Fundamentos da Ética Fundamentos da Ética Disciplina: Legislação e Ética da Comunicação Disciplina: Legislação e Ética da Comunicação Prof. Prof. Ms Ms. Laércio Torres de . Laércio Torres de Góes Góes
Fundamentos da ÉticaFundamentos da Ética
Disciplina: Legislação e Ética da ComunicaçãoDisciplina: Legislação e Ética da ComunicaçãoProf. Prof. MsMs. Laércio Torres de . Laércio Torres de GóesGóes
O que é ética?O que é ética?� Ética vem do grego ethos, que significa modos de ser ou caráter.
� Moral vem do latim mos ou mores, que significa costume ou costumes (normas ou regras adquiridas por hábito).hábito).
� Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral do ser humano em sociedade. A ciência de uma forma específica de comportamento humano.
O que é moral?O que é moral?
� A ciência da moral.
� A moral é um conjunto de normas e prescrições � A moral é um conjunto de normas e prescrições de um determinado grupo ou sociedade.
� Modo de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas adquirido ou conquistado por hábito.
Normas de comportamentoNormas de comportamento� Cada ação e escolha do indivíduo traz consequências para si mesmo, para o outro ou para a comunidade ou sociedade.
� Necessidade de pautar o comportamento � Necessidade de pautar o comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas.
� Aceitas intimamente e reconhecidas como obrigatórias.
Normas de comportamentoNormas de comportamento� De acordo com as normas, os indivíduos compreendem se devem agir desta ou daquela maneira.
� Atos e juízos morais apontam para normas sobre o que se deve ou que normas sobre o que se deve ou que não se deve fazer.
� O comportamento moral é próprio do ser humano como ente histórico, social, político e cultural.
Normas de comportamentoNormas de comportamento� Não é a manifestação de uma natureza humana eterna e imutável, dada de uma vez para sempre, mas de uma natureza que está sempre sujeita ao processo de histórico, cultural e social.
� Os atos morais são considerados em sua relação com � Os atos morais são considerados em sua relação com os outros, contudo, sempre apresentam um aspecto subjetivo, interno, psíquico, constituído de motivos, impulsos, consciência, etc.
� Sem deixar de ser condicionado socialmente, é necessário que haja um espaço para que o indivíduo possa decidir e agir.
Responsabilidade moralResponsabilidade moral
� É possível falar em comportamento moral somente quando o sujeito é responsável por seus atos.
� Pode fazer o que queria fazer, ou seja, pode escolher entre duas ou mais alternativas e agir de acordo com a entre duas ou mais alternativas e agir de acordo com a decisão tomada.
� Liberdade x determinismo
� Obrigatoriedade moral
Dilemas éticosDilemas éticos� Suponha que está trabalhando numa mina com dois trilhos. Ao fundo do
seu trilho estão cinco mineiros trabalhando. No trilho que parte para o lado está um mineiro solitário. Subitamente um vagão vem descontrolado e você apercebe-se que à velocidade que vem irá bater e matar os cinco mineiros. Mas há tempo para uma ação: você pode desviá-lo para o trilho onde só está um mineiro. O que decide você? Porquê?
� Suponha agora que está um colega junto de você. Ele vê vir o vagão desgovernado. Uma alternativa será lançar o seu colega para a linha travando assim o vagão, mas matando o seu colega. Salvará no entanto os cinco mineiros do fundo do trilho. Isto é aceitável? Você faria isto?
� Suponha ainda que está sozinho. A única opção é lançar-se para a frente do vagão para poupar cinco pessoas, à custa da sua própria vida. Você tomaria este passo? Seria legítimo? Porquê? (TAYLOR, James; HARDCASTLE, GARY; REISCH, George. A Filosofia Segundo os MonthyPhyton. Estrela Polar: 2008, pp. 218-219.
Um dilema moralUm dilema moral� François de Salignac de la Mothe Fénelon (1651-1715), bispo de Cambrai, é o
autor do romance As Aventuras de Telémaco (1699), que transmite um conjunto de ideais políticos ponderados e sensatos a ser observados pelos governantes de um país. O anarquista e romancista inglês William Godwin (1756–1836), pai de Mary Shelley (1797–1851), autora de Frankenstein (1818), usou Fénelon como paradigma de um grande benfeitor da humanidade na seguinte experiência mental:
� O leitor pode salvar apenas uma pessoa de um edifício em chamas. Das duas que estão no interior, um é um criado, um bêbado preguiçoso e grosseiro, dado a brigas e desonesto, a outra é o Arcebispo Fénelon. Quem deve salvar? A resposta é óbvia: deve salvar o grande benfeitor da humanidade, porque, ponderando todos os fatores, é isto o que terá provavelmente as melhores consequências.
� Mas há um senão nesta história. E se o bêbado grosseiro for o seu pai? (http://blog.criticanarede.com/search/label/%C3%89tica)
Obrigatoriedade moralObrigatoriedade moral� Comportamento moral:
comportamento obrigatório e devido.
� O indivíduo é obrigado a comportar-se de acordo com uma regra ou norma de ação e a excluir ou evitar os atos proibidos por ela.
� Escolha entre várias alternativas.
� As normas morais exigem ser respeitadas por causa de uma convicção interior.
� Liberdade de escolha e ação do sujeito
Obrigatoriedade moralObrigatoriedade moral� Não há obrigatoriedade moral quando não há margem de
escolha/liberdade.
� Se o comportamento não pode ser diferente, não há um verdadeiro sentido moral.
� Coação externa ou coação interna (impulso, desejo ou paixão � Coação externa ou coação interna (impulso, desejo ou paixão irresistível).
� Ir ao cinema ou ficar em casa/ ir ao cinema ou visitar um amigo que prometi.
� Viagem/mau tempo/promessa de estar ao lado do pai enfermo.
� Autolimitação da liberdade
Caráter socialCaráter social� A obrigação moral tem um caráter social: afeta a
terceiros/comunidade/sociedade.
� Só há obrigação moral quando seu ato afeta a terceiros ou a sociedade.
� Porque meu comportamento tem repercussão em terceiros, sou obrigado a realizar determinados terceiros, sou obrigado a realizar determinados atos e a evitar outros.
� Fora disso não há alcance moral: ler um romance ou ir ao cinema.
� Influência social na decisão/contexto/moral vigente.
� Formação moral do indivíduo.
Consciência moralConsciência moral� Avaliação e julgamento de nosso comportamento de acordo com
as normas que ela conhece e reconhece como obrigatórias (norma moral interiorizada).
� Consciência livre, mas que não deixa de ser determinada histórica e socialmente.
� Autonomia: a vontade constitui uma lei por si própria, natural, uma lei interna (Kant).
� Heteronomia: a consciência é fundamentada inteiramente fora de si, por algo alheio ao indivíduo (Deus, tradição, leis jurídicas e estatais).
Consciência moralConsciência moral� Não há autonomia absoluta.
� Consciência moral como produto histórico-social, sujeita a um processo de desenvolvimento e de mudança (escravidão, crimes de honra, duelo, machismo).
� Culpa, vergonha ou remorso: reconhecimento de nosso comportamento não foi como devia ser. Insatisfação pessoal.
� A consciência moral efetiva é sempre a consciência de um indivíduo concreto individual, mas, por isto mesmo, de um indivíduo que é essencialmente social.
Teorias da obrigação moralTeorias da obrigação moral� Como devemos agir?
� Deontológica (do grego déon, dever): a obrigatoriedade de uma ação não leva em conta exclusivamente as consequências ou a norma ética.
Teleológica (do grego télos, fim): a obrigatoriedade � Teleológica (do grego télos, fim): a obrigatoriedade de uma ação leva em conta apenas as consequênciaspara si ou para os outros.
� Argumento da promessa e da mentira(proteger uma vítima)
� Ordem de prioridade ética
Teorias da obrigação moralTeorias da obrigação moral� Teorias deontológicas do ato: leva em conta o
caráter específico de cada situação, ou de cada ato, para decidir o que devemos fazer. Intuir sem recorrer a uma norma geral.
� Não se pode deixar de escolher ou comprometer-se (Sartre).
� Teorias deontológicas da norma (Kant): sustenta que o dever em cada caso particular deve ser determinado por normas que são válidas independentemente das consequências de sua aplicação.
� Norma universal: válida não só para mim, mas para os demais. Não há exceções.
� Imperativo ou mandamento
Teorias da obrigação moralTeorias da obrigação moral� Teorias teleológicas
� Egoísmo ético: leva em conta o que se deve em fazer considerando o bem pessoal, independentemente das consequências que derivem para os outros.
� Utilitarismo: leva em consideração o bem dos � Utilitarismo: leva em consideração o bem dos outros ou o maior número de pessoas, sem necessariamente renunciar ao próprio bem.
� Utilitarismo do ato: realizar o ato que produz o máximo bem não somente para mim como para os outros.
� Utilitarismo da norma: agir de acordo com a norma cuja aplicação produza o maior bem não só para mim como para os outros.
Como devemos agir?Como devemos agir?� Ética cristã: baseada na honra, obediência e amor a Deus
� “Se Deus não existe, tudo é possível” - Fiódor Dostoiévskpossível” - Fiódor Dostoiévsk
� Princípio: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mt 7:12).
Como devemos agir?Como devemos agir?
� Ética da convicção x ética da responsabilidade (Max Weber)
� Relativismo ético x universalismo: Para os muçulmanos é honroso ter mais de uma esposa. Já nos países ocidentais se de uma esposa. Já nos países ocidentais se pratica a monogamia – casamento único.
� Princípio universal: Dignidade humana (escravidão, tortura)
BibliografiaBibliografia
� VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.