivais.

Bomb - a mistura do grafitti com a pixação. Geralmente são realizadas assinaturas, palavras, de maneira rapida e legalizada.

Grafitti - desenho considerado como forma de expressão incluída nas artes visuais, da street art ou arte urbana – onde o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Pintando com rolo, spray aerosol. AeroGrafia – A aerografia é uma técnica de pintura e ilustração semelhante ao grafite, mas que utiliza compressor de ar para sua execução. Equipamento que possibilita maior precisão nos traços. Esta tecnica é ao contrario do grafiti em sua maior parte como profissão. Segundo Gamão ha leis basicas dentro do universo do grafitti que devem ser respeitadas por todos os artistas envolvidos nos movimentos, por exemplo, ao contrario da população, eles não podem nomear suas artes de forma incorreta, pois cada tecnica tem sua dificuldade e nomea-la de forma incorreta, é considerado forma de insulto, porem erro gravissimo e “imperdoavel” se faz quando uma nova arte é criada passando por cima de outra, mesmo que em pequeno espaço.

Mas os projetos do Arrastão vão bem mais longe e começam a alcançar maiores dimensões e reconhecimento.

“Sua missão é formar cidadãos capazes de transformar a realidade e o meio em que vivem sempre considerando o espírito coletivo de não dar o peixe, mas ensinar a pescar.”

Em 1997 Gamão, seu irmão Chambs e um grupo de amigos, cria O “Da Vila” foi um projeto criado que se originou de um grupo de Break que se apos seu termino, os integrantes decidiram unir a arte da dança do break, o grafitti e o lowrider (arte em carros).

Em 10 de Agosto de 2008, criam o “o dia do Projeto Da Villa”, onde desde então, anualmente, em data definida de acordo com a disponibilidade da comunidade e dos integrante, é realizado durante todo o dia um encontro entre grafiteiros, apaixonados por lowrider e hip hop da região e convidados, para se unirem escutarem musica, dançar enquanto pintam e observam as apresentaçãoes de lowrider. Tanto o Projeto quanto a festa são abertos ao publico, os integrantes fazem deste evento um trabalho cultural , sem grandes publicidades. Relatam que ja receberam propostas de

“Responsabilidade. Cada um sabe o que faz, mas ganhar responsabilidade é se tornar referencia pelo seu trabalho e com ele acaba por mudar a ideia das pessoas. A maioria das pessoas acredita na mudança e por isso apoia o projeto. As vezes somos confundidos com bandidos devido ao local onde moramos e a arte que realizamos. Estamos parando de fazer grafittis que de certa forma possa realizar apologia as drogas, pois estamos percebendo que não podemos apenas apensar em como nos vivemos, sem pensar no reflexo que estamos dando as crianças e jovens que admiram nosso trabalho” (Gamão)

canais de TV para que o evento fosse transmitido e recebesse maior proporção e divulgação, porem não aceitaram, pois o sentido deste movimento não é chamar a atenção e sim disponibilizar a comunidade e aos interessados um dia de alegria e contato cultural.

O mascote do projeto é o macaco, pois este simbolo possuia bastante interferencia na região devido ao clube de futebol Ponte Preta e ha uma marca de roupad da comunidades, unindo estas interferencias e a paixão de Chambs por pintar macacos, chegaram a conclusão que este seria o mascote que melhor os representaria e a ideia deu certo, hoje ao questinar a comunidade sobre o significado do macaco, eles lhe darão tres respostas, Ponte Preta, Marca de Roupas e “Da Vila”.

Desde 2006 o “Da vila” foi incluso no circuito “Fora de Eixo” que se trata de um projeto com o intuito de gerar

integração entre eventos culturais de todo o Brasil. Os organizadores do projeto solicitam dois representantes de cada evento espalhado pelo pais e os leva para eventos, realizados em outros estados, custeando todos os gastos.

O Arrastão é a prova de que mesmo que com pouco recurso, mas com muita força de vontade e perceverança é possivel sim, a transformação de uma realidade até então pré-impostas as pessoas que devido ao local onde vive acabam por receber descriminações e a exclusão, ele vem mostrar que o bem, a união e o acreditar são instrumentos capazes de impulsionar e motivar.

O projeto é o bom exemplo de que podemos sim realizar o bem, mesmo que em condições controversas, que nossas realidades já não nasce formadas, tudo é questão de força de mudança e acreditar.

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O fotógrafo francês de 54 anos anos roda o mundo por grafiteiros como

Magrela, Paulo Ito, Speedy Graphito, Larry, Gouny sendo essa a sua

turma. Sua obsessão pela arte de rua começou durante uma viagem a

Chicago em 1985, diante de uma parede de 2 quilómetros de extensão,

na Hubbard Street deixando o espirito de Marechal impressionado.

Eric Marechal começou a fotografar com 10 anos mais nunca

fotografou profissionalmente exerceu outras profissões como gerente de

sistema profissão na qual levou ele a fazer viagens pelo mundo. Em 2001

numa visita ao Mexico e Brasil resolveu aderir de vez o movimento nova

urbe e começou a colar lambe-lambe nos muros de Paris.

Sua intervenção urbana é seguida de uma foto e de um post no

seu site www.urbanhearts.com e acabou dando certo. Hoje em dia os

próprios artistas passaram a enviar suas ilustrações e a estampa nos

muros de diversos países. Eric Marechal já acumulou 35 mil fotos de

murais que sua urbe preferida é São Paulo pela variedade da sua criação

artística e pela atmosfera informal ele a caracterizou como “a Capital do

Grafite”.

Diante de tamanho acervo fotográfico optou por dividir suas

experiências, com quem se interessasse para isso realizou uma trajetória

de exposições, que se iniciou no México, onde realizou duas exposições

no México e publicou o livro Murographismos. De lá para cá, expôs na

França, Coréia, Japão e em São Paulo.

O MUNDO DO LAMBE- LAMBE

Os passeios voluntários do fotógrafo Eric Marechal para espalhar lambe-lambe por

todo o mundo.

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O fotógrafo francês de 54 anos anos roda o mundo por grafiteiros como

Magrela, Paulo Ito, Speedy Graphito, Larry, Gouny sendo essa a sua

turma. Sua obsessão pela arte de rua começou durante uma viagem a

Chicago em 1985, diante de uma parede de 2 quilómetros de extensão,

na Hubbard Street deixando o espirito de Marechal impressionado.

Eric Marechal começou a fotografar com 10 anos mais nunca

fotografou profissionalmente exerceu outras profissões como gerente de

sistema profissão na qual levou ele a fazer viagens pelo mundo. Em 2001

numa visita ao Mexico e Brasil resolveu aderir de vez o movimento nova

urbe e começou a colar lambe-lambe nos muros de Paris.

Sua intervenção urbana é seguida de uma foto e de um post no

seu site www.urbanhearts.com e acabou dando certo. Hoje em dia os

próprios artistas passaram a enviar suas ilustrações e a estampa nos

muros de diversos países. Eric Marechal já acumulou 35 mil fotos de

murais que sua urbe preferida é São Paulo pela variedade da sua criação

artística e pela atmosfera informal ele a caracterizou como “a Capital do

Grafite”.

Diante de tamanho acervo fotográfico optou por dividir suas

experiências, com quem se interessasse para isso realizou uma trajetória

de exposições, que se iniciou no México, onde realizou duas exposições

no México e publicou o livro Murographismos. De lá para cá, expôs na

França, Coréia, Japão e em São Paulo.

O MUNDO DO LAMBE- LAMBE

Os passeios voluntários do fotógrafo Eric Marechal para espalhar lambe-lambe por

todo o mundo.

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CHOQUE CULTURALgaleria alternativa que recebe exposições de artistas focados no undergraud, street art e arte contemporanea.

Na busca de arte jovem e

comtemporanea, não baseada em

nenhum modelo pré existente, parada

certa se encontra na Galeria Choque

Cultural, criada em 2004 com o intuito de

estimular as novas gerações, investindo

na produção de baixo custo, focada

na apresentação de arte para um novo

público, sempre procurando criar diálogos

entre artistas de diferentes gerações,

estilos e propostas; colocando lado a

lado artista revelações e já consagrados,

investindo desde seu principio no

intercambio da Street Art mundial.

A Galeria valoriza as linguagens cotidianas

usadas pelos mais jovens e propõe-se

a apresentá-las de modo verdadeiro e

original. Assim, desde que foi fundada,

transformou-se numa potente plataforma

para artistas vindos do graffiti, da tattoo,

do design gráfico, da ilustração e outras

procedências paralelas do Street. Ficando

conhecida pela arte impressa nas paredes

das suas ruas e originalidade dos trabalhos

que surgem a cada dia.

O espaço expositivo é mutante e cuidado

nos mínimos detalhes pelos próprios

artistas, que transformam suas exposições

em autênticas instalações. A Choque

Cultural tem tido papel importantíssimo

na valorização das novas formas e seu

segredo é o respeito pelos artistas, mesmo

que esses não tenham uma formação

profissional convencional.

As obras apresentadas anteriormente faz

parte do acervo de Titi Freak que esteve

em exposição na Galeria entre agosto e

setembro deste ano.

Atualmente a galeria recebe a exposição

de Carlos dias, com suas obras

multicoloridas, em pituras de acrilico,

canetão e spray, junta mente com obras

assinadas por Albertinho dos Reis, seu

pseudonimo musical.

A choque cultural esta localizada na Rua João Moura, 997 – Pinheiros – SP.

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