# COMPORTAMENTO / # NEGÓCIOS / # SOCIAL / # COLUNAS / # ENTRETENIMENTO TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: VEJA COMO SE VESTIR NO OUTONO BAURUENSE · NOSSOS COLUNISTAS TRAZEM POLÊMICA E INFORMAÇÃO · OS NOVOS DESAFIOS DO BASQUETE Ser vegano ou vegetariano está na moda, mas requer cuidados com a alimentação COMIDA SAUDÁVEL Universitários abusam da bebida e alerta acende após morte de jovem ÁLCOOL FATAL Os drones dominam os céus e já são usados até para combater a dengue VOO ALTO ABRIL 2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA #24 Informação de A a Z Cantora e guitarrista de banda de rock, que também caminha pela música caipira e outros ritmos, ela prepara disco solo e conta histórias de suas andanças pelo mundo MANU OS TONS DE
A edição de abril da Revista Az! está imperdível! A revista com maior tiragem da região traz para você o melhor conteúdo, com entretenimento, informação, moda, e muito mais! Quer informação e resultado? Vem para a Az!
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Transcript
# C O M P O R TA M E N T O / # N E G Ó C I O S / # S O C I A L / # C O L U N A S / # E N T R E T E N I M E N T O
TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: VEJA COMO SE VESTIR NO OUTONO BAURUENSE · NOSSOSCOLUNISTAS TRAZEM POLÊMICA E INFORMAÇÃO · OS NOVOS DESAFIOS DO BASQUETE
Ser vegano ou vegetariano está na moda, mas requer cuidados com a alimentação
COMIDA SAUDÁVEL
Universitários abusam da bebida e alerta acende após morte de jovem
ÁLCOOL FATAL
Os drones dominam os céus e já são usados até para combater a dengue
VOO ALTO
A B R I L 2 0 1 5DISTR IBU IÇÃO
GRATU ITA
#24
I n f o r m a ç ã o d e A a Z
Cantora e guitarrista de banda de rock, que também caminha pela música caipira e outros ritmos, ela prepara disco solo e conta histórias de suas andanças pelo mundo
MANU OS TONS DE
#EDITORIAL
C N S O N L I N E . C O M . B RC N S O N L I N E . C O M . B R
BAURU SHOPPING | 14 3223 1033
#EDITORIAL
F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U 03
Hoje, se há alguma agre-miação esportiva que leva o nome de Bauru para o Brasil inteiro,
esse nome é: Pachoalotto/Bauru Basquete. Na crista da onda, melhor time da América Latina, melhor paulista, melhor da primeira fase do NBB (Novo Basquete Brasil)... São muitos os adjetivos que podem ser usados para definir essa fase espe-tacular do Bauru Basquete. E, agora, o time comandado pelo técnico Guerrinha vai disputar o Mundial de Clubes, contra o campeão da Europa. A Federação Internacional de Basquete ainda estuda se outros campeões conti-nentais podem entrar nessa com-petição, mas o Bauru já tem essa vaga garantida.Mas, de onde vem tanto sucesso? Só do dinheiro? Claro que não. Cansamos de ver times com ver-bas sobrando fracassarem dentro e fora das quadras, dos campos, enfim, não irem a lugar algum. A diferença do Paschoalotto/Bauru Basquete foi ter uma organização também fora de quadra, com di-rigentes que buscaram a melhor formação para o time, sim, mas também se preocuparam com a
parte de fora do jogo: atualmen-te, os atletas recebem acompa-nhamento físico individualizado. A equipe também tem staff para cuidar do dia a dia da carreira de jovens atletas, está pensando em mais categorias de base...É um exemplo para todas as agre-miações esportivas bauruenses. Incluindo o glorioso Esporte Clu-be Noroeste que, infelizmente, está à míngua.Nesta edição da Az! também te-mos outros bons exemplos de Bau-ru para o mundo, como os artistas que saíram daqui para fora. Assim como aqueles que cuidam dos ga-tos, ou quem se preocupa com a alimentação mais saudável... No entanto, também temos maus exemplos, como as festas que não têm sequer alvará da prefeitura e que já chegaram a causar uma morte e outras internações na UTI de jovens que beberam demais.Nós, da Az!, queremos que Bauru dê só bons exemplos para o mundo, e vamos estar aqui, todo mês, para amplificar o que de bom acontece em nossa região. Porém, também vamos estar aqui para debater e achar boas soluções para os proble-mas. Afinal, eles acontecem.
Boa leitura a todos!
Revista Az! | ano 05 / número 24
Diretor Geral: Rodrigo Chiquito
Jornalista responsável: Bruno Mestrinelli
Direção de Arte: Leila Antonelli
Diagramação: Leila Antonelli e Diego Dias
Logística/Finanças: C&D Soluções
Equipe comercial: Andréa Subitoni
e Amélia Silva
Conselho Editorial: Bruno Mestrinelli
e Rodrigo Chiquito
Fotografia: Cristiano Zanardi
e Bruno Mestrinelli
Jornalistas: Fernanda Villas Bôas, Bruno
Mestrinelli , Amanda Rocha, Daiany
Ferreira, Beatriz Albuquerque e Castro
e Tatiana Santos
AzTV por muvfilms.com.br
IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Grafilar
TIRAGEM: 10.000 exemplares
* As colunas assinadas não representam a opinião desta revista. Ela está expressa exclusivamente no editorial
Az! é uma publicação da Publici On&Off ComunicaçãoR. Bartolomeu de Gusmão, 10-72 - Jd. América Bauru/SP - F.: 14 3879 0348
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#ÍNDICE
MANU E SEUS TONSCantora Manu conta suas histórias sobre carrei-ra musical: teve viagem sem nenhum tostão no bolso, mas também muito aprendizado nas
andanças pelo mundo afora
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SUCESSO BAURUENSEAz! traz bons exemplos de filhos da nossa terra que estão conquistando espaço na televisão e na área de eventos. Jornalista Juliano Dip saiu daqui para
ser repórter do CQC, da Band
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SOCIALDê uma espiada nos eventos que aconteceram em Bauru e região no mês que passou
MODERNIDADEConheça o Ineb, que tem os melhores aparelhos e atendimento para trata-mento de doenças renais da região
SABOR!Dietas vegetarianas e veganas estão na moda. Veja como fazer a transição alimentar de forma correta
NO ARDrones estão conquistando adeptos, mas operação exige responsabili-dade e muito treino
MIAU!Gatos ainda sofrem preconceito, mas são companheiros e dão alegria e companhia aos seus donos
ÁLCOOL QUE MATABeber tornou-se moda entre univer-sitários e traz perigo. Morte de jovem em Bauru gerou alerta geral
DE TRÊS!Paschoalotto/Bauru Basquete ganha a América e já planeja passos mais ousados. Porém, falta ginásio adequado
COM QUE ROUPA?Outono castiga por trazer muita variação de temperatura. Carla Costa mostra como se vestir nessa época
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Texto Fernanda Villas BôasImagem Banco de Dados
A escritora inglesa, que se dedicou por 50 anos aos romances policiais e já vendeu dois bilhões de livros emtodo o mundo, não tem contraindicação:agrada a quem já adora literatura oupretende se aventurar nesse universo
AGATHA CHRISTIE
MOTIVOSPARA LER10
#ENTRETENIMENTO
“A CASA TORTA” É O ROMANCE PREFERIDO DA AUTORA INGLESA
Agatha Christie considerava ”A Casa Torta” (1949) um de seus melhores romances
policias – e ela estava certa. Aristides Leonides é um milionário excêntrico, que vive
numa casa esquisita nos arredores de Londres ao lado da família, incluindo a jovem
esposa 50 anos mais jovem, e os filhos e netos de seu primeiro casamento, além da
irmã da primeira mulher. Um dia, Leonides morre por envenenamento, e então todos
os parentes passam a ser investigados pela Scotland Yard.
Uma vez, numa entrevista, Agatha disse que os personagens de “A Casa Torta”
pareciam estar flutuando na sua imaginação antes mesmo que ela concluísse a
descrição deles. São pessoas comuns, com as quais você poderia esbarrar no cinema,
no parque ou no shopping center: a atriz meio maluca, o intelectual carrancudo, a
menina arrogante, a cientista esquisita, a madame superficial, o tio bobão.
O final é absolutamente surpreendente – e não é possível falar mais a respeito sob o risco
de estragar a surpresa. “A Casa Torta” ganhou uma versão para o cinema em 2014, dirigida
por Neil LaBute. Julie Andrews, a eterna protagonista de “A Noviça Rebelde”, está no elenco.
7F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
1A inglesa Agatha Christie (1890 – 1976) é a autora mais publicada de todos os tempos. Ela só perde para Sha-
kespeare e a Bíblia. Ao longo de mais de 50 anos, lançou 66 romances, 163 contos, 19 peças de teatro, duas biogra-
fias e seis novelas e romances românticos sob o pseudônimo de Mary Westmacott. Criou dois detetives que se
tornaram mundialmente famosos: Hercule Poirot e Miss Marple. Suas histórias foram adaptadas para cinema,
teatro e TV.
2Ela se notabilizou por seus romances policiais, um dos gêneros mais disputados da literatura. Seus livros propor-
cionam um misto de prazer e surpresa. Quem tem intimidade com assuntos literários, enxerga o gênero como uma
pausa, um café quente e forte no meio da tarde. Quem não tem, decifra a senha de um mundo novo.
3A vida de Agatha teve o toque de mistério que ela emprestava aos seus livros. Quando seu primeiro marido pediu
o divórcio, em 1926, ela ficou desaparecida por 11 dias. Hipóteses que explicam o sumiço? Surto de amnésia, desejo
de vingança e até jogada publicitária para promover seus romances. No final das contas, foi localizada num hotel
onde deu entrada com nome falso.
4 No total, estima-se que Agatha já tenha vendido mais de dois bilhões de livros, sendo metade em língua inglesa.
Seus romances policiais foram traduzidos para 45 idiomas.
5A escritora tinha um humor refinado. E ela soube transportar essa qualidade para seus livros. Além do mais,
adorava rir de si mesma. Aos 40 anos, casou-se com o arqueólogo Max Mallowan, seu segundo marido. Ele tinha
26 anos. “Max gosta muito de arqueologia, por isso, me escolheu”, costumava dizer, ironizando a diferença de
idade entre eles.
6Seus livros mais famosos são os seguintes: “E Não Sobrou Nenhum”, “Cai o Pano”, “Assassinato no Expresso Oriente”,
“Morte no Nilo”, “Os Elefantes não Esquecem”, “O Assassinato de Roger Akroyd”, “A Casa Torta”, “Os Crimes ABC”,
“Convite para um Homicídio”, “Cinco Porquinhos”, “Os Quatro Grandes” e “A Extravagância do Morto”. Em todos, há
uma particularidade intrigante: os verdadeiros assassinos estão os suspeitos mais improváveis. É uma qualidade
genial de Agatha: despistar o leitor para surpreendê-lo no final.
7O livro “Cai o Pano”, inclusive, trata da morte do personagem mais emblemático do gênero policial: o detetive belga
Hercule Poirot. Agatha preferiu eliminar Poirot para que ele não fosse indevidamente utilizado depois que ela
morresse. Uma curiosidade: Poirot foi primeiro personagem literário a receber obituário no jornal “The New York
Times” em 1975.
8Apesar de ter morrido, Poirot acabou voltando à cena. Em setembro, será lançado no Brasil “O Crime do Monogra-
ma” (editora Nova Fronteira), romance policial da escritora Sophie Hannah que retoma a cruzada do detetive belga
contra o crime. É a primeira vez que os herdeiros de Agatha autorizam um escritor a recriar Poirot em romances.
Sophie, claro, é fã de Agatha Christie. Mas, antes de ler “O Crime do Monograma”, é melhor conhecer a obra origi-
nal, sem a qual esse romance jamais teria existido.
9“A Mansão Hollow” traz uma intrigante teoria da escritora: ela acredita que os relacionamentos amorosos são
constituídos por duas polaridades - um adorador e um adorado. É possível alterar esses papéis ao longo da vida e
até mesmo na mesma relação afetiva: algumas vezes, cultuando o outro, outras vezes, sendo cultuado por ele. Ela
criou duas personagens para simbolizar essa dicotomia: Gerda e Henrietta.
10A exemplo de outros autores famosos, Agatha ganhou uma interpretação do seu modo de fazer literatura policial.
Em “Os Diários Secretos de Agatha Christie” (editora Leya), John Curran apresenta as anotações da escritora sobre
as tramas e os personagens de alguns de seus principais romances. Curran analisou as anotações nos cadernos de
Agatha para tentar compreender como ela raciocinava e criava enredos tão saborosos.
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#ENTRETENIMENTO
Texto e fotos Divulgação
BROTAS:AVENTURA,
GASTRONOMIAE DESCANSO
Cidade a 110 quilômetrosde Bauru oferece opções para
todos os gostos e idades
Homem pratica arvorismo em Brotas: radical presente por lá (foto Radeu Fessel)
9F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
Distante cerca de 110 quilômetros de Bau-ru, Brotas é um destino interessante para quem quer viajar e não quer ir mui-to longe, ou quer ficar na nossa região para conhecer um pouco mais do nosso
interior de São Paulo. A cidade é um cenário perfeito para quem quer praticar turismo de aventura e ecotu-rismo, mas também tem opções para mais sossego, como roteiro gastronômico e hotéis.
Brotas ficou famosa em todo o país por conta do tu-rismo de aventura, dos mais radicais aos mais tranqui-los. Lá, podemos encontrar a maior oferta de atrativos desta natureza no Brasil: rafting, boia cross, canionismo, escalada indoor, rapel, arvorismo, circuito de tirolesas, caminhada na natureza, cachoeirismo, cicloturismo, ca-valgada, quadriciclo, passeios off road, entre outros, e mais recentemente também o circuito cable, tornando--se o terceiro destino no Brasil a oferecer este tipo de atividade. No circuito cable, cabos motorizados puxam o participante que, em pé sobre a prancha, tenta se equili-brar, fazer curvas e manobras. É adrenalina pura!
Mas com o detalhe de que Brotas reúne a maior oferta de atividades de turismo de aventura e ecoturismo com o selo do Inmetro. Para quem quer contemplar a natu-reza e tomar um banho de cachoeira ou de rio as opções são várias. Abertas à visitação, com infraestrutura para receber o turista, são 11 cachoeiras – a queda da mais alta é de 60 metros – e cada uma com um atrativo e um charme específico. Sem falar nas paisagens, que são in-críveis graças ao relevo assimétrico das cuestas com en-costas cobertas de mata atlântica e pedras de arenito que afloram em meio à vegetação de cerrado.
O Rio Jacaré Pepira, cujas águas no trecho que corta o município tem 89% de pureza, completa o belo cenário e amplia as opções de lazer. As quedas e corredeiras, além de um espetáculo aos olhos, são perfeitas para praticar várias atividades do turismo de aventura. E no trecho que ele é represado, no Bairro Patrimônio, bem pertinho de várias cachoeiras, é o local perfeito para pesca e para vários esportes aquáticos.
Com estrutura digna de conceituados destinos turísti-cos, o município tem atrativos para jovens, casais e famí-lias com crianças. Distribuídos entre a cidade e os sítios turísticos, são mais de 40 meios de hospedagem entre hotéis, pousadas, hotéis-fazenda e resort, 30 restauran-tes com gastronomia para todos os paladares, da cozinha caipira à temática, e duas casas noturnas. Oito operado-ras cuidam de tudo para que sua diversão esteja garanti-da seja na água, em terra ou na copa das árvores. Homem pratica arvorismo em Brotas: radical presente por lá (foto Radeu Fessel)
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#ENTRETENIMENTO
PLANETÁRIO MAIS MODERNODA AMÉRICA LATINA Considerando o tamanho da cidade – 22 mil habitan-
tes, de acordo com censo do IBGE de 2013-, ela vai te surpreender com as atrações na área urbana. Além de um bom número de restaurantes, de hotéis, de teatro, de cinema, casa de espetáculos, fica lá o CEU - Centro de Estudos do Universo, que abriga o mais moderno ob-servatório e planetário da América Latina. Perfeito, uma vez que o céu da localidade costuma ser muito estrelado.
Para um final de tarde, nada mais agradável do que passear pela cidade observando os casarões da avenida principal, erguidos na época áurea da atividade cafeeira no município, e visitar o Museu do Café. Claro que com-prinhas não podem faltar. Os artesãos locais estendem, principalmente, bordados e artigos feitos de bambu aos olhos dos turistas. E a cidade tem um atrativo especial: um ateliê de cerâmica que, além de comercializar belas peças, possibilita, mediante agendamento, observar a queima do material com técnica japonesa chamada raku.
Centro de Estudos do Universo: observatório
Rafting no Rio Jacaré Pepira é uma opção de diversão (foto Paulo Salles)
11F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
DELÍCIAS CAIPIRASInterior que é interior não pode faltar fazenda. Em Brotas, algumas
delas abrem suas porteiras aos turistas num verdadeiro “dia de lida” com a possibilidade de tirar leite da vaca, passear de charrete, comer fruta colhida no pé e conhecer a fabricação de laticínios. É claro que tudo isso dá fome. Fique tranquilo. São servidos deliciosos lanches com quitutes típicos. Sem falar que você ainda pode levar comidinhas e bebidinhas para casa. Vários produtores rurais da agricultura fa-miliar produzem, de maneira artesanal, licores, cachaças, doces re-gionais e compotas variadas, além de processar um saboroso mel.
SERVIÇOO acesso a Brotas é pelas
melhores rodovias do país: Bandeirantes, Anhanguera, Washington Luís e SP-225
(Eng.º Paulo Nilo Romano). Saiba mais em:
www.brotas.tur.br e abrotur.com.br
Opções não faltam até para quem bebe
Quem busca boa comida também tem opções em Brotas
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#ENTRETENIMENTO
1. Pesca Esportiva Represa do Patrimônio (foto Carlos Zaith) 2. Rio Jacaré Pepira (foto divulgação) 3. Turismo radical:
queda livre (foto divulgação) 4. Raku (foto Carlos Zaith) 5. Culinária mais que especial (foto divulgação) 6. Restaurante
em Brotas (foto divulgação) 7. Hotel Casarão (foto divulgação) 8. Fonte Areia que Canta (foto Areia que Canta)
9. Coxinha famosa de Brotas (foto divulgação) 10. Turismo Rural (foto Areia que Canta) 11. Turismo Rural (foto Areia
que Canta) 12. Bacia Parque Saltos (Foto Sec. de Turismo de Brotas)
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Eduardo Borgo
Advogado
13FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
#COLUNA
HEPATITE “C”UMA LUZ NO FIM
DO TÚNEL?
Doença silenciosa que atinge aproximadamente 2,5 % da po-pulação brasileira, a Hepatite “C” é a principal causa de transplan-te de fígado em todo o mundo.
De acordo com estimativas oficiais do Mi-nistério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, o Brasil sofre hoje de uma endemia intermediária da doença.
Na maioria dos casos, por apresentar pouco ou nenhum sintoma, a doença só é diagnos-ticada em fase avançada, após 20 ou 30 anos, podendo ocasionar a perda completa da função hepática ou o desenvolvimento de câncer de fí-gado, situação que somente pode ser remediada com o transplante do órgão, quando disponível.
O Hospital Estadual de Bauru, via SUS, realiza o tratamento contra o vírus da Hepatite “C” através dos medicamentos Peginterferon ou Interferon associado à Ribavirina e Boceprevir. O paciente ingere 12 comprimidos por dia, além de uma injeção por semana, durante 48 sema-nas, causando-lhe graves efeitos colaterais, com pequenas chances de cura.
Alguns pacientes têm que se submeter ao tratamento mais de uma vez, não sendo raros os casos de óbito.
Existem outros remédios indicados para o caso que atingem a meta de cura em 98%, porém não aprovados pela Anvisa.
Dentre os novos medicamentos citamos o DACLATASVIR e o SOFOSBUVIUR, ambos aprovados pela FDA – órgão regulador nor-te-americano.
A união destes medicamentos aumenta a chance de cura; atenuam os efeitos colaterais, além de diminuir o prazo de tratamento que não ultrapassa 12 semanas. Pelo fato de ainda não ser aprovado pela Anvisa, a única alter-nativa para o cidadão comum conseguir esse tratamento no Brasil é através do Judiciário.
Nesse sentido, conseguimos na última se-mana uma antecipação de tutela, pela qual obriga o Poder Público a fornecer os referidos medicamentos, após o Judiciário reconhecer que se tratava da única chance de salvar a vida de um cidadão, demonstrando que ainda há luz no fim do túnel.
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#ENTRETENIMENTO
Meados de 2008. Após mais de um ano sem a bola quicar em Bauru, sem a redinha
balançar, sem a torcida vibrar, o Bau-ru/Basquete retomava suas ativida-des. Campeão Paulista em 1999 e Bra-sileiro em 2002, a equipe estava de volta às quadras no acanhado ginásio da Luso. Era o suficiente para que os bauruenses voltassem a assistir aos jogos emocionantes, enterradas e ou-tros atrativos que o esporte traz.
Depois de muitas dificuldades, der-rotas doídas e até ameaça de fechar
Campeão Paulista, dos Jogos Abertos, da Recopa, da Liga Sul-
Americana e da Liga das Américas, Paschoalotto/Bauru Basquete mira Nacional e Mundial, mas diretoria
já está em alerta: ginásio atual ficou pequeno para o tamanho
que o projeto tomou
Texto Bruno Mestrinelli
BASQUETE JÁ PENSA NO
FUTURO
Fotos Bruno Mestrinelli e Henrique Costa/Bauru Basquete
15F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
Time comemora conquista ainda no ginásio do Maracanãzinho: dono da América
as portas, a equipe cresceu, foi para o ginásio Panela de Pressão, de proprie-dade do Noroeste, evoluiu de forma impressionante e, hoje, é campeão de quase tudo. Conquistou nesta tempo-rada o Campeonato Paulista, os Jogos Abertos, a Recopa, a Liga Sul-America-na e a Liga das Américas. Atualmente, é o líder do NBB (Novo Basquete Bra-sil) e está credenciado para disputar o Mundial de Clubes, previsto para a próxima temporada (que começa entre julho e agosto deste ano).
A conquista da Liga das Américas, no dia 15 de março, no Rio de Janeiro, marca o ápice do esporte bauruense,
com a maior conquista da história da cidade. Bauru bateu o time mexicano do Pioneros por 86 a 72, no ginásio do Maracanãzinho, e chegou ao topo das Américas do Sul e Latina. A Az! este-ve no Rio e acompanhou de perto esse histórico feito.
Multicampeão, um time estrutura-do, com estrelas nacionais e que até já jogaram em nível internacional, o aler-ta já é dado pelo técnico Jorge Guerra, o Guerrinha, que é o responsável pelo retorno do projeto, e das principais articulações para a manutenção bas-quete na cidade: “Se nós continuarmos como estamos, vamos perder, a popu-
lação de Bauru vai perder os princi-pais evento. Todos os grandes eventos que a gente participar vamos ter que ir para fora de Bauru”, lembra, refe-rindo-se à final do NBB (caso chegue) e até ao próprio Mundial, que não po-dem ser em Bauru. O motivo: o ginásio Panela de Pressão não tem capacidade, nem estrutura suficientes para receber esse tipo de disputa em alto nível.
“Assim como o ginásio da Luso ficou pequeno para o nosso projeto, hoje a Panela de Pressão também está”, com-plementa o treinador, que também já conquistou outros dois Paulistas e um Nacional com o time bauruense.
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#ENTRETENIMENTO
O Paschoalotto/Bauru faturou R$
50 mil dólares pelo título no Rio de
Janeiro. Esse valor, apesar de bem-vindo, não paga
um mês de salário do time
O MELHORO ala Alex foi considerado o
melhor jogador da Liga das
Américas. Com 35 anos, ele tem
fôlego de moleque
Assim como o giná-sio da Luso ficou peque-no para o nosso projeto, hoje a Panela de Pressão
também está
Jorge Guerra (Guerrinha),Técnico do time
SOLUÇÃOVale lembrar que Bauru já tem um
projeto de uma arena esportiva com capacidade para até 7,2 mil pessoas, ela-borado pelo escritório Ricci e Higa, que venceu um concurso com vários escritó-rios de arquitetura de Bauru. Com custo estimado em R$ 20 milhões, o novo giná-sio não tem nem previsão para início das obras. Isso porque a intenção do secre-tário de Esportes, Roger Barude, é ir até o governo federal buscar verbas. E, em crise, não dá para dizer se Brasília man-dará os R$ 25 milhões que estão sendo solicitados. “Mas estamos correndo com isso para buscar essa verba o mais rápido possível, “afirmou o secretário.
Ativo na busca de soluções para o bas-quete, uma espécie de gerente e gestor
do time, Guerrinha dá uma ideia para que um novo ginásio saia mais rapida-mente do que o previsto: buscar capta-ção dessa verba junto aos empresários de nossa cidade, para que o montante necessário seja rateado o quanto antes.
“É a única solução para que tenhamos um ginásio de maneira rápida. Pegar-mos um grupo de empresários, ceder o ginásio por 20, 25 anos, como Joinville (SC) fez e depois passamos para a prefei-tura”, afirma, sugerindo uma espécie de Parceria Público-Privada, com a doação do projeto e do terreno municipal para a construção da arena pelo empresariado e, posteriormente, o repasse do espaço para o poder público.
Há a previsão de construção da arena em um terreno da prefeitura na aveni-da Nações Unidas Norte, mas ainda há a dúvida se a estrutura será realmente viabilizada por lá. É que o terreno é aci-dentado e não se sabe, ainda, se aguen-taria uma construção desse tamanho. O plano “B” da Secretaria de Esportes seria uma área na Rodovia Bauru-Ipaussu.
Alex arremessa lance livre durante jogo final
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INVICTOBauru foi campeão da Liga Sul-
Americana e da Liga das Américas
de forma invicta. Foram, nestas
duas disputas, 16 jogos, sem uma
única derrota sequer
TRIPÉGuerrinha tem ressaltado a im-
portância de um trio de fatores que fez seu time conquistar a América: jogadores de qualidade, estrutura e um patrocinador forte. Em relação ao último quesito, há de se enalte-cer o investimento do Grupo Pas-choalotto, empresa genuinamente bauruense que está como principal patrocinadora do basquete local des-de 2012.
Ao lado de parceiros diversos, o Paschoalotto conseguiu um orça-mento suficiente para trazer estrelas como o ala Alex, que já passou pela NBA (Liga Norte-Americana de Bas-quete) e Rafael Hettsheimeir, que tem passagens pelo basquete da Europa.
Presidente da empresa, Rodrigo Paschoalotto ressalta que, por ele, o patrocínio segue por mais muito tempo. “Não depende só de mim, mas se dependesse ficaríamos até 2030”, sonha, mas depois confir-mando a intenção: “Acho que vamos ficar, sim, mas ainda precisamos conversar sobre isso.”
O próprio mecenas do basquete reconhece que não esperava tantas vitórias e tanta exposição de sua
MÚSICOLarry Taylor também está in-
vestindo na música, gravando
um single de rap, seu ritmo fa-
vorito. O clipe foi gravado pela
Muv Films, parceira da Az!
marca, já que o atual time, reforçado com as estrelas, tem seis meses de trabalho conjunto. “Uma hora nós vamos perder. Espero que tenhamos derrota nas horas certas, antes das finais”, avalia.
É a única solução para que
tenhamos um ginásio de maneira rápida. Pegarmos um grupo de em-presários, ceder o ginásio por 20, 25 anos, como Join-ville (SC) fez e de-
pois passamos para
a prefeitura
Guerrinha
Equipe posa para foto antes de jogo na Liga das Américas
Larry com a taça de campeão
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#ENTRETENIMENTO
OS REFORÇOSAlém de Alex e Hettsheimeir,
Bauru também contratou Robert
Day e Jefferson, dois outros re-
forços de peso para a temporada
OS ‘VETERANOS’O ala Gui é o único que começou
o projeto atual, ao lado do téc-
nico Guerrinha. Larry chegou
pouco tempo depois, já em
agosto de 2008
Se nóscontinuarmos como
estamos, vamosperder, a população
de Bauru vai perder osprincipais eventos.Todos os grandes
eventos que a gente participar vamos ter
que ir para fora
de Bauru
Guerrinha
Fischer conduz a bola durante a final observado por Hetttsheimeir
Prata da casa, Gui busca aredinha do Maracanãzinho
RELAÇÃO COM BAURUCom média de mais de 1.200 tor-
cedores por jogo em Bauru, o time do Paschoalotto tem estreitado cada vez mais relações com a ci-dade. Há projetos em andamento de integração dos jogadores para passar os valores do esporte para crianças e adolescentes.
O armador norte-americano Larry Taylor, naturalizado brasi-leiro e há sete anos em Bauru, faz
interessante projeto anual para le-var crianças para dia de diversão em um shopping.
Além disso, segundo apurou a Az!, está sendo montado um time sub-15 só com garotos da cidade. Atualmente, o Paschoalotto/Bau-ru tem categorias de Bauru sub-16, sub-17 e sub-19. A equipe já faturou o título nacional sub-22 em 2013.
19FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
#COLUNA
19FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
#COLUNA#COLUNA#COLUNA
ATUALIZAÇÕES E ESCLARECIMENTOS
PRÓTESES DE SILICONEE O CÂNCER DE MAMA:
Muito tem se falado a res-peito da utilização de ma-teriais constituídos a par-tir do silicone para o uso na medicina, notadamen-
te na cirurgia plástica.No último dia 17, as próteses mamárias de
silicone ocuparam posição de destaque no conteúdo da imprensa brasileira ao terem sido associadas a casos de linfoma anaplá-sico de grandes células, o que gerou inevi-tável desconforto aos pacientes portadores dos produtos citados e também aos profis-sionais a eles diretamente relacionados.
É neste contexto que a Sociedade Brasilei-ra de Cirurgia Plástica, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Mastologia, institui-ções zeladoras e responsáveis pela boa prá-tica destas especialidades no país, publicou
nota recente onde todos transmitem infor-mações legítimas em concordância com enti-dades científicas e sanitárias nacionais e in-ternacionais que enfatizam o não alarmismo.
Não é possível, no presente momento e, com base nos dados analisados, estabelecer um nexo causal claro entre os implantes ma-mários e o aparecimento dessa condição.
Permanece, portanto, a rotina médica de acompanhamento dos pacientes através de avaliação profissional complementada por exames de imagem das mamas sempre quando necessários. As instituições afirmam ainda que publicações realizadas em outras oportunidades contradizem posições cientí-ficas e que até o momento não há nada que justifique a interrupção do uso de implantes mamários de silicone dentro das normas vi-gentes em todo o território nacional.
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#COMPORTAMENTO
A Sorri Bauru está cada vez mais forte e cada vez mais deixando forte quem precisa de auxílio para ter uma
vida mais saudável. Presidida pelo empresário João Carlos de Almeida, o JOÃOBIDU, a entidade chega a 2015 com números impressionantes, além
de ter ainda mais espaços gerados para atendimento.
S e g u n d o b a l a n ç o d i v u l g a d o recentemente pela Sorri, foram realizados no ano passado 188.420 atendimentos na unidade bauruense. Ao todo, foram 3.559 usuários, que passaram por vários espaços de atendimento, como a oficina ortopédica, atenção básica e outros.
“O ano de 2014 foi um ano de colheitas fartas, mas acima de tudo de muito trabalho. E melhor ainda: conseguimos semear caminhos frutíferos e lançar novas sementes que, logo, logo, irão geminar, tenho certeza disso”, exclamou Bidu falando sobre o ano passado em um material de divulgação da entidade.
Texto Redação Az!Fotos Cristiano Zanardi
Entidade amplia atuação em Bauru e deixa vida de quem precisa de auxílio mais saudável
SORRI: 188 MILATENDIMENTOS EM 2014
Antônio Jorge, Rogério Rodrigues de Freitas e JOÃOBIDU descerram placa comemorativa de inauguração
21F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
barreiras da comunicação, locomoção, mobilidade, acessibilidade, controle do ambiente e habilidades do aprendizado. Aí se enquadram diversos equipamentos como cadeiras de rodas, de banho, andadores, coletes, muletas, órteses e próteses, entre outros.
Estiveram presentes no evento representantes dos financiadores do projeto, o Ministério Público do Trabalho - Procuradoria do Trabalho de Bauru, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescentes e Loja Maçônica Piratininga nº 102.
Prestigiaram também o evento o Prefeito de Bauru Rodrigo Agostinho e de Itapuí José Eduardo Amantini, a Sra Ariane Queiroz Sá, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, representantes das Secretarias Municipais: da Saúde, do Bem Estar Social e da Cultura, da Câmara dos Vereadores, Polícia Militar (4º BPMI), 12º Grupamento de Bombeiros e Clubes de Serviço.
O espaço vem atender a necessidade da Sorri-Bauru, que nestes últimos anos teve um marcante crescimento, firmando-se no cenário nacional como referência em excelência na atenção especializada à pessoa com deficiência.
NÚMEROS
Perfil dos usuáriosda Sorri
62% Homens
38% Mulheres
Tipos de deficiência
2% Auditiva
5% Autismo
1% Triagem
41% Física
1% Incapacidade Auditiva
Transitória
8% Intelectual
10% Múltipla
32% Sem deficiência
(decreto)
Fonte: Sorri
João Carlos de Almeida (JOÃOBIDU),
empresário
O ano de 2014foi um ano de colheitas
fartas, mas acima de tudo de muito trabalho.
E melhor ainda: conseguimos semear caminhos frutíferos e
lançar novas sementes que, logo, logo, irão
geminar, tenho
certeza disso
O atendimento no Ambulatório de Tecnologia Assistiva da Sorri-Bauru é totalmente gratuito e para isso as pessoas podem procurar as unidades de saúde do município e solicitar o agendamento via Central de Regulação de Secretaria Municipal de Saúde de Bauru.
NOVAS SEMENTESE Bidu não brinca em serviço. Logo
no primeiro trimestre de 2015, uma das sementes já está apta para ser utilizada por quem precisa. A Sorri-Bauru inaugurou no dia 13 de março mais um projeto que proporciona aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) atendimentos em um espaço mais confortável, seguro e acessível por meio da ampliação e adequação da área física destinada ao Ambulatório de Tecnologia Assistiva.
A nova área do ambulatório possui 233m², e conta com quatro salas devidamente equipadas, mobiliários e equipamentos, para prestar em torno de 1.000(um mil) atendimentos ao mês, com projeção que sejam dispensados 300 equipamentos/mês entre órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, tudo via SUS.
Integram a equipe técnica do serviço, profissionais das áreas da medicina, fisioterapia, terapia ocupacional, enfermagem, ortesistas/protesistas, técnicos e auxiliares de produção.
A Tecnologia Assistiva é um importante recurso para pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais, já que pode proporcionar maior independência por meio de recursos que possibilitam superar
JOÃOBIDU em aparelho de nova ala da Sorri-Bauru
Produtora demoda e consultorade imagem e estilo
Carla Costa
Eis que chegou o momento do ano mais confuso para a moda e para as pessoas que passam o dia todo fora de casa. Friozinho pela manhã, temperaturas mais altas no período da tar-de e mais friozinho à noite. Nestas situações, sempre surge a pergunta que não quer calar: COM QUE ROUPA EU VOU?
Para o trabalho ou lazer, a Az! nesta edição apresenta dicas de looks e tendências para passar essa estação com os itens que estão em alta na moda e com muita originalidade!
OUTONO BAURUENSE:
DIAS MUTANTES VIRÃO!
MUITAS CORES
Dias mais fresquinhos pedem peças um pouco mais encorpadas. A opção é utilizar as blusas de linha com trançados bem espaçados, assim é possível se manter aqueci-da sem passar calor no ponto mais quente do dia.As cores são o ponto forte da es-tação: vermelho, laranja, vinho e pink estão em evidência!O mix de peças com estilo mo- derno e folk também é uma grande aposta para esse outono.
Look: Dress to / Sapatos: Miscelânea
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#ESTILO
ESTILO CIGANO Para ambientes mais descontraí-dos e mulheres estilosas, a grande novidade que se arrastará pela moda até o verão de 2016 é o es-tilo Gypsy. Aquele “ar” cigano que é ressaltado pelo uso de saias lon-gas, chapéus e elementos étnicos como as botas texanas.O chapéu boho é ótimo para aliviar o sol dos dias de outono. São propícios ao uso neste período e, por serem compostos por tecido encorpado, precisam de dias mais frescos para serem sustentados. O charme fica por conta do colete de onça que ainda está no topo da lista fashion! Pele, ecológica (sin-tética) é claro, em pouca quanti-dade não aquece demais e dig-nifica o look!
Look: Miscelânea
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O ESPORTIVO GLAMOURIZOU!
Nesta prévia do inverno, temos itens mudando de segmento. O moletom que até então era uma peça básica e espor- tiva, geralmente usado com tênis e jeans pode assumir uma nova versão: a de ESPORTE CHIC.Muito em alta na moda, essa mudança permite misturas com peças de origens diversas como saias de crochê, calças em couro e peças brilhantes. Tudo isso para manter o conforto em momentos que pedem originalidade.
Look: Miscelânea
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#ESTILO
FRANJAS, MUITAS FRANJAS,POR FAVOR!
Apesar de terem sido um MEGA HIT do verão, as franjas não caíram no es-quecimento e podem contribuir bas-tante para os looks do nosso outono bauruense.Misturar franjas de tecido encorpado com tecidos mais leves, proporciona o equilíbrio fundamental para os dias com temperaturas flexíveis.Tops de alcinha em renda bem leves ficam muito valorizados quando co-ordenados com coletes em couro ou saias pesadas. O toque WESTERN, tendência muito forte nesta estação, é garantido justamente pelo uso das franjas em couro ou crochê.
Look: Miscelânea
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ANDINO DE PODER!
Para noites discretamente frias, PON-CHOS em peso e muita ousadia!O poncho é um item de vestuário muito controverso para o gosto po- pular. Por remeter à culturas e lugares específicos, algumas pessoas resistem a vesti-lo.Mas a regra da moda atual é: O VISU-AL ANDINO É TENDÊNCIA! Então... se joga!Para proporcionar um pouco mais de glamour ao poncho, usá-lo com ves-tidinho e botas cuissardes moderniza o look e o deixa pra lá de sexy!
Look: Dress to
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#ESTILO
PARA AS ULTRA-URBANAS
Um look bem jovem e des-contraído de outono pode ser composto pela dupla básica: shorts jeans e camiseta.Mas não se trata de qualquer camiseta... Apostar em ca- misetas com estampas étni-cas e com modelagem inter-essante é uma ótima pedida!Para não passar frio, a bota de cano super alto e sem salto proporciona um bom aque- cimento e muito conforto.
de Geografia e Estatística).Confira as estimativas
de população de outras cidades de nossa região:
POPULAÇÃO DE BAURU
44.498PEDERNEIRAS
12.968PIRATININGA
12.576DUARTINA
457
nos foram efetivados em Bauru, segundo os últimos dados do IBGE
DIVÓRCIOS667.684
É o número de quilômetros quadrados
do município, considerado pequeno
ante outros, como Agudos, que tem 966,60 quilômetros quadrados
ÁREATERRITORIAL
É o crescimento ao longo de seis anos (contando apenas carros e motos). Veja a evolução no gráfico abaixo:
FROTA DEAUTOMÓVEIS
33,9%
29FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
#COLUNA
Vice-presidente da Batra, Bauru
Transparente
Silvio Maximino
Nossa república é razoavelmente jovem com 125 anos se compa-rada a sistemas políticos de ou-tras nações ao redor do planeta. Se começarmos a falar de nossa
democracia, com tantos percalços, golpes e inter-rupções, podemos dizer que ela ainda engatinha e dá seus primeiros passos no cenário mundial.
Segundo o mestre jurista Dallari a melhor defi-nição de Estado é: “A ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território”. Formam o Estado os seguintes elementos essenciais: A Soberania; O Povo; O Território e A Finalidade política (Que deve ser o bem comum).
O Brasil é um Estado Federal com o seu poder político descentralizado entre unidades autô-nomas denominadas Estados que compõe a sua federação. No Brasil, a União, por determinação da Constituição Federal, é indissolúvel. Isso afasta qualquer possibilidade jurídica de independência ou separação dos estados-membros (não existe direito de secessão ou separação). A nossa forma de governo é a república presidencialista e o seu regime de governo é a democracia. E é sobre ela que vou escrever neste texto.
A democracia vive da participação política, e, por isso mesmo, a Constituição Federal lista inú-meras ferramentas de participação política que são consideradas direitos fundamentais de todas as pessoas, e que, em geral, estão acompanhadas de garantias jurídicas, para que possam ser utili-zadas sem que haja qualquer repressão injusta ou intimidação aos seus usuários.
Ocorre que 99% delas não são praticadas pelo povo, o governo por sua parte não incentiva essa participação, deixando de lado inclusive suas abordagens no sistema educacional que poderia ser um dos elos motrizes da conscien-tização da população quanto as suas formas
constitucionais de participação na democracia.A explicação infelizmente não consta dos
manuais, nem dos livros, e, está na péssima qualidade e no DNA dos nossos políticos que ao alcançarem o poder, fazem a opção de não levar ao povo a informação, pois sem ela, o povo fica como no livro de Saramago “Ensaio sobre a Ce-gueira”, totalmente perdidos e sem rumo.
Criou-se no Brasil um circulo vicioso, onde o povo exerce com frequência apenas um dos direitos preconizados como de participação política que é o voto a cada dois anos. Os dois anos entre as eleições são de cegueira, omis-são e completo distanciamento em relação à vida política das suas cidades, Estados e Go-verno Federal.
Essa forma de agir ao longo dos últimos 40 anos, facilitou a vida dos partidos políticos, dos governantes e toda escória que os acompa-nha (Lobistas, Corruptores, Doleiros, etc.). Na medida em que não fiscalizamos nossos repre-sentantes como podemos imaginar que eles nos deem o respeito que merecemos?
Se com todos os recursos disponíveis de tecnologia e de acompanhamento da mídia, a sociedade civil não consegue impedir ou ao menos reduzir a incidência dos golpes e falca-truas, somente o efetivo envolvimento com o engajamento da população pode estancar essa epidemia chamada corrupção no país.
Temos uma Nação, um Estado soberano, um regime político definido, porém, falta o prin-cipal, o essencial na vida de qualquer povo, o exercício pleno da cidadania pelo nosso povo, de quaisquer classes sociais, raça, credo ou re-gião. Sem ela nos tornamos os mesmos indio-zinhos que receberam os portugueses 515 anos atrás, desnudos, sem conhecimento e sem di-reção. Onde os portugueses são hoje os nossos políticos ávidos por nosso ouro...
Abraham Lincoln
Quase todosos homens são
capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o
caráter de um homem,
dê-lhe poder.
DEMOCRACIA SEMPARTICIPAÇÃO POPULAR!
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#PERSONAZ
Texto Fernanda Villas BôasFotos Cristiano Zanardi e Arquivo Pessoal
A cantora Manu Saggioro é uma artista multifacetada:além de cantora e guitarrista de banda de rock, ela também
experimenta música caipira, folk, MPB e até metal ópera.Dona de uma alma cigana, conta que está “grávida” doseu primeiro CD solo, enquanto sonha com um planeta
mais saudável e uma sociedade mais feliz
31F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
roqueira sexy. Mas ela não se contenta com esses rótu-los, uma vez que não há mesmo fronteiras para quem quer abraçar o mundo. Confira na entrevista:
Revisa Az! – Você toca e canta rock, folk, música cai-pira, MPB. Quantas Manus existem dentro da Manu?
Manu Saggioro – Quando eu comecei a tocar, escolhi a coisa com que estava mais encantada na época que era o movimento do rock dos anos 60 e 70. Foi uma descoberta adolescente. Conforme os anos foram pas-sando, fui ampliando e ampliando, e hoje, pensando na música, existem muitas Manus mesmo. Sou capaz de ver uma coisa preciosa em inúmeros movimentos e estilos de música. Por isso, é possível eu tocar mú-sica caipira, de raiz, regional, rock´n´roll, metal ópe-ra, MPB... Porque encontro em mim esses elementos. Quando não vejo em mim, não tem por onde.
Ela faz salada de rock com moda de viola. E MPB com metal ópera. É graduada em músi-ca, mas, quando está muito inspirada, escreve textos ou tira fotos em vez de compor. Fron-teira não é uma palavra fácil para a enlaça-
dora de mundos Manu Saggioro. Aos 32 anos, a cantora, guitarrista e violonista que nasceu em Jaú, mas cons-truiu sua carreira em Bauru, prefere flanar por estilos, lugares, pessoas. É assim que vai recolhendo ritmos, mo-mentos e emoções para alicerçar essências e transfor-mar sua vocação em arte.
É claro que o destino ajudou: filha de um médico e de uma psicóloga, Manu sempre foi estimulada a de-safiar as convenções. Seu próprio endereço sustenta essa contramão: o Espaço Gaia, onde mora com a mãe, o padrasto, a avó e um primo, é uma chácara de sete mil metros quadrados, localizada no bairro Colina Verde, que mistura casa, estúdio musical, consultório de psicologia e sala de yoga, o segundo ofício exercido pela mãe. A chácara tem figuras de mandalas nas pa-redes e bandeja de chá permanente para os visitantes. O cachorro corre livre, as plantas se multiplicam e os instrumentos musicais emprestam para o cenário uma atmosfera de sonho.
“Tudo isso que me cerca desde a minha infância é como uma base para eu ir para o mundo”, costuma di-zer, com voz afinada, sorriso doce e olhos intensos.
E ela já foi para o mundo muitas vezes. Aos 19 anos, conheceu 11 Estados brasileiros com uma mochila nas costas e R$ 600 no bolso da calça jeans. Foi e voltou de carona. Cinco anos depois, com 24, passou três meses tocando violão nas ruas da Europa. Ao lado da irmã mais nova, visitou nove países, fez amigos, escapou da polícia, escreveu canções.
Manu armazena todas essas experiências num re-pertório gigante e é com ele que pincela sua trajetória musical. Para tanto, participa de vários projetos, tran-sitando por diferentes gêneros. O mais longevo desses projetos é o Inlakesh, banda de rock formada por ela e mais três meninas, e já na estrada há 11 anos. Manu é a guitarrista e uma espécie de mentora oficial: foi ela quem batizou o grupo com essa saudação maia, que sig-nifica algo como “Eu sou um outro você”. Manu, de fato, é muitas Manus: uma menina hippie, uma tropicalista criativa, uma musa folk, uma sertaneja delicada, uma
PERFILNome – Manuela Pereira Saggioro
Idade – 32 anos. É taurina do dia 4 de maio
Natural de – Jaú, mas construiu sua carreira mu-
sical em Bauru, onde mora. Vive com a mãe, o
padrasto, a avó e um primo no Espaço Gaia, uma
chácara no bairro Colina Verde, onde ela mantém
seu estúdio e, eventualmente, dá aulas de música.
Atividade profissional – Cantora, violonista e
guitarrista, faz shows em Bauru e na região. Parti-
cipa dos grupos musicais Inlakesh (rock), Canta-
da a Três (folk e MPB) e Sunshine (rock nacional e
tropicalismo). Mantém uma dupla de rock acústi-
co com a vocalista do Inlakesh, Daísa Munhoz, e
também é parceira musical do multi-instrumen-
tista Norba Motta, com quem toca folk e MPB, e
com o violeiro Levi Ramiro, com quem desenvol-
ve um projeto de música caipira. Já participou de
um CD de metal ópera e vem recolhendo elemen-
tos para produzir um trabalho solo, ainda sem
data definida de lançamento.
ENLAÇADORA
DE MUNDOS
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 532
#PERSONAZ
Az! – Existe alguma modalidade musical em que você não se encaixa?
Manu – Sim, existem facetas da música que não conversam comigo. Eu não vejo de onde tirar elementos para fazer, porque vai contra tudo o que eu acredito. Não vejo espírito criativo, nem emoção sincera, não vejo nada! Eu não gosto de chamar o funk carioca, por exemplo, de mú-sica. Não é música para mim! Mas, se todo mundo acha que é e discute como se fosse, tudo bem, eu posso até citar. E também o sertanejo universi-tário, o arrocha. Eu, que gosto de vio-la, que gosto de música regional, no sertanejo universitário e no arrocha, não vejo música. Não tem como!
Az! – Você é guitarrista de uma banda feminina de rock, tem alma cigana, ama viajar, toca em bares da região e volta sozinha para Bauru, di-rigindo, às 4 horas da manhã, e ainda acredita em ideais libertários. Como se vira numa sociedade machista?
Manu – Desde que a Inlakesh nas-ceu, em 2004, essa é uma pergunta frequente: como fica a atitude da mu-lher? Porque a gente carrega caixa, monta palco, viaja, dirige sem moto-rista, sem nenhum homem para fazer os serviços mais pesados (risos). Mas a verdade é que, diretamente, nun-ca senti muito isso. Talvez porque nos anos em que estou trabalhando já exista uma abertura maior, talvez esses tabus já tenham sido vencidos - não que ainda não existam. Às vezes, ouço um comentário mais machista sobre a Inlakesh: “Por ser uma banda de mulher, até que é boa!”. Às vezes, alguns caras se espantam: “Você vai dirigir sozinha até sua casa?”. Mas nunca me senti confrontada, asse-diada ou invadida. Me senti sempre superprotegida. Percebi que podia dar todos os meus passos.
Az! – Você escolheu a arte, a músi-ca, e é uma mulher bonita. A beleza ajuda ou atrapalha na sua carreira?
Manu – Eu acho que a beleza é um convite, uma abertura. Mas não só a beleza. A beleza não é uma coi-
sa estática, é um conjunto de coisas. Beleza é você saber se comunicar. Isso abre muitas portas, sempre abriu portas. Mas eu também não tenho muita beleza. Se eu fosse muito boni-ta, talvez eu sofresse, porque as pes-soas muito bonitas sofrem. No meu caso, não. Nem me acho tão bonita. Hoje, eu estou maquiada, produzida. Agora há pouco, eu estava na lida do-méstica, ninguém iria falar que sou bonita... (risos).
Az! – Você mora numa casa que é uma chácara, tem uma mãe psicólo-ga que dá aulas de yoga, vive perto da natureza, escolheu a música como profissão e parece ser uma mulher livre e independente desde a adoles-cência. Sua casa é seu oásis? Como você se sente fora daqui quando pre-cisa conviver numa sociedade ainda totalitária e intolerante?
Manu – O fato de eu morar numa chácara, de ter escolhido a música, estar rodeada de yoga, de psicote-rapia e de um movimento artístico forte e reflexivo, e de estar ainda
num lugar cercado pela natureza é o que me dá base, coloca meus pés no chão e ainda me alimenta de ener-gia. Tudo isso que me cerca desde a minha infância é como uma base para eu ir para o mundo, para estar no mundo. Por exemplo, eu sempre vi Manhattan como o extremo da correria, do cinza, do concreto, mes-mo com o Central Park lá no meio. Quando fui para lá, achei que fosse viver um choque muito grande. Vivi lá poucos meses e não senti nenhum problema, porque, na verdade, esse meu oásis, que é a minha casa, tam-bém me deu ferramentas para eu atuar onde precisar. Eu escolheria morar numa cidade grande a longo prazo? Não. Eu quero sempre um lu-gar cercado pela natureza.
Az! – Inlakesh é uma saudação maia que significa “Eu sou um outro você”. Você acredita que tenha sido maia na sua última encarnação?
Manu – Essa saudação significa isso mesmo, “Eu sou um outro você”, ou seja, o que eu proporciono a você
Para mim, a composição é um desafio e um aprendizado. Tem gente que nasce compondo. Eu me sinto
muito inspirada, mas nem sempre para fazer uma música. Às vezes, eu faço
um texto, às vezes, uma foto
O violão é parceiro de todas as horas para Manu
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volta para mim, é um espelho. Olha, eu acredito na reencarnação, mas não faço ideia do que já fui, da que vida eu tive... Às vezes, sinto coisas muito familiares. E penso: será que é genético? Será que foram coisas que ficaram gravadas na minha infân-cia ou antes disso? Inlakesh foi uma ideia minha. Eu estava estudando bastante o sincronário maia, a his-tória dos maias. Civilizações antigas acabam me encantando. Ainda leio bastante sobre os maias, mas não há uma relação maior com eles do que com outros povos. Também tenho uma ligação com a China, com a Índia e com os Andes da América do Sul. Já aprendi músicas dos índios andinos. É um encantamento.
Az! – Sua mãe é psicóloga e já trabalhou com abordagens pouco convencionais. Como você “sobre-viveu” tendo uma mãe psicóloga? Ela já te analisou?
Manu – (risos). Como sobreviver a uma mãe psicóloga? Ter uma mãe psicóloga significa não ter permissão para não refletir. Na infância, se eu dissesse assim: “Mãe, ela me xingou, brigou comigo!”, nunca ouvi assim: “Filhinha, vem cá, você está certa!”.
Sempre senti muito um acolhimento, mas ela me perguntava assim: “Va-mos pensar nisso que aconteceu: será que a menina estava realmente er-rada?”. Muita reflexão! Muitas vezes, eu não queria saber de reflexão, só queria um colo, um abraço. Sempre fui muito estimulada, direcionada para a reflexão. Quando fui ficando pré-adolescente, mais rebelde, havia muito um tipo de conversa assim: “O que você vai escolher fazer? Vai ex-perimentar isso, aquilo? Com quem você vai estar? Vai voltar para seu espaço, seus limites? ”. Sempre houve um cuidado com a reflexão. Mas eu acho que você ser instigado a pensar no que você vai fazer, como respon-der e a não se vitimizar é importante. Nesse sentido, me deu mais força.
Az! – Em 2001, aos 19 anos, você fez um mochilão pelo Brasil para conhecer outros ritmos musicais (ela passou pelos seguintes Estados: Goiás, Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernam-buco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais). O que aconteceu nessa viagem que você nunca contou para ninguém?
Manu – Eu trabalhei um pouco como garçonete num bar aqui em
Bauru, peguei R$ 600,00, coloquei na mochila e fui embora. Voltei depois de quatro meses, pegando carona em beira de estrada e posto de gasolina. Muita coisa aconteceu nessa viagem. O mais incrível que aconteceu? Não dá para falar o que foi, só para sentir e saber. Os aprendizados mais fortes não podem ser narrados. Eu estava viajando com um amigo. Mas a gente falava que era noivo, porque pegáva-mos muita carona com caminhonei-ros e tal. Uma vez, combinamos de nos separar: ele falou para eu descer o mapa, e ele ficaria mais um pouco. Não brigamos. Então, fui tentar uma carona meio perigosa: eu estava no meio da Bahia e queria voltar para Salvador, estava a 500km de Salvador.
Existem facetas da música que não conversam comigo.
Eu não vejo de onde tirar elementos para fazer,
porque vai contra tudo o que eu acredito. Não vejo
espírito criativo, nem emoção sincera, não vejo
nada! Eu não gosto de chamar o funk carioca, por
exemplo, de música
Inlakesh, banda de rock ‘n’ roll
bauruense só de mulheres
Manu posa para foto em fase com dreadlocks no cabelo
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#PERSONAZ
Tentei a carona à noite, sozinha, e não foi tão legal. Não aconteceu nada de fato, mas eu tive que conversar demais com o caminhoneiro para ex-plicar que eu não era uma menina da vida, da estrada, que não iria transar com ele. Ele falou que estava acostu-mado a viajar de madrugada e que de manhãzinha eu estaria em Salvador. Uma hora depois, já na estrada, ele parou, disse que iria tomar um banho no posto e falou para eu ir tomar um banho também. Eu disse: “Hã?”. No fim, resolvi tomar um banho num ba-nheiro cheio de prostitutas. Depois, ele começou a contar sobre a família dele e foi entrando com o caminhão no mato. Disse que estava cansado e falou: “Vem pra cá”. Eu falei que iria ficar lendo um livro, liguei a minha lanterna e comecei a ler. Ele não foi muito agressivo, só que ele ficou ten-tando me convencer... Foi uma noite difícil. Ele me deu um abraço, e eu
para eu ir embora, ameaçava tirar meu instrumento. Foi um pouco di-fícil, mas deu certo. Em vários luga-res, consegui tocar. Nessa viagem, conheci um escritor belga que me viu tocando em Barcelona. Ele pagou um jantar para mim e para minha irmã (Luana, 29 anos, irmã mais nova de Manu, é modelo, artista plástica e vive em São Paulo), falou que promo-via um festival numa cidade históri-ca da Espanha chamada Albarracín. Ficamos amigos, fomos para Praga na casa dele nessa mesma viagem. Dois anos depois, ele me ligou aqui no Bra-sil e me chamou para tocar no festi-val de jazz em Albarracín. Foi divino, superdiferente. A cidade é medie-val, toda murada, fica na montanha, passa um rio de água cristalina, com árvores frutíferas na margem. Fui tocar no meio de uma galera extre-mamente profissional.
Az! – Quais os artistas que, acima de influenciar você, conseguiram atravessar seu coração, te arrebata-ram completamente?
Manu – Tive momentos de arreba-tamento e de muito encantamento. É difícil falar isso. Vou citar três fases da música. O primeiro, aos 16 anos,
O que eu queria para mim? Morar em
tal lugar, ter tantos discos, ter tal carro?
Não sei, nunca pensei nesse sentido. Mas eu quero cada vez mais compreensão e to-
lerância comigo e com os outros, e cada vez mais alegria nas pe-
quenas coisas. O viver é a grande obra
não queria abraçar. Fiz uma oração assim: “Mãe, aonde quer que você es-teja, não sinta o medo que eu estou sentindo agora. Porque sei que, às vezes, você sente o que eu sinto”. No fim, ele desistiu, eu acabei dormindo, o dia amanheceu e ele voltou a ser um cara normal. Final feliz.
Az! – Em 2006, você voltou a via-jar, dessa vez tocando, pela Europa. Como foi essa experiência? (ela co-nheceu os seguintes países: Espanha, Itália, Áustria, República Tcheca, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Bél-gica e França).
Manu – A viagem de 2001 foi mais de aventura. Em 2006, a ideia era viajar para ver como era a vida de um músico de rua na Europa. O problema é que, em 2006, já não se podia tocar na rua sem uma carteira de músico da União Europeia. Então, muitas vezes, o policial vinha, pedia
Manu tem vários estilos, e cita desde Bob
Dylan até a cantora mineira Ceumar
35F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
foi o movimento hippie e as composi-ções folk sobre as questões da guerra do Vietnã. Eu pensava no seguinte: como milhares de jovens foram a um festival? (o de Woodstock, no Estado de Nova York, em 1969). Tudo isso me impressionou bastante: Janis Jo-plin, Jimi Hendrix, Joan Baez. E tam-bém Bob Dylan. Depois de uns anos, me encantei pelo trabalho da Björk (cantora islandesa). Não toco coisas dela, mas devorei os cinco primei-ros discos dela. Não têm nada a ver com o meu trabalho, mas eu absorvi. Nos últimos anos, me encantei por uma linguagem mais simples. Tem uma cantora mineira, que também é uma pessoa maravilhosa e que eu tive a oportunidade de conhecer: a Ceumar. O que me encantou nela foi que eu cheguei ao teatro de São Ma-nuel, que é pequeninho e a coisa mais linda, e ela estava cantando no meio das pessoas. Era um violão e ela. Eu já assisti shows de Pink Floyd, coisas tão gigantescas, e de repente vi uma moça com um violão, uma coisa tão singela... Como ela pode mobilizar tantas emoções?
Az! – Você tem um ritual para compor? Manu – Para mim, a composição é
um desafio e um aprendizado. Tem gente que nasce compondo. Eu me sin-to muito inspirada, mas nem sempre para fazer uma música. Às vezes, eu faço um texto, às vezes, uma foto. Mas, para aquilo se transformar numa can-ção, eu tenho que parar, sentar e juntar o que vou recolhendo. Às vezes, pego um violão, faço um acorde, nem sei que acorde é, e sai uma música. Tudo é possível. Eu não tenho ritual para compor. Às vezes, passo uma semana toda pensando nisso, acordo e durmo pensando nisso. E, às vezes, passo um mês tirando música, de um jeito mais mecânico, mais para estudar.
Az! – Qual seu principal desejo, sua ambição? O que você espera que acon-teça com você ou com o planeta?
Manu – Isso para mim se confunde. Porque eu penso muito no planeta, na sociedade. Às vezes, ando por aí para
observar o convívio das pessoas, o lixo, o som, o que é devolvido e o que é ab-sorvido. O que eu queria para mim? Morar em tal lugar, ter tantos discos, ter tal carro? Não sei, nunca pensei nesse sentido. Mas eu quero cada vez mais compreensão e tolerância comigo e com os outros, e cada vez mais alegria nas pequenas coisas. O viver é a grande obra. Meu desejo realmente seria uma harmonização individual, familiar, e ver coisas mais bonitas no planeta.
Az! – Parece que você não saiu real-mente da sua fase hippie. Incomoda es-tar atrelada a esse ideário? Você acha o movimento datado, superado?
Manu – O termo hippie parece mal interpretado, desgastado, então, não uso muito essa palavra para me expli-car. Mas acaba sendo um pouco... Eu não diria hippie. Mas essa coisa de estar conectada à natureza, de se preocupar com as relações humanas e ter como ambição ver as coisas mais harmoniza-das, talvez isso nunca mude, talvez mi-nha alma nunca vá mudar. Na juven-
tude, vem com outra expressão. Hoje, com 32 anos, minha alma hippie parece mais tolhida, mais contida, mas lá no fundo o princípio é o mesmo. Espero que sempre tenha uma menina hippie dentro de mim.
Az! – Quando vai sair o seu CD e como ele vai ser?
Manu – Para um músico, não tem como escapar do projeto de um CD solo, que vai levar meu nome, meu violão, minha voz, minhas ideias, as coisas que quero colocar. Cha-mo meu parceiro Norba Motta, que também é produtor e um músico maravilhoso, e a gente conversa sobre o que teria nesse CD. A gen-te tem ensaiado músicas para ele. Acho que é tarde, mas é cedo para falar... (risos). Ainda não tenho uma ideia exata do que eu quero com o meu nome. Meu disco solo continua num forno. Poderia ter muita an-siedade em relação a isso, mas não tenho. Logo menos ou logo mais, sei que estarei pronta para ele.
Infância feliz
Ainda menina,em Jaú
Aprendendo com os
pais desde cedo Com a irmã Luana e a mãe
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#COMPORTAMENTO
Texto: Beatriz Albuquerque e CastroFotos: Cristiano Zanardi, divulgação, banco de imagens e reprodução
QUE DIVERSÃO É ESSA? Roleta russa na relação jovens e álcool preocupa e causa mortes
não só em Bauru, mas em outros locais do país
O caso do estudante de engenharia da Unesp, Humberto Moura Fon-seca, de 23 anos que faleceu após a ingestão
de 25 doses de vodca durante uma competição de resistência à bebida em uma festa, no final do mês de feverei-ro, chocou a cidade e o país. Situações como essa, entretanto, não são tão ra-ras quanto parece.
De acordo com dados do levantados no portal Datasus – órgão que admi-nistra as informações do sistema de saúde nacional -, divulgados no Esta-dão, a cada 36 horas, um jovem bra-sileiro morre de intoxicação aguda por álcool ou de outra complicação decorrente do consumo exagerado de bebida alcoólica.
Em 2012, último dado disponível no portal, foram registradas 242 mortes na faixa etária dos 20 aos 29 anos causadas por “transtornos por causa do uso de álcool”, conforme de-finido na Classificação Internacional de Doenças (CID).
De acordo com Valéria Gimenes, psi-cóloga do Caps ad de Bauru, entre os problemas do álcool está o fato de ser uma droga lícita, socialmente aceita, presente em celebrações, eventos fa-miliares e propagandas.
Isso faz com que os jovens se acos-tumem com a bebida, se relacionando com ela, mesmo que indiretamente, desde cedo. “Devido a essa presença aparentemente natural do álcool na vida, as pessoal julgam que não há ne-nhum problema em beber”, avalia.
37F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
O consumoexagerado de álcool,
conhecido lá foracomo binge drinking –
overdose de álcool – pode trazer sérias
consequências paraa saúde, como o
desenvolvimento de problemas no estômago,
fígado, pele, pâncrease nervos.
A psicóloga explica que é comum as pessoas se gabarem de que têm um limite muito grande para as be-bidas sem saber que, na verdade, a tolerância é um problema, pois exige a ingestão de uma quantidade cada vez maior para ficar “alto” e é essa elevada quantidade que faz mal.
“O jovem quer provar para todo mundo e até para ele mesmo que é capaz e aumenta cada vez mais a quantidade e qualidade, no senti-
do de misturar bebidas e inventar novas maneiras de beber - como as competições. Já que as consequên-cias muitas vezes não são imediatas, fica difícil tentar inibir esse consu-mo”, afirma Gimenes.
O consumo exagerado de álcool, também conhecido lá fora como binge drinking - overdose de álcool – pode trazer sérias consequências para a saú-de, como o desenvolvimento de proble-mas no estômago, fígado, pele, pâncreas
EM BAURUNo caso do estudante Humberto
Moura Fonseca, a festa “Open bar” in-titulada “Inter Reps”, não tinha alvará, contava com uma ambulância equipa-da apenas com uma maca e uma técnica de enfermagem. As pessoas que passa-vam mal no local eram tratados com chá de boldo.
Dois estudantes responsáveis pela organização do evento foram presos em flagrante por homicídio simples com dolo eventual pois teriam assumido o risco de causar situações graves e que poderiam culminar em morte. A prisão durou algumas horas. E eles, agora, res-pondem ao processo em liberdade.
Além do grande volume de álcool in-gerido, Humberto sofria de problemas de coração criando condições favoráveis ao infarto do miocárdio.
Um levantamento realizado entre os anos de 2008 e 2013 na própria Unesp de Bauru, onde Humberto estudava, apontou que o consumo periódico de álcool é realidade para a grande maioria dos universitários da cidade, sendo que ao menos 10% deles apresenta o risco de dependência. Sandra Leal Calais, doutora em psicologia e supervisora do Centro de Psicologia Aplicada (CPA) da Unesp de Bauru, detalha que o índice era alto entre os alunos dos primeiros anos, prevalecendo entre o sexo mascu-lino dos cursos de engenharia.
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Dados do 1º Levantamento sobre o Uso de Álcool, Tabaco e outras Drogas entre os Universitário, divulgado em 2010 pela Secretaria Nacional de Políti-cas sobre Drogas, mostram que um em cada quatro alunos bebe de forma noci-va. A rotina universitária inclui festas e eventos, frequentemente com a temáti-ca alcoólica como principal. Além disso, há a euforia de, em muitos casos, estar longe dos cuidados e vigilância dos pais e o desejo de testar essa liberdade.
De acordo informações apuradas pela Revista Az!, pais de alunos da Unesp têm entrado em contato com os coorde-nadores de curso da faculdade para soli-citar que cuidem de seus filhos, vigiando para que não bebam de mais.
UM NOVO ADULTODe acordo com Ivan Martins, for-
mado em Ciências Sociais, professor de Sociologia e Coordenador Pedagógico, na adolescência, esses jovens percebem uma nova forma de olhar sua realidade e começam a mudar seu pensamento e sua atitudes. Com isso, a bebida se in-sere como uma forma de mostrar para a sociedade que, a partir desse momen-to, ele já tem consciência e pode fazer suas escolhas por si só. Assim, a bebida aparece como algo que tenta mudar um paradigma, porém não representa uma transformação social (ou a realidade de algum grupo social), somente uma ati-tude de negação das regras impostas.
“O uso do álcool reforça a ideia de integração ao grupo dos adultos, como se ao ingerir bebidas alcoólicas, o jo-vem adolescente passasse, mesmo que virtualmente, para o universo adulto de seus parentes”, defende Na-tália Sganzella de Araujo, antropóloga e professora de Sociologia.
É comum encarar o abuso do álcool como algo normal da faixa etária. Con-tudo, o uso exagerado do álcool na ado-lescência pode se acentuar no período da juventude, durante a vida acadêmi-ca, e levar a perdas de consciências pelo alto consumo de bebida.
Jovens adultos tendem a aceitar su-gestões de desafios de seus amigos para
#COMPORTAMENTO
Psicólogo Gabriel Benjamim: quem bebe acaba virando referência
A Polícia Civil ainda está na fase do inqué-rito, investigando 14
pessoas, entre organi-zadores e outros en-volvidos. O exame de sangue de Humberto Moura deu 4.6 gra-
mas de álcool por litro de sangue, mais de
sete vezes o permitido para dirigir
se autoafirmar dentro de seu circulo social. “De maneira geral, ele acredita que vencer estes desafios o coloca em evidência entre seus companheiros o tornando referência para os demais”, afirma o psicólogo Gabriel Benjamim.
“Porém, ao associarmos este ímpe-to de conquista ao consumo de álcool, geralmente podemos observar que os efeitos colaterais causados pelo excesso da ingestão alcoólica muitas vezes são negligenciados em favor da obtenção de seu status, o que pode ocasionar des-de situações vexatórias e humilhantes até a própria morte como recentemente acontecido na cidade de Bauru”, aponta.
O álcool aparece em propagandas com um apelo à diversão e ao bem-es-tar, como um veículo de sociabilidade. Também é instrumento para a perda de inibição de alguns dentro do gru-po, que procuram o álcool como forma de romper sua timidez e tomada de atitude, dessa forma podem culpar a droga e se colocar em situação de ví-tima: “Portanto, o imaginário que se construiu por traz do uso de bebidas alcoólicas é bem menor do que a expli-citação das consequências que ele pode trazer”, acredita Natália.
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É POSSÍVEL MUDAR ISSO?A antropóloga acredita que o uso de
bebidas poderia ser revertido com fisca-lização do governo, conscientização da população e controle das propagandas. “Entretanto, para isso há um custo, tería-mos que mexer com o interesse do capital de grandes indústrias de bebidas, muitas delas multinacionais, que geram renda e riqueza para nosso país, o que faz com que não haja um interesse explicito dos governos”, destaca.
Atualmente, no discurso da midiático, a bebida alcoólica é apresentada como elemento da vida de quem é bonito, ante-nado com a moda, enturmado e bem su-cedido financeiramente. “O essas pessoas estão buscando que precisam estar tão fora delas mesmas? Pois é isso que vemos, essa busca por alguma coisa, mas essas pessoas não sabem o que estão buscando”, questiona Valéria Gimenes, do Caps ad.
O ideal é que, na fase de formação da identidade adulta, os jovens possam contar com sua família e com outras instituições como escolas, igrejas, grupos de amigos para que em uma conversa franca, não criminalize e nem eleve, mas demonstre ao jovem as consequências do uso de álcool em sua formação intelectual e fisiológica. Nesta esfera de diálogo, seria possível revisar o sentido do que é prazer e do que é bem-estar.
“NÃO GOSTO DE BEBER”
*Juliana (nome fictício, pois pediu para ter sua identidade preservada), Relações Públicas de 26 anos optou por se abster
do consumo de álcool
“Apesar de sempre ter tido contato com a bebida desde pequena, vendo
meu pai e os amigos dele bebendo em festas, churrasco e reuniões,
nunca tive vontade de beber. Já experimentei algumas vezes, mas não
vejo muita graça. A maioria das pessoas não entende o fato de eu não
gostar de beber e nem de ficar bêbada. Apesar disso, os amigos que
me conhecem desde muito tempo já sabem que não gosto, então não
colocam nenhum tipo de pressão. Mas o pessoal da faculdade sempre
me pressionava, questionando porque eu não gostava de beber sendo
que ‘todo mundo bebe’. Acredito que muitas pessoas deixaram de
conversar comigo por me acharem chata ou qualquer outro tipo de
julgamento. Isso é bem triste, mas nunca mudei meu jeito de ser por
causa da opinião alheia, apesar de já ter sido alvo de piadas de mau
gosto ou brincadeiras sem graça. Para quem me enchia muito o saco eu
usava uma resposta clássica: ‘Eu estou te pedindo pra parar de beber?
Não! Então não me peça para beber!’ Não concordo com a ideia de que
é preciso estar bêbado para se divertir. Nunca precisei disso, tenho
amigas que não bebem e sempre nos divertimos muito juntas. Acho
quem faz isso ‘Maria vai com as outras’. Não evito, discrimino ou julgo
pessoas que bebem. Apenas gostaria que me respeitassem e que não
tivessem o estereótipo de que pessoa que não bebe é mal amada, chata
ou nerd. As coisas são simples, as pessoas que as complicam”.
“COSTUMO BEBER”
Pedro Valim, 21 anos costuma beber socialmente. Ele acredita que há certa necessidade entre os jovens de beber para fazer parte da turma
“Acho que quando alguém chega a um lugar onde se sente estranho e precisa se enturmar, principalmente se for tímido,
o álcool ajuda a desinibir e fica bem mais fácil uma interação. Mas, muitas vezes, também existe a cobrança do ambiente,
porque as outras pessoas sempre perguntam ‘e você, não está bebendo nada?’ ou até com um tom de ironia ‘esse aí não bebe?’.
E imagino que deve ser difícil pra quem não bebe ficar onde todos já estão alterados, e penso que isso estimula ainda mais o
consumo, pelo menos de maneira moderada, para não se sentir tão deslocado. O consumo de bebidas entre os jovens pode ser
um pouco mais exagerado e frequente primeiro por ser uma novidade para a maioria, e também por muitos não terem uma
rotina que exija tanta responsabilidade. Depende muito da frequência com que se pode ir a festas, bares e etc. A maioria dos
jovens só bebe quando está com amigos, é muito mais comum ver um adulto bebendo sozinho, em casa ou na rua, do que
um jovem. O consumo exagerado acontece em todo lugar, até mesmo quando um grupo de colegas de trabalho ou familiares
se encontram, está na nossa cultura beber até o bar fechar, quando acaba a bebida ou só quando chega ao limite. Imagino que
poucas pessoas sabem realmente a hora de parar. A necessidade de beber para o jovem é muito mais para se sentir enturmado
e conhecer outras pessoas do que por vício.”
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#COMPORTAMENTO
ELE NÃO É O VILÃOJá foi comprovado cientifica-
mente que o consumo modera-
do de álcool não só não faz mal à
saúde, como pode trazer benefí-
cios ao organismo.
A quantidade ideal para os ho-
mens é o equivalente a duas
latinhas de cerveja, dois copos
de vinho ou duas doses de be-
bida destilada por dia. Devido
às diferenças na capacidade de
metabolizar o álcool, para as
mulheres o limite seria a meta-
de da quantidade indicada para
os homens. Entre os benefícios
estão a redução de risco de do-
enças cardiovasculares, neu-
rodegenerativas, artrite, asma,
melhora do quadro de diabetes
e o aumento do nível de HDL (o
colesterol bom) no sangue.
No caso do vinho os benefícios se
ampliam. Além de, como o álcool,
melhorar a função vascular, tem
função antioxidante (combate o
envelhecimento das células).
REPENSE E REFLITASe o consumo não abusivo de álcool faz bem à saúde fica claro que o proble-
ma não é o produto em si, mas sim a relação estabelecida com ele.
A notícia de que um universitário aparentemente saudável morreu de tanto
beber é assustadora. Raramente, a morte é vista como uma consequência do
consumo de álcool. Porém, depois da morte do Humberto, você reavaliou
seu comportamento frente à bebida?
Já refletiu o motivo de ter os hábitos que tem?
Pensou sobre o assunto, imaginando, por exemplo, se seria capaz de se di-
vertir sem uma gota de álcool?
Que homem nunca sentiu sua masculinidade vangloriada ao constatar que
é “forte para beber”?
Quantas histórias de porres, bebedeiras e atos irresponsáveis próprias e de
amigos não são contadas como epopeias dignas de orgulho?
Quais as vezes você optou pelo táxi para não dirigir embriagado?
Não incentivou o amigo bêbado a tomar mais uma e, em vez disso, ofereceu
água?
Não tirou sarro de quem prefere não beber?
Quando você bebe até quase perder a consciência está aproveitando a vida
ou vivendo à parte dela?
Você já considerou que o ato de beber desenfreadamente pode ser encarado
como um comportamento suicida? O suicídio é o ato intencional de matar
a si mesmo. Quando você não respeita seus limites, não está preservando a
vida. Pelo contrário, está assumindo o risco de uma consequência fatal.
Que a morte do Humberto e de tantas outras pessoas não seja em vão. O
consumo exagerado de álcool é um problema grave e precisa ser discutido.
Facebook de Humberto Moura traz frase:
“melhor morrer de vodka do que de tédio”
41FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
#COLUNA
Ivan Goffi
Advogado
O dia 15 de março de 2015 foi uma data histórica, uma movimen-tação cívica com precedentes parecidos apenas na Marcha pela Família, de 1963, e no Mo-
vimento Diretas Já, de 1984. Curiosamente, o movimento desse 15 é a soma dos ideais das duas históricas passeatas, onde os brasileiros disseram, em alto brado, “somos uma nação verde e amarela”!.
Apenas os eunucos mentais com pouca irri-gação cerebral ainda não perceberam o óbvio: não se trata de um movimento da oposição. Trata-se de gente que não suporta mais ver bandos empunhando bandeiras vermelhas, esfolando a ética, o civismo e a urbanidade. De gente que cansou de ver o exército vermelho do MST, em sua onda de saques e destruição rotineira sob a leniência criminosa do governo. De gente cansada de ver o retrocesso da ciên-cia, do desenvolvimento, da educação, da segu-rança, enquanto o governo só responde com o habitual “liberar bilhões aqui e acolá”, dinheiro este que nunca vai além das mãos de políticos e empresários.
O 15 de março trouxe outro sinal: cansamos da roubalheira da quadrilha político-partidária que aparelhou o estado com fins ilícitos. Não adianta o governo “anunciar pacotes de me-didas” contra a corrupção. Em 2005, no men-salão, isso foi alardeado com pompa vestal,
e gerou o petrolão! O problema da corrupção petista é o aparato estatal montado para ocultar seu funcionamento. O PT acha que é parte da solução quando, na verdade, é ele o problema. Os dois milhões de brasileiros nas ruas pergun-tam: o PT vai devolver os R$ 200 milhões re-cebidos das empresas que pagaram propina? Como fica a segunda posse da presidente, cuja campanha foi paga com dinheiro confessada-mente desviado da Petrobrás? O governo vai acabar com os 25 mil cargos comissionados e “ministérios de portas fechadas”, desapa-relhando o estado? Como ficam as mentiras contadas na campanha eleitoral? Ou o pacote petista trará medidas só para “os outros”?
Há muito que o governo encena suas pana-ceias de forma melancólica, distante da reali-dade, pregando a cizânia e empurrando nosso país para um abismo de atraso econômico de difícil retorno. Um governo perdulário, irres-ponsável, cujo expoente máximo do discurso socialista da “distribuição de riqueza aos po-bres” esconde o viés maior do desastre que todas as nações comunistas ignoraram: quan-do se tira de um para dar a outros, deixam-se todos sem coisa alguma.
Mostramos que somos uma nação verde e amarela; não queremos ser verde-oliva, desde que Lula não ameace trazer seu exército ver-melho para as ruas. Essa é a receita para que o 15 de Março não se transformar num 31.
PÁTRIA VERDE E AMARELA
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 542
Eles são elegantes, mis-teriosos e espertos. Curiosos, se encaixam em lugares inusitados e aconchegantes. A maio-
ria adora se apossar de cantinhos quentes e, quando menos espera-mos, lá estão eles em nossos cober-tores e lençóis cochilando em poses preguiçosas. Gatos são únicos e ex-pressivos. Adjetivos não faltam para essas “bolinhas de pêlo”. Só quem tem um para saber. Ou melhor, vá-rios. Sabe aquele ditado onde come um, comem dois? Pois bem.
Gil, Dinorah, Pietro, Petra e Muri-lo são irmãos felinos que convivem entre miados e bagunças na casa da cientista social e professora de so-ciologia Vanessa Santos, uma “ga-teira” inveterada. Mas, calma, que a trupe não acaba por aí. Também moram por lá o Cappucino, a Tapio-
ca, a Gal, a Amora e o Puig, outra família de gatinhos. Sim, dez gatos, todos adotados e castrados, que fi-que bem claro.
“Acho que minha paixão por ga-tos começou em outra vida, minha mãe diz que desde bebê me en-cantava mais com eles do que com cachorros. Tive meu primeiro gato com 3 anos de idade. Ele viveu 10 anos comigo, o Cafuné”, lembra Va-nessa. De nomes irreverentes e de personalidades diversas, ela diz que cuidar dos bichanos é tranquilo, difícil é conciliar o choque de tem-peramento entre eles. “Sempre tem uma desavença e um ciúme. O Gil-berto (Gil) é mais apegado comigo mas não curte socializar. O Capuc-cino é encrenqueiro, a Dinorah é a carente da casa, sempre em busca de um afago dos irmãos. Somos uma grande família”, diz, rindo.
#COMPORTAMENTO
Felinos ainda são alvo de preconceito e crenças populares de azar, mas conquistam
lares e famílias
Texto Amanda RochaFotos Cristiano Zanardi
Gatos são dóceis, mas gostam de uma arte: se esconder é uma delas
O DIVERTIDO E MISTERIOSO
MUNDO DOS GATOS
43F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
PERIPÉCIAS FELINASA curiosidade (quase) matou o gato.
Esta expressão pode ser usada com Dinorah, a gatinha carente e arteira da Vanessa. “Ela estava andando pelo telhado da vizinhança e caiu através da chaminé pela churrasqueira de um escritório de contabilidade. Só que a parte onde se assa a carne estava fe-chada e ela não conseguia voltar pela chaminé. Isso foi numa sexta, o escri-tório só reabriu na segunda e nisso chorei o fim de semana todo. Na se-gunda-feira me chamam em casa com ela no colo toda cheia de carvão (ela é branca), aterrorizada e faminta”, con-ta a professora.
Outra situação de traquinagem acon-teceu com Puig: ele chegou em casa todo lambuzado de óleo de cozinha e deu um baita trabalho para tomar banho. Onde ele se enfiou, Vanessa até hoje não sabe. Mistério. Casos de aventuras acontecem e rendem muitas histórias, afinal, gatos gostam de andar pelos mu-ros, árvores e telhados alheios. De espí-rito independente (mas nem tanto), os felinos precisam de carinho e atenção, além, claro, de água fresquinha no pote - quando não pulam em pias querendo tomar a água corrente. Vídeos engra-çados na internet com gatos “maluqui-nhos” são facilmente encontrados e rendem boas risadas.
Vanessa Santos,
cientista social, professora e “gateira”
Acho que minha paixão por gatos
começou em outra vida, minha mãe diz que desde bebê me
encantava mais com eles do que com cachorros. Tive meu primeiro gato
com 3 anos de idade
Vanessa ‘amassa’ um de seus
gatos: amor incondicional
Cientista Social já sofreu com peripécias de seus animais
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 544
#COMPORTAMENTO
LENDAS E PRECONCEITOSQuem nunca ouviu falar que gato pre-
to traz azar? Superstições e crenças po-pulares, somadas ao falso pensamento de que gatos não se apegam ao dono, que são interesseiros e os principais causadores de doenças, como a toxoplasmose (doença parasitária) colaboram para que muitos felinos não consigam lares e sejam, inclu-sive, alvo de maus tratos.
Na Idade Média, o gato preto era quei-mado junto às pessoas associadas a atos de bruxaria, inclusive se acreditava que os felinos eram bruxas transformadas em animais. Os tempos mudaram, e mui-to, porém alguns preconceitos continuam o que colabora para cismas e desconheci-mento sobre a personalidade do animal.
“O gato é visto como animal maldito,
ligado ao oculto, um bicho sem dono, sem lei. Por superstição o gato preto é li-gado a essa ideia de magia negra, de bru-xaria. É muito triste que em pleno século XXI ainda pensem assim, é inexplicável o ódio que algumas pessoas nutrem”, diz Vanessa, enquanto afaga seu xodó Gil-berto Gil (homenagem ao compositor baiano).
“Sempre quis um gato preto e o Gil é um doce, tanto que quando ele sai pela vizinhança sempre fico angustia-da principalmente nas sextas-feiras 13. Eu até chego a prender o coitado”, conta em referência a data associa-da ao gato. A professora enfatiza que não devemos nos ater as lendas de que gatos são traiçoeiros, que se apegam a casa e não ao dono. “Sempre tive gato e
sempre fui amada por eles”, diz.Giovana Moraes, turismóloga, era
uma dessas pessoas um pouco des-confiadas com os gatos, porém há um ano essa impressão mudou quando se viu, de uma hora para outra ado-tando o seu primeiro felino, o Shanti. “Nunca pensei em ter um, pensava que eram egoístas e que só gostavam da casa, mas tudo mudou quando tive que cuidar de um gatinho re-cém-nascido nas férias passada”. O gatinho cresceu e o amor da Giovana por gatos também. Fotos divertidas no Instagram da moça comprovam a afinidade e a alegria entre os dois. Tudo foi uma questão de conhecer o animal e se livrar das amarras impos-tas pelo preconceito.
Luciana e seu filho Gabriel com dois dostrês gatinhos que cuidam em casa
45F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
Um dos belos gatos de Tânia Oliveira
Uma das preocupações mais re-correntes em relação aos gatos é a de que eles são vistos como os gran-des responsáveis pela transmissão da toxoplasmose, doença que pode infectar várias partes do organismo humano, como músculos e coração. De acordo com dados do site da en-tidade ambiental PEA (Projeto Espe-rança Animal), apenas 1% dos gatos transmitem a doença, e para isto precisam estar doentes, na fase de eliminação de cistos (“ovos” do toxo-plasma). A contaminação se dá atra-vés das fezes, ou seja, é necessário ter contato com os excrementos, por exemplo: ao limpar a caixinha de areia de um gato infectado e levar a mão a boca sem lavá-las. O mais comum é o contágio através da in-gestão de carne mal passada e crua, frutas, verduras e legumes mal la-vados ou transfusão de sangue.
Divergências sobre a questão existem e o importante é se infor-mar e não fazer coro na discrimina-ção a esses animais, que são muito conhecidos pela higiene: enterram seus dejetos e se limpam várias ve-zes ao dia. Segundo informações da PEA, “estudos mostram que é im-possível você contrair toxoplasmose beijando ou acariciando seu gatinho ou através da lambida, mordida ou possíveis arranhões.”
Tânia Oliveira,
bióloga e protetorados animais
Superstições não são verdades, gatos pretos são
lindos, não dão azare não têm nadade ruim! Feio é
o preconceito
DE MÃE PARA FILHO - DNA FELINOMuitas vezes, a paixão pelos ga-
tos começa na infância, ou em casos mais tardios, na idade adulta, como no caso da Giovana. Luciana Borto-loti, técnica em enfermagem, sempre teve gatos, e recorda que os filhoti-nhos faziam o papel da boneca e do “filho” nas brincadeiras de infância. “Colocava os gatinhos dentro da meia do meu pai e deixava a cabeça para fora enrolado como charutinho e brincava de levar ao posto de saúde para tomar vacina”. Hoje ela ensina seu amor aos bichos para seu filho Gabriel Gonçalves Dias Bortoloti, de sete anos.
“Acho que a ‘genética’ pesa e os pais são espelhos para o filho. A criança aprende o que ela vive, e o Gabriel está sendo criado vendo a família a amar e respeitar os animais”, reflete.
O garoto adora felinos e costuma incluir os “amigatos” em brincadeiras como a mãe fazia, seja ao passear com
eles em triciclos ou, claro, fazer a farra na cama e no sofá. Frederico, Guepar-do e Milk são os três “ronronantes” da casa e foram adotados.
A vinda de Milk foi um tanto inu-sitada: Luciana explica que o marido, Flávio Bini Bortoloti, não queria mais animais em casa, eles também tem um cachorro. Mas quando Lu viu uma foto de Milk para adoção, pediu para a Ong em questão tocar a campainha e dei-xá-lo em frente a sua casa numa cesti-nha, como um “presente”.
O maridão desconfiou e em menos de 24h ela acabou contando o “combi-nado”. Hoje o gatinho tem lugar até na cama do casal.
Luciana afirma que gatos são grandes amigos e fiéis companheiros e fala que “azar é de quem tem pre-conceito pois perde grandes oportu-nidades de carinho e até de terapia”.
Para quem não sabe, os felinos são usados em tratamentos terapêuticos pois ajudam a reduzir a pressão arte-rial, estresse e depressão.
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 546
#COMPORTAMENTO
CRIME CONTRA GATOS NA UNESP BAURURecentemente, um hediondo crime contra animais foi registrado no
campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Bauru. Entre no-
vembro e fevereiro deste ano, 10 gatos, entre adultos e filhotes, foram
encontrados mortos com resquícios de crueldade: a perícia constatou
espancamento a pauladas e pontapés. A direção do campus instaurou
um processo administrativo (sindicância) para averiguar os fatos e bo-
letins de ocorrência foram registrados. O caso é investigado pela Polícia
Civil e ainda é desconhecida a autoria do crime. Tânia Oliveira e grupos
de defensores de animais se organizaram em ato de repúdio pacífico
em frente ao campus para conscientizar a comunidade sobre a questão
de maus tratos e cobrar investigação e punição. “Infelizmente esses atos
cruéis são vistos frequentemente em qualquer bairro de Bauru, inúme-
ros gatos são envenenados, espancados e as pessoas agem como se isso
não fosse um crime, mas é!”, realça a bióloga.
No local, vários felinos convivem diariamente com a população universi-
tária e é comum vê-los entre brincadeiras e mesmo até dentro das salas de
aula ou departamentos. No entanto, a super população na unidade reflete a
ausência de políticas públicas aos animais no município, como progra-
mas de castração gratuitos, além de casos de abandono e de irresponsa-
bilidade total dos donos.
A AMIGA DOS GATOS Rifas, palestras sobre a questão
animal, ativismo e muita boa von-tade. É assim que há cinco anos, a bióloga e protetora de animais Tâ-nia Oliveira transforma rotinas e ajuda os gatos de rua e animais de famílias carentes, como a do apo-sentado Faustino, que recolhe e vende reciclados e tem vários gatos.
Há mais de dois anos, ela leva semanalmente ração e carinho aos animais e através da ajuda de ONGs e amigos já conseguiu castrar qua-se todos os gatinhos do aposenta-do, além de encaminhar os filho-tes para lar temporário ou adoção. “Sozinha seria muito difícil ajudar os animais carentes que auxilio, os gastos são altos entre ração e remé-dios. Muitos dos gastos sou eu quem paga, a luta é difícil e nunca tem fim”, reforça.
Grande parte da verba que Tânia arrecada também vem das rifas que ela divulga pelo Facebook e em doa-ções de simpatizantes da causa ani-mal. “Venho ajudando de algumas formas, seja nas palestras contra maus tratos e sobre posse respon-sável, ou levando ração e ajuda ve-terinária aos gatinhos”. Nestas pa-lestras, ela ressalta o preconceito e crueldade sofridos principalmente com gatos pretos. “Superstições não são verdades, gatos pretos são lin-dos, não dão azar e não têm nada de ruim! Feio é o preconceito”, conclui.
Vanessa dá uma dica pra quem ainda não conhece o universo dos gatinhos: “Permita-se conhecer esse amor curioso, que ronrona no seu ouvido e tem um jeitinho blasé de rei/rainha, mas que é apaixonan-te!”. A super população de felinos abandonados pelas ruas de Bauru com certeza agradecerá atitudes de aconchego e acolhimento. Que tal se encantar com o ronronar?
Tânia Oliveira é protetora e lembra: gatos não dão azar
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#COLUNA
Especialista em projetos e secretário
municipal da Agricultura
Chico Maia
OProAC - Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo foi instituído pela Lei Estadual de nº12.268/2006 e tem como objetivo apoiar
e patrocinar a renovação, o intercâmbio e a divulgação na produção artística e cultural do Estado de São Paulo. O programa permite que parte do ICMS pago pelo contribuinte seja revertido para o patrocínio de projetos culturais aprovados pela secretaria de cultura.
O Programa de Ação Cultural é dividido em duas formas de apoio:
1. Editais/Concursos: apoio por meio da seleção pública de projetos, cuja premiação é proveniente de recursos orçamentários da Secretaria de Estado da Cultura;
2. Incentivo Fiscal (ICMS): apoio por meio de patrocínios de contribuintes habilitados do ICMS a projetos previamente aprovados pela Secretaria de Estado da Cultura.
Como funciona?No período entre janeiro e outubro, pro-
ponentes podem enviar suas propostas de projetos com orçamento justificado, contra-partidas sociais e demais aspectos a serem adequados ao formato requerido pelo ProAC. Semanalmente, acontecem reuniões da Co-missão de Avaliação de Projetos (CAP), que avaliam se os projetos serão ou não aprova-dos. Os projetos aprovados são divulgados no Diário Oficial do Estado e, a partir desse
momento, o processo de captação de recursos pode ser iniciado, visando o aporte total e re-alização do projeto.
Como funciona para quem pode investirem projetos culturais? A lei permite às empresas a possibilidade
de abater até 3% do seu ICMS devido para incentivar os projetos aprovados pelo Pro-AC. As empresas que desejam patrocinar de-vem ter feito seu credenciamento no site da Secretaria da Fazenda (SEFAZ), no início do mês seguinte ao do pedido, após a verificação sobre os requisitos estabelecidos pela legisla-ção, a empresa é habilitada no sistema.
Assim, a empresa pode patrocinar projetos aprovados pelo ProAC, por meio do próprio sistema da Sefaz, que calcula a cada mês o valor máximo de patrocínio que poderá ser aproveitado nos programas.
A empresa habilitada emite boletos ban-cários via sistema da Sefaz, para patrocinar projetos culturais, aprovados no ProAC, de-vendo pagar esses boletos até o último dia útil do mês da emissão.
Após o pagamento dos boletos bancários, a empresa pode escriturar 100% do valor in-vestido nos projetos como crédito do ICMS referente àquele mês. Ou seja, no caso de in-vestir 3% do valor do ICMS tributado em de-terminado mês em um projeto aprovado no ProAC, a empresa terá que pagar apenas os 97% restantes para a Fazenda, referente ao mês em questão.
LEI DEINCENTIVO À
CULTURA:PROAC-ICMS
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O cardápio tem legu-mes, verduras, cere-ais, grãos, castanhas e muita fruta. Ovos, lei-te e derivados animais
podem ou não compor o prato. Não é dieta e sim uma escolha e opção de se enxergar o alimento de forma mais saudável e livre de exploração animal - no caso dos veganos.
O veganismo é um hábito e esco-lha alimentar no qual ativismo e a refeição estão praticamente indisso-ciáveis. Nesta matéria iremos abor-dar processos que levaram algumas pessoas a optarem por este tipo de alimentação, seus reflexos no físico e equívocos que algumas pessoas cometem ao comer de forma errada alguns alimentos que compõem o paladar vegetariano e vegano.
Uma tendência verde está em andamento no planeta, seja com posturas mais conscientes sobre o que consumir, reaproveitar e até se vestir e se alimentar. Vários esta-belecimentos comerciais estão, aos poucos, introduzindo nos menus alimentos veganos e vegetarianos (aqui, estão liberados os derivados animais, ovo e leite).
Redes online de trocas de informa-ção sobre onde encontrar estes pro-dutos se fortalecem e muita gente faz da cozinha de casa um negócio que rende de ovos de páscoa sem lactose a hamburgueres veganos e outros.
Questões de saúde e estilo de vida também influenciam a troca da car-ne por legumes e vegetais, entre outros. O jornalista e músico Bruno Guerra era um carnívoro convicto e nunca se imaginava trocando de há-bito alimentar.
Porém, há cerca de três anos des-cobriu que tinha esteatose hepática (gordura no fígado) grau três - o mais
#COMPORTAMENTO
Texto Amanda RochaFotos Cristiano Zanardi e divulgação
DE GRÃO EM GRÃO:VEGANISMO E
VEGETARIANISMONA PONTA DO GARFO
Estilos de alimentação estão em alta, mas é preciso equilíbrio e adaptação corretos na hora de fazer a transição e substituição do cardápio
Lielsen , o Liu, faz entregade comidas naturais de bicicleta
49F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
grave - e soube que uma dieta vege-tariana ou vegana o poderia ajudar a tratar do problema. Somado a isto, ele havia começado a praticar medi-tação e a ler sobre budismo e filosofia oriental, que recomenda uma dieta vegetariana por princípios éticos.
Lentamente foi tirando do car-dápio a carne, comia de duas a três vezes por semana. Outro fator de-terminante na decisão de cortar a carne foi uma viagem ao Uruguai, o que era pra ser memorável, tornou--se um fardo alimentício.
“Em setembro de 2013, viajei pra lá e fiquei uma semana. Eu comi bastante carne, principalmente ver-melha e frutos do mar, porque tive dificuldades de encontrar alterna-tivas - talvez até porque ainda não sabia muito bem onde procurar. Pude sentir de maneira bem intensa o efeito que isso teve em mim: mal estar, abdômen rígido e constipação naqueles dias. Ali decidi que quando voltasse ia cortar de vez a carne”.
O músico já havia feito experiên-cias ao deixar de comer derivados do leite durante dez dias e notava uma melhora significativa na saúde, como a perda de peso. De 110 quilos ele foi para 95. “Eu pensei que já que eu esta-va mudando meus hábitos eu deveria cortar logo qualquer produto animal da minha dieta e foi uma decisão re-lativamente fácil de incorporar às que eu estava fazendo na minha vida”, ressalta o hoje vegano que de grau 3 da esteose hepática reduziu para grau 1 após a mudança alimentar.
Estes fatores e o apoio de sua mu-lher, a jornalista Fernanda Vicen-tini, que também se decidiu pelo veganismo, foram grandes incenti-vadores da nova conduta na mesa, e não só. “A Fernanda até foi trabalhar como gerente de comunicação em uma empresa de cosméticos veganos (Surya Brasil), então o interesse com relação à causa animal foi crescen-do cada vez mais e invadindo outras áreas da nossa vida”.
Bianca Giafferis Valim,
nutricionista
A maioria dosvegetarianos desenvolveanemia ferropriva porque
inclui na dieta uma quantidade grande de
um alimento pobre em ferro, os laticínios, o
que acaba por roubar oespaço de outro alimento
que poderia ter sidoescolhido dentre as
boas fontes de ferro
DESAFIOS E METASALIMENTÍCIAS: UM PASSO DE CADA VEZA mudança na alimentação deve
ser feita de forma gradativa e não é tão difícil encontrar substituições nas receitas antes carnívoras ou oní-voras. É preciso empenho e ter uma meta. Para a educadora alimentar e nutricionista Bianca Giafferis Valim a questão é a mudança de paradigmas.
“O desafio consiste em mudar pa-radigmas: a carne não é o centro da alimentação, ela é apenas uma op-ção e, quando ela deixa de ser uma opção, é a variedade e a combinação de alimentos vegetais que será ca-paz de suprir as nossas necessida-des nutricionais”. Na visão dela, que há mais de 14 anos se tornou vege-tariana, a pessoa que decide por esta alimentação deve ter em mente que seus costumes alimentares passa-rão por mudanças amplas para que todas as necessidades nutricionais sejam supridas.
Bianca Valim com sucos naturais: alimentação saudável
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#COMPORTAMENTO
um bom planejamento na alimentação principalmente ao adequar para mu-lheres e gestantes pois há diferenças nas necessidades nutricionais da mu-lher quando ela engravida: “Ela preci-sará de mais cálcio, ferro, ômega 3, vi-tamina B12, dentre outros nutrientes. O ajuste no cardápio e hábitos alimen-tares acaba sendo importante para que a alimentação fique de acordo com as exigências desse período. Pode haver necessidade de suplemento para as ges-tantes e lactantes”, avalia.
Bianca enaltece que mudar um há-bito alimentar é um grande desafio pois esta relacionado a nossa infância, cultura, família e emoções e o primeiro passo é a consciência da pessoa em que-rer mudar e ser ajudado.
A VIDA É UM DOCE…SEM LACTOSE!A história gastrônomica de Paula
Maria, jovem confeiteira do ramo ve-gano e vegetariano, começou da carên-cia em encontrar opções alimentares, seja doce ou salgada, na cidade. Em 2012, ela resolveu criar a marca Res-pect Life e começou a confeccionar bo-los, tortas, sorvetes, salgados a doces de épocas, como os ovos de páscoa. Tudo sem lactose, proteína e traços de leite. Você nem percebe que está saboreando algo sem ovo, leite ou manteiga.
“Atualmente, aos 20 anos, sou vegana e em Bauru não vejo mais dificuldade em encontrar esses alimentos. Isso porque hoje existem lanchonetes, sorveterias, restaurantes e pessoas que trabalham com esse tipo de alimentação, o que tor-na tudo mais fácil”, observa.
Vegetariana desde os 14 anos, ela expõe que já passou por problemas alimentares devido a falta de conhecimento na época - ao não fazer a substituição da maneira adequada abusava de alguns alimentos que não traziam benefícios à saúde.
“Depois descobri a variedade de coi-sas gostosas e saudáveis que eu poderia comer e que facilmente supriria a ne-cessidade de proteínas e nutrientes do meu corpo”, relata. Apesar da dificulda-de no começo, ela nunca teve anemia ferropria. “Vegano não come só alface e existem variedades nos supermercados desde carne vegetal, sorvetes, bolachas e muitas outras coisas. É claro, que essas produtos vão chegando aos poucos nas cidades do interior, mas ainda assim, já é possível notar o aumento dessas procu-ras”. Pelas encomendas que tem, dá pra dizer que a clientela só tende a crescer.
Paula Maria,
confeiteira
Descobri avariedade de coisas
gostosas e saudáveis que eu poderia comer
e que facilmente supriria a necessidade
de proteínas domeu corpo
O problema é que muitos aumentam a ingestão de carboidratos refinados, in-dustrializados, alimentos derivados de animais (ovos e laticínios), açúcar, ou pas-sam a comer de maneira exagerada um determinado alimento, como a soja. Esta alimentação um tanto limitada e sem fontes de ferro contribui para o desen-volvimento da anemia. “A maioria dos vegetarianos que desenvolve anemia ferropriva (por deficiência de ferro) o faz porque inclui na dieta uma quan-tidade grande de um alimento pobre em ferro, os laticínios, o que acaba por roubar o espaço de outro alimento que poderia ter sido escolhido dentre as boas fontes de ferro”, explica Bianca.
Lentilha, grão-de-bico, soja, tofu (queijo de soja), castanhas e sementes, vegetais verde-escuros (couve, espina-fre), frutas secas (ameixa, uva-passa e damasco) e o melado da cana-de-açúcar são ótimas fontes de ferro e não podem faltar nos pratos “verdes”. Combinados com vitamina C, turbinam mais a saúde: “O uso de alimentos fonte de vitamina C nas refeições pode ser suficiente para dobrar a absorção do ferro. Após o almo-ço e jantar é recomendado o consumo de frutas ricas em vitamina C - uma laranja aumenta 3 a 4 vezes a absorção de ferro. Temperar a salada com limão ou pingar gotas de limão no suco verde também é uma boa”, ensina a educadora alimentar.
Outra dica importante é evitar alimen-tos refinados como o açúcar branco e a fa-rinha pois são fontes nulas de ferro. Desta forma, procure produtos e cereais inte-grais que por terem mais fibras passam a sensação de saciedade. Segundo dados da nutricionista, a incidência de anemia fer-ropriva não é maior na população vege-tariana quando comparada à população carnívora. “Em torno de 1/3 da população mundial tem carência de ferro e nos paí-ses em desenvolvimento, 40% das crian-ças pré-escolares tem alguma deficiência e, estima-se que 500 milhões de pessoas sejam anêmicas” , estima a nutricionista.
Outra dúvida de saúde frequente é relacionada à vitamina B12: ela é en-contrada somente em alimentos de origem animal, como as carnes, queijos, leite e ovos e alimentos enriquecidos.
A nutricionista frisa que é necessário
Cupcakes confeitados por Paula Maria
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UMA BICICLETA E UMAIDEIA NA CABEÇAUma conduta alimentar e pessoal
que começou em uma república entre amigos e se tornou o trabalho de Liel-sen Corte, o Liu, cozinheiro e vegano há três anos. Foi em Piracicaba, lembra ele, onde a ideia de entregar o “rango” com a bike se iniciou. “Eu fazia comida para amigos que iam em casa, logo depois começaram os pedidos e montamos a cooperativa “Escolha vida”. Entregáva-mos marmitex três vezes por semana de bike pela cidade e também informá-vamos sobre o veganismo”. De volta a Bauru, Liu idealizou a “Bike e Burger” e hoje é o responsável tanto pelos rangos quanto pelas entregas, ele pedala de 5 a 7 km por dia.
Por entregar sozinho ele tem que li-mitar as regiões que atende. Pedidos são feitos através do perfil do facebook e ele é parceiro de estabelecimentos comer-cias, como o bar e restaurante Skinão, famoso na cidade pelo sanduíche Bauru.
“Aumentou muito a demanda desde o ano passado, e infelizmente é difícil atender todos. Tenho planos e penso em abrir uma loja mais para frente porque
tem mercado pra isso”, revela. E se você pensa que é só hambúrguer de soja que a Bike e Burger entrega, se engana. Fora os sete tipos de hambúrgueres, como de grão de bico, legumes e feijão preto, tem quibe de soja, croquete de lentilha, fala-fel e coxinha de soja. Ao adaptar receitas e usar a criatividade dá pra comer pra-ticamente tudo, é só não ter preguiça e por a mão na massa, verduras e legumes.
Liu enxerga o veganismo não como dieta, e sim como um propósito que cada um descobre e se motiva no dia-a-dia. “Tem gente que se sensibiliza com a parte dos animais, meu caso é mais em contrapartida com as indústrias, eu pro-curo evitar produtos que fazem testes em animais”. E emenda que desde que deixou de comer carne e alimentos de origem animal, o alívio foi sentido tanto na consciência quanto no corpo. Além de trabalhar com um veículo sustentá-vel e contribuir assim também com o respeito ao meio ambiente, o vegano é mais um exemplo de que ideias verdes são um caminho culinário saudável e em plena expansão.
Ingredientes: • 3 xíc. de batata cozida• 2 xíc. de polvinho doce• 1 xíc. de polvinho azedo• Tempero de ervas e sal• Óleo
Preparo: Misture, coloque no
microondas ou frite compouco óleo. Passe o rolode massas para ficar
“fininho”. Reserve emuma fôrma e deixe por
um dia na geladeira.Depois sirva quente.
RECEITA DEQUEIJO DE BATATA
(Bike & Burger)A dica para quem se interessou por uma nova
alimentação, além de ficar de olho se a dieta é correta, é ter criatividade para criar opções saudáveis, ensina Lielsen Corte, o Liu
Bruno Guerra mudou cardápio
Paula Maria faz doces veganos sem lactose
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#COMPORTAMENTO
Jorge Luiz coloca seu drone para voar no Vitória Régia
VOANDO
ALTO Equipados com câmeras,
os drones, robozinhos voadores, são imperceptíveis no céu e
novidades nos segmentos de vídeosprofissionais e monitoramento aéreo
de pessoas e lugares
Texto Daiany FerreiraFotos Cristiano Zanardi
À primeira vista pare-ce ser brinquedo de criança guiado por controle remoto. Mas, na verdade, o nome da
engenhoca voadora que saiu da imagi-nação do homem e tornou-se realidade é chamada de Vant (Veículo aéreo não tripulado), ou, devido ao barulho emiti-do, é conhecido por Drone (Zangão, em inglês). Comparado a um avião ou he-licóptero de aeromodelismo, de modo geral, esse equipamento aéreo é utili-zado para registro de fotos e filmagens.
Essa tecnologia já espalhada pelo mer-cado à fora costuma variar seu formato, preço e tamanho. O modelo de drone mais comum é dotado de estrutura sim-ples: uma bateria, um sensor no miolo e no mínimo quatro hélices nas pontas.
Usado antigamente apenas em mis-sões militares, hoje os drones se popu-larizaram nas mais diversas áreas e si-tuações. Na engenharia, por exemplo, ele é usado para avaliar construções, na segurança pública para enxergar áreas de difícil acesso, e nas mãos de um cinegrafista para capturar vários ângulos de um ambiente.
Ágil e ao mesmo tempo capaz de de-sempenhar inúmeras tarefas, quem diria que o futuro chegaria tão rápido? Alguns testes já estão sendo feitos para que os drones possam realizar trabalhos de entregador. Imagine a cena: você compra uma pizza e, em poucas horas, ela é entregue na sua casa. Situação co-mum, se não fosse pelo detalhe do entre-gador ser um robô, afinal, quando se fala em possibilidades o céu é o limite.
Um dos primeiros a utilizar drone no interior de São Paulo, desde 2013 o ad-vogado e empresário, Carlos Alexandre de Carvalho, 30 anos, usa o equipamen-to porque garante segurança, rapidez e principalmente, economia. “Facilita muito na captação de imagens em locais fechados ou de difícil acesso. As imagens de um drone causam realismo pouco en-contrado por um helicóptero convencio-nal. Hoje, uso drone para fazer registros desde festa de aniversários até casamen-to e perícia judicial”, afirmou o advogado.
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QUE TAL UMA ESPIADINHA? E, quanto mais populares e aces-
síveis esses dispositivos ficam, mais criativos tornam- se seu uso. Algumas cidades do interior de São Paulo já uti-lizam drones para sobrevoar áreas de risco à proliferação do mosquito da dengue. O equipamento aéreo serve para vistoriar locais de maior dificul-dade de acesso: caixa d’água, calhas, lajes e terrenos abandonados.
Utilizando drone há menos de um ano, o empresário Jorge Luiz San-ches Vechetti, 37 anos, descobriu a partir de um hobby, a chance de ter uma renda extra. Captando imagens
e filmes serviço antes realizado ape-nas por intervenção de um helicóp-tero, hoje, essas mesmas imagens podem ser oferecidas a um preço menor do que se locasse um outro equipamento maior.
“Podemos ir onde muitos não po-dem chegar. Existe um amplo uso desse objeto. Conseguimos verificar obras, detectar criadouros de den-gue, existe um projeto para uso no auxílio de salva-vidas, pois um dro-ne consegue carregar boias e chegar bem antes que o corpo de bombeiros. Enfim, vale a pena o investimento”, ressaltou Jorge.
Aviãozinho já é usado até para combate à dengue
Alexandre foi um dos primeiros a utilizar o drone no interior
Carlos Alexandrede Carvalho,
Advogado e
empresário
Facilita muito na captação de imagens
em locais fechados ou de difícil acesso. As
imagens de um drone causam realismo pou-co encontrado por um
helicóptero convencional. Hoje, uso drone para fazer registros desdefesta de aniversários
até casamento e
perícia judicial
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#COMPORTAMENTO
Um drone pode voar por até 40 minutos.
Modelos simples de uso recreativo podem chegar entre R$ 2 mil e R$ 4,5 mil. Já os equipamentos mais elab-orados para mapeamento geográfico chegam a custar R$ 200 mil.
Para cima podem chegar a 150 metros de altura numa velocidade de 60km/h. Para os lados até 400 metros de distância, numa velocidade de 80km/h.
Os mais leves chegam a pesar 1 quilo. Enquanto um modelo com armamentos chega pesar 30 quilos.
CURIOSIDADES NÃO É BRINQUEDO, NÃO Seja por hobby ou uso profissional,
ainda existem alguns riscos quanto a utilização de um drone. No Jardim Botâ-nico de Bauru, o uso do equipamento foi proibido por questões de segurança dos visitantes, sendo liberado apenas me-diante solicitação prévia.
A Anac (Agência Nacional de Avia-ção Civil) é responsável por regulamen-tar quem pode usar comercialmente aviões não tripulados e remotamente controlados. Segundo a entidade, em-bora não exista restrição à compra de um drone por um cidadão, instituição ou empresa, a sua operação depende de uma autorização específica e concedida depois de devidas comprovações por parte do interessado, visando zelar pela segurança na aviação. Entretanto, tal certificado permite apenas operações experimentais sobre áreas não densa-mente povoadas, ou seja, não permite operações com fins lucrativos e nem operações em áreas urbanas.
Segundo a Anac, está sendo trabalha-da uma legislação que permita o uso civil dos drones, tanto para indústria como para a sociedade, o que, atualmente, só pode ser feito com autorização. O uso pessoal de um pequeno drone para lazer, em regiões afastadas ou de baixa altitude não possui restrições. Mas para quem pi-lota um brinquedo eletrônico como este, sabe dos riscos e a importância de se ter um regulamento eficaz e capacitado para segurança pública.
Ainda de acordo com Jorge Vechet-ti, por parte de quem pilota um drone, exige cuidados e muita responsabili-dade. “Apesar de ser catalogado como
um brinquedo no caso aeromodelo, ele tem motores e hélices que cortam bem fundo. Eu mesmo já me acidentei. Ape-sar de ser um aparelho muito seguro, acidentes pode acontecer, pois é uma máquina e depende de uma pessoa para funcionar”, explicou.
Este ano durante os desfiles de Car-naval do Rio de Janeiro, a escola de samba Portela foi notificada pela Anac, após o pouso de quatro paraquedistas iluminados com sinalizadores no meio da Marquês de Sapucaí. O público que prestigiava o evento pode ver no céu ca-rioca cerca de 450 pequenos drones em formato de águias sobrevoando a multi-dão. A escola, de acordo com a agência, chegou a consultar informações sobre a operação dos drones, mas não teria pedi-do a autorização para utilizá-los.
De acordo com a lei, a Portela pode-rá responder por ações de responsabi-lidade civil e penal.
Para o advogado Carlos Alexandre, todo equipamento requer seus cuidados. Antes de pilotar um drone é preciso ga-rantir que o local tenha pouca frequên-cia de pessoas e diversas rotas de fuga, ou seja, um espaço bem aberto e fora de riscos. “Imagine um drone em sua alti-tude, sendo sugado por uma turbina ou caindo sobre os pedestres... São situações que podem ocorrer se o equipamento não for usado com atenção. Pilotar um drone não é brincadeira”, completou o advogado, alertando sobre a importância de ser ter um plano de voo, por parte de quem pilota drones a serviços institucio-nalizados ou com grande aglomeração de gente, como um desfile de Carnaval.
Jorge Vechetti,Empresário
Podemos ironde muitos não
podem chegar. Existe um amplo uso desse objeto. Conseguimos
verificar obras, detectar criadouros de dengue, existe um projeto para
uso no auxílio de salva-vidas [...] Enfim, vale a
pena o investimento
Drone voa conectado a um telefone, usado como tela para visualização
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#COLUNA
HenriquePerazzi de Aquino,jornalista e professor
de História
H.P.A.
Estariam os tempos atuais se tornan-do obscurantistas? Existem sinais mais do que evidentes nesse sentido. Relato um deles. Mariza Bianconcini Teixeira Mendes é professora apo-
sentada da Unesp, doutorado em Araraquara e com atuação no campus de Bauru, área de Letras, sua especialidade.
Discursos linguísticos e não linguísticos, além de Literatura, Arte, Comunicação e Mídia. A ex-periência no campo da semiótica a tornou cate-drática na análise de textos da mídia impressa e televisiva. E quando faz isso, na maioria das ve-zes cria caso, pois bate de frente com o pré-esta-belecido pela sociedade onde vivemos.
Cabedal para discussão não lhe falta, mas dis-cutir como se a informação hoje chega fracio-nada, distorcida e favorecendo quem a produz e a distribui? Formou gerações de estudantes dentro de uma proposta crítica, mostrando o que de fato somos e o que muitos gostariam que não fossemos. Uma pesquisadora na acepção da palavra. Foi alvo de intenso ataque quando propôs uma séria discussão sobre um olhar ag-nóstico em cima dos textos bíblicos. Profana foi pouco quando afirmou que os fatos ali narrados fogem da realidade e não passariam de mitos.
Em sua tese de doutorado No Princípio Era o Poder (Editora Fapesp), transformado em livro em 2009, vai muito além do termo mito. Explica que, podem até terem ocorrido, mas não na exata
forma como narrados. Nem isso aplacou muita ira e polêmica.
O reconhecimento do mito e da riqueza do simbolismo contido naqueles textos em nada os desmerecem. Partindo daí estaria estabelecido o bom debate. Querendo impor tudo ali contido como fato consumado não propicia um milíme-tro de avanço na discussão. Toda cultura possui expressões simbólicas e nelas reconhecemos a identidade cultural de cada agrupamento. A Religião e a Arte são as duas mais fortes ex-pressões simbólicas do planeta.
Até hoje, quando diante do tema, Mariza está sempre pronta para responder detalhadamen-te sobre seu estudo. Tempos atrás, após ler um longo, acalorado e infrutífero debate via redes sociais entre contendores, prós e contras, deu uma resposta bem reveladora, servindo para leigos e não leigos, fiéis e infiéis: “Vou explicar o principal. Jamais quis pesquisar a existência ou não de Deus, apenas analisei o ‘discurso’ que deu origem à crença, que é um discurso mítico como outros tantos; Eneida, Ilíada, Odisseia. Ja-mais ofendi os que creem”.
As eternas explicações arroladas ao longo do tempo demonstram algo da dita incompreensão humana. Daí o motivo de muitos terem perdido o interesse em debater. A agressão tem sido a primeira reação e os distanciamentos humanos só aumentando. Sinal mais do que entristecedor dos rumos desses nossos tempos.
A PROFESSORA E ASETERNAS EXPLICAÇÕES
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#COMPORTAMENTO
Texto Redação Az!Fotos Cristiano Zanardi
Grupo de amigos se une e viabiliza carro para radialista portador
de doença degenerativa
FABIANOJÁ PODE SE
LOCOMOVER
Fabiano Fernandes se prepara para entrar na Doblò adaptada recentemente adquirida
Radialista não tinha como se locomover
57F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
A história do radialista e jornalista Fabiano Fernandes emocionou Bauru. A edição de março da Revista Az! o traz como personagem principal, mostrando dias de luta e de superação para ele.
Portador da Ela (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença degenerativa que vai minando os movimentos do corpo, Fabiano tinha um sonho em curto prazo: conseguir um carro adaptado que desse para ele um pouco de mobilidade e qualidade de vida.
E ele já está com esse veículo. É um Fiat Doblò, adaptado, com elevador, que garante sua locomoção. Sua esposa, Ellen Regina, explica que eles tinham cerca de R$ 20 mil guardados com economias e com o dinheiro arrecadado em um jantar beneficente. O restante, financiado, está chegando por conta de um grupo solidário de 17 amigos. Eles estão contribuindo com R$ 100 por mês para que as parcelas mensais sejam pagas.
A imagem acima mostra a capa da edição de março da Az!. E nós seguimos na luta para ajudar Fabiano. Se você quer aderir, envie um e-mail para [email protected]
O CASOFabiano Fernandes começou com os sintomas da Ela há
cinco anos, quando começou a notar que seu pé direito não se ajeitava mais no chinelo que ele costumava usar diariamente. Depois de idas e vindas no médico, em 2011 ele teve o diagnóstico definitivo. Fabiano começou a usar bengala meses depois de receber o diagnóstico. Mas a degeneração continuou e ele perdeu a capacidade de andar, além do movimento dos braços. Hoje, está numa cadeira de rodas e está paralisado do pescoço para baixo.
Consegue ainda mexer levemente os polegares e acessar, com alguma dificuldade, o computador. Aos poucos, vem se adaptando a uma câmera de vídeo, que lhe permite controlar comandos ao abrir a boca ou mexer a cabeça. Seu próximo passo será testar um equipamento importado, conectado ao computador, que vai captar o movimento dos seus olhos para permitir acesso à internet e a um teclado virtual para se comunicar.
Leia aedição
#23online
http://issuu.com/revistaaz
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#COMPORTAMENTO
O dia começa cedo na casa de Hérica Cristina Alba de Souza, 34 anos. Ela conta que, após a maternidade, precisou
mudar sua rotina com a chegada da nova integrante da família, a peque-na Gabriela de um ano e seis meses. Na bolsa, itens de primeira necessi-dade: mamadeira, lanchinho e fraldas. Tudo pronto? É hora do passeio mati-nal com destino às compras domésti-cas uma vez por semana. Afinal, dian-te de um cenário de disputas políticas e de incertezas econômicas, a variação das taxas cambiais tem influenciado
diretamente o dia a dia das donas de casa. Portanto, regra básica da família: economia e pesquisa de preços.
Do pão francês ao preço da gasolina, os impactos econômicos são bastante perceptíveis na hora de pagar a conta. Comparado a um efeito dominó, a im-portação se torna mais cara com a alta do dólar, e, consequentemente, o pre-ço final do produto acaba ficando mais caro, até mesmo, para aqueles itens de origem não importada como é o caso da farinha de trigo.
“Todas as matérias primas que es-tiverem direta ou indiretamente atreladas ao dólar e/ou euro serão
afetadas e pesarão no nosso bolso do consumidor. Além do trigo, o plástico, componentes de automóveis, celula-res, eletroeletrônicos de forma geral e produtos agrícolas, por exemplo, estão na lista de itens a serem bem avaliados antes de fechar a compra”, explica o economista Carlos Sette, apostando na alta de 25% e 30% sob o valor do dólar até o fim de 2015.
Sem fazer diferença, a inflação dos alimentos muda a estratégia de eco-nomia das donas de casa. “Os primei-ros itens a serem cortados da lista são os supérfluos, como por exemplo, uma plantinha ou produtos de cama,
Com dólar em alta, preços de diversos produtos aumentam e influenciam a nossa vida mesmo muito longe dos Estados Unidos. Segundo
especialista, com o atual quadro cambial oscilando, comprar moeda norte-americana só se for para um bom investimento
Texto Daiany FerreiraFotos Cristiano Zanardi
Hérica Cristina com a filha Gabriela: dólar pesa em todas as compras praticamente
TÃO LONGE, TÃO PERTO
59F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
Hérica Cristina Albade Souza,
dona de casa
Priorizamos itens de maior necessidade para a nossa alimen-
tação e saúde [...] Diante da crise que estamos vivendo, é preciso ter cautela e fazer a tarefa de casa quando o assunto é
poupar gastos
Carlos Sette,
economista
A economianesse primeiro
semestre deve estar em recessão, portanto
com crescimento negativo ou próximo de zero, vai ocasionar
desemprego, aumentodo custo de vida,
subida de juros em especial para aqueles que estiverem usandolimites de cheque es-
pecial e de cartãode crédito. Todo
cuidado é pouco
mesa e banho. Priorizamos itens de maior necessidade para a nossa ali-mentação e saúde, até porque, quando vamos ao supermercado o perigo nos ronda, e fica fácil levar além do ne-cessário. Diante da crise que estamos vivendo, é preciso ter cautela e fazer a tarefa de casa quando o assunto é poupar gastos”, comenta Hérica.
Além das preocupações domésticas, a valorização da moeda norte-ameri-cana também é fortemente influen-ciada no ramo imobiliário. Segundo especialista, a tendência é que o valor se estabilize frente ao número de imó-veis disponíveis no mercado.
Com alta desde o início do ano, o dó-lar subiu cerca de 5% frente ao peso mexicano e ao peso chileno, 8% em re-lação ao rand, da África do Sul, e 13% sobre a lira, da Turquia. Na compara-ção com o Real, a alta chegou a 22,2% em 2015, sendo 13,76% somente no mês de março, chegando a R$ 3,30.
Para o economista Carlos Sette, o mercado vem se mantendo atento às dificuldades que o governo en-frenta para implementar medidas de reequilíbrio das contas, princi-
palmente agora com as manifesta-ções contrárias à presidente Dilma Rousseff. “O mercado vem traba-lhando com um cenário de incerte-zas devido ao mau desempenho dos últimos anos na política econômica. Sabe-se que a principal razão é o desequilíbrio das contas públicas, e se o governo atual não fizer nada para consertar isso, a economia vai ficar pior e as manifestações au-mentarão”, ressalta Carlos.
Embora as variações do câmbio estejam interligadas ao desenvolvi-mento da economia brasileira, afe-tando diretamente o comércio na compra de produtos estrangeiros e a venda de produtos nacionais, ainda segundo o economista, o cli-ma é de atenção “A economia nesse primeiro semestre deve estar em recessão, portanto com crescimen-to negativo ou próximo de zero, vai ocasionar desemprego, aumento do custo de vida, subida de juros em especial para aqueles que estiverem usando limites de cheque especial e de cartão de crédito. Todo cuidado é pouco”, sugeriu.
Carlos Sette prevê alta ainda maior do dólar
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 560
#COMPORTAMENTO
Tania Maria Alba Cosso,
proprietária de uma loja de
produtos mportados
Estamos repassandoaos poucos a variação cambial nos produtos,
e, em certos casos,diminuímos nossa mar-gem de lucro visandomaior rotatividade
JOGO DE CINTURAAlguns setores da economia que tra-
balham com produtos e serviços atre-lados ao câmbio estão apostando em estratégias para não amargar perdas. Tania Maria Alba Cosso, 50 anos, é co-merciante, e há 20 anos administra duas lojas de produtos importados em Bauru, e uma em Pederneiras. Nas prateleiras: canecas, garrafinhas, semijoias, toalhas, pelúcias, relógios e as mais variadas mi-niaturas, enfeitam luxuosamente o am-biente das lojas.
A comerciante conta que a mudança de comportamento cambial impacta em seu faturamento em torno de 10%, em relação ao índice de inflação atual. Até porque, seus clientes acabam ficando mais cautelosos na hora de comprar. “Atualmente utilizamos a mesma es-tratégia do nosso fornecedor. Estamos repassando aos poucos a variação cam-bial nos produtos, e, em certos casos, diminuímos nossa margem de lucro visando maior rotatividade”, comenta Tânia, apostando numa acomodação do câmbio em médio prazo.
CÂMBIO FLUTUANTE Antes de divulgar as taxas cambiais,
o Banco Central faz uma média do dia com base nas operações realizadas no
mercado. No Brasil, a taxa de câmbio é flutuante desde 1999, quando houve a crise de desvalorização do real. Isso significa que não há regulamentação oficial que estabeleça e fixe uma taxa, fazendo com que ela oscile de acordo com a demanda do mercado.
Acumulando altas desde o início do ano, a escalada do dólar frente ao real pode até ser considerada positiva para as exportações e para a balança comer-cial, mas, em contrapartida, lá na outra ponta, pesa para o consumidor com o aumento de alguns produtos, da infla-ção e das viagens internacionais como turismo ou negócio.
Ainda segundo o economista Carlos Sette, devido à temporada de alterações da moeda norte-americana, ainda é caro e complicado para quem optou por viajar e fazer compras no exterior.
“Com o dólar valendo três por um, a situação fica muito cara e complicada de administrar. Digamos que essa pes-soa fechou uma compra com cartão de crédito. Além de pagar um IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ) de 6% sobre o valor da compra, ela vai pagar mais a variação cambial referente ao dia do vencimento do car-tão. Nesse momento, o ideal é comprar dólares como forma de investimento”, encerra o economista.
Tania Cosso tem loja que vende importados: jogo de cintura nas vendas
Sua viagem já está marcada para
o exterior? Não é necessário deses-
pero, mas sim controle. Faça uma
reserva de pelo menos 20% do
dinheiro disponível.
Empreenda em tempos de
crise: é hora das agências de
turismo investirem e incenti-
varem viagens nacionais.
No consumo doméstico cal-
cule seu orçamento e evite
despesas com produtos atrela-
dos ao câmbio. Antes de sair de
casa faça uma listinha com os
itens necessários.
Economize na gasolina confe-
rindo a manutenção do au-
tomóvel para que não haja des-
perdício de combustível.
COMO SE PROTEGER DA
CRISE ECONÔMICA?
61FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
#COLUNA
Felipe Kobayashi
Especialistaem cirurgia e
traumatologia bucomaxilofacialpela Santa Casade Piracicaba.Professor doInstituto IES
Bauru (SP) e daFunorte Franca
DIABETES E OSEU SORRISO
A diabetes afeta mais de 380 milhões de pessoas no mundo e, segundo a Associação Bra-sileira de Endocrinologia, 12 milhões de pessoas somente no
Brasil. Essa enfermidade e suas consequências são amplamente discutidas em revistas, entre-vistas e jornais, mas um fato que muita gente não sabe é que essa doença também causa dis-túrbios em nossa boca.
Quando nos alimentamos, falamos ou simplesmente escovamos os dentes, machu-camos nossa mucosa oral (tecidos de reves-timento da boca). Em pessoas saudáveis, es-ses machucados são rapidamente reparados e nenhum problema ocorre. Todavia, nos diabéticos, esses machucados podem levar
a inflamações gengivais, candidíase oral (infecção por fungos), doença periodontal (perda óssea) e, em casos mais graves, até a perda dos dentes.
Para esses pacientes, uma abordagem mais cuidadosa e especializada é necessária, afinal como todos sabemos, nos alimenta-mos pela boca, nos comunicamos pela boca e nos amamos pela boca. Por isso devemos dar uma real importância à nossa saúde bu-cal. Em casos como esses, os cuidados de-vem ainda ser mais relevantes, já que exis-tem estudos mostrando uma íntima relação entre a doença periodontal e a diabetes.
Doença periodontal e diabetesPacientes diabéticos têm maior grau de
perda óssea e nível de inflamação gengival. Essa relação se torna importante porque pacientes que possuem doença periodontal apresentam níveis glicêmicos mais difíceis de serem controlados. Em outras palavras, a diabetes complica o quadro de doença pe-riodontal e a doença periodontal complica o quadro da diabetes.
Implantes dentários e diabetesCom novos materiais e tratamento espe-
cializado, os implantes em pacientes dia-béticos hoje são uma realidade. Cuidados, controles frequentes e o olhar diferenciado do cirurgião-dentista são a chave para que esses pacientes possam utilizar essa moda-lidade de tratamento e garantir uma boa saúde bucal e um sorriso saudável.
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 562
#NEGÓCIOS
Texto Daiany FerreiraFotos Cristiano Zanardi e Divulgação
Pioneiro na realização de tratamentos de hemodiálise e
diálise peritoneal, o Ineb trouxe a Bauru a inovação e qualidade nos tratamentos para crônicos
renais, existentes apenas em renomados centros de
excelência
PACIENTES RENAIS CRÔNICOSJÁ TÊM EM BAURU OS MELHORES
TRATAMENTOS DO MUNDO
S e o assunto é saúde, qualquer pessoa, seja ela de níveis sociais distintos, preza por receber um atendimento diferenciado em nível qualitativo. Afinal, um centro que possa oferecer melhores tratamentos existentes no mundo, unindo qualidade de vida, segurança e
respeito à saúde de seus pacientes, deve ser conhecido por todos. Foi assim o padrão construído pela equipe do Instituto de Diagnóstico, Prevenção e Tratamento de Doenças Renais de Bauru, o Ineb.
Nascido de uma iniciativa arrojada e desafiadora de jovens médicos e enfermeiros na busca de um tratamento humanizado, o Ineb é resultado de um centro especializado em Brasília desde 1997, que presta serviços em nefrologia de forma eficiente, buscando minimizar os agravos à saúde e garantir acesso aos melhores tratamentos existentes na comunidade científica. “Bauru e região ganharam um serviço de medicina altamente especializado. Um time de
Doutores Daniel Marchi e Trycia Nunes
63F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
profissionais excelentes, estrutura acolhedora, equipamentos de última geração, totalmente voltados ao bem estar de nossos pacientes”, ressalta a responsável técnica e administradora da clínica, Aniela Nascimento Pivotto.
Completando um ano de atendimento em Bauru, o instituto realiza 400 sessões de hemodiálise mensais, oferecidas até mesmo a pacientes de outros Estados. Esse atendimento diferenciado, que possibilita modalidades de tratamento encontradas apenas em grandes centros na Europa e lugares de excelência como o hospital Albert Ainsten em São Paulo, traz um ambiente inovador, com jardins dentro das salas, poltronas confortáveis, televisão individual, transporte VIP, e alimentação acompanhada por nutricionistas.
“Valorizamos o que existe de melhor na assistência à saúde; e as modalidades de tratamento têm revolucionado
a vida de pacientes”, comentou Aniela, explicando que os pacientes resgataram qualidade de vida com a melhora dos sintomas pós-tratamento.
FUTURO Contando com uma segunda equipe de médicos
especializados, numa escala de 24 horas, o instituto também oferece atendimento aos pacientes com sintoma agudo nas unidades de terapia intensiva (UTI) dos hospitais Maria José e Beneficência Portuguesa de Bauru.
Atualmente com atendimento matutino, o Ineb planeja aumentar a equipe e expandir os tratamentos para o período da tarde. Ainda segundo Aniela, para a equipe o horizonte é um só: investir no capital humano e torna-se referência internacional de alta confiabilidade em medicina especializada em nefrologia.
SERVIÇOS
Site: inebsaude.com.brFacebook: fb.com/inebsaudeE-mail: [email protected]: (14) 3012- 9600Endereço: Rua Batista Antônio de Ângelis, 1-49, Vila Regina,Bauru/SP
Equipe especializada e atendimento humanizado são diferenciais do Ineb
O Ineb possui o melhor ambiente para os tratamentos
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#COMPORTAMENTO
Eles conquistaram o que todoprofissional procura: reconhecimento.
Entretanto, manter as raízes parece estarentre as prioridades destes bauruenses
que estão sob os holofotes
TERRAFÉRTIL
Texto Tatiana SantosFotos Cristiano Zanardi e Divulgação
Ponte aérea. Ensaio. Gra-vação. A missão de ba-ter um papo com os “fi-lhos ilustres” de Bauru não parecia ser tão difí-
cil, até que os primeiros contatos co-meçaram a ser feitos. Também, não é para menos: com projeção nacional e reconhecimento em suas áreas, os bauruenses que estão ganhando o Brasil têm agenda lotada, com com-promissos de hora em hora. Recla-mação? Nenhuma. Pelo contrário, a gratidão que demonstram quando falam de suas trajetórias é latente, com doses de autocrítica e simplici-dade – substantivos que casam mui-to bem com quem não tem medo das origens no interior.
Dori Neto,
Relações Públicas
Lembro de todosos meus amigos, dasbagunças. No interior todo mundo é umagrande família, as
pessoas se importam mais com as outras e
isso não tem preço!
Juliano Dip é um dos repórteres do CQC da Rede Bandeirantes
65F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U
siões acabei trabalhando com ótimos pro-fissionais do mercado e essa é a melhor maneira de se começar uma carreira. Ra-lar muito, mas absorver tudo!”, relembra. Dori até pensou que poderia trabalhar para alguém em vez de construir o pró-prio negócio mas, nessas horas, a família é fundamental. Foi a família do RP, que ainda reside em terras bauruenses, que deu uma força para que o jovem recém--formado não desistisse dos objetivos.
NEM TUDO É FESTADori Neto já virou habitué das colu-
nas sociais (além da agência, ele também está por trás da festa Mais, um dos even-tos queridinhos da capital, em parceria com Sergio Amorim e Paola de Orleans e Bragança), e a universidade foi a por-ta de entrada para um mundo cheio de contatos. “Tive a sorte e a oportunidade de fazer uma boa faculdade na minha área e foi justamente nela que comecei a cultivar minha network e perceber que tinha facilidade em fazer amizade com pessoas novas. Logo no primeiro ano eu já frequentava a casa do Silvio Santos porque a Patricia Abravanel era minha colega de classe. Imagina isso para al-guém que tinha acabado de se mudar de Bauru... Vi que era lá (São Paulo) a ci-dade onde queria construir meu futuro profissional, porque realmente é o lugar das oportunidades.”
Apesar de se considerar privilegiado, Dori faz questão de comentar que a per-feição que se vê nas revistas faz parte do show, e está longe de ser realidade. Em outras palavras, ele, que está por dentro da rotina das celebridades, sabe mais do que ninguém que os dilemas da vida são iguais para todos. “E como manter os pés no chão?”, pergunto. A resposta vem sem hipocrisias: “Não vou dizer que não é legal frequentar lugares e boas fes-tas, viajar, ser bem recebido... Mas hoje eu separo muito o Dori do trabalho e o Dori fora dele. Fora do trabalho sempre serei um cara de Bauru que adora viver na simplicidade e ver filme, sentar com amigos, falar bobagem e poder curtir coisas nada badaladas”, comenta ele.
VOANDO ALTO“Amanhã faço ‘bate-volta’ para o Rio de
Janeiro e vou gravar com o Luciano Huck para o Caldeirão. Depois embarco em um navio, pois tenho um evento a bordo”. Esta é, praticamente, a rotina de Dori Neto. Nascido em Bauru, foi aqui que passou a infância e a adolescência, experiência que classifica como “um privilégio”. “Lembro de todos os meus amigos, das bagunças... No interior todo mundo é uma grande fa-mília, as pessoas se importam mais com as outras e isso não tem preço!”, comenta.
Uma espiada em seu perfil nas redes sociais revela um profissional de Relações Públicas que faz jus à formação: Fernan-da Paes Leme, Sabrina Sato e Carolina Magalhães estão lá, de rostinho colado, nas fotos com o RP.
Mas o que isso tem a ver com trabalho? Bem, depois de morar em Nova Iorque, onde trabalhou em diferentes eventos (na cobiçadíssima Semana de Moda, por exemplo), Dori, que aos 18 anos foi estu-dar publicidade em São Paulo, voltou ao Brasil cheio de ideias e muita vontade de fazer e acontecer. E aconteceu. Em 2009, abriu a agência DNRP, especializada em marketing de influência, o que significa “recrutar” influenciadores-chave (entre eles muitos artistas globais) para divulgar diferentes marcas.
Claro que o começo foi feito de muito suor. “Quando a gente se forma, fica meio perdido, pelo menos comigo foi assim (ri-sos). Então resolvi fazer de tudo relacio-nado a minha área para ver do que não gostava, o que foi muito bom! Nestas oca-
CUSTE O QUE CUSTAR?Juliano Dip nunca buscou a fama a
qualquer preço. Na verdade, o jornalista sempre se mostra muito surpreso com a repercussão de seu mais novo cargo. Agora repórter do CQC, no quadro Pro-teste Já, Dip se diverte ao falar sobre o poder da televisão, ou melhor, sobre as reações desencadeadas quando se está “dentro” dela. “Dia desses eu fui visitar a minha avó e depois soube que ela co-mentou com a minha mãe: ‘o Juliano continua o mesmo’. O que será que ela esperava?”, comenta, em referência ao estereótipo que se cria em torno daque-les que têm sua imagem rodeada pela ora amada, ora temida fama.
O fato é que não são necessários mui-tos minutos de conversa para perceber: se a rotina de trabalho se tornou insana, pouca coisa mudou na essência deste bauruense “família”, que quando está na cidade sempre tem um compromisso inadiável: o almoço de domingo com o pai, a mãe e o irmão.
Agora, se a malemolência de Juliano diante das câmeras – em seu quadro na Band, que exige sagacidade, agilidade de raciocínio e doses de humor – ganhou elogio dos críticos, não é errado dizer que o jornalista (e ator) fez a lição de casa. E sua paixão pela atuação nasceu na infância vivida em Bauru.
“A minha vizinha Maria Luiza orga-nizava umas apresentações de teatro, a gente colocava figurino, ensaiava, decorava texto. Fui percebendo que as pessoas deixavam o grupo e eu sempre continuava. Foi ali que vi que gostava muito daquilo”, recorda.
Chegado o momento da escolha pro-fissional, o conselho de mãe valeu a pena. Como quem já adivinhava o fu-turo, foi a “dona” Eliane quem orientou que o filho cursasse jornalismo, para ter uma formação paralela à carreira de ator. E o plano, que não foi tão pla-nejado assim, deu certo. “Tenho essa experiência de reportagem, que me ajuda nas abordagens, mas também te-nho essa coisa de ator... Então acredito que, para a seleção do CQC, tenha sido um diferencial”, afirma.
Dori com a atriz bauruense Tina Kara
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 566
#ENTRETENIMENTO
DESPRETENSIOSAMENTE“O Dan (Stulbach) trabalhava co-
migo na CBN, e quando soube que ele estaria na bancada, mandei um e-mail. Ele disse que também esta-va entrando no programa agora, que não sabia como seria, mas me apresentou pra uma pessoa que me ligou e me chamou pra fazer o tes-te. Fui seguindo com a vida, dando aulas, trabalhando na rádio, quando recebi a notícia de que tinha sido selecionado. Foi realmente uma sur-presa”. “E para quem você contou primeiro?”, questiono, já sabendo da resposta. “Para os meus pais, só eles sabiam do teste e foram os primeiros a saber que eu entraria para o pro-grama”, confirma.
Apesar de não se sentir tão con-fortável com o título de “filho ilustre”, Juliano nem tem como negar que sua atuação profissional ganha des-taque. “Tem muita gente competen-te que saiu de Bauru. Tenho colegas bauruenses de muitas áreas diferen-
tes, todos muito competentes, por isso essa questão de ‘filho ilustre’ é meio equivocada, e acontece talvez por que trabalho com televisão”, argumenta.
Mas, de fato, a cidade rendeu boas e muitas experiências. “Bauru me deu uma formação, minha experiên-cia em rádio e foi inclusive um colega de faculdade quem me deu a dica de procurar o estágio na Rádio Vatica-no na Itália (onde trabalhou por um ano). Bauru é tudo na minha carrei-ra”. Agora que a zona de conforto foi deixada de lado e o novo desafio já está sendo cumprido, resta saber onde Dip quer parar – mas essa res-posta ele ainda não tem.
“Nunca fiz planos para chegar ao CQC, aconteceu, não tive medo de arriscar. Agora tenho que curtir o momento. Sou meio camaleão, gos-to de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, então tomara que no futuro eu consiga continuar fazendo todas essas coisas que gosto fazer”.
Simples assim.
“Sempre conto essa
história. Certa vez, quan-
do eu ainda era um garoto
em Bauru, meus amigos
diziam que eu nunca se-
ria piloto. Mas minha mãe
contrariou todos eles e dis-
se que eu poderia ser o que
quisesse, desde que estu-
dasse muito, persistisse,
trabalhasse. E deu certo”.
Marcos Pontes,astronauta.
“Parece clichê, mas
tenho muito orgulho
em dizer que tive uma
infância muito saudável
em Bauru, costumo dizer
que fui privilegiado.
Quanto à carreira, não
tinha nenhum ator na
família, então tive que
enfrentar o meu pai, que
acabou cedendo quando
percebeu que ali estaria
meu futuro”.
Edson Celulari (foto),ator
67FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU
Texto Amanda RochaFoto Cristiano Zanardi
Meta é conseguir pagar funcionários que estão sem receber; campanhas dearrecadação de fundos estão em andamento
SAPABAINDA NA LUTA
é nossa responsabilidade. Como os funcionários estão sem o pagamento pararam de ir trabalhar e o meio foi transferi-las para outra instituição de qualidade e segurança. Conseguimos manter os grupos de irmãos juntos e garantir bem-estar. Mas é claro que isso acaba afetando a todos”. Márcia diz que o fato de não terem há algum tempo nenhuma criança ou adolescente com AIDS facilitou a transferência. Em breve uma reunião com a pasta da Saúde irá discutir o atendimento caso apareçam crianças soropositivas. “Fechamos o atendimento a idosos (no Seid) porque também era uma demanda do município e não o nosso foco”, pondera.
No momento, a prioridade é pagar os funcionários que estão sendo desligados. Dos 30 que constam da folha, apenas 13 continuam trabalhando. “Estamos em processo de demissão e a partir do dia 18 de abril começamos a pagar as rescisões, tentaremos acordos e convocamos a comunidade para nossas campanhas”.
CAMPANHA DOSMIL SOLIDÁRIOS A coordenadora salienta que depois
das reportagens que saíram na mídia doações chegaram, mas ainda é pouco. “Conseguimos pagar contas de água e luz e também auxilio para o pagamento
do aluguel da nova sede administrativa”.A campanha Mil Solidários está
em andamento e espera atingir cem pessoas com doações de 100 reais. “Se conseguirmos atingir os mil, pagamos os funcionários”. A Sapab mantém a campanha Rede Solidária com contribuições a partir de R$ 10. No final de abril, uma pastelada está programada para arrecadar fundos.
ERRATA Diferentemente do informado na última edição da Az!, a escritora de nome fictício Renata não é
soropositiva e sim seu pai.
SERVIÇO Para ser voluntárioda Sapab ligue para:
(14) 3226-2006 ou vádireto ao novo endereço
da sede: rua Inconfidência, 2-27 (em frente ao Cips). Para fazer uma doação
deposite no Banco Santander, conta:
130053066, agência: 0004.
A Sapab (Sociedade de Apoio à Pessoa com AIDS de Bauru), única entidade no atendimento a portadores de HIV
do município, acaba de encerrar dois importantes serviços devido à séria crise financeira pela qual passa a instituição. O Lar Social Cori, que acolhia crianças e adolescentes soropositivos, grupos de irmãos sem o vírus e o Seid (Serviço de Proteção Social Especial para pessoas com deficiência, idosos e suas famílias e pessoas convivendo com HIV/AIDS) foram extintos. Em nossa última edição, mostramos a problemática vivenciada pela entidade e a importância do atendimento para a cidade. A Sapab ainda não conseguiu quitar os custos do ano de 2014, o prejuízo já soma R$110 mil; por estarem inadimplentes a Prefeitura de Bauru foi obrigada a cancelar os convênios que mantinham estes serviços.
Segundo Márcia Pereira da Silva, coordenadora administrativa da Sapab, o atendimento continua na Casa de Apoio Adulto Núcleo de Apoio PositHIVo (NAP), espaço que acolhe no momento sete adultos soropositivos de ambos os sexos, além de atividades de prevenção a comunidade.
“As crianças continuam tuteladas a entidade e qualquer coisa que aconteça
Márcia Pereira da Silva, coordenadora da Sapab
R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 568
#SOCIAL
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R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 570
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Evento de lançamento dia 23 de abril de 2015.
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R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 574
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INAUGURAÇÃOBAOBÁ BABY, KIDS & TEENS
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VOCÊ CURTEE GANHA PRÊMIOS
Quem acompanha a Revista Az! no fa-cebook pode aparecer aqui na edição impressa. E, além disso, ganhar prê-mios. Foi o caso de Luciane Melges Gre-golin (foto acima) e de Nathalia Moura (foto abaixo). Luciane participou de promoção da Ótica Diniz, curtiu, com-partilhou e ganhou um óculos Ray Ban! Já Nathalia, fez o mesmo e ganhou um belo Nacho Supreme no Taco Cabana e foi saborear com Thiago de Souza. Então, não perca tempo! Entre no face, curta a Revista Az!, participe das pro-moções e ganhe prêmios!
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R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 576
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R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 578
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R E V I S TA A Z ! | M A R Ç O 2 0 1 580
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R E V I S TA A Z ! | M A R Ç O 2 0 1 5
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R E V I S TA A Z ! | A B R I L 2 0 1 5
#TIRANDO O CHAPÉU
82
Chinelo
AntonioPedroso Junior,
o Chinelo, éescritor filiado a União Brasileira
de Escritores– UBE. Autor de diversos
livros, entre eles Subversivos Anônimos e
Sargento Darcy, Lugar Tenente
de Lamarca
Em um período em que o nosso No-rusca está atravessando dificuldades e preparando-se para disputar pela primeira vez em sua história a série B
do Campeonato Paulista, ou trocando em miúdos, a quarta divisão, os noroestinos da velha guarda, recordam com um misto de saudades e tristeza os grandes times e, sobretudo, dos craques do pas-sado que marcaram época defendendo a cami-sa vermelha da outrora maquininha vermelha. Entretanto, hoje, quero resgatar a história de um dos maiores craques que vestiram a camisa do No-rusca, e que aqui continua residindo. José Carlos Coelho, ou simplesmente, Zé Carlos, que veio da Portuguesa de Desportos para cá, em 1960, per-manecendo como titular absoluto até 1966.
Veio e ficou residindo até hoje na Vila Falcão, não muito distante do Estádio Alfredo de Castilho. Aliás, na inauguração deste estádio, no distante
5 de julho de 1960, o Noroeste venceu o Palmeiras por 3 a 2, em jogo amistoso e o primeiro gol do então novo estádio foi de Zé Carlos. Depois, em 1966, na inauguração dos refletores do estádio, novo amistoso contra o Palmeiras e novamente Zé deixava sua marca nas redes adversarias.
Zé Carlos é um jogador de futebol diferenciado, preocupado com questões sociais, culto e informa-do. Carnavalesco, alegre, e sempre antenado com as coisas que ocorrem no Brasil e no mundo. Em uma entrevista em 2010, Zé afirmou que gostaria de ter lido mais sobre os grandes homens que o mundo teve, declinando sua admiração por Ghan-di pelo fato deste ter realizado uma revolução sem usar uma bala, sem violência e que unificou o povo indiano, é algo fantástico. Iniciamos nossa colaboração com a Az!, tentando resgatar um pou-co da história desta figura humana fantástica. Ao Zé Carlos, as nossas sinceras homenagens.
JOSÉ CARLOS COELHO
José Carlos Coelho com duas de suas paixões: camisa do Noroeste e a bola de futebol