1. INTRODUOOs riscos sempre estiveram presentes na vida humana.
Seu conceito bem antigo, porm nos ltimos 50 anos tem ganhado lugar
de destaque, principalmente quando se refere a risco ambiental. Os
estudos relacionados ao risco ambiental surgiram formalmente como
disciplina entre 1940 e 1950 nos Estados Unidos, por coincidncia ou
no, isto ocorreu paralelamente ao lanamento da indstria
nuclear.Nossa rea de estudo (risco sade humana), de datao mais
recente, nos meados de 1970 com publicaes do EPA nos estados Unidos
e nas publicaes da Agencia Nacional do Meio Ambiente (CETESB).Como
conseqncias dos adventos dos estudos sobre risco podemos citar os
benefcios ligados gesto da sade pblica e a proteo do ambiente em
geral. A agenda 21 (um dos relatrios escritos na Eco92 no Rio de
Janeiro), em seu captulo 18, enfatiza que os pesquisadores deveriam
usar a avaliao de risco e os critrios de gesto do risco, nos
processos de tomada de deciso.Uma vez que risco (risk) diferente de
perigo (danger ou hazard) por se tratar de uma varivel possvel de
se calcular (avaliao de risco) sua classificao gera desacordo entre
estudiosos do assunto em especial no que diz respeito padres de
risco aceitvel.Risco o potencial avaliado das conseqncias
prejudiciais que podem resultar de um perigo, expressa em termos de
probabilidade e severidade, tomando como referncia a pior condio
possvel. Pode ser visto de formas diferentes por pessoas
diferentes, como por exemplo: o risco financeiro de se aplicar em
bolsas de valores, risco de fatalidade em um acidentes, o risco de
uma empresa de seguros ou o risco de cncer associado ao tabagismo.
importante ressaltar alguns fatos: na realidade, risco um
subproduto do desenvolvimento das atividades, humanas e da
natureza. Nem todos os riscos podem ser eliminados e nem todas as
medidas imaginveis de mitigao de riscos so economicamente
factveis.O que nos leva necessidade de observar algumas variveis no
que diz respeito avaliao e mitigao de risco: o que necessrio fazer
para mitigar os valores de risco e o que possvel fazer, levando se
em conta variveis como: os interesses econmicos dos grupos
influentes, as relaes polticas influentes tanto para realizar uma
atividade como para no realiz-la, o interesse da mdia em divulgar
informaes pertinentes aos riscos e ainda o quanto a sociedade em
geral capaz de perceber estes riscos em seu cotidiano. Sobre esta
ultima varivel, Ferrara (1999) atenta para o fato de que Superar
essa opacidade condio da percepo ambiental, ou seja, gerar
conhecimento a partir da informao retida, codificada naqueles usos
e hbitos. E tambm, segundo Douglas e Wildavsky (1982), mesmo no
meio tcnico no possvel conhecer tudo em relao aos riscos, no pode
haver garantias de que os riscos que as pessoas procuram evitar
sejam efetivamente, os que de forma objetiva provocariam nelas mais
danos, em outras palavras, os conhecimentos sobre estes riscos so
incertos. Dentro desta perspectiva a questo a ser respondida : no
tocante avaliao de risco quais elementos tm maior peso em sua
qualificao? E o quanto nossos padres estimados em laboratrio podem
mascarar a real magnitude dos riscos quando ocorridos na
natureza?No decorrer deste trabalho faremos a apresentao de um
estudo de caso sobre a avaliao de risco sade humana numa rea
exposta elementos contaminantes, utilizando um software de valorao
de riscos (Risk) e posteriormente compararemos os valores
encontrados com os parmetros de aceitabilidade da legislao
brasileira.
2. OBJETIVOS2.1. GERAL: A partir de dados quantitativos e
qualitativos recolhidos em campo, avaliar o risco ambiental de uma
rea exposta acidentalmente nveis de toxidade.2.2. ESPECFICOS:
Conceituar o termo Avaliao de Risco; Aplicar a metodologia para
avaliao de risco da Companhia Ambiental do Estado de So Paulo
(CETESB), numa rea com suspeita de contaminao; Confirmado o
problema, apontar mediadas paliativas para mitigao dos riscos.
3. METODOLOGIA:O presente trabalho est baseado na reviso
bibliogrfica existente nos estudos referentes rea ambiental. Em
especial nos manuais da Companhia de Ambiental do Estado de So
Paulo (CETESB).Foi realizado um levantamento de autores e obras
cujos estudos estavam voltados : sociedade, percepo ambiental,
ecologia e anlise de risco. Aps leitura e fichamento destes
materiais pudemos conceituar risco ambiental.O estudo de avaliao do
risco comea com a identificao e caracterizao do cenrio de exposio.
Para tanto fazemos o levantamento das fontes potenciais poluidores,
as quais podem ser originadas de instalaes e atividades
industriais, de instalaes sanitrias nas municipalidades, das
condies de acidente no transporte (grifo nosso), ou do manuseio e
armazenamento de substancias txicas ou perigosas.Procuramos dentre
deste cenrio selecionar o composto qumico de interesse (CQI), e
atravs de pontos de referencia, medir a concentrao deste composto e
sua relevncia, uma vez que entre diferentes ecossistemas os
resultados de avaliao de risco sero diferentes.No que diz respeito
ordem tcnica os procedimentos foram:a) Identificao do local exposto
toxidade:i. Identificao de cursos d gua;ii. Geologia local e
permeabilidade do solo;iii. Caracterizao fitobotnica;iv.
Identificar populaes expostas.b) Qualificao dos elementos ao qual a
rea foi exposta:i. Entender os mecanismos de liberao e transporte
do contaminante no meio fsico;ii. Identificar as vias potenciais de
exposio;iii. Estimar as concentraes nos pontos de exposio para cada
via especfica;iv. Identificar fontes primrias e secundrias;v.
Verificar pontos de exposio direta e pontos de exposio indireta.A
partir dos levantamentos dos dados acima citados pudemos analisar
de forma sistmica as informaes obtidas para ento valorar o risco
ambiental da rea em questo.O seguinte fluxograma metodolgico foi
seguido:FLUXOGRAMA METODOLGICO.
Fonte: CETESBOrganizao: Robson de Oliveira Lemes Uma vez que os
riscos no so apenas observados, mas h uma preocupao em diminuir
seus efeitos o fluxograma acima pode ser entendido no apenas como
uma metodologia de avaliao de riscos, mas tambm como um sistema de
gerenciamento dos mesmos.
4. FUNDAMENTOS TERICOS.4.1. ASPECTOS GERAIS.A constatao da
existncia de passivos ambientais nem sempre possvel de ser
realizada a olho nu. Para Schianet (1999), a razo do suposto
desaparecimento do composto no subsolo, os danos causados por uma
rea contaminada s so identificados por meio de seus efeitos gerados
no ambiente, tais como: reduo da qualidade das guas, alterao do
desenvolvimento da vegetao e surgimento de doenas. Desta forma,
diagnosticar e avaliar de forma correta um local com indcios de
contaminao, principalmente em funo de seu potencial de risco,
tornou-se um problema.A Companhia de Ambiental do Estado de So
Paulo (CETESB 2001) conceitua risco como a probabilidade ocorrncia
de um efeito adverso aos bens a proteger em decorrncia da sua
exposio aos contaminantes presentes...Para Israel (1995), no que
diz respeito sade humana, a avaliao definida como uma tcnica de
determinao de um risco especfico caudado pela exposio a certas
substancias ou perigo. Seu propsito identificar e medir o risco de
uma determinada substancia presente na rea contaminada devido um
dado nvel de exposio.4.2. ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A SOCIEDADE DO
RISCOO conceito de risco bem antigo, porm nos ltimos 50 anos passou
a ocupar lugar de destaque nos estudos e discusses sobre
sociedades. Muito mais por estarmos presenciando conseqncias de aes
de risco do passado, (como a Aquecimento Global), do que pela
instaurao de uma conscincia crtica generalizada. Segundo Guivant
1998 apoud Ocupacional Safety and Heart Agency, risco considerado
como um evento adverso, uma atividade, um atributo fsico, com
determinadas probabilidades objetivas de provocar danos e pode ser
estimado atravs de clculos quantitativos de nveis de aceitabilidade
que permitem estabelecer Standards atravs de diversos mtodos
(predies estatsticas, estimao probabilstica do risco, comparaes de
risco/benefcio), este ultimo no que diz respeito risco aceitvel, os
riscos no s emergem como acidentes ou efeitos colaterais ou por
causa de um mau uso da tecnologia, eles esto submersos, mascarados
nos nveis de aceitabilidade de contaminao, definidos atravs de
pesquisas realizadas em condies de laboratrio, e por isso, irreais
ao expressar-se em frmulas que no traduzem a multiplicidade de
bombardeio qumico que sofremos cotidianamente.Nesta perspectiva as
atuais anlises de risco apresentam falhas por dois motivos:1. No
consideram os efeitos acumulativos a longo prazo;2. No levam em
conta os efeitos das diversas combinaes possveis na natureza.A
estimao dos riscos inclui a caracterizao das fontes de risco, medio
da intensidade, freqncia, durao da exposio aos agentes produzidos
pelas fontes de risco e conseqncias para as populaes afetadas.Pode
ser explicitado na seguinte equao:R = f(M, P) => PerigosOnde:R o
risco;f freqncia;M a magnitude do eventoP a probabilidadeEm 1986
(traduzido para o portugus em 1992), Beck introduz nas discusses
sobre risco o conceito de Sociedade do Risco. Ele analisa uma
sociedade na qual a preocupao com a satisfao das necessidades
materiais bsicas tem sido substituda pela preocupao pelo risco
potencial de autodestruio da humanidade. Beck diz ainda que devido
a esta mudana, surge uma nova sociedade no mais pautada na luta de
classes (veja tabela 1). Antes os riscos eram vistos como pessoais,
agora passaram a ser globais, atravessando fronteiras territoriais
e de classes.Os riscos passam a ser reconhecidos dentro da
perspectiva da teoria geral dos sistemas. O que podemos observar
que: quanto mais se pesquisa sobre os principais problemas de nossa
poca, mais somos levados a perceber que eles no podem ser
entendidos isoladamente e nem de um nico ponto, o que nos leva a
necessidade de conjugar todas as cincias com a preocupao com os
aspectos sociais.Pensando o planeta como um sistema fechado e os
riscos dentro da perspectiva ambiental, podemos certamente falar em
riscos com efeitos globais, invisveis e muitas vezes
irreversveis.Tabela 1. Diferenas entre a sociedade de classes e a
sociedade de risco segundo Beck: SOCIEDADE DE CLASSESSOCIEDADE DE
RISCO
Modernizao simplesFase que tem lugar dentro das categorias e
princpios da sociedade industrial
Racionalizao da tradioContra a viso de que a modernidade uma
liberalizao das tradies e religies, assim como das limitaes da
natureza afirmam novas tradies.
Produo de riqueza.antagonismos: capital/trabalho.hierarquias
sociais.sujeitos revolucionrios.responsabilidade
organizada.racionalidade cientfica.conexo entre risco e
seguranaModernizao reflexivaFase de transformao social na qual,
devido a sua prpria dinmica, a modernizao muda de forma:Classes,
estratos, ocupaes, papis sexuais, empresas, estruturas setoriais,
os pressupostos gerais e o curso do progresso natural
tcnico-econmico. Emergem novas linhas de conflitos sociais e de
colises polticas. Racionalizao da racionalizaoDentro das instituies
emergem conflitos sobre seus fundamentos e desenvolvimentos
alternativos(polticas em relao s mulheres, transporte, (emprego,
tecnologia, entre outras)Produo de riscoAntagonismos: polarizao
dentro do capital e tambm dentro do trabalho no hierarquias sociais
sem sujeitos revolucionrios, no h um proletariado ecolgico.
Irresponsabilidade organizada: a interpretao do princpio da
causalidade em termos individuais.Racionalidade social: a partir de
uma crtica ao progresso desconexo entre risco e segurana
Ainda para o mesmo autor (Beck 1992), a sociedade de risco
apresenta duas caractersticas centrais:A) A sociedade de risco
comea onde acaba a natureza. No h mais natureza que no tenha sido j
afetada de alguma forma pela atividade humana;B) Comea onde acaba a
tradio. Cada vez mais precisamos tomar decises sobre os riscos que
assumimos enfrentar, porque cada vez menos podemos confiar nas
seguranas tradicionais.Ento mesmo que o conceito de risco sendo
antigo, na medida em que a sociedade de risco evolui este toma fora
e tamanho cada vez maior o que nos leva a crer que dentro desta
perspectiva, nossa sociedade ao passo que evolui caminha para o
colapso dela mesma.Basicamente possvel definir trs tipos de estudo
de risco:1. Anlise de Risco na Segurana geralmente ligado segurana
no trabalho e instalaes de grande proporo;2. Estudo de Risco Sobre
a Sade o foco maior dado para sade humana e est ligado exposies
constantes determinados compostos, latncia longo, efeitos
retardados. Neste caso relaes de causa e efeito no so facilmente
estabelecidas.3. Estudo de Risco Ecolgico envolve uma anlise
sistmica das diversas variveis que o compe. Uma complexidade de
interaes entre populaes, comunidades e ecossistemas, tanto ao nvel
micro como ao nvel macro. As relaes entre causa e efeito nem sempre
esto pautadas na certeza. Seus efeitos podem ser sentidos em reas
bem distantes de sua fontes geradora.
5. LOCALIZAO E CARACTERIZAO DO LOCAL:A cidade de Guarapuava
(figura...) um municpio brasileiro, situado na regio centro-sul do
estado do Paran. Faz parte de um entroncamento rodo-ferrovirio no
corredor do Mercosul, entre as cidades de Foz do Iguau (oeste) e
Curitiba (leste).Descoberta em 1770 pelos portugueses e fundada em
1810, o nome da cidade de origem Tupi - Guara (lobo), Puava
(bravo). O municpio tem como data comemorativa de aniversrio o dia
de 9 de dezembro, devido ao incio da colonizao entre o Rio Coutinho
e o Rio Jordo na freguesia de Nossa Senhora de Belm em 1819, com a
demarcao da povoao e da igreja.Este local foi escolhido para incio
da colonizao porque naquela poca se tinha uma predileo em
aproveitar-se dos campos, com horizontes amplos, que atravs desta
caracterstica natural, oferecia facilidade de defesa contra os
ndios.
Fonte: Diviso territorial do Brasil IBGE, 2010.
O municpio est localizada a 2523'36" latitude sul e 5127'19"
longitude oeste, regio denominada centro-sul do estado do Paran, no
terceiro planalto, tambm chamado de Planalto de Guarapuava.
Limita-se ao norte com os municpios de Campina do Simo e Turvo, ao
sul com o municpio de Pinho, leste com Prudentpolis e Incio
Martins, e a oeste com Candi, Cantagalo e Goioxim.Superfcie:
3125,852km;Altitude: 1120 m;Distncia da capital Curitiba:
247km;Distncia do porto de Paranagu: 361km;Distncia da trplice
fronteira em Foz do Iguau: 389km;
REA ESTUDADAA rea em questo a Br277 (figura...) que liga
Guarapuava Curitiba. Onde no ano de 2008 ocorreu um acidende que
culminou no derrame de leo diesel no solo margial da pista.
Viso parcial da Br 277. Fonte Google Earth. Acesso em Outubro de
2010.
COMPOSTO ENCONTRADADOAps verificao e anlise do local foi
constatado a presena de Xilenos Totais no mesmo.O xileno o nome
comum ou genrico de um composto formado quase totalmente de
hidrocarbonetos aromticos, com faixa de destilao compreendida entre
137 e 140,2C, em essncia, os ismeros para-xileno, orto-xileno,
meta-xileno e ainda pequena quantidade de etilbenzeno. A frmula
C6H4(CH3)2, e tambm conhecido pelos nomes xilenos, xilol, misturas
de orto, meta e para xilenos, xilenos mistos e dimetilbenzeno.
Segundo a EPA21, o xileno comercial ou misto contm cerca de 40-65%
de m-xileno e at 20% de cada um dos outros ismeros (o-xileno e
p-xileno) e etilbenzeno.Esse produto largamente utilizado pelas
indstrias de tintas e vernizes. Possui grande utilizao como
solvente para resinas acrlicas. Dissolve a dibenzil celulose, o leo
de mamona, leo de linhaa e borracha. utilizado ainda nas formulaes
de tintas de impresso e tintas txteis. Pela grande capacidade de
dissolver altas concentraes de princpios ativos e sua alta
volatilidade, o xileno muito utilizado nas formulaes de pesticidas.
classificado como altamente inflamvel e txico.A substncia nociva
por inalao, ingesto e em contato com a pele22. irritante para a
pele, olhos, mucosas e sistema respiratrio superior. A ingesto e a
inalao dos vapores pode causar dor de cabea, nuseas, tonteira,
sonolncia e confuso.De acordo com a Ficha de Segurana de Produto
Qumico da Petroqumica Unio S.A.23, a inalao dos vapores pode
irritar o nariz e a garganta. A inalao de altas concentraes pode
causar nuseas, vmitos, dor de cabea, tontura e severas dificuldades
respiratrias. Altas concentraes do vapor tm efeitos anestsicos e
depressores do sistema nervoso central. Quantidades insignificantes
aspiradas para os pulmes, podem produzir pneumonia hemorrgica
severa, com dano pulmonar ou morte. A ingesto causa sensao de
queima na boca e estmago, nuseas, vmitos e salivao. Em contato com
a pele, o produto atua como desengraxante e produz com freqncia,
uma dermatite caracterstica. Pode ser absorvido pela pele. Os
vapores causam irritao ocular. O produto em contato com os olhos,
causa severa irritao, possveis queimaduras nas crneas e dano
ocular.Conforme a Petrobras Distribuidora, o Xileno BR um solvente
essencialmente aromtico, cujo ponto de fulgor mdio de
aproximadamente 27 C. A temperaturas superiores ao ponto de fulgor,
os vapores liberados podem formar com o ar umamistura inflamvel. O
seu manuseio requer os cuidados que se aplicam a todos os solventes
petroqumicos. Deve-se evitar inalao, ingesto ou contato com a pele.
classificado como um produto que altera o comportamento.
Recomenda-se no ultrapassar o limite de tolerncia de 100
ppm.Toxicidade agudaDe acordo com a Ficha de Segurana de Produto
Qumico da Copesul, a exposio por ingesto e inalao, mesmo por curtos
perodos, pode causar depresso do sistema nervoso central com
tontura, sonolncia, perda de apetite, dor de cabea, nuseas, perda
de coordenao, confuso e inconscincia. irritante para o aparelho
respiratrio e para a pele, e altamente irritante para os olhos.
Pode causar irritao da conjuntiva.Estudos realizados em seres
humanos e em animais mostram que todos os ismeros do xileno ou
misturas de xilenos produzem efeitos similares, embora ismeros
especficos no sejam igualmente potentes na produo dos efeitos. A
exposio aguda de seres humanos ao xileno, por inalao, tem sido
associada com: dispnia e irritao do nariz e garganta; efeitos
gastrointestinais tais como nusea, vmitos e desconforto gstrico;
irritao dos olhos; e efeitos neurolgicos tais como deficincia da
memria de curto prazo, deficincia no tempo de reao, reduo no
desempenho em habilidade numrica e alteraes no equilbrio e balano
do corpo. A exposio aguda de seres humanos por via cutnea resulta
em irritao da pele e secura e descamao da pele. A exposio aguda a
uma mistura de tolueno e xilenos, por inalao, resultou em
toxicidade respiratria e neurolgica em seres humanos e animais
maior que a simples adio.Estudos de exposio aguda em animais a
misturas de xilenos, por inalao, registraram efeitos respiratrios,
cardiovasculares, ao SNC, fgado e rins. Testes de exposio aguda de
ratos e camundongos a misturas de xilenos mostraram de baixa a
moderada toxicidade por inalao e moderada toxicidade por via
oral.
Toxicidade crnicaEm seres humanos expostos a concentraes
elevadas pode ocorrer tontura, excitao, sonolncia e falta de
coordenao psicomotora.25 A inalao crnica pode causar dor de cabea,
perda de apetite, nervosismo e palidez cutnea. O contato repetido
ou prolongado com a pele pode causar dermatite. A exposio repetida
dos olhos ao vapor altamente concentrado pode causar danos oculares
reversveis. A exposio repetida pode prejudicar a medula ssea,
produzindo baixas contagens de clulas sanguneas, e causar danos ao
fgado e aos rins. As pessoas com desordens cutneas pr-existentes,
problemas oculares, ou funo heptica, renal, sangunea ou respiratria
deteriorada, podem ser mais suscetveis aos efeitos desta
substncia.
De acordo com a EPA, a exposio crnica de seres humanos ao xileno
resulta primariamente em efeitos no sistema nervoso central (SNC),
tais como dor de cabea, tontura, fadiga, tremores, descordenao,
ansiedade, deficincia da memria de curto prazo e dificuldade de
concentrao. Efeitos respiratrios, tais como respirao ofegante e
deficincia da funo pulmonar, cardiovasculares, incluindo dor severa
no peito, eletrocardiograma anormal, e renais tambm foram
registrados. Misturas de xilenos no foram extensivamente testadas
para efeitos crnicos, embora estudos em animais mostrem efeitos no
fgado e SNC por inalao e exposio oral, e efeitos nos rins por
exposio oral.
Efeitos reprodutivosVrios estudos em seres humanos examinaram
efeitos na exposio prolongada a solventes orgnicos (incluindo
misturas de xilenos). Foi registrado um aumento potencial de
abortos expontneos de esposas de homens ocupacionalmente expostos.
Entretanto, nenhuma concluso pode ser tirada desses estudos porque
envolveram exposio concomitante e mltiplas substncias qumicas27.
Misturas de xilenos produzem efeitos no desenvolvimento, incluindo
aumento na incidncia de alteraes esquelticas em fetos, atraso na
ossificao, reabsoro fetal e reduo do peso fetal em animais, por
exposio por inalao. Alguns estudos tambm observaram toxicidade
materna.De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da
Copesul, experimentos com animais em laboratrio resultaram em
efeitos mutagnicos teratognicos e reprodutivos.
Riscos de cncerNenhuma informao disponvel sobre efeitos
carcingenos a seres humanos de mistura de xilenos. Assim, a EPA
apresenta o xileno como no classificvel comocarcingeno aos seres
humanos. No foram registrados aumentos de tumores em ratos e
camundongos expostos a mistura de xilenos via gavage (colocao
experimental da substncia diretamente no estmago). Outros estudos
em animais tm registrado resultados ambguos.
Efeitos ambientaisConsoante a Ficha de Segurana de Produto
Qumico da Petroqumica Unio S.A., o xileno, em determinadas
concentraes na atmosfera, forma misturas explosivas etxicas,
prejudicial vida aqutica, e pode contaminar o lenol fretico.
Apresenta vida mdia na atmosfera de uma a dezoito horas. Em caso de
derramamento no solo, espera-se que o produto se evapore em grau
moderado, podendo, portanto, ocorrer percolao e contaminao de guas
subterrneas. Provoca contaminao atmosfrica (liberao de gases
txicosquando decomposto termicamente), de corpos de gua, do solo e
do lenol fretico. As guas residuais de controle do fogo e as guas
de diluio podem causar poluio. considerado muito txico para a
vidaaqutica.De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da
Copesul, o xileno apresenta nvel de risco mdio para sistemas
aquticos. um lquido inflamvel e pode acumular carga esttica por
fluxo ou agitao. Os vapores so mais pesados que o ar e podem
propagar-se para longas distncias at fontes de ignio e inflamar-se.
um produto voltil, apresenta potencial muito alto para mobilidade
no solo. Quanto degradabilidade, o produto foto e biodegradvel.
Apresenta baixo potencial de bioconcentrao.
CONCENTRAO DE XILENO EM GUAS SUBTERRNEAS (mdia anual)A
concentrao de guas subterrneas mxima (mg / l): 1.23E-03
Ocorrncia em cinco anos
TEMPO EM ANOSCONCENTRAO EM MG/L
1.0 4.46E-08
2.0 1.06E-05
3.0 1.08E-04
4.0 3.96E-04
5.0 9.21E-04
Concentrao de xileno na superficie da guaA concentrao de guas
subterrneas mxima (mg / l): 1.67E-04Ocorrncia em cinco anos
Tempoem anosConcentrao na superfcie da guamg/lConcentrao em
sedimentosmg/kgFluxo de massa da superficcie para gua
subterrnea.mg/d
1.0 6.08E-09 1.07E-07 1.27E-03
2.0 1.45E-06 2.55E-05 3.02E-01
3.0 1.47E-05 3.07E+00 3.07E+00
4.0 5.39E-059.49E-04 1.12E+01
5.0 1.26E-04 2.21E-03 2.62E+01
CONCENTRAO DE XILENO NO AR
TEMPO EM ANOSCONCENTRAO EM MG/M3
1.02.05E-06