INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS AUTOLIGADO EFEITOS DESEJÁVEIS E INDESEJÁVEIS ANITA MONTEIRO DE SOUZA FURTADO Campinas, 2010
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS
AUTOLIGADO EFEITOS DESEJÁVEIS E INDESEJÁVEIS
ANITA MONTEIRO DE SOUZA FURTADO
Campinas, 2010
FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca das Faculdades Unidas do Norte de Minas
ICS - FUNORTE/SOEBRÁS Núcleo Campinas Furtado, A.M.S. Autoligado Efeitos Desejáveis e Indesejáveis / Anita Monteiro de Souza Furtado – Campinas, 2010, 35 f Orientadora: Patrícia Marsola Co-orientador: Irene Moreira Serafim Monografia (Especialização) – ICS – FUNORTE/SOEBRÁS Núcleo Campinas. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Bibliografia. 1.Ortodontia. 2. Braquetes Autoligados. 3. Inclinações Dentarias. 4.
Expansão Alveolar. I. Serafim, Irene Moreira. II. Marsola Patricia. III. Faculdades Unidas do Norte de Minas. Programa de Pós- Graduação em Odontologia.
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
AUTOLIGADO EFEITOS DESEJÁVEIS E INDESEJÁVEIS
ANITA MONTEIRO DE SOUZA FURTADO
Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE / SOEBRÁS NUCLEO CAMPINAS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Profa.Ms.Patrícia Marsola Co-Orientadora: Prof a Ms. Irene Serafim
CAMPINAS – SP 2010
Ao meu Marido ANTONIO Pela presença constante e atenciosa, tendo contribuído imensamente na elaboração deste trabalho, com muito zelo nas correções e comentários, quanto o apoio emocional com a nossa família preenchendo as lacunas da minha ausência. À minha filha ELISA Uma das maiores razões da minha vida, meu amor incondicional. Aos meus Pais EDUARDO e ELOISA Pelo esforço e exemplo de sempre lutarem frente a todas as dificuldades da vida a fim de me oferecerem o que de melhor puderam.
Dedico este Trabalho
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS À Minha Orientadora Profa.Ms.Patrícia Marsola
Pela dedicação e carinho no desafio da realização deste trabalho,
Meu muito obrigado.
À Minha Co-Orientadora Profa.Ms.Irene Serafim
Agradeço pela imensa ajuda que me foi prestada, a fim de que pudesse atingir os
objetivos deste estudo.
Agradeço também, Aos Professores:
Prof.Cláudio Azenha, pela competência na tarefa de ensinar e pelo muito que
contribuíram à minha formação.
Prof. Eduardo Macluf, foi uma honra ter sido sua aluna, seus ensinamentos ficarão
guardados para sempre.
Aos meus colegas da especialização
Vou lembrar deste convívio com muitas saudades de todos os momentos.Uma das
melhores experiências foi a grande troca estabelecida neste período de convivência.
Agradeço a cada um de vocês.
AGRADECIMENTOS Aos Funcionários do CEREO: Carmem Ângela, Mariana, Graziela: Vocês conseguem manter o ambiente de trabalho numa atmosfera de amizade e
cumplicidade muito positivas, Sempre que precisei, pude contar com cada um de vocês.
“Quando quiseram disseminar a virtude ilustre por todo o reino, os antigos primeiro ordenaram bem seus próprios Estados. Querendo ordenar bem seus Estados, primeiro regularam suas famílias. Querendo regular suas famílias, primeiro cultivaram suas pessoas. Querendo cultivar suas pessoas, primeiro emendaram seus corações. Querendo emendar seus corações, primeiro buscaram ser sinceros Em seus pensamentos”. Grande Ensinamento, Confúcio (551-479 a.C.)
SUMARIO RESUMO.................................................................................................................. x ABSTRACT................................................................................................................ xi 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 10 2 PROPOSIÇÃO.................................................................................................. 13 3 REVISAO DA LITERATURA......................................................................... 14 4 DISCUSSÃO..................................................................................................... 36 5 CONCLUSÃO................................................................................................... 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 46
FURTADO, A.M.S. Autoligado Efeitos Desejáveis e Indesejáveis. Monografia de Especialização – Especialização em Ortodontia, FUNORTE / SOEBRÁS Núcleo Campinas, Campinas, 2010.
RESUMO Os braquetes autoligados têm ganhado popularidade nesses últimos anos. Várias vantagens são atribuídas ao sistema de braquetes e alguns ortodontistas consideram que este sistema tem a capacidade de expandir os arcos com pouca inclinação. O propósito deste trabalho foi avaliar, por meio de revisão de literatura, os braquetes autoligados quanto à eficiência, eficácia no tratamento, expansão da arcada, inclinações dentárias e estabilidade em comparação com os braquetes convencionais. O resultado deste estudo apontou que apesar das afirmações sobre as vantagens dos braquetes autoligados a prova é geralmente inexistente. Menor tempo de cadeira e menor vestibularização parecem ser as únicas vantagens significativas do sistema de aparelhos autoligados em relação aos sistemas convencionais, que são apoiados pelas evidências atuais. E quanto à eficiência, expansão e inclinações dentárias os resultados são similares aos braquetes convencionais. PALAVRA-CHAVE: Braquetes autoligados.Inclinações dentárias.Expansão alveolar.
x
FURTADO, A.M.S. Autoligados Desejáveis e Indesejáveis. Monografia de Especialização – Especialização em Ortodontia, FUNORTE / SOEBRÁS Núcleo Campinas, Campinas, 2010
ABSTRACT Selfligating brackets have gained popularity in recent years. Several advantages are attributed to the bracket system and a number of doctors feel that this system has the ability to expand the arches with little slope. The purpose of this study was to evaluate, through literature review, the selfligating brackets in efficiency, effectiveness in treatment, expansion of the arch slopes dental and stability compared to conventional brackets. The result showed that despite claims about the benefits of selfligating brackets evidence is generally lacking. Shorter course and lower buccal seem to be the only significant advantages of the system appliances selfligating compared to conventional systems that are supported by current evidence. What about efficiency, expansion and dental inclinations the results are similar to conventional braces. KEY WORDS: Selfligating brackets.Tipping .Expansion bone
Xi
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1. INTRODUÇÃO
Os braquetes ortodônticos vêm sendo modificados com o objetivo de
diminuir a resistência friccional entre o canal de encaixe e o fio ortodôntico, para
tornar mais eficiente a mecânica de deslize e diminuir a força necessária para a
movimentação dos dentes . Nos últimos 10 anos, observa-se a criação de vários
braquetes autoligáveis. Essa idéia surgiu em 1930, pelo Dr. Stolzenberg, com o
dispositivo de Russell, no qual era dispensado o uso de amarrilhos para fixação do
arco. Esse dispositivo dispunha de um sistema de parafuso horizontal com rosca que
fixava o arco, permitindo graduar sua pressão sobre o mesmo48. Mas esse conceito
caiu na escuridão até o começo de 1970.
Em 1971, foi criado o primeiro braquete autoligado passivo . O Edgelock®,
que teve um corpo redondo com uma tampa deslizante rígida, que criava a quarta
parede do slot. Dois anos depois, muito parecido com o Edgelock®, surgiu o Mobil-
Lock, que era necessário usar uma ferramenta para abrir e fechar um disco
semicircular. Talvez com a introdução simultânea das ligaduras elásticas, nem o
Edgelock® nem o Móbil-Lock ganhou muitos seguidores53.
Em 1980, foi lançado no mercado o SPEED®, que possui uma tampa que
deslizava no sentido vertical para fechamento da canaleta. Originalmente era
confeccionada com aço inoxidável e hoje com uma liga de níquel titânio fina e
resiliente a torna muito flexível, chamada de spring clip, que forma a quarta parede
flexível do slot do braquete, e não somente comprime o arco, evitando
movimentações indesejadas subseqüentes de rotação, inclinação e torque durante
qualquer tipo de movimentação dentária⁸. Dessas características partem o autoligado
ativo.
Em 1986, foi lançado o braquete Activa®, desenhado pelo Dr. Erwin
Pletcher (“A” Company). Esse braquete apresentava-se de forma cilíndrica, com
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uma tampa curva rígida que , por meio do giro ocluso-gengival abria e fechava na
canaleta .Quando fechado , a parede rígida externa converte o slot do braquete em
um tubo.Como o braquete Edgelock® , a configuração passiva do Activa® limitou a
interação com o arco.Inconvenientes , tais como a facilidade que os pacientes podem
abrir o braquete levaram a suspensão da sua comercialização.
Em 1995, outro modelo de autoligado entrou no mercado o TIME®, é
parecido na aparência ao SPEED®, mas seu desenho e modo de ação são diferentes.
Seu tamanho era semelhante ao dos braquetes convencionais e a tampa que abre na
canaleta no sentido ocluso-gengival era curva e menos rígida52. A rigidez do braço
do braquete impede qualquer interação com o arco, tornando assim , um braquete
passivo52
Em 1996, a American lançou o braquete com tampa ativa chamado Sigma,
na mesma época a Ormco lançou o sistema passivo DAMON SL I , e depois em
1999 o DAMON SL 2 que são braquetes edgewise geminados com uma tampa lisa
e retangular deslizante entre as aletas .A “A” Company , em 1998 , lançou mais um
braquete passivo chamado Twin-Lock semelhante ao DAMON , porém com tampa
que se move no sentido oclusal com o auxílio de um instrumenta universal.Um dos
últimos lançamentos foi o In-Ovation –R , que combina o controle dos sistemas
geminados tamanho mini , mas com formato rombóide e com as demais
características dos autoligados. A vantagem básica dos braquetes autoligados é a
eliminação das ligaduras metálicas e elásticas , que facilita a aplicação e manuseio
da instalação do fio26,27 , além da eliminação do atrito causado pelo fio em contato
com o braquete. O sistema de braquetes autoligados permite o uso de acessórios e
reduz a fricção entre o braquete e o fio . Com uma sequência de arcos que permite
aplicar uma força leve e contínua , o alinhamento e nivelamento ocorrem em menos
tempo e aparentemente sem efeito nocivo às raízes , ossos ou tecido gengival. Além
disso, com o emprego de fios leves, o nivelamento ocorre com a movimentação dos
dentes para áreas de menor resistência, gerando uma expansão posterior nos casos
sem extração, sem alterar de forma significativa a posição anteroposterior dos
12
incisivos. Ainda , espera-se que , na fase final do nivelamento , onde fios
retangulares de aço são utilizados ,o torque incorporado ao braquete seja lido ,
conferindo aos dentes as inclinações desejadas e planejadas no momento da escolha
da prescrição.
A literatura é muito rica em trabalhos que verificam o atrito gerado entre o
fio e a canaleta durante as mecânicas de deslize, os quais relatam um menor valor
nos braquetes autoligados , quando comparados com os convencionais.Porém, são
escassos os trabalhos com evidências científicas sobre as alterações dentárias e
estabilidade devido à expansão posterior causada pelos braquetes autoligados , e sua
mecânica ortodôntica nos diferentes tipos de má oclusão .
Sendo assim, torna-se importante um estudo sobre os efeitos dos braquetes
autoligados, considerando os efeitos dentários e estabilidade pós-tratamento.
13
2. PROPOSIÇÃO
A proposta deste trabalho foi avaliar os efeitos dentários dos braquetes autoligados
levando em considerações suas vantagens e desvantagens ,avaliando:
-Tempo total de tratamento.
-Eficácia no alinhamento e fechamento de espaços.
-Alterações ântero-posteriores dos incisivos centrais superiores e incisivos centrais
inferiores.
-Alterações das distâncias transversais.
-Estabilidade e recidiva.
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3. REVISAO DA LITERATURA
STOLZENBERG48 , em 1935 , descreve o dispositivo chamado de Russell
Lock, como sendo o primeiro sistema de braquetes nos quais era dispensado o uso de
amarrilhos para fixação do fio ao arco. Este sistema dispunha de um parafuso horizontal
com rosca que fixava o arco, permitindo graduar sua pressão sobre o mesmo.
STRANG49,em 1946, considera dois fatores essenciais para assegurar um
resultado estável no tratamento: primeiro evitar modificações em grande grau na largura
dos arcos dentários , e segundo, não movimentar os incisivos para frente com o objetivo
de ganhar espaço para seu alinhamento. Desta forma, o autor considera os caninos
inferiores e os molares como unidades chaves na determinação dos limites da largura do
arco dentário. Por último ele concluiu que:
1-cada má-oclusão representa arcos dentários que estão em equilíbrio com todas as
estruturas associadas;
2-os procedimentos corretivos deverão preservar este equilíbrio, para que o resultado do
tratamento permaneça estável;
3-a estabilidade requer que não somente os incisivos. Mas também os dentes posteriores
sejam posicionados sobre bases de suporte ósseo, consequentemente, movimentos
vestibulares excessivos (expansão) dos molares, pré-molares e caninos inferiores, a fim
de permitir a recolocação dos incisivos nas suas bases ósseas, não conduzem à
estabilidade;
4-uma forma predeterminada de arco que produza um resultado final, com o qual,
tentaremos preservar o equilíbrio e harmonia presentes na mal oclusão, é um guia
extraordinário de ajuda para o operador, tanto na análise como no tratamento do caso.
SHAPIRO46, em 1974, estudou a estabilidade do arco inferior em 80 casos
tratados ortodonticamente com e sem extrações, nos períodos: pré-tratamento, final do
tratamento e 10 anos sem contenção pós-tratamento. Examinou as mudanças nas
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distância inter-caninos, inter-molares e comprimento do arco, e determinou se havia
uma relação significante destas variáveis entre a classificação de Angle e o tratamento
com e sem extrações dentárias. Baseado nas descobertas deste estudo, o autor chegou a
conclusão que a distância inter-caninos inferior demonstrou uma forte tendência a voltar
às suas dimensões pré-tratamento em todos os grupos. O autor relatou ainda que do
período pré-tratamento para o período pós-contenção, a distância inter-molares
inferiores, diminuiu mais nos casos com extrações do que nos casos sem extrações.
Grande quantidade de expansão da distância inter-molares no tratamento foi mantida no
grupo sem extrações, embora a tendência fosse o retorno à dimensão pré-tratamento.
PROFFIT42, em 1978, revisou a teoria do equilíbrio descrevendo os
principais fatores que influenciam na posição dos dentes. O autor descreveu como
quatro principais fatores primários no equilíbrio:
1. Forças intrínsecas da língua e lábios.
2. Forças extrínsecas: hábitos (chupar o dedo) e aparelhos ortodônticos.
3. Forças da oclusão dentária.
4. Forças da membrana periodontal.
Segundo o autor, os dois principais fatores primários que estão envolvidos no equilíbrio
são as pressões de repouso do lábio ou da bochecha e língua, e segundo, as forças
produzidas pela atividade metabólica da membrana periodontal análogas as forças de
erupção. Forças de oclusão, provavelmente também desempenham um papel na posição
vertical dos dentes, afetando a erupção. A respiração tem influência na mandíbula e na
postura da língua e, assim, altera o equilíbrio. Pacientes com falha da erupção foram
reconhecidos e alterações no mecanismo de erupção podem ser mais importantes
clinicamente do que tem sido reconhecido. Pressões extrínsecas também podem
desempenhar um papel importante, desde que essas pressões estejam sustentadas por
algumas horas por dia.
16
GERMANE, et al 23, em 1991, desenvolveram um modelo matemático para
comparar quantitativamente os efeitos de vários tipos de expansão ortodôntica no
perímetro do arco inferior. Começando com a média das dimensões do arco, largura
inter-molares, largura inter-caninos, comprimento do arco e da linha média foram
aumentados individualmente e em combinação com milímetros até 5 mm, e a
conseqüente alterações no perímetro do arco foram medidos. Os autores concluíram que
o aumento do comprimento do arco pelo avanço dos incisivos foi quase quatro vezes
mais eficaz no aumento do perímetro do que com a expansão molar e a expansão do
canino teve um efeito intermediário. Expansão combinada de molar-caninos criou um
aumento no perímetro do arco que foram apenas um pouco menos do que a gerada pelo
avanço sozinho do incisivo.
SHIVAPUJA et al 47, em 1994 , compararam a força máxima necessária para
iniciar o movimento do arco ( resistência estática ) e a fricção dinâmica para mecânicas
de deslizamento utilizando elástico em cadeia em cinco sistemas de braquetes ( braquete
geminado de metal , geminado cerâmico , Edgelock® , Activa® e SPEED® ). Não
foram observadas diferenças nos valores iniciais da força necessária para resistir ao
movimento de deslizamento ( resistência estática ) entre os três sistemas autoligados
avaliados , porém houve diferença para os sistemas tradicionais , que mostraram
resistência bem mais elevada . Em relação à resistência dinâmica, o braquete cerâmico
ofereceu a maior resistência ao movimento, com uma força média de 308,15g. O
sistema SPEED® apresentou uma média de 87,26, seguido do Edgelock® com
40,40g,tendo a menor resistência sido demonstrada pelo Activa® com 35,91g.O autor
comparou um sistema de braquetes convencionais e um sistema de braquetes autoligado
baseado no aumento do uso dos autoligados por parte dos ortodontistas. As avaliações
foram feitas in-vitro e clinicamente com os braquetes autoligados Activa®, Edgelock e
SPEED® e comparados a sistemas convencionais de aço e cerâmicos. Os resultados
demonstraram que os sistemas de braquetes autoligados dispõem de um baixo grau de
fricção, menor tempo de cadeira para inserção e remoção do arco e um controle de
17
infecção maior quando comparado com elastômeros de poliuretano e ligaduras de
braquetes de aço ou cerâmica.
SADOWSKY 44, em 1994, avaliaram a estabilidade em longo prazo. Foi
usada uma amostra de 22 casos tratados anteriormente, todos sem extrações com
aparelho fixo edgewise e estavam sem contenção por no mínimo cinco anos. O tempo
médio de contenção fixa inferior foi de 8,4 anos. O índice de irregularidade de pré-
tratamento foi de 8,0 mm no arco superior e 5,2 mm no arco inferior; no final do
tratamento, foi de 0,9 mm e 1,0 mm, respectivamente, e na fase pós-contenção foi de
2,0 mm e 2,4 mm, respectivamente. Resolução do índice de irregularidade inferior foi
realizada sem a vestibularização dos incisivos ou movimento distal dos molares
inferiores, entretanto, ambos os arcos foram expandidos transversalmente. Durante a
fase pós-tratamento, todas as variáveis apresentaram recidivas, exceto para os caninos
superiores e pré-molares expandidos. No entanto, o segmento inferior anterior
demonstrou alinhamento relativamente bom em longo prazo, que pode ser um reflexo
da contenção inferior prolongada. O autor concluiu que, o tempo de contenção
prolongado pode ser um fator importante. E também, parece que a expansão do arco nas
regiões de pré-molar particularmente no superior é relativamente estável.
DE LA CRUZ et al 19, em 1995, avaliaram as alterações das formas dos
arcos dentários superior e inferior, em pacientes tratados ortodonticamente por no
mínimo 10 anos pós-contenção. A amostra constou de 45 pacientes com má-oclusão de
Classe I, e 42 pacientes com má-oclusão de Classe II, divisão 1, tratados com extrações
de quatro primeiros pré-molares. Os modelos foram marcados no vértice das cúspides
vestibulares dos molares, pré-molares, caninos e nos incisivos um ponto mais mesial,
outro mais distal e outro no centro da borda incisal. Os modelos foram fotocopiados e
digitalizados. Os resultados demonstraram um arredondamento da forma do arco com o
tratamento, seguido de um estreitamento no período pós-contenção, confirmando que a
forma do arco tende a retornar sua forma original, após o tratamento ortodôntico. Os
autores concluíram que, quanto maior a alteração da forma do arco durante o
tratamento, maior é a tendência de alteração no período pós-contenção. Também
concluíram que a forma do arco pré-tratamento parece ser a melhor guia para a
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estabilidade da futura forma do arco, mas alterações mínimas durante o tratamento não é
indicativo de estabilidade no período pós-contenção.
ACKERMAN & PROFFIT 1 ,em 1997, afirmaram que, o tecido mole è que
mais define o tratamento. Os limites de compensação dentária para uma discrepância
maxilar subjacente são estabelecidos por pressões exercidas sobre os dentes pelos
lábios, bochechas e língua; limitações da inserção periodontal; influências
neuromusculares na posição da mandíbula e os contornos dos tecidos moles do perfil
facial. A capacidade dos tecidos moles para se adaptar às mudanças nas relações da
mandíbula com os dentes são muito menores do que os limites anatômicos em corrigir
as relações oclusais. As tolerâncias para a adaptação do tecido mole em equilíbrio
periodontal, e pontos de vista o equilíbrio facial estão na faixa de 2 a 3 mm para a
expansão do arco mandibular e até mesmo menos para as alterações na posição condilar.
Assim, a análise dos tecidos moles é o passo crítico na tomada de decisão ortodôntica, e
isso só pode ser realizado através da análise facial do paciente. Apesar de medidas
quantitativas não poderem ser aplicadas com rigor, as orientações para a avaliação dos
tecidos moles, com especial ênfase na estética facial, são propostas. A partir desta
perspectiva, a filosofia contemporânea da prática ortodôntica é oferecida, com
indicações gerais e contra-indicações para tratamentos sem extrações, com extrações e
tratamento cirúrgico.
BISHARA et al10, em 1997, avaliaram num estudo longitudinal as
mudanças no comprimento do arco mandibular e maxilar de 6 semanas a 45 anos de
idade. Foram avaliados 28 homens e 33 mulheres na avaliação longitudinal de seis
semanas, um ano e dois anos (depois da erupção dos dentes decíduos). Os autores
demonstraram que os maiores aumentos do tamanho do comprimento do arco ocorrem
durante o primeiro e segundo ano de vida. E que o comprimento do arco continua a
crescer até os 13 anos na maxila, e até 8 anos na mandíbula. Em seguida, reduções
significativas no comprimento do arco ocorreram até os 45 anos de idade.
19
DAMON16 , em 1998 , apresentou o sistema de braquetes autoligados que
satisfaz os critérios dos parelhos Straight-Wire, permitindo o uso de acessórios
ortodônticos e reduz a fricção entre o braquete e o fio. Com uma sequência de arcos que
permite aplicar uma força leve e contínua, o alinhamento e nivelamento ocorrem em
menos tempo e aparentemente sem efeito nocivo às raízes, ossos ou tecido gengival.
Além disso, com o emprego de fios leves, o nivelamento ocorre com a movimentação
dos dentes para áreas de menor resistência, gerando uma expansão posterior nos casos
sem extração, sem alterar de forma significativa a posição ântero-posterior dos
incisivos. A associação dos braquetes Damon com a nova geração de fios termo-
ativados permitiu esse mecanismo. E , espera-se , na fase final de nivelamento , quando
fios retangulares de aço são utilizados , que o torque incorporado ao braquete seja lido ,
conferindo aos dentes as inclinações desejadas e planejadas no momento da escolha da
prescrição .
DAMON17, em 1998, descreveu a evolução do aparelho autoligado Damon,
suas particularidades e aplicações para Ortodontia moderna. Na sua pesquisa “in-vivo”,
o autor comparou os sistemas convencionais de ligaduras elásticas e metálicas ao
sistema Damon passivo. Após estudos minuciosos, ele concluiu que os sistemas
autoligados, em especial os passivos, constituem na evolução do tratamento ortodôntico
por tornarem as forças mais leves e biológicas. Disse também que o atrito provocado
tanto pelos sistemas convencionais como os autoligados são, em parte, aumentados pela
espessura do fio inserido na canaleta do braquete. Desta forma, para o autor, o Sistema
Damon se apresenta como a melhor opção nos casos de deslize, pois mesmo com fios
mais calibrosos, a folga da canaleta com o fio impede a perda de movimentação por
atrito.
BEGOLE et al 5 , em 1998 , analisaram 76 modelos de estudo de 38 casos
tratados com e sem extração de primeiros pré-molares. Todos os casos apresentavam
modelos de gesso do início, fim e após 6 a 8 anos de contenção . O ajuste cúbico foi
usado para ajustar uma curva que representa a forma do arco. Foram estudadas, em
ambos os arcos dentários, as distâncias entre caninos, primeiros e segundos pré-molares
por meio de imagens fotocopiadas dos modelos de estudos. Houve expansão muito mais
20
no arco superior do que o arco inferior, durante o tratamento, independentemente da
extração ou estratégias sem extrações. Nos casos sem extrações, uma maior quantidade
de expansão líquida foi alcançada para as dimensões do arco superior em comparação
com o arco inferior. Globalmente, uma estabilidade relativamente elevada em forma de
arco foi encontrada. Expansão significativa pode ser adquirida em todas as regiões de
pré-molares e pode vir a ser estável. A ordem de maior largura do arco líquida obtida foi
para segundos pré-molares seguidos de primeiros pré-molares, molares, e depois os
caninos. As larguras inter-caninos diminuíram para ambos os arcos em direção aos
valores pré-tratamento, mas foram mais estáveis no arco superior em casos sem
extrações.
DAVIS & BEGOLE18, em 1998 , verificaram as mudanças nas distâncias
inter-caninos, primeiros e segundos pré-molares e molares ocorridas durante o
tratamento ortodôntico. Para isto, foram fotocopiados os modelos de gesso superiores e
inferiores referentes à fase inicial e final de tratamento de cada um dos 72 pacientes.
Nestes modelos de gesso foram demarcados pontos nas pontas das cúspides vestibulares
dos pré-molares, na ponta de cúspide dos caninos e na ponta da cúspide mésio-
vestibular dos primeiros molares e, calculada as distâncias entre os dentes contralaterais.
Os autores verificaram que existe um aumento estatisticamente significante para todas
as distâncias mensuradas, sendo a distância entre os segundos pré-molares superiores a
que apresentou um maior aumento (4,41mm).
KUZY30, em 2000, comentou que os braquetes autoligados devem conservar
suas vantagens biomecânicas sobre os braquetes convencionais. Segundo o autor, as
forças mecânicas que geram deposição e absorção de tecido ósseo, guiadas pelo
mecanismo braquete-fio, não serão necessariamente da mesma magnitude das aplicadas
hoje em dia, pelo ortodontista que utiliza técnicas convencionais.
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BERGER6, em 2000, fez uma avaliação retrospectiva sobre os estudos
relacionados com a eficácia e eficiência dos aparelhos autoligados comparados com os
aparelhos convencionais.. Após o estudo de mais de vinte trabalhos, ele concluiu que:
os braquetes autoligados fornecem ao paciente um maior conforto, um menor tempo de
tratamento, um menor tempo de cadeira e um melhor controle de translação dental.
Estes sistemas, também, demonstraram uma incrível redução da fricção, o que se
refletiria na diminuição do tempo total de tratamento, especialmente, nos casos de
extração dentária. Os autores de diversos trabalhos relataram, em média, uma redução
de quatro meses no tempo de tratamento e uma significante redução no tempo de
cadeira devido às facilidades na troca de arcos. Os aparelhos autoligados também
reduziram o risco de danos à mucosa e gengiva, bem como lacerações e infecções nestes
tecidos provenientes da prática de corte de amarrilhos metálicos. As ligaduras
elastoméricas não só aumentam a deformação e deteriorização das mesmas, como estão
associadas a uma higiene pobre. Com a eliminação do uso de elásticos, os aparelhos
autoligados podem melhorar a higiene de todos os pacientes. Por isso, nestes tempos em
que os ortodontistas estão cada vez mais, abraçando o conceito dos autoligados, os
sistemas de ligação convencionais (metálicos e elásticos) têm se tornados antiquados
para o paciente, o profissional e seus funcionários. “Os sistemas autoligados poderão se
tornar o sistema convencional do século vinte e um.”
BERGER7, em 2001, relatou dois estudos designados para testar a hipótese
de que os braquetes autoligados podem reduzir o tempo de cadeira durante a mudança
dos fios no arco. Em um estudo o autor enviou um questionário para 39 ortodontistas
que já usavam o sistema SPEED® há pelo menos um ano. Em outro estudo clínico
comparou o tempo gasto para cada consulta, com cronômetro, de braquetes
convencionais com ligaduras e amarrilhos com os autoligados. Este estudo confirmou as
observações clínicas dos 39 ortodontistas usando o braquete SPEED® onde o
autoligado é uma técnica de tratamento de bom custo-benefício. O presente artigo
também demonstrou a importância do fator tempo-custo antes da decisão da compra do
tipo de braquete.
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EBERTING et al20, em 2001, compararam o sistema Damon com os
braquetes convencionais quanto aos seguintes aspectos : qualidade de resultados, tempo
de tratamento e satisfação do paciente.Foram selecionados 215 pacientes tratados em
três diferentes lugares:uma universidade e dois consultórios particulares.Em 108
pacientes foi usado o sistema Damon e 107 com os braquetes convencionais.Os autores
chegaram aos seguintes resultados:pacientes tratados com o sistema Damon tiveram
6,33 meses a menos de tempo de tratamento e 7 consultas a menos que os pacientes
tratados com o sistema convencional.Os índices ABO Grading Criteria foram
significativamente maiores (7,38) que aqueles tratados pelo sistema convencional.Os
pacientes tratados com o sistema Damon demonstraram maior satisfação do que os
tratados com os braquetes convencionais.Os autores concluíram que o sistema Damon
Passivo é significantemente mais rápido e com melhores resultados que os demais
aparelhos fixos de ligação convencional.
HOUSLEY et al29,em 2003, realizaram um estudo com o objetivo de avaliar
as mudanças com o tratamento e contenção com o arco lingual expandido inferior em
conjunto com o aparelho edgewise fixo. Os autores utilizaram 29 modelos iniciais, e
modelos pós-tratamento de 6 anos e 3 meses em média de pacientes brancos.
Verificaram que a expansão do arco inferior usado por menos de 6 meses com o
aparelho fixo edgewise inferior causou um aumento em ambas as dimensões:
transversal e sagital . Os autores concluíram que a expansão transversal foi mais estável
na região posterior do que na região anterior e que aumentar a largura inter-canina
inferior pode ser mantida apenas pela contenção fixa. Embora os incisivos superiores e
inferiores tenham sido avançados e vestibularizados, a protrusão labial não ocorreu.
HAIN et al24,em 2003, investigaram, em um estudo in vitro, o efeito do
método de ligação e avaliaram uma nova unidade elastomérica da TP Orthodontics , que
segundo o fabricante , reduz a fricção na interface fio ortodôntico/elástico.Foram
comparados quatro tipos de braquetes:convencional (Victory ), miniatura ( Minitwin ),
cerâmico ( Clarity ) e o SPEED.Os braquetes foram testados com fio ortodôntico
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0,019”X0,025” e os elásticos comparados foram o cinza comum e a nova unidade
elastomérica da TP.Os autores encontraram os seguintes resultados : o novo elástico da
TP produziu significante menos fricção estática na interface elástico/fio do que o
elástico comum;a redução da fricção foi consideravelmente maior quando os elásticos
foram lubrificados com saliva humana; a amarração com formato em oito aumentou a
resistência friccional;os braquetes SPEED produziram menos atrito em geral do que os
outros tipos de braquetes amarrados com elástico comum ; o elástico da TP lubrificado
com saliva produziu um atrito menor do que os braquetes SPEED e por fim , a
amarração com ligadura de aço com folga ofereceu a menor fricção de todos os métodos
de ligação testados.
CACCIAFESTA14, em 2003, avaliou o nível de resistência friccional gerada
entre braquetes metálicos autoligados (Damon SLII, SDS Ormco, Glendora, Calif),
braquetes autoligados de policarbonato (Oyster, Gestenco International, Göthenburg,
Sweden), e braquetes metálicos convencionais (Victory Series, 3M Unitek, Monrovia,
Calif) e três tipos de fios de diferentes ligas: Aço (Stainless Steel, SDS Ormco), niquel-
titânio (Ni-Ti SDS Ormco), e beta-titânio (TMA, SDS Ormco). Todos os braquetes com
022’ na canaleta e os fios ortodônticos com três diferentes espessuras e secções
transversais: 016’, 017 X 025’, e 019 X 025’. Foram testados 27 braquetes e suas
possíveis combinações com os fios ortodônticos. Tanto as fricções estáticas como as
dinâmicas foram avaliadas por um instrumento projetado. Segundo o autor, braquetes
metálicos autoligados apresentaram, significativamente, menor fricção estática e
dinâmica que os braquetes convencionais metálicos e autoligados de policarbonato, os
quais não apresentaram diferença significante entre eles. Arcos de beta-titânio tiveram
maior resistência friccional que arcos de aço e arcos de niquel-titânio. Não houve
diferenças significantes entre os fios de aço e niquel-titânio.
CHUNG & FONT15, em 2004 investigaram as alterações dentárias e
esqueléticas após rápida expansão da maxila Embora o objetivo da expansão rápida da
maxila seja muitas vezes causar expansão óssea, alguma expansão dental também
ocorre. Os autores verificaram que a quantidade de expansão dentária foi maior do que a
24
expansão óssea. Os autores concluíram que a maior quantidade de expansão dentária
deveu-se à inclinação vestibular de pré-molares e molares. Eles concluíram que 9,7%
(pré-molares) e 4,3% (molares), da expansão total deveram-se à inclinação. Em
expansão dentária, os dentes são movidos de corpo e /ou depositados dentro do osso
alveolar. Um método comum de expansão dental é o arco expansivo. Um arco de maior
largura que o arco inicial é inserido para remodelar e ampliar o arco, com o objetivo de
fornecer um perímetro maior para acomodar os dentes.
BASSARELI et al,4 em 2005, compararam as alterações na altura da coroa
clínica da face vestibular dos dentes superiores de pacientes adultos em que a dimensão
transversal foi aumentada com aqueles que não sofreram expansão. O propósito deste
estudo foi de identificar os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento de
recessões gengivais. A amostra foi composta de dois grupos de 50 pacientes adultos.
Em um grupo, uma expansão média transversal de 3 mm foi realizada enquanto que
nenhuma mudança na largura do arco foi gerada durante o tratamento. A altura da
coroa clínica dos dois grupos antes e após o tratamento foram comparados com um teste
t de Student e análise de correlação foi utilizado para determinar se todos os parâmetros
demográficos ou relacionados com o tratamento poderia ser aplicada para prever um
aumento na altura da coroa clínica. O aumento da largura do arco foi maior no sexo
masculino (2,4-3,4 mm) do que no feminino (1 0,8-2,5 mm), e maior ao nível dos pré-
molares do que nos molares. Os autores concluíram que não houve aumento
significativo na altura da coroa vestibular puderam ser identificados. O aumento da
largura, contudo, foi relacionado para vestibular tombamento como uma correlação
positiva foi encontrada entre a quantidade de expansão e depósito. Nenhum efeito
prejudicial da lenta expansão da maxila pode ser demonstrado.
ZACHRISSON 55, em 2006, relatou que a filosofia de tratamento
ortodôntico e técnicas que incorporam expansão lateral inferior e proclinação dos
incisivos como parte da terapia não são susceptíveis de produzir resultados e assegurar
tratamento estável .A informação disponível é suportada pelas pesquisas clínicas de
diferentes autores que, demonstram que a distância intercanina deve ficar na sua
normalidade ( 24 a 26mm) e a forma do arco inferior deve ser respeitada durante o
25
tratamento .A evidência clínica do momento indica que mais que 1 a 2 mm de
proclinação dos incisivos inferiores que estão a frente da linha A-Po no início do
tratamento pode ser esperado par levar o colapso pós-contenção e apinhamento
acompanhado por redução do comprimento do arco. O autor conclui que, cuidado no
plano de tratamento para estabelecer objetivos realistas de tratamento dentário ,
esquelético e tecido mole deve ser uma parte importante da ortodontia contemporânea .
MILES37, em 2006, compararam a eficácia e o conforto entre os braquetes
Damon 2 e os convencionais, durante o alinhamento inicial. Foram analisados 60
pacientes com a boca dividida com os dois tipos de braquetes. O índice de
irregularidade dental foi medido em três tempos :inìcio, 10 semanas e 20 semanas. Os
pacientes relataram que quando inserido o primeiro arco, o desconforto era maior com
os braquetes convencionais, mas sentiram o contrário quando inserido o segundo arco.
De acordo com os autores, este desconforto pode ser causado pela maior dificuldade de
inserir o segundo arco nos braquetes Damon 2 , isto , devido a um maior
desnivelamento dental ao final do uso do arco inicial.O autor concluiu que
comparando os braquetes quanto a sua efetividade, nos fios iniciais, os autoligados não
foram mais efetivos que os convencionais, mas no segundo arco 0.016x0.025 , os
autoligados foram melhores
YARED et a l54 em 2006, avaliaram a condição periodontal de incisivos
centrais inferiores que foram vestibularizados durante o tratamento ortodôntico A
amostra foi composta por 34 adultos que completaram o tratamento por períodos de 7
meses a 3 anos e 11 meses. A vestibularização e movimento vertical desses dentes
foram analisados por seis medidas em telerradiografias laterais tomadas antes e após o
tratamento. A espessura e a altura da sínfise foram gravadas a partir de pré-tratamento
de telerradiografias laterais. Os seguintes parâmetros clínicos periodontais foram
avaliados: a placa e gengival de sangramento, profundidade de sondagem, nível clínico
de inserção e retirada dos dentes selecionados e dos incisivos centrais inferiores. Os
autores concluíram que a inclinação final (95 °) e espessura da margem de gengiva livre
(0,5 mm) apresentaram maiores e mais grave recessão nos incisivos centrais inferiores.
26
No entanto, ao comparar a espessura da gengiva com a inclinação final, tinham maior
relevância para a recessão.
PANDIS et al 39, em 2007, realizaram um estudo com o intuito de verificar
os efeitos do tratamento ortodôntico com braquetes convencionais e autoligados nas
inclinações dos incisivos centrais inferiores e nas distâncias inter-caninos e inter-
molares da arcada inferior. Os autores utilizaram uma mostra de 54 pacientes tratados
sem extração dentária, erupção de todos os dentes, índice de apinhamento dentário
maior do que 2 mm e sem intervenção de qualquer dispositivo intra ou extra oral . Os
braquetes utilizados foram do tipo Damon 2 e convencionais do tipo Roth , com
prescrição de -6 e -1 para os incisivos inferiores , respectivamente . Os resultados
encontrados, demonstraram para os braquetes Damon, um aumento nas distâncias inter-
caninos de 1,08 mm e 2,04 mm nas distâncias inter-molares; na medida do IMPA houve
um aumento de 7,41. Para os braquetes convencionais houve um aumento de 1,58 mm
nas distâncias inter-caninos, 0,43 mm nas distâncias inter-molares e 6.22 na medida do
IMPA . Os autores concluíram que, o aumento nas distâncias inter-caninos e inter-
molares foi associado com a correção do apinhamento, e que não houve aumento da
inclinação dos incisivos associado com a correção do apinhamento.
MILES36, em 2007, comparou os braquetes autoligados com os
convencionais durante o fechamento de espaços .Foram avaliados 19 pacientes que
sofreram extração de primeiro pré-molar pelo menos em pelo menos um arco. O autor
concluiu que não há diferença significante na taxa de fechamento de espaço entre os
braquetes autoligados SMARTCLIP e os braquetes convencionais com amarrilhos.
MALTAGLIATI34, em 2007, relatou que, o movimento ortodôntico tem
capacidade de gerar menores efeitos colaterais com forças mais suaves. A autora relatou
que os movimentos dentários são mais controlados, pois não há o efeito binding (de
apreensão do fio) e que, portanto, o dente se movimenta com mais liberdade e o fio se
16retifica sem forçar demais o nivelamento. Clinicamente, isto é traduzido por
nivelamento e alinhamento sem descontrole das inclinações dentárias, abertura de
mordida e de diastemas, mesmo que na ausência de espaços no arco. Isso se explica
27
pelo mínimo atrito produzido pela ausência de ligadura e pela grande liberdade do no
braquete, que permite seu deslize conforme os dentes se nivelam.
RINCHUSE43, em 2007, escreveu sobre as diferenças entre o sistema
passivo e ativo dos braquetes autoligados, suas vantagens e desvantagens e apresentou
ainda, novos conceitos entre sistemas de braquetes. Para o autor, os braquetes mais
conhecidos são: Damon, TIME®, SPEED®, SMARTCLIP® e In-Ovation. O sistema
ativo é aquele que consiste de braquetes no qual o “springclip” exerce pressão do fio
contra a canaleta do braquete. Ex: In-Ovation, SPEED®; e os passivos são aqueles em
que o “passive slide” não exerce qualquer pressão do fio contra a canaleta do braquete.
Ex: Damon, SMARTCLIP®. O artigo questiona a validade dos estudos dos aparelhos
autoligados. Segundo o autor,estes estudos são duvidosos porque a maioria deles foram
feitos in-vitro onde as respostas biológicas não podem ser reproduzidas. O autor afirma
também que comparações entre sistemas passivo e ativo são como “comparar laranjas
com maçãs”. In-vitro, o autor diz que os braquetes autoligados oferecem baixa fricção
apenas em fios mais finos e que com fios mais grossos a diferença de fricção é a mesma
que a dos braquetes convencionais; além disso, existe várias variáveis que são ignoradas
nos trabalhos sobre autoligados, o que afetaria nos resultados, como o fato dos estudos
não serem prospectivos randomizados.O autor defende o uso do sistema Damon em
casos com maior apinhamento devido à facilidade que este braquete apresenta no
deslize do fio que, segundo ele, se dá pela redução do controle de torque no sentido
lábio-lingual ou o controle de rotação dado pelo fio pressionado pelo clip ativo. Já o
sistema ativo por possuir uma parede gengival menor que a parede oclusal acaba por
produzir o mesmo atrito que sistemas convencionais em fios mais pesados. Por fim, o
autor sugere que o futuro dos braquetes autoligados seja a combinação destes passivos e
seus correspondentes ativos. Assim, onde se deseja menos atrito usa-se o sistema
passivo, em regiões onde se deseja mais atrito usa-se o sistema ativo. Sugere também
que o Sistema Damon seja usado nas fases iniciais de tratamento e os ativos quando se
quer um controle de torque maior. Outra forma seria usar um sistema híbrido com
braquetes convencionais e autoligados com o mesmo tamanho de slot para todos os
dentes.
28
PANDIS38, em 2007, discutiu o efeito do ambiente intra-oral na força
aplicada durante a interação do fio dentro do slot do braquete autoligado ativo. Foram
utilizados In-Ovation e SPEED®. Foram usados dez braquetes de incisivos do In-
Ovation e dez do SPEED®. Estes braquetes foram montados em um sistema de
simulação e tratados por no mínimo quinze meses. O “spring clip” foi sujeito a tensão
induzidas pela deflexão do fio da ordem de 1.5 mm na temperatura corporal. O autor
constatou que as forças iniciais e as condições intra-orais pareciam variar sobre a
rigidez do “clip” apresentando potenciais implicações no funcionamento do arco com os
slots dos braquetes. Pandis avaliou o tempo de tratamento com dois tipos de braquetes.
Um autoligado e um convencional para avaliar a correção de um apinhamento
mandibular. Cinqüenta e quatro pacientes foram escolhidos com critérios específicos e
divididos em dois grupos: Um grupo tratado com autoligado Damon System II e um
grupo tratado com aparelho Edgewise convencional. Telerradiografias foram usadas
para assegurar a posição do incisivo inferior antes e depois do apinhamento. As
conclusões deste trabalho foram que não existe diferença significante no tempo de
tratamento entre Damon II e o Edgewise convencional. Entretanto, em casos de
apinhamentos moderados, o sistema Damon proporcionou um tratamento mais rápido
que o aparelho convencional. A diferença não foi significante em casos de
apinhamentos severos. Concluiu-se também que o tempo de tratamento aumenta de
acordo com a severidade do apinhamento e que aumentos nas distâncias intercaninas e
intermolares aconteceram em ambos os sistemas. Damon II aumentou a distância
intermolar estatisticamente em relação ao aparelho convencional; e por fim, houve
inclinação do incisivo inferior em ambas as técnicas não havendo diferenças entre elas.
ZACHRISSON56, em 2007, questionou sobre o uso do novo sistema de
mecânica dos braquetes autoligados mesmo em casos com apinhamento acentuado onde
os incisivos já estão vestibularizados e toma-se uma abordagem sem extração. O uso de
arcos superelásticos leva a necessidade de expansão lateral dos caninos inferiores e pré-
molares e o aumento da vestibularização dos incisivos inferiores. Outro problema
comum com os braquetes autoligados é a pouca correção das rotações devido à folga do
arco no braquete, e isto é importante porque será o ponto de partida para a recidiva do
29
apinhamento. O autor afirma que não existe nenhuma evidência em longo prazo de que
o tratamento produz resultados estáveis. E enquanto a introdução de arcos superelásticos
e aparelhos pré-programados são aclamados pelos clínicos e pela indústria ortodôntica
para representar o progresso na Ortodontia, o oposto pode bem ser verdade e a
qualidade dos serviços prestados pode ser diminuída .O autor conclui que apresentar
argumentos sem base científica tem desafiado muitas das novas tendências populares e
isso tem sido enfatizado que a boa qualidade ortodôntica depende de um plano de
tratamento cuidadoso com uso de mecânicas personalizadas.
BURROW11, em 2008, debateu em um artigo sobre o tema: extração X não-
extração levando em conta a estética do sorriso, estado periodontal e a estabilidade pós-
tratamento. O autor comenta que o uso dos braquetes autoligados e arcos supereláticos
que expandem, não levam em conta a posição vertical dos dentes e ignoram a
estabilidade, que levou à era da extração nos anos 1950 e 1960.
BIRNIE 9, em 2008, em um extenso trabalho sobre o braquete autoligado
Damon comentou que quando este é comparado aos braquetes convencionais, podemos
obter significante redução no uso de dispositivos de ancoragem, pequenas expansões
podem ser realizadas pelo fio, ao invés de quadrihélices, diminuindo as extrações para o
alinhamento dos dentes e menor vestibularização dos incisivos sem perder o controle de
torque, isso devido à adequada profundidade e largura do braquete, menores níveis de
fricção e uma ligação rígida devido ao fechamento do slot pela trava deslizante. O autor
comentou ainda que as respostas dos tecidos moles da face pelo movimento dentário,
em particular os de inclinação, é imprevisível, pois o tônus muscular, posição e postura
labial diferem a cada paciente, sendo assim, o ortodontista deve planejar a
movimentação dentária visualizando os objetivos do tratamento, ou prevenindo que o
tecido mole da face não sofra muitas alterações.
HARRADINE28, em 2008, observou a vantagem básica dos braquetes
autoligados que envolve a eliminação das ligaduras metálicas e elásticas, facilitando a
aplicação e manuseio da instalação do fio, pelo próprio ortodontista, além da eliminação
do atrito causado pelo fio em contato com o braquete. Segundo o autor, a combinação
30
de baixo atrito e encaixe seguro do fio no slot do braquete atualmente só é possível
comos braquetes autoligados e é provável que esta seja a maior vantagem desses
braquetes.
PANDIS40 em 2008, demonstrou em seu artigo que, as forças geradas pelas
correções de primeiras e segundas ordens nos aparelhos autoligados não mostraram um
consistente modelo e o mesmo depende diretamente do fio, da direção do movimento e
do design do componente de ligação. Para esta conclusão, o autor usou três tipos de
braquetes: Orthos2 (Ormco, Glendora, Calif), Damon II (Ormco), e In-Ovation-R
(GAC, Bohemia, NY). Os braquetes foram colados com resinas em um modelo-réplica
de um arco mandibular e o fio 0.014 X 0.025 de cooper-níquel-titânio (Ormco) foi
usado. Correções de primeira e segunda ordem (movimentos buco-lingual e intrusão e
extrusão) foram simuladas em um sistema de mensuração ortodôntica. Um erro de
posição de 2 milímetros foi acrescido no eixo x do sistema e um erro de 1 milímetro
acrescido no eixo z, ambos entre um intervalo de 0.1 mm. Foram realizadas cinco
repetições do experimento para avaliar o desempenho de cada combinação fio-bráquete-
intervalo. As forças geradas pela manipulação do braquete nas duas direções foram
gravadas diretamente no software de simulação e mensuração ortodôntica e
estatisticamente analisados com o método ANOVA. Grupos diferentes também foram
analisados pelo método Turkey com um erro sistemático de 0.05. Segundo o autor, nas
correções de primeira ordem, a direção do movimento mostrou efeito na magnitude da
força, com o movimento para lingual exercendo menos níveis de força para o braquete
In-Ovation. Não houve diferença significante entre os braquetes convencional e
autoligado neste tipo de movimento. No modelo com erros de segunda ordem, não
houve diferença entre os dois braquetes autoligados em termos de magnitude de força;
porém, os braquetes convencionais demonstraram níveis de força mais altos com
acréscimos de 20% na força. O efeito da direção do movimento (intrusão X extrusão) na
variação de força não produziu efeito significativo.
SCOTT 45 et al , em 2008, comparou a eficiência no alinhamento dos dentes
inferiores e a eficácia clínica do aparelho autoligado e o aparelho convencional
edgewise. Sessenta e dois pacientes (32 do sexo masculino, 30 feminino, com idade
31
média de 16 e 27 anos) com irregularidades incisivo inferior de 5 a 12 mm e um padrão
de extração de primeiros pré-molares inferiores foram distribuídos aleatoriamente para
tratamento com Damon3 autoligado Nenhuma diferença significativa foi observada na
taxa inicial de alinhamento para qualquer sistema de braquete. O alinhamento foi
associado com um aumento na largura inter-caninos, uma redução no comprimento do
arco, e vestibularização dos incisivos inferiores para ambos os aparelhos, mas as
diferenças não foram significativas. Reabsorção radicular dos incisivos não foi
clinicamente significativa e não diferiu entre os sistemas. Os autores concluíram que os
braquetes autoligados Damon3 não são mais eficientes do que os braquetes
convencionais durante o alinhamento dos dentes.
ARAÚJO 3, em 2008, analisou a expressão dos torques em pacientes tratados
com aparelhos ortodônticos fixos com braquetes autoligados, utilizando tomografia
computadorizada. Foram selecionados 10 pacientes com dentição permanente e com
todos os dentes presentes , com apinhamento igual ou superior a 4 mm , tratados sem
extração . Foi utilizado o braquete Damon 2 na prescrição padrão , e foram realizadas
medições das inclinações dos dentes anteriores de canino a canino , superiores e
inferiores por meio de tomografia computadorizada , obtidas antes e depois do
tratamento . A autora verificou que as inclinações encontradas nos dois tempos se
apresentaram diferentes , porém , não estatisticamente significante , apenas os dentes
incisivo lateral inferior e canino inferior esquerdo denotaram aumento no valor da
inclinação vestibular
PECK41, em 2008, alertou sobre o uso do aparelho fixo Damon com seu
efeito expansivo da arcada questionando a estabilidade pós-tratamento. O autor também
questiona a manutenção da cortical óssea baseada nos exames de tomografia
computadorizada, os quais consideram não confiáveis.
LENZA32, em 2008, questionou o uso generalizado de braquetes autoligados
para todos os indivíduos, independente do grau de apinhamento, em detrimento da
estabilidade pós-tratamento. A expansão transversal que pode ocorrer gera dúvidas, pois
32
o problema é estimar a estabilidade por um longo período de tempo.Portanto, segundo o
autor há a necessidade de novos estudos para avaliar os efeitos dessa expansão
promovida pela técnica dos braquetes autoligados, e não apenas dar importância à
estética e levar em conta os princípios fundamentais da Ortodontia.
HAMILTON et al 25,em 2008, compararam os braquetes autoligados com os
braquetes convencionais pré-ajustados.Foram avaliados 772 pacientes, tratados com
aparelhos fixos. Todos os pacientes foram tratados por um ortodontista, em uma clínica
particular. 383 pacientes foram tratados através de um sistema de braquete convencional
pré-ajustado e 379 pacientes foram tratados com braquetes autoligado ativo. O tempo de
tratamento total, número de consultas, intervalos de consulta, o número de quebras do
braquete e número de consultas não programadas de emergência foram registrados.
Características pré-tratamento identificados pelo ícone estiveram relacionados com
essas variáveis. Os autores verificaram que a duração média do tratamento foi de 15,7
meses. Em geral, não houve diferença estatisticamente significativa entre a duração do
tratamento com braquetes autoligados ativos e braquetes convencionais pré-ajustados. O
número de braquete descolados e visitas de emergência foram significativamente
maiores nos pacientes tratados com braquetes autoligados Os autores concluíram que
braquetes autoligados ativos parecem não oferecer vantagens mensuráveis no tempo de
tratamento ortodôntico, no número de visitas ao tratamento e no tempo gasto no
alinhamento inicial quando comparados aos braquetes convencionais ortodônticos.
KOCHENBORGER31, em 2009, avaliou as inclinações dentárias e o perfil
facial de pacientes tratados ortodonticamente com braquete autoligado Damon 2,
prescrição padrão.Foram selecionados 18 pacientes,que apresentavam discrepância de
modelo negativa( de 4 a 15mm).As medições das inclinações ântero-posteriores dos
incisivos centrais superiores e incisivos centrais inferiores e alterações do perfil facial
foram realizadas por meio de telerradiografias laterais.As distâncias transversais das
regiões de cúspide e cervical inter-caninos, primeiros e segundos pré-molares e
primeiros molares, foram obtidas pelos modelos de gesso.Verificou-se diferença
estatisticamente significante na inclinação dos incisivos centrais inferiores e nas
33
dimensões transversais inter-cúspides e inter-cervicais dos primeiros e segundos pré-
molares e primeiros molares na maxila.Na mandíbula todas as distâncias transversais de
caninos, primeiros e segundos pré-molares e primeiros molares apresentaram
significância estatística.O autor concluiu que o tratamento ortodôntico sem extrações de
pacientes com mal oclusão de Classe I realizados com braquetes Damon 2 ,não
promoveu alteração na inclinação vestíbulo-lingual dos incisivos centrais superiores,
aumentou a inclinação vestibular dos incisivos centrais inferiores, não alterou o perfil
facial e aumentou de modo significativo a dimensão transversal da maxila e da
mandíbula por meio de inclinação vestibular de coroa.
FLEMING et al 22em 2009, compararam os efeitos de dois aparelhos pré-
ajustados nas mudanças angulares e lineares dos incisivos inferiores, mudanças
dimensionais e transversais dos arcos inferiores por no mínimo três semanas. Todas as
medições foram feitas com um paquímetro digital. Após o ajuste para os valores pré-
tratamento, a duração de tratamento, e da quantidade de apinhamento corrigido durante
o período 60 pacientes foram selecionados e distribuídos aleatoriamente para tratamento
com um sistema de braquetes autoligados (SMARTCLIP® 3M, Unitek, Monróvia,
Califórnia) e braquetes convencionais Edgewise (Victory, 3M Unitek). Modelos iniciais
de estudo e telerradiografias foram obtidas dentro de um mês. Todos os pacientes
receberam o tratamento com a seguinte seqüência de arco: 0, 016, 0, 017x 0, 025, 0,
019x 0, 025. Mudanças da dimensão transversal inter-caninos, inter-pré-molares e
dimensões inter-molares, e da quantidade de apinhamento corrigido durante o período
do estudo foram avaliados através da comparação de modelos pré e pós-tratamento.
Neste estudo, o tipo de braquete teve pouco efeito sobre a inclinação dos incisivos. No
entanto, o aparelho autoligado produziu maior expansão na região de molares. Os
autores concluíram que houve uma pequena diferença no padrão global de alinhamento
e nivelamento do arco relacionado com os dois aparelhos pré-ajustados. Entretanto,
houve aumento significativamente maior na largura inter-molares no grupo com o
aparelho autoligado, embora a diferença fosse de apenas 0,91 mm.
BURROW13, em 2009, reportou uma menor importância do atrito em
relação a resistência ao deslize .O autor citou sobre a maior vantagem do sistema de
34
baixa fricção , que é na redução do tempo de tratamento e movimento mais rápido dos
dentes e ainda chama a atenção para dois aspectos a serem considerados: a reabsorção
de raiz e a recidiva.E levanta a hipótese de que o rápido movimento dos dentes possa ser
a causa da recidiva.
EHSANI21,em 2009, pesquisaram artigos na literatura que comparavam a
resistência friccional expressada entre braquetes autoligados e braquetes convencionais
.70 artigos foram selecionados e revisados e destes, apenas 19 foram incluídos na
revisão.Os autores concluíram que em comparação com os braquetes convencionais,
braquetes autoligados produzem menor atrito quando combinado com arcos redondos
de menor calibre, na ausência de torque em um ideal arco alinhados. Provas suficientes,
não foram encontradas de que a alegação que com grandes fios retangulares, na
presença de depósito e / ou torque e em arcos com má oclusão considerável, braquetes
autoligados produzem menor fricção em comparação com braquetes convencionais.
MALTAGLIATI35, em 2010, relatou as diferenças dos braquetes autoligados
ativos e passivos, levando em conta alguns aspectos como facilidade de obtenção do
produto, preço, qualidade de fabricação e planejamento do caso com suas necessidades
mecânicas. A autora observou que os dois tipos de braquetes são parecidos e vão se
tornando diferentes com fios calibrosos, sendo vantagem o uso dos ativos, pois na
finalização, tem melhor controle de torque. Apesar de existirem poucas evidências
científicas das vantagens, as evidências clínicas mostram bons resultados e por esse
motivo a autora justifica a mudança no uso de braquetes convencionais para o
autoligado.
BURROW12, em 2010, comparou as taxas de retração de canino com
braquetes autoligados com os braquetes convencionais edgewise. Em 43 pacientes que
precisavam de extração de pré-molar superior, o braquete autoligado (Damon3,
SMARTCLIP®) foi usado no canino de um lado e um braquete convencional (Victory
Series) do outro. Os dentes foram retraídos com fio de aço inoxidável 0, 018, usando
uma força de retração Sentalloy média (150 g). As taxas de retração foram analisadas
usando um teste t pareado. O movimento médio por 28 dias para o braquete
35
convencional foi de 1,17 mm. Para o braquete Damon foi de 0,9 mm e para o braquete
SMARTCLIP® foi de 1,10 mm. As diferenças entre os braquetes convencionais e
autoligados são estatisticamente significantes. O autor concluiu que a taxa de retração é
mais rápida com o braquete convencional, provavelmente devido à menor largura dos
braquetes autoligados.
36
4. DISCUSSÃO
O aumento da introdução dos mais variados modelos de braquetes
autoligados no mercado pelos fabricantes é um indicativo do crescimento do interesse
dos ortodontistas por este produto e um conseqüente interesse da indústria. É, portanto,
muito compreensível que questionemos a viabilidade e a vantagem de eleger esses
braquetes como opção de tratamento.
Em seu estudo sobre a história e vantagens dos braquetes autoligados,
Berger 6 comentou que estes dispositivos, tanto passivos quanto ativos, diminuem o
atrito entre o braquete e o fio quando comparados com os convencionais, pois os
braquetes autoligados tem a capacidade de converter o slot em tubo, levando diminuição
do tempo e dos custos do tratamento ortodôntico. A vantagem clínica de menor
resistência ao deslizamento deve ser na redução na quantidade de tempo para alinhar os
dentes e fechar os espaços. Em um estudo clínico prospectivo com 54 indivíduos que
tiveram o tratamento sem extrações, Pandis et al 38 investigaram o tempo necessário
para corrigir apinhamento com braquetes Damon 2 VS braquetes convencionais , eles
concluíram que não houve diferença no tempo necessário para corrigir o apinhamento
inferior entre braquetes Damon2 e os convencionais .
Concordando com o trabalho de Pandis et al38 em sua revisão de 2007,
Rinchuse e Miles43 não mostraram nenhuma diferença no tempo de tratamento.O autor
sugere que o futuro dos braquetes autoligados estaria associado a um sistema híbrido
que aliasse braquetes autoligados passivos e ativos com braquetes convencionais.
Posteriormente, Miles36 comparou a taxa de retração em massa com os braquetes
convencionais amarrado a fios de aço com braquetes autoligados e não encontraram
nenhuma diferença. Este foi um estudo prospectivo e o autor concluiu que não houve
diferença significativa na eficiência de fechamento de espaço em massa entre o braquete
SMARTCLIP® e o braquete convencional ligado com amarrilhos.
Com atrito reduzido, portanto, menos força necessária para produzir o
movimento dentário, braquetes autoligados têm as vantagens de, produzir força mais
37
fisiológica, mais harmonia no movimento dentário sem interromper o suporte vascular
periodontal. A produção de mais osso alveolar, resultante de expansão, menor
vestibularização dos dentes anteriores, e menos necessidade de extrações são
reivindicados27. O tratamento com menos consultas, menor tempo de cadeira, menos
desconforto ao paciente 17. Braquetes autoligados parecem ter uma vantagem
significativa no que diz respeito ao tempo de cadeira, com base em diversos estudos
transversais. As análises também mostraram uma pequena, mas com diferença
estatisticamente significante de vestibularização dos incisivos inferiores. Não houve
diferenças no tempo de tratamento e nas características oclusais após o tratamento entre
os dois sistemas. Não há estudos sobre a estabilidade em longo prazo no tratamento com
aparelhos autoligados.
No entanto, braquetes autoligados têm algumas desvantagens, incluindo o
custo mais elevado, possível quebra do clipe e desconforto dos lábios e dificuldade na
finalização do tratamento devido à leitura incompleta do torque pelos braquetes
autoligados.
Tratamentos sem extração têm ganhado popularidade nessas duas últimas
décadas. Falta de espaço é muitas vezes um fator crítico na decisão de se extrair dentes,
neste contexto, a expansão do arco mandibular tornou-se interessante em tratamentos
sem extração. Apinhamento do arco inferior é muito comum em pacientes com mal
oclusão, o seu grau é um fator determinante no tratamento. A quantidade de
apinhamento que pode ser corrigida com a expansão dos dentes e quanto de expansão
podem ser estáveis deveria ser considerado.
Outro efeito colateral comum de muitas técnicas sem extração é um aumento
na angulação dos incisivos. Este é o mais tipo eficiente de expansão para corrigir o
apinhamento, mas vestibularização em excesso é indesejável, devido aos possíveis
problemas periodontais, estético e oclusais. O sistema de braquetes Damon também
pretende produzir mínima vestibularização dos incisivos inferiores na correção do
apinhamento. 17 O autor verificou também que a musculatura do lábio produz um efeito
de batente anterior que, juntamente com o emprego de mecânicas ortodônticas que
38
geram forças leves, mantém a posição ântero-posterior dos incisivos superiores em
casos tratados sem extração. Mas para evitar a vestibularização dos dentes, é
preconizado o uso de stops posicionados no fio ortodôntico mesialmente ao
apinhamento para evitar o deslize do fio na canaleta neste sentido. Pandis et al 39
encontraram diferenças significantes na quantidade de vestibularização dos incisivos
entre o sistema Damon 2 e o braquete convencional e encontraram um aumento de
7,41º.na medida do IMPA.Concordando com este estudo Kochenborger31 também
observou um aumento no IMPA em 6,33º .Vários estudos investigaram a dimensão do
arco e inclinações dos incisivos inferiores. Pandis et al 39 relataram mudanças após o
tratamento em seu estudo perspectivo , e Scott et al 45 relataram as mudanças até os fios
de aço 0,019x 0,025 em um estudo randomizado controlado.Nesses estudos foram
usados braquetes Damon no grupo de autoligado. Para distância inter-canina e inter-
molares, não houve diferença significativa entre os dois grupos. Quanto à
vestibularização dos incisivos, que os braquetes autoligados resultaram em
vestibularização dos incisivos inferiores (1,5º). Indivíduos nos estudos Pandis et al 39
foram todos tratados sem extrações, enquanto Scott et al45 relataram, em pacientes
tratados com extração com maior irregularidade dos incisivo no início do tratamento,
maiores aumentos na largura inter-caninas provavelmente porque os caninos foram
retraídos para uma parte mais larga do arco. A distância inter-molar não aumentou com
braquetes autoligados nesse estudo, e, de acordo com os autores, isso foi provavelmente
relacionado à mesialização dos molares para a parte mais estreita da o arco em pacientes
com extração. Além disso, diferentes seqüências de arco foram usadas para os dois
grupos nos estudos de Pandis et al 39 ao passo que Scott et al 45 utilizaram arcos iguais
para ambos os grupos .Estes resultados sugerem que o autoligado e o aparelho
convencional resolvem apinhamentos com um mecanismo parecido, uma vez que ,
somente a diferença estatisticamente significante de 1,5º de vestibularização dos
incisivos.
Prejuízo ao tecido periodontal é preocupação quando qualquer tratamento
ortodôntico é realizado. Alguns problemas periodontais estão relacionados ao
movimento dos dentes. Expansão lateral superior a 3 mm em áreas de pré-molares e
molares foi mostrado que pode causar fenestrações ósseas. Incisivos que são
39
excessivamente vestibularizados também estão associados a problemas periodontais.
Yared et al 54 investigaram a recessão gengival em pacientes que haviam feito
tratamento ortodôntico. Os autores descobriram que o movimento real dos dentes não
foi o fator predisponente mais importante, mas um IMPA maior ou superior a 95º, (com
menos de 0,5 milímetros de gengiva) mostraram uma forte correlação com recessão.
Expansão ortodôntica também pode levar à inadequada oclusão. As angulações
aumentadas dos dentes também podem afetar a oclusão. Andrews2, afirmou que a
vestibularização excessiva dos dentes anteriores ou posteriores conduzem a uma
incapacidade dos dentes ocluirem corretamente. O autor considera que o espaço residual
é geralmente atribuído a uma discrepância no tamanho dos dentes
.
Quanto à inclinação dos incisivos superiores, estes não sofreram inclinações
vestibulares. Isso pode ter ocorrido devido à ação da musculatura do lábio e às
características peculiares ao sistema Damon31. Maltagliati 34 também relata que forças
leves e o uso de stops posicionados no fio ortodôntico mesialmente ao apinhamento
dental evita o deslize do fio na canaleta do braquete neste sentido favorecendo a
estabilidade ântero-posterior dos incisivos superiores
Estudos retrospectivos em relação ao tempo total de tratamento, Eberting et al20
e Harradine26 encontraram significativamente menos tempo de tratamento de 4-6 meses
e 4-7 menos visitas com braquetes autoligados, enquanto Hamilton et al 25 não
encontraram nenhuma diferença significativa entre os dois grupos. Diferenças médias
padronizadas foram utilizadas para minimizar as diferenças entre os ensaios
metodológicos (neste caso, para explicar as diferenças consideráveis em tempo total de
tratamento entre estudos), e os resultados sintetizados mostraram não haver diferença
significativa. Dois estudos menores, com braquetes autoligado passivos (Damon,
Ormco) favoreceu o autoligado20,26 enquanto o estudo mais amplo com braquetes ativos
autoligados (In-Ovation, GAC) não encontraram nenhuma diferença significativa na
eficiência de tratamento25. Entre braquetes ativos e passivos requer uma investigação
mais aprofundada. Uma atenção deve ser dada a esses resultados, uma vez que a
heterogeneidade foi elevada e os três estudos podem ter sido sensíveis à influência de
40
seus projetos. Estudos com a atribuição ao acaso são necessários para fornecer mais
informações.
Quanto à eficácia no alinhamento e fechamento de espaços, vários estudos
investigaram a taxa de alinhamento inferior dos incisivos. Todos os braquetes usados
foram os autoligados passivos (Damon, Ormco; SMARTCLIP® 3M Unitek). Pandis et
al38e Scott et al 45relataram o tempo necessário para o alinhamento, mas os resultados
finais foram diferentes.Pandis et al38 avaliaram pacientes sem extrações, considerando
que Scott et al 45 registrou pacientes com extração. Miles e Fleming et al22,36, relataram
a redução de irregularidade em vários momentos do alinhamento. A diferença média foi
calculada, e não houve diferença significativa na eficiência do alinhamento no arco
inferior. .A eficiência do alinhamento encontrada pode estar associada apenas com
irregularidade inicial. No entanto, Fleming et al 22 também concluíram que, pacientes
tratados sem extrações com leve apinhamento dos incisivos, com braquetes autoligados
não eram mais eficazes no alinhamento do que os pacientes que usaram braquetes
convencionais.As provas existentes não permitem afirmar que menor atrito em um
sistema de autoligado permite rápido alinhamento ou fechamento de espaço de em um
ambiente clínico.
Apenas Miles et al 37e Pandis et al 38relataram as porcentagens de falha dos
braquetes autoligados e não apresentaram diferenças significativas nas taxas de falhas
dos braquetes entre os dois grupos. No entanto, heterogeneidade alta, e os dois estudos
sugeriram resultados conflitantes, com Pandis et al38 favorecendo os braquetes
autoligados e Miles et al 37 favorecendo os braquetes convencionais. Pandis et al38
incluíram falhas pela primeira vez apenas. Além disso, os períodos foram diferentes
entre os dois estudos.
Alguns autores afirmam que as forças mais baixas produzidas pelo sistema
de braquetes autoligados podem resultar em um movimento mais fisiológico do dente e
o resultado de um tratamento mais estável. 6,14,16,24
41
Na ortodontia, o apinhamento pode ser resolvido com extração de dentes,
diminuindo o tamanho do dente, ou por expansão dos arcos. 49. Segundo Damon este
sistema, que utiliza braquetes autoligados e arcos super-elásticos de níquel-titânio
produzem expansão posterior. Confirmando esta afirmação, Kochenborger31 verificou
que grande parte das mensurações transversais apresentou expansão no final do
tratamento
Damon considera que a expansão posterior irá permitir que a língua se
adapte, criando um novo equilíbrio com as bochechas e lábios. Esta expansão aumenta o
perímetro do arco acomodando os dentes. O autor afirma que os dentes vão expandir de
corpo durante o desenvolvimento deste novo equilíbrio . 16
O sistema de braquetes Damon é relativamente novo e há pouca pesquisa
para apoiar seus princípios. Uma teoria que tem sido investigada é que o Sistema
Damon pode produzir expansão de pré-molares e molares sem expansão excessiva dos
caninos. Pandis et al 39avaliaram a redução da apinhamento em 54 pacientes sem
extrações que foram tratados com o Damon 2 e o sistema convencional. Os autores
verificaram que os dois tipos de braquetes produziram quantidades semelhantes de
expansão de caninos, mas o sistema Damon 2 produziu mais expansão de molares.
Outros estudos também demonstram essa tendência de aumento na distância inter-pré-
molares e molares, mas com tratados com braquetes convencionais. BeGole et al5 e
obtiveram um aumento de 2,96mm na maxila e 1, 78 mm na mandíbula. Davis et al18
encontraram 3,31mm para a maxila e 2,03mm para a mandíbula.Na revisão de literatura
estudada, percebe-se que a distância inter pré-molares tem recebido pouca ênfase dentro
do contexto da avaliação das dimensões inter-arcos.No estudo de Kochenborger31 , os
primeiros pré-molares apresentaram um aumento transversal estatisticamente
significante em ambas às mensurações realizadas, tanto na maxila como na mandíbula.E
esta alteração transversal ocorreu por um movimento de inclinação vestibular das coroas
dentais, devido à uma maior expansão da região inter-cúspide do que na região inter-
cervical, e não por movimento de corpo dos dentes que Damon considerava.
42
.
Um dos principais benefícios do tratamento com expansão é o aumento do
perímetro do arco. Germane et al23,analisaram matematicamente a expansão inter-
molares, a expansão inter-caninos e efeitos do avanço dos incisivos no perímetro do
arco. Eles concluíram que a expansão inter-molares é o método menos eficiente para
aumentar o perímetro do arco, enquanto o avanço dos incisivos foi o mais eficiente. A
maioria dos estudos que avaliam a expansão da maxila não inclui o período de aparelho
ortodôntico fixo. . Aumento no perímetro do arco é usado para corrigir apinhamento e
minimizar a necessidade de extrair dentes, e é desejável, porque a extração de dentes
está associada com riscos de trauma, incluindo custos adicionais ao paciente e risco de
infecção. Os benefícios da expansão são óbvios para muitos ortodontistas, mas os
possíveis riscos de expansão são menos aparentes. Excesso na expansão pode levar a
um permanente e por vezes graves problemas. Por exemplo, tem sido sugerido que uma
deiscência óssea pode ser criada, porque as raízes dos dentes são forçadas contra a
cortical óssea. Além de a expansão poder produzir recessão periodontal, podem
produzir relações oclusais indevidas e instabilidade.
Em expansão dentária, os dentes são movidos de corpo e /ou depositados
dentro do osso alveolar. Um método comum de expansão dental é o arco expansivo.
Neste arco de maior largura que o arco inicial é inserido para remodelar e ampliar o
arco, com o objetivo de fornecer um perímetro maior para acomodar os dentes. 16
No entanto, estudos sobre a estabilidade após o tratamento com braquetes
autoligados faltam neste momento.
Estabilidade é uma grande preocupação dos ortodontistas especialmente com
relação à expansão dental. Admite-se que recidiva irá ocorrer após qualquer tratamento
ortodôntico, porém, esta é ainda uma maior preocupação quando os arcos dentários
foram expandidos. Ackerman e Proffit1 têm sugerido que, os limites de expansão
estável são de 2 mm e 4-5mm de ântero-posterior e expansão transversal,
respectivamente.Alguns ortodontistas optam por alargar a forma do arco usando um
padrão pré-formado de arco para todos pacientes. Em alguns casos o uso de arcos
padrão podem ser usados, mas se desconsiderar a forma de arco do paciente natural
43
pode levar à instabilidade. E estabilidade é uma grande preocupação dos ortodontistas
especialmente com relação à expansão dental. De la Cruz et al 19 estudaram alterações a
longo prazo na forma do arco após a retenção. Eles descobriram que há um
arredondamento da forma do arco durante o tratamento e houve tendência à recidiva. .
Sadowsky et al 44estudaram a retenção a longo prazo em pacientes que tiveram
expansão do arco mandibular e maxilar. Os autores demonstraram que houve recidiva
significante dos dentes inferiores anteriores, mesmo com a contenção fixa. Ele afirmou
que, embora a quantidade de irregularidade seja estatisticamente significante, foi
clinicamente mínima, inferior a outros estudos em longo prazo sem contenção fixa.
Os dentes estão em constante equilíbrio com as forças orais. Ele é
amplamente aceito que os músculos do complexo oral-facial determinam a forma dos
arcos dentários, mas existem diferentes teorias sobre a influência das forças orais sobre
os dentes. Proffit 42declarou que, na ausência de forças extrínsecas, tais como hábitos, a
posição de repouso dos lábios e as bochechas são os maiores fatores que influenciam o
equilíbrio dental quando se considera a dimensão transversal. A posição dos dentes é
determinada não só pela falta do espaço, mas também devido ao equilíbrio destas
forças. Dentes que são movidos em uma posição excessivamente tais que o equilíbrio é
perturbado estão em uma posição instável e uma maior tendência à recidiva existe. . A
quantidade de movimento que é tolerável é fonte de muita controvérsia em ortodontia. .
Apinhamento e protrusão são exemplos de um desequilíbrio dental. Proffit 42 afirmou
que tanto apinhamento quanto protrusão é o resultado de um falta de espaço na arcada
dental. Não é o ideal para corrigir apinhamento criar uma protrusão dos dentes. . Cada
paciente pode aceitar diferentes graus de protrusão, dependendo da sua musculatura
peri-oral, as características étnicas, e outros fatores individuais.
44
5. CONCLUSÃO
De acordo com os itens analisados nesta revisão de literatura, conclui-se que:
• Quanto ao tempo total de tratamento- o tratamento com os braquetes autoligados
parece ser mais rápido, devido ao rápido alinhamento e nivelamento.
• Eficácia no tratamento e fechamento de espaços-não foi encontrada diferenças
significantes entre os sistemas convencionais e autoligados.
• Alterações ântero-posteriores dos incisivos centrais superiores e incisivos
inferiores- não houve alterações nos incisivos centrais superiores e parece haver
alguma vestibularização dos incisivos inferiores.
• Alterações transversais- parece haver aumento na dimensão transversal e
expansão nos casos tratados sem extração com braquetes autoligados, devido à
inclinação dos pré-molares e molares para vestibular e em maior magnitude na
região de pré-molares.
• Estabilidade e Recidiva- faltam estudos neste momento sobre estabilidade e
recidiva nos casos tratados com braquetes autoligados.
Os caninos e os primeiros molares são os dentes mais estudados quando se trata
de alteração transversal da arcada dental. Diversos são os estudos que realizaram
mensurações e discussões sobre as alterações e estabilidade pós-tratamento nos casos
onde há um aumento transversal durante o tratamento ortodôntico realizado. 5,18,19,46
.Segundo vários autores,quanto maior a expansão do arco dental, maiores serão as
chances de esta expansão retroceder após o tratamento ortodôntico, causando
instabilidade pós-tratamento.
Podemos ressaltar que observando a literatura científica, as pesquisas em que os
pacientes foram tratados com extração de pré-molares também apresentaram um
aumento estatisticamente significante na distância inter-caninos, inter segundos pré-
molares e molares, como pode ser visto no trabalho de De La Cruz et al19,Begole5 e
Davis18.Então, podemos sugerir que a expansão da arcada não ocorre somente em casos
tratados ortodonticamente sem extrações dentárias e pelo sistema Damon.
45
Não há dúvidas de que o tratamento ortodôntico com braquetes autoligados seja
uma inovação com grandes vantagens na prática clínica. Entretanto, a Ortodontia
necessita de pesquisas que comprovem, além da redução no tempo total de tratamento,
maior eficiência gerada pela diminuição do atrito e menor força necessária à
movimentação, melhores resultados quanto ao posicionamento ósseo e dentário e maior
estabilidade pós-tratamento derivada deste procedimento.
46
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