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Feio
Tudo que belo do bem?????
Tudo que feio do mal???
Como todo o esttico,
o feio
ocorre em um objeto concreto-sensvel e na experincia de um
sujeito ao perceb-lo sensivelmente.
O objeto feio pode ser expressivo, perturbador e sua observao
pode causar grande prazer.
O sculo XX desenvolveu um gosto pelo feio.
O feio compreendido como o oposto visual do belo.
O feio algo que se apresenta disforme, desordenado ou
desproporcional.
O feio tem uma dimenso esttica que no se identifica com outras
dimenses ou valores negativos (o falso, o mal, o intil), com os
quais costuma ser associado por sua negatividade.
O feio no sinnimo de no-esttico.
Sensaes do feio O feio e as relaes do homem com o mundo:
1. Terico Cognoscitiva: Ao cientista no interessa a beleza ou
fealdade do objeto ou fenmeno que pretende explicar (para o botnico
no existe a rosa bela ou o matagal feio) O que busca em sua prtica
a verdade, tentando descartar o erro e a falsidade. Portanto, uma
teoria no verdadeira por ser bela, nem por outro lado, falsa por
ser feia.
2. Moral: Bem e Mal. A esttica tradicional, particularmente a
grega (S e P) associa o bem com o belo e mal com o feio. E
historicamente, inclusive nos nossos dias, essa situao tambm ocorre
em sentido moral na TV, cinema, contos de fadas.
3. Prtico-Utilitria: regida pelos valores do til e do intil, do
eficiente e do ineficiente, no se pode atribuir aleatoriamente uma
dimenso esttica positiva ou negativa. Um objeto til, eficiente no
necessita ser belo por sua aparncia sensvel.
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O feio na Antiguidade
A sensibilidade esttica que aflora na Grcia clssica, vive sob o
imprio do belo.
O feio para o grego antigo, dificilmente cabe nele. E quando
forado a represent-lo o faz idealizando-o, ou seja, negando-o. Pois
para ele, o feio no somente uma anttese do belo, mas tambm do bom
em sentido moral; o lado escuro, mau, da vida.
Com relao arte, Plato refere-se negativamente ao feio como
dissonncia e discrdia. No pode ter cabimento o que -como a arte- ,
por sua natureza, belo.
J Aristteles, o primeiro -e durante sculos solitariamente- a dar
certido de cidadania ao feio.
Com sua concepo de que no s as coisas belas na realidade, mas
tambm as feias, podem ser representadas na arte, desde que sejam de
forma artisticamente criadora.
O feio na Idade Mdia
reaparece o dualismo do ideal e do real, entendido como dualismo
do celestial e do terreno, do divino e do humano. O feio neste
mundo terreno o limite do belo. E por esse caminho, ao acolher o
feio a arte mostra o rosto enganoso do belo mundano e permite assim
descobrir o divino como o verdadeiramente belo.
A entrada do Feio na
Arte: No sc. XVII o feio j havia entrado na arte, pelas mos de
trs grandes pintores: Velzquez, Rembrandt e Ribera. E entra com seu
prprio ser, sem se converter ao seu oposto: o belo. Entram assim em
seus quadros bufes, monstrengos, mendigos...O boi esfolado ou caa
pendurada de Rembrandt.
Rembrandt van Rijn O Boi Abatido, 1655,
leo sobre madeira, 94 x 69 cm. Museu do Louvre - Frana:
Velazquez (1599-1660) "Menino de Vallecas"
Monstruosa mulher barbada de Ribera O Grito 1893.
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O feio extenso. E o , na natureza: uma fruta podre, certos
animais: sapos, vermes..., ao serem percebidos suscitam em ns, a
experincia esttica do feio.
O mesmo ocorre com o corpo humano em seu conjunto ou em
partes.
Junto com o feio natural encontramos na realidade a fealdade dos
produtos criados pelo homem, quer sejam objetos tcnicos,
industriais ou objetos usuais da vida cotidiana.
O feio ganha cada vez mais amplos espaos em nossos centros
urbanos na medida em que estes crescem, com suas construes caticas
e sua publicidade agressiva. Sem contar com seus cintures de
misrias, cortios e no rosto e vestimenta de seus esfarrapados
moradores.
Portanto, comparando-se o lugar do feio na realidade com aquele
que ocupam outras categorias estticas, e especialmente o do belo,
verifica-se que preenche uma ampla faixa tanto na natureza quanto
nas concentraes urbanas.
O feio na realidade
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Grotesco
O termo, derivado do italiano grottesco (de grotta, "gruta" ou
"cova"), surge na histria da arte aplicado a um estilo ornamental
inspirado em decoraes murais da Roma antiga, descobertas em runas
escavadas no Renascimento.
O ornamento grotesco, de modo geral, se caracteriza pela criao
de universos fantsticos - repletos de seres humanos e no-humanos,
fundidos e deformados -, pelo apelo fantasia e ao mundo dos sonhos
e pela fabricao de outras formas de realidade.
O produtor do grotesco toma partes de um ser misturando-as com
partes de outros seres, obtendo um resultado totalmente
anti-natural.
Sensaes do grosteco
http://www.revistacomunicando.sopcom.pt/ficheiros/201312304.a_ternura_do_grotesco_no_encontro_de_paula_rego_com_ad_
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Alfaces, cenouras e
beterrabas so
organizados com
formato de um rosto
humano, como na
obra do artista
Arcimboldo (1527-93,
italiano), ento tem-se
um objeto grotesco
Sensaes do grosteco
De uma maneira simplista, destinada a retratar o uso da lngua de
uma forma corrente, caricato e ridculo so os sinnimos que se podem
encontrar quando se faz uma procura nos dicionrios do conceito
grotesco (Silva, 1980: 163).
Ou seja: acontece uma inverso da ordem natural do mundo, com
metamorfoses de seres que aparentam uma coisa, mas podem ser coisas
vrias, assumindo formas disformes, remetendo para uma
realidade-outra. Segundo Rogrio Caetano de Almeida no h mais um
corpo definido, padro, no h uma regra. O que ocorre, na verdade,
uma transgresso da realidade, h uma reinveno de um mundo fantstico,
tambm caracterstico dentro do universo grotesco (Almeida: 2010:
62).
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Sensaes do grosteco
Para Kayser prprio do grotesco o estranhamento de formas
familiares que produz uma vinculao secreta entre o fantstico e o
nosso mundo (idem: 107), o que significa que o mundo do grotesco o
nosso mundo e no o (idem: 40), j que o grotesco o mundo alheado
(idem: 159). O que nos leva perspectiva de que o grotesco seja
visto como a representao do id (idem: 160) ou a tentativa de
dominar e conjurar o elemento demonaco do mundo (idem: 161).
Em relao ao corpo grotesco, Albertino Gonalves defende que este
se organiza como uma espcie de puzzle fantstico. O corpo
desmontvel. Cada membro ou rgo pode adquirir uma existncia autnoma
e peregrinar vontade (idem: 29). Ou, para utilizar as palavras de
Ana Nolasco, o corpo a metfora da sociedade por excelncia na sua
topologia simblica (Nolasco, 2005: 8).
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Scorpione Bell", dos Irmos Campana
(junto da Venini), para a Galeria Moss
Rane Bell", dos Irmos Campana (junto
da Venini), para a Galeria Moss
Atividade...
Produza objetos feio e grotesco a partir dos objetos abixo: