IGEC INFORMAÇÃO BOLETIM INFORMATIVO DA INSPEÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA 1-4 2014 Participação de inspetores da IGEC em atividades internacionais Workshop da SICI «School Evaluation for Improvement and Accountability: Striking the Right Balance — Alternative School Inspection and Evaluation Models» Visitas de estudo «Vocational Training and Employability» «Pursuing Excellence for all Pupils: Improving School Performance» Formação para inspetores na modalidade de «job shadowing» Inspeção da Educação da Baixa Saxónia, NLQ Hildesheim Inspectie van het Onderwijs – Holanda Divulgado relatório «Provas Finais do Ensino Básico e Exames Nacionais do Ensino Secundário 2012-2013» Tem a palavra a Inspetora… Rosa Menezes Equipa Multidisciplinar da Área Territorial do Centro (EMC) Entradas e Saídas Contribuir para a melhoria nas Escolas A ação da IGEC só é eficaz se esta dispuser de um corpo de profissionais dotados de ferra- mentas que lhes permitam gerar melhoria nas escolas. Pretende-se que os alunos aprendam e que tenham bons resultados. Este é, sem dúvida, o grande propósito de cada escola, que trabalha, continuamente, para que as suas práticas educativas sejam as mais assertivas e que constituam uma oportunidade de efetivo sucesso para todas as crianças e jovens que a frequentam. A IGEC tem também responsabilidades uma vez que intervém nas escolas, com o mesmo desígnio, através de um leque abrangente de atividades inscritas no seu Plano de Ativida- des, nomeadamente nas vertentes do acompanhamento, da avaliação e do controlo. A sua ação tem, pois, de ser consequente. Ser consequente implica que os seus profissionais, os inspetores, detenham conhecimento, atualizado, das dinâmicas da escola e dos saberes científicos e pedagógicos em seu torno produzidos, mobilizando-os nas suas análises. Que desenvolvam competências comunicati- vas no sentido de melhor interpelar a escola, tendo em vista a alteração das suas práticas, e, ainda, que cultivem a empatia, ou seja, a capacidade de entender a singularidade de cada escola na perspetiva dos seus diferentes atores. Intervir na escola é, sem dúvida, uma tarefa exigente se atendermos aos requisitos aponta- dos. Inspetores bem preparados, habilitados para uma abordagem que suscite o debate, capazes de aprofundar as temáticas relevantes, sobretudo as de cariz pedagógico, de equa- cionar os problemas, de introduzir novas perspetivas e dar visibilidade a boas práticas, será o melhor meio para a mudança porque o farão com a autoridade natural de quem também sabe dos assuntos que à Escola dizem respeito. É neste contexto que se inscrevem algumas estratégias implementadas na IGEC, umas de cariz mais organizacional, de que é exemplo a recente reorganização territorial, com a cria- ção da Área Territorial Sul, que veio criar maiores possibilidades de constituição das equipas no terreno e o alargamento da sua área de intervenção. Tal tem subjacente a valorização e a otimização dos saberes dos inspetores, associados às suas formações e às suas experiên- cias profissionais, o que constitui sem margem para dúvida uma mais-valia. Também a preparação das atividades, através da organização de formação, ilustra a vonta- de de fortalecer o domínio dos inspetores em temáticas específicas, algumas até transver- sais a várias atividades, centradas no processo de ensino e de aprendizagem, como é o caso da realizada no âmbito da Observação da Prática Letiva, o mesmo acontecendo com a opor- tunidade de refletir e aprofundar com especialistas nas matérias relacionadas com as inter- venções, como aconteceu relativamente à temática da Educação Especial. O contacto com profissionais de outros países, a partilha e a observação dos contextos edu- cativos, como ocorreu no presente ano letivo, e a disseminação das experiências aí vividas são igualmente contributos enriquecedores que concorrem para o entendimento das dinâmi- cas educativas, tornando os inspetores profissionais agentes de efetiva mudança. Maria Teresa de Jesus Chefe da Equipa Multidisciplinar de Acompanhamento, Controlo e Avaliação – Sul Editorial
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B I -G E C - IGEC - Inspecção Geral da Educação e Ciência · 2014-06-24 · IGEC em atividades internacionais ... intercâmbio de experiências e de boas práticas entre a Grécia
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IGEC INFORMAÇÃO BOLETIM INFORMATIVO DA INSPEÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
1-4
2014
Participação de inspetores da
IGEC em atividades
internacionais
Workshop da SICI «School Evaluation for Improvement
and Accountability: Striking the Right
Balance — Alternative School
Inspection and Evaluation Models»
Visitas de estudo
«Vocational Training and Employability»
«Pursuing Excellence for all Pupils:
Improving School Performance»
Formação para inspetores na
modalidade de «job shadowing»
Inspeção da Educação da Baixa
Saxónia, NLQ Hildesheim
Inspectie van het Onderwijs – Holanda
Divulgado relatório «Provas
Finais do Ensino Básico e
Exames Nacionais do Ensino
Secundário 2012-2013»
Tem a palavra a Inspetora…
Rosa Menezes Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial do Centro (EMC)
Entradas e Saídas
Contribuir para a melhoria nas Escolas
A ação da IGEC só é eficaz se esta dispuser de um corpo de profissionais dotados de ferra-
mentas que lhes permitam gerar melhoria nas escolas.
Pretende-se que os alunos aprendam e que tenham bons resultados. Este é, sem dúvida, o
grande propósito de cada escola, que trabalha, continuamente, para que as suas práticas
educativas sejam as mais assertivas e que constituam uma oportunidade de efetivo sucesso
para todas as crianças e jovens que a frequentam.
A IGEC tem também responsabilidades uma vez que intervém nas escolas, com o mesmo
desígnio, através de um leque abrangente de atividades inscritas no seu Plano de Ativida-
des, nomeadamente nas vertentes do acompanhamento, da avaliação e do controlo. A sua
ação tem, pois, de ser consequente.
Ser consequente implica que os seus profissionais, os inspetores, detenham conhecimento,
atualizado, das dinâmicas da escola e dos saberes científicos e pedagógicos em seu torno
produzidos, mobilizando-os nas suas análises. Que desenvolvam competências comunicati-
vas no sentido de melhor interpelar a escola, tendo em vista a alteração das suas práticas,
e, ainda, que cultivem a empatia, ou seja, a capacidade de entender a singularidade de
cada escola na perspetiva dos seus diferentes atores.
Intervir na escola é, sem dúvida, uma tarefa exigente se atendermos aos requisitos aponta-
dos. Inspetores bem preparados, habilitados para uma abordagem que suscite o debate,
capazes de aprofundar as temáticas relevantes, sobretudo as de cariz pedagógico, de equa-
cionar os problemas, de introduzir novas perspetivas e dar visibilidade a boas práticas, será
o melhor meio para a mudança porque o farão com a autoridade natural de quem também
sabe dos assuntos que à Escola dizem respeito.
É neste contexto que se inscrevem algumas estratégias implementadas na IGEC, umas de
cariz mais organizacional, de que é exemplo a recente reorganização territorial, com a cria-
ção da Área Territorial Sul, que veio criar maiores possibilidades de constituição das equipas
no terreno e o alargamento da sua área de intervenção. Tal tem subjacente a valorização e a
otimização dos saberes dos inspetores, associados às suas formações e às suas experiên-
cias profissionais, o que constitui sem margem para dúvida uma mais-valia.
Também a preparação das atividades, através da organização de formação, ilustra a vonta-
de de fortalecer o domínio dos inspetores em temáticas específicas, algumas até transver-
sais a várias atividades, centradas no processo de ensino e de aprendizagem, como é o caso
da realizada no âmbito da Observação da Prática Letiva, o mesmo acontecendo com a opor-
tunidade de refletir e aprofundar com especialistas nas matérias relacionadas com as inter-
venções, como aconteceu relativamente à temática da Educação Especial.
O contacto com profissionais de outros países, a partilha e a observação dos contextos edu-
cativos, como ocorreu no presente ano letivo, e a disseminação das experiências aí vividas
são igualmente contributos enriquecedores que concorrem para o entendimento das dinâmi-
cas educativas, tornando os inspetores profissionais agentes de efetiva mudança.
Maria Teresa de Jesus
Chefe da Equipa Multidisciplinar de Acompanhamento, Controlo e Avaliação – Sul
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Participação de
inspetores da IGEC
em atividades
internacionais
Apresenta-se, neste boletim, uma
síntese da participação de inspetores
da IGEC, no primeiro trimestre de
2014, em diversas atividades interna-
cionais, designadamente:
Workshop da SICI School Evalua-
tion for Improvement and Accoun-
tability: Striking the Right Balance;
Visitas de estudo realizadas no
âmbito do Programa Transversal da
Agência Nacional PROALV (Progra-
ma de Aprendizagem ao Longo da
Vida);
Estágios internacionais, na modali-
dade de job shadowing, para
desenvolvimento de competências
em observação da prática letiva
como metodologia para a avaliação
de escolas.
Workshop da SICI
School Evaluation for
Improvement and
Accountability: Striking the
Right Balance — Alternative
School Inspection and
Evaluation Models
Realizou-se em St George, Malta, nos
dias 27 e 28 de Março de 2014, um
workshop da SICI, organizado pelo
Departamento de Avaliação da Quali-
dade, que integra a Direção-Geral da
Qualidade e Padrões de Educação.
A IGEC esteve representada pelo
inspetor Helder Guerreiro. Este work-
shop visou debater a procura do
equilíbrio entre os propósitos de
melhoria e de prestação de contas da
avaliação de escolas, e a necessidade
de modelos alternativos de inspeção.
A escolha do tema fundamenta-se no
discurso da investigação educacional,
que aponta para a complementarida-
de entre a avaliação interna, geral-
mente direcionada para a melhoria da
escola, e a avaliação externa, que
procura um equilíbrio entre prestação
de contas e desenvolvimento. Por seu
turno, a OCDE, num estudo compara-
tivo de 2013 designado Synergies for
Better Learning, reconhece que as
avaliações são a chave necessária à
melhoria e à prestação de contas dos
sistemas escolares.
Destacamos neste artigo duas apre-
sentações: a de Claire Shewbridge, da
OCDE; e a de Harold Hislop, Inspetor-
Chefe da República da Irlanda.
A primeira palestra, proferida por
Claire Shewbridge, foi dedicada às
avaliações desenvolvidas pela OCDE e
publicadas num volume – OECD
Reviews of Evaluation and Assess-
ment in Education: Key messages
from a 3 year OECD review and a
focus on external school evaluation.
Este estudo teve como base os dados
recolhidos em 28 sistemas educati-
vos.
Foram identificadas as seguintes
tendências: a expansão da avaliação
nos sistemas educativos e maior
confiança nos referenciais educativos;
a maior atenção dada à mensurabili-
dade; o objetivo da prestação de
contas está a ganhar importância.
Têm contribuído para o reforço do
papel da avaliação: a maior autono-
mia das escolas; a pressão pública de
informação sobre a qualidade das
escolas e para a utilização eficiente
de recursos; a avaliação da qualidade
no sector público com o objetivo de
informar os decisores; a crescente
importância da educação.
Para a OCDE, um modelo coerente de
avaliação deve evitar procedimentos
em duplicado e objetivos inconsisten-
tes e ter em conta cinco princípios:
colocar o aluno no centro; aumentar o
profissionalismo dos docentes; enco-
rajar a liderança pedagógica nas
escolas; informar as políticas para a
melhoria dos sistemas; articular os
sistemas de avaliação dos alunos,
dos professores e do diretor e das
escolas.
Harold Hislop, Inspetor-Chefe da
República da Irlanda, apresentou a
reforma da inspeção, que tem como
aspetos centrais:
a clareza dos propósitos: a partir de
uma perspetiva externa, encorajar
a melhoria das escolas e condu-
zi-las à prestação de contas;
a capacitação: desenvolvimento
das competências dos inspetores e
de stakeholders para a utilização e
compreensão da avaliação;
os procedimentos: utilizar os
instrumentos corretos para que a
avaliação contribua para a melhoria
do ensino e da aprendizagem, bem
como da prestação de contas;
a utilização de resultados: organi-
zar e partilhar informação avaliativa
de modo a facilitar o seu uso
efetivo pelas escolas e por tercei-
ros, evitando a utilização errada
dessa informação.
A Inspeção de Educação irlandesa
tem atribuídas funções de avaliação e
de aconselhamento. Eis algumas das
características das suas novas inspe-
ções: avaliações globais mais eficien-
tes, aviso prévio mais próximo da
data; inspeções centradas em discipli-
nas nucleares; avaliações especializa-
das de programas de intervenção em
escolas em situação de desvantagem
(tipo TEIP); inspeções ocasionais, não
anunciadas; inspeções sequenciais;
revisão dos modelos para melhorar a
eficiência e o reporte; a nível do
planeamento, introdução da análise
de risco.
Os inspetores irlandeses têm conheci-
mentos especializados sobre curricu-
la, pedagogia, educação especial,
gestão escolar e liderança e avalia-
ção, tanto para as funções de avalia-
ção, como para as de aconselhamen-
to. Existe uma estrutura de gestão
que garante a qualidade das inspe-
Visita a jardim de infância no âmbito do workshop da SICI—«School Evaluation for Improvement and
Accountability: Striking the Right Balance»
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ções e que dá apoio aos inspetores
em situações mais complexas, e uma
unidade de avaliação e de investiga-
ção.
Do programa fez também parte a
visita a escolas. Nestas foi possível
observar o trabalho desenvolvido na
sala de aulas e também dialogar com
elementos da Direção, professores e
alunos.
Visita de Estudo
Vocational Training and
Employability
No âmbito do Programa Transversal
da Agência Nacional PROALV
(Programa de Aprendizagem ao Longo
da Vida), a inspetora Ana Márcia
Pires, pertencente à Equipa Multidis-
ciplinar da Área Territorial do Sul da
IGEC, participou, entre 20 e 24 de
janeiro, na Visita de Estudo (VE) n.º 7,
em Atenas, organizada pela Agência
Nacional Helénica e intitulada Voca-
tional Training and Employability.
Imbuídos no espírito de criação de um
intercâmbio de experiências e de
boas práticas entre a Grécia e os 13
países representados (Alemanha,
Áustria, Chipre, Dinamarca, Espanha,
Finlândia, Hungria, Inglaterra, Lituâ-
nia, Polónia, Roménia, Turquia, além
de Portugal), os participantes –
diretores de institutos de educação
vocacional e de centros de formação/
creditação, docentes universitários,
inspetores e representantes de redes
educativas e de formação – tiveram
oportunidade de conhecer o sistema
de formação profissional/vocacional
helénico em escolas e institutos
vocacionais pertencentes aos Ministé-
rios da Educação, do Trabalho e do
Turismo.
Esta ação teve como objetivos gerais
a reflexão acerca da organização e
das atividades desenvolvidas pelos
centros educativos no que concerne
ao ensino profissional, das qualifica-
ções exigidas pelos empregadores
nas diferentes áreas abrangidas pelos
cursos profissionais/vocacionais, bem
como das ações da Organização
Nacional para a Certificação de
Qualificações. A agenda de trabalhos
incluiu visitas a escolas vocacionais
públicas e privadas e a outras institui-
ções responsáveis pela formação
vocacional; visitas a salas de aula e
ambientes de formação prática, onde
se pôde contactar informalmente com
docentes e alunos; e também reu-
niões com diretores de centros de
formação e outros intervenientes.
Através das apresentações e debates
gerados, emergiram soluções inova-
doras encontradas pelas escolas e
instituições, e foram identificadas
boas práticas no âmbito da formação
vocacional e da empregabilidade,
primeiramente centradas na Grécia,
mas extensíveis a outros parceiros da
União Europeia.
A iniciativa foi frutífera, pois foram
discutidos diferentes tópicos de
orientação vocacional com identifica-
ção de oportunidades e de constran-
gimentos, de abordagens similares
nos diversos países representados e
de desafios colocados aos países
participantes nos seus esforços para
i m p l e m e n t a r e m p o l í t i c a s
bem-sucedidas no âmbito do tema da
Visita de Estudo.
Visita de Estudo
Pursuing Excellence for all
Pupils: Improving School
Performance
No âmbito do Programa Transversal
da Agência Nacional PROALV
(Programa de Aprendizagem ao Longo
da Vida), a inspetora Graça Costa, da
Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial Norte da IGEC, participou,
de 17 a 20 de março, na Visita de
Estudo (VE) n.º 171, em Londres,
organizada pelo Departamento de
Educação e intitulada Pursuing
Excellence For All Pupils: Improving
School Performance.
Com o objetivo de promover um
intercâmbio de experiências e de
boas práticas entre o Reino Unido e
os 12 países representados
(Alemanha, Áustria, Bélgica, Finlândia,
França, Holanda, Hungria, Inglaterra,
Itália, Lituânia, Roménia, Suécia,
além de Portugal), os participantes –
diretores de escolas, diretores gerais
de ministérios da educação, represen-
tantes de redes educativas e inspeto-
res (Alemanha, Áustria, Bélgica,
França e Itália) – tiveram oportunida-
de de conhecer a forma como as
instituições educativas inglesas
procuram inspirar processos de
melhoria no desempenho das esco-
las, de modo a que todos os alunos
possam atingir o seu potencial máxi-
mo.
Esta ação teve como objetivos gerais
desenvolver uma compreensão das
políticas e estratégias utilizadas para
elevar os padrões e melhorar o
desempenho escolar na Inglaterra,
bem como permitir a troca de expe-
riências de boas práticas entre todos
os países presentes.
A agenda de trabalhos incluiu apre-
sentações sobre as prioridades das
políticas educativas do Ministério da
Educação (DfE) e Inspeção Inglesa
(Ofsted); e visitas a escolas dos
ensinos básico e secundário, onde se
pôde visitar as instalações, observar
aulas e questionar os diretores e
professores.
Sob o lema da persistência na procu-
ra da excelência para todos os alunos
ao melhorar o desempenho das
Escolas, foi concluído que todos os
países procuram a melhoria da
qualidade da educação que providen-
ciam às suas crianças e jovens, de
modo a garantir a equidade. O traba-
lho articulado dos ministérios da
educação com as respetivas entida-
des inspetivas de cada país procura
implementar e desencadear proces-
sos de melhoria nos resultados dos
alunos, na qualidade dos professores
como responsáveis do processo de
ensino-aprendizagem, na prestação
do serviço educativo e responsabiliza-
Apresentação realizada pela inspetora Ana Márcia Pires na visita de estudo «Vocational Trai-
ning and Employability»
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janeiro e de 23 de fevereiro a 1 de
março, dois estágios práticos em
observação de aulas na modalidade
de job shadowing, dinamizados pela
Inspeção da Educação da Baixa
S a x ó n i a , N L Q H i l d e s h e i m
(Niedersachsisches Landesinstitut fur
Schulische Qualitatsentwicklung
Hildesheim).
O programa de estágio, resultante da
parceria entre a IGEC e a NLQ, visava,
essencialmente, o conhecimento das
práticas de observação de aulas
desenvolvidas pela Inspeção da Baixa
Saxónia, contemplando os instrumen-
tos, procedimentos e contextos em
que ocorrem, bem como das rotinas
da atividade dos inspetores, e o
desenvolvimento de competências
profissionais neste domínio, suporta-
do na partilha da experiência que os
pares alemães detêm, fruto de uma
prática consolidada neste campo.
No período que antecedeu o início da
mobilidade, a instituição de acolhi-
mento facultou à IGEC os pormenores
do estágio, formulou as cartas convi-
te, elaborou o programa do estágio e
enviou a grelha de observação de
aulas, em uso. A IGEC, por sua
vez, facultou, à sua equipa inspetiva,
informação útil sobre a Estrutura
Organizacional da IGEC, a Avaliação
Externa das Escolas e o Sistema de
Administração e Gestão das Escolas
no Sistema Educativo em Portugal
para a apresentação na instituição de
acolhimento
Entre 19 e 25 de janeiro, as inspeto-
ras Carla Grenho e Helena Afonso, da
Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial Sul, integraram a equipa de
avaliação de escolas constituída
pelas inspetoras Petra Thiel, Ute
Kluge e Gertrud Gutsche, da NLQ,
acompanhando-as à Humboldtschule
Hannover Gymnasium (ensino básico
e secundário), onde desenvolveram
alguns procedimentos in loco com a
equipa, nomeadamente, a observa-
ção de aulas de cariz teórico e prático
com recurso ao preenchimento do
guião utilizado e de entrevistas em
painel. Participaram, também, na
discussão em equipa sobre as práti-
cas observadas, exploraram os
instrumentos de trabalho e os recur-
sos informáticos utilizados nesta
atividade e assistiram às apresenta-
ções finais dos resultados da avalia-
ção, familiarizando-se com a metodo-
logia, as diferentes fases do processo
e os diversos intervenientes.
De destacar, por um lado, a abertura
e a recetividade, por parte da escola
intervencionada, à presença das duas
inspetoras portuguesas e a disponibi-
lidade do diretor e da sua equipa na
explicitação do contexto social e
económico em que estão inseridos,
da oferta educativa criada na respos-
ta àquele público e dos desafios que
a própria organização se coloca. Por
ção, bem como dotar cada organiza-
ção de boas lideranças que garantam
uma gestão eficaz dos recursos
humanos e financeiros que têm ao
seu dispor.
Os diretores das escolas são os
primeiros responsáveis e exemplo
para as lideranças intermédias que as
suas escolas possuem, prestando
contas às entidades superiormente
responsáveis. Os valores, o bem-estar
de todos os elementos da comunida-
de educativa, a qualidade do ensino
ministrado, as altas expectativas e as
conquistas conseguidas pelos alunos
são dimensões de uma liderança de
sucesso, que garante a construção de
relações pessoais assente na confian-
ça. Uma liderança assertiva adapta-se
ao contexto, reestrutura os papéis e
responsabilidades, promove ambien-
tes positivos e criativos, define
padrões de desempenho e de com-
portamento elevados e estabelece
metas a atingir num determinado
espaço de tempo.
Os países europeus com bons resulta-
dos no estudo PISA 2012 sublinha-
ram a importância da autonomia das
escolas e da qualidade dos professo-
res. A definição de níveis de desem-
penho e a criação de redes de esco-
las que se entreajudam são exemplos
de boas práticas.
No Reino Unido, a qualidade dos
professores é também promovida
através de um sistema de incentivos
em que se incluem excelentes oportu-
nidades de progressão na carreira e
um eficaz sistema de avaliação. Os
ordenados são pagos em função dos
objetivos traçados pelo diretor,
podendo este não renovar o vínculo
face a um fraco desempenho. A
qualidade da educação reside na
autonomia dada às escolas, na
responsabilização do diretor pelos
resultados obtidos, pela definição de
etapas para tornar excelente cada
escola, através da elevação dos
padrões da inspeção (Ofsted). Foram
criadas redes de escolas que
«ensinam» (teaching schools), que
dão formação aos diretores, visando
a melhoria do desempenho das
escolas, refletindo-se na melhoria das
classificações. Nenhuma escola pode
obter a classificação de Bom três
vezes consecutivas.
A inspeção inglesa aposta num
acompanhamento continuado e
presente de cada escola; na respon-
sabilização pessoal dos diretores
pelos resultados alcançados, fechan-
do as escolas que são más; e na
implementação do lema da missão
do Ministério da Educação do Reino
Unido:
“Trabalhamos para conseguir uma
sociedade altamente educada, na
qual a igualdade de oportunidades é
uma realidade para todas as crianças
e jovens, não importando para este
trabalho as suas origens ou o seu
contexto familiar, social ou económi-
co.”
O relatório da visita pode ser consulta-
do em
http://studyvisits.cedefop.europa.eu.
Estágio prático em
observação de aulas na
Inspeção da Educação
da Baixa Saxónia, NLQ
Hildesheim
No âmbito do Programa de Aprendiza-
gem ao Longo da Vida, Comenius,
decorreram em Hanôver, na Alema-
nha, nos períodos de 19 a 25 de
Participantes na visita de estudo «Pursuing Excellence for all Pupils: Improving School Performance»