CURSO ONLINE REALIDADE BRASILEIRA - MPOG PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 1 Prof. Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Aula demonstrativa Olá, amigos, tudo bem? Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os concursos públicos se iniciou quando me dei conta de que minha única opção para alcançar o ensino superior seria adentrar numa Universidade Federal – onde me graduei em História no ano de 2005. Após a graduação, busquei o mestrado e, mais uma vez, tinha que ser na Federal onde adentrei em 2006 e me tornei mestre em História do Brasil. Sou autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre a História e a Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado nos concursos públicos. Enfim, atualmente, leciono várias disciplinas da área de humanas em uma faculdade na cidade de Olinda/PE e, desde 2010, dou aulas de Atualidades e Geografia aqui no site do Ponto dos Concursos. No inicio de junho foi publicado o já esperado edital do concurso público para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Pessoa. Essa é uma excelente oportunidade pra quem quer garantir a sua vaguinha no serviço público porque foram disponibilizadas 150 vagas para Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) - e a responsável realização das provas será a Escola de Administração Fazendária, nossa querida Esaf. Seguindo a tendência do ultimo concurso do MPOG, a ESAF continuou inserindo em seu edital a matéria de Realidade Brasileira que será um dos importantes certames a compor 20 das 70 questões de conhecimentos básicos, e isso com um peso maior que o normal: 1,25. Isso significa, pessoal, que precisamos dar uma atenção muito especial a essa disciplina, não é mesmo?
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Aula demonstrativa
Olá, amigos, tudo bem?
Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os
concursos públicos se iniciou quando me dei conta de que minha única
opção para alcançar o ensino superior seria adentrar numa Universidade
Federal – onde me graduei em História no ano de 2005. Após a
graduação, busquei o mestrado e, mais uma vez, tinha que ser na Federal
onde adentrei em 2006 e me tornei mestre em História do Brasil. Sou
autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre a História e a
Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado nos concursos
públicos. �
Enfim, atualmente, leciono várias disciplinas da área de humanas
em uma faculdade na cidade de Olinda/PE e, desde 2010, dou aulas de
Atualidades e Geografia aqui no site do Ponto dos Concursos.
No inicio de junho foi publicado o já esperado edital do concurso
público para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Pessoa. Essa é uma excelente oportunidade pra quem quer garantir a sua
vaguinha no serviço público porque foram disponibilizadas 150 vagas para
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
(EPPGG) - e a responsável realização das provas será a Escola de
Administração Fazendária, nossa querida Esaf.
Seguindo a tendência do ultimo concurso do MPOG, a ESAF
continuou inserindo em seu edital a matéria de Realidade Brasileira que
será um dos importantes certames a compor 20 das 70 questões de
conhecimentos básicos, e isso com um peso maior que o normal: 1,25.
Isso significa, pessoal, que precisamos dar uma atenção muito especial a
essa disciplina, não é mesmo?
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Bem, a inserção dessa matéria tem preocupado muitos
concurseiros, contudo, meus amigos, podem ficar tranquilos, pois apesar
de ser uma matéria que vocês, até hoje, pouco ou nada tinha ouvido falar,
ela será de aprendizado rápido e fácil pra vocês. Eu garanto!! ;-)
Minha certeza se origina na crença de que quando fazemos ou
lemos algo que permeia o nosso cotidiano fica muito mais fácil aprender e
reter o conhecimento. Além disso, estou certa de que compreender os
mais variados aspectos da Realidade brasileira, como exige o edital,
será de suma importância para o bom desempenho profissional de vocês:
futuros gestores especialistas em Políticas Públicas e Gestão
Governamental.
Digo isso, pessoal, porque os itens cobrados no edital têm tudo a
ver com o cargo pleiteado já que conhecer a realidade de um país é
fundamental para que ele possa ser bem planejado e gerido com eficácia.
Bem, vamos ver o que o edital cobra nessa matéria:
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É, pessoal, como vocês mesmo já devem ter percebido, essa
matéria é muiiito grande e precisamos começar a estudá-la o quanto
antes. E aí surge a grande questão: por onde começar o estudo de uma
matéria até então desconhecida, e tão vasta nos seus itens, não é
mesmo?
É exatamente aí que entra o nosso curso, pessoal!
Vocês têm muitas outras matérias pra estudar e perder tempo
procurando informações aqui e acolá seria mesmo um enorme prejuízo.
REALIDADE BRASILEIRA: 1. Dinâmica e estrutura demográfica do
Brasil. Mudança no perfil demográfico e janela demográfica. Impactos das
mudanças demográficas nas políticas de saúde, educação, previdência, trabalho,
assistência social e juventude.
2. Classes e mobilidade social. Desigualdades econômicas e sociais. Debate
sobre as causas da desigualdade brasileira. Medidas da desigualdade e pobreza.
Discriminação e exclusão social. Dinâmica social no Brasil.
3. Indicadores sociais. Cobertura e atendimento dos serviços públicos básicos.
4. Dinâmica recente de redução das desigualdades regionais.
5. Desenvolvimento urbano brasileiro: o crescimento das cidades e os
desafios urbanos.
6. Infraestrutura e fatores críticos para o crescimento sustentado do país.
7. Papel do Brasil no cenário internacional. Política externa brasileira. Integração
sul-americana. Mercosul e Unasul.
8. Dinâmica das transferências governamentais, dos investimentos e
dos gastos em educação no Brasil.
9. Desenvolvimento e meio ambiente. Biomas. Infraestrutura urbana. Matriz
energética.
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Nesse sentido, o curso de Realidade Brasileira vem trazer pra vocês
todos os itens do edital de forma sistematizada. Assim, ele será baseado
em teorias seguidas por exercícios que nos indicam o que a banca poderia
explorar mais de cada item.
Assim, pessoal, apesar do pouco tempo que teremos até o dia da
prova, nosso curso vai abordar toda a teoria cobrada, de forma objetiva e
dinâmica!
Explico: apesar de ser uma matéria aparentemente nova os itens
cobrados trazem muito do nosso cotidiano e, principalmente para aqueles
que já se afinizam com as “Atualidades” embarcar na Realidade Brasileira
será uma transição muito fácil. Por outro lado, aqueles que nunca
estudaram esse assunto, terá aqui a oportunidade de aprendê-lo de forma
prática e eficiente para conseguir uma boa pontuação nessa matéria. No
entanto, para alcançarmos esse objetivo precisaremos de pelo menos 8
aulas além dessa aqui.
É sempre bom lembrar, que o estudo dessa matéria pode ser o
seu grande diferencial na prova, pois enquanto as matérias tradicionais
todos os candidatos já estavam estudando, essa aqui é bem inusitada e
pode elevar, significativamente, a sua pontuação na prova objetiva.
Além disso, as teorias aqui aprendidas podem te ajudar ( e
muito!!!) a escrever a sua redação- que será referente a um tema de
Atualidades como consta no edital. Ainda que este aqui não seja um
curso direcionado para isso, conhecer a realidade brasileira aumenta
bastante a suas possibilidades de estar por dentro do tema a ser cobrado
na redação, não é mesmo?
Sendo assim, meus amigos, nosso cronograma aproximado seria
o seguinte:
Aula 00 - Dinâmica e estrutura demográfica.
Aula 01 - Classes e mobilidade social.
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Aula 02 - Dinâmica social no Brasil
Aula 03 - Indicadores sociais brasileiros
Aula 04 - Dinâmica da recente redução das desigualdades regionais.
Aula 05 – Desenvolvimento urbano brasileiro
Aula 06 - infraestrutura brasileira
Aula 07 – o Brasil no mundo
Bem, amigos, por ser uma matéria muito nova, teremos que
lançar mão aqui de muitas questões inéditas, já que apenas três
concursos anteriores trouxe Realidade Brasileira como uma matéria
específica – ainda assim, com variações no edital. No entanto, posso
afirmar a vocês que a maior parte dos temas não são muito
desconhecidos dos concurseiros, pois geralmente aparece sob a forma de
Atualidades.
Dessa forma, pessoal, estaremos aqui em contato direto com as
estruturas atuais do nosso país, sem deixar de lado o processo em que se
desenvolveram, ok?
Bem, então chega de bate papo e vamos ao nosso primeiro
assunto do curso, pois temos um edital bem grandinho pra enfrentar. ;-)
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1 –––– Aspectos demográáááficos
Esse tópico é um daqueles que costuma assustar bastante meus
alunos então optei por começar de cara com ele pra acabar de vez com o
mito de que ele é difícil demais, ruim ou muito chato.
Darei aqui uma "palhinha" dos inúmeros aspectos demográficos
do Brasil e do mundo. Pois é, pessoal, mesmo nosso curso sendo
especificamente sobre realidade brasileira falarei de alguns aspectos que
envolvem o mundo como um todo para que possamos ter uma boa
dimensão de como o nosso país se encaixa, interage e se posiciona numa
escala mais macro.
Além disso, é preciso dar um pouquinho mais de atenção a esse
assunto que parece ter gerado um verdadeiro “trauma coletivo” em
vocês. :-S Estou dizendo isso, pessoal, porque recebo inúmeros emails de
alunos que dizem não gostar dele, que, na verdade, nem apresenta
grandes dificuldades como as pessoas dizem, só exige um pouco mais de
atenção!
Portanto, só precisamos mesmo é ter um pouquinho mais da
boa vontade com ele, o qual faz parte do nosso cotidiano muito mais do
que podemos supor e, certamente, é tão querido pelas bancas
examinadoras justamente por isso.
Todos preparados? Então vamos lá!
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1 - A dinâmica e a estrutura demográficas no território nacional
Você sabe o que quer dizer esse título? Para compreendê-lo
precisamos, antes de mais nada, saber o que é exatamente a tal
demografia, para, a partir daí, compreender como ela se movimenta e a
estrutura que possui.
Demografia pode ser entendida como
o estudo do povo, ou seja, o estudo da
dinâmica de uma determinada sociedade. É
a demografia que estuda se ela está em
crescimento ou diminuição, quais
atividades são exercidas dentro dela, em
que ela se modifica e em que áreas isso
acontece.
Deste modo, pessoal, quando nos propomos a falar sobre a
Dinâmica Demográfica brasileira o que queremos saber, na verdade, é
se essa sociedade está crescendo ou diminuindo, como, onde e por quê?
Ou seja, estamos buscando entender como ela se movimenta.
Por outro lado, quando falo sobre a Estrutura demográfica
brasileira o que estou querendo investigar é o que, exatamente, forma
essa sociedade. Assim, amigos, chamamos de estruturas demográficas
todos aqueles itens que compõem a sociedade: homens, mulheres;
crianças e adultos; jovens e idosos; ricos e pobres etc.
Portanto, toda vez que falamos sobre estrutura estamos nos
referindo, diretamente, a uma coleção de componentes que define do que
o sistema é feito.
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Segundo dados do IBGE, entre os anos de 1940 e 2010, a
população brasileira aumentou quase cinco vezes e o país se tornou
urbano, subindo muito a sua taxa de urbanização (de 31,3% para
84,3%).
Nesse mesmo período, a população envelheceu, o país conseguiu
reduzir em cinco vezes a taxa de analfabetismo e aumentar em três vezes
a escolarização de crianças entre 7 e 14 anos. Além disso, a agricultura e
a pecuária, que em 1940 ocupavam 32,6% da população, declinou em
2010 para 17,9%.
Aí surge aquela dúvida que atormenta os concurseiros: eu
preciso saber esses dados? Guardar porcentagens e áreas de
desenvolvimento? Definitivamente, não!
É imprescindível que eu os cite aqui na aula, para que vocês
possam visualizar, com clareza, o quanto se modificou e em que se
modificou.
Por exemplo, a população cresceu quatro vezes, mas cresceu
onde? Foi no Norte, no Centro Oeste ou no Sul? Precisamos ver os dados
para que a partir daí possamos traçar, com perfeição, como os efetivos
demográficos estão distribuídos no território brasileiro. Para tanto,
pegamos os dados no site do IBGE para que os números oficiais não nos
deixassem mentir e pudéssemos traçar um desenho o mais preciso
possível!
Então, pessoal, não se assuste com esses dados, pois eles são
meramente, explicativos, ok? Quando mostrarmos como os exercícios são
cobrados você verá que decorar esses dados não fazem a menor
diferença, mas compreendê-los é fundamental. ;-)
A população do Brasil aumentou de 41,2 milhões em 1940 para
190,7 milhões de habitantes no ano de 2010. Mas para onde foi toda essa
gente?
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Na década de 40, quando ainda se iniciava a industrialização
brasileira, os cinco estados mais populosos do país eram São Paulo, Minas
Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Setenta anos mais
tarde, a Bahia trocou de posição com o Rio de Janeiro. Como já sabemos,
as cidades com maior produção industrial são aquelas que atraem o maior
número de imigrantes em busca de melhores empregos, salários e
qualidade de vida num geral. No século XX, essa atração era exercida
principalmente pela região Sudeste, mas nos últimos anos o Centro Oeste,
o Norte e o Nordeste tiveram um significativo salto na sua produção
industrial, atraindo milhares de pessoas para suas cidades e fábricas.
A disseminação das atividades econômicas pelas diferentes
regiões é a principal responsável pela mudança no fluxo migratório para
essas outras regiões. Ela nos permite intuir duas realidades possíveis. A
primeira é que muita gente está migrando para outros locais que não o
Sudeste. A segunda possibilidade é que essas pessoas estejam voltando
para sua terra natal. Por que é importante lembrarmos disso? Foi essa
disseminação industrial que o PAC incentivou e é ela a grande responsável
pela nova configuração ou distribuição demográfica brasileira.
Se antes o Sudeste era a principal área de atração de imigrantes
internos, atualmente pode-se afirmar o aparecimento e a solidificação de
outras regiões como novas possibilidades de migração. Esse tipo de
deslocamento, ou seja, as migrações intrarregionais têm maior
importância no Nordeste e no Sul do Brasil. Desde a década de 80, os
fluxos intrarregionais e estaduais tornaram-se muito significativos nessas
regiões, sobretudo devido à solidificação das metrópoles ao redor de
capitais de cada estado.
Atualmente, o Brasil já pode ser considerado um país
essencialmente urbano. Portanto, os fluxos migratórios são bem menores
do que os que haviam em décadas passadas, quando as pessoas ainda
estavam “descobrindo” as cidades. Outro fator que contribuiu bastante
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para a diminuição do fluxo migratório, sobretudo do Nordeste para o
Sudeste, foi o estabelecimento de ações sociais como o “Fome Zero” e o
“Bolsa Família”, que minimizaram o problema da seca.
Por favor, não entendam isso como uma defesa partidária, a
única coisa que queremos frisar aqui é que, em outros tempos, a seca era
um dos grandes motivos de migração, pois não havia como preencher as
necessidades básicas alimentares. Entretanto, agora, com o auxílio do
governo por meio desses programas sociais, aquelas pessoas têm o seu
problema mais imediato resolvido: a fome. Assim, não há mais
necessidade de migrar para que a família não morra de fome, o que lhes
confere ânimo em permanecer em sua terra natal.
Mas é claro pessoal, que, por si só, programas sociais não
resolvem a vida de ninguém, não é mesmo? Eles poderiam adiar a
migração, mas em algum momento ela ocorreria, afinal, além de comida,
o ser humano possui outras necessidades que, uma vez suprimida a fome,
se afloram. Portanto, é imprescindível que outras políticas sejam
concomitantes às ações sociais, como os incentivos fiscais dados pelo
governo às grandes empresas e a realização de melhorias na infra-
estrutura.
E foi com essas iniciativas que a Bahia “ganhou” o pólo
petroquímico de Camaçari e o Ceará conquistou indústrias têxteis e de
calçados. Além disso, essa região tem maior proximidade com a Europa, o
que favorece o comércio internacional, já que reduz os custos com o
transporte.
Outra área muitíssimo beneficiada com as melhorias da infra-
estrutura foi o Centro-Oeste. Com isso, o Mato Grosso corresponde hoje a
53% de toda a produção de algodão do Brasil. Além disso, essa região
destaca-se, juntamente com o Norte, em relação ao rebanho bovino, em
que juntos representam mais da metade da produção nacional.
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Outro fator importante para o desenvolvimento da região
Centro-Oeste que não pode ser esquecido é a construção de Brasília. A
fundação dessa cidade, que completou em abril de 2010 exatos 50 anos,
levou milhares de pessoas para viver em seu entorno e atingiu em cheio a
dinâmica econômica da região.
Por sua vez, o Norte se destaca pelos empregos que oferece na
produção de minerais metálicos, como ferro e alumínio, e no extrativismo
vegetal. Além disso, no Amazonas, a zona franca de Manaus é um dos
principais pólos industriais do país, que conta com permanente
crescimento.
Por fim, do outro lado do Brasil, a região Sul tem sua economia
ligada diretamente ao MERCOSUL. Isso porque ela mantém uma indústria
forte no setor metalúrgico, automobilístico, têxtil e, sobretudo, na
produção agrícola. Além da produção de cebola, maçã e alho, essa região
responde por quase metade de toda a produção de grãos do país.
Pois bem, meus amigos, até agora falamos mais da distribuição
regional das atividades econômicas, mas vejamos alguns dados relevantes
para compreender melhor a demografia brasileira.
E quando eu digo relevantes entendam que esses nós
precisamos mesmo lembrar, ok? :-/
A) As 10 Cidades mais populosas do Brasil
São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte,
Manaus, Curitiba, Recife e Porto Alegre.
B) Religião mais praticada
Apesar do crescimento significativo do número de evangélicos, o
Catolicismo ainda corresponde a pelo menos 68,4% da população
brasileira. Entretanto, é bom lembrar, pessoal, que dentro do território
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nacional, a liberdade de culto e a participação de cidadãos brasileiros em
quaisquer atividades religiosas são garantidas por lei.
C) População
• Composta de pardos, brancos, negros e índios, o critério utilizado pelo
IBGE para a classificação de cada uma das raças é a autodeclaração,
ou seja, um negro pode se declarar pardo ou um pardo se declarar
negro ou branco.
• Apesar da existência de mais de 180 idiomas e dialetos dos povos
indígenas, a língua predominantemente falada é o português.
• A distribuição populacional, apesar dos inúmeros avanços, continua
desigual, mantendo uma concentração de pessoas nas zonas litorâneas
especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. As áreas
menos povoadas são o Centro-Oeste e o Norte.
• A expectativa de vida é outro fator que tem crescido nas últimas
décadas, está em torno de 69,73 anos para os homens e 77,32 para as
mulheres.
• A taxa média de fecundidade em 2006 era de 2,0 filhos por mulher,
caindo para 1,86 em 2011, o que coloca o Brasil nivelado com a taxa
de fecundidade de países desenvolvidos.
• No país são 96 homens para cada grupo de 100 mulheres.
Vejamos como esses pequenos detalhes podem aparecer nas questões!
(FCC/Escriturário - BB/2011 Adaptada)
Em 29/04/2011, o IBGE divulgou a sinopse com os primeiros
resultados definitivos do Censo 2010. Sobre os resultados
considere as afirmações abaixo como verdadeiras ou incorretas.
1- No conjunto da população brasileira predominam as mulheres.
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Segundo os dados do Censo 2010, o número de mulheres
continua sendo maior que o número de homens. O país apresenta,
conforme as publicações do IBGE, o número de 96 homens para cada 100
mulheres. Desde modo, mesmo não sendo uma diferença tão grande, as
mulheres são maioria no conjunto da população. Portanto, a afirmativa
está certa.
2 - Os grupos de pardos e pretos apresentaram diminuição
absoluta.
COMENTÁRIOS
Esta afirmativa diz que houve uma diminuição absoluta do
número de pretos e pardos. Na verdade, os dados do Censo apresentaram
resultados contrários. Segundo os dados divulgados, houve um aumento
no percentual de pessoas que se declaram pertencentes aos grupos de
pretos e também de pardos. No Censo de 2000 o percentual de brancos
era de 53,74% e até 2009 manteve-se acima de 50%. Nos resultados de
2010, esse percentual baixou para 47,73%, o que fez com que o número
de brancos fosse menor que a soma de pretos, pardos, amarelos e
indígenas.
Essa mudança percentual indica não um aumento de pessoas
que não sejam brancas, mas sim, a identificação das pessoas pretas e
pardas com sua cor. Historicamente pretos e pardos são desvalorizados
socialmente, levando as pessoas a não quererem se identificar com essa
condição. A mudança de atitude mostra que há uma afirmação de
identidades e indica alterações nas próprias relações sociais aumentando a
aproximação inter-racial. Portanto, a alternativa está errada.
3 - Tem aumentado proporcionalmente o número de pessoas com
mais de 60 anos.
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COMENTÁRIOS
A afirmativa está correta ao dizer que “tem aumentado
proporcionalmente o número de pessoas com mais de 60 anos”, pois,
realmente houve, segundo o Censo 2010, uma queda do número de
crianças e jovens e um ligeiro aumento do número de idosos no conjunto
dos brasileiros. Nesse sentido, a população estaria ficando mais velha.
4 - Aumentou a participação percentual das populações das
regiões Norte e Centro-Oeste no conjunto da população brasileira.
COMENTÁRIOS
Também correta, esta afirmativa diz que aumentou a participação
percentual das populações do Norte e Centro-Oeste no conjunto da
população brasileira. No Censo 2010, essas duas regiões se destacaram
pelo ritmo do crescimento que apresentaram. Essa realidade se deu
principalmente pelo grande impacto da migração para o interior,
aumentando a população do Norte e Centro-Oeste. A nova tendência
migratória, contrária do historicamente acontecia, é de uma marcha em
direção às regiões menos populosas. No entanto, é importante destacar o
aumento da pressão ambiental nessas áreas, causando grandes ameaças
de devastação.
5- Em relação ao Censo 2000, diminuiu o número de cidades com
mais de 1 milhão de habitantes.
COMENTÁRIOS
Ao contrário do que diz a afirmativa, mais cidades brasileiras
estão com mais de um milhão de habitantes. Um exemplo é São Luís, que
entrou para o grupo de metrópoles (cidades com mais de 1 milhão de
habitantes). Por outro lado, a tendência de aumentar o número da
população urbana faz com que as grandes metrópoles continuem
crescendo, assim, o erro da afirmativa está em dizer que as cidades com
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mais de 1 milhão de habitantes diminuiu, quando, na verdade, continua
aumentando. Alternativa errada.
2- A estrutura etária da população brasileira e a evolução de seu
crescimento
A partir do final da década de 60, vemos uma significativa
redução da natalidade entre as camadas mais privilegiados da sociedade e
nas regiões mais desenvolvidas do país. Essa situação acabou colaborando
para uma importante mudança na estrutura etária da população brasileira,
que aparece com um perfil mais envelhecido e o ritmo de crescimento
baixíssimo.
A distribuição da população por faixas de idade em um país é
consequência das taxas de crescimento populacional, da expectativa de
vida e das migrações que ocorrem naquele território, resultando na
divisão em três faixas etárias:
• Jovens (0-14 anos);
• Adultos (15-64 anos); e
• Idosos (acima de 65 anos).
O que mais chama a atenção na estrutura etária dos países
considerados desenvolvidos é a forte presença de adultos e uma
porcentagem expressiva de idosos – dado o baixo crescimento vegetativo
e a elevada expectativa de vida. Seria mais ou menos aquela historinha
que ouvimos das nossas avós sobre como o mundo hoje está perdido e
como é caro e perigoso ter filhos, lembram? Pois é! Parece que quanto
maior a renda das pessoas, mais próximas elas ficam da lógica da nossa
avó e por isso a natalidade é tão baixa entre elas.
Em contrapartida, nos países em desenvolvimento, os jovens
superam os adultos e os idosos, justamente porque o crescimento
vegetativo é grande e a expectativa de vida baixa.
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Por esse motivo, esses países acabam ficando em desvantagem,
particularmente os indivíduos mais pobres que possuem famílias mais
numerosas. E por quê? Porque sustentar um número maior de filhos é
concretamente mais difícil, ou seja, tanto os pais quanto o Estado têm
suas possibilidades absolutamente limitadas de oferecer uma formação de
boa qualidade. Assim, resta como opção mais forte colocar a criança no
mercado de trabalho e repetir o mesmo círculo vicioso da pobreza e da
miséria.
No caso do Brasil e de outros países classificados
como "emergentes" ou em desenvolvimento, a
proporção de jovens tem diminuído a cada ano. Em
contrapartida, o índice da população idosa vem
aumentando, o que gerou mudanças recentes no
sistema de previdência social, com estabelecimento
de idade mínima para a aposentadoria e teto
máximo para pagamento ao aposentado.
A base da pirâmide etária do Brasil mudou e agora indica sinais
de envelhecimento para a sociedade brasileira. O numero de crianças de
até 14 anos equivale a pouco mais de 25% e, no extremo oposto, temos
um significativo aumento da população com 70 anos ou mais. Essa
oposição traz um ponto positivo e um negativo, afinal, pessoal, nem tudo
são flores, não é mesmo? Assim, ao mesmo tempo em que ela demonstra
que houve uma melhoria na qualidade de vida dos idosos, ela também
aponta o problema de que há cada vez menos jovens pra sustentar um
número cada vez maior de idosos.
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Por outro lado, a evolução do crescimento da população
brasileira também sofreu grandes avanços na história nacional. Vocês
sabiam que somente no último século a população brasileira multiplicou-
se por mais de dez? Pois é, pessoal, se em 1900 residiam no Brasil cerca
de 17 milhões de pessoas atualmente temos uma população, segundos
dados do IBGE, superior a 190 milhões.
Como pudemos perceber até agora, desde o primeiro
recenseamento feito no Brasil em 1872, muitas modificações ocorreram
no padrão do desenvolvimento demográfico no país.
Até o início da década de 30, o crescimento da população do
Brasil teve um forte impulso: a imigração. Porém, com a adoção da "Lei
de Cotas", que impôs limites à entrada de imigrantes, o aumento da
população passou a depender diretamente do crescimento vegetativo. E o
que é isto? A diferença entre o número de pessoas que nascem e o
número de pessoas que morrem chamamos de crescimento
vegetativo(CV).
Após a Segunda Guerra Mundial, houve um importante avanço
nas questões sanitárias, como a expansão da rede de esgoto, acesso à
água encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso a
medicamentos básicos, etc. Esses avanços estimularam a maior evolução
das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960 cerca de 2,9%
a.a., o que marcou a primeira fase de transição demográfica
brasileira.
A partir dessa data, começou a ocorrer uma desaceleração
demográfica contínua, ou seja, começou a morrer mais pessoas do que a
nascer, o que resultou num crescimento demográfico de 1,6% a.a.
Podemos pensar que 1% a menos não faz tanta diferença assim, porém o
impacto disso no padrão da população é realmente significativo! Assim, se
iniciou a segunda fase de transição demográfica.
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Posteriormente a isso, o intenso processo de urbanização
ocorrido no país, principalmente a partir da década de 1960, foi o principal
responsável pela redução das taxas de fecundidade. Mas por que isso
aconteceu?
Bem, nas cidades, as informações e o acesso aos métodos
contraceptivos são bem maiores do que os existentes no campo. Para
complementar, foi justamente em fins da década de 60 que a pílula
anticoncepcional passou a ser mais aceita e difundida na sociedade
brasileira. Com as mulheres ocupando cada vez mais o mercado de
trabalho urbano, as famílias passaram a dispor de menos tempo para se
dedicar aos filhos. Além disso, é claro que na cidade os gastos com a
criação dos filhos são bem maiores que no meio rural, o que acabava
Com referência aos dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), julgue os itens
subsequentes.
6– No Censo de 2010, a classificação cor/raça fez parte não apenas dos
questionários de amostra, como aconteceu no Censo 2000, mas também
do questionário básico nacional.
7 – Os dados divulgados pelo IBGE indicaram crescimento populacional
superior ao que havia sido calculado pelas projeções anteriores.
8 – A partir de 2010, foram investigados os novos arranjos familiares,
como, por exemplo, agregados, conviventes ou cônjuges do mesmo sexo.
9) (FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) O Censo 2010
contabilizou, até 31 de outubro deste ano [2010], 185.712.713
residentes no país, incluindo brasileiros e estrangeiros. A
informação foi publicada nesta quinta-feira (4/11/2010), no
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Diário Oficial da União. Foram visitados, segundo a publicação,
67.275.459 domicílios.
(Adaptado de http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010)
Um dos dados mais importantes do Censo/2010 refere-se
(A) ao fato da população jovem (0 a 20 anos) estar aumentando
sensivelmente.
(B) à diminuição percentual da população urbana em todo o país.
(C) à substituição do sudeste pelo Nordeste como região mais populosa.
(D) ao crescimento da população economicamente ativa no setor primário.
(E) ao aumento percentual da população idosa (60 anos ou mais) no país.
10) (CESPE / ABIN / 2008 / com adaptações) O século XX assistiu
a um rápido crescimento da população mundial, que partiu de 1,6
bilhões e alcançou 6,1 bilhões. Não se prevê uma estabilização
para o atual século, porém, para 2050, a expectativa é de 9 bilhões
de habitantes no planeta.
Com base no texto, julgue o item a seguir:
I – Ao lado da perspectiva de crescimento populacional mundial, o
movimento de pessoas cruzando fronteiras como imigrantes é um aspecto
relacionado ao processo de integração global, fonte potencial de conflitos
sociais.
11) (CESPE – Analista de Correios – 2011) Com relação às atuais
mudanças sociais e econômicas no Brasil, associadas a tendências
demográficas observadas nos últimos anos, e às perspectivas de
médio e de longo prazos que se delineiam, julgue os itens
seguintes.
A estrutura etária brasileira tem-se mantido inalterada nas duas últimas
décadas, sendo a população do país majoritariamente constituída por
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jovens de até vinte e quatro anos de idade, o que representará forte
pressão para o mercado de trabalho nas próximas décadas.
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GABARITO
1 Certo
2 Errado
3 Certo
4 Certo
5 Errado
6 Certo
7 Errado
8 Certo
9 Letra E
10 Certo
11 Errado
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BIBLIOGRAFIA
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em 18/03/2010
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ROSS, Jurandir Sanches (org). Geografia do Brasil. - 6ª- edição - São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
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