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Avançam aspesquisasgenéticas PÁGINAS 4,5, 6 e 7
Avançam aspesquisasgenéticas PÁGINAS 4,5, 6 e 7
www.pucrs.br/pucinformacaoPublicação da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano
XXIII – Nº 101 – Setembro-Outubro/2000
www.pucrs.br/pucinformacaoPublicação da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul
Assessoria de Comunicação Social – Ano XXIII – Nº 101 –
Setembro-Outubro/2000
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Reitor: Norberto Francisco Rauch • Vice-Reitor: Joaquim Clotet •
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PUCRS Informação: Carlos Alberto Carvalho – Reg. Prof. 1276 •
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– Rio Grande do Sul - Brasil
2PUCRS Expe
dien
te
Morre diretordo Institutode CulturaHispânica
Clotet (esq.), Hochscheidt e Arbués
Ir. Dionísio Fuertes Alvarez, diretor do Ins-tituto de Cultura
Hispânica do Rio Grande doSul e professor emérito da PUCRS, faleceu
aos87 anos. Natural de León, na Espanha, Ir.Dionísio realizou sua
formação marista na Itá-lia e, atendendo ao chamado
institucional,veio para o Brasil em 1930. Um ano depoiscomeçou a
lecionar no Colégio Nossa Senhorado Rosário, em Porto Alegre. Em
1945, vincu-lou-se à PUCRS, onde lecionou várias disci-plinas,
entre elas a de Cultura Hispânica atéabril deste ano.
Ir. Dionísio foi um dos fundadores, em1956, e diretor, nos
últimos 35 anos, do Ins-tituto de Cultura Hispânica do Rio Grande
doSul. Também dirigiu por duas décadas e con-tribuiu para o
planejamento e organização daBiblioteca Irmão José Otão da
Universidade.Foi condecorado cidadão de Porto Alegre egaúcho
honorário. Escreveu os livros de poe-mas Salmos do Silêncio, Terra
Habitada, CasaDourada e Escuro Labirinto. Pelos méritos
li-terários, era membro da Academia Rio-Gran-dense de Letras desde
1968.
Superior Geral dosMaristas visita a PUCRS
Clotet, no exercício da Reitoria, e pelo Pro-vincial, Ir. Lauro
Hochscheidt, da ProvínciaMarista de Porto Alegre.
Arbués conheceu detalhes sobre as áreasde Ensino de Graduação,
Pesquisa e Pós-Gra-duação, Assuntos Comunitários, Extensão
Uni-versitária e Administração e as principais ini-ciativas
desenvolvidas pela Universidade, es-pecialmente na área social.
Foram apresenta-das também as ações do Hospital São Lucas,Projeto
Solidariedade, Pastoral Universitária eo ensino de Cultura
Religiosa na Instituição.
"Toda universidade deve formar pessoas ca-pacitadas a serem
líderes sociais. Mas a missãoda PUCRS é maior, deve formar
profissionaisbem preparados para o Brasil e bons cristãos",declarou
o Superior Geral dos Maristas. Confor-me Arbués, o ensino superior
deve formar aconsciência da solidariedade. "Sinto-me alegrepelo que
vocês estão oferecendo. Precisa-se depessoas com alma".
Em visita ao Rio Grande do Sul por oca-sião das comemorações dos
100 anos da pre-sença marista no Sul do Brasil, Ir. BenitoArbués,
Superior Geral dos Irmãos Maristas,esteve na PUCRS. Na
oportunidade, foi recep-cionado pelo Vice-Reitor Ir. JoaquimPe
lo C
ampu
sIr. Dionísio (dir.) chegou ao Brasil em 1930
-
3
José Fernando Azevedo, supervisor da AgênciaExperimental de
Publicidade e Propaganda, queestá desenvolvendo o trabalho.
“Organização eacesso rápido são algumas das vantagens”,
com-plementa Azevedo.
Os conteúdos podem ser procurados pelo aces-so direto ou pelos
menus: Conheça a PUCRS,Administração Superior, Unidades
Universitárias,Órgãos Suplementares, Vestibular 2000 e CanalPUCRS.
Também consta na homepage um link paraa Biblioteca Central. Outra
novidade é o mapa dosite, com dupla função. A representação
gráficado Campus mostra a localização das diferentesunidades
universitárias e remete aos endereços naInternet.
A maioria das páginas foi gerada em HTML(linguagem de
programação para montar sites naInternet) e fez uso de recursos
visuais como oflash (programa que permite a criação de efeitos,em
tecnologia multimídia) e o javascript (lingua-gem de programação
que traz técnicas adicionais,como palavras que acendem ao passar
com o mou-se possibilitando ao usuário interagir).
A página da PUCRS na Internet foi reformuladacom o objetivo de
se tornar mais dinâmica eobjetiva. O novo design proporciona uma
identi-dade visual para o site, utilizando a cor padrão(azul), o
brasão da Universidade e a marca PUCRSparte da sua vida. "Buscamos
dar unidade às pági-nas e apresentá-las de forma agradável",
explica
Site da PUCRS ficou mais dinâmico
Pelo Campus
Uma exposição de painéis que resgatam par-te da história da
Universidade contada nas pági-nas da Revista PUCRS Informação
comemorou a100ª edição do veículo. A publicação começou acircular
em 1978 como boletim, evoluiu parajornal até chegar ao atual
estágio de revista.Promovida pela Assessoria de Comunicação
Soci-al, a exposição ocupou o saguão do prédio daReitoria durante a
segunda quinzena de agosto.
Os painéis mostram fatos marcantes na traje-tória da
Universidade registrados nas diversasfases de PUCRS Informação. Até
alcançar cemedições, a publicação mudou várias vezes de for-mato,
periodicidade, projetos gráfico e editorial,procurando atender seus
diversos públicos. Atu-almente, a revista é bimestral, tem tiragem
de40 mil exemplares e suas matérias também po-dem ser acessadas
pela Internet no sitewww.pucrs.br/pucinformacao.
O abertura da exposição foi realizada peloReitor Norberto Rauch
que salientou a importân-cia do veículo e sua constante
qualificação. O
Nova página na Internet
evento contou ainda com palestra do jornalistaMarco Antônio
Kraemer, gerente de Relações Pú-blicas e Governamentais da GM,
abordando o temaInstituição e Imprensa: a importância de um
re-lacionamento eficaz.
Painéis resgatam a história da publicação
A trajetória daPUCRS Informação
-
por PAULA OLIVEIRA DE SÁ
Pode influenciaro equilíbrio dosistemaimunológico, quevaria
entre osextremosinflamatório eantiinflamatório
Quando o assunto é saúde, quem nãogostaria de saber se tem
predisposiçãopara uma doença e tentar evitar o seuaparecimento?
Felizmente, hoje já é pos-sível investigar alguns dos genes
envol-vidos em certos males que atingem o ho-mem. A PUCRS
desenvolve pesquisas nes-ta área e se prepara para ingressar
noséculo 21 detectando genes relacionadosa enfermidades comocâncer,
trombose, arte-riosclerose, osteoporo-se e doenças
neurode-generativas.
No momento, oInstituto de Geriatriae Gerontologia, Insti-tuto de
Pesquisas Bio-médicas, as faculdadesde Medicina, Biociên-cias,
Farmácia e o Hospital São Lucas,empenham-se nos estudos ligados à
ques-tão. Os testes se baseiam na análise doexame de DNA (material
genético herda-do que se encontra no núcleo da célulae determina as
características de cada in-divíduo, como cor dos olhos e da pele
e
Unidade hereditária,situada no cromossomo,
que determina ascaracterísticas de um
indivíduo
Capa
Testes se baseiamna análise do
exame de DNA
PUCRS investe noestudode genes
Os avançossignificativos dagenética humana estãocausando um
grandeimpacto na medicina
as doenças). O exame permite identificara suscetibilidade a
problemas genéticosajudando a preveni-los ou tratá-los.
Os avanços significativos da genéticahumana nas ultimas décadas
estão pro-piciando um grande impacto na medici-na. A recente
conclusão do seqüencia-mento do genoma humano, isto é, dasbases do
DNA de cada cromossomo, apre-
senta um desafioainda maior: o dedesvendar as por-ções
responsáveispelos caracteres ge-néticos, suas fun-ções e
regulações.Os progressos talvezpermitam que, naspróximas décadas,as
pessoas carre-
guem um cartão registrando todas as in-formações sobre seu
material genético.Com base no conhecimento desta peculia-ridade de
cada um, o médico ou o far-macêutico poderá adequar medicamentose
dosagens a cada paciente.
A bióloga Cristina Bonorino, profes-sora da Faculdade de
Biociências da Uni-versidade, realiza pesquisas no Laborató-rio de
Imunorreumatologia, localizado noInstituto de Pesquisas Biomédicas
noHospital da PUCRS. O estudo se caracte-riza pela clonagem e
expressão (estudoda síntese da proteína) de genes deHSP70 , uma
proteína fundamental para
-
É o meio de transportede segmentos de DNAespecíficos para
dentrode uma célula,geralmente vírus oulipossomas
1
5
A genética não trarátodas as respostas, masos fatores ambientais
eculturais têm forteinfluência na vida e nocomportamento daherança
genética
EXAME DE DNAIDENTIFICASUSCETIBILIDADEA PROBLEMASGENÉTICOS 2
PUCRSPARTICIPARÁDO CENTRO DETERAPIAGÊNICA DO RS 3
TERAPIAGÊNICASUBSTITUIGENES DOENTESPOR SAUDÁVEIS
Terapia gênica éuma nova formade tratamentopara diferentestipos
de doenças
o sistema imune em bactérias e célulashumanas. “Quando ficamos
doentes e te-mos febre, por exemplo, estas proteí-nas ajudam o
organismo a se protegerdos danos causados por
temperaturaselevadas”, explica Cristina.
A proteína está sendo utilizada comobase para desenvolver um
exame de san-gue que não existe no Brasil e auxiliaráa diagnosticar
um tipo especial de sur-dez, com origem auto-imune. A desco-berta
está em processo de patenteamen-to. “Também estamostestando a
HSP70como estimulantenuma vacina genéti-ca, feita com DNA,como
serão as futurasvacinas”, esclarece abióloga.
A PUCRS participaatualmente de umgrupo de instituiçõesque visa
criar um Cen-tro de Terapia Gênica no Estado. O re-presentante pela
PUCRS é o neurologis-ta Jaderson da Costa, diretor do Insti-tuto de
Pesquisas Biomédicas da PUCRS.O grupo também conta com
participan-tes da Secretaria de Ciência e Tecnolo-gia do Estado. A
terapia gênica é umanova forma de tratamento para diferen-tes tipos
de doenças. Baseia-se na in-trodução de genes normais com o
obje-tivo de substituir, corrigir ou comple-mentar genes alterados.
Atualmente éum procedimento experimental. Os tra-balhos estudados,
em sua maioria, estãovoltados para certos tipos de câncer,doenças
cardiovasculares e alguns dis-túrbios genéticos.
A equipe da bióloga Cristina está en-gajada num projeto, em
conjunto com aUFRGS, submetido à Fapergs e ao CNPq,
para iniciar um protocolo de terapia gê-nica num modelo de
imunodeficiênciacanina. O trabalho permitirá a constru-ção de um
vetor para inserir genes eexpressá-los em células mamíferas.
Ospesquisadores do Instituto de PesquisasBiomédicas serão
responsáveis pelas eta-pas de preparação do DNA com o geneque
corrige a doença imune em cachor-ros, isolando células caninas e
trans-formando-as.
No Laboratório de Biologia Molecu-lar do Instituto dePesquisas
Biomédi-cas, a farmacêuticaRosane MachadoScheibe estuda ge-nes
envolvidos napredisposição adoenças multifato-riais como demên-cia
de Alzheimer,trombose e doençascardiovasculares.
Outro projeto envolve uma enfermidadegenética bastante severa
que afeta me-ninos, a distrofia muscular de Duchenne.A doença é
transmitida por mulheres por-tadoras, ou seja, que contêm um
cro-mossoma normal e um alterado. Rosaneexplica que, como não há
tratamento,identificar a alteração se torna impor-tante para a
prevenção da doença.
O Centro de Pesquisa de Mama daPUCRS, chefiado pelo
mastologis-ta Antonio Frasson, desenvol-ve pesquisas populacionais
so-bre a relação de câncer demama com fatores ambientais,como a
nutrição associada apolimorfismos genéticos. Umdos genes estudados
pelo pes-quisador é o de uma enzimaanti-oxidante produzida pelo
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organismo, chamada Superóxido Dismutase. Masexistem mulheres com
determinado tipo de ge-nótipo (material genético), que produzem
umaenzima menos funcional. Neste caso, se elascomem poucos vegetais
e frutas, têm quatrovezes mais chance de contrair câncer de
mama.
Os pesquisadores pretendem descobrir se amaior freqüência deste
genótipo na popula-ção gaúcha – consumidora de muita carne epoucas
verduras, legumes e frutas – não seriauma das causas do grande
número de casosde câncer de mama no Estado. A tese de dou-torado da
bióloga Maristela Taufer responderáem breve essa hipótese.
Investigação parale-la, associando o gene de enzima anti-oxidan-te
ao câncer de próstata, também está sendo
conduzida pela pesquisadora e pelo urologistaGustavo Sá.
“Assistimos ao nascimento de uma nova áreacientífica e
farmacogenética”, observa a biólo-ga Ivana da Cruz. “A genética,
entretanto, nãotrará todas as respostas, mas os fatores ambien-tais
e culturais têm forte influência na vida e nocomportamento da
herança genética”. Há aindao temor de que o conhecimento
proporcionadopelo Projeto Genoma seja mal empregado. Com-panhias de
seguro poderiam exigir o mapa ge-nético de um potencial cliente
para avaliar orisco de doenças de tratamento dispendioso.Casais
escolheriam as características do filhodesejado. Tais perspectivas
levam a antever osgrandes dilemas éticos do século 21.
4ª- Submete-se oDNA a umacorrente elétrica,(para
melhorvisualizá-lo)usando para issoum gel. Depois,pode-se
observá-lo usando umcorante que seliga ao DNA etorna-o visível em
luz ultravioleta
O DNA agora está pronto para ser usado no diagnóstico de
variantesgenéticas relacionadas com doenças ou outras
características, pormeio de técnicas que amplificam os genes
2ª- Com o auxílio decentrífugas, detergentese água quente, as
célulasbrancas do sangue sãorompidas e o DNA é obtido
1ª- Extração de uma amostra de sangue 3ª- Para visualizar o DNA
recém-extraído,coloca-se álcool gelado na solução. Em contatocom o
álcool, o DNA se aglomera, precipita-se efica no fundo do tubo,
permitindo que se possaobservá-lo a olho nu. O resultado é uma
massaesbranquiçada contendo milhões de cópiasdo material
genético
Etapas da extração de DNA, no Laboratório do Institutode
Geriatria e Gerontologia da PUCRS:
COMO É EXTRAÍDO O DNA
Capa
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RESULTADOS OBTIDOSATÉ AGORA
Pessoas com variante DDparecem ser mais suscetíveisà doença
cardiovascular
Pessoas que herdam oalelo A estão maisprotegidas contra as
doençascardiovasculares
Não mostraram vantagem anenhuma das variantesgenéticas
Em fase de análises.Resultados preliminaresprevistos para
2001
Em fase de análises.Resultados preliminaresprevistos para
2001
Estudo com idosos deVeranópolis mostrou que oestilo de vida pode
diminuiros efeitos negativos daspessoas que possuem o aleloE4
Mutações de Leiden e naprotrombina estãoassociadas à
trombose
Verificação da mutaçãoauxilia na prevenção dadoença
Estudo piloto indicou umaassociação entre este alelo eo
desenvolvimento de câncerde colo uterino em presençade HPV
QUEMPESQUISA
IPBFaMedIGG
IGGPG em ClínicaMédicaFaBio
IGG
FaBioIGG
FaBio
IGG, HSL,PG em ClínicaMédicaPG emGerontologiaBiomédica
IPB
IPB
IPB
GENES
AGT(angiotensinogênio)e ECA (enzima conversorade
angiotensina)
Estudo do gene daenzimaPDK4
Gene da enzima PON1
Gene do NOS
Gene GPBS
Gene da proteína APOE
Fator V e Protombina
Distrofina
HLA DQBG1
PESQUISAS QUERELACIONAM
VARIANTES GENÉTICAS
Doenças cardiovascularese longevidade
Doenças cardiovasculares
Doenças cardiovasculares
Operação coronária etratamento contra infecçãogeneralizada
(septicemia)
Herança de capacidadevasodilatadora
Doenças demenciais ecardiovasculares,osteoporose e
longevidade
Trombose
Distrofia Muscular deDuchenne
Suscetibilidade à infecçãopelo papilomavírushumano, envolvido
nodesenvolvimento de câncerde cérvice uterina
Instituto de Pesquisas Biomédicas (IPB), Faculdade de Medicina
(FaMed),Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG),Pós-Graduação
(PG), Faculdade de Biociências (FaBio) e Hospital São Lucas
(HSL)
GENES PESQUISADOS PELA PUCRS
Estudosenvolvem
várias áreas daUniversidade
Alguns dos genes, responsáveis ou associados a doenças, que
estãosendo estudados pelos pesquisadores da Universidade:
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Pesquisa em Foco
A ditadura militar no Brasil foiuma época de censura para
aimprensa. A dissertação de mestradoA guerrilha do riso. Humor x
Canhãona ditadura militar brasileira,defendida pelo professor
MarcoAntônio Villalobos, no Pós-graduação em História da
PUCRS,analisou o período a partir do pontode vista humorístico do
jornalistagaúcho Carlos Nobre. A obra será
publicada em breve, pela editoraMercado Aberto.
O objeto de estudo foram todasas colunas de Nobre
publicadasdesde 1963, período anterior aogolpe de Estado que depôs
JoãoGoulart, até o início da NovaRepública, em março de 1985.
Marcos centrou sua abordagemna maneira como a ditadura
militarbrasileira foi criticada. "O jornalistaCarlos Nobre
encontrou no humor, amunição para fustigar, sem tréguas,um regime
político com o qualclaramente não concordava",destaca o docente. Na
opinião doprofessor, apesar de nãoenvelhecerem na essência,
asmanifestações humorísticasevoluem. Uma das linhas
dedesenvolvimento da sátira do século20 serviu para julgar as
ditaduras,ridicularizar mitos sociais e coerçõesreligiosas.
As 7.310 colunas de Carlos Nobreforam publicadas nos jornais
ÚltimaHora, Folha da Tarde e Zero Hora.Uma das marcas registradas
dacoluna era a foto diária de mulheresbonitas e sensuais,
sempreacompanhadas por uma mensagemsubliminar ou mesmo direta
emaliciosa. Marcos selecionou aspiadas referentes a
questõespolíticas por temas. A divisãocontemplou observações
sobreproblemas políticos, repressão, aação dos estudantes contra o
novogoverno, problemas econômicos,personagens da
revolução,especialmente os cinco presidentesmilitares, o ministro
Delfim Netto eo deputado paulista Paulo Maluf.Também foram
destacados osataques aos problemas sociais e àsquestões
militares.
MARCOANTÔNIOVILLALOBOSProfessor daFaculdade
deComunicaçãoSocial
O riso como armapara enfrentar aditadura
Foto: Arquivo Pessoal
Colunas deCarlos Nobrepublicadasem Zero Hora,em 1965
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NOVOS MESTRES E DOUTORESAutora: Vera Müller, professora da
Faculdade de LetrasDissertação: O uso de dicionários como recurso
pedagógico na salade aula de língua estrangeiraLocal da defesa:
Instituto de Letras da UFRGS
Autor: Paulo Anselmo Ziani Suarez, professor da Faculdade de
QuímicaDoutorado: Preparação e caracterização de materiais iônicos
e sua utilizaçãocomo meio reacional em processos catalíticosLocal
da defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Autor: Conrado Abreu Chagas, professor da Faculdade de
LetrasDissertação: A sintaxe verbal na tradição gerativa: uma
resenha críticaLocal da defesa: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
Autor: Paulo César Santana Nunes, professor da Faculdade de
Ciências Políticase EconômicasDissertação: Balanço social dos
bancosLocal da defesa: Pós-graduação em Ciências Políticas e
Econômicas da PUCRS
Autor: José Roberto Meister Mussnich, professor da Faculdadede
Ciências Políticas e EconômicasDissertação: Marketing de
relacionamento no varejoLocal da defesa: Pós-graduação em Ciências
Políticas e Econômicas da PUCRS
Autor: Paulo Renato Figueiredo Ferreira, professor da Faculdade
de OdontologiaTese: Efeito protetor do tocoferol (vitamina E) na
estomatite radioinduzida:um ensaio clínico randomizado e
duplo-cegoLocal da defesa: Pós-graduação em Clínica Médica da
Faculdade de Medicina da UFRGS
Autora: Vera Regina Silva da Silva, professora da Faculdade de
LetrasDissertação: Caracterização de competências de um melhor
professor de língua espanholasegundo testemunho de docentesLocal da
Defesa: Pós-graduação da Faculdade de Educação da PUCRS
Autor: Mário Sérgio Fernandes, professor da Faculdade de
MedicinaDissertação: Observações preliminares sobre a segurança e a
atividade anti-tumoral dacombinação do agente hipometilador do DNA
Decitabina com Daunorubicina comotratamento de primeira linha em
pacientes com leucemia mielóide agudaLocal da defesa: Pós-graduação
em Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFRGS
As empresas exportadorasgaúchas, em sua maioria, atuamno ramo de
calçados, veículos emáquinas. Existem há duas décadas,têm tamanho
médio (até 499funcionários), não utilizam toda asua capacidade
produtiva e são poucocompetitivas - preferem destinar aexportação
para mercados próximos etradicionais. Quase não adotamparcerias,
convênios e estratégias decomercialização, não planejam
suasexportações - grande parte atende apedidos - e não julgam
importantedivulgar e ter uma boa rede dedistribuição de seus
produtos noexterior.
"Falta ao empresário gaúcho criaruma mentalidade exportadora.
Aindahá pouco conhecimento e preparopara atuar no mercado
internacional,que é visto como complementar aointerno", define a
professora daPUCRS Dionise Magna Juchem, autorada tese de doutorado
O perfil daempresa exportadora gaúcha:estratégia e ação, defendida
naUniversidad de Léon, Espanha, onderecebeu distinção especial de
láurea,"Sobresaliente Cum Laude" .
A pesquisa foi realizada durantetrês anos, investigando parte
douniverso das 1.450 empresas queexportam continuamente no
RioGrande do Sul, sendo responsáveis por12% do Produto Interno
Bruto (PIB)gaúcho. Apesar do perfil poucoagressivo de seus negócios
em termosde exportações, 40% dos empresáriosentrevistados
consideram aglobalização um benefício e estãopreocupados em
melhorar a qualidadede seus produtos, informatizarprocessos e
comprar novosequipamentos.
Mais de 60% das companhias têmdepartamento de comércio
exterior,mas geralmente são setores poucoatuantes na busca de
mercados,
estratégias, planejamento, promoçãoe publicidade. Um bom exemplo
dissoé o pouco que o Estado exporta paraa União Européia e o Nafta,
secomparado ao Mercosul. "Asempresas exportadoras poderiamvender
mais para esses dois primeirosblocos econômicos se
elaborassemestratégias efetivas a longo prazo",observa Dionise.
A exportação é a primeira etapade internacionalização de
umaempresa, pois gera, num curtoespaço de tempo
empregos,desenvolvimento, aumento do PIB,além de trazer
modernização àempresa, à região e ao país. "Amudança de mentalidade
doempresariado só virá com um esforçoconjunto de órgãos
governamentais,entidades de classe e universidades",conclui Dionise
Juchem.
O perfil da empresaexportadora gaúcha
DIONISEMAGNA
JUCHEMProfessora dasfaculdades de
Administração,Contabilidade e
Economia, CiênciasAeronáuticas e doPós-Graduação em
SecretariadoExecutivo
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Saúd
e
por PAULA OLIVEIRA DE SÁ
O implante desementes
radioativas écontrolado
pelo ultra-som
O Serviço de Braquiterapia da SaintLouis Griffon, inaugurado no
Centro Clínicoda PUCRS, trata o câncer de próstata comsementes de
iodo radioativo introduzidas naglândula e orientadas sob controle
de eco-grafia. O índice de cura, em torno de 90%,é semelhante ao da
radioterapia externa eao da cirurgia. O novo serviço é resultadode
um intercâmbio científico entre o Hospi-tal São Lucas da PUCRS e o
Detroit MedicalCenter, da Wayne State University (EUA). Ométodo vem
obtendo crescente aceitaçãointernacional, graças ao elevado índice
decontrole local da doença, preservação dacontinência urinária e
diminuição da impo-tência sexual.
Todos os casos são estudados e discutidospelos médicos da Wayne
State University ecolegas brasileiros, entre os quais urologistasde
outros hospitais que encaminham seus pa-cientes.
A braquiterapiaconsiste na
colocação depequenas fontes de
iodo radioativo,dentro da próstata,
para destruir ascélulas cancerosas
Novo tratamento para ocâncer de próstata
Foto
: Arq
uivo
Pes
soal
O procedimento consiste na colocaçãode várias sementes de iodo
dentro da prós-tata, utilizando agulhas especiais introdu-zidas
através do períneo e orientadas pelavisão direta do ultra-som. A
braquiterapiapara o câncer de próstata pode ser execu-tada de forma
isolada ou associada à radio-terapia. Nos EUA, o método é
desenvolvidohá cerca de 10 anos.
Antes de ser iniciado o tratamento, rea-liza-se um estudo da
próstata por meio deum ultra-som que fotografa suas imagens.Elas
são transferidas para o computador que,alimentado com software
especialmente de-senvolvido para a técnica, definirá, confor-me o
caso, o número ideal de sementes e aperfeita posição das fontes
radioativas den-tro da próstata.
As taxas de complicações dos implantesde sementes radioativas
são menores que asda cirurgia e da radioterapia. Depois do
im-plante, apenas 5% dos pacientes que nãofizeram uma cirurgia
prévia de próstata te-rão incontinência urinária e 15% dos ho-mens
tratados, com menos de 70 anos, apre-sentarão impotência sexual. Os
pacientespodem retornar à atividade normal (incluin-do trabalho)
dentro de um a três dias, compouca ou nenhuma dor.
SERVIÇO DE BRAQUITERAPIADA SAINT LOUIS GRIFFON
Local: 1º andar, sala 109, Centro Clínico da PUCRSAtendimento:
segunda, terça e sexta-feira, das 10h às 12hInformações: (51)
339-4260 e 336-1043
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Atletas veteranas estão mais protegidas
grupo de atletas veteranas da Sociedade Gi-nástica de Porto
Alegre (Sogipa). As outras 21nunca haviam praticado esporte de
forma re-gular. A avaliação, realizada no Laboratório
deDesintometria Óssea do HSL, constatou densi-dade superior em
todas as regiões do esquele-to das mulheres que praticavam
voleibol. “Ati-vidades físicas de impacto no chão, como ovôlei, são
capazes de reforçar ou manter aestrutura dos ossos", afirma
Karam.
Segundo o ortopedista, na segunda dé-cada de vida os exercícios
de impacto au-mentam o pico de massa óssea (máxima den-sidade e
força dos ossos, ocorrido por voltados 20 aos 35 anos). Isso
significa uma re-serva para a fragilização que geralmente ocor-re
numa idade avançada, quando o esportecontribui apenas para a
conservação do teci-do esquelético. E lembra: "A atividade físicana
menopausa é apenas um complemento dareposição hormonal e de uma
dieta rica emcálcio, fundamentais quando o assunto é com-bater a
osteoporose".
Mulheres que praticam esportes de impac-to, como o voleibol, têm
cerca de 20% a maisde massa óssea e, assim, menos chance
dedesenvolver osteoporose . Esta foi uma dasconclusões da pesquisa
de mestrado desen-volvida pelo ortopedista Francisco Karam,
doHospital São Lucas (HSL) da PUCRS.
O médico examinou 42 mulheres com maisde 60 anos. Metade delas
foram jogadoras devôlei entre os 10 e 19 anos e pertenciam a um
Provoca adiminuição da
consistência dosossos, tornando-os
porosos e maisfrágeis. Evolui
quase sempre semapresentar
sintomas e ocorreprincipalmente
nas mulheresdepois da
menopausa,quando há uma
redução da açãoprotetora do
hormônioestrógeno
Dieta leva à longevidadecomo a hipófise, tireóide e pâncreas.
Issosignifica que alguns genes ligados às altera-ções
características do envelhecimento teri-am uma ativação ou
desativação diferente emratos ad libitum e em ratos com dieta
restrita.
Conforme o pesquisador, os resultados doestudo não podem ser
transferidos direta-mente aos seres humanos. “O recomendávelpara os
homens seria uma dieta equilibrada,com todos os nutrientes
necessários, só queem quantidade menor daquela que provoca
asensação de barriga cheia", aconselha EmílioJeckel Neto.
Jeckel faz oestudo em ratos
Emílio Jeckel Neto, biólogo e pesquisadordo Instituto de
Geriatria e Gerontologia daPUCRS, está estudando como uma dieta
restri-ta pode aumentar a longevidade de ratos. Du-rante a
pesquisa, foi possível observar que osratos de laboratório que
recebem dietaad libitum vivem de 20% a 40% menos do queos que comem
apenas 60% do volume diárioingerido pelos outros. Segundo o
pesquisador,isso ocorre porque os animais criados em cati-veiro têm
um estilo de vida muito diferentedaqueles silvestres da mesma
espécie, que pre-cisam buscar seu próprio alimento.
Até o momento, a única manipulação quemostrou a capacidade de
afetar a longevidadeem animais homeotermos , modificando otempo
máximo de vida, foi a restrição dedieta. O efeito de ter a ração
diminuída nãose explica apenas pelo fato de os animaisapresentarem
menos doenças graves, comocâncer, e viverem mais. A restrição de
dietaprovoca uma alteração drástica na produçãode alguns tipos de
hormônios de glândulas
Animais detemperatura
constante,impropriamentedenominados de
sangue quente
Animais quetêm alimentodisponível em
grandequantidade
até seremsaciados
Foto
: Di
vulg
ação
Voleibol diminui os riscos daosteoporose
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12
Doentes com Aidsdeverão tomarmenos remédiosS
aúde
HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR
Cândida Neves participoude conferência
na África do Sul
Deflagrou uma campanhamundial, capitaneada pela
Organização Mundial de Saúde(OMS), para diminuir o númerode
casos na África. De cada trêspessoas infectadas no planeta,duas são
africanas. A OMS estápreocupada, sobretudo, com atransmissão da
doença da mãe
para o bebê, ainda no útero. Nocontinente africano nascem
1.800 crianças infectadas, pordia. Com o valor de um
refrigerante e de um sanduícheé possível tratar três
mulheres
grávidas com Aids
que tomavam o coquetel e atingiam oponto alto da terapia (carga
viral in-detectável), quando interrompiam amedicação, mesmo
involuntariamente,a doença permanecia estabilizada.
Experimentos realizados nos EUAagora tentam definir quanto tempo
ousuário pode ficar sem remédios, evi-tando que interrupções tornem
o ví-rus mais resistente. "Os benefícios se-rão a melhor aderência
do paciente àterapia, diminuição de efeitos colate-rais e menor
custo", avalia a pneu-mologista.
Na França, conforme Cândida, es-tão sendo desenvolvidas
pesquisas so-bre a recuperação imunológica dequem toma o coquetel
antivírus. Osresultados são animadores. O organis-mo do doente
repõe as células de de-fesa, que conseguem desempenhar suafunção de
forma adequada. Isso sig-nifica que o paciente não precisa to-mar
uma quantidade tão grande e con-tínua de antibióticos, por exemplo,
setiver uma infecção. Seu corpo, maisfortalecido, reagirá com a
ajuda demenos remédios.
Infectados com o vírus HIV, cau-sador da Aids, poderão vir a
tomarmenos medicamentos contra a doen-ça. A novidade foi anunciada
por es-pecialistas norte-americanos e france-ses na 13ª Conferência
sobre Aids ,realizada em Durban, África do Sul, naqual participou a
pneumologista Cân-dida Neves, dos serviços de Pneumo-logia e
Infectologia do Hospital SãoLucas e professora da Faculdade de
Me-dicina da PUCRS - a primeira médica arealizar um diagnóstico de
Aids no RioGrande do Sul.
A Aids teve sua mortalidade bas-tante reduzida desde que começou
aser tratada com o coquetel de remédi-os antivírus, há quatro anos,
e passoua ser uma doença de evolução crôni-ca. O tratamento
contínuo diminui aquantidade de HIV no organismo, au-mentando a
expectativa e a qualidadede vida do paciente. "Na
conferência,Anthony Faucci, imunologista norte-americano,
apresentou estudos sobreo tratamento intermitente", relata
Cân-dida. Os cientistas observaram, poracaso, que portadores do
vírus HIV
Ir. Erno Christ, diretor administrativo adjunto do Hospital São
Lucas daPUCRS, participou de visita organizada pela instituição
camiliana aoMedical Center, em Houston, Texas (EUA), um dos maiores
complexoshospitalares do mundo, com 42 hospitais, duas faculdades
de Medicina, umade Odontologia e quatro de Enfermagem. A
instituição norte-americana éreconhecida pelo atendimento de alta
qualidade com calor humano. Osucesso é fruto de treinamento
permanente para novas tecnologias,diminuição de custos, abordagem
do paciente e gerenciamento dosresultados. Além de seu quadro
profissional, conta ainda com o apoio de 20mil voluntários. Como
resultado das observações de viagem, Ir. Erno informaque o São
Lucas vai introduzir novas técnicas de treinamento parafuncionários
visando a humanização, melhorar a sinalização nos corredoresdo
hospital e começar o planejamento do serviço de home care -
equipemédica e de enfermagem atende o paciente em casa.
Foto
: Arq
uivo
Pes
soal
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13
partamento de cirurgia oral daUniversidade de Frankfurt, fezessa
espera cair para três meses.Passado esse período, numa
mi-crocirurgia é feito o encaixe docicatrizador (parafuso em
formade cone que melhora a estética ea forma do dente) e em duas
se-manas a pessoa recebe a prótese.
Para viabilizar a implantaçãoda nova tecnologia, a Faculdadede
Odontologia da PUCRS recebeapoio financeiro da Degussa Den-tal,
empresa que doou equipa-mentos como brocas, motores efresas
especiais necessários pararealizar este tipo de implante.
O responsável pela coopera-ção científica da PUCRS com
aUniversidade de Frankfurt é o pro-fessor Fernando Cauduro. A
Fa-culdade de Odontologia oferececursos de mestrado e doutoradoem
cirurgia. Dentro do programa,desenvolve a implantodontia jácom este
novo sistema, além dosdemais tradicionais.
Cauduro (à dir. ao lado de Loro),Nentwig e Patrícia Scolleta
(Degussa) A Faculdade de Odontologia
da PUCRS e a Universidade deFrankfurt, na Alemanha, iniciaramuma
parceria de cooperação cien-tífica que torna a faculdade umdos dois
centros de referência noBrasil no estudo de uma nova tec-nologia de
implante dentário .A novidade resolve de forma maisrápida, fácil e
barata o problemade pessoas que perdem os dentesprematuramente ou
ao longo dosanos. "O convênio também pro-porcionará intercâmbio de
profes-sores e alunos de pós-graduaçãocom a instituição alemã",
infor-ma o diretor da Odontologia, Ra-phael Loro.
Na cirurgia tradicional de im-plante dentário, um parafuso
compino (em forma hexagonal) de su-porte é colocado no osso. O
tem-po necessário à adaptação da es-trutura metálica até a
colocaçãoda prótese é de seis meses. A novatécnica, desenvolvida
pelo den-tista G.-H Nentwig, chefe do de-
Utiliza um cilindro com roscasprogressivas que propicia
melhor
cicatrização óssea e facilita oajuste à gengiva
Odontologiadesenvolve modernatécnica de implante
FUNCIONÁRIOS DO HSL INAUGURAM SEDE SOCIALA Associação dos
Servidores do Hospital São Lucas
da PUCRS realiza um sonho antigo: a construção da suasede social
, com inauguração marcada para 25 de outubro.Localizada em Viamão,
será um espaço de lazer e confrater-nização dos funcionários e suas
famílias. Quadras deesporte, cancha de bocha, pavilhão com
vestiário, cozinha,quiosques com churrasqueiras, praça, playground
e umamplo estacionamento ocupam o terreno de três mil
metrosquadrados.
A construção está em fase final. Para viabilizá-la,
foramrealizadas rifas e campanhas de doação, com o apoio doHSL, da
PUCRS e de empresas conveniadas. A sede tambémpoderá ser alugada
pelo público para a realização deeventos. "Será um espaço de lazer
que proporcionará aintegração de todo o quadro de funcionários,
sócios e não-sócios", afirma Aldacir Oliboni, presidente da
associação.
Rua Senador SalgadoFilho, 3070, parada
39 (Viamão)
Foto: Divulgação
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1414
nadas necessidades individuais. “Desejar o de-sempenho dos
campeões é uma característicainerente aos seres humanos”, observa
Nara Lima,professora da Faculdade de Psicologia e coor-denadora do
Grupo de Estudos sobre Psicologiado Esporte da PUCRS. “A sociedade
desenvolveum processo de identidade com a vitória, so-bretudo as
crianças”.
Mas é preciso respeitar habilidades e limi-tes, principalmente
quando se trata da garota-da. “Os pais e educadores têm papel
funda-mental, devem incentivar sem exigir demais”ressalta Nara,
lembrando que o desempenho dotenista Guga, do nadador Xuxa ou do
jogadorde futebol Ronaldinho Gaúcho, por exemplo,resulta de um
treinamento longo e intenso.
“Cobranças exageradas e grandes decepçõespodem comprometer a
vida pessoal, além dedistorcer o sentido de praticar esportes”,
ex-plica a psicóloga. Antes de qualquer outra coi-sa, a atividade
física deve ser fonte de saúde,satisfação e desenvolvimento
pessoal.
Objetivos, características físicas e psicoló-gicas são
importantes na hora de escolher umaatividade esportiva e planejar o
tempo parainvestir nela. Os esportes da moda, principal-mente em
época de Olimpíadas ou Copa doMundo, nem sempre são adequados a
determi-
Identificação com a vitóriainfluencia escolha do esporte
Saúd
e
Cursoalcançou
condiçõesmuito boas
em dois dostrês itens
Avaliação do MEC destacaFaculdadede Medicina
Ao analisar a boa posição da Faculdade, seudiretor, Luiz Carlos
Bodanese, destacou o empe-nho dos professores em atender as metas
daUniversidade, na busca de maior qualificação.
As Condições de Oferta dos Cursos de Gradu-ação em Medicina,
juntamente com o ExameNacional de Cursos (Provão), integram o
Siste-ma de Avaliação do Ensino Superior do MECvisando identificar
problemas e apontar solu-ções para a melhoria do ensino.
Referindo-seespecificamente ao Provão, Bodanese lamentoua atitude
de vários alunos da Famed que serecusaram a participar daquela
avaliação. “Talfato determinará, certamente, uma situação
di-ferente da realidade, com reflexos negativos tam-bém para a
Instituição”, diz o diretor.
A última avaliaçãorealizada pelo Ministérioda Educação (MEC),
refe-rente às Condições deOfertas dos Cursos de Gra-duação em
Medicina doRio Grande do Sul, no anode 2000, colocou a Fa-culdade
de Medicina daPUCRS (Famed) em posi-ção destacada. Segundo
o Ministério, a Famed alcançou o conceito CMB(condições muito
boas) em dois dos três itensavaliados (organização
didático-pedagógica einstalações), ficando com os conceitos CB
(con-dições boas) quanto ao corpo docente.
Criançasdesejam
desempenhodos campeões
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15
Começa o mestradoprofissional emCiências
SociaisPós-Graduação
Teve início, em agosto, o Mestra-do em Ciências Sociais da
PUCRS, oprimeiro programa profissional doBrasil na área,
recomendado pelaCoordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível
Superior (Capes).O curso, que focaliza o temaOrganizações e
Sociedade , é dire-cionado a quem está inserido no mer-cado e
procura aprimorar a sua atua-ção. “Enquanto no mestrado acadê-mico
a ênfase é teórica, o ponto departida no profissional é a
problemá-tica do dia-a-dia das organizações,tratada de forma
multidisciplinar”, ex-plica o coordenador Emil Sobottka.
Os alunos são de campos distin-tos e o que há em comum é o
estudode assuntos vinculados a instituições.Conforme o cientista
político FlavioSilveira, um dos professores, o mes-trado segue as
novas perspectivas domundo do trabalho: “Os profissionaisprecisam
conhecer diferentes especia-lidades e deve haver uma intercone-xão
entre as áreas do saber”. É o casode Luiz Ferreira, bacharel em
Admi-nistração de Empresas e psicólogo.Ele presta consultoria em
Recursos Hu-manos e pretende identificar o perfildesejado pelas
empresas. A aluna Vâ-nia Moletta buscará embasamento na
Sociologia e na Antropologia paraconscientizar as comunidades
gaúchassobre o desenvolvimento a partir doTurismo, sua profissão.
Na opinião deSilveira, as Ciências Sociais que an-tes estavam à
margem, com o papelde análise crítica, assumem a centra-lidade do
processo. “A área é relevan-te no desempenho de uma organiza-ção”,
salienta.
A possibilidade de se fazer disci-plinas optativas (um terço do
total)em outros programas de pós-gradua-ção dentro e fora da PUCRS
é novida-de. Desde o primeiro semestre os alu-nos começam a
dissertação. A pesqui-sa é submetida a uma banca compostapelo
orientador e dois argüidores, umligado à PUCRS. “Para escolher o
se-gundo nome, procuraremos levar emconta a biografia profissional
e nãoapenas a titulação acadêmica”, infor-ma o coordenador
Sobottka.
Há a perspectiva de se estabelecerparcerias para o
desenvolvimento deprojetos específicos. Por enquanto, oMestrado em
Ciências Sociais e a Fa-culdade de Serviço Social entraram emacordo
com a Federação Internacionalde Universidades Católicas, uma
ONG,para investigar a exclusão social nopaís e as políticas
públicas.
• Local: Prédio 5 -• segundo andar• Telefone: (51) 320-3555•
E-mail: [email protected]
INFORMAÇÕESSOBRE O CURSO
O tema pode ser visualizadopela figura conhecida como
panótico. Originalmente,simboliza um estudo sobre a
prisão realizado por MichelFoucault. No caso do mestradoem
Ciências Sociais, o desenhorepresenta a ambigüidade
dasinstituições: sua organização
racional para alcançar objetivosdeterminados e, ao mesmo
tempo, o exercício de um certocontrole sobre os indivíduos
A primeiraturma do
novo curso
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16
Engenharia desenvolveveículo elétrico
Alunos de Engenharia Mecânica e Mecatrônica da PUCRSpromoveram o
III Congresso Nacional de Engenharia deControle e Automação (Conet)
no teatro do prédio 40. Naabertura do evento, Ricardo Felizola,
diretor-executivo daAltus Sistemas de Informática, falou sobre o
futuro daautomação industrial no Brasil.
Outro assunto que mereceu destaque no Conet foi aaplicação da
robótica na área médica. “Ainda não foiprojetado um robô específico
para hospitais”, informou opalestrante, Flávio Lorini, professor da
Faculdade deEngenharia da UFRGS. Segundo ele, um sistema
automatizadotraz melhora na precisão, maior confiabilidade
nosdiagnósticos e possibilidade de realização de cirurgias
adistância. Durante o congresso também ocorreram
minicursos,palestras e uma mesa-redonda sobre as
experiênciasprofissionais de engenheiros mecatrônicos da PUCRS.
ESTUDANTES DISCUTEM CONTROLE E AUTOMAÇÃO
Alunos da Engenharia promoveram o Conet
O veículo parece uma motocicleta
Estrutura deaço na qual
se montatoda a
carroceria deveículo
motorizado
Tecn
olog
ia
Econômico, baixo custo de manutenção, altorendimento e
não-poluente. No futuro, o veí-culo elétrico pode ser uma boa opção
de trans-porte. A Faculdade de Engenharia da PUCRSdesenvolve um
protótipo de veículo elétricomultimotor. “A idéia é construir um
equipa-mento de tração elétrica, que permita estudarrendimento,
autonomia e novas técnicas deacionamento”, informa Vicente Canalli,
profes-sor do Departamento de Engenharia Elétrica eum dos
coordenadores do projeto.
Protótipos de tração elétrica geralmentesão pesados e caros,
estando disponíveis empoucas universidades do país e do
mundo,conforme Canalli. A proposta sugere a utili-zação de chassi e
caixa de mudanças de umamotocicleta de baixa cilindrada. Na
primeirafase do projeto, foi utilizada uma moto àgasolina de dois
tempos que sofreu modifi-cações no seu sistema de tração e
estrutura.As peças do motor à gasolina, como válvu-las, pistão,
volante e bielas foram retiradas.No seu lugar entrou um conjunto de
supor-tes para bateria, empregando-se um retifica-dor de alta
potência para testes.
O projeto deve ser concluído até o finaldo ano. Até lá, várias
etapas e ajustes de-vem ser seguidos, como carregador de bate-rias,
otimização do conversor, sistema de re-generação de energia na
frenagem, marcharé, análise de potências e curvas de
torque,elaboração do design do equipamento e a re-alização de
testes no Campus da PUCRS.
A execução do veículo contou, na pri-meira fase, com o bolsista
de graduação Ri-cardo Dürks, da Mecatrônica, e atualmente,com
Cristiano D'Almeida da Rosa, aluno daEngenharia Elétrica, técnicos
da EngenhariaMecânica e funcionários da Prefeitura
Uni-versitária.
-
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A Agência de Gestão Tecnológica e de Pro-priedade Intelectual da
PUCRS (AGTPI) surgiucom a finalidade de servir de interface entre
ospesquisadores da Universidade e as empresas. En-tre suas tarefas
está a de incentivar o desenvol-vimento de projetos pela PUCRS,
reconhecendoas demandas da comunidade externa e obtendorecursos
financeiros. Desde a criação do órgão,em outubro de 1999, foram
assinados 33 contra-tos de pesquisa e de prestação de serviços.
Outrafunção refere-se à questão da propriedade inte-lectual dentro
da instituição. Dois processos deregistro de patentes estão em
andamento e trêsem tramitação.
Enquanto os professores e técnicos se envol-vem com a pesquisa
propriamente dita, a AGTPIcuida dos trâmites administrativos. “A
agênciavem a facilitar a assinatura e a execução doscontratos”,
esclarece o diretor do órgão, profes-sor Paulo Franco. Até agora,
as iniciativas envol-veram aproximadamente R$ 1,6 milhão que
co-brem os custeios dos projetos, os benefícios paraos
pesquisadores e suas equipes, as unidadesuniversitárias envolvidas
nos estudos e a PUCRS.
Um exemplo é o Projeto de Uso Inteligente
Funciona no 3ºandar do prédio30 do Campus,telefone (51)
320-3565
O Centro de Ensaios e Qualificação deProdutos Eletroeletrônicos
(CQPE), criado porconvênio entre a PUCRS e a Fundação de Ciênciae
Tecnologia (Cientec), será uma referência naprestação de serviços à
indústriaeletroeletrônica do Brasil e da América Latina. Oacordo
prevê a integração de sete laboratórios
do Labelo (Laboratório Especializado emEletroeletrônica da
PUCRS) e três da Cientec, narealização de ensaios de desempenho,
segurançae compatibilidade eletromagnética paraprodutos das áreas
eletromédica etelecomunicações, eletrodomésticos eferramentas
elétricas, entre outros.
O CQPE permitirá que a demanda do setor sejaatendida por uma
única via. “Não existe noBrasil um centro com essa
infra-estrutura”,afirma o engenheiro do Labelo Álvaro Thiesen.Para
entrar no mercado argentino, por exemplo,produtos eletroeletrônicos
precisam seguirnormas de segurança. No Brasil, alguns testesprévios
à comercialização são obrigatórios comono caso de fios, cabos,
cordões elétricos,plugues, tomadas e interruptores.Laboratórios do
Labelo serão utilizados
PUCRS E CIENTEC CRIAM CENTRO DE REFERÊNCIA EM
ELETROELETRÔNICOS
de Energia, desenvolvido pela Faculdade de Co-municação Social
para a AES Sul. “O trabalho daagência traz benefícios à
Universidade, em ter-mos de imagem; aos profissionais, em
acréscimosalarial; e aos alunos, que ganham experiência esão
remunerados com bolsas”, explica a coorde-nadora da iniciativa,
Souvenir Dornelles. Profes-sores e alunos de Comunicação Social
realizarampesquisas de opinião, boletins informativos econcurso de
redação direcionados à comunidadede uma das regiões de atuação da
empresa no RioGrande do Sul. “O que fizemos é um retrato doque
ocorre no mercado”, resume Souvenir.
Agênciaestimula projetos entrea Universidade e empresas
Equipe que desenvolveu projeto para a AES Sul
Tecn
olog
ia
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18
FENÔMENO: UMA TEIACOMPLEXA DE RELAÇÕESJulieta Beatriz
RamosDesaulniers (org.)217p.
O conteúdo desta coletânea detextos gira em torno das
palavrasdiscurso - conhecimento - ciência.Os trabalhos apresentados
foramproduzidos por estudantes ligadosao Programa de Pós-Graduação
emServiço Social da PUCRS, a partirdos conhecimentos acumulados
edos conteúdos obtidos em duasdisciplinas, durante 1998:Seminário
Temático e TeoriasSociais - do racionalismo ao caos.
GÊNERO E HISTÓRIA NO ROMANCEPORTUGUÊS - NOVOS SUJEITOS NA
CENA CONTEMPORÂNEASimone Pereira Schmidt
215p. - Coleção Memória das Letras 4
Realizando um cruzamento original e fértil entretextos
ficcionais da literatura portuguesa
contemporânea e textos teóricos clássicos da críticafeminista
das décadas de 60 e 90, o trabalho discute
relações de gênero a partir de sua historicidade. Procuramostrar
os espaços textuais e extratextuais em que
diferentes vozes se articulam e superam asestratificações
sociais.
CONSTRUTIVISMO E ENSINODE CIÊNCIAS - REFLEXÕESEPISTEMOLÓGICAS
EMETODOLÓGICASRoque Moraes (org.)230p.
O livro busca aprofundar leiturase discussões capazes depreparar
autores e leitorespara a construção eexplicitação de
pressupostosepistemológicos emetodológicos. Os textosfocalizam
temasrelacionados à educaçãoem ciências.
CONSENTIMENTO INFORMADO E ASUA PRÁTICA NA ASSISTÊNCIA EPESQUISA
NO BRASILJoaquim ClotetJosé Roberto Goldim (org.)Carlos Fernando
Franscisconi130p.
Os autores, profissionais engajados ematividades de Bioética na
PUCRS e na UFRGS,expõem e analisam alguns aspectosrelevantes do
consentimento informado, deacordo com o princípio básico do
respeitopela pessoas nos seus valores fundamentais.A obra é o
resultado da experiênciaacumulada nesta área, nas atividades
deensino, pesquisa e assistência durante osúltimos anos.
FILOSOFIA MEDIEVAL- TEXTOSLuis Alberto De Boni418p. - Coleção
Filosofia 110
A obra tem o objetivodidático de possibilitar aosalunos o
contato direto comos textos de alguns dosprincipais
pensadoresmedievais. Cada texto vemacompanhado de umapequena
biografia do autor,na qual são apontadas, depreferência, suas obras
emlíngua portuguesa.
Lançamentos da EDIPUCRS
Cinconovos títulos
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19
Itá é a maiorobra em
andamento naAmérica Latina
Museu faz consultoriaambiental paraHidrelétricade Itá
as medidas que podem ser adotadas, sob aforma de programas
ambientais.
Com base nos estudos do MCT, foram elabo-rados vários programas.
O de salvamento daflora trabalhou no resgate de sementes e
plan-tas, produção de novas mudas e a reposição emhortos e reservas
florestais, além de compensaras perdas. O programa sobre a fauna
tratou dasformas de resgate, relocação, salvamento e
apro-veitamento científico dos animais existentesna área inundada.
O de adequação da infra-estrutura de serviços e recomposição das
áreasda obra, resultou na construção de uma novacidade de Itá,
planejada para oferecer melhori-as à qualidade de vida da população
local.
“Depois de aprovada a implantação, o em-preendedor executou
todos os programas pre-vistos, visando a garantir a indenização
oureassentamento das famílias desalojadas e com-pensando os danos
ambientais causados”, in-forma o diretor do MCT, Jeter Bertoletti.
"Entreos vários grandes projetos elaborados pelo MCT,Itá representa
um referencial notável de nossacapacitação técnica e científica a
serviço dobem-estar comum", conclui Bertoletti.
A implantação da Usina Hidrelétrica de Itácontou com a
consultoria ambiental do Museude Ciências e Tecnologia da PUCRS
(MCT). Maiorobra de engenharia em andamento na Américado Sul, terá
potência instalada de 1.450 MW,que seriam suficientes para atender
mais de umterço do consumo gaúcho. O MCT realizou oslevantamentos
de fauna, flora e qualidade daágua, sendo responsável pelo Estudo e
Relatóriode Impacto Ambiental. Estes documentos foramnecessários
para que o empreendimento rece-besse a licença do Instituto
Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais
Renováveis(IBAMA).
O trabalho do Museu foi realizado por umaequipe de 98
pesquisadores, das áreas de bio-logia, arqueologia, agronomia,
geologia, me-dicina, veterinária, engenharia química, entreoutras,
além de estudantes de Biologia e En-genharia Química da
Universidade. O estudo eo relatório são documentos de
planejamentocom detalhado inventário do ambiente físico,biótico e
socioeconômico elaborado antes doinício das obras. Contam ainda com
a previsãoe análise dos impactos passíveis de ocorrer e
Pesquisadores do MCT fizeramum inventário do ambiente
Localizada no rioUruguai, divisa doRio Grande do Sul
com Santa Catarina.Quando as
comportas foramfechadas, em
dezembro de 1999,começou a formação
de um lago de 141quilômetros
quadrados quealagou a área de 11
municípios dos doisestados. Na fase
inicial, apenas umdos cinco geradoresestá funcionando eproduz
290 MW deenergia, capaz de
abastecer umacidade com mais de900 mil habitantes.A previsão é
de que
até maio de 2001todas as turbinas
estejam emfuncionamento
Ecologia
FotoImagem – (47)4252049
-
20
Eleitor é levado pelaimagem docandidato
Entrevista
FLAVIO EDUARDO SILVEIRA
Às vésperas das eleiçõesmunicipais para eleger oprefeito e os
vereadores doséculo 21, a revista PUCRSInformação foi conversar
comum especialista sobrecomportamento eleitoral. Autordo livro A
decisão do voto noBrasil, Flavio Eduardo Silveira édoutor em
Sociologia, professorda graduação e do pós-graduação de Ciências
Sociais eCiência Política da Faculdade deFilosofia e Ciências
Humanas daPUCRS e sócio-diretor doInstituto de Pesquisa META,
noqual coordena projetos depesquisa nas áreas
eleitoral,comportamental emercadológica. Em tempos depoder da mídia
e do marketingpolítico, Silveira observa aformação de um
eleitormoderno: um novo eleitor não-racional, que decide seu
votonão pela razão, mas pelo gosto.
sam simbolicamente as intenções doscandidatos – são muito
valorizados.
A classe social interfere na prefe-rência eleitoral?
A inserção social tem pouca influên-cia no voto. Nota-se numa
mesma faixade renda uma distribuição de preferên-cia por diferentes
candidatos. Não exis-te a relação de classes mais pobres vo-tarem
nos partidos de esquerda e osmais ricos nos de direita, porque os
elei-tores não pensam em política dessemodo. As pessoas se vêem
como indiví-duos num universo fragmentado, e nãocomo membros de uma
comunidade oude uma classe. Decidem por percepçõesindividuais como
gosto e caráter moral.
Que dimensão a mídia ocupa hojenas campanhas?
Embora os candidatos ainda façamcomícios e corpo-a-corpo com o
eleitor,a importância desses contatos pessoaisdiminuiu muito, sendo
substituídos pelamídia eletrônica. A televisão é o princi-pal
instrumento para os candidatos con-quistarem eleitores. A crescente
influên-cia da mídia fortaleceu a relação diretaentre candidato e
eleitor, enfraquecen-do a influência das burocracias partidá-rias e
antigas formas de aliciamento elei-toral, como o clientelismo.
Muitos atése aproveitam de uma forma oportunis-ta de “favores” de
um candidato, masnão votam nele. As pesquisas deixamclaro que os
cidadãos têm o seu votocomo uma posse, uma forma de expres-são de
sua identidade. Assim como apessoa sente prazer em dizer que é
gre-mista ou colorado, também o sente emvotar segundo a sua
vontade.
Como o eleitor brasileiro decideem quem votar?
Cerca de 50% da população se ba-seia na imagem dos candidatos
(comoele é percebido em relação à sua con-duta), na sua capacidade
de sensibili-zação (gerar empatia com o eleitor) e
na percepção de seusvalores (com a obser-vação do modo comoele
se porta). O fatorpartidário motiva, nomáximo, 5% dos elei-tores.
Simpatizar comum partido não sig-nifica votar em fun-ção dessa
preferência.
O nível de esco-laridade do eleitorinfluencia na sua
es-colha?
De modo geral,quanto maior for o ní-vel de escolaridade,mais
informações te-rão os eleitores. Pes-soas menos escolari-zadas, que
apreendemos significados domundo político demaneira mais
prática,valem-se de um co-nhecimento intuitivo,de uma
percepçãoimediata dos fatos, deum juízo de gosto. Aimagem e os
chama-dos fatos simbólicos– ações de grandeefeito e
repercussãopública que conden-
-
“Aspesquisasfortalecemos maisfortes”
“Cerca de 30%dos eleitoresdecidem seuvoto próximodas
eleições”
“Metade dapopulaçãodecide seuvoto com basena imagem
docandidato”
“O marketing e a TV sãoapenas instrumentos. Àsvezes são
manipulados,mas também podem serusados como uma formade conquista
legítima”
As pesquisas influenciam a opi-nião do eleitor?
As pesquisas fortalecem os mais for-tes. O correto seria
divulgar não só aintenção de voto, mas também outrosfatores
importantes para a decisão elei-toral. As pesquisas também
influenciamindiretamente, quando levantam dadosnão divulgados mas
utilizados pelos can-didatos para definir suas estratégias
nadisputa.
Eleitores indecisos podem ser con-quistados de última hora?
Cerca de 30% dos eleitores decidemseu voto próximo das eleições.
Por isso,tudo o que acontece durante as cam-panhas é muito
importante, assim comoa capacidade de persuasão dos
candi-datos.
Pode-se generalizar o modo de es-colha do voto em todo o país ou
noRio Grande do Sul é diferente?
Características comuns nos permitempensar no perfil do eleitor
em nível na-cional. Mas existem diferenças culturaisque
influenciam. Por exemplo, uma per-gunta freqüente em pesquisas é se
vocêprefere um candidato que rouba mas fazou que é honesto e não
tão bom admi-nistrador. Em São Paulo verifica-se umamaior aceitação
ao “rouba mas faz”, en-quanto no Rio Grande do Sul não.
O marketing político é capaz defazer uma campanha vitoriosa?
A política é cada vez mais um espe-táculo: um conjunto depessoas
que assistemcomo espectadores e ou-tras que fazem o jogo
político acontecer, no grande cenárioda mídia. O agir político é
dramatúrgi-co e tem melhores resultados aquelesque sabem lidar com
isso. Um exemploé o Collor. A estratégia de marketingtambém conta,
quando o candidato sabeo que a população quer e busca agirconforme
as expectativas dominantes.Mas não devemos condenar o marketinge a
TV, que são apenas instrumentos.Podem ser manipulados, mas
tambémpodem ser usados como uma forma deconquista legítima.
Os eleitores conseguem perceberquando estão sendo
manipulados?
Os eleitores têm capacidade de ob-servação e intuição. Quando
captam asimagens dos candidatos na mídia, pro-curam perceber
autenticidade. Ninguémconsegue ser falso o tempo todo. Há orisco de
as pessoasperceberem, mes-mo que poste-riormente, e ocandidato
per-der a credibi-lidade.
-
22
por ANA PAULA ACAUAN
Gent
eInstrumentospara tocar a vidacom emoção
Constantino épianista daNew Band
gia. Durante muito tempo combinou a con-dução de corais e
orquestras com o trabalhode professor e diretor financeiro de banco
ede companhia de seguros. Segundo ele, le-cionar e fazer música têm
pontos em co-mum: “Ambos comunicam com a alma, im-
pulsionando o enrique-cimento humano”. Commais de 100
apresenta-ções de ópera e 500 con-certos na PUCRS, recor-da
inesquecíveis mo-mentos de reconheci-mento do público. “Des-sa
forma sinto-me vivo”,diz o maestro, que tam-bém é autor de
váriascomposições.
Outro rumo tomou Luiz Antonio de As-sis Brasil, 55, renomado
escritor, professordo Curso de Pós-Graduação em Letras e
mi-nistrante da Oficina de Criação Literária daPUCRS. Depois de
integrar, por 15 anos, aOrquestra Sinfônica de Porto Alegre
(OSPA)como violoncelista, resolveu desligar-se.“Percebi que na OSPA
eu seria músico deestante por toda a vida”, explica. Se exer-cesse
a arte como amador, estaria insatis-feito com os resultados.
Descobriu que se-ria mais fiel à sua vocação como escritor.
O pulsar do coração e o ato de respirarlembram a música. Além
destes ritmos na-turais da vida, alguns professores da PUCRSusam
instrumentos sonoros para transmitiremoção, conhecer novos amigos e
expres-sar seu talento. Uns driblam a falta de tem-po e levam a
atividadecomo hobby ou profissão.Outros desistiram de seguircom as
duas (ou mais) fa-cetas, mas continuam fir-mes na sua paixão,
pelomenos como ouvintes.
Na PUCRS, música lem-bra o maestro Frederico Ger-
ling Junior, 75anos. A vindapara a Universi-dade, em junho de
1972, foi ummarco na sua trajetória, quandoele deixou o Rio de
Janeiro parase dedicar exclusivamente à re-gência. Em 1973 começou
a atu-ar como diretor do Instituto deCultura Musical e regente do
Co-ral e Orquestra da Instituição.“Foi a melhor coisa que me
acon-teceu”, enfatiza.
Gerling Junior formou-se emCiências Econômicas e Pedago-
Foto: Arquivo Pessoal
Gerling Juniorregeu mais de500 concertos
na PUCRS
"Lecionar e fazermúsica comunicamcom a alma eimpulsionam
oenriquecimentohumano" (FredericoGerling Junior)
-
23
“Com a literatura eu poderia ser solista”.Assis Brasil acredita
estar mais próximo daarte agora. “É possível que eu não tenhamais
contato com o meu instrumento, masa música me é tão necessária
quanto o arque respiro".
Também fez essa opção Ricardo Aronne,32, professor da Faculdade
de Direito. “Hojefunciona como um espaço de convívio comos amigos
ou de solidão, no contato comigomesmo”, afirma. Aronne tocou
guitarra, vio-lão e contrabaixo em várias bandas e parouem 1992 por
considerar que estava se des-virtuando da sua proposta, como músico
deestúdio. “Quero crer que a minha contribui-ção no Direito seja
melhor”, revela.
Seu colega na Faculdade e pianista daNew Band, Lúcio Santoro de
Constantino,34, acha que a profissão o impulsiona paraa música e
vice-versa. Durante uma déca-da, por exemplo, foi presidente e
tesourei-ro do Sindicato dos Músicos do Rio Grandedo Sul. Em suas
constantes viagens, Con-stantino passa por situações curiosas.
Aos20 anos, no Rio de Janeiro, trocou o paga-mento num restaurante
por uma apresenta-ção ao piano. Tentou o mesmo na Itália,em
Nápoles. Ficou até à madrugada e, nasaída, teve que desembolsar.
“Trata-se deuma linguagem universal. Independente-mente do idioma,
empolga e reúne as pes-soas”, opina.
Em vez de bares, igrejas. Marcelo Vi-centini, 34, organista
titular da Igreja SãoPedro, em Porto Alegre, já tocou na Basí-lica
de São Pedro, no Vaticano, e na Cate-dral de Saint Patrick, em Nova
York. Do-cente do Direito, cursa Bacharelado emMúsica na UFRGS.
Vicentini orgulha-se deter participado de mais de mil casamen-tos.
“Sinto-me tão importante quanto opadre”. Apesar da experiência,
ainda se im-pressiona com a diversidade de sons queo órgão emite.
“Existe um número limita-do do instrumento e de músicos
especiali-zados em tocá-lo. Quero conscientizar so-bre a sua
importância", afirma.
Bem mais popular, Roberto Carlos es-teve pela primeira vez na
capital gaúchaem 21 de dezembro de 1964. O dia élembrado pelo
professor da Fa-culdade de Comunicação Social(Famecos) Sérgio
Stosch, 54. Elefazia parte da banda The Dazz-les, cover dos
Beatles, que acom-panhou o cantor da Jovem Guar-da em O
Calhambeque. Na épocacomeçava a realizar o que maisgosta: tocar e
atuar em rádio.Stosch passou por várias emis-soras e conjuntos, no
piano, con-trabaixo, guitarra e teclado, eintegra Os Animais desde
1989.
Outra geração, a dos jovens da décadade 80, acompanhou o
surgimento de Os Re-plicantes, que inauguraram um novo estilono Rio
Grande do Sul - o punk-rock. O quecomeçou numa reunião de amigos na
gara-gem da casa de Carlos Gerbase, 41, da Fame-cos, causou uma
forte reação. “Queríamosapenas nos divertir”, conta Gerbase,
bate-rista no início e vocalista a partir de1991. Atualmente o
grupo conti-nua fazendo shows dentro efora do Estado, preocupadocom
a própria estética.“Não temos compro-misso de fazer suces-so a
qualquer preço”,diz o jornalista e ci-neasta, que lançará em bre-ve
o filme Tolerância, do qualé inclusive diretor musical.
"A música é umalinguagem universal.Independentementedo idioma,
empolgae reúne as pessoas"(Lúcio Santoro deConstantino)
Vicentini tocaórgão em
igrejas
Assis Brasil foivioloncelistada OSPA
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-
24
E
stud
ante
s cr
iam
supe
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vir
tual
uma revista na Internet, atualizadaquinzenalmente de modo que
todos osalunos pudessem ter acesso. Mauro daRosa, um dos
acadêmicos, é webdesignere elaborou a www.direitopuc.com.br.
Quando o site foi ao ar, estudantes,professores e profissionais
da áreapassaram a enviar material para publicar,mostrando terem
aprovado a idéia."Percebemos que tínhamos montado umnegócio
promissor e que o trabalhoestava apenas começando", diz
JerônimoRoveda, um dos 12 estudantes do 7ºsemestre envolvidos na
execução darevista on line.
A Direito PUCRS dispõe ainda dechat, cadastro de e-mails e um
fórum dediscussão que possibilita aos internautastrocarem
informações compersonalidades do mundo jurídico.
Agendar matérias de aula, datas deprovas, trabalhos e eventos
queinteressassem à turma 489 do curso deDireito da PUCRS foi o
objetivo inicial.Cada colega colaborou para ser elaborada
CURSO DE DIREITO NA WEB
24
apenas uma idéia, foi preciso se preocuparcom os produtos e com
a montagem dahomepage. Daniel Valler era proprietário deum
minimercado, o que facilitou nocontato com fornecedores, e uma
empresafoi contratada para elaborar o site.
Eles investiram dinheiro, tempo eesforço. "Quando vemos na mídia
jovensque colocam empresas na Internet e ficamricos, parece muito
fácil. Mas nósencontramos muitas portas fechadas epassamos por
desafios psicológicos efísicos. É preciso ter autoconfiança e
forçade vontade para arriscar e não desistir",afirma Leandro
Pereira. Hoje owww.superdarede.com.br tem sociedadecom a loja de
conveniências General Storee mais de 400 clientes cadastrados.
Os alunos de Administração deEmpresas da PUCRS Leandro Pinto
Pereira,Daniel Valler e Gustavo Vauthier fazemparte da nova geração
de jovense-comerciantes, que apostam em"negócios virtuais" e estão
conquistandoconsumidores reais. Os estudantescolocaram em prática o
projeto de umsupermercado com vendas pela Internet,feito para a
disciplina de Introdução àMicroinformática, e criaram
oSuperdarede.
As teorias estudadas no cursoajudaram a realizar um levantamento
dedados sobre o mercado on line e a colocarna ponta do lápis a
contabilidade e oscustos do empreendimento. Depois depesquisar a
viabilidade do que era então
Alunos da PUCRS
Valler (esq.),Pereira
e Vauthier sãoe-comerciantes
Comissãoresponsável
pelo site
-
25
A RBS TV, canal 12 de Porto Alegre, exibiu em agosto ofilme Fora
de Controle, produzido pelos alunos de Curso deEspecialização em
Produção Cinematográfica da Famecos. Ofilme também foi apresentado
no 28º Festival de Cinema deGramado, na Mostra Internacional de
Cinema de São Pauloe na Quinta Cinematográfica, realizada no Bar
Ocidente, emPorto Alegre.
FILME REALIZADO PELAFAMECOS RECEBE DESTAQUE
As estações Cristo Redentor e Lindóia, daLinha 2 da Trensurb -
que será construída dasavenidas Assis Brasil até Azenha, em
PortoAlegre - ganharam vida em miniatura namostra Arquitetura do
Metrô de Porto Alegre. Aexposição, uma parceria entre Ministério
dosTransportes – Trensurb, PUCRS e UFRGS, contoucom nove projetos
arquitetônicos de alunos dadisciplina Projeto de Edificações IV
daFaculdade de Arquitetura da PUCRS.
A mostra é itinerante. Esteve no LindóiaShopping e será
realizada, em outubro, naCâmara Municipal de Porto Alegre e no
MercadoPúblico.
ALUNOS ARQUITETAMESTAÇÕES DA TRENSURB
A sexta edição do Festival de Talentos da PUCRS reuniu 32bandas
de alunos – a maior participação registrada. As bandasanimaram o
público, que lotou o auditório do prédio 9 durante ostrês dias de
apresentações. Os ritmos das composições covers epróprias foram os
mais variados, do heavy metal ao pagode. Oevento foi promovido pela
Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários.
Estudantes de Arquitetura da PUCRSajudaram os moradores da
Comunidade dosAnjos – vila do bairro Santa Cecília, em PortoAlegre
– a visualizar suas residências.A construção de um conjunto
habitacional foiconquistada no Orçamento Participativo, mas as60
famílias beneficiadas não entendiam, pelosprojetos, como seria o
condomínio pronto.
O professor Marcos Pereira Diligenti, daFaculdade de Arquitetura
e Urbanismo daUniversidade, propôs exercitar uma atividade
dadisciplina de Maquete e Fotografia, do 3ºsemestre, construindo
uma maquete da obra.
Segundo o presidente da Associação deMoradores, João Alberto
Souza, o trabalho ajudouas famílias a fazerem planos para seus
futuroslares. “Com a maquete tivemos noção do espaçodas peças.
Alguns pensavam em dividir umdormitório em dois, mas o tamanho
erainsuficiente para isso.”
MAQUETES AUXILIAMMORADORES DE VILA
BANDA QUEDALIVRE GANHA PRÊMIO
A música faz parte da vida de Murilo Juchem, aluno deMestrado em
Computação da PUCRS, desde seus 11 anos de idade.Hoje, aos 23, o
estudante é uma espécie de curinga da bandaQueda Livre, de Venâncio
Aires, atuando no vocal, teclado eguitarra base. A Queda Livre
conquistou este ano o título decampeã no Concurso de Bandas
Fenachim 2000, realizadonaquele município.
O grupo se formou em 1991, nas horas de lazer de Murilo e
seusamigos de colégio. Com o tempo, a equipe modificou-se e
aatividade, que era brincadeira, se aperfeiçoou. “Meusconhecimentos
em informática ajudam na composição musical,que é feita com o
auxílio do computador”, diz Murilo. Paraconhecer melhor o grupo,
visite o sitewww.quedalivre.homepage.com.
FESTIVAL REVELATALENTOS MUSICAIS
-
26
UM JORNAL PARAA VILA FÁTIMA
os moradores da vila queriam dizer, ajudamosa identificarem seus
problemas e a buscarauxílio”, observa. Alex Trindade, integrante
daAssociação de Amigos da Vila Fátima, diz que ainiciativa foi bem
aceita pela comunidade. “Omural facilitou o contato entre os
moradores,pois a associação não conseguia estar emtodos os
lares”.
O trabalho foi incorporado à disciplina deRedação Jornalística
II, ministrada pelosprofessores Bete Duarte e Luciano Klöckner,
edeve tornar-se mensal. “Temos a ambição deestender a atividade
para outras vilas e fazerum trabalho multimídia, integrando
nossosalunos com os de foto e radiojornalismo ecolocando o jornal
também na Internet”,anuncia Bete.
A segunda edição, de agosto deste ano, foiem dose dupla para
comemorar os 20 anos dotrabalho da PUCRS na Vila Fátima. Os alunos
deuma escola da localidade sugeriram pautas eatuaram como
repórteres de um segundo mural.Eles tiveram a oportunidade de
aprender umpouco de Jornalismo, comparando seu trabalhoao dos
acadêmicos.
A professora da Famecos Bete Duarte propôsaos seus alunos de
Redação do quinto semestreaprender Jornalismo na vida real. A
idéiaresultou num projeto comunitário: registrar asdificuldades e
conquistas da Vila NossaSenhora de Fátima e expor o trabalho
nospostos de saúde, igrejas e mercados. A equipeelaborou um jornal
mural.
O primeiro número teve a participação de15 estudantes e foi
afixado em 50 pontos. Naavaliação da aluna Estela Facchin, a
atividadedemonstrou aos futuros jornalistas a funçãosocial da
profissão. “Ao colocar no papel o que
Alun
os d
a PU
CRS
A Companhia de Processamento de Dadosdo Rio Grande do Sul
(Procergs) implantou esteano um novo Sistema de Comunicação
Interna.Boletins digitais e impressosdivulgam decisões da
diretoria,eventos, questõesoperacionais e iniciativasdos diversos
setores dacompanhia. O processo foibaseado numa atividadeda
disciplina de ProjetoExperimental, 8º semestrede Relações Públicas
(RP)da PUCRS, desenvolvidopelas alunas - hoje recém-formadas -
Daniela Tesche,Gabriele Arizio, Juliana Merker eCristina
Fernandez.
A professora Marisa de Carvalho Soaresorientou a equipe. Durante
dois meses, elasrealizaram visitas semanais à empresa para
coletar informações e conversar comrepresentantes de
departamentos. “Osfuncionários sentiam falta de organizar a
comunicação interna, que muitas vezesse dava em forma de boatos.
Duas
divisões chegavam a planejarprojetos parecidos, sem ter
conhecimento um do outro",diz Juliana.
A diretoria da Procergsadequou a proposta econvidou as
estudantes paraconhecerem o resultado final.Para Patricia Pessi,
assessora
de comunicação da Procergs eque supervisionou o trabalho -
com a colaboração da estagiária daempresa e também aluna de RP
da
Famecos, Loimar Vianna – foi importantecontar com uma visão de
fora da companhia.“Hoje já observamos resultados positivos”.
PROJETO DE ALUNAS DE RP MELHORACOMUNICAÇÃO DA PROCERGS
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27
A secretaria da Faculdade deCiências Aeronáuticas funciona
nasala 104 do prédio 10 do CampusCentral da PUCRS.
Sitewww.pucrs.br/faca.Telefone (51) 320-3542.E-mail:
[email protected]
uma formação com qualidadediferenciada, porque trazem para o
cursoo conhecimento e a experiência de cadauma das entidades
conveniadas.
Para um bom desempenho acadêmicoe profissional é importante
umentrosamento com as novas tecnologias(aeronaves equipadas com
modernossistemas) e com línguas estrangeiras -principalmente a
inglesa. O sucessoprofissional também depende deequilíbrio
emocional, de harmonia detrabalho em equipe e com os
passageiros,bem como de atualização deconhecimentos.
No Brasil, a profissão de piloto delinha aérea e de instrutor de
vôo aindanão exige diploma universitário, mas ocurso abre as portas
para o mercado detrabalho. Os formados podem atuar emtáxis aéreos,
na aviação executiva ecomercial como pilotos ou em
postosadministrativos. A carreira é promissora.O salário médio para
iniciantes está emtorno de R$ 1.700 e para profissionaisexperientes
ultrapassa R$ 12 mil.
INFORMAÇÕES
Mer
cado
de
Trab
alho
A Faculdade de Ciências Aeronáuticasda PUCRS tem o único curso
de formaçãode pilotos de linha aérea e de instrutoresde vôo (avião)
reconhecido peloMinistério da Educação e homologadopelo
Departamento de Aviação Civil(DAC). Implantar o bacharelado
compioneirismo na América do Sul resultoude uma proposta de
parceria com a Varig,que visava aprimorar a formação de
seusfuncionários. A PUCRS aceitou o desafio einiciou o curso, em
1994.
Os requisitos para a matrícula nocurso de Ciências Aeronáuticas,
além daclassificação no vestibular, sãoapresentação da licença de
piloto privadode avião e certificado de saúde deprimeira classe,
emitidos pelo Ministérioda Aeronáutica, além de ser reservista.
O curso dura três anos (2.640 horas-aula). Os alunos estudam, em
aulasteóricas e práticas, disciplinas gerais(Sociologia, Física,
Matemática, Filosofia,entre outras), técnicas (pilotagem dejato,
teoria de vôo, peso ebalanceamento de aeronaves,meteorologia
aeronáutica) e gerenciais(administração e planejamento detransporte
aéreo, estrutura de operaçõese segurança de vôo, emergência
esobrevivência).
A Faculdade tem modernoslaboratórios e simuladores de vôo
emantém convênios com importantesinstituições de aviação nacionais
einternacionais (Aeroclubes do RGS e deSão Leopoldo, DAC,
AeronauticalUniversity, entre outras) que asseguram
Em tempo deglobalização eevoluçõestecnológicas,agilidade
ecompetitividadesão vitais para asempresas detransporte aéreo.
Voaré muito mais do quearte: é conhecimento,gerenciamentoe
técnica
Aer
onáu
tica
sCi
ênci
as
PILOTOS DE AVIÃOTÊM CARREIRA PROMISSORA
-
28
Edgar Moriné Doutor Honoris Causa
28
Cultura por ANA PAULA ACAUAN
Um dos grandes pensadores mundiaisdo final do século, o francês
Edgar Morinrecebeu, no dia 1º de setembro, o títulode Doutor
Honoris Causa pela PUCRS.A distinção foi concedida durante sessãodo
Conselho Universitário. Morin não es-condeu a emoção, cantou o hino
nacionalda França e reforçou a sua cruzada poruma reforma do
pensamento baseada numavisão complexa da realidade. “É um mo-mento
de honra, amizade e alegria”, co-mentou, desculpando-se por falar
numa lín-gua bastarda, uma mistura de portuguêscom fritanhol
(francês, italiano e espanhol).
Graduado em História, Geografia e Di-reito, Morin interessou-se
em entender osproblemas fundamentais da condição hu-mana e passou a
se dedicar à Filosofia, àSociologia e à Epistemologia,
constituin-do-se num pensador transdisciplinar. Au-tor de mais de
30 obras, entre elas osquatro volumes de O Método,
Terra-Pátria,Ciência com consciência e Para sair do sé-culo XX, ele
atraiu um público de váriasáreas para a sua homenagem pela
manhã
e, à noite, lotou
o teatro do prédio 40, quando proferiu aAula Magna da Faculdade
de ComunicaçãoSocial.
Na oportunidade, abordou o que cha-ma de duas globalizações (uma
de domi-nação e outra que incentiva manifesta-ções de cidadania
planetária), a crise daciência e a necessidade de maior
compre-ensão no mundo atual. Aplaudido quasesem cessar no final,
clamou pela resistên-cia a uma vida utilitária, abrindo espaço
àbusca poética, ou seja, ao amor, à paixãoe ao prazer.
Aos 79 anos, Edgar Morin demonstrouvitalidade e simpatia nos
dias movimenta-dos em que esteve em Porto Alegre. Alémdos
compromissos na Universidade, conce-deu entrevistas e distribuiu
autógrafos.O Doutor Honoris Causa também recebeu areportagem da
revista PUCRS Informação.
O senhor fala que a universidade éuma escola de luto. Como a
vida podeprevalecer?
A situação como um todo deve mudar.A universidade é uma escola
de luto por-que é formada por equipes especializadasque trabalham
com um fragmento do sa-ber. Ao se buscar um pedacinho das coi-
sas, abandona-se as aspirações funda-mentais do conhecimento. É
precisoque haja uma reforma no ensino ba-seada não apenas nas
disciplinas,mas na questão do cosmos, davida e da humanidade.
O ambiente universitário épropício para formar pessoas quedêem
conta de problemas tão am-plos?
O estudante deve buscar não sóno seu curso, mas em vários
outros
e em leituras pessoais, o seu próprioconhecimento. Ele necessita
de au-
tonomia, de não obedecer to-
Conselho Universitárioaprovou, por
unanimidade,a distinção
Diretor emérito depesquisas do Centre
National de la RechercheScientifique da França e
diretor emérito do CentroEstudos Transdisciplinares
– Sociologia, Antropologia,Comunicação, ligado à
Escola de Altos Estudos emCiências Sociais de Paris
O título é concedido apersonalidades ilustresque se distinguem
pelo
notório saber e pelaexpressiva contribuiçãoao desenvolvimento
do
conhecimento embenefício dahumanidade
-
29
talmente às categorias. A universidade nãodeve oferecer
unicamente uma formaçãoprofissional especializada, mas
tambémpreparar para os desafios da vida.
A verdade absoluta é uma impossi-bilidade?
Não há uma verdade fundamental ab-soluta na ciência. Há na
religião, para osque crêem. Até agora as questões funda-mentais
continuam sem esclarecimento enão se pode dizer que um dia
encontrare-mos a verdade última sobre a vida.
Existe uma força onisciente criado-ra do universo?
Tradicionalmente, concebe-se um Deuscriador do mundo exterior a
ele. Pensocomo Espinosa: a força de criação vem domundo. O que há é
um grande mistério,um poder de criatividade e de
destruição.Parece-me que a divindade é uma formade chamar o
desconhecido usando um ape-lido preciso.
Segundo sua concepção, devemosbuscar um mundo melhor e não o
me-lhor dos mundos. Caminhamos em di-reção a essa perspectiva?
Caminhamos para um mundo pior, emalguns casos. Melhor, em
outros. Se hou-ver mais consciência e uma mudança dementalidade,
podemos ajudar na formaçãode um mundo melhor.
No dia 22 de setembro, a PUCRS também concederá o título de
Doutor Honoris Causaa Otfried Höffe, 57 anos, um dos expoentes da
Filosofia alemã contemporânea. Professorda Universidade de
Tübingen, Höffe aborda temas ligados à Ética e Filosofia Política e
éuma referência para os estudiosos de Aristóteles e Kant. Suas
obras são encontradas emmais de 10 idiomas, inclusive em português.
O seu principal livro, Justiça Política, foitraduzido por Ernildo
Stein, professor da PUCRS.
O PRÓXIMO HOMENAGEADO O pensadorfrancês defendeuma visãocomplexa
darealidade
PENSAR A VIDA,VIVER O PENSAMENTO (*)
Juremir Machado da SilvaProfessor da Faculdade de Comunicação
Social
Morin é meu mestre. Mestre na arte de fazer caminhos aocaminhar,
pensador da complexidade, do imaginário, da com-preensão e de uma
sociologia do cotidiano e do presente. Aparte está no todo, assim
como o todo está na parte. EdgarMorin é formado na tradição
complexa de B. Pascal. Para ele, avida está no pensamento que pensa
a vida.
Resistente ao invasor nazista, opositor de primeira hora
aoestalinismo, humanista por excelência, Morin aprendeu cedo,lendo
A. Rimbaud, que o “eu é um outro”. Sem ressentimento,sem lições a
dar, tece junto com outros uma leitura sensível,capaz de acender
lâmpadas serenas onde alguns só enxergam osfogos da tempestade.
Caminhante pelos caminhos do conheci-mento, em busca, como certos
gigantes, da “morada do ser”,descobriu que o fundamental está na
reforma do fazer científico.
Ao ler a sua obra, não é possível deixar de pensar em versosde
T. S. Elliot: “O tempo presente e o tempo passado/Estãoambos talvez
presentes no tempo futuro”. Morin, com certeza,já está inscrito no
futuro da nossa instituição.
*Trecho extraído do discurso em homenagem a EdgarMorin
-
3030
O Centro de Memória Literária do Curso dePós-Graduação em Letras
da PUCRS trouxe à Uni-versidade um pouco da vida de um dos
maiorespoetas brasileiros. O Acervo Literário do escri-tor gaúcho
Mario Quintana – que nasceu emAlegrete, mas espalhou para além do
Brasil suapoesia falando das coisas simples da vida – de-verá ser
inaugurado oficialmente em outubro,no terceiro andar do prédio 8 do
Campus.
Cerca de um terço do acervo total - hojedividido entre a Casa de
Cultura Mario Quintana,a PUCRS e a residência da sobrinha do
poeta,Elena Quintana – já está na Universidade. Sãolivros
(incluindo 12 primeiras edições doadaspelo bibliófilo Waldemar
Torres), objetos pesso-ais, recortes de jornais, correspondências
emiti-das e recebidas, material audiovisual como gra-vações em
discos, vídeo e fitas cassetes.
De acordo com o pesquisador responsávelpelo acervo, Eduardo
Dall'Alba, doutor em Lite-ratura Brasileira, o objetivo é trazer
todo omaterial para o Campus, inclusive as roupas eos móveis de
Mario Quintana. “Reunido numúnico local, o material será melhor
conservadoe proporcionará acesso mais fácil a estudio-sos”, observa
Dall'Alba.
O Acervo na PUCRS estará em fase de cata-logação até meados do
próximo ano, quandoserá aberto para pesquisas. Pessoas que te-nham
autógrafos, fotos e cartas podem enviarfac-símiles (xerox), que
serão registrados como nome do colaborador. O material deve
serencaminhado aos cuidados de Eduardo Dall'Albapara a sala 429 do
prédio 8 – Centro deMemória Literária, que tem coordenação da
pro-fessora Maria da Glória Bordini.
A PUCRS colabora com o Memorial do RioGrande do Sul na sua
missão de preservar ahistória e a cultura gaúcha. A participação
daUniversidade se dá por meio do Centro deMemória Literária, da
Faculdade de Letras, queemprestou, temporariamente,
materialdocumental do Acervo Literário Erico Verissimo
para exposição em vitrine. Originais, livros, fotoe uma garrucha
do acervo do escritor ficarão noMemorial pelo menos até o final
deste ano.Inaugurado em Porto Alegre pela SecretariaEstadual da
Cultura, o Memorial resgata umpouco da trajetória de grandes
personagens docenário artístico, político e social do Estado.
ERICO VERISSIMO NO MEMORIAL
Um terço do material está na Universidade Objetos do escritor na
Casa de Cultura
Cult
ura
PUCRS organizaAcervo Literário deMarioQuintana
-
31
Wilson Moreira Dutra Júnior, professor da Faculdade de
Zootecnia, Veterinária e Agronomiado Campus II, em Uruguaiana,
recebeu o Prêmio Serrana Nutrição Animal com o trabalhoPredição de
curvas de crescimento de tecidos de suínos por intermédio da função
alométricaestendida. A distinção foi entregue durante a 37ª Reunião
Anual da Sociedade Brasileira deZootecnia, realizada em Viçosa,
Minas Gerais. O estudo é inédito no Brasil e faz parte da tesede
doutorado do professor sobre a Avaliação de carcaças de suínos pela
técnica de ultra-sonografia em tempo real.
ZOOTECNIA RECEBE PRÊMIO
Proteínas artificiais obtidaspor processos industriais com
a utilização de ingredientesnaturais. Aumentam a
digestibilidade de nutrientesespecíficos das matérias-
primas ou da ração
Cam
pus
II
Professores da Faculdade de Zootecnia, Ve-terinária e Agronomia
(FZVA) do Campus IIda PUCRS desenvolvem pesquisas que contri-buem
para o desenvolvimento do setor pri-mário da região da Fronteira
Oeste do Esta-do. A avaliação genética de reprodutores ovi-nos foi
conduzida durante o 5º Teste Centra-lizado de Desempenho de
Cordeiros Tipo Car-ne, realizado pela Universidade em convêniocom a
Associação Brasileira de Criadores deOvinos e a Empresa Brasileira
de PesquisaAgropecuária. Outro estudo de destaque refe-re-se à
utilização de resíduos da lavoura dearroz em rações para frangos de
corte.
O teste que identificou os reprodutoresovinos com maior
potencial genético paraproduzir carne de qualidade com
rentabilida-de ocorreu em Bagé. Os professoresWilson Moreira Dutra
Júnior e Mário Hamil-ton Vilela Filho mediram a composiçãocorporal
dos animais pela técnica de ultra-sonografia em tempo real ,
comparando os
cordeiros das raças Hampshire Down, Île deFrance, Suffolk e
Texel (provenientes de dife-rentes origens e mantidas no mesmo
ambien-te de criação). O próximo passo é a forma-ção de um banco de
dados sobre os resulta-dos e a coleta do sêmen dos animais
vence-dores para melhorar a produtividade dos ovi-nos tipo carne
criados no Brasil.
O Campus II também investiga alternati-vas para aumentar a
produção de frangos decorte na região com a redução dos custos
dealimentação, que chegam a 70% do total."Buscamos integrar o
binômio lavoura-pecu-ária, incentivando a agroindústria e
aumen-tando a renda e a ocupação da população",explica o professor
Wilson Dutra, criador doexperimento. O estudo integra uma n