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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID FACULDADE DE ODONTOLOGIA MESTRADO EM ORTODONTIA AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NO PARALELISMO DAS PAREDES DAS CANALETAS DOS BRAQUETES DOS INCISIVOS DA TÉCNICA DE ROTH VIVIANE CHAVES DE ALMEIDA São Paulo 2012
129

AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NO PARALELISMO DAS …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · 2. Torque. 3. Incisivo. 4. ... Daniel DanielDaniel, ... Unitek

Oct 29, 2018

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

MESTRADO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NO PARALELISMO DAS

PAREDES DAS CANALETAS DOS BRAQUETES DOS

INCISIVOS DA TÉCNICA DE ROTH

VIVIANE CHAVES DE ALMEIDA

São Paulo

2012

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

MESTRADO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NO PARALELISMO DAS

PAREDES DAS CANALETAS DOS BRAQUETES DOS

INCISIVOS DA TÉCNICA DE ROTH

VIVIANE CHAVES DE ALMEIDA

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia da Universidade Cidade de

São Paulo (UNICID) como parte dos

requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ortodontia.

Orientador:

Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho

São Paulo

2012

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID

A447a

Almeida, Viviane Chaves de. Avaliação da precisão no paralelismo das paredes das canaletas dos braquetes dos incisivos da técnica de Roth. / Viviane Chaves de Almeida. --- São Paulo, 2012. 129 p., anexos. Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho. 1. Braquetes ortodônticos. 2. Torque. 3. Incisivo. 4. Ortodontia. I. Carvalho, Paulo Eduardo Guedes, orient. II. Título. BLACK D41

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Almeida, V C. de. Avaliação da precisão no paralelismo das paredes das canaletas dos braquetes dos incisivos da técnica de Roth. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo (SP): Universidade Cidade de São Paulo; 2011.

São Paulo, 06 / 12 / 2011.

Banca Examinadora

1) Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho Julgamento:............................................. Assinatura:.............................................

2) Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate Julgamento:............................................. Assinatura:.............................................

3) Prof. Dra. Renata Castro Julgamento:............................................. Assinatura:............................................. Resultado:.....................................................................................................................

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DEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIA

Agradeço a DAgradeço a DAgradeço a DAgradeço a DEUSEUSEUSEUS Por ter me concedido uma vida maravilhosa e uma família tão especial. Hoje,

mais do nunca, compreendo a existência de uma força maior... Sei que essa força me ajudou a seguir por este caminho que chegou ao fim... Sei também que será essa mesma força que me fará seguir sempre em frente por qualquer

caminho!

Aos meus queridos paisAos meus queridos paisAos meus queridos paisAos meus queridos pais Jario LucioJario LucioJario LucioJario Lucio e ClautidesClautidesClautidesClautides, por revestirem minha existência de amor, carinho e

dedicação. Por cultivarem na minha infância todos os valores que me transformaram em uma adulta responsável e consciente. Neste dia especial,

ofereço a vocês a minha vitória... Vocês que tanto confiaram nos meus passos, oferecendo-me crédito para acertar e errar. Vocês que souberam me acolher quando a tarefa se mostrava árdua, impulsionando-me a superar os

obstáculos. A vocês exemplo de vida e força, agradeço a possibilidade da realização de mais um sonho.

Ao meu querido irmãoAo meu querido irmãoAo meu querido irmãoAo meu querido irmão ViniciusViniciusViniciusVinicius e a minha cunhada LucianaLucianaLucianaLuciana. Valiosos presentes de DEUS. Agradeço-

lhes pelo apoio, incentivo e amizade. Muito obrigada por vocês fazerem parte também da realização deste objetivo e estarem sempre presentes em todos os

momentos da minha vida.

Ao meu querido nAo meu querido nAo meu querido nAo meu querido noivooivooivooivo AlanAlanAlanAlan agradeço pelo carinho, paciência, cumplicidade, e por ser esta pessoa maravilhosa que eu tanto respeito e admiro. Sua presença e ajuda foram

fundamentais para a realização deste trabalho e o nosso amor é o que me impulsiona a ter novos sonhos...

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AGRADECIMENTOAGRADECIMENTOAGRADECIMENTOAGRADECIMENTO ESPECIALESPECIALESPECIALESPECIAL

Ao mestre Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes CarvalhoProf. Dr. Paulo Eduardo Guedes CarvalhoProf. Dr. Paulo Eduardo Guedes CarvalhoProf. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho, meu orientador, pelos ensinamentos, paciência e colaboração, tornando possível a realização deste

trabalho, o meu sincero agradecimento e a minha mais profunda admiração e respeito.

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AAAAGRADECIMENTOSGRADECIMENTOSGRADECIMENTOSGRADECIMENTOS

“Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as

estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os

vales das perdas e das frustrações. Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática

você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar.”

Augusto Cury

Muito obrigada por sonharem comigo, me ajudando a transformar esse sonho em realidade.

Aos professores do curso de mestrado da Universidade Cidade de São Paulo,

Dr. AcáDr. AcáDr. AcáDr. Acáccccio Fuziyio Fuziyio Fuziyio Fuziy, DrDrDrDraaaa. A. A. A. Ana Carla Raphaelli Nahásna Carla Raphaelli Nahásna Carla Raphaelli Nahásna Carla Raphaelli Nahás---- ScocateScocateScocateScocate, Dr. Danilo Dr. Danilo Dr. Danilo Dr. Danilo Furquim SiqueiraFurquim SiqueiraFurquim SiqueiraFurquim Siqueira, Dr. Hélio Scavone JúniorDr. Hélio Scavone JúniorDr. Hélio Scavone JúniorDr. Hélio Scavone Júnior, Dra. Karyna Martins do ValleDra. Karyna Martins do ValleDra. Karyna Martins do ValleDra. Karyna Martins do Valle----

CorottiCorottiCorottiCorotti e Dra. Rívea Inês FerreiraDra. Rívea Inês FerreiraDra. Rívea Inês FerreiraDra. Rívea Inês Ferreira, pelos ensinamentos e pela experiência compartilhada.

Aos professores Dr. Flávio VelliniDr. Flávio VelliniDr. Flávio VelliniDr. Flávio Vellini----FerreiraFerreiraFerreiraFerreira e Dr. Flávio Augusto CotrinDr. Flávio Augusto CotrinDr. Flávio Augusto CotrinDr. Flávio Augusto Cotrin----FerreiraFerreiraFerreiraFerreira, pela incontestável dedicação e competência no direcionamento

científico da prática docente, acrescentando experiência e cultura à minha formação profissional.

Ao cirurgião dentista Washington JúniorWashington JúniorWashington JúniorWashington Júnior, responsável pela análise estatística,

pelo seu grandioso trabalho.

Aos amigos de curso, AlessandroAlessandroAlessandroAlessandro, AluanaAluanaAluanaAluana, AndréiaAndréiaAndréiaAndréia, CarolinaCarolinaCarolinaCarolina, CarolineCarolineCarolineCaroline, CristianoCristianoCristianoCristiano, DanielDanielDanielDaniel, José AlaorJosé AlaorJosé AlaorJosé Alaor, LeonardoLeonardoLeonardoLeonardo, Rodrigo Rodrigo Rodrigo Rodrigo e VictorVictorVictorVictor pela amizade e

pelos momentos compartilhados.

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A minha sócia e grande amiga SorayaSorayaSorayaSoraya pelo companheirismo e incentivo constantes. E ainda por compartilhar comigo esta grande dádiva que é

ensinar.

A minha amiga Geórgia Geórgia Geórgia Geórgia que me acolheu carinhosamente em São Paulo, nos meus dias de curso, e dividiu comigo todos os momentos da minha trajetória

em ser professora. Sem suas palavras de amizade e apoio nada teria sido tão maravilhoso.

A todos os pacientes da clínica pela parcela de contribuição no aprendizado e

a todos os funcionários da instituição, em especial à querida Arlinda.Arlinda.Arlinda.Arlinda.

A TODASTODASTODASTODAS as pessoas que de uma maneira ou de outra me ajudaram na realização deste trabalho.

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RRRResumoesumoesumoesumo

Almeida, V.C. Avaliação da precisão no paralelismo das paredes das canaletas dos braquetes dos incisivos da técnica de Roth. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2011.

RESUMO

Os braquetes programados itencionam proporcionar prescrições exatas das

inclinações, angulações, torques e rotações, fundamentais para o correto

posicionamento dos dentes, nos três planos do espaço. Este trabalho teve como

objetivo avaliar a precisão no paralelismo das paredes das canaletas dos braquetes

dos incisivos superiores e inferiores, da técnica de Roth. Para tanto, foram

selecionados 20 braquetes de cada uma das seguites marcas comerciais disponíveis

no mercado brasileiro: Abzil, GAC, Morelli, Ormco, Rocky e Unitek, totalizando 360

braquetes, sendo 120 de incisivos centrais superiores, 120 de incisivos laterais

superiores e os outros 120 de incisivos inferiores. No estudo, foi utilizado um

Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), e as imagens obtidas foram analisadas

através do software AutoCAD 2008. A precisão do paralelismo das paredes das

canaletas dos braquetes foi mensurada por meio de ângulos da parede incisal (API)

e da parede cervical (APC), medidos em relação à linha da base do braquete,

subtraindo-se os valores de API dos de APC. Os testes estatísticos aplicados foram

a análise de variância ANOVA, teste de múltipla comparação Games-Howell e, para

a comparação dos valores de referência, foi usado o teste “t”. Concluiu-se que em

relação aos parâmetros de paralelismo perfeito, apresentaram-se adequados os

braquetes das marcas GAC, Rocky Mountain e Abzil para todos os tipos de

braquetes avaliados. Os braquetes das marca Ormco tiveram resultados favoráveis

para os braquetes de incisivos inferiores e centrais superiores, enquanto os da

Unitek mostraram paralelismo adequado para os braquetes de incisivos centrais e

lateriais superiores. Desta forma, a falta de padrão e precisão nas diferentes marcas

serve de alerta ao profissional que deve estar preparado para corrigir as possíveis

deficiências existentes nos acessórios ortodônticos.

Palavras-chave: Braquetes Ortodônticos; Incisivo; Ortodontia; Torque.

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AbstraAbstraAbstraAbstractctctct

Almeida, V.C. Accuracy evaluation of parallelism of the slot walls of Roth incisor brackets. [Master’sThesis]. São Paulo: University of São Paulo City; 2011.

ABSTRACT

The programmed brackets should give exact prescription of inclination, angles,

torque and rotation. These factors are fundamental for the correct teeth positioning,

on the three dimensions of space. This work aimed to evaluate the accuracy in the

parallelism of slot walls of lower and upper Roth technique brackets. For that, 20

brackets were selected, one of each of the following brands available in the market:

Abzil, GAC, Morelli, Ormco, Rocky e Unitek, with a total of 360 brackets, being 120 of

upper central incisors, 120 of upper lateral incisors and 120 lower incisors. In this

study, a Scanning Electron Microscope (SEM) was used and the images obtained

were analyzed through AutoCAD 2008 software. The precision of the parallelism of

the brackets' lower and upper slots walls was measured using the angles of the

incisor wall (IWA) and of the cervical wall (CWA), measured in relation with the

bracket's base line, subtracting the IWA values form CWA ones. The applied

statistical tests were the variance analysis ANOVA, multiple comparisons Games-

Howell test and for the reference values comparison it was used "t" test. It could be

concluded that according to the parameters of perfect parallelism, GAC, Rocky

Mountain and Abzil brands were in proper shape for all brackets type tested. The

Ormco brackets were in accord for lower and central upper incisor bracket, while

Unitek brackets showed good results for central and lateral upper incisor brackets.

The lack of standard and precision on the different brands is an alert to the

professional that should be prepared to correct the possible shortcomings on the

orthodontic accessories.

Key words: Orthodontic Brackets; Incisor; Orthodontics; Torque.

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Lista de FigurasLista de FigurasLista de FigurasLista de Figuras

LISTA DE FIGURAS

p.

Figura 1 - Base de prova em alumínio .............................................................. 56

Figura 2 - Base de prova com braquetes na posição de captação de imagem – Modelo piloto. ................................................................................ 56

Figura 3 - Estrutura de madeira com canaleta guia. ......................................... 57

Figura 4 - Estrutura de madeira com papel milimetrado colado em sua superfície, com linhas paralelas e perpendiculares às bases de prova posicionadas para colagem. ................................................... 58

Figura 5 - Estrutura de madeira com os segmentos de fio guia para colagem.. 58

Figura 6 - Posicionamento dos braquetes sobre a base de prova, padronizada pela estrutura de madeira – Modelo piloto. .................. 59

Figura 7 - Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), modelo Philips XL-30, com sistema EDS (EDAX) ................................................................ 60

Figura 8 - Obtenção dos pontos C1 e I1. .......................................................... 61

Figura 9 - Obtenção dos pontos C2 e I2. .......................................................... 61

Figura 10 - Demarcação do ponto BC. ............................................................... 62

Figura 11 - Demarcação do ponto BI .................................................................. 62

Figura 12 - Todos os pontos de referências. ...................................................... 63

Figura 13 - Linha cervical, incisal e da base e ângulos da parede cervical e incisal ............................................................................................... 64

Figura 14 - Ilustração comparativa dos intervalos de confiança de 95% para as marcas comerciais (ICS) ............................................................. 75

Figura 15 - Ilustração comparativa dos intervalos de confiança de 95% para as marcas comerciais (ILS) .............................................................. 77

Figura 16 - Ilustração comparativa dos intervalos de confiança de 95% para as marcas comerciais (IncInf) .......................................................... 79

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Lista de FigurasLista de FigurasLista de FigurasLista de Figuras

Figura 17 - Ilustração dos intervalos de confiança de 95% para todas as condições experimentais deste trabalho, plotados contra a faixa de referência (-1° ; 0° ; +1°) .................................................................. 83

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Lista de GráficosLista de GráficosLista de GráficosLista de Gráficos

LISTA DE GRÁFICOS

p.

Gráfico 1 - Gráfico caixa apresentando os tempos de medições ....................... 68

Gráfico 2 - Gráfico de concordância entre os dois tempos de medições. .......... 69

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Lista de TabelasLista de TabelasLista de TabelasLista de Tabelas

LISTA DE TABELAS

p.

Tabela 1 - Média e desvio padrão dos dois tempos de medições, teste de Wilcoxon (erro sistemático) e de erro Dahlberg (casual) .................. 68

Tabela 2 - Parâmetros estatísticos e estatística descritiva dos dados experimentais (unidade = grau). ....................................................... 70

Tabela 3 - Teste de normalidade de Shapiro-Wilk (SW) para a variável dependente (Pp). ............................................................................. 72

Tabela 4 - Teste de homogeneidade de Levene para a variável dependente (Pp) .................................................................................................. 72

Tabela 5 - Análise de variância de fator único para a variável dependente “Pp” para todos os grupos de braquetes ICS, ILS e IncINF. ............ 73

Tabela 6 - Teste Robusto de Brown-Forsythe. .................................................. 73

Tabela 7 - Teste de Games-Howell (GH) entre as marcas comerciais para os braquetes tipo ICS............................................................................ 74

Tabela 8 - Teste de Games-Howell (GH) entre as marcas comerciais para os braquetes tipo ILS. ........................................................................... 76

Tabela 9 - Teste de Games-Howell (GH) entre as marcas comerciais para os braquetes tipo IncINF. ...................................................................... 78

Tabela 10 - Testes “t” para uma amostra, para cada marca comercial e tipo de braquete, contra os valores de referência (-1°; 0°; +1°) ................... 81

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Lista de Abreviaturas e SiglasLista de Abreviaturas e SiglasLista de Abreviaturas e SiglasLista de Abreviaturas e Siglas

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MEV Microscópio eletrônico de varredura

APC Ângulo da parede cervical

API Ângulo da parede incisal

t Grandeza calculada pela aplicação do teste t Student

dp Desvio padrão

et al E colaboradores

% Percentagem

“ De polegada

+ Sinal de positivo

° Graus

x Por ...

mm Milímetros

ROCKY Rocky Mountain Orthodontics

cm Centímetros

USP Universidade de São Paulo

DIN

Lb

Nmm

ICS

ILS

IncInf

Norma Alemã

Libra

Newtons por milímetro

Incisivo Central Superior

Incisivo Lateral Superior

Incisivos Inferiores

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Lista de Quadros Lista de Quadros Lista de Quadros Lista de Quadros

LISTA DE QUADROS

p.

Quadro 1 - Relação das marcas comerciais dos braquetes e seus respectivos modelos e empresas fabricantes ..................................................... 54

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SumárioSumárioSumárioSumário

SUMÁRIO

p.

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 01

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 05

2.1 Prescrição de braquete e atrito .......................................................... 06

2.2 Avaliação da precisão do braquete e do torque ............................... 29

3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................... 51

4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 53

4.1 Material ................................................................................................. 54

4.1.1 Material da pesquisa ................................................................... 55

4.2 Métodos ................................................................................................ 55

4.2.1 Confecção das bases de prova ................................................... 56 4.2.2 Posicionamento dos braquetes ................................................... 57 4.2.3 Obtenção das imagens dos braquetes........................................ 59 4.2.4 Demarcação dos pontos de referência ....................................... 60 4.2.5 Traçado das linhas de referência e obtenção dos ângulos APC

e API .................................................................................................... 63

4.2.6 Mensuração dos ângulos APC, API e paralelismo da canaleta .. 64

4.3 Análise estatística ............................................................................... 64

4.4 Estimativa do erro do método ............................................................ 65

5 RESULTADOS .............................................................................................. 66

5.1 Análise do erro do método ................................................................. 67

5.2 Avaliação comparativa do paralelismo dos braquetes entre as marcas comerciais ............................................................................................ 69

5.2.1 Parâmetros estatísticos e estatística descritiva dos dados ......... 69 5.2.2 Modelo experimental para comparação entre as marcas ........... 71 5.2.2.1 Teste paramétrico de análise de variância ANOVA ......... 72 5.2.2.2 Teste complementar de múltipla comparação Games-

Howell......... ........................................................................................... 74

5.3 Comparação com os valores de referência ....................................... 80

5.3.1 Testes “t” para uma amostra ....................................................... 81

6 DISCUSSÃO .................................................................................................. 84

7 CONCLUSÕES .............................................................................................. 95

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 97 ANEXOS ............................................................................................................ 104

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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

1

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução 2222

1. INTRODUÇÃO

O tratamento com o aparelho ortodôntico fixo tem como objetivo inicial

promover o alinhamento e nivelamento da coroa e da raiz dos dentes por meio dos

braquetes. Estes braquetes transmitem a força realizada pelo fio para o dente, de

maneira a produzir o movimento ortodôntico (VELLINI-FERREIRA, 2008).

A Ortodontia atual passou por intensas modificações nas últimas décadas.

Isto vem acontecendo desde os avanços históricos feitos por Angle, em 1925, com a

criação da técnica Edgewise, que recebeu esta denominação devido à utilização de

fios retangulares, inseridos no interior dos braquetes (arco de canto). Nesta técnica,

dobras de primeira, segunda e terceira ordens são realizadas nos fios, com a

finalidade de obter a movimentação dentária desejada.

Em 1972, um artigo publicado por Andrews denominado “As seis chaves da

oclusão normal”, foi o primeiro passo para o desenvolvimento de um aparelho pré-

ajustado, definido a partir do exame da coroa clínica dos dentes de indivíduos com

oclusão normal. Desta forma, características presentes em oclusões ótimas naturais

foram identificadas, estabelecendo-se valores para angulação, inclinação e

proeminência vestibular, sendo estes incorporados nos braquetes para cada dente.

A partir destes estudos, surgiu a técnica Straight-Wire (arco reto) que permitiu aos

dentes assumirem estas posições desejadas, por meio do uso de arcos contínuos e

sem dobras (ANDREWS, 1976).

O advento dos braquetes programados foi uma das grandes evoluções da

Ortodontia. Neste contexto, tendo como ponto de partida o desenho e as prescrições

do aparelho Straight-Wire original, alguns autores alteraram os valores de

determinadas características dos braquetes. Dentre estes, destaca-se o trabalho de

Roth (1987), que na busca de soluções a partir de sua experiência clínica,

apresentou um único conjunto de braquetes para terapia de casos com e sem

extrações. A partir de então, esta prescrição tem sido largamente empregada pelos

ortodontistas de todo o mundo.

No panorama atual, o ortodontista se depara com diferenciadas filosofias, ou

maneiras de abordar o planejamento do tratamento, com diversas opções de

mecânica, para a realização de determinados movimentos ortodônticos, e com uma

variada quantidade de modelos de braquetes, e de prescrições, para o

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução 3333

posicionamento dentário. É possível se optar por um tipo ou outro de aparelho, a ser

aplicado no caso clínico, dependendo das suas necessidades. Desta maneira, para

os ortodontistas adeptos das técnicas que utilizam aparelhos pré-ajustados, a

correta prescrição de inclinações, angulações, torques e rotações dos dentes são

fundamentais, uma vez que todas as mecânicas ortodônticas possuem como meta o

posicionamento correto dos dentes nos três planos do espaço (BRITO JUNIOR e

URSI, 2006).

A quantidade de torque e angulação inseridos nos braquetes, que determinam

uma prescrição ou outra, depende da fidedignidade do processo de fabricação dos

mesmos. Segundo Colpaert, em 1974, o metal mais utilizado na manufatura de

braquetes é o aço inoxidável austenítico (AISI – American Institute of Steel and Iron,

aço inoxidável tipo 316L), o qual possui 18% de cromo, 8% de níquel, 2 a 3% de

molibdênio e baixo conteúdo de carbono. As propriedades mecânicas deste tipo de

aço devem conferir uma boa resistência mecânica e tenacidade, resistência

moderada ao calor e ótima resistência à corrosão atmosférica e química, tornado-o

bastante atrativo industrialmente. Além disso, de acordo com este autor, os materiais

utilizados na fabricação dos aparelhos devem ser manufaturados, de tal forma que

as dimensões internas da canaleta sejam precisas, pelo menos em um milésimo de

polegada. Adicionado a isso, os braquetes devem ser resistentes às deformações

decorrentes das forças da mastigação a que estarão submetidos.

A confiabilidade que se tem uma medida está relacionada com o conceito de

precisão, que segundo Ferreira (1999) significa o funcionamento sem falhas,

regularidade na execução ou exatidão. Para tanto, precisão está ligada com a

confiabilidade de uma determinada medida. Um material preciso é perfeitamente fiel

às regras a qual está vinculado.

Pesquisadores como Streva (2005), Cornejo (2005), Bóbbo (2006), Gomes

Filho (2007), Zanesco (2008) e Ramos (2009) realizaram estudos referentes à

confiabilidade da precisão do torque em braquetes pré-ajustados, onde compararam

diversas marcas de braquetes comercializadas no Brasil, mostrando que cada uma

delas, com maior ou menor grau de significância estatística, estavam em desacordo

com os valores da prescrição da técnica, por eles pesquisados. Da mesma forma,

Cash et al (2004), Assad-Loss et al (2010), Bhalla et al (2010) e Joch (2010)

observaram em seus estudos falta de precisão em relação as canaletas dos

braquetes estudados.

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução 4444

Diante destas considerações, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a precisão

no paralelismo das paredes das canaletas dos braquetes dos incisivos superiores e

inferiores, da técnica de Roth, em seis marcas comerciais. Vários parâmetros

mecânicos são dependentes desta condição, como a expressão do torque, a relação

entre o calibre do fio e a dimensão da canaleta do braquete e a relação de atrito

existente neste acessório. Desta maneira, a precisão no paralelismo das paredes

das canaletas dos braquetes está diretamente relacionada com uma boa finalização

de oclusão, tornando a pesquisa relevante para os profissionais usuários da técnica

de Roth, à medida que servirá de base para a escolha entre as marcas de braquetes

disponíveis no mercado, permitindo um tratamento com melhores resultados para os

seus pacientes.

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REVISÃO DE LITERATURA REVISÃO DE LITERATURA REVISÃO DE LITERATURA REVISÃO DE LITERATURA

2

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Para uma melhor compreensão, a revisão de literatura foi dividida em dois

tópicos, que constam a seguir:

2.1) Prescrição de braquete e atrito

Holdaway, em 1952, publicou um artigo sobre a angulação dos braquetes na

Técnica Edgewise para um melhor posicionamento dos dentes, onde foram

propostas algumas modificações em relação aos conceitos básicos, com o intuito de

diminuir as dobras nos fios. Relatou que muitos ortodontistas discutiam as

angulações da técnica e também as dobras de terceira ordem, que eram

necessárias para uma correta finalização do caso. Concluiu que apesar da grande

importância da angulação dos braquetes, muitos outros fatores deveriam ser

aprofundados para resolver os problemas com os quais os ortodontistas se

defrontavam, como a preparação de ancoragem nos casos de extrações, no

fechamento de espaços, para que as raízes fossem finalizadas de forma a ficarem

paralelas entre si, e a posição ideal dos incisivos, mantendo uma boa inclinação

vestibulolingual.

Andrews, em 1972, realizou um estudo com 120 modelos de gesso de

indivíduos não tratados ortodonticamente, com oclusão normal, de forma a avaliar a

morfologia da face vestibular da coroa e sua dimensão incisogengival. A partir disto,

o autor propôs inclinações e angulações para cada dente permanente, a fim de se

obter as seis chaves da oclusão normal ao final do tratamento ortodôntico:

1- Relação interarcos: a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior deve

ocluir no sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior, como descrita por Angle.

2- Angulação da coroa: todas as coroas dos dentes são anguladas para mesial.

3- Inclinação da coroa: refere-se à inclinação vestibulolingual das coroas dos dentes.

Os incisivos superiores são inclinados para vestibular. Os incisivos inferiores e os

dentes posteriores são inclinados para lingual, desde o canino até os primeiros

molares. As coroas dos molares são ligeiramente mais inclinadas do que as dos

caninos e pré molares. 4- Ausência de rotações. 5- Presença de pontos de contato

interproximais em todos os dentes. 6- Plano oclusal com ausência ou curva de Spee

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muito suave. Estas chaves são elementos interdependentes para a obtenção de

uma oclusão perfeita, servindo de base para a avaliação da oclusão estática. Assim

surgiu a técnica Straight-Wire, onde foram incorporadas dobras de primeira, segunda

e terceira ordem nos braquetes, com a finalidade de atingir o controle tridimensional

do posicionamento dentário. Assim após a sua pesquisa, redigiu os seguintes

valores de torque:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 7° 3° -7° -7° -7° -9° -9°

INFERIOR -1° -1° -11° -17° -22° -30° -35°

Este mesmo autor, em 1976, demonstrou a construção de braquetes, com o

centro da canaleta posicionado no centro da coroa clínica. O perfeito ajuste dos

braquetes à coroa dental acontecia pelo fato de suas bases serem contornadas na

vertical e na horizontal. Portanto, a distância entre a base da canaleta, com a base

do braquete, variava de acordo com cada tipo de dente (in-out). O autor afirmou que

estas modificações diminuíam consideravelmente o número de dobras, e

consequentemente promovia uma melhora nos resultados dos tratamentos.

Ricketts, em 1976, explicou que a Terapia Bioprogressiva representaria

uma evolução da técnica Edgewise, pois as mudanças propostas tornariam a

técnica mais flexível e versátil. Estudos realizados em pacientes e em crânios

de oclusão normal, associados à experiência clínica, determinariam à prescrição

da Terapia Bioprogressiva. Sendo assim, Ricketts prescreveu os seguintes

valores de torque:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 22o 14o 7o -7o -7o -14o -14o

INFERIOR 0o 0o 7o 0o 14o 22o

Explicou esta prescrição, salientando que 22° de torque para o incisivo

superior pareceria excessivo; entretanto, o torque só seria expresso, se fosse

utilizado um arco retangular ou quadrado durante todo o tratamento, e recomendou

que fosse realizada uma sobrecorreção para pacientes com má oclusões de Classe

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II, 2a divisão, ou com ângulo interincisivo de 125° ou menor. Quanto ao incisivo lateral

superior, inicialmente o torque recomendado era de 17° e angulacão de 5°, porém,

com a experiência, alterou-se essa prescrição para 14° de torque e 8° de

angulação. No segmento posterior inferior, recomendou-se torque progressivo, de

forma que o primeiro pré molar seja posicionado verticalizado em relação ao plano

oclusal e, a partir do segundo pré molar, que a coroa encontre-se mais para lingual.

Na pesquisa encontrou de 20° a 25° de torque para o primeiro molar inferior,

recomendando a prescrição de 22°, havendo em média, uma diferença de 10° de

torque entre o primeiro e segundo molar. Considerou-se muito importante o torque

nas raízes dos molares inferiores para uma ancoragem apropriada nesta técnica.

Em outro estudo, ainda em 1976, Andrews alertou que o tratamento

ortodôntico com o aparelho Straight-Wire necessitaria englobar mais do que somente

o aparelho original. Devido ao seu nome, os ortodontistas poderiam subentender que,

no tratamento com o aparelho Straight-Wire, não havia necessidade da incorporação

de dobras nos fios, o que por muitas vezes, se fazia necessária. Salientou que o

aparelho Straight-Wire inicialmente seria desenvolvido para casos sem extrações,

situação que se aplicaria para cerca de metade dos pacientes, no entanto, como

acabou sendo também utilizado para casos com extrações, houve a necessidade de

aplicação de dobras de 1ª e 2ª ordem. Andrews salientou ainda que a inclinação dos

incisivos deveria estar diretamente relacionada com o ANB do paciente. Portanto, o

torque apropriado para os incisivos superiores e inferiores poderia ser determinado

ainda no início do tratamento. A partir deste conceito, os novos braquetes do

aparelho Straight-Wire ofereceram aos ortodotistas três desenhos, para os incisivos

superiores e inferiores, em relação à inclinação das coroas dentárias, como é descrito

a seguir:

ANB > 5° ANB de 0° a 5° ANB < 0°

IC IL IC IL IC IL

SUPERIOR 2° -2° 7° 3° 12° 8°

INFERIOR 4° 4° -1° -1° -6° -6°

No mesmo ano Roth (1976), depois de utilizar os braquetes da prescrição de

Andrews, durante cinco anos em seu consultório particular, salientou que para um

melhor resultado no final do tratamento seria necessário que a mandíbula estivesse

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em posição de estabilidade (relação cêntrica). Visando um melhor detalhamento no

posicionamento dos dentes, para uma maior estabilidade dos casos, obedecendo às

seis chaves da oclusão normal de Andrews, envolveu-se em estudos sobre oclusão.

O autor concluiu que por apresentar resultados consistentes, existiam muitas

vantagens no uso da técnica Straight-Wire. Isto porque a mesma possibilitava a

diminuição no tempo das consultas, no tempo do tratamento, e quando os braquetes

eram bem posicionados, era possível controlar a movimentação ortodôntica de forma

mais eficiente quando comparada com a utilização de dobras nos fios. Entretanto,

segundo acreditava o autor, uma quantidade mínima de erro inerente ao processo

de fabricação dos braquetes poderia acontecer e assim, os ortodontistas precisariam

fazer algumas dobras de compensação. Acreditou que isso seria desprezível, diante

do resultado final clínico proporcionado pelo uso dos braquetes Straight-Wire. Para

Roth, as vantagens do uso deste aparelho seriam: melhor controle das posições

dentárias, maior precisão no posicionamento dos braquetes, facilidade de ligação

braquete/fio, fácil identificação dos braquetes, portanto, facilidade de construção e

maior conforto ao paciente. Diante destas considerações, o autor enfatizava ainda

que, na finalização dos casos ortodônticos, deveria haver uma determinada

angulação dos incisivos e caninos superiores, bem como, um determinado torque

dos incisivos centrais e laterais superiores, para que fosse obtida uma

sobressaliência adequada, de forma que estes dentes ocupassem um espaço

suficiente para conter o arco inferior no fechamento da oclusão.

Dellinger, em 1978, analisou as diferenças existentes entre a prática clínica

com aparelhos Straight-Wire e a teoria da mesma. Foram analisados 50 casos

ortodônticos, onde se observaram variações anatômicas e a adaptação do braquete

na superfície oclusal. A teoria partiria do pressuposto que as posições e inclinações,

vestibular e lingual, das coroas dentárias seriam as mesmas para todos os pacientes

e, teoricamente, a base do braquete encaixaria perfeitamente nas faces vestibulares

dos dentes. Este fato não acontecia realmente na prática, já que nenhum dente seria

igual ao outro. A adaptação do braquete na superfície vestibular dos dentes levaria a

desvios indesejáveis nas inclinações e angulações dos elementos dentários. A

maioria dos casos ortodônticos não seria tratada com fios “full size” para finalizar o

tratamento. Isso traria como consequência uma falta de controle do torque. Dever-

se-ia acrescentar o processo industrial de fabricação dos braquetes que aumentaria

a deficiência no controle do torque durante o tratamento. O autor enfatizou também

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 10101010

que os ortodontistas clínicos costumam alinhar os dentes com base no ponto de

contato ou nas bordas incisais e isso poderia ser um problema, considerando as

proporções de dentes com anatomias diferentes. Depois de comparar a teoria e a

prática do aparelho Straight-Wire, o autor considerou que se poderia chegar a um

bom resultado usando esses aparelhos, desde que todos os cuidados necessários

fossem tomados.

Meyer e Nelson (1978) relataram que a ciência se divide em teoria e prática.

A maioria das inovações técnicas surgiu como resultado de experiências práticas, e

a evolução do desenho dos braquetes ortodônticos aconteceu desta forma. Os

autores avaliaram a aplicação dos princípios biomecânicos, discorrendo que o torque

em Ortodontia é uma força rotacional do dente em sentido vestibular ou lingual para

se obter um encaixe perfeito dos dentes superiores com os inferiores no final do

tratamento. Essa força de torque seria obtida pela interação do fio retangular nas

canaletas retangulares dos braquetes, produzindo forças iguais em sentidos

opostos, causando rotação do braquete. Por isso o posicionamento final do dente,

dependeria da máxima expressão do braquete pré-ajustado, em interação com um

fio retangular, de diâmetro igual ao da canaleta do braquete (“full-size”). Os autores

afirmaram que era necessário o uso de fios “full-size” no final do tratamento para

obter o torque desejado, já que fios retangulares de menor calibre produziriam uma

folga na canaleta que alteraria o torque. Também afirmaram que a magnitude de

variação de torque feita pelo posicionamento errado do braquete no dente, no

sentido vertical, seria igual à variação de torque produzida pelo jogo existente entre

a canaleta e o fio retangular no momento do encaixe. Por este motivo os autores

relataram a importância dos braquetes pré-torqueados, sua interação com o fio

retangular, e que o mesmo preencha totalmente a canaleta, pois este conjunto, é

que possibilitará a obtenção do torque adequado, ao final do tratamento. Relataram

ainda que os tratamentos realizados com braquetes pré-ajustados, não deveriam ser

vistos clinicamente de forma fácil, comparados àqueles com os braquetes Edgewise.

Creekmore, em 1979, realizou um estudo enfatizando a importância da

posição do braquete como fator de variação do torque. Relatou a relevância da folga

existente entre a canaleta e o fio para o movimento de inclinação dentária. Afirmou a

necessidade de ajustes na inclinação, aplicando torque, ao final do tratamento. As

angulações se comportariam diferentemente das inclinações. No caso de braquetes

geminados, os resultados não seriam muito diferentes independentemente da

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espessura do fio que foi utilizado para o término do caso, porque os braquetes

geminados seriam tão largos que a angulação seria estabelecida até mesmo com

fios finos. Para braquetes simples, a folga seria excessiva com fios finos, requerendo

acabamento com um fio mais espesso, do diâmetro da canaleta. Mas para a

obtenção da inclinação desejada faria muita diferença que os fios usados

manifestassem o torque ao término do tratamento, independente do braquete ser

simples ou geminado. Ao ser utilizada uma canaleta 0,022” e concluindo com um fio

0,018” x 0,025”, a folga provocaria uma perda de 15°, e portanto, a ativação deveria

estar acima dos 15° para provocar o movimento desejado. Segundo o autor, a

tolerância industrial seria de 2° de variação na obtenção da inclinação. Assim, tendo-

se dois incisivos, um com inclinação muito vestibular e o outro com acentuada

inclinação lingual, ao ser colocado um fio 0,018” x 0,025” em uma canaleta 0,018” x

0,025”, o que é vestibularizado inclinaria para lingual com 2° de tolerância. Ao passo

que o elemento inclinado para lingual receberia uma inclinação vestibular com 2° de

tolerância. Sem um ajuste, os dois dentes estariam 4° fora do alinhamento um do

outro. Assim, até mesmo no acabamento com um fio espesso na canaleta, os

ajustes seriam necessários para compensar a folga existente, e desta forma levarem

os dentes a uma posição final adequada. Ao usar um fio 0,018” x 0,025” em uma

canaleta 0,022”, haveria 15° de perda. Assim, se fosse usado 7° de inclinação do

incisivo central e 3° no lateral, nenhum destes dentes seriam influenciados por um

fio 0,018” x 0,025” em uma canaleta 0,022” x 0,028”, porque a perda seria maior que

todas as inclinações presentes, quando da inserção do arco na canaleta. Ao colocar-

se um fio 0,016” x 0,022” em uma canaleta 0,022”, há quase 27° de perda pela folga

existente. Com um fio 0,019” x 0,025” em uma canaleta de 0,022”, há 10,5° de

perda. Então, novamente, inclinações inferiores a 10,5° seriam ineficazes com um fio

0,019” x 0,025” em uma canaleta 0,022”. Com um fio 0,021” x 0,028” haveria 2° de

perda e se assemelham no ajuste. E constatou que fio 0,017” x 0,025” tem 4.5° de

perda em uma canaleta 0,018” de abertura, considerando que um fio 0,018”

quadrado tem só 3° de perda. Assim, o controle do torque seria melhor com um fio

0,018” quadrado que com um 0,017” x 0,025”. Pois a razão do torque seria

primeiramente de colocar os dentes em sua inclinação ideal, conseguindo uma boa

oclusão. Porém, boa estética não assegura boa função. Ao se avaliar a precisão do

aparelho ortodôntico, não só se deveriam considerar os braquetes e suas

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inclinações, mas também os arcos usados durante o tratamento para correta ação

do torque e posicionamento adequado dos dentes.

Em 1983, Alexander idealizou uma nova prescrição, na qual a quantidade do

torque inserido nos braquetes seria definida pela quantidade de torque apresentado

no arco retangular utilizado em 50 casos ortodônticos bem finalizados. O autor

preconizou a utilização de canaleta 0,018” trabalhando com fio retangular de

finalização de 0,017” x 0,025”. A folga existente entre o braquete e o fio

representaria uma diferença de 4° de torque no final do tratamento. Assim o autor

definiu sua prescrição de braquetes da seguinte forma:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 14o 7o -3o -7o -7o -10o -10o

INFERIOR -5o -5o -7o -11o -17o -22o 0°/27°

Alexander acreditava que os -3° de torque dos caninos superiores comparado

com -7° de outras prescrições evitaria o ajuste de torque no final do tratamento. O

torque 0° na região dos segundos molares inferiores seria para o uso de ômegas

nestes dentes, já que seria necessário afastá-lo da gengiva para não feri-la e evitar o

acúmulo de alimento. Tendo esses cuidados com o ômega no segundo molar, o

autor assegura que o ortodontista estaria inserindo torque no molar, porém se o

ômega não fosse incorporado no fio, a utilização de um tubo com torque seria

necessário. A principal diferença que o autor mencionou com as outras prescrições,

seria os -5° de torque dos incisivos inferiores, que permitiria a manifestação da sua

posição original utilizando um fio retangular de 0,017” x 0,025”.

Roth, em 1987, salientou que em relação aos recursos materiais utilizados

para a operacionalização da técnica Straight-Wire, tempo de atendimento ao

paciente e de tratamento, e também em relação à seleção de fios entre outros, o

sistema pré-ajustado da prescrição de Roth proporcionava condições vantajosas em

relação às outras técnicas convencionais. Percebeu ainda que para conseguir uma

oclusão ideal necessitava de uma curva de compensação dentária no arco superior,

e a curva reversa no arco inferior, além de um grande controle de ancoragem nos

casos com extração. Compreendeu então, que a grande variedade de braquetes

utilizadas por Andrews, estava se tornando um problema. Então desenvolveu

braquetes que seriam aplicados na maioria dos casos, o que se caracterizou como a

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 13131313

segunda geração de braquetes pré-ajustados. Diante desta análise de seus estudos,

propôs braquetes com os seguintes valores de torque:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 12o 8o -2o -7o -7o -14o -14o

INFERIOR -1o -1o -11o -17o -22o -30o -30°

Os braquetes anteriores seriam posicionados mais para incisal que os de

Andrews (no meio da coroa clínica), teriam um torque vestibular maior em 5° nos

incisivos centrais superiores e a sua forma de arco seria mais aberta para melhorar a

inclinação dos caninos. Roth acreditava que essas alterações permitiriam aos dentes

serem levados a uma posição levemente sobrecorrigida nos três planos do espaço,

e com isso seriam acomodados em uma posição ideal. Roth destacou ainda que no

desenvolvimento da mecânica do aparelho ortodôntico, o torque é a força de

compreensão mais difícil por parte dos especialistas da área, e a menos utilizada,

uma vez que o operador necessita de dominá-la completamente para não provocar

efeitos que possam prejudicar o tratamento, ao invés de contribuir.

Outra nova prescrição de braquetes surgiu em 1987, projetada por Hilgers,

tendo como objetivo a simplificação da Terapia Bioprogressiva. Os valores por ele

preconizados foram:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 22o 14o 7o -7o -7o -10o -10o

INFERIOR -1o -1o 7o -11o -17o -27o -27°

O autor explicou que era necessário o aumento do torque vestibular de coroa

dos incisivos superiores para conseguir um ângulo interincisivo de aproximadamente

126° sempre que um fio “full size” fosse instalado. Porém, sempre que fosse

necessário diminuir o torque, o ortodontista só teria que diminuir o calibre do fio

retangular. Em relação aos caninos superiores, o torque vestibular traria uma melhor

vista estética e a diferença de torque com o incisivo lateral (7° / -14°) seria

importante para manter a integridade do contorno da superfície vestibular. Verificou

também que o torque vestibular dos caninos superiores e inferiores facilitariam os

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 14141414

movimentos de desoclusão. O autor relatou a necessidade de variação de torque

nos incisivos inferiores e superiores dependendo do tipo facial. O torque de -1° nos

incisivos inferiores daria bastante flexibilidade para o aumento ou diminuição do

torque, conforme fossem necessários ajustes para o tipo dolicofacial ou braquifacial.

Ricketts e Gugino (1989 apud Petrelli,1993) apresentaram uma evolução da

técnica Bioprogressiva, desenvolvendo três conjuntos de braquetes, cuja aplicação

dependeria do tipo facial. Foram denominadas três formulas de tratamento:

proversão, neutroversão e retroversão. A proversão seria indicada para pacientes

braquifaciais que apresentassem Classe II divisão 2 e para algumas Classe II divisão

1. A neutroversão seria indicada para pacientes mesofaciais com má oclusão Classe

I com mordida profunda ou mordida aberta anterior moderada. Finalmente, a

retroversão seria indicada em pacientes dolicofaciais, para produzir verticalização

dos incisivos superiores, em pacientes com maxilares atrésicos e portadores de

Classe II divisão 1 com indicação para uso de elásticos. Os torques indicados foram

os seguintes:

TORQUE SUPERIOR IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

Proversão 22° 14° 7° 0° 0° 0° 0°

Neutroversão 17° 11° 5° 0° 0° 0° 0°

Retroversão 12° 8° 3° 0° 0° 0° 0°

TORQUE INFERIOR IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

Proversão 0° 0° 4° -6° -14° -24° -34°

Neutroversão 0° 0° 2° -6° -14° -24° -34°

Retroversão 0° 0° 0° -6° -14° -24° -34°

Andrews, em 1989, afirmou que a evolução caminhava para a

individualização dos braquetes de acordo com a especificação de cada paciente, e

que já havia a intenção de reduzir as dobras dos fios desde 1970. Entretanto, para

finalização e caracterização da oclusão dos pacientes, cujos dentes fossem

diferentes, da forma e posição programada dos braquetes, haveria ainda a

necessidade de dobras nos fios. Portanto, não seria mais necessário fabricar

braquetes para cada paciente, o que torna o tratamento muito dispendioso. Diante

destas considerações, o autor enfatiza que o posicionamento dos braquetes é um

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 15151515

fator decisivo para o tratamento. Assim conclui seus estudos, afirmando que o

aparelho por ele desenvolvido considerava a morfologia dos dentes e a posição dos

mesmos em uma oclusão normal, usando fios sem dobras, mas era necessário

organizar um aparelho totalmente programado, utilizando braquetes padrão, ou seja,

um braquete para cada dente, enfatizando ainda que para os caninos deveria haver

braquetes para casos com e sem extração, alterando a angulação e acrescentando

a anti-rotação, porém com o mesmo torque.

McLaughlin e Bennett (1989) relataram que somente com os estudos de

Andrews, em 1972, foi possível o surgimento do aparelho pré-ajustado, mas muitos

outros profissionais buscavam meios para alcançar bons resultados antes deste

marco. O aparelho pré-ajustado estabeleceu que as bases dos braquetes seriam

ajustadas aos dentes em uma determinada posição, e os fios contínuos seriam

inseridos nas canaletas dos braquetes. O ortodontista despenderia menos tempo de

consulta, pois não seria necessário confeccionar dobras nos primeiros fios.

Entretanto, na fase de acabamento, na maioria dos casos, haveria a necessidade de

inserção de dobras de terceira ordem, pois o aparelho foi desenvolvido baseado em

médias, e assim sendo, não seriam solucionados todos os casos, devido a grande

variação de forma e tamanho dos dentes. Além disso, os braquetes deveriam ser

posicionados corretamente, para evitar o reposicionamento e as dobras de

compensação.

Owen (1991) comparou o aparelho Straight-Wire com Vari Simplex Discipline

(VSH), iniciando o tratamento em 500 pacientes e finalizando mais de 300. Os casos

foram instalados alternadamente, com finalidade de analisar o número de arcos

usados, número de dobras necessárias no fio, tempo de tratamento, número de

braquetes soltos e qualidade da oclusão final. Concluiu-se que o número de arcos

VSH foi ligeiramente menor, atribuindo esta diferença ao aumento da distância

interbraquete, que possibilitava um alinhamento mais fácil. O número de dobras foi

idêntico. O tempo de tratamento do VSH foi ligeiramente menor, devido também à

distância interbraquetes que facilitou a fase inicial do tratamento. Os braquetes

soltos foram em menor quantidade no VSH, pois a maior distância interbraquetes

promovia forças leves. Quanto à oclusão final, não foi observada nenhuma diferença

entre os dois tratamentos. Durante este período, Owen verificou que 20% dos casos

precisavam de dobras de terceira ordem para um melhor posicionamento dos

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 16161616

incisivos superiores, acreditando que um aumento no valor do torque dos braquetes

poderia eliminar quase que totalmente os torques adicionais.

Balut et al (1992) pesquisaram as variações no posicionamento de braquetes

pré-ajustados por meio de colagem direta. Os autores consideravam que o aparelho

pré-ajustado não eliminaria totalmente a necessidade de dobras nos fios pelas

variações na estrutura dentária. Foi avaliada a colagem direta feita por dez

professores de ortodontia em cinco modelos pré-tratamento de cinco pacientes com

diferentes más-oclusões. Os autores encontraram discrepâncias no posicionamento

em altura (média de 0,34mm) e angulação (5,54°) entre braquetes adjacentes. Os

braquetes dos dentes anteriores inferiores foram os que ficaram mais bem

posicionados. Os braquetes que apresentaram maior discrepância vertical foram os

segundos pré molares superiores por possuirem uma coroa clínica curta. Os autores

concluíram que as irregularidades da superfície dos dentes e variações anatômicas

dos mesmos dificultariam o posicionamento dos braquetes no momento da colagem.

Sims, Walters e Birnie (1994) verificaram que a aparelhagem ortodôntica fixa

estava recebendo considerável atenção na literatura, mas não estavam sendo

investigadas as variações das dobras de segunda ordem (DDS) e dobras de terceira

ordem (torque) que são aplicadas na base do braquete ou no próprio fio ortodôntico.

Desta forma, resolveram avaliar os valores da força de atrito nos braquetes com

canaleta 0,022” x 0,028” das marcas Minitwin, Activa e Straight-Wire, aplicando

torque em fios de aço inoxidável 0,018” x 0,025”. Observaram que imperfeições na

fundição dos braquetes e a lisura de superfície dos fios podem ser fatores

importantes na força de atrito. A resistência ao deslizamento do fio foi verificada por

uma máquina Instron. Os resultados mostraram que os braquetes autoligados da

marca Activa produziram menor atrito que os ligados convencionalmente. O

braquete Minitwin foi levemente mais resistente ao movimento que o braquete

Straight-Wire durante o torque. O oposto foi encontrado quando o torque foi

aplicado, sendo que o aumento da inclinação apresentou um efeito mais marcante

no braquete da marca Activa.

Em 1995, surgiu a Terapia Bioeficiente desenvolvida por Viazis para reduzir o

tempo consumido na fase inicial do tratamento e atuar, de forma mais

individualizada, na fase de acabamento. Os braquetes apresentados nesta técnica

diferem dos encontrados anteriormente, já que possuem uma forma triangular que

daria uma distância interbraquete maior para conferir maior flexibilidade ao

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 17171717

tratamento ortodôntico. O autor mencionou várias vantagens dos braquetes da

Terapia Bioeficiente comparando-os com os tradicionais, onde ressaltou a

incorporação de um torque maior anterior. Esse torque foi previsto tendo em vista

que a maioria dos ortodontistas finalizava seus casos com fios de diâmetros

menores que as canaletas utilizadas, e também ajudaria a neutralizar qualquer efeito

de inclinação produzido durante o fechamento de espaços. A prescrição de

braquetes para o sistema Bioeficiente foi planejada com o propósito de sobrecorrigir

as más-oclusões e tornar possível a utilização de fios de maior diâmetro desde o

início do tratamento. A prescrição desse sistema é:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 12o 8o -2o -7o -7o -14o -14o

INFERIOR -1o -1o -11o -11o -22o -30o -30°

Harradine e Birnie, no ano de 1996, detectaram em suas experiências

clínicas, as vantagens e desvantagens dos braquetes autoligados Activa e a

avaliação das forças friccionais entre os fios e esses braquetes. Verificaram que a

principal vantagem clínica era a combinação da baixa fricção com o excelente

controle do encaixe do fio na canaleta do braquete. Os benefícios encontrados foram

o rápido alinhamento de dentes muito irregulares, a menor necessidade de

ancoragem e a facilidade de utilização das mecânicas de deslize. A desvantagem

mais significante foi a taxa de fracasso da colagem, quando comparada aos

braquetes convencionais da mesma marca.

No ano seguinte, Read-Ward, Jones e Daviest (1997) fizeram um estudo

clínico comparando a resistência à fricção de três braquetes autoligados: Activa (“A”

Company), Móbil-Lock Variable Slot (Forestadent) e Speed (Strite Industries Ltd.)

com braquetes convencionais metálicos Ultratrim (Dentaurum – Hawley, Russell and

Baker Ltd.). Os efeitos da espessura dos fios (0,020”; 0,019” x 0,025”; 0,021” x

0,025”), a angulação do braquete (0, 5 e 10 graus), bem como a presença de saliva

humana, foram investigados. Os resultados mostraram que tanto o aumento da

espessura do fio, como da angulação braquete-fio, resultaram no aumento da

resistência de fricção estática para todos os tipos de braquetes testados. Com a

presença de saliva, os efeitos foram inconstantes. Os braquetes Móbil-Lock Variable

Slot tiveram a menor fricção para todos os fios quando a angulação era de 0°,

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 18181818

porém, quando a angulação foi introduzida, os valores se compararam aos dos

demais braquetes. Os braquetes Activa tiveram a segunda menor resistência

friccional, exceto com fios 0,019” x 0,025”. Os braquetes Speed demonstraram

menor força de fricção com fios de secção redonda, mas com fios de secção

retangular ou na presença de angulações, sua fricção foi muito aumentada. Os

braquetes Ultratrim produziram uma grande variação individual, confirmando a

dificuldade da padronização da ligação braquete-fio com amarrilho metálico. Em

geral, os braquetes autoligados mostraram uma redução da resistência friccional

quando comparados aos braquetes ligados com fios metálicos.

Ugur e Yukay (1997) realizaram um levantamento das medidas das

inclinações vestibulolinguais das coroas dentárias sobre modelos de gesso de

oclusões normais e modelos ortodônticos pós-tratamento. Foram examinados

grupos com oclusões normais, tratados com aparelho Edgewise padrão e com os

braquetes da técnica de Roth, cada um com 10 indivíduos, objetivando uma

alteração nos valores do torque. Foram medidas, em modelos de estudo, as

inclinações das coroas dos incisivos centrais aos segundos molares para os arcos

dentários superior e inferior, a partir do plano oclusal funcional, e foram calculadas

as inclinações dentárias médias. No grupo com oclusão normal, os incisivos centrais

e laterais superiores apresentaram inclinação lingual, os incisivos centrais inferiores,

inclinação leve para vestibular e os incisivos laterais inferiores para lingual.

Entretanto, os desvios padrão dos valores médios foram elevados para os dentes

anteriores superiores e inferiores. Os dentes posteriores superiores, de canino a

molar, apresentaram uma inclinação lingual e os dentes posteriores inferiores

apresentaram uma inclinação lingual progressivamente crescente, dos incisivos

laterais aos molares. Nos grupos tratados, os incisivos centrais e laterais superiores

apresentaram inclinação vestibular da coroa e os molares inferiores apresentaram

maior inclinação lingual, quando comparados ao grupo com oclusão normal. Não foi

observada variação significante entre os valores médios de torque nos grupos

tratados com braquetes padrões Edgewise e com a técnica de Roth.

Utilizando o microscópio de força atômica, que permite a manutenção de um

espaçamento constante durante o escaneamento da amostra, sem causar qualquer

dano à superfície, Matasa (1997) avaliou quatro braquetes da técnica Edgewise,

dois confeccionados em aço inoxidável, sendo um novo e o outro usado e

recondicionando, um braquete de cerâmica e outro de acrílico, ambos usados, mas

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 19191919

não recondicionados. Antes de realizar o teste, todas as impurezas foram removidas

com jatos de ar, as amostras foram lavadas com éter etílico para evitar uma possível

contaminação com lubrificantes e depois foram secas. Notou-se que o braquete

metálico novo apresentou uma diferença significante mais alta entre as saliências e

depressões que os usados e recondicionados. O braquete de acrílico usado

apresentou um atrito inferior a qualquer um dos braquetes testados, e os braquetes

cerâmicos usados apresentaram uma aspereza reduzida quando comparados aos

metálicos. Embora o microscópio de força atômica não seja capaz de medir

diretamente as propriedades friccionais entre o fio e o braquete, ele pode fornecer

uma grande quantidade de informações sobre a natureza das superfícies envolvidas,

podendo ser utilizado para pré determinar a aspereza da superfície e qualificar quão

liso um braquete poderia ser durante o uso.

Pizzoni, Ravnholt e Melsen (1998) estudaram as forças de fricção nos

braquetes autoligados. A fricção foi testada em fios de beta titânio e de aço, nas

dimensões: 0,018” e 0,017” x 0,025”. Foram utilizados dois braquetes convencionais

(Dentaurum / A Company) e dois autoligados (A Company / Speed). Os braquetes

da marca A Company possuíam a canaleta com tamanho 0,22” x 0,28”, os da

Dentaurum 0,022” x 0,030” e os braquetes Speed 0,022” x 0,025”. Os experimentos

foram realizados utilizando um tensiômetro com 25N de carga de tensão e um

gravador de gráficos. O aparelho de medição utilizado nos ensaios constituía-se de

uma máquina de alumínio com quatro rolamentos lineares feitos para correr em duas

barras de aço paralelas. Os fios foram tracionados com as canaletas dos braquetes

paralelas à direção do deslocamento, e com angulações de 3, 6, 9 e 12 graus com

os respectivos fios. Quatro arcos e quatro tipos de braquetes com quatro diferentes

angulações resultaram em um total de 80 combinações. Cada combinação foi

testada por 80 mm de movimento na velocidade de 10 mm/min. Dois testes foram

feitos para cada combinação possível. Os resultados mostraram que os fios

redondos têm menor fricção que os retangulares, que os fios de beta-titânio tem

maior fricção que os fios de aço, e que a fricção aumenta com a angulação para

todas as combinações braquete/fio. O estudo também relatou que braquetes

autoligados tem uma menor fricção que os convencionais em todas as angulações e

que os braquetes autoligados fechados com “clips” deslizantes possuíam menor

fricção que os braquetes autoligados fechados com um “clip” ativo.

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 20202020

No ano de 1999, Loftus et al. fizeram uma avaliação da fricção durante o

movimento de deslizamento dos dentes em várias combinações de braquetes/fios.

Para tanto, utilizou braquetes autoligados (Damon SL – “A” Company), metálicos

convencionais (Victoty – Unitek), cerâmicos convencionais (Transcend – Unitek) e

cerâmicos com canaleta metálica (Clarity – Unitek), todos com canaleta 0,022”.

Esses braquetes foram testados com fios de calibre 0,019” x 0,025” de aço, Níquel -

Titânio e Beta –Titânio. Primeiramente foi confeccionado um modelo de silicone o

qual possuía propriedades elásticas similares ao ligamento periodontal. O total de 12

modelos dentoalveolares foi preparado para cada combinação braquete-fio. O

braquete foi testado com a sua colagem na face vestibular de cada dente. Uma

unidade de elástico em cadeia, de comprimento pequeno, foi colocada sobre cada

braquete. Junto a unidade de elástico em cadeia foi anexado um gancho à 8 mm do

braquete, e uma gota de saliva artificial foi colocada no mesmo. O teste correu a

uma velocidade de 0,5 mm/minuto por 4 minutos, produzindo 2 mm de movimento

do arco. As diferenças entre braquetes autoligados, braquetes convencionais de aço

e braquetes cerâmicos com canaleta de metal não foram significantes, porém os

braquetes cerâmicos convencionais apresentaram uma fricção significantemente

maior do que os outros braquetes testados. O fio Beta – Titânio produziu uma força

friccional maior do que o Níquel – Titânio, mas diferenças significantes não foram

encontradas entre esses fios e o fio de aço.

Com o objetivo de aferir os efeitos da morfologia dentária na inclinação e na

angulação dos braquetes, Miethke e Melsen (1999) avaliaram 28 modelos de gesso

de jovens que apresentavam a dentição completa, excetuando-se os terceiros

molares. Os autores colocaram braquetes pré-ajustados de base retangular em cada

dente de acordo com o prescrito pela técnica de Andrews e mediram o contorno de

todos os dentes em três pontos diferentes (mesial, centro e distal). O dente com

maior curvatura foi o primeiro molar inferior, seguido pelos pré molares inferiores,

primeiros molares superiores, pré molares superiores, incisivos superiores e

finalmente os incisivos inferiores. Alguns braquetes pré-ajustados trariam a curvatura

do dente na base para facilitar o posicionamento correto, mas uma curvatura

excessiva poderia causar erros. Em vista disso, os autores alteraram a posição dos

braquetes em sentido vertical em 0,2mm; 0,4mm; 1mm; 1,5mm para ver se isso

alteraria o torque, a inclinação resultante e angulação do dente. Concluíram que

seria necessário considerar a morfologia dentária para aperfeiçoar o posicionamento

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do braquete. Uma variação nesse posicionamento, em sentido vertical, de até

0,4mm influenciaria modestamente na inclinação, porém variações maiores

alterariam a inclinação de 2° a 10°, dependendo do dente em questão.

McLaughlin, Bennett e Trevisi (2001, apud McLaughlin, Bennett e Trevisi,

2004) afirmaram que o torque não seria expresso com eficiência pelo sistema de

aparelhos pré-ajustados por duas razões mecânicas: a pequena área de contato do

arco retangular com a superfície da canaleta do braquete, e o costume de se utilizar

arcos de aço 0,019” x 0,025” na canaleta 0,022” para haver deslizamento, o que

proporcionaria uma folga de 10°, dependendo da fabricação dos braquetes e dos

arcos. Como resultado desta relativa ineficiência dos braquetes pré-ajustados em

liberar torque, o pouco controle de torque proporcionado pelo sistema de aparelho

pré-ajustado Straight-Wire, a técnica MBT preconizou a inserção de torque adicional

dos incisivos, molares e pré molares inferiores. Quanto aos caninos, houve a

necessidade de ter-se a disposição braquetes com duas opções de torque,

explicado na tabela seguinte:

IC IL C 1PM 2PM 1M 2M

SUPERIOR 17o 10o 7°/0o -7o -7o -14o -14o

INFERIOR -6o -6o -6°/0o -12o -17o -20o -10°

Os autores afirmaram que seria necessário ter um controle de torque nos

incisivos que fizesse a movimentação vestibular de coroa dos incisivos superiores e

a movimentação lingual de coroa dos incisivos inferiores. Este requisito do

tratamento seria necessário em vários tipos de má oclusão:

- Em casos de Classe II, nos quais os elásticos de Classe II provocariam a

perda de torque nos incisivos superiores, e os incisivos inferiores tenderiam a

proclinar durante o processo de nivelamento em resposta à ação desses elásticos.

- Em casos de Classe I, nos quais o torque correto nos incisivos ajudaria na

obtenção de um bom guia dos dentes anteriores.

- Em casos de Classe III, nos quais o torque correto poderia ser muito útil na

compensação das bases dentárias moderadas de Classe III.

Por esses requisitos clínicos frequentes, os autores recomendaram o

aumento do torque vestibular dos incisivos superiores e aumentaram o torque lingual

nos incisivos inferiores. Para os pré molares superiores, os autores recomendam

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uma angulação de 0°, sendo que no aparelho Straight-Wire a angulação era de dois

graus positivo. Isto colocaria a coroa desses dentes em uma posição mais

verticalizada, ou seja, mais na direção de Classe I. Os dois graus poderiam parecer

insignificantes, mas o total de 8° dos quatro pré molares superiores é muito

importante considerando-se a ancoragem. A angulação de 0° permitiria que os

braquetes fossem intercambiáveis. No caso dos pré molares inferiores preservam-se

com a angulação mesial de dois graus dos braquetes do aparelho Straight-Wire

original. O valor do torque de -7° para os pré molares superiores também foi

mantido, pois provaram serem satisfatórios na maioria dos casos. Nos caninos e pré

molares inferiores, os autores diminuíram o torque em 5°, ficando em -12° nos

primeiros pré molares e -17° nos segundos pré molares inferiores. Os autores

tiveram três razões para se reduzir a quantidade de torque lingual da coroa no

canino, pré molar e nas áreas dos molares inferiores:

a) Os caninos inferiores, e algumas vezes os pré molares demonstraram uma

retração e se beneficiavam pelo fato das raízes se moverem mais

próximas ao centro do processo alveolar.

b) Muitos casos ortodônticos demonstraram estreitamento no arco superior

com compensação lingual dos segmentos posteriores inferiores. Estes

casos se beneficiavam da verticalização do segmento posterior inferior.

c) Foi observado que os segundos molares inferiores com 35° de torque

deslizavam-se lingualmente.

Ainda segundo os autores, antes da criação da técnica MBT o torque já se

encontrava na base do braquete, devido à dificuldade de alinhar o nível das

canaletas com os braquetes. O sistema MBT foi desenvolvido utilizando a

computação gráfica (CAD) e sistemas computadorizados (CAM). Estas ferramentas

proporcionaram maior flexibilidade ao desenho, não apenas para colocar as

canaletas corretamente nos braquetes, mas também para reforçar a resistência e

características como a profundidade das canaletas e o perfil vestíbulo-lingual.

Primeiramente, o computador localizaria o local exato da canaleta nos braquetes, em

relação às distâncias de in/out e à posição de torque de cada dente. Logo após a

determinação desta posição, o computador teve condições de preparar as áreas de

encaixe, para aperfeiçoar todos os requisitos dos braquetes.

No mesmo ano de 2001, Hemingway et al realizaram um estudo para

investigar a liberação de forças nos arcos de Níquel – Titânio 0,014” usando a

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 23232323

combinação com sistemas de braquetes colados em um modelo com a forma de

arco mandibular ideal. Foram utilizados na pesquisa: braquetes metálicos de

Andrews (arcada inferior) da série sem extrações, prescrição Straight-Wire (A

Company Orthodontics, San Diego, CA, USA), braquetes metálicos Mini Uni-Twin

(arcada superior) prescrição Roth (3M Unitek, CA, USA), braquetes cerâmicos

Transcend (arco superior) prescrição de Roth (3M Unitek), braquetes cerâmicos com

canaleta metálica Clarity (arcada superior) prescrição Roth (3M Unitek) e braquetes

metálicos autoligados Damon (arcada superior) prescrição de Andrews (A.

Company). Esse modelo foi confeccionado para replicar a distância clínica

interbraquetes e a força liberada foi medida em quatro pontos, sendo esses

representados pela posição do incisivo lateral, canino, segundo pré molar e primeiro

molar. Os autores concluíram que os braquetes autoligados podem não ajustar

suficientemente o fio no interior da canaleta do braquete, dessa forma poderiam não

obter a totalidade de vantagens dos efeitos super-elásticos dos fios de Níquel –

Titânio.

Loftus e Artun (2001) realizaram um estudo laboratorial para avaliar a fricção

durante o movimento ortodôntico. Para que o estudo fosse o mais próximo da

realidade clínica, usaram um modelo dentoalveolar que permitia uma reprodução

precisa da largura dos dentes, com propriedades elásticas similares ao ligamento

periodontal. Foi medida a força de fricção durante o deslize de braquetes de

cerâmica com canaletas 0,022” x 0,028” e fios 0,019” x 0,025” de aço. Os modelos

utilizados apresentavam larguras de 0,00; 0,33; 0,67 e 1,00 mm de ligamento

periodontal. O ANOVA detectou um efeito significante entre a largura do PDL

(ligamento periodontal) e a média de forças de fricção. Análises estatísticas não

indicaram diferenças nos modelos sem PDL e todos os modelos com largura de 0,33

mm. Também não indicaram diferenças entre os modelos com largura de PDL de

0,67 e 1,0 mm. Porém, os dois modelos com as menores larguras de ligamento

periodontal produziram uma força de fricção significantemente menor.

Em 2002, Thorstenson e Kusy avaliaram o efeito da espessura do fio e do

material constituinte do fio, na resistência ao deslizamento em braquetes

autoligados. Na pesquisa, foram utilizados quatro modelos de braquetes autoligados,

sendo um modelo de braquete com tampa deslizante: Damon 2 (Ormco) e os outros

três modelos com “clips” ativos: In Ovation (GAC), Speed (Strite Industries) e Time

(American Orthodontics). Foram colados em uma barra de aço, unidos com cinco

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 24242424

tipos de fios: Ni-Ti austenístico de 0,014”(Highland metals), de diâmetro 0,016” x

0,022” (Orthonol, RMO), e de diâmetro 0,019” x 0,025” (Rematitan, Dentaurum), Ni-

Ti martensítico 0,019”” x 0,025” (Nitinol Classic, Unitek) e um fio de aço inoxidável

0,019”” x 0,025” (Forestadent). A resistência ao deslizamento foi medida com

ângulos de segunda ordem, que variavam de -9°a +9°, em meio seco. Quando havia

folga entre o braquete e o fio, a resistência ao deslizamento foi desprezível tanto nos

braquetes com tampa passiva, quanto nos de “clip” ativo. Porém, quando a folga

desapareceu e a angulação de segunda ordem aumentou, a resistência ao

deslizamento também aumentou. Quanto mais rígido o fio, maior a resistência ao

deslizamento em relação ao aumento nas dobras de segunda ordem. Os autores

afirmaram que a resistência ao deslizamento afetaria todos os estágios do

tratamento ortodôntico e, que embora um baixo valor de resistência ao deslizamento

seja desejado, nas fases iniciais do tratamento, um valor de resistência mais alto

seria preferível nas etapas finais do tratamento.

Simoni (2002) realizou um estudo qualitativo com intuito de comparar diversas

marcas e modelos de braquetes ortodônticos metálicos com canaletas de 0,022”

para incisivos centrais superiores, de acordo com a lisura de superfície de suas

canaletas. O objetivo foi a análise microscópica da rugosidade das canaletas de

braquetes ortodônticos metálicos, afim de verificar quais modelos e marcas

apresentavam uma maior resistência ao deslizamento, devido ao atrito produzido

pela superfície irregular da canaleta. Os braquetes que apresentaram canaletas com

alta rugosidade foram Morelli Nickel Free (prescrição Roth) e TP Twin- Edge

(prescrição Edgewise). Já os braquetes que apresentaram canaletas com

rugosidade média foram Abzil Lancer Kirium (prescrição Roth), Abzil Lancer

(prescrição Edgewise), Morelli (prescrição Edgewise), Ormco Mini Diamond

(prescrição Roth), Ormco Mini Ormesh (prescrição Roth), TP Nu-Edge (prescrição

Roth) e Unitek Victory (prescrição MBT). Finalmente, o braquete que apresentou

baixa rugosidade foi o Unitek Full Size da prescrição MBT.

No ano de 2003, Cacciafesta et al. avaliaram a fricção entre braquetes

autoligados metálicos (Damon SL II, Ormco), braquetes autoligados de policarbonato

(Oyster, Gestenco) e braquetes metálicos convencionais (Victory, Unitek) sob ação

de três tipos de fios: aço inoxidável, Ni-Ti e beta-titânio. Os braquetes foram testados

com cada tipo de fio em três diferentes secções: 0,016”, 0,017” x 0,025”, 0,019” x

0,025”. Cada braquete foi montado em um “jig” que foi anexado a cruzeta da

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máquina de ensaios. Foram feitas medições em um aparelho especialmente

projetado para medir a fricção cinética e estática. Os braquetes autoligados

metálicos geraram forças friccionais mais baixas que o sistema de policarbonato e o

convencional. Já os braquetes convencionais e os de policarbonato não mostraram

diferenças significativas entre eles. Todos os braquetes mostraram maiores forças

friccionais estáticas e cinéticas quando o calibre do fio era aumentado.

Henao e Kusy, em 2004, fizeram uma avaliação da resistência de fricção

entre braquetes convencionais e autoligados, usando arcos padronizados e

typodonts. No estudo, avaliaram quatro tipos de braquetes convencionais: Mini

Diamond (Ormco), Mini Diamond (GAC), Tip Edge (TP Orthodontics), Mini Mono HT

(Forestadent); e quatro tipos de braquetes autoligados: Damon II (Ormco), In-

Ovation (GAC), Speed (Strite Industries), Time (American Orthodontics). Uma

máquina de testes realizou análises de dois braquetes com três tipos de arcos

deslizando por eles (Ni-Ti 0,014”, 0,016” x 0,022”, e 0,019” x 0,025”). Cada conjunto

de braquetes foi montado sobre um quadrante do modelo de acrílico, sendo que

cada quadrante possuía um grau mais severo de má oclusão. Os testes foram

realizados em meio seco e úmido. Os resultados obtidos revelaram que as forças de

atrito foram maiores nos braquetes convencionais, nos fios de maior calibre e nos

quadrantes com má oclusão severa. Nos fios mais finos, a diferença de fricção entre

braquetes autoligados e convencionais foi significantemente maior. Em relação ao

meio seco e úmido, apenas um braquete teve diferença significativa (In Ovation) em

um dos quadrantes.

Em 2005, Tecco et al. avaliaram a fricção entre braquetes convencionais

(Victory, Unitek) e autoligados (Damon SL II, Ormco; e Time Plus, American

Orthodontics) usando um sistema com 10 braquetes de pré molares superiores do

lado direito, alinhados montados em uma barra de metal. Todos os braquetes foram

testados com três tipos de ligas metálicas (aço inoxidável, Ni-Ti, e beta-titânio) em

três conformações diferentes (0,016”, 0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”). Os

braquetes convencionais foram presos ao fio com módulos elásticos. A força de

tração foi avaliada 10 vezes para cada tipo de arco. Foram feitos um total de 300

testes para esse estudo, em um estado seco e na temperatura ambiente de 34°C.

Para avaliações friccionais, foi usada uma máquina mecânica de testes com 10 lb de

tensão de cédula de carga. Os braquetes Time Plus geraram uma menor fricção

quando comparados com os outros braquetes. Os braquetes Damon SL II geraram

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uma menor fricção com fios redondos, porém uma fricção significativamente maior

com fios retangulares, quando comparados a outros braquetes.Os arcos beta-titânio

apresentavam uma grande resistência à fricção em relação aos arcos de aço e de

Ni-Ti, e esses últimos, não apresentaram diferenças entre si. Todos os braquetes

mostraram uma maior força de fricção quando aumentado os calibres dos fios.

No mesmo ano (2005), Fortini, Lupoli e Cacciafesta sugeriram um novo

sistema de ligação braquete-fio de baixa fricção. Relataram que muitos fatores

contribuiriam para a resistência de fricção dos aparelhos, incluindo materiais de

braquetes e fios, sua secção e espessura. As condições de superfície dos fios e

canaletas dos braquetes, torque na interface braquete/fio, distância interbraquete,

presença de saliva e as funções do ambiente bucal, também seriam fatores

contribuintes para a fricção. Os autores relataram que vários estudos demonstraram

a redução significante da fricção com braquetes autoligados quando comparados

aos convencionais. Afirmaram que com o uso desses braquetes poderia haver uma

diminuição do tempo de tratamento, quando forem realizadas mecânicas de

deslizamento. Porém, os braquetes autoligados possuiriam certas limitações como a

dificuldade de total expressão do torque, a frequente fratura dos “clips”, o fato de

serem mais volumosos que os convencionais, prejudicando a higiene bucal. Então,

uma alternativa seria uma ligadura que reduzisse a fricção entre o braquete e o fio. A

ligadura lisa, demonstrada nesse trabalho, foi desenvolvida com um poliuretano

médico e foi aplicado ao braquete como uma ligadura convencional. Essa ligadura

permitiu ao arco a aplicação de força desejada sem a resistência das ligaduras

convencionais, reduzindo assim o tempo de tratamento e produzindo resultados

estáveis. Essas ligaduras poderiam ser usadas nos dentes posteriores para reduzir a

fricção, enquanto que ligaduras convencionais poderiam ser usadas no segmento

anterior para maximizar a expressão e o controle do torque.

Em 2005, Oh et al avaliaram a exatidão do tamanho, a microestrutura, a

dureza, a resistência de corrosão, a citoxicidade e o atrito com um fio de aço

inoxidável 0,017” x 0,025” nos braquetes metálicos de incisivos centrais superiores.

Foram utilizados braquetes Edgewise, de dimensão 0,018” x 0,025”, dos modelos de

braquetes: Archist (Daeseung, Seoul, Koréia), um braquete experimental

denominado SR-50A (Yonsei University, Seoul, Koréia) e Mini-Diamond (Ormco,

Glendora, Calif., EUA). Para avaliar a exatidão em tamanho, foram selecionados

aleatoriamente 10 braquetes, que foram avaliados em um mensuroscópio (MM-11,

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 27272727

Nikon, Kawasaki, Japão). Com a finalidade de avaliar a microestrutura do braquete,

foi utilizado um microscópio óptico. Para avaliar a dureza, usou um teste de

MicroVickers em vários locais dos cinco braquetes, em cinco tempos de medição.

Para observar as propriedades da corrosão na cavidade oral, utilizou-se saliva

artificial a 37 + 1° C. Para avaliar o potencial de corrosão, a resistência de

polarização e a taxa da corrosão das amostras de acordo com as designações G3 e

G102 de ASTM, foram utilizadas técnicas de polarização e de extrapolação linear de

Tafe. E também, para a avaliação do atrito nas canaletas, em tempos distintos para

cada braquete. Os autores concluíram que o braquete SR-50A tem a propriedade

superior de resistência à corrosão e a de fricção e uma biocompatibilidade com baixa

probabilidade de reação alérgica, comparada com os braquetes metálicos

convencionais avaliados.

Assad-Loss, Neves e Mucha (2008) avaliaram a composição química e a

rugosidade do fundo da canaleta de 90 braquetes metálicos divididos em 9 grupos:

grupo 1- aço inoxidável (Equilibrium 2 - Dentaurum); grupo 2 - titânio (Equilibrium ti -

Dentaurum); grupo 3- cromo-cobalto (Topic- Dentaurum); grupo 4 - aço inoxidável

(Standard -TP Orthodontics); grupo 5 - aço inoxidável (Série light - American

Orthodontics); grupo 6 - aço inoxidável (Kirium Line - Abzil Lancer); grupo 7 - aço

inoxidável livre de níquel (Monobloc – Morelli); grupo 8 - aço inoxidável

(Convencional- Morelli) e grupo 9 - aço inoxidável livre de níquel (Monobloc Golden –

Morelli). A composição química foi analisada pela Espectroscopia de Energia

Dispersiva e a avaliação qualitativa do fundo da canaleta foi realizada através do

MEV classificada de 0 a 8, correspondente às características da superfície. Quanto à

composição química foi encontrado: grupo 1 = titânio puro; grupo 9 = recoberto por

nitreto de titânio em 99,48%; grupo 3 = cromo-cobalto; grupo 8 = aço inoxidável livre

de níquel. Os demais grupos foram compostos de aço inoxidável. Quanto a

avaliação da superfície - grupo 1 = valor 2 (superfície mais polida); grupos 2, 5 e 7 =

valor 3 (aspecto de polimento); grupos 3, 8 e 9 = valor 6 (menor polimento); grupo 4

= valor 6,5 (maior rugosidade) e o grupo 6 = valor 5 (características intermediárias

de polimento). Desta forma, concluiu-se que os braquetes metálicos são compostos

de diferentes ligas e estão disponíveis com baixo conteúdo ou ausência de níquel.

Os braquetes de titânio apresentaram polimento semelhante aos de aço inoxidável,

porém os recobertos por nitreto de titânio e os de cromo-cobalto mostraram

superfície mais irregular ou menos polida.

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Cotrim-Ferreira (2010) salientou que o coeficiente de atrito tem chamado

grande atenção de clínicos e pesquisadores, principalmente após a popularização

dos braquetes autoligados. Diversas características do aparelho ortodôntico podem

interferir na geração de fricção, entre o fio ortodôntico e o braquete, quando da

realização de uma mecânica de deslize. O atrito está presente em diversas fases do

tratamento corretivo, principalmente na etapa de nivelamento e fechamento de

espaços. O menor atrito proporciona um melhor controle biomecânico e, desta

forma, agiliza a movimentação dentária, reduzindo o dano tecidual decorrente da

terapia, assim como encurta o tempo total de tratamento. O autor evidencia ainda

que apesar da força de tração dos arcos, quando deslizam nos braquetes, as

características dos fios ortodônticos, os fatores associados aos braquetes, o método

de ligação e a saliva e o biofilme influenciarem fortemente o coeficiente de atrito, é a

geometria do aparelho, o fator mais importante na sua determinação.

Em 2011, Pacheco et al afirmaram que o atrito gerado na interface

braquete/fio, durante a mecânica de deslizamento, pode reduzir a eficiência da

movimentação ortodôntica e o método de ligação do fio ao braquete, exerce

importante papel na determinação desse atrito. Para isto, realizaram um estudo in

vitro para avaliar o atrito em braquetes autoligados submetidos à mecânica de

deslizamento. A pesquisa comparou a força de atrito gerada por quatro tipos de

braquetes autoligados (Time, Damon 2, In-Ovation R e Smart Clip) com um grupo de

braquetes ortodônticos convencionais (Dynalock) associados a ligaduras elásticas

tradicionais (Dispens-A-Stix), que serviu como grupo controle. A força de atrito

estático foi mensurada através da máquina universal de ensaios EMIC DL 500 com

dois fios de aço inoxidável com secção transversal 0,018” e 0,017” x 0,025”. A

análise de variância ANOVA e o teste de Tukey mostraram baixos níveis de atrito

nos quatro braquetes autoligados associados ao fio 0,018” (P<0,05). Todos os

braquetes autoligados testados apresentaram significativa redução no atrito com o

fio 0,018”, podendo ser considerados uma alternativa clínica para minimizar os

efeitos indesejáveis do atrito observados com os braquetes convencionais, quando a

mecânica de deslizamento é empregada. Quando testados com fios retangulares, os

braquetes autoligados ativos apresentaram atrito significativamente maior do que

aqueles considerados passivos, com resultados estatisticamente semelhantes aos

dos braquetes convencionais com fios de mesmo calibre.

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2.2) Avaliação da precisão do braquete e do torque

O torque é uma torção do fio retangular, onde a coroa acompanha o

movimento do fio e a raiz se desloca no sentido contrário, segundo a definição de

Rauch (1959). Este autor estudou a aplicação do torque na Ortodontia e afirmou que

o mesmo permitiria ao ortodontista controlar as inclinações axiais dos dentes, para

posicioná-los harmonicamente e promover alterações faciais, as quais foram

comprovadas cefalometricamente. Quando inserido um fio retangular na canaleta do

braquete e este não promove força no dente, denomina-se torque passivo. O torque

ativo causaria a movimentação dentária devida à adaptação de um fio torcido dentro

da canaleta do braquete. Na década de 60, a maioria dos ortodontistas, utilizava

somente braquetes da técnica Edgewise. Alguns braquetes torqueados estavam

disponíveis no mercado, mas apresentavam menos do que cinco graus de torque.

Alguns profissionais angulavam os braquetes sobre as bandas, mas não havia

consenso com relação ao número correto de graus, além de haver pouca ou

nenhuma informação fornecida pelos fabricantes.

Andreasson (1972) realizou estudos experimentais de comparação dos

braquetes da técnica Edgewise com vários tipos de fios, para diferentes formas e

secções. O autor analisou a profundidade da canaleta do braquete, o diâmetro do fio

aplicado, e ainda, a forma de rotação existente. Através do resultado das análises

referentes aos movimentos de primeira, segunda e terceira ordem, foi determinado

que os braquetes com medidas 0,018” x 0,025” eram os mais eficazes.

No intuito de estudar a quantidade de rotação do arco retangular em tubos

molares, Lang, Sandrik e Kappler (1982) analisaram tubos de cinco fabricantes. A

quantidade de força de torque dissipada pela interação tubo-arco foi refletida na

rotação. Os estudos mostraram variações entre a dimensão da luz do tubo

observados no trabalho, e as descritas pelos fabricantes, pois dependendo do arco

utilizado e do fabricante, o fio retangular apresentou liberdade de rotação no tubo

com diferentes graus. Este fato, segundo os autores significa que inclinações ou

angulações adicionais podem ser necessárias.

Maijer e Smith, em 1982, afirmaram que a maioria dos braquetes fabricados

na década de oitenta, eram com aço inoxidável tipo 304. De acordo com o relato

destes autores, este tipo de aço contém 18 a 20% de Cromo e 8 a 10% de Níquel,

com pequenas quantidades de Magnésio e Silício e com conteúdo baixo em

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Carbono, normalmente menor que 0,1%. Algumas fábricas utilizam o aço do tipo

316, o qual possui maior conteúdo de Níquel, 2 a 3% de Molibdênio, e ainda baixa

concentração de carbono para melhorar as características necessárias para solda e

para aumentar a resistência à corrosão. Outras ainda utilizam o aço tipo 317, que

tem modificações similares na sua formulação para aumentar a resistência à

corrosão e a fratura.

Andrews (1983) afirmou que os aparelhos pré-ajustados, melhoram a

finalização dos tratamentos, pois estes aparelhos, por terem sido inseridos em seu

processo de construção os torques e angulações, proporcionam um menor tempo de

correção e consulta, facilitando o trabalho do ortodontista no que diz respeito à

confecção de dobras nos arcos. Quando descreveu a técnica dos braquetes pré-

ajustados enfatizou que, desde que a ranhura seja colocada no centro da coroa

clínica, e as bases dos braquetes apresentem corretas inclinações, será

proporcionado um torque adequado ao dente.

Com o objetivo de avaliar a variação de torque efetivo em função das arestas

arredondadas dos fios retangulares, Sebanc et al (1984) analisaram a folga existente

entre 80 braquetes Edgewise (20 com canaleta 0,018” x 0,025” e 20 com canaleta

0,022” x 0,028”) de 2 marcas comerciais com relação a fios retangulares de três

dimensões diferentes. Para cada canaleta foram proporcionados 60 fios de aço (10

para cada tamanho), 30 de níquel-cobalto (10 para cada tamanho) e 20 de beta-

titânio (10 para cada tamanho). Para a canaleta 0,018”, foram utilizados fios de

0,016” x 0,016”, 0,016” x 0,022” e 0,017” x 0,025”. Para a canaleta 0,022” foram

utilizados fios de 0,018” x 0,025”, 0,019” x 0,025” e 0,021” x 0,025”. As dimensões

das canaletas foram mensuradas com um microscópio e as secções transversais

dos fios retangulares com um micrômetro. Os autores observaram que os valores de

largura e profundidade da canaleta foram maiores que aqueles prescritos pelos

fabricantes, porém as alterações foram mínimas e não influenciariam

significativamente nos valores de torque. Isso não aconteceria com os fios, já que o

arredondamento das arestas poderia variar o torque de 0,2° até 12,9° para os

diversos tipos de fios. Isso fez com que a porcentagem de contribuição desta relação

no estabelecimento do torque variasse de 3% a 63%. Os autores encontraram que a

folga do fio na canaleta sempre foi maior calculado teoricamente. Essa folga poderia

ser tanto uma vantagem como uma desvantagem, sobretudo nos casos de

compensações dentárias. Segundo os autores, o torque seria influenciado pela folga

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 31313131

entre o fio e a canaleta e também pela tolerância da fabricação dos braquetes e fios.

Assim, recomendaram aos ortodontistas estarem prevenidos quanto às

consequências produzidas por esses dois fatores.

Creekmore e Kunik (1993) relataram a necessidade da individualização dos

braquetes para alcançar os efeitos desejados. Por exemplo, nos casos de Classe II

2ª divisão onde seriam utilizados braquetes com torque de Roth (12°) para incisivos

centrais superiores, que precisavam de movimento vestibular de coroa e braquetes

com torque Andrews para incisivos laterais superiores para proporcionar um

movimento lingual de coroa. Nos casos de Classe I ou III sem extração, seriam

necessários os braquetes de Andrews, com torque 7°, para os incisivos centrais

superiores e -1° para os incisivos inferiores. Citaram também alguns fatores que

dificultavam o uso dos aparelhos pré-ajustados, tais como o posicionamento

incorreto dos braquetes; variações das estruturas dentárias; variações nas relações

maxilo mandibular, que necessitariam de mudanças nas posições dos incisivos

superiores e inferiores; deficiências mecânicas devido ao braquete estar posicionado

longe do centro de resistência e a folga entre o fio e a canaleta do braquete. A

aplicação da força longe do centro de resistência provocaria, por exemplo, a

giroversão e inclinação mesial ou distal dos dentes no fechamento de espaço das

extrações, torque vestibular nas intrusões dos incisivos e o torque lingual nas

retrações. Os autores consideraram também que a folga entre o fio e a canaleta dos

braquetes seria necessária para inserção e remoção do fio. As tolerâncias de

fabricação mostraram canaletas 0,018” que variavam de 0,0182” a 0,0192” e

canaletas de braquetes de 0,022” que variavam de 0,022” a 0,023” e o arco 0,018” x

0,025” teria uma folga de 6°. Daí a necessidade de um torque maior nos incisivos

superiores para compensar os movimentos de retração. Concluíram que os

resultados do tratamento ortodôntico, com a utilização dos braquetes de Andrews,

nem sempre eram conseguidos, havendo necessidade de dobras nos arcos para

individualização dos casos.

Em 1995, Proffit relatou que os materiais utilizados na fabricação dos

aparelhos devem ser precisamente manufaturados, de tal forma que as dimensões

internas do encaixe sejam precisas, pelo menos em um milésimo de polegada. Os

braquetes devem ser resistentes o suficiente para suportar as forças de mastigação

sem distorcer, o que afetaria a dimensão da canaleta e, consequentemente, a

eficácia do aparelho.

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 32323232

Deguchi et al, em 1996, publicaram um artigo sobre a manufatura de

braquetes, onde afirmaram que durante os últimos anos, um método novo tinha sido

adotado para a manufatura dos braquetes ortodônticos metálicos, denominado

Molde de Injeção de Metal (MIM). Este método foi inventado e desenvolvido nos

Estados Unidos, no início da década de 80, com uma alta complexidade e um custo

elevado. Dez anos após, a indústria necessitava de uma grande demanda para

pequenas peças de alta precisão principalmente nas áreas aeroespacial, médica,

óptica e de computador. O MIM consiste em misturar metal amassado em pó, pasta,

aglutinante, e lubrificante para dar forma ao composto equipado. Isto é seguido da

granulação do composto, injetando o mesmo em um molde, removendo e

sinterizando o material aglutinado.

Como a precisão de fabricação dos braquetes influencia significativamente os

resultados de um tratamento ortodôntico, Mancini et al (1997) realizaram a

comparação dos processos de fabricação dos braquetes produzidos pelas empresas

“A” Company, Ortho Organizers, TP Orthodontics, American Orthodontics,

Dentaurum, GAC, Leone, Ormco, Unitek e Rocky Mountain. A análise destes

braquetes em microscópio eletrônico mostrou vários defeitos, tais como rebarbas,

estrias, farpas, porosidades e fissuras. Estes defeitos, quando presentes nos

braquetes, podem provocar repercussões clínicas, tais como danificação do arco e

aumento da resistência friccional. Deste modo, os autores concluíram que os

braquetes ortodônticos apresentam uma grande diversidade de formatos,

prescrições e técnicas de fabricação, e isto evidencia que ainda não existe um

braquete considerado o ideal para todos os casos. O ortodontista, além de escolher

a prescrição ideal de braquetes para os seus pacientes também deve levar em

consideração a qualidade destes, pois caso use produtos de qualidade duvidosa

estará expondo os seus pacientes a um aumento considerável dos riscos potenciais

que o tratamento pode acarretar.

Meling, Odegaard e Meling (1997) testaram pela torção quarenta tipos de fios

de aço inoxidável retangular e quadrado de diferentes tamanhos, fornecidos por

cinco fabricantes distintos. O estudo simulou o que ocorre quando se aplica o torque

a um único dente. Utilizaram braquetes padrões com canaletas equivalentes a

0,018”, com uma distância interbraquete de 4mm. Os resultados demonstraram que

a variação na dimensão seccional cruzada e a borda chanfrada induzem a uma

torção variável (depuração de terceira ordem). Como exemplo, os fios de 0,016” X

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0,022” apresentam uma média de torção de até 18,5°, com um limite de 16,6° a

20,4°. Demonstraram que quando são utilizados os fios de 0,016” x 0,022” deve se

aplicar de 24,6° a 29,2° de torção para se obter 20 Nmm de momento torsional. Esta

variação ocorre principalmente devido a uma larga amplitude de torção. Como

resultado, a predição de que um momento torsional pré-determinado pode ser

liberado torna-se incerta. E os fabricantes dos dispositivos geralmente não indicam

suas tolerâncias e nenhuma norma é dada. Os resultados demonstraram que,

devido aos limites da atividade na torção dos fios de aço inoxidável, torna-se difícil a

liberação precisa do momento torsional, baseado na condição presente na cavidade

bucal. A inflexibilidade da torção varia consideravelmente entre os diversos grupos

dimensionais, como resultado da variação da geometria seccional cruzada e das

propriedades do material.

Meling e Odegaard, em 1998, utilizaram um aparelho que simulava a

aplicação de torque e verificaram que as paredes da canaleta dos braquetes

exercem forças nos fios resultando no torque. Braquetes e fios de aço inoxidável

retangular foram testados em torção junto com dobras de segunda ordem. O arco

com dobra de segunda ordem, inserido em um braquete, resultou em uma pequena

dobra de terceira ordem. Se o braquete fosse pré-angulado, o arco exerceria torque

efetivo para ângulos de torção bem menores que a folga entre o fio e o braquete. O

efeito restrito da interação braquete-fio resultante da dobra de segunda ordem

diminuiu na medida em que o torque criado ultrapassou o torque exercido pela dobra

de segunda ordem. Assim após a eliminação da folga entre o fio e o braquete,

adição de dobra de segunda ordem teve pouco efeito no torque.

Meling, Odegaard e Seqner (1998) relatam que os fabricantes de braquetes

não declaram qual método usam quando medem a altura da canaleta do mesmo

(dimensão vertical); ou colocam as tolerâncias das dimensões das canaletas em

seus catálogos de produtos ou em suas etiquetas. É de interesse dos ortodontistas o

conhecimento sobre a exatidão das canaletas dos braquetes, permitindo momentos

de torque mais corretos. Também é de interesse o conhecimento da eficiência dos

vários métodos usados na produção de braquetes ortodônticos. As técnicas

modernas ortodônticas utilizam com maior freqüência braquetes pré-torqueados.

Debates têm levantado o tema que trata do correto ângulo do torque, e os

ortodontistas podem discutir as variações nas canaletas de poucos graus. Isto pode

ser corrigido do ponto de vista teórico, mas se tais diferenças não fazem sentido, é

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importante que os fabricantes dêem informações adicionais acerca de seu produto

para permitir que os ortodontistas façam as correções dos desvios para valores

normais. Entretanto, isto levanta a importância da questão do controle de qualidade.

Kusy e Whitley (1999) examinaram vinte e quatro canaletas de braquetes das

marcas “A” Company, American Orthodontics, Dentaurum, GAC, Ormco, RMO, TP

Orthodontics e 3M Unitek. Além disso, 26 tipos de fios, de diversas espessuras, das

marcas American Orthodontics, Dentaurum, GAC, Ormco, RMO e 3M Unitek. As

canaletas foram medidas utilizando a óptica de um aparelho de microdureza, as

alturas com compasso e os fios com micrômetro. As dimensões das canaletas dos

braquetes variaram na altura e largura. Verificou-se que 15% das canaletas

apresentaram-se menores que os valores nominais. Nos demais braquetes

estudados, a canaleta 0,018” apresentaram 16% maiores e a canaleta 0,022” mediu

8% maior do que preconizava a técnica. A altura das canaletas dos braquetes não

foi informada nas embalagens, mas variaram em 50%. Os fios em sua maioria

apresentaram espessuras menores que os valores nominais e 30% apresentaram

maiores. Os autores defenderam uma padronização dos materiais, de modo que os

fios de uma marca se adaptassem aos braquetes de outra, pois existem fios mais

espessos e algumas canaletas seriam menores do que as preconizadas pelos

fabricantes. Para que essa padronização fosse possível, as indústrias deveriam

informar as tolerâncias dimensionais dos seus produtos.

Kapur, Sinha e Nanda (1999) realizaram estudos com o objetivo de medir a

carga transmitida, e a integridade estrutural dos braquetes de aço inoxidável, e de

titânio na aplicação de forças de torção. Para o desenvolvimento dos trabalhos, os

autores utilizaram um dispositivo especialmente planejado, que fazia aplicação de

um valor de torque de 45º, e fizeram uso dos braquetes Edgewise com encaixes

0,018” e 0,022”. Para medirem a carga gerada, utilizaram uma máquina de teste

Universal Instron em intervalos de 15º, 30º e 45º de aplicação de torque. Fizeram

uso também de um estereoscópio móvel, para poderem avaliar a estabilidade

estrutural dos braquetes, medindo a largura do encaixe do braquete, antes e depois

de serem submetidos a forças de torção. A carga média gerada na aplicação de 45º

de torque, foi analisado pelo teste “t” de Student, em uma amostra independente

para que pudessem realizar a comparação. Quando comparados aos braquetes de

aço inoxidável, os braquetes de titânio transmitiram carga mais altas nos torques de

15º e 30º, e mais baixas no torque de 45º. Concluíram que os braquetes de titânio

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apresentam maior estabilidade estrutural quando comparados aos braquetes de aço

inoxidável.

No mesmo ano, Siatkowski (1999) avaliou a perda de controle de torque

anterior devido às variações nas dimensões dos arcos e das canaletas dos

braquetes. Os fios de secção retangular de dimensão menor que as canaletas

poderiam influenciar na inclinação vestíbulo-lingual final dos dentes. Considerando

que uma canaleta 0,018” fosse realmente 0,019” e um arco 0,017” x 0,025” fosse

inserido nessa canaleta, haveria uma folga adicional de 5° entre o braquete e o fio.

Em outra situação, se a canaleta 0,022” fosse realmente 0,0235” e um arco 0,018” x

0,025” fosse inserido nessa canaleta, haveria 5° de folga. O arredondamento das

arestas do fio também contribuiria para esta folga. Quando nos casos de extrações

dentais, os dentes posteriores fossem movimentados para anterior, os erros

relacionados às dimensões das canaletas poderiam induzir à inclinação lingual dos

dentes anteriores. Além disso, se os arcos fossem menores que os tamanhos

declarados nas embalagens haveria consequências para o tratamento.

Fischer-Brandies et al. (2000) investigaram a influência da secção transversal,

formato das arestas e relação entre o fio retangular e o braquete. Utilizaram cinco

marcas comerciais de três dimensões diferentes (0,016” x 0,016”, 0,016” x 0,022” e

0,017” x 0,025”) e estes foram inseridos em braquetes da técnica Edgewise com

canaleta 0,018”. Torques com intensidades diferentes foram incorporados aos fios. A

canaleta e a geometria do fio foram analisadas por computadores, antes e depois da

incorporação do torque. Concluíram que as canaletas apresentavam tamanho 0,8%

maior do que os valores informados pelos fabricantes. A medida da secção

transversal dos fios foram, em média, 9,7% em largura e 10,7% em altura menores

do que os valores informados, além de apresentarem um evidente arredondamento

das arestas. Com adição de torque ocorreu o entalhe das paredes das canaletas dos

braquetes, pela baixa dureza dos mesmos, com consequente alargamento adicional

de 0,016mm, aumentando a folga fio-braquete. A deformação e o entalhe que

ocorreram na área das paredes internas das canaletas contra indicaram a

reciclagem dos braquetes. Os autores concluíram que uma padronização dos

sistemas de braquete-fio seria desejável para um tratamento ortodôntico mais eficaz.

Mencionaram que os resultados de vários estudos das deficiências dos dispositivos

Straight-Wire basearam-se nos dados de fabricação e na folga entre o fio e o

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braquete. Essa folga ocorreria devido à conformação das arestas dos fios e à

inconsistência dimensional dos braquetes e fios.

A precisão é a capacidade de ler medidas realizadas por um aparelho. A

confiabilidade da precisão está diretamente relacionada com o aparelho utilizado e

somente pode ser melhorada se o aparelho ou instrumento de leitura for aprimorado.

Executar diversas vezes a mesma experiência também é uma forma de aumentar a

confiabilidade no resultado final (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE –

DEPARTAMENTO DE FÍSICA, 2001).

Gmyrek et al (2002) investigaram in vitro e em simulações clínicas a

capacidade de torque e deformações da canaleta dos braquetes de plástico,

comparando-os com braquetes metálicos. Neste estudo, foram analisadas três

marcas diferentes de braquetes de plástico e uma de braquete metálico de canaleta

0,018”. Estes braquetes foram torqueados com os fios de aço 0,016” x 0,022”. Nas

experiências in vitro, os braquetes foram colados sobre painéis e o arco amarrado

por meio de um fio de amarrilho. Em seguida, o arco foi torcido até 30° com auxílio

de um torno mecânico de precisão. O ângulo de torque, a perda de torque e a força

utilizada na torsão foram registrados. Os braquetes de plástico foram observados em

um microscópio para verificação de deformações, fraturas ou rachaduras. A perda

de torque para todos os braquetes de plástico foram maiores que a perda de torque

teórica quando os fios 0,018” x 0,022” foram usados. Com os braquetes de metal a

perda de torque foi menor. Todos os braquetes excederam o torque mínimo

necessário. Os braquetes de plástico proporcionaram maiores perdas de torque. Nos

testes de simulação clínica, utilizando um sistema específico, foram utilizados o

braquete Brillant comparando com o Mini-Mono. Cada um dos braquetes de teste foi

conectado ao sensor de força de torque do simulador, posicionado no lugar do

incisivo. Um torque vestibular de 20° foi aplicado e o movimento ortodôntico foi

calculado. Cada combinação arco-braquete foi medida cinco vezes. Com 1,21 Ncm

para o arco 0,016” x 0,022” e 1,94 Ncm para o arco 0,018” x 0,022” sendo que o

torque máximo registrado para o Mini-Mono foi significativamente mais alto que o

registrado para o Brillant atual com 0,62 Ncm e 1,15 Ncm respectivamente. Embora

os torques iniciais mais altos do braquete de metal não tenham sido alcançados

pelos braquetes plásticos, o declínio do torque foi comparável. Concluíram que os

braquetes plásticos perdem torque durante o tratamento impossibilitando um

posicionamento correto dos dentes ao final do mesmo. Houve uma maior

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 37373737

deformação das canaletas dos braquetes plásticos, tornando o torque dos braquetes

metálicos mais efetivo.

Casassa (2002) explicou que existe uma folga entre a canaleta do braquete e

o fio que traria alterações na expressão efetiva do torque. O torque efetivo poderia

ser expresso matematicamente subtraindo do torque inserido no braquete o ângulo

de folga existente entre a canaleta e o fio. Assim, quando fosse inserido um fio

0,021” x 0,025” numa canaleta de 0,022” x 0,025”, e o torque prescrito é de 7° com

uma folga de 2,9°, o torque real seria de 4,1° e não de 7°, conforme estaria expresso

no braquete. O autor ressaltou que a folga aumenta quando o fio é menor que a

canaleta, assim seriam necessários fios que preenchessem totalmente a canaleta

para poder obter o torque expresso nos braquetes.

Em 2003, Kang et al. afirmaram que a maioria das técnicas ortodônticas

envolve algum deslize entre a canaleta do braquete e o fio, surgindo uma resistência

friccional e desta forma, analisaram a relação entre o ângulo de contato crítico e o

torque, em uma montagem de braquete ortodôntico e fio, em 3 dimensões. Os

modelos matemáticos tridimensionais foram criados com parâmetros geométricos

braquete-fio, incluindo dois tamanhos de canaletas, três larguras de braquete e três

a quatro tamanhos de fio. A partir desses modelos, os ângulos de contato crítico, sob

condições de variação de torque, foram calculados através de uma equação

matemática tridimensional. Para avaliar os efeitos dos parâmetros braquete-fio em

ângulos de contatos críticos, foi realizada uma análise de variância (ANOVA) ao

nível de significância de 5%. Para todas as combinações braquete-fio, o ângulo de

contato crítico diminuiu à medida que a largura do braquete, o ângulo de torque e o

tamanho do fio aumentavam. Assim, todos os parâmetros braquete-fio, exceto altura

da canaleta, apresentaram um efeito no ângulo de contato crítico. Os resultados do

ângulo de contato crítico produzidos pelas equações 3DMEs foram iguais àqueles

produzidos pelo modelo 3D com auxílio do computador (SolidWorks Corp, Concord,

Mass), confirmando assim a validade das equações derivadas. Além disso, foi

investigado o efeito de uma extremidade chanfrada em alguns fios. Também foram

calculados ângulos de jogo de torção, sendo observado que estes são semelhantes

àqueles de relatos anteriores. Os resultados deste estudo fornecem bases teóricas e

experimentais para a prática ortodôntica clínica e indicam que os ângulos de torque

deveriam ser incluídos na avaliação do ângulo de contato crítico. Segundo os

autores, o torque é fator fundamental para terceira dimensão no controle de

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 38383838

lateralidade do tratamento ortodôntico. O conhecimento do controle de torque é vital

para a aplicação da força. Os clínicos têm que entender o papel complicado do

torque, sua relação e aplicação nas diferentes fases da terapia fixa. Verificaram que

a quantidade de torque a ser aplicado na canaleta do braquete deverá ser maior que

7.24o para iniciar movimentação dentária, conforme resultado da pesquisa realizada.

Thiensen et al (2003) relataram a importância da incorporação e do controle

de torque no tratamento ortodôntico. Afirmaram que o fio retangular encontra na

canaleta do braquete uma relação de superfície de tangência e não de pontos de

tangência, como ocorre com os fios redondos. A utilização do fio retangular, bem

como o torque incorporado ao braquete, seria primordial para uma adequada

finalização ortodôntica, uma vez que a correta inclinação vestíbulo-lingual dos

dentes seria essencial para obtenção de uma intercuspidação adequada,

estabilidade, estética e função. O ortodontista deve incorporar o torque no fio

retangular, mesmo com a utilização de braquetes pré-ajustados.

Cash et al (2004) avaliaram o tamanho e a geometria das canaletas de 0,022”

dos braquetes de incisivo central superior de onze marcas comerciais: Clarity MBT e

Victory MBT (3M Unitek), Twin Torque Roth, Discovery Roth e Elegance Plastic Roth

(Dentaurum), Mini Mono MBT (Forestadent), Nu-Edge Roth e Mxi Advant-Edge Roth

(TP Orthodontics), Damon II SL Roth (Ormco), Elite Mini Opti-MIM Roth e Elite Mini

Opti-MIM MBT (Ortho Organizers). Estes foram mensurados em duas ocasiões, por

dois diferentes avaliadores em tempos distintos, por meio de um sistema de medição

digital denominado Maxtascan 100 que possibilita a mensuração das dimensões e a

visualização geométrica das canaletas. Os autores observaram que todas as

dimensões das canaletas foram maiores do que o prescrito pelos fabricantes. A

medida foi feita nos braquetes estéticos (Clarity e Elegance Plastic), os quais

possuíam canaleta de metal. As medidas foram difíceis de serem realizadas devido

ao arredondamento das arestas das canaletas, porém o microscópio definiu melhor

as arestas para precisão dos resultados. Foram medidas a parte superior e inferior

da canaleta dos braquetes e se as mesmas apresentavam convergências ou

divergências. O teste t Student, de todas as medidas, não mostraram diferença

estatisticamente significante, então as medidas do segundo operador foram

descartadas. Três canaletas ficaram dentro dos 5% das dimensões informadas pelos

fabricantes e tinham paredes paralelas (Twin Torque, Clarity MBT e Mini Mono). A

canaleta do braquete Elegance Plastic Roth tinha paredes paralelas, porém

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 39393939

apresentava 12% de aumento de dimensão em relação ao valor recomendado.

Quanto à geometria das canaletas, os braquetes Victory Series eram ligeiramente

divergentes (parte superior maior que a inferior) e 6% maior em tamanho. A canaleta

do Nu-Edge era divergente e 14% maior em tamanho. As paredes das canaletas dos

braquetes Mxi Advant-Edge Roth, Damon II SL e Elite Mini Opti-MIM Roth, Elite Mini

Opti-MIM MBT eram todas convergentes e a base da canaleta do braquete Damon II

SL era 17% maior. O braquete Discovery também apresentou canaletas

convergentes e a base da canaleta foi 24% maior, com diferença de 7% entre a

largura superior e inferior da base da canaleta do braquete. A junção das paredes

com a base da canaleta era arredondada no Mxi Advant-Edge onde se esperava um

ângulo de 90°. Além disso, observou-se no braquete Elite Mini Opti-MIM um mau

acabamento na extensão do metal. Observaram uma variação considerável no

acabamento entre os diferentes grupos de braquetes e uma uniformidade em cada

grupo. Concluíram que a falta de precisão na fabricação dos braquetes e o uso de

fios de dimensões menores poderiam afetar o posicionamento dentário. O torque

adicional poderia ser necessário para superar as deficiências industriais, mas isso

não seria a solução para o problema e sim a fabricação de braquetes com alto nível

de precisão.

Harzer, Bourauel e Gmyrey (2004) fizeram um estudo com a finalidade de

comparar a deformação da canaleta e a capacidade de torque nos braquetes

metálicos e de policarbonato com e sem canaleta metálica. Utilizaram cinco

braquetes de cada um dos seguintes tipos: de policarbonato sem canaleta metálica

(Brillant, Forestadent), de policarbonato com canaleta metálica (Elegance,

Dentaurum) e de metal (Mini-Mono, Forestadent). Foi inserido nos braquetes, arcos

ideais de aço 0,016” x 0,022” e 0,018” x 0,022”. Foram realizados testes de

simulação clínica e experiências in vitro. Nos testes de simulação, os dois braquetes

de policarbonato foram comparados aos de metal. Cada um dos braquetes foi

conectado ao sensor de torque de um aparelho simulador e posicionado no lugar do

incisivo. Um torque vestibular de 20° foi aplicado em cada braquete pelo arco e o

movimento ortodôntico foi calculado. Cada combinação braquete-arco foi medida

cinco vezes. Os movimentos foram subdivididos num total de 700 incrementos.

Momentos de torque mais altos foram registrados com os braquetes metálicos que

os de policarbonato. Nas experiências in vitro, as maiores perdas de torque e os

menores momentos de torque foram registrados com ambos arcos retangulares

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 40404040

quando os braquetes de policarbonato foram utilizados. A perda de torque foi mais

alta nas simulações clínicas que nas experiências in vitro. Os autores concluíram

que os três tipos de braquetes poderiam ser recomendados para aplicação do

torque, entretanto, devido à alta perda de torque, os torques pré-ajustados deveriam

ser vistos como questionáveis. Os fabricantes deveriam prover suas embalagens

com dados mais precisos, para que os ortodontistas avaliassem a necessidade de

torque adicional.

Gioka e Eliades (2004) realizaram uma revisão da literatura na qual

descreveram os fatores que interferem no torque como o encaixe entre fio e a

canaleta do braquete, diferença das ligas constituintes dos fios e variação da

estrutura dental. O processo de fabricação dos braquetes seja injeção-moldagem,

fundição ou fresagem influenciavam na precisão do torque. A moldagem poderia

expor o material à expansão e a compressão enquanto que a fresagem poderia

incorporar granulações à superfície resultando em porosidades, asperezas,

imperfeições e defeitos microestruturais que afetariam na precisão dimensional das

paredes das canaletas, impedindo o seu preenchimento total pelo fio. Além disso, os

fabricantes poderiam aumentar o tamanho da canaleta e diminuir a espessura da

secção transversal do fio, arredondar e angular as arestas dos fios para facilitar a

inserção e conforto ao paciente, excluindo a possibilidade do fio preencher

completamente a canaleta do braquete. A instabilidade dimensional das bases dos

braquetes e das canaletas alteraria a posição vestíbulo-lingual da coroa. Os autores

afirmaram que as variações da morfologia e do tamanho das coroas dentárias

influenciam no torque. Concluíram que uma prescrição com torque aumentado seria

favorável para suprir a deficiência clínica dos braquetes.

Com a finalidade de analisar as propriedades mecânicas e físicas que direta

ou indiretamente influenciariam na efetividade da aplicação do torque, Kapur-

Wadhwa (2004) avaliou as prescrições de torque, as condições de superfície, o

material e o desenho dos braquetes. Com relação ao material constituinte do

braquete, comentou que os braquetes metálicos não fraturariam, porém os

cerâmicos fraturariam sob cargas que deformam. Os braquetes cerâmicos seriam

menos tolerantes às falhas de superfície que os metálicos, e essas falhas poderiam

contribuir para a variabilidade do torque. Os braquetes de titânio apresentaram

estabilidade estrutural superior em relação aos de aço inoxidável convencionais sob

forças de torção. Quanto ao desenho, alguns fatores contribuiriam para interferir na

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integridade do braquete: ponto de aplicação da força, tamanho e tipo de aleta,

tamanho e desenho da canaleta, reforço de metal na canaleta de braquetes

estéticos, canaleta vertical e junção corpo-base. O contato entre o fio e a canaleta

do braquete seria maior em canaletas estreitas e fios de arestas afiadas comparadas

a canaletas mais largas e fios de arestas arredondadas. O reforço metálico nas

canaletas de braquetes cerâmicos fortaleceria a estrutura dos mesmos para que o

torque pudesse ser aplicado como nos braquetes metálicos. Relatou ainda que o

torque efetivo dependia da tolerância dos fabricantes e do ângulo da aresta dos fios.

O clínico deveria estar atento ao grau de folga para modificar o plano de tratamento

para cada caso. As melhorias na fabricação teriam aumentado a resistência dos

braquetes às forças torsionais. Além disso, alguns fatores seriam importantes para

determinar o torque: inclinação normal do dente, distância do braquete à borda

incisal da coroa, tamanho da canaleta (braquetes 0,018” preservariam mais o torque

que canaletas 0,022”), variação de morfologia dentária, precisão na colocação dos

braquetes. Neste estudo, o autor concluiu que podem ser requeridas algumas

dobras de terceira ordem no acabamento para a finalização do tratamento

ortodôntico.

Kusy (2004) avaliou a influência da largura das canaletas e sua abertura a fim

de verificar a efetividade da ação dos fios ortodônticos, o efeito da angulação do

torque e as medidas das forças friccionais. O ângulo de contato crítico por liga é

definido pelas dimensões da base do fio, a abertura e largura da canaleta, e diminui

ou aumenta sua ação, de acordo coma variação dessas medidas. O autor também

relata que as combinações de braquete-fio que usam uma canaleta de 0,5mm,

podem ter um pouco de vantagem com respeito ao torque, considerando a filosofia

atual que forças leves e contínuas são mais favoráveis.

Zinelis et al (2004) avaliaram em seu estudo, a composição, a morfologia da

superfície, o tipo de material, microestrutura e a dureza da solda das bases dos

braquetes ortodônticos de 4 marcas comerciais. Os braquetes examinados foram:

Gemini (3M Unitek), MicroLoc (GAC), OptiMESHxrt (Ormco), e Ultratrim

(Dentaurum). Para isto, foram selecionados quatro braquetes metálicos de cada

marca comercial que foram embebidos em resina epóxy e após o polimento, estes

foram limpos em um banho ultra-sônico de água. Um Scanner de Microscopia

Eletrônica e um Detector de Raios X de micro análise de energia dispersiva (EDS)

foram utilizados para avaliar a composição quantitativa da liga soldada. Quatro

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 42424242

espectros de EDS foram coletados para cada liga soldada, e o desvio médio de valor

padrão para a concentração de cada elemento foi calculado. A composição dos

elementos das ligas soldadas foi determinada nas respectivas proporções: Gemini:

Ni = 83,98 + 1.02, Si = 6.46 + 0,37, Fe = 5.90 + 0,93, Cr = 3.52 + 0,34; MicroLoc: Ag

= 42.82 + 0,18, Au = 32.14 + 0,65, Cu = 24.53 + 0,26, Mg = 1.12 + 0,33; OptiMESH:

Au = 67.79 + 0,97, Fe = 15.69 + 0,29, Ni = 13.01 + 0,93, Cr = 4.01 + 0,35; Ultratrim:

Ag = 87.97 + 0,33, Cu = 10,51 + 0,45, Mg = 1.29 + 0,63, Zn = 1.13 + 0,24. A

empresa 3M Unitek usa níquel para a área de solda dos braquetes Gemini. A

quantidade de níquel usada nas soldas dos braquetes Gemini poderia gerar

perguntas sobre a sua biocompatibilidade, uma vez que a liberação do íon dos

braquetes ortodônticos pode ocorrer na cavidade oral. É importante saber que as

reações alérgicas deste elemento tem sido de grande importância para os

fabricantes dos biomateriais. Por esta razão, as novas ligas de aço inoxidável com

baixas concentrações de níquel foram introduzidas pelos fabricantes nos

componentes da base e da aleta do braquete. Os resultados deste estudo

mostraram que os diferentes materiais soldados foram usados para finalidades

distintas, e assim os diferentes desempenhos se esperam durante a exposição no

meio bucal, sendo que os efeitos potenciais nas propriedades biológicas são pontos

de muita discussão.

Sadat-Khonsari et al (2004) avaliaram a deformação do torque em braquetes

Edgewise de incisivos superiores de 7 marcas comerciais com canaleta 0,018”. Os

autores quiseram comprovar se a adição de materiais de reforço nos braquetes de

policarbonato ajudariam a melhorar a resistência à deformação. Observaram que os

braquetes que sofreram menor deformação foram os braquetes metálicos, seguidos

pelos braquetes de poliuretano, policarbonato e por último os de fibra de vidro

reforçado com policarbonato. Os autores concluíram que os reforços com

poliuretano e fibra de vidro não aumentariam a resistência à deformação. Os

braquetes cerâmicos reforçados com policarbonato, policarbonato puro e fibra de

vidro com policarbonato começaram a deformar com uma força de 10 a 20N/mm,

sendo que a força ideal de torque dos incisivos é 15N/mm. Os autores concluíram

que somente a canaleta metálica fortaleceria a superfície de contato e criaria uma

maior resistência à deformação, quando o fio retangular seria introduzido na

canaleta para proporcionar torque nos dentes.

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 43434343

Cornejo (2005), em seu estudo, fez um levantamento bibliográfico sobre os

fatores que podem alterar o torque; forma de colagem, folga entre o fio e a canaleta,

formas de fio, as formas de canaletas em braquetes pré-ajustados. Foi sobre este

último item que desenvolveu sua pesquisa, avaliando o torque existente em

braquetes de pré molares na técnica MBT das marcas comerciais: Abzil, Morelli,

American Orthodontics, TP Orthodontics, 3M Unitek e Ortho Organizers. Foram

feitas imagens dos braquetes utilizando a microscopia óptica, sobre estas imagens

foram obtidos os pontos e traçadas as linhas. Desta forma, obtiveram-se os ângulos

da parede do assoalho da canaleta, os quais foram usados no seu estudo. Na

avaliação dos dados das seis marcas avaliadas, concluiu-se que os valores médios

para os pré molares superiores e inferiores pesquisados encontram-se dentro do

prescrito pela técnica MBT. Exceto a American Orthodontics nos três grupos, a

Morelli nos pré molares inferiores e a TP Orthodontics nos pré molares superiores.

No entanto, no teste de variância entre as marcas, a Morelli apresentou diferença

com as outras cinco marcas.

Desejando saber o quanto o processo de fabricação dos braquetes poderia

estar influindo no tratamento ortodôntico, Streva (2005) realizou um estudo para

avaliar o torque dos braquetes dos caninos em seis marcas comerciais, verificando

se os mesmos estavam de acordo com a prescrição da Técnica MBT. Utilizando-se

de imagens obtidas por um microscópio óptico, avaliou o ângulo formado entre o

assoalho da canaleta e a base do braquete. Os valores médios de torque para os

braquetes de caninos superiores e inferiores avaliados neste trabalho, encontram-se

em sua maioria dentro dos valores prescritos pela técnica MBT, exceto os da marca

Morelli, em relação aos braquetes de caninos superiores e das marcas American

Orthodontics e Ortho Organizer os braquetes de caninos inferiores apresentaram

diferenças estatisticamente significantes.

Neste mesmo ano, Van Loenen et al (2005) avaliaram a influência do

contorno da face vestibular de incisivos e caninos superiores no posicionamento dos

braquetes, no sentido vertical, e sua relação com o torque. Todas as sugestões das

técnicas resultariam em efeitos diferentes no torque final de um dente pela diferença

na posição vertical do braquete. Para esta avaliação foi selecionada uma amostra

composta de 160 dentes, sendo 81 incisivos centrais superiores e 79 caninos

superiores. Foram realizadas radiografias interproximais digitalizadas destes

elementos. Por meio de um software foi determinada a angulação coroa-raiz de

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 44444444

todos os dentes da amostra, definida como ângulo formado pela intersecção do eixo

longitudinal da coroa e o eixo longitudinal da raiz. A média e os desvios-padrão

desses ângulos foram calculados. A curvatura da superfície vestibular foi definida

como o ângulo entre uma tangente para a superfície labial em diferentes alturas ao

longo dessa superfície e ao eixo longitudinal da coroa. Esses ângulos das curvaturas

foram calculados começando 0,5mm até 8mm da extremidade incisal com intervalos

de 0,1mm. A média e os desvios-padrão desses ângulos também foram calculados.

Encontrou-se uma variação da angulação coroa-raiz de 167° a 197° para caninos

superiores (média de 183°) e 171° a 195° para os incisivos centrais superiores

(média de 184°). As médias das curvaturas das superfícies vestibulares para os

caninos variaram entre 30° (+/- 4,2) e 10,2° (+/- 7,9), sendo que a média do ângulo

da superfície vestibular entre 2 e 4,5 mm da extremidade incisal diferiu em torno de

10° com um desvio-padrão maior que a dos incisivos. Quanto aos incisivos, o ângulo

da curvatura da face vestibular variou entre 20,7° (+/- 3,3) e 11,6° (+/-4,9), porém se

o braquete fosse posicionado a 4 e 4,5mm da extremidade incisal, o desvio padrão

seria menor. A 4mm da extremidade incisal, o mínimo de curvatura foi 12,3° e o

máximo 24,9°. Portanto, a forma e o tamanho dos incisivos e caninos mostraram

uma variação grande em relação ao torque dependendo da altura do braquete e da

curvatura da superfície vestibular do dente. Como conclusão, os autores sugerem

que os ortodontistas devem ter cuidado com o torque em dentes com grandes

angulações coroa-raiz, pela possibilidade de mover a raiz para cortical óssea e de

colocá-la em risco de reabsorção. Dessa forma, os profissionais devem realizar

dobras adicionais no fio retangular para obter o torque individual, quando

necessário.

Em 2005, Zinelis et al salientaram que nos últimos anos um novo método, menos

dispendioso, tem sido adotado para confecção de braquetes ortodônticos metálicos:

a moldagem por injeção do metal (MIM). Por este processo, o pó de metal é

misturado a aglutinantes, lubrificantes e dispersantes, obtendo-se uma mistura

homogênea que é injetada em formas. Os braquetes são formados dentro da

geometria desejada, mas resultam de 17 a 22% maiores em suas dimensões, uma

vez que ainda sofrerão a contração após o processo de sinterização, quando o calor,

o solvente, ou ambos, serão responsáveis pela eliminação e remoção do aglutinante

da mistura. Afirmaram também que os produtos da moldagem por injeção têm tole-

rância estendida de aproximadamente 0,3% da dimensão desejada e permitem o

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uso de qualquer liga para a produção de braquetes ortodônticos. In-

dependentemente das vantagens econômicas, este método de produção, segundo

os autores, pode gerar sérias implicações no desempenho clínico dos braquetes

ortodônticos. Neste intuito, fizeram uma pesquisa com o objetivo de investigar a

morfologia da superfície da base dos braquetes, tipo de liga, microestrutura e dureza

de quatro fabricantes Discovery (Dentaurum), Extremo (Leone), Freedom

(ClassOne) e Topic (Dentaurum). A morfologia da superfície da base dos braquetes

foi avaliada por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Para a composição

foram analisados pelo espectroscópio de energia de Raios X disperso (EDS). Os

braquetes foram submetidos ao preparo metalográfico com o objetivo de revelar a

estrutura metalúrgica. Os resultados deste estudo demonstraram que existem

diferenças significantes na forma da base, composição e microestrutura que podem

implicar em diferenças clínicas consideráveis.

Com a finalidade de avaliar a qualidade dos materiais ortodônticos, que é de

fundamental importância para ter sucesso em um tratamento ortodôntico, Bóbbo

(2006) realizou uma pesquisa analisando seis marcas de braquetes de incisivos, em

aço inoxidável na técnica MBT. As imagens foram capturadas por microscopia

óptica, sobre as quais foram feitas as medidas, comparando os valores prescritos

pela técnica, que são de 17° para os incisivos centrais superiores, 10° para os

incisivos laterais superiores e -6° para os incisivos inferiores com os resultados

obtidos. Também foram comparados os valores médios e os desvios-padrão do

torque entre as diferentes marcas comerciais, onde se concluiu que, com relação

aos incisivos centrais superiores, a marca Morelli apresentou média com diferença

estatisticamente significante do prescrito e em relação às demais marcas, menos

com a Abzil. Nos incisivos laterais superiores, a Morelli apresentou diferença

estatisticamente significante quando comparada com as outras cinco marcas

comerciais; os braquetes da American Orthodontics apresentaram diferenças

quando comparados a Abzil, Ortho Organizers e 3M Unitek. Nos incisivos inferiores,

a marca Abzil apresentou média com diferença estatisticamente significante quando

comparada com a American Orthodontics e 3M Unitek, e a marca American

Orthodontics mostrou diferença estatisticamente significante com relação à TP

Orthodontics.

Gomes Filho (2007), em seus estudos, avaliou a precisão do torque de

braquetes pré-ajustados dos incisivos superiores e inferiores, prescritos pela Terapia

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 46464646

Bioprogressiva de Ricketts, fazendo uma análise comparativa entre seis marcas

comerciais presentes no mercado brasileiro, Abzil e Morelli, nacionais, e Dentaurum,

Forestadent, GAC e Rocky Mountain Orthodontics (RMO), importadas. O autor

mensurou a precisão do torque dos braquetes por meio dos ângulos da parede

incisal (API) e da parede cervical (APC), medidos na intersecção da linha base do

braquete com as linhas laterais internas, incisal e cervical respectivamente, das

canaletas. Para tanto, fez uso de um microscópio eletrônico de varredura (MEV) da

marca Zeiss, modelo DSM 940A, instrumento este versátil e de uso rotineiro para

análise microestrutural de materiais sólidos, e para as analises das imagens utilizou

o software AutoCAD 2000, Este estudo levou o autor à conclusão de que existe

notável divergência no torque fabricado pelas diversas marcas em relação ao

prescrito pela Terapia Bioprogressiva. Estas diferenças foram menores para os

braquetes da marca RMO, onde apenas o ângulo APC dos incisivos centrais

superiores e inferiores estiveram em desacordo com a prescrição. Já as marcas

Abzil e GAC mostraram-se divergentes da prescrição de torque em todos os ângulos

avaliados.

Em 2008, Vellini-Ferreira relatou que conhecimentos referentes à oclusão e

equilíbrio dos dentes são essenciais ao sucesso do tratamento ortodôntico, que visa

uma oclusão individual. O autor observou que a inclinação axial dos dentes está

intimamente relacionada ao torque. Sendo assim, destaca que no arco inferior, a raiz

dos incisivos centrais e laterais tem inclinação lingual, sendo que esta diminui

acentuadamente ao nível dos caninos. No arco superior, no sentido vestíbulo-lingual,

as raízes dos incisivos centrais inclinam-se fortemente para palatino, atingindo

valores próximos de zero nos pré-molares e molares. O perfeito equilíbrio das partes

é alcançado pelo fato de que a inclinação vestíbulo-lingual dos dentes obedece a um

plano geral de resistência aos esforços funcionais, que se manifestam sobre o

aparelho mastigador. Portanto, pelos dentes apresentarem diferentes inclinações, é

necessário o conhecimento preciso da morfologia coronária pelo ortodontista para

que o tratamento tenha sucesso.

Com o objetivo de comparar as angulações e torques de braquetes de marcas

comerciais distintas, em relação à prescrição de Roth, e também em relação aos

valores preconizados pelo fabricante, Zanesco (2008) desenvolveu estudos

utilizando 150 braquetes metálicos de aço inoxidável, de incisivos centrais

superiores, incisivos laterais superiores, e caninos superiores, direitos e esquerdos.

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 47474747

O autor fez uso de cinco marcas comerciais: Morelli, Abzil, Unitek, GAC e

Dentaurum. Para a mensuração do torque e angulação foi utilizado um equipamento

denominado Perfilômetro ou Projetor de Perfil, da marca Starrett-Sigma modelo VB

300, acoplado a um equipamento para mensuração digital, denominado Quadra

Check 200, do Laboratório de Metrologia da Empresa Dental Morelli Ltda. Este

equipamento permite a projeção em sua tela de vidro, da imagem ampliada da peça.

Com a utilização deste recurso, foi possível concluir, que as diferenças, tanto de

torque quanto de angulação, na comparação dos valores do autor, quanto na

prescrição dos fabricantes, são diferenças que se enquadram dentro do grau de

tolerância preconizada por um órgão regulador de peças ortodônticas alemãs,

denominada Norma DIN. Sendo o campo de aplicação desta Norma os elementos

de fixação, para a sustentação de arcos que são utilizados no tratamento de

ortopedia maxilar de pacientes, por intermédio de aparelhos fixos, definindo

medidas, ensaios, materiais e identificação dos elementos de fixação (braquetes e

tubos). No comparativo dos valores de torque obtidos pelo estudo do autor, com os

valores dos fabricantes, a Unitek demonstrou uma maior fidedignidade ao torque

comparada às demais marcas. No entanto, no que se refere à angulação, a Unitek

deixa a desejar quando comparada as demais marcas.

Com o objetivo de avaliar as inclinações vestíbulo-linguais produzidas pelos

tubos aplicados nos primeiros molares superiores, Ramos (2009) propôs-se

pesquisar a precisão com que as empresas nacionais e estrangeiras produzem os

referidos tubos para a Técnica MBT. A amostra constituiu-se de 120 tubos de

primeiros molares superiores de dimensões 0,022” x 0,025” produzidos pelas

seguintes empresas: Morelli, Abzil, American Orthodontics, Rocky Mountain

Orthodontics, 3M-Unitek e TP Orthodontics. As medições foram realizadas por sobre

as imagens obtidas por microscopia eletrônica de varredura. Para mensuração das

inclinações foi utilizado o “software” Auto CAD 2008. A análise estatística objetivou

comparar os vários grupos pesquisados. Os dados foram descritos em tabelas e

gráficos com os parâmetros de media e desvio padrão. Foi realizada a análise

descritiva dos dados (mediana, média, desvio padrão, mínimo e máxima) com

intervalos de 95% de confiança para a média. Para avaliar a confiabilidade dos

resultados da pesquisa, o autor realizou medições de todos os tubos da amostra,

seguindo o mesmo protocolo do experimento original. O Teste de Wilcoxon e a

fórmula de Dahlberg foram utilizadas para detecção do erro do método. Dos

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 48484848

resultados depreende-se que as marcas 3M-Unitek e TP Orthodontics mostraram a

média mais próxima do valor ideal, ambas mostrando uma diferença de -0,8 graus,

seguidas pela marca Morelli que apresentou uma diferença de -1,0 grau; depois, a

marca American Orthodontics com uma diferença de + 1,2 graus, a marca Abzil com

diferença de -2,0 graus e, finalmente a marca Rocky Mountain Orthodontics com

uma diferença de 2,1 graus. Diante dos resultados, concluiu que na análise dos

tubos da prescrição MBT das marcas avaliadas os valores médios verificados para a

média dos ângulos das canaletas foram para a 3M-Unitek = 75,2 graus; Abzil = 74,0

graus; American Orthodontics= 77,2 graus; Morelli = 75,0 graus; Rocky Mountain

Orthodontics = 73,9 graus e TP Orthodontics = 75,2 graus. De acordo com a norma

DIN alemã, apenas as marcas 3M Unitek, TP Orthodontics e Morelli tiveram sua

média dos ângulos dentro dos parâmetros determinados.

Em 2010, Assad-Loss et al. realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar

as dimensões de altura e profundidade das canaletas de braquetes de diferentes

ligas metálicas e processos de fabricação e verificar se existem diferenças entre eles

e a dimensão divulgada pelo fabricante. Para tanto, as alturas e profundidades das

canaletas de 45 braquetes metálicos de nove marcas comerciais foram avaliados em

microscópio óptico de medição universal com cinco vezes de aumento, em

temperatura de 20 ± 0,5° C e umidade relativa do ar de 55% ± 10%. Foram obtidas

médias e desvios-padrão das alturas e profundidades das canaletas dos braquetes

de cada grupo. A diferença entre a média e a dimensão divulgada pelo fabricante foi

calculada e convertida em porcentagem. As dimensões das canaletas apresentaram-

se maiores do que a divulgada pelo fabricante, com uma variação de 1,8% a 10,9%

na altura e de 8,2% a 49% na profundidade, exceto as do grupo de braquetes de aço

inoxidável American Orthodontics da série light (moldagem por injeção) que

apresentou a profundidade 0,4% inferior em relação ao divulgado. De maneira geral,

a dimensão real das canaletas dos braquetes metálicos testados é maior do que a

divulgada pelo fabricante.

Major et al. (2010) relataram uma nova maneira de medir as dimensões das

canaletas dos braquetes usando fotografias. Cinco pontos foram selecionados em

cada parede da canaleta e linhas foram traçadas de maneira a formar um trapézio.

Foram avaliados 30 braquetes autoligados de incisivo central superior direito, das

marcas Damon Q, In-Ovation-R e Speed. A altura da canaleta dos braquetes Speed

foram 2% menores quando comparados com a norma 0,559mm. A altura da

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 49494949

canaleta dos braquetes da In-Ovation foram os mais próximo da norma. Os

braquetes Damon Q possuíram o formato mais retangular, com quase 90 graus nas

paredes da canaleta. A altura da canaleta foi 3% maior quando comparada com a

norma, segundo os autores.

No mesmo ano, Bhalla et al. (2010) fizeram um estudo para avaliar os

tamanhos das canaletas nos braquetes autoligados usando a microscopia eletrônica.

Para isto avaliaram, não somente a altura da canaleta de 0,022”, mas também se as

paredes da mesma, eram paralelas entre si, de braquetes autoligados, de incisivo

central superior de seis marcas comerciais. Através da microscopia eletrônica a

altura da canaleta dos braquetes foram avaliados e comparados com as dimensões

fornecidas pelo fabricante. Todos os braquetes apresentaram a altura da canaleta

significantemente aumentadas (p>0,05). Os braquetes da Speed foram 5.1 %

maiores (0,02311”), porém os mais próximos da norma publicada. Concluíram que

as medidas da altura da canaleta foram maiores quando comparadas com a norma

do fabricante e as paredes da canaleta são divergentes.

De acordo com a organização internacional de padronização (ISO –

www.iso.org) onde há uma padronização para “braquetes e tubos para uso em

ortodontia ISO/FDIS 27020” (2010), o fabricante deverá deixar disponível no

catálogo, na embalagem ou em qualquer outro meio de acesso as seguintes

informações: uma declaração da composição do material e a média da dimensão de

cada peça, de acordo com as normas pré-estabelecidas pelo ISO. Esta mesma

norma padroniza sobre as dimensões da canaleta do braquete, dividindo suas

dimensões em profundidade, largura e altura.

Joch (2010) através de seu estudo avaliou as dimensões de canaletas de

braquetes e de arcos de aço de diferentes fabricantes e compararam com a

tolerância da norma DIN 13971 e 13971-2. Avaliaram também o torque efetivo para

comparar com os resultados de torque nominal. Dez braquetes de incisivo central

superior (0,022”) de cinco marcas diferentes foram avaliados. A altura da canaleta foi

medida com folhas de alumínio (leaf gauges). A altura e a largura de 10 arcos de aço

de 0,019” x 0,022” ou 0,020” x 0,025” foram medidas usando um micrometro. Todas

as alturas dos braquetes estavam dentro dos limites da norma DIN 13971-2. A

medida dos arcos ficaram acima e abaixo do limite da norma DIN 13971. A menor

perda de torque efetivo (4,5º) foi através da combinação do uso do braquete de

0,022” Speed com o arco de 0,020” x 0,025”. A maior perda de torque foi encontrada

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Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura Revisão de Literatura 50505050

no braquete 0,022” da marca Damon com o arco 0,019” x 0,025”. Concluíram que as

dimensões do fabricante não são tão confiáveis e que para que se tenha uma

finalização perfeita, correções feitas pelo ortodontista são necessárias.

Considerando a importância da expressão do torque no braquete, da relação

do calibre do fio e a dimensão da canaleta e a relação de atrito existente neste

acessório, bem como as melhorias trazidas com a segunda geração dos braquetes

pré-ajustados, pela técnica de Roth, em relação à técnica de Andrews, e ainda a sua

ampla utilização pela comunidade ortodôntica, esta pesquisa visa fornecer novas

informações aos especialistas, e também, favorecer as indústrias de materiais

ortodônticos no seu aprimoramento, para que possam em conjunto oferecer um

melhor resultado no tratamento dos pacientes.

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PROPOSIÇÃOPROPOSIÇÃOPROPOSIÇÃOPROPOSIÇÃO

3

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Proposição Proposição Proposição Proposição 52525252

3. PROPOSIÇÃO

Mediante a avaliação do paralelismo das paredes internas das canaletas de

braquetes metálicos de incisivos superiores e inferiores da técnica de Roth, com

dimensões 0,022” x 0,028” de seis diferentes marcas comerciais, este trabalho

apresentou os seguintes objetivos:

1- Comparar o grau de precisão encontrado entre as seis marcas

comerciais pesquisadas.

2- Comparar cada marca com o valor padrão de 0° (paralelismo perfeito),

considerando a referência da norma DIN alemã (Anexo B).

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MATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOS

4

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 54545454

4. MATERIAL E MÉTODOS

Esta pesquisa foi submetida à avaliação da Comissão de Ética em Pesquisa

da Universidade Cidade de São Paulo e aprovada em reunião no dia 28 de maio de

2008, com o protocolo de numero 13361741 (Anexo A).

4.1) Material

A amostra deste experimento foi composta por 360 braquetes metálicos de

incisivos da técnica de Roth, com dimensão 0,022” x 0,028”, de seis marcas

comerciais disponíveis no mercado brasileiro (Quadro 1), divididos nos seguintes

grupos:

Grupo A: 120 braquetes de incisivos centrais superiores;

Grupo B: 120 braquetes de incisivos laterais superiores;

Grupo C: 120 braquetes de incisivos inferiores.

Cada grupo supracitado foi constituído por 20 braquetes de cada uma das

seis marcas comerciais a serem avaliadas.

Quadro 1 – Relação das marcas comerciais dos braquetes e seus respectivos modelos e empresas fabricantes.

MARCA COMERCIAL MODELO ORIGEM

1 Abzil Kirium Line Brasil

2 GAC Ovation USA

3 Morelli Roth Light Brasil

4 Ormco Synthesis USA

5 Rocky Integra USA

6 Unitek Miniature Twin USA

Portanto, foram parte da amostra as marcas Abzil e Morelli, que são

fabricadas no Brasil, sendo as demais produzidas no exterior.

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 55555555

4.1.1- Material da pesquisa

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados os seguintes materiais:

• 360 braquetes metálicos da técnica de Roth;

• 72 barras de alumínio retangular, com ângulos retos precisos, na

dimensão de 30mm x 5mm x 15 mm;

• Cola adesiva a base de éster de cianocrilato, da marca Super Bonder;

• Base de madeira na dimensão de 19 x 20 cm com uma perfuração de

150 x 5 mm;

• Folha de papel milimetrado;

• Fio de aço inoxidável, de secção retangular, de dimensão 0,021” x

0,025”;

• Software autoCAD 2008 (32Bit), sobre plataforma com Windons XP

Professional Service Pack 2;

• Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) modelo Philips XL- 30, com

sistema EDS (EDAX).

4.2) Métodos

As imagens que serviram como base, para os testes de avaliação da precisão

dos braquetes (paralelismo nas canaletas), foram obtidas no Laboratório de

Microscopia Eletrônica e de Força Atômica, pertencente à Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo – USP. Sobre estas imagens foi utilizada uma

abordagem quantitativa por meio da técnica de pesquisa laboratorial.

A separação e identificação dos grupos de braquetes foram feitos por uma

terceira pessoa, que não participou da pesquisa, a qual acomodou os braquetes em

compartimentos com códigos distintos e não identificáveis pelo operador. Estes

códigos, só foram revelados ao pesquisador após serem montadas as tabelas com

os ângulos. Assim o pesquisador não teve condições de identificá-los durante o

processo de colagem, nem mesmo durante a captação e mensuração das imagens

dos braquetes. Desta forma, foram garantidas as exigências do teste de duplo cego,

o que caracteriza a validade do experimento.

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 56565656

4.2.1- Confecção das bases de prova

Inicialmente foram confeccionadas as 72 bases de prova, visando padronizar

e aperfeiçoar a obtenção das imagens em microscopia eletrônica. Estas bases foram

confeccionadas a partir de barras de alumínio com 5mm (largura) x 15 mm (altura),

que foram cortadas no comprimento de 30 mm (figura 1). Estes segmentos de barra

serviram como base para esta avaliação.

Em cada base foram colados 5 braquetes em sua superfície lateral (5mm x

30mm), de forma que, quando este segmento de barra estivesse deitado, os

braquetes ficavam posicionados e as faces mesiais voltadas para cima (figura 2).

Figura 1: Base de prova em alumínio.

Figura 2: Base de prova com braquetes na posição de captação da imagem – Modelo piloto.

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 57575757

4.2.2- Posicionamento dos braquetes

Para que os braquetes ficassem com sua colagem uniformizada na posição

correta, teve-se sempre como objetivo, deixar a canaleta do braquete em perfeito

paralelismo com o feixe de obtenção de imagem do microscópio, ou seja, a canaleta

ficava posicionada sempre perpendicular, ao longo eixo da base de prova na mesa

do microscópio, e com a precisão e o paralelismo necessário para a captura da

imagem. Para tanto, foi utilizada uma estrutura de madeira, com uma canaleta com

5mm de largura, onde as bases de prova eram justas e bem adaptadas, facilitando

o processo de colagem (figura 3). Sobre a superfície desta estrutura de madeira, foi

colada uma folha de papel milimetrado, com linhas perpendiculares e paralelas à

canaleta, o que serviu de guia, para o correto posicionamento perpendicular das

canaletas na colagem dos braquetes, sobre a superfície lateral da base de prova

(figura 4).

Figura 3: Estrutura de madeira com canaleta guia.

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 58585858

Figura 4: Estrutura de madeira com papel milimetrado colado em sua superfície, com linhas paralelas e perpendiculares às bases de prova posicionadas para colagem.

Segmentos de fio de aço inoxidável, de secção retangular e dimensão 0,021”

x 0,025”, foram utilizados para auxiliar na precisão, e padronização da colagem dos

braquetes nas bases de prova. Foram colados seis segmentos menores deste fio, de

um lado da canaleta sobre o papel milimetrado, em posições determinadas para

servir de apoio. No lado oposto e sobrepondo à canaleta, seis segmentos maiores

do mesmo fio foram colados, seguindo o mesmo alinhamento dos segmentos

menores, e com as extremidades livres servindo de guia aos braquetes no momento

da colagem (figuras 5 e 6). Desta forma, pretendeu-se manter um padrão de

posicionamento dos braquetes, e facilitar a remoção dos corpos de prova ao final da

colagem, sem danificar a estrutura de madeira padronizadora.

Figura 5: Estrutura de madeira com os segmentos de fio guia para colagem.

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 59595959

Figura 6: Posicionamento dos braquetes sobre a base de prova, padronizada pela estrutura de madeira – Modelo piloto.

Para a colagem dos braquetes, foi utilizada uma cola adesiva composta de

éster de cianocrilato, da marca Super Bonder, pois esta mantém a superfície seca,

sendo uma das características necessárias, para o processo adequado de obtenção

da imagem no MEV (MALISKA, 2006).

4.2.3- Obtenção das imagens dos braquetes

Os 72 corpos de prova, cada um contendo cinco braquetes posicionados e

colados, foram colocados na mesa do Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV

(figura 7), onde seu foco foi ajustado em cada braquete, para que o perfil do mesmo

fosse o mais nítido possível, com um aumento de 35 vezes em toda a sua extensão.

Depois de obtidas as imagens, as mesmas foram armazenadas no computador do

microscópio, e posteriormente transferidas para um computador portátil, onde foram

analisadas pelo Software AutoCAD 2008 (32Bit), sobre Windows XP Professional,

com Service Pack 2, processadas e mensuradas.

Para os procedimentos realizados com o microscópio, foi necessário contar

com um operador com experiência no uso do equipamento, sendo este, orientado e

acompanhado pelo ortodontista responsável pela pesquisa, durante todo o período

da coleta dos dados.

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 60606060

Figura 7: Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), modelo Philips XL- 30, com sistema EDS (EDAX).

4.2.4- Demarcação dos pontos de referência

Foram utilizados os seguintes pontos e linhas, todos demarcados utilizando-

se o software AutoCAD 2008 (32Bit), sobre a plataforma Windows XP Professional,

com Service Pack 2:

Ponto C1 e I1 – foram representados, respectivamente, pela intersecção da

parede cervical e incisal da canaleta do braquete, com a projeção da linha vestibular

externa do braquete, a qual foi obtida, pela projeção da linha tangente a superfície

vestibular externa do corpo do braquete, sendo esta projetada à distância de 0,15

mm para o interior da canaleta (figura 8).

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 61616161

Figura 8: Obtenção dos pontos C1 e I1.

Ponto C2 e I2 - foram representados, respectivamente, pela intersecção da

parede cervical e incisal da canaleta do braquete, com a projeção da linha do fundo

da canaleta, que foi projetada a distância de 0,10 mm para o interior da canaleta

(figura 9).

Figura 9: Obtenção dos pontos C2 e I2.

I2 C2

C1 I1

0.15mm

0.10mm

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 62626262

Ponto BC – foi demarcado na aresta do corpo da base de prova, junto à

extremidade cervical (gengival) do braquete (figura 10).

Figura 10: Demarcação do ponto BC

Ponto BI – foi demarcado na aresta do corpo da base de prova, junto à

extremidade incisal do braquete (Figura 11).

Figura 11: Demarcação do ponto BI.

BC

BI

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 63636363

Assim se obteve todos os pontos de referência demarcados na imagem

(Figura 12), o que permitiu o traçado das linhas e dos ângulos que foram avaliados.

Figura 12: Todos os pontos de referências.

4.2.5- Traçado das linhas de referência e obtenção dos ângulos APC e API

(Figura 13)

Após a demarcação de todos os pontos de referência, foram traçadas as

linhas necessárias para obtenção dos ângulos que são formados entre a face incisal

da parede cervical da canaleta e a linha da base (APC) e entre a face incisal da

parede incisal da canaleta e a linha da base (API). Para tanto, foram utilizadas as

seguintes linhas, todas também demarcadas utilizando-se o software AutoCAD 2008

(32Bit), sobre a plataforma Windons XP Professional, com Service Pack 2:

Linha B – representa a base do braquete e foi definida pela linha que se

formou pela união dos pontos BC e BI.

Linha C – esta linha define a parede cervical da canaleta do braquete, a qual

é formada pela união dos pontos C1 e C2.

Linha I – definida como a parede incisal da canaleta do braquete sendo

formada pela união dos pontos I1 e I2.

C1 I1

C2 I2

BC BI

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 64646464

Figura 13: Linha cervical, incisal e da base e ângulos da parede cervical e incisal.

4.2.6- Mensuração dos ângulos APC, API e paralelismo da canaleta

A medição digitalizada dos ângulos APC (formado entre a face incisal da

parede cervical da canaleta e a linha da base) e API (formado entre a face incisal da

parede incisal da canaleta e a linha da base) foram também realizadas pelo software

Auto CAD2008 (32 Bit), sobre plataforma Windows XP Professional com Service

Pack 2, sendo utilizadas precisão de até duas casas decimais. Depois, os valores de

APC e API encontrados foram subtraídos (APC – API), buscando-se quantificar uma

possível ausência do esperado paralelismo existente entre as paredes internas das

canaletas. O valor padrão de 0° indicou paralelismo perfeito, considerando a norma

DIN 13.971-2 alemã, que padroniza e normatiza os aparelhos ortodônticos com

tolerância para braquetes de +/- 1º.

4.3) Análise Estatística

Com a intenção de se verificar, se os fabricantes estão produzindo braquetes

com paralelismo das canaletas de acordo com a norma da técnica de Roth, foi feita

LC

LI

APC API

LB

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Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos Material e Métodos 65656565

uma análise descritiva dos dados e apresentadas em tabelas, com medidas

descritivas (média, erro padrão, desvio padrão, variância, amplitude, mínimo,

máximo e mediana) e intervalos de 95% de confiança para a média. Também foram

apresentados gráficos e figuras. Foi considerada uma tolerância de +/-1° em relação

ao valor 0° (paralelismo perfeito), sendo aceitável esta margem de erro de

fabricação, segundo a norma DIN alemã, única encontrada como parâmetro de

tolerância na fabricação de materiais ortodônticos e ortopédicos de precisão

(ZANESCO, 2008). Para o modelo estatístico foi escolhido o teste paramétrico de

análise de variância ANOVA e um teste complementar de múltipla comparação

Games-Howell (GH). E ainda, para comparação dos valores de referência foi usado

o teste “t” para a amostra.

4.4) Estimativa do erro do método

Foi realizada uma segunda mensuração em 80 braquetes, o que representa

22,2% da amostra inicial, seguindo o mesmo protocolo realizado na primeira medida

original. Este segundo tempo de medição, foi realizado após 30 dias da coleta inicial

dos dados, sendo estes, comparados aos dados obtidos no experimento original,

para se avaliar a confiabilidade dos resultados. Para a realização do teste de

confiabilidade, quanto ao erro sistemático foi utilizado o teste de Wilcoxon, seguido

do cálculo de erro proposto pela fórmula de Dahlberg (HOUSTON, 1983), para

determinação do erro casual.

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RESULTADOSRESULTADOSRESULTADOSRESULTADOS

5

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Resultados Resultados Resultados Resultados 67676767

5. RESULTADOS

Para avaliação da precisão no paralelismo das canaletas, foi medido o ângulo

formado entre a face incisal da parede cervical da canaleta e a linha da base do

braquete (APC) e o ângulo formado entre a face incisal da parede incisal da canaleta

e a linha da base do braquete (API) e estes valores encontrados foram subtraídos

(APC - API). Desta maneira, os valores entre +1° e -1° foram indicativos de paredes

paralelas, os valores maiores que +1° foram indicativos de canaletas divergentes e

os valores menores que -1° indicaram canaletas convergentes.

O software estatístico utilizado foi o Stata 8.0. O nível de significância adotado

nos testes foi de 5% e os resultados estão apresentados em forma de tabelas,

gráficos e figuras.

5.1) Análise do erro do método

Com a finalidade de avaliar o erro intraexaminador, 30 dias após a coleta

inicial dos dados obtidos, foi feito uma segunda mensuração em 80 braquetes,

seguindo o mesmo protocolo realizado na primeira medição.

A tabela 1 apresenta o resultado da análise do erro do método para as

medições dos ângulos APC e API (em graus). O valor médio das primeiras medições

foi de 11,45° (dp = 1,72°) e das segundas medições 11,43° (dp = 1,81°). A diferença

média foi de 0,02°.

Para comparar as duas medições, foi aplicado o teste de Wilcoxon, avaliando

a possibilidade de erro sistemático. Não houve diferença significativa, ao nível de

5%, entre os valores observados na primeira e na segunda medição (valor p =

0,798).

Foi calculado o erro casual médio pela fórmula de Dahlberg e o valor

estimado foi de 0,55°.

São apresentados os gráficos de caixa para cada medida e o gráfico de

dispersão entre as duas medições. No gráfico de caixa (gráfico 1) observa-se que a

distribuição dos dados para cada medição foi muito semelhante (valores próximos de

mínimo, máximo, mediana e formato das caixas). No gráfico de dispersão (gráfico 2)

observa-se que houve uma forte concordância entre as medições, quando o

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Resultados Resultados Resultados Resultados 68686868

coeficiente de correlação de Pearson encontrado foi de 0,9 indicando uma forte

correlação entre estas medidas.

Tabela 01 – Média e desvio padrão dos dois tempos de medições, teste de Wilcoxon (erro sistemático) e de erro de Dahlberg (casual).

mediana média desv. pad.

mínimo máximo diferença Teste de Wilcoxon valor p

erro de Dahlberg

Medição 1 11,67 11,45 1,72 3,96 17,54

Medição 2 11,54 11,43 1,81 4,75 16,93 -0,02 0,798 0,55

Gráfico 1 – Gráfico caixa apresentando os tempos de medições.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 69696969

Gráfico 2 – Gráfico de concordância entre os dois tempos de medições.

5.2) Avaliação comparativa do paralelismo dos braquetes entre as marcas

comerciais.

5.2.1- Parâmetros estatísticos e estatística descritiva dos dados

Para a avaliação do paralelismo dos braquetes dos incisivos, este trabalho

experimental possuiu uma variável dependente denominada paralelismo (“Pp”), cuja

unidade foi medida em graus (°) e o fator de variação foi único (marcas comerciais).

A tabela 2 traz a estatística descritiva e os parâmetros estatísticos dos dados

experimentais.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 70707070

Tabela 2 – Parâmetros estatísticos e estatística descritiva dos dados experimentais (unidade = grau).

Tipos Marcas N Média(°) E.P. D.P. Var Amp Min Máx Q1(25%) Med(50%) Q3(75%) C.V.(%)

ICS

Unitek 20 0,51 0,22 0,98 0,96 3,69 -1,27 2,42 -0,06 0,43 1,26 190,53

Abzil 20 0,04 0,24 1,07 1,14 3,62 -1,76 1,86 -0,62 -0,06 0,58 2573,49

GAC 20 0,03 0,17 0,74 0,55 2,71 -1,70 1,01 -0,36 0,10 0,59 2400,73

Morelli 20 2,26 0,24 1,06 1,12 4,96 -0,53 4,43 1,59 2,41 2,88 46,84

Ormco 20 1,41 0,24 1,08 1,17 4,63 -2,00 2,63 0,79 1,74 2,11 76,78

Rocky 20 1,24 0,40 1,77 3,13 6,63 -2,21 4,42 -0,06 0,97 2,15 143,08

ILS

Unitek 20 1,12 0,38 1,68 2,82 7,06 -2,03 5,03 0,02 1,29 2,07 150,23

Abzil 20 0,45 0,32 1,43 2,04 4,90 -1,99 2,91 -0,51 0,42 1,60 319,25

GAC 20 -0,03 0,17 0,74 0,55 2,99 -1,63 1,36 -0,49 0,10 0,48 -2219,91

Morelli 20 3,19 0,21 0,95 0,90 3,54 1,12 4,66 2,59 3,28 4,04 29,69

Ormco 20 1,70 0,30 1,35 1,82 4,91 -0,83 4,08 0,72 1,62 2,95 79,52

Rocky 20 0,86 0,22 0,98 0,95 3,29 -0,95 2,34 0,20 1,17 1,64 113,52

IncInf

Unitek 20 2,08 0,31 1,38 1,91 4,53 -0,05 4,48 0,81 2,01 3,27 66,39

Abzil 20 -0,27 0,26 1,16 1,35 4,59 -2,33 2,26 -1,16 -0,41 0,61 -423,88

GAC 20 -0,17 0,15 0,67 0,45 2,25 -1,12 1,13 -0,70 -0,46 0,51 -401,70

Morelli 20 3,76 0,37 1,65 2,72 6,80 1,16 7,96 2,76 3,44 4,90 43,87

Ormco 20 1,05 0,24 1,08 1,16 3,87 -0,58 3,29 0,48 0,72 1,71 102,58

Rocky 20 0,95 0,26 1,15 1,32 4,12 -1,33 2,79 0,00 0,91 1,81 120,92

D.P. = desvio Padrão; E.P. = Erro Padrão; Var = Variância; Amp = Amplitude;Q1(25%) = Primeiro Quartil; Q3(75%) = Terceiro Quartil; Med(50%) = Mediana; Min. = Mínimo; Max. = Máximo; C.V. (%) = Coeficiente de Variação.

Em relação aos incisivos centrais superiores (ICS), os braquetes da marca

GAC apresentaram a menor média (0,03°), ou seja, esteve mais próxima do

paralelismo perfeito, enquanto que os da marca Morelli apresentaram a média maior

(2,26°). A GAC obteve o menor valor de amplitude (2,71°), enquanto que a Rocky

obteve o maior valor, que significa que houve um afastamento de 6,63° do valor

mínimo em relação ao máximo, entre os valores medidos de paralelismo, nesta

marca comercial.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 71717171

Em relação aos incisivos laterais superiores (ILS), os braquetes da marca

GAC também apresentaram a menor média (-0,03°), enquanto que os da Morelli

apresentaram o maior valor (3,19°), e desta forma, foi a marca que mais se afastou

do paralelismo perfeito. A GAC apresentou menor dispersão (2,99°), enquanto que

Unitek obteve maior amplitude (7,06°).

Em relação aos incisivos inferiores (IncInf), a GAC foi a marca que esteve

mais próxima do paralelismo perfeito (-0,17°), enquanto que a Morelli foi a que mais

se afastou deste paralelismo (3,76°). A GAC apresentou menor dispersão (2,25°),

enquanto que a Morelli apresentou a maior amplitude (6,80°).

5.2.2- Modelo experimental para comparação entre as marcas

O modelo estatístico escolhido, para a análise dos dados, deste estudo

experimental, foi o teste paramétrico de Análise de Variância (ANOVA), de fator

único, sendo a variável dependente o paralelismo (Pp), cuja unidade foi medida em

graus (°) e o fator de variação foi as seis marcas comerciais (Unitek, Abzil, GAC,

Morelli, Ormco e Rocky).

Para que o teste proposto fosse passível de aplicação, as premissas de

normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias (da variável Pp) foram

testadas.

Os resultados do teste de normalidade de Shapiro Wilk (SW), elucidados na

tabela 3, mostraram que a variável Pp encontrou-se normalmente distribuída para os

incisivos centrais superiores (p=0,40) e para os incisivos laterais superiores (p=0,35).

Para os incisivos inferiores, a variável Pp apresentou desvio desta condição

(p=7,80E-04).

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Resultados Resultados Resultados Resultados 72727272

Tabela 3 – Teste de normalidade de Shapiro-Wilk (SW) para a variável dependente (Pp).

Tipos de Braquetes Estatística gl Sig (p).

Incisivos Centrais Superiores (ICS) 0,99 120 0,40

Incisivos Laterais Superiores (ILS) 0,99 120 0,35

Incisivos Inferiores (IncInf) 0,96 120 7,80E-04*

gl = graus de liberdade; Alfa=0,05 *=Valor de p<0,05

O teste de homogeneidade de Levene (tabela 4) apontou que a variável Pp

obteve variâncias homogenias para os braquetes dos incisivos inferiores (p=0,054).

Já para os incisivos centrais superiores (p=0,018) e laterais superiores (p=0,025), as

variâncias se apresentaram não homogenias.

Tabela 4 – Teste de homogeneidade de Levene para a variável dependente (Pp)

Tipos de Braquetes F - Levene gl1 gl2 Sig(p).

Incisivos Centrais Superiores (ICS) 2,865 5 114 0,018*

Incisivos Laterais Superiores (ILS) 2,679 5 114 0,025*

Incisivos Inferiores (IncInf) 2,248 5 114 0,054

gl1 = graus de liberdade do numerador gl2 = graus de liberdade do denominador alfa = 0,05. *=Valor de p<0,05

5.2.2.1- Teste paramétrico de análise de variância (ANOVA)

O resultado do teste de ANOVA (tabela 5) foi significante para incisivos

centrais superiores (p=5,47E-09), laterais superiores (p=1,69E-12) e também

significante para incisivos inferiores (p=9,76E-20). Logo, houve evidências para

todos os tipos de braquetes (ICS, ILS e IncInf) em se recusar a hipótese de nulidade

(H0).

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Resultados Resultados Resultados Resultados 73737373

Tabela 5 – Análise de variância de fator único para a variável dependente “Pp” para todos os grupos de braquetes ICS, ILS e IncInf.

Tipos de Braquetes Fonte de Variação S.Q. g.l. Q.M. Fa Sig(p). F crítico

ICS Entre Grupos 77,28 5 15,46 11,481 5,47E-09* 2,29

Resíduo (Dentro) 153,47 114 1,35

Total 230,75 119

ILS Entre Grupos 128,27 5 25,65 16,944 1,69E-12* 2,29

Resíduo (Dentro) 172,60 114 1,51

Total 300,87 119

IncINF Entre Grupos 229,15 5 45,83 30,849 9,76E-20* 2,29

Resíduo (Dentro) 169,36 114 1,49

Total 398,51 119

S.Q.=Soma dos Quadrados; g.l.=Grau de Liberdade; F=Valor F Calculado; F Crítico=Valor F tabelado; Q.M.=Quadrado Médio. a=Computado usando-se alfa = 0,05. *=Valor de p<0,05

Devido à significância dos testes de homogeneidade para os incisivos centrais

superiores e incisivos laterais superiores, assim como um valor próximo a 0,05 para

os incisivos inferiores, os testes “F” das ANOVAS da tabela 5 necessitaram de

confirmação pelo teste Robusto de Brown- Forsythe (tabela 6).

Tabela 6 – Teste Robusto de Brown-Forsythe.

Tipos de Braquetes Estatística gl1 gl2 Sig(p).

ICS 11,48 5 82,88 1,95E-08*

ILS 16,94 5 89,86 9,07E-12*

IncInf 30,85 5 93,37 2,10E-18*

gl1 = graus de liberdade do numerador gl2 = graus de liberdade do denominador alfa = 0,05.*=Valor de p<0,05

Os testes de Brown-Forsythe foram significantes para todos os tipos de

braquetes, confirmando desta maneira, os resultados dos testes “F” de ANOVA.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 74747474

5.2.2.2- Teste complementar de múltipla comparação Games-Howell (GH)

A fim de localizar as diferenças existentes entre as diferentes marcas

comerciais, o teste complementar de múltipla comparação Games-Howell (GH) foi

aplicado (tabela 7, 8 e 9). Este teste foi utilizado devido à falta de homogeneidade

dos dados (tabela 4).

Os resultados para os incisivos centrais superiores (ICS) podem ser vistos na

tabela 7.

Tabela 7 - Teste de Games-Howell (GH) entre as marcas comerciais para os braquetes tipo ICS.

Games-Howell

Agrupamentos

Marcas Comerciais N A B C

GAC A 20 (0,03±0,74)

Abzil A 20 (0,04±1,07)

Unitek

A,B 20 (0,51±0,98) (0,51±0,98)

Rocky A,B,C

20 (1,24±1,77) (1,24±1,77) (1,24±1,77)

Ormco B,C

20 (1,41±1,08) (1,41±1,08)

Morelli C 20 (2,26±1,06)

Índices diferentes indicam diferença estatisticamente significante Os dados estão dispostos em média±desvio-padrão. N=20; alfa = 0,05

Os resultados mostraram que para os incisivos centrais superiores, a marca

Morelli (2,26±1,06)C apresentou os maiores valores de “Pp”, sendo semelhante

estatisticamente as marcas Ormco (1,41±1,08)B,C e Rocky (1,24±1,77)A,B,C.

As marcas GAC (0,03±0,74)A e Abzil (0,04±1,07)A apresentaram valores de

“Pp” significativamente menores em relação as marcas Morelli (2,26±1,06)C e Ormco

(1,41±1,08)B,C.

As marcas Unitek (0,51±0,98)A,B, Rocky (1,24±1,77)A,B,C e Ormco

(1,41±1,08)B,C foram todas semelhantes estatisticamente entre si. Por fim a marca

Rocky (1,24±1,77)A,B,C foi semelhante estatisticamente a todas as demais marcas.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 75757575

Figura 14– Ilustração comparativa dos intervalos de confiança de 95% para as marcas comerciais (ICS).

A figura 14 permite avaliar o comportamento estatístico dos dados da tabela

7. Nota-se que o intervalo de confiança da marca Rocky, intercala-se com todas as

marcas comerciais, sendo esta marca semelhante a todas elas. Da mesma maneira,

pode-se notar os menores valores de “Pp” para as marcas GAC e Abzil, que

possuem intervalos intercalantes entre si, e os de maiores valores de “Pp” para a

marca Morelli.

Os resultados para os incisivos laterais superiores (ILS) podem ser vistos na

tabela a seguir (tabela 8).

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Resultados Resultados Resultados Resultados 76767676

Tabela 08 - Teste de Games-Howell (GH) entre as marcas comerciais para os braquetes tipo ILS.

Games-Howell

Agrupamentos

Marcas Comerciais N A B C

GAC A 20 (-0,03±0,74)

Abzil

A,B 20 (0,45±1,43) (0,45±1,43)

Rocky A 20 (0,86±0,98)

Unitek A,B

20 (1,12±1,68) (1,12±1,68)

Ormco B 20 (1,70±1,35)

Morelli C 20 (3,19±0,95)

Índices diferentes indicam diferença estatisticamente significante

Os dados estão dispostos em média±desvio-padrão.

N=20, alfa =0,05

Os resultados mostraram que para os incisivos laterais superiores, a marca

Morelli (3,19±0,95)C apresentou os maiores valores de “Pp”, sendo superior

estatisticamente a todas as demais marcas. As marcas Ormco (1,70±1,35)B, Unitek

(1,12±1,68)A,B e Abzil (0,45±1,43)A,B apresentaram valores semelhantes

estatisticamente entre si.

As marcas GAC (-0,03±0,74)A e Rocky (0,86±0,98)A apresentaram os

menores valores estatisticamente de “Pp” em relação as marcas Morelli (3,19±0,95)C

e Ormco (1,70±1,35)B, porém foram semelhantes com as marcas Abzil (0,45±1,43)A,B

e Unitek (1,12±1,68)A,B.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 77777777

Figura 15 – Ilustração comparativa dos intervalos de confiança de 95% para as marcas comerciais (ILS).

A figura 15 permite avaliar o comportamento estatístico dos dados da tabela

8. Nota-se que o intervalo de confiança das marcas Unitek e Abzil intercalam-se

entre si e com as marcas Ormco, Rocky e GAC. As marcas GAC e Rocky

apresentam intervalos semelhantes e inferiores a marca Ormco. A marca Morelli

apresenta intervalo de confiança maior em relação a todas as demais, que não se

intercala com nenhuma das marcas.

Os resultados para os incisivos inferiores (IncInf) podem ser vistos na tabela

9.

A

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Resultados Resultados Resultados Resultados 78787878

Tabela 09 - Teste de Games-Howell (GH) entre as marcas comerciais para os braquetes tipo IncInf.

Games-Howell

Agrupamentos

Marcas Comerciais N A B C

Abzil A 20 (-0,27±1,16)

GAC A 20 (-0,17±0,67)

Rocky

B 20

(0,95±1,15)

Ormco B 20

(1,05±1,08)

Unitek B 20

(2,08±1,38)

Morelli C 20 (3,76±1,65)

Índices diferentes indicam diferença estatisticamente significante

Os dados estão dispostos em média±desvio-padrão.

N=20, alfa =0,05

Os resultados mostraram que para os incisivos inferiores, a marca Morelli

(3,76±1,65)C apresentou os maiores valores de “Pp”, sendo superior estatisticamente

as marcas Unitek (2,08±1,38)B, Ormco (1,05±1,08)B e Rocky (0,95±1,15)B, sendo

estas semelhantes entre si. As marcas Abzil (-0,27±1,16)A e GAC (-0,17±0,67)A

apresentaram os menores valores de “Pp”.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 79797979

Figura 16 – Ilustração comparativa dos intervalos de confiança de 95% para as marcas comerciais (IncInf).

A figura 16 permite avaliar o comportamento estatístico dos dados da tabela

9. Nota-se que os intervalos de confiança das marcas GAC e Abzil intercalam-se

entre si e apresentam os menores valores. A marca Morelli apresentou intervalo de

confiança superior a todas as demais marcas. As marcas Ormco, Unitek e Rocky

apresentaram intervalos de confiança intercalantes entre si e com valores

intermediários entre as marcas GAC, Abzil e Morelli.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 80808080

5.3) Comparação com os valores de referência

Para todos os tipos de braquetes, os valores de “Pp” medidos foram

comparados estatisticamente com os valores de referência de 0° (+/- 1°).

As comparações foram feitas graficamente pela plotagem dos intervalos de

confiança de 95%, para cada marca comercial, em função do tipo de braquete,

contra os valores de referência, e confirmados pela aplicação de testes “t” para uma

amostra, contra um valor fixo da própria referência.

Para os testes “t” duas hipóteses foram testadas:

- H0 ou hipótese de nulidade: O intervalo de confiança da marca em questão

incluiu o valor de referência, podendo ser o valor médio de 0°, valor máximo de +1°

ou o valor mínimo de -1°.

- H1 ou hipótese alternativa: O intervalo de confiança da marca em questão

não incluiu nenhum dos valores da faixa de referência (-1°; 0°; +1°)

Antes da aplicação dos testes, as premissas de normalidade dos resíduos,

para cada marca de cada tipo de braquete, foram testadas pelo método de Shapiro-

Wilk. Este teste mostrou que os resíduos dos grupos testados apresentaram-se

normalmente distribuídos para todos os grupos, e para todos os tipos de braquetes,

com exceção da marca Ormco (p=0,006), para os incisivos centrais superiores, que

apresentou desvio desta condição. Apesar disso, o teste “t” é notadamente robusto a

falta de normalidade.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 81818181

5.3.1- Testes “t” para uma amostra

Tabela 10 – Testes ‘”t” para uma amostra, para cada marca comercial e tipo de braquete, contra os valores de referência (-1°; 0°; +1°).

-1° 0° +1°

Tipos Marcas t Sig(p) D.M. L.I. L.S. t Sig(p) D.M. L.I. L.S. t Sig(p) D.M. L.I. L.S.

ICS

GAC 6,20 5,95E-06 1,03 0,68 1,38 0,19 0,85 0,03 -0,32 0,38 -5,82 1,31E-05 -0,97 -1,32 -0,62

Ormco 9,96 5,62E-09 2,41 1,90 2,92 5,82 1,3E-05 1,41 0,90 1,92 1,69 0,107 0,41 -0,10 0,92

Unitek* 6,91 1,37E-06 1,51 1,06 1,97 2,35 0,03 0,51 0,06 0,97 -2,21 0,039 -0,49 -0,94 -0,03

Rocky 5,65 1,89E-05 2,24 1,41 3,06 3,13 5,57E-03 1,24 0,41 2,06 0,60 0,557 0,24 -0,59 1,06

Abzil 4,36 3,36E-04 1,04 0,54 1,54 0,17 0,86 0,04 -0,46 0,54 -4,01 7,43E-04 -0,96 -1,46 -0,46

Morelli* 13,77 2,45E-11 3,26 2,77 3,76 9,55 1,1E-08 2,26 1,77 2,76 5,33 3,86E-05 1,26 0,77 1,76

ILS

GAC 5,81 1,3E-05 0,97 0,62 1,31 -0,20 0,84 -0,03 -0,38 0,31 -6,22 5,70E-06 -1,03 -1,38 -0,69

Ormco* 8,94 3,1E-08 2,70 2,07 3,33 5,62 2,01E-05 1,70 1,07 2,33 2,31 0,03 0,70 0,07 1,33

Unitek 5,64 1,9E-05 2,12 1,33 2,90 2,98 7,75E-03 1,12 0,33 1,90 0,31 0,76 0,12 -0,67 0,90

Rocky 8,52 6,5E-08 1,86 1,40 2,32 3,94 8,79E-04 0,86 0,40 1,32 -0,64 0,53 -0,14 -0,60 0,32

Abzil 4,53 2,3E-04 1,45 0,78 2,11 1,40 0,18 0,45 -0,22 1,11 -1,73 0,10 -0,55 -1,22 0,11

Morelli* 19,79 3,9E-14 4,19 3,75 4,63 15,06 5,11E-12 3,19 2,75 3,63 10,34 3,06E-09 2,19 1,75 2,63

IncInf

GAC 5,53 2,45E-05 0,83 0,52 1,15 -1,11 0,28 -0,17 -0,48 0,15 -7,76 2,63E-07 -1,17 -1,48 -0,85

Ormco 8,51 6,66E-08 2,05 1,55 2,56 4,36 3,37E-04 1,05 0,55 1,56 0,21 0,83 0,05 -0,45 0,56

Unitek* 9,97 5,49E-09 3,08 2,43 3,73 6,74 1,95E-06 2,08 1,43 2,73 3,50 2,40E-03 1,08 0,43 1,73

Rocky 7,59 3,60E-07 1,95 1,41 2,49 3,70 1,53E-03 0,95 0,41 1,49 -0,20 0,85 -0,05 -0,59 0,49

Abzil 2,80 0,012 0,73 0,18 1,27 -1,06 0,30 -0,27 -0,82 0,27 -4,91 9,82E-05 -1,27 -1,82 -0,73

Morelli* 12,91 7,51E-11 4,76 3,99 5,53 10,19 3,85E-09 3,76 2,99 4,53 7,48 4,44E-07 2,76 1,99 3,53

* rejeitam H0: o intervalo de confiança destas marcas não incluiu nenhum dos valores da faixa de referência (-1°; 0°; +1°)

D.M = Diferença da média para o valor de referência L.I. = Limite inferior do intervalo de confiança de 95% L.S. = Limite superior do intervalo de confiança de 95% t = valor “t” calculado para 19 gl t crítico (19gl, 5%) = |2,09|

Os resultados dos testes “t” contra os valores de referência (tabela 10) e

ilustrados pelos intervalos de confiança de 95%, na figura 17, mostraram que:

• Para a marca GAC, todos os tipos de braquetes para ICS (p=0,85), ILS

(p=0,84) e IncInf (p=0,28), estão dentro da referência (aceitam H0), sendo que os

três intervalos de confiança incluem o valor de 0°.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 82828282

• Para a marca Ormco, os tipos de braquetes para ICS (p=0,10) e IncInf

(p=0,83) estão dentro da referência (aceitam H0), sendo que estes dois intervalos de

confiança incluem o valor de +1°. Os braquetes para ILS (p=0,03), apesar de

próximos ao valor de +1°, ficaram fora da referência (recusam H0 e aceitam H1).

• Para a marca Unitek, os tipos de braquetes para ILS (p=0,76) estão dentro da

faixa de referência (aceitam H0), sendo que para ICS, o intervalo de confiança,

apesar de próximo ao valor fixo de +1°, ficaram fora da referência (recusam H0 e

aceitam H1). Os braquetes para IncInf (p= 2,40E-03) estão acima do valor de +1°,

logo fora da referência (recusam H0 e aceitam H1).

• Para a marca Rocky, todos os tipos de braquetes, para ICS (p=0,55), ILS

(p=0,53) e IncInf (p=0,85), incluem o valor de referência de +1° (aceitam H0).

• Para a marca Abzil, todos os tipos de braquetes, para ICS (p=0,86), ILS

(p=0,18) e IncInf (p=0,30) incluem o valor de referência de 0° (aceitam H0). O

intervalo de confiança para os ILS também incluem o valor de +1° (p=0,10).

• Para a marca Morelli, todos os intervalos de confiança, de todos os tipos de

braquetes ICS, ILS e IncInf localizam-se acima do valor de +1° e logo, todos os

braquetes desta marca, ficaram fora da faixa de referência (recusam H0 e aceitam

H1).

A figura 17 ilustra os intervalos de confiança de 95% para todas as

condições experimentais deste trabalho, plotados contra a faixa de referência de -1°

a + 1°. É importante verificar que a representação dos intervalos de confiança está

de acordo com o verificado pelo teste t, em todos os tipos e marcas de braquetes

avaliados, com exceção dos braquetes para incisivos centrais superiores (ICS) da

marca Unitek. Neste grupo, apesar do intervalo de confiança não se assemelhar a

nenhuma das faixas de tolerância utilizadas (-1o, 0o e +1o), a figura demonstra que

este intervalo esteve compreendido totalmente entre os valores de 0o e +1o. Apesar

de não intercalar-se com nenhum destes dois valores de referência, ao se localizar

entre eles demonstra-se adequada a prescrição da técnica estudada.

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Resultados Resultados Resultados Resultados 83838383

Figura 17 – Ilustração dos intervalos de confiança de 95% para todas as condições experimentais deste

trabalho, plotados contra a faixa de referência de (-1°; 0°; +1°).

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DISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃO

6

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Discussão Discussão Discussão Discussão 85858585

6. DISCUSSÃO

A Ortodontia é o ramo da Odontologia que estuda a oclusão dentária, tendo

como objetivo melhorar a forma, a função e a estética dentofacial, e para executar

tais objetivos, o profissional encontra diversas opções de mecânicas e técnicas. Com

o grande crescimento da especialidade, nos últimos anos, ocorreram investimentos

tecnológicos nas áreas de materiais, de maneira que a indústria tem buscado

soluções para os projetos dos seus idealizadores, nas mais diversas filosofias de

tratamento.

Angle, em 1925, foi o primeiro a organizar sistematicamente, ações que

possibilitassem um tratamento ortodôntico com respostas mais significativas. Seus

estudos originaram a Técnica Edgewise (arco de canto) que recebeu esta

denominação devido à utilização de fios retangulares, inseridos no interior dos

braquetes. No aparelho Edgewise convencional, os ortodontistas deviam incorporar

dobras nos fios retangulares nos três planos do espaço, a fim de se obter uma

oclusão ideal (ANDREWS, 1972).

A criação da filosofia e da técnica Straight-Wire (primeira geração de

braquetes pré-ajustados) produziu mudanças significativas no universo ortodôntico.

Andrews projetou um novo sistema com angulação e inclinação inseridas nos

braquetes e a partir deste, sucederam-se outras gerações de braquetes. Nesta nova

filosofia, os resultados eram mais consistentes, com consequente diminuição no

tempo das consultas, e ainda, tratamentos mais rápidos, pois não eram necessárias

as dobras nos fios (ANDREWS, 1983; ANDREWS, 1972; ROTH, 1976;

McLAUGHLIN E BENNETT, 1989).

Os braquetes totalmente ajustados da técnica de Andrews apresentavam

canaletas anguladas e bases com espessuras e inclinações apropriadas a cada

dente. As bases inclinadas permitiam alcançar o posicionamento vestibulolingual

apropriado, desde que o braquete estivesse corretamente posicionado. As bases

também foram contornadas vertical e horizontalmente para permitir o ajuste dos

braquetes às superfícies vestibulares dos dentes (ANDREWS, 1976; MEYER e

NELSON, 1978). Toda a mecânica desta técnica, parte do princípio fundamental do

correto posicionamento dos acessórios ortodônticos em cada dente, pois segundo

Andrews (1989), quando os braquetes estão corretamente posicionados nas coroas,

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Discussão Discussão Discussão Discussão 86868686

suas canaletas estão tão mal posicionadas quanto os dentes, levando-os ao

alinhamento e nivelamento adequados, desde que usados gradativamente, fios sem

dobras e de calibre progressivamente maior.

Conforme julgava o conceito da técnica Straight-Wire original, além do correto

posicionamento dos braquetes, torna-se necessário também uma criteriosa

avaliação da coroa clínica, com relação à anatomia e ao contorno da superfície

vestibular, uma vez que estas características não são uniformes o suficiente para se

padronizar os braquetes. Caso haja uma variação anatômica, o posicionamento do

braquete pode ser indevidamente alterado no sentido vertical e isso refletiria em

diferentes fatores de posicionamento (DELLINGER, 1978; CREEKMORE, 1979;

ANDREWS, 1989; McLAUGHLIN E BENNETT, 1989; OWEN, 1991, BALUT et al,

1992; MIETHKE E MELSEN, 1999; UGUR E YUKAY, 1997; VAN LOENEN et al,

2005).

Após um grande período de tentativas e erros, e de algumas modificações

nos valores da prescrição dos braquetes propostos por Andrews, Roth conseguiu

reunir elementos clínicos, checando os resultados por meio de fotografias a cada

mudança de arco, em todos os pacientes durante o tratamento e a contenção. O

resultado destas análises levou Roth a determinar novos valores para as angulações

e torques, criando a segunda geração de braquetes pré-ajustados, que consistiu em

um único conjunto de acessórios para terapia de casos com e sem extrações. Este

mesmo autor, concluiu que existiam muitas vantagens no uso da técnica Straight-

Wire. Isto porque a mesma possibilitava a diminuição no tempo das consultas, no

tempo do tratamento, e quando os braquetes eram bem posicionados, era possível

controlar a movimentação ortodôntica de forma mais eficiente quando comparada

com a utilização de dobras nos fios. Entretanto, segundo acreditava o autor, uma

quantidade mínima de erro inerente ao processo de fabricação dos braquetes

poderia acontecer e assim, os ortodontistas precisariam fazer algumas dobras de

compensação, mas isso seria desprezível, diante do resultado final clínico

proporcionado pelo uso destes braquetes. (ROTH, 1976; ROTH, 1987).

Pesquisando os trabalhos de Andrews, e constatando que o aparelho

Straight-Wire não solucionava todos os casos devido a grande variação de forma e

tamanho dos dentes, pelo fato de o mesmo ser baseado em médias, McLaughlin e

Bennett (1989), utilizando computação gráfica e sistemas computadorizados para

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Discussão Discussão Discussão Discussão 87878787

definir as distâncias in/out e a definição do torque, criaram um novo sistema de

braquetes, o qual deu origem a terceira geração de braquetes pré-ajustados.

As inclinações e as angulações executadas durante um tratamento são de

fundamental importância no posicionamento dos dentes de acordo com as

necessidades do caso planejado (THIENSEN et al., 2003). As inclinações e as

angulações incluídas em cada braquete são específicas ao que determina a técnica

ortodôntica para seus objetivos (MELING, ODEGAARD e MELING, 1997).

O desenvolvimento da telerradiografia em norma lateral possibilitou aos

ortodontistas planejarem com maior precisão as mudanças que deveriam ser feitas

durante o tratamento (RAUCH,1959). Tornou-se evidente a necessidade do

planejamento de angulações e inclinações dentárias de acordo com o caso

planejado (HILGERS, 1987; ANDREWS, 1976). E dentre estes, o movimento de

torque é o mais complexo em virtude da necessidade do domínio completo do

operador para não provocar efeitos prejudiciais ao tratamento (ROTH, 1987). Desta

forma, a incorporação do torque e o controle do mesmo no tratamento ortodôntico

levam os ortodontistas a se preocuparem a aprofundarem seus conhecimentos, pois

uma finalização ortodôntica com uma inclinação vestibulolingual correta é muito

importante para uma intercuspidação satisfatória, bem como para a estabilidade

estética, funcional e periodontal (THIENSEN et al., 2003; VELLINI-FERREIRA,

2008).

Os torques indicados nas técnicas Straight-Wire foram estabelecidos para

produzirem as inclinações axiais corretas, desde que a expressão da interface fio-

braquete seja total, ou seja, canaleta 0,022” recebendo fio de dimensões 0,022” X

0,025” ou 0,022” x 0,028” que ficou denominado como a expressão máxima do

torque (ROTH, 1976, MEYER E NELSON,1978). Desta forma, para que este objetivo

seja atingido os acessórios devem possuir precisão em relação aos valores

prescritos de torque e angulação, com alta qualidade de acabamento superficial e

com menor desvio-padrão possível entre as peças. Isto porque um dos principais

objetivos dos braquetes pré-ajustados é facilitar o tratamento clínico, diminuindo o

tempo de tratamento e a necessidade de ajuste (compensações) nos arcos de

finalização do tratamento (LANG, SANDRIK E KAPPLER, 1982; THIENSEN et al.,

2003; KANG et al., 2003).

O atrito é um parâmetro que deve ser considerado, quando o movimento

dentário é desejado e este pode ser definido como a força que atrasa ou impede o

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Discussão Discussão Discussão Discussão 88888888

deslizamento de dois objetos em contato, quando estes são forçados a deslizar um

sobre o outro (PIZZONI, RAVNHOLT E MELSEN, 1998).

Vários são os fatores inerentes ao tratamento ortodôntico que exercem

influência nas forças friccionais. Entre esses, podem-se destacar os fatores

associados aos fios ortodônticos, tais como a espessura do fio, a forma de sua

secção transversal e as características da superfície do fio. Em relação aos

braquetes, pode-se citar o tamanho, o material constituinte e o acabamento interno.

A força de tração empregada pelo ortodontista, o método de ligação braquete-fio e a

distância interbraquete também são fatores relevantes (PIZZONI, RAVNHOLT E

MELSEN, 1998). Além disso, a interação entre o material constituinte do fio, a saliva,

o biofilme dental e o material de fabricação da canaleta do braquete são mais um

fator a ser a ser considerado. A geometria do aparelho, que corresponde à relação

tridimensional existente entre o fio ortodôntico e as canaletas dos braquetes, vem a

ser o mais importante fator determinante no coeficiente de fricção (THORSTENSON

E KUSY, 2002). Desta forma, a avaliação correta desses fatores é necessária para

que a força aplicada durante o tratamento ortodôntico possa superar o atrito

existente entre as superfícies dos fios e os braquetes, sem incorrer em forças

excessivas.

Os braquetes metálicos são os mais utilizados em Ortodontia, por vários

motivos, tais como lisura e acabamento de suas superfícies, melhor expressão dos

pré-ajustes embutidos, resistência à compressão e ao cisalhamento, baixo custo e

boa aceitação por parte dos pacientes, principalmente dos jovens (SIMONI, 2002).

Partindo destas premissas, foram utilizados neste estudo os braquetes de aço

inoxidável da Técnica de Roth, pois apesar de serem da segunda geração dos

braquetes pré-ajustados, ainda apresentam um uso constante entre os ortodontistas,

e poucos estudos voltados à qualidade da produção dos mesmos, no que se refere à

fidedignidade de suas medidas.

Na presente pesquisa analisaram-se as seis marcas de braquetes de aço

inoxidável, sendo duas marcas nacionais, Abzil e Morelli, e quatro importadas, 3M

Unitek, GAC, Ormco e Rocky Mountain. A escolha por estas marcas ocorreu pelo

fato de apresentarem um custo adequado ao mercado, uma qualidade reconhecida

e serem encontradas com facilidade no mercado brasileiro o que as torna as mais

utilizadas pelos ortodontistas, as quais já foram foco de algumas pesquisas

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Discussão Discussão Discussão Discussão 89898989

(CORNEJO, 2005; STREVA, 2005; BÓBBO, 2006; GOMES FILHO, 2007;

ZANESCO, 2008).

A proposta do estudo foi avaliar a precisão no paralelismo das canaletas dos

braquetes dos incisivos superiores e inferiores, com dimensões de 0,022” x 0,028”,

da técnica de Roth, em várias marcas comerciais, através de microscopia eletrônica

de varredura, com o objetivo principal de comparar cada marca com o valor padrão

de 0° (paralelismo perfeito), considerando a referência da norma DIN 13.971-2

alemã, que padroniza e normatiza os aparelhos ortodônticos com tolerância para os

braquetes +/- 1°.

Cornejo (2005), Streva (2005) e Bóbbo (2006) realizaram pesquisas

semelhantes, utilizando microscopia óptica para avaliar a precisão com que eram

fabricados os braquetes da técnica MBT de várias marcas disponíveis no mercado

brasileiro. Concluíram que alguns fabricantes possuíam grandes variações entre a

inclinação vestíbulo-lingual das canaletas dos braquetes e a prescrição da técnica.

Este achado é de fundamental valor para o ortodontista que utiliza a mecânica

Straight-Wire e que ao escolher um determinado produto, deve confiar na precisão

de sua fabricação.

Gomes Filho (2007) trabalhando na mesma linha de pesquisa, comparou a

precisão das inclinações dos braquetes da técnica de Ricketts utilizando um

Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e concluiu que existe notável divergência

das inclinações fabricadas pelas diversas marcas em relação ao prescrito pela

técnica estudada. Também utilizando um Microscópio Eletrônico de Varredura

(MEV), Ramos (2009) pesquisou a precisão com que empresas nacionais e

estrangeiras produzem tubos ortodônticos da técnica MBT e concluiu que das 6

marcas estudadas, 3M Unitek, TP Orthodontics e Morelli tiveram suas médias dentro

dos parâmetros determinados.

A grande vantagem do MEV, em relação ao MO, está na facilidade de

preparação das amostras, em relação a qualidade e precisão das imagens obtidas.

Entretanto, não é apenas esta característica que faz do MEV uma ferramenta tão

importante e tão usada na análise dos materiais. A elevada profundidade de foco

(imagem com aparência tridimensional) e a possibilidade de combinar a análise

microestrutural com a microanálise química são fatores que em muito contribuem

para o amplo uso desta técnica (GOMES FILHO, 2007).

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Discussão Discussão Discussão Discussão 90909090

De acordo com a literatura, a inclinação presente em um braquete pode ser

avaliada de duas formas: mensurando-se os ângulos formados entre as paredes

laterais da canaleta e a base do braquete (MEYER e NELSON, 1978; SEBANC et

al., 1984; GOMES FILHO, 2007), ou ainda pelo ângulo formado entre o assoalho da

canaleta e a base do braquete (STREVA, 2005; BÓBBO, 2006). No entanto, após a

revisão da literatura, também se observou que a metodologia utilizada para avaliar a

inclinação que apresentou resultados mais confiáveis foram as que avaliaram as

paredes laterais da canaleta (SEBANC et al.,1984; KAPUR-WADHWA, 2004; KUSY,

2004).

Os trabalhos que utilizaram o assoalho da canaleta apresentaram maior

limitação de sua precisão, pois mesmo que o fio encoste no assoalho da mesma,

não possibilita uma avaliação geométrica da ação do torque (KANG et al, 2003). Tal

método de mensuração parece ser de menor influência porque, no momento desta

ação, o material que prende o fio à canaleta, elástico ou amarrilho, forma uma

ligação frágil e incompleta (GIOCA E ELIADES, 2004), e desta forma, não promove

a ação mais completa do torque. Portanto, diante destas duas formas de avaliação,

esta pesquisa foi realizada buscando avaliar o ângulo formado entre as paredes

laterais da canaleta e a base do braquete, por ser considerada a forma mais

apropriada, precisa e com maior associação com os resultados clínicos.

Quando o fio retangular é encaixado na canaleta do braquete com uma força

de torque ativa, ele se desloca até encontrar dois pontos de apoio para efetivar sua

ação, que é chamado de ângulo crítico (KANG et al. 2003; GIOKA e ELIADES, 2004;

KUSY, 2004). Este fator ocorrerá mais efetivamente nas paredes laterais, onde é

possível fazer o cálculo geométrico da folga entre fio e canaleta, e assim, se obter o

valor do torque que efetivamente atuará na movimentação do dente (GIOKA E

ELIADES, 2004; CREEKMORE, 1979).

Alguns fatores que influenciam na precisão dos braquetes: o próprio processo

de fabricação, injeção/moldagem, fundição e fresagem, a profundidade das

canaletas, pois estas interferem na eficiência do torque; a espessura do fio; a

distância entre as paredes da canaleta (se estão dentro do prescrito) e o paralelismo

entre as mesmas (ANDREASSON, 1972; MEYER, NELSON, 1978). No entanto, é

imprescindível que se considere como fator primordial, que a real diferença entre um

braquete ideal para o tratamento e um não tão adequado está na fidelidade das

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Discussão Discussão Discussão Discussão 91919191

medidas prescritas e a realidade encontrada nos materiais comercializados

(CREEKMORE, 1979)

No presente trabalho, foi medido o ângulo formado entre a parede cervical da

canaleta e a linha da base do braquete (APC) e o ângulo formado entre a parede

incisal da canaleta e a mesma linha da base do braquete (API) e estes valores

encontrados foram subtraídos (APC - API). Desta maneira, os valores encontrados

foram avaliados, quanto ao seu enquadramento, dentro do grau de tolerância

preconizada por um órgão regulador de peças ortodônticas alemãs, denominada

Norma DIN.

O campo de aplicação da Norma DN 13971-2 inclui os elementos de fixação,

para a sustentação de arcos que são utilizados no tratamento de ortopedia maxilar

de pacientes, por intermédio de aparelhos fixos, definindo medidas, ensaios,

materiais e identificação dos elementos de fixação (braquetes e tubos), bem como

os graus de tolerância e os métodos de mensuração. A norma DIN é a única

existente para reger a manufatura de braquetes pelas indústrias, sendo, desta

forma, o único parâmetro de tolerância mundial (0° +/-1°). Neste estudo, os valores

entre +1° e -1° foram indicativos de paredes paralelas, os valores maiores que +1°

foram indicativos de canaletas divergentes e os valores menores que -1° indicaram

canaletas convergentes. Esta tolerância de + 1° a -1° permite maiores discussões,

visto que o valor de 2° representa uma imprecisão grande em se tratando de

braquetes pré-ajustados, e uma folga desta magnitude implica em necessidade de

grandes ajustes dos arcos para atingir os corretos posicionamentos dentários

exigidos pelo tratamento ortodôntico.

Com a finalidade de avaliar o erro intraexaminador, 30 dias após a coleta

inicial dos dados obtidos, foi feito uma segunda mensuração em 22,2% da amostra

inicial, seguindo o mesmo protocolo realizado na primeira medição. Para analisar o

erro do método, foram aplicados testes estatísticos de Wilcoxon e a fórmula de

Dalhberg para mensuração do erro casual (tabela 1). O resultado não teve

significância clínica confirmando a confiabilidade do método.

Foi realizada uma análise descritiva dos dados, para cada grupo de dentes

(incisivos centrais e laterais superiores e incisivos inferiores), com suas medidas

descritivas (média, erro padrão, desvio padrão, variância, amplitude, mínimo,

máximo e mediana). Ao avaliar a tabela 2 observamos que existem variações entre

os resultados angulares obtidos dentro de cada marca comercial.

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Discussão Discussão Discussão Discussão 92929292

Verifica-se assim que braquetes fabricados por uma mesma empresa

mostram nítidas diferenças em torno do valor de paralelismo perfeito (tolerância de

+/-1°Norma DIN), que deveria existir em braquetes ortodônticos, principalmente nos

pré-programados. Para melhor ponderar este quesito, utilizamos como referencial a

amplitude entre os valores máximos e os valores mínimos de cada uma das marcas.

Do ponto de vista clínico, uma grande amplitude entre o valor máximo e o

valor mínimo do paralelismo desejado, pode promover, ao longo da terapia

ortodôntica, uma assimetria de posicionamento dos incisivos. Este fato, associado a

outros fatores relativos à mecânica e ao paciente, pode acarretar interferências

oclusais, caso o ortodontista não realize ajustes compensatórios nos fios.

Em relação aos incisivos centrais superiores (ICS), a GAC esteve mais

próxima do paralelismo perfeito e obteve o menor valor de amplitude (2,71°),

enquanto que a Rocky obteve o maior valor, que significa que houve um

afastamento de 6,63° do valor mínimo em relação ao máximo, entre os valores

medidos de paralelismo, nesta marca comercial.

Em relação aos incisivos laterais superiores (ILS), a GAC também esteve

mais próxima do paralelismo desejado das canaletas, enquanto que a Morelli foi a

marca que mais se afastou do paralelismo perfeito. A Unitek obteve maior amplitude

(7,06°).

Em relação aos incisivos inferiores (IncInf), a GAC, mais uma vez, foi a marca

que esteve mais próxima do paralelismo perfeito, enquanto que a Morelli foi a que

mais se afastou deste paralelismo e que apresentou a maior amplitude (6,80°).

Cientes destes fatos, os ortodontistas devem dedicar grande esforço para

preservar a simetria do arco dental, fato que pode ser facilitado pelo emprego de

dispositivos ortodônticos com baixo índice de falhas.

O resultado do teste de ANOVA (tabela 5) foi significante para incisivos

centrais superiores (p=5,47E-09), para incisivos laterais superiores (p=1,69E-12) e

também significante para incisivos inferiores (p=9,76E-20). Logo, houve evidências,

para todos os tipos de braquetes (ICS, ILS e IncInf) em se recusar a hipótese de

nulidade (H0) de que todos os braquetes fossem iguais.

A principal intenção deste estudo foi avaliar a relação entre os valores obtidos

(APC-API) com o valor padrão da prescrição 0°+/-1°. E na aplicação do teste “t”

observamos que as marcas GAC, Abzil e Rocky se mantiveram dentro da prescrição

esperada (paralelismo 0°+/-1°). As marcas Unitek atenderam à prescrição no grupo

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Discussão Discussão Discussão Discussão 93939393

dos incisivos centrais superiores e incisivos inferiores, enquanto a Ormco esteve

com suas canaletas paralelas no grupo dos incisivos laterais superiores. A Morelli

não atendeu à prescrição estudada em nenhum dos grupos dentários.

Levando-se em consideração os parâmetros determinados pela norma DIN

13971, que considera como aceitável para a inclinação das canaletas dos

acessórios ortodônticos, uma variação de um grau para mais ou para menos, as

marcas GAC, Abzil e Rocky se enquadram neste padrão quando foram avaliados os

valores médios das inclinações entre as duas canaletas (tabela 10).

No presente estudo, houve a comparação entre as marcas comerciais,

utilizando o teste complementar de múltipla comparação Games-Howell. Em relação

aos incisivos centrais superiores (tabela 7), as marcas GAC e Abzil mostraram

comportamento superior, porém semelhantes ainda às marcas Unitek e Rocky. Já a

marca Morelli mostrou comportamento inferior, porém de comportamento

semelhante às marcas Rocky e Ormco. Em relação aos incisivos laterais superiores

(tabela 8), as marcas GAC e Rocky mostraram comportamento superior em relação

à Morelli e Ormco, porém de comportamento semelhante à Abzil e Unitek. Na

avaliação dos incisivos inferiores (tabela 9), as marcas GAC e Abzil mostraram

comportamento superior às demais marcas avaliadas enquanto as marcas Unitek,

Ormco e Rocky apresentaram comportamento semelhante entre si e superiores a

marca Morelli.

Os trabalhos Zinelis et al. (2004), Cornejo (2005), Streva (2005), Bóbbo

(2006), Gomes-Filho (2007), Ramos (2008), Zanesco (2008), Assad-Loss et al

(2010), Major et al (2010), Bhalla et al (2010) e Joch (2010) mesmo utilizando

acessórios diferentes, de marcas diferentes e técnicas diferentes, obtiveram

conclusões semelhantes, acerca de uma falta de padrão e precisão na fabricação

entre os diferentes fabricantes, o que vem corroborar com os resultados obtidos no

presente estudo, que ao analisar diferentes marcas de braquetes através de

microscopia eletrônica verificou o grande grau de variabilidade de medidas, dentro

de uma mesma marca e também entre marcas diferentes.

Estas variações trazem implicações diretas no cotidiano clínico do

ortodontista que opta pela mecânica pré-ajustada, pois os resultados clínicos

esperados não se efetivam diante desta imprecisão nos acessórios, tendo como

consequência o comprometimento de todo o tratamento no que diz respeito a uma

correta oclusão dos pacientes, a estabilidade e a qualidade do tratamento.

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Discussão Discussão Discussão Discussão 94949494

A Ortodontia é resultado de anos de estudo, pesquisa, experimentos, acertos

e erros de clínicos e pesquisadores que, com seu esforço, idealizaram, criaram,

modificaram artifícios e maneiras de conduzir os dentes a posições mais adequadas

funcionalmente e agradáveis esteticamente. Para que haja sucesso dentro da

especialidade, os fatores que devem ser considerados principalmente são: um

correto diagnóstico e um eficiente plano de ações clínicas. E desta forma, dentro

deste planejamento eleito pelo profissional, a mecânica adequada para a

movimentação dentária deve ser avaliada criteriosamente. Também é primordial o

conhecimento de todos os recursos e limitações da mecanoterapia escolhida, assim

como domínio sobre os conceitos físicos e biológicos aplicados a ela. Desta

maneira, o profissional deve estar preparado para corrigir as deficiências existentes

nos acessórios incorporando dobras no fio, o que traz maior gasto de tempo clínico e

menor previsibilidade, prolonga o tempo de tratamento e ainda o torna mais caro ao

paciente.

Diante de todo o contexto apresentado, fica evidente a importância deste

estudo, que serve como um alerta a todos os fabricantes para buscarem o

aprimoramento dos processos de fabricação dos acessórios ortodônticos. Serve

também como um alerta a todos os ortodontistas, que devem buscar sempre uma

avaliação criteriosa dos resultados obtidos no seu tratamento, utilizando bráquetes

pré-ajustados, e também aumentar suas fontes de informações no momento da

escolha da marca a ser usada.

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CONCLUSÕESCONCLUSÕESCONCLUSÕESCONCLUSÕES

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Conclusões Conclusões Conclusões Conclusões 96969696

7. CONCLUSÕES

De acordo com a metodologia empregada nesta pesquisa e considerando os

resultados encontrados pode-se concluir que:

1 - Em relação aos parâmetros da prescrição de paralelismo perfeito

estiveram de acordo com a prescrição:

• nos braquetes de incisivos centrais superiores das marcas GAC,

Unitek, Ormco, Rocky e Abzil.

• nos braquetes de incisivos laterais superiores das marcas GAC, Unitek,

Rocky e Abzil.

• nos braquetes de incisivos inferiores das marcas GAC, Ormco, Rocky e

Abzil.

2 – Quanto à comparação entre os braquetes das marcas comerciais, estes

não mostraram comportamento semelhante entre si, sendo que:

• Para os incisivos centrais superiores, as marcas GAC e Abzil

mostraram comportamento superior, porém semelhantes ainda às

marcas Unitek e Rocky. A marca Morelli mostrou comportamento

inferior, porém semelhante às marcas Rocky e Ormco.

• Para os incisivos laterais superiores, as marcas GAC e Rocky

mostraram comportamento superior, porém semelhantes ainda às

marcas Unitek e Abzil. A marca Morelli mostrou comportamento inferior

a todas as demais avaliadas.

• Para os incisivos inferiores, as marcas GAC e Abzil mostraram

comportamento superior às demais marcas avaliadas. A marca Morelli

apresentou comportamento inferior a todas as demais avaliadas.

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REFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIAS

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1 De acordo com o estilo Vancouver. Abreviatura de periódicos segundo Bases de Dados MEDLINE.

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ANEXOSANEXOSANEXOSANEXOS

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Anexos Anexos Anexos Anexos 105105105105

ANEXO A – Comprovante de Aprovação na Comissão de Ética em Pesquisa

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Anexos Anexos Anexos Anexos 106106106106

ANEXO B – Norma DIN 13971-2 Alemã

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Anexos Anexos Anexos Anexos 107107107107

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Anexos Anexos Anexos Anexos 108108108108

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Anexos Anexos Anexos Anexos 109109109109

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Anexos Anexos Anexos Anexos 110110110110

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Anexos Anexos Anexos Anexos 111111111111

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Anexos Anexos Anexos Anexos 112112112112